T]NIVERSIT}AT}E DE E,VORA
Mestrado
em Ciências
da
Educação
-
Avaliação Educacional
TNTERDISCPLINARIDADE
:
PROPOSTA DE APERFETÇOAMENTO NO
PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM
EM
CURSOS
DE
NÍVEL
SUPERIOR
EM BELEM
DO PARÁ.
AI{DRESSA MALCHER
MORAES
Íg
§
8o
il,/
Orientador:
Professor
I)outor
Jorge
Manuel
Rodrigues
Bonito
.., [i I
/rt
rq*
*§,r
1
-/ {
\\,'UNIYERSIT}ADE DE
EVORA
Mestrado
em
Ciências
da Educação
-
Avaliação
Educacional
INTERDISCPLINARIDADE
:
PROPOSTA
DE
APERFEIÇOAMENTO
NO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM EM
CURSOS
DE
NÍVNI
SUPERIOR
EM BELÉM
DO PARÁ.
ANDRESSA
MALCHER MORAES
Disseúação apresentada
para
obtenção
do
grau
de
Mestre
em
Ciências
da Educação
-
Área
de Especialização
Avatiação
Educacional
orientador:
Professor
noutor
Jorge
Manuel
Rodrigues
Bonito
AGRADECIMENTO
Toda
produção acadêmica,envolve,
em
certa
medida,autoria coletiva,
porconta do envolvimento direto ou indireto de inúmeras pessoas que sempre são imprescindíveis
na tarefa de emissão de críticas
e
sugestões necessárias ao apoio operacional e institucional,além da própria motivação moral, tiio bem
ünda
dos mais próximos.Assim
sendo, manifestoos meus sinceros agradecimentos a (o) s:
Maria
da
Graça Malcher, autora
da
miúa
vida, minha mãe, amiga
e companheira de todas as horas e maior incentivadora na trajetória acadêmica.Aos
meus
grandes tesouros,meus
filhos
Lucca
e
E,rzo,
razão
da
minhainspiração para vencer os obstiiculos da vida.
Prof. Doutor
Jorge Manuel RodriguesBonito,
pelos ensinamentos que muitocontribuíram pa;ra a r ealízaçã;o deste
fabalho.
Prof. Doutor. Evanildo Nasaré da Silva Santos, por disponibiLizar seu tempo às
miúas
dúvidas, tornando possível este trabalho.Meus
colegas
do
grupo de
estudo
do
mesfrado,pela
colaboração, apoio recebido e principalmente pela amizade compartilhada.DEDICATÓnn
Dedico
estaprodução
à
minhamãq parceira
de vida
e
de
sonhos, meuporto
seguro
nos momentos de angustia e desilusão.INTERDISCIPLINARIDN)E
:PROPOSTA DE
APERFEIÇOAMENTO
NO
PROCESSOENSTNO-APRENDTZAGEM EM
CURSOSDE
NTÍVOT,SUPERIOR
EM
BELÉM
DO
PARI.
Este
estudo
baseia-seem
pesquisabibliográfica
e
de camlx), com
abordagemqualitativa,
o
qual
investiga os
fatoresque interferem
na
interdisciplinaridadecomo
uma proposta de aperfeiçoamento no processo de ensino-aprendizagem em Instituições de Ensino Superior no Estado do Pará (Brasil).De
um
modo geral, procuraidentificar areal
existência da interdisciplinaridade noâmbito escolar e suas conseqüências na dimensão educacional, assim como a importância do
papel
do
coordenador,do
professore
do aluno
no
citado
processo.Busca
identificar
ainterdisciplinaridade como um método de ensino com concepção inovadora e enriquecedora
no processo educacional superior e analisa o papel da IES e sua influência na socialização do conceito interdisciplinar e na postura da equipe pedagógica.
Os
resultados encontrados sugerema
aplicaçãoda
interdisciplinaridadeno
ensinosuperior, fundamentada
nos
seguintespontos:
organizar paramelhor
atender seus alunos;cumprir
sua função educativa; formar profissionais como agentes transformadores capazes deajustarem-se aos avanços das ciências
e
da tecnologia,
construiro
conhecimentoe
não asimples
transmissãode
conteúdos;estimular
a
ciação cultural
e o
desenvolvimento doespírito
científico e do
pensamentoreflexivo,
promovendoa üvulgação
dos conhecimentoscientíficos,
culturais
e
técnicos, promover esfudo
sistemáticodos
problemasdo
mundo presente, coerenteà
internaciornlizaçãodos
mercados, promovaa
reduçãono
excesso deverbalizaçáo
pelos
professores;colaborar
o
envolümento
do
aluno
no
trabalho sem
arecompensa
de uma nota
ou
conceitoe
que
patrocineum
enfoque aberto, experimental einterdisciplinar em todas as áreas do conhecimento
INTERDISCIPLINARIDAD
:PROPOSAL OF
IMPROVEMENT IN THE
PROCESSOF
TEACHING
AIYDLEARI\IING IN
COURSESOF SUPERIOR
LEVEL
IN BELÉM
OF
PARÁ
This
study bases onbibliographical
research andof
field,
with
qualitative approach,which
investigatesthe
factorsthat
interfere
in
the
interdisciplinaridad
asan
improvementproposal in the teachingJearning process
in
higher education Institutionsin
the Stateof
pará(Brasil).
In a general way,
it
tries toidentiü
to real existence of the interdisciplinaridadin
the school ambit andyour
consequencesin
the educational dimension, aswell
as the importanceof
the
coordinator's paper,of
the
teacher andof
the
studentin
mentionedhim/it
process.Search
to identiff
the
interdisciplinaridad as a teaching methodwith
innovative conceptionthat
enrichesin
the
process educational superior andit
analyzesthe
paperof
IES
andyour
influence in the concept interdisciplinar and in the posture
ofthe
pedagogic team.The found
results suggestthe application
of
the
interdisciplinaridadin the
highereducation, based
in
the following
points:
to
organizefor
bestto
assistyour
students; toaccomplish your educational function; to form professionals as agents transformers capable
of
they
be
adjustedto
the
progressesof
the
sciencesand
of
the
technology;
to
build
theknowledge and not the simple transmission
of
contents;to
stimulate thecultural
creation andthe
development
of
the
scientific
spirit
and
of
the
reflexive thought, promoting
thepoptlaization of
the
knowledgescientific, cultural
and technicians;to
promote systematic study of the problems of the presentworld
coherent to the internationalization of the markets,promote
the
reduction
in
the
verbal
excessfor
the
teachers;the
student'sinvolvement to
collaborate
in
the
work
without the
rewardof
a
noteor
concept andthat
sponsorsa
focusopen, experimental and interdisciplinar in all the areas of the knowledge
Ír»rcn
cERAL
RESUMO..
rNDrcE
oB
cnÁucos...
ÍNorcB
DE
srcLAS
E ABREVrATURAS...1.1.
Exposição do Tema e do Prob1ema...05 06 09
t2
... l5
cApÍTrrLor-TNTRoDUÇÃo...
...16 ...161.2.
Objetivos.. 18t9
20 1.2.1. Objetivo geral. 1.2.2. Objetivos específicos... ... 18 ...l8
CAPITIILO
tr.
REFERENCIAL
TEORICO
... 202.1.
OCoúecimento
e a Informação....1.3.
Relevância do Estudo.. 3.2.
Local da Pesquisa...2.2.
CulturaEscolar
2.3.
Inovações Pedagógicas2.4.
Coúecimentos
e Disciplinas..2.5.
Disciplinas Escolares.2.5.l.Articulação
entre as Disciplinas2.8.
Interdisciplinaridade no Ensino Superior....3.
1.
MetodologiaUtllizadana
Pesqúsa...26
2.6.1.A
Transversalidade nos Parâmetros Curriculares Nacionais...2.6.
A
Transversalidade...2.7.
. Disciplinaridade... .27 30 .32 34 38 42 43 45 55 55 553.3
3.4
Procedimentos. 56
Instrumentos de Coleta de Dados...
3.4.1. Questionários... 59
CAPITI]LO IV
-
ANÁLISE
DE
RESI]LTADOS...
60Ír»rcu
DE
TABELAs
TABELA
4.1 - Professores por sexoTABELA
4.2-
Distribüção
de docentes por idadeTABELA
4.5-
Distribuição de professores por tempo de docência ...TABELA
4.6-
Dishibuição
de docentes por estadocivil
...TABELA
4.7 - Distribuição de docentes por outra atividade laboral60
6t
TABELA
4.3-
Distribuição de docentes portitulação...
... 62TABELA
4.4-
Distribuição de docentes por ütulação... 6364
65
66
67
TABELA
4.8-
Distribüção
de docentes por inrerdisciplinaridadeTABELA
4.9-
Distribúção
de docentes por entendimento dainterdi scipl inari dade 68
TABELA
4.10-
Distribuição de docentes por método unidisciplinar... 69TABELA
4.ll
-Distribúção
de docentes por método interdisciplinar......
70TABELA
4.12-
Distribuição de docentes por elaboração de conteúdo7t
TABELA
4.13-
Distribuição de docentes por recursos pedagógicosinterdisciplinar.. 72
TABELA
4.14-
Distribuição de docentes por recursos em sala de aula... 73TABELA
4.15-Distribuição
de docentes por conceito interdisciplinaridade.... 74TABELA
4.16 - Distribuição de docentes por aulas interdisciplinares ...75TABELA
4.17-
Distribuição de docentes por conteúdo programático... 76TABELA
4.18-
Distribuição de docentes por foco interdisciplinar noTABELA
4.19-Distribuição
de docentes por interdisciplinaridade como processo presente no curso de pedagogia....77
78
TABELA
4.21 - Distribuição de coordenadores (as) poridade
... 79TABELA
4.22-
Distribuição de coordenadores portitulação
... 80TABELA
4.23-
Coordenadores (as) por tempo deprofissão
... 81TABELA
4.24-
Distribuição de coordenadores (as) por estadociül
... ... 82TABELA
4.25-
Distribuição de coordenadores (as) por o que entende porinterdisciplinaridade..
... 83TABELA
4.26-
Distribuição de coordenadores (as) por interdisciplinaridade como elemento de integração entre as disciplinas... 84TABELA
4.27-
Distribüção
de coordenadores por participação na elaboração do conteúdo programático da instituição. 85TABELA
4.28-
Distribuição de coordenadores por equipes de professores que trabalhaminterdisciplinarmente
...86TABELA
4.29-
Distribuição de coordenadores por coordenação de professores em cursos de Pedagogia ...TABELA
4.30-
Distribüção
de coordenadoÍes por professores que ministram aulas nos cursos de pedagogia interdisciplinarmente... . ... 88TABELA 4.31-
Distribüção
de coordenadores por aulas interdisciplinar que estimulam a aprendizagem 89TABELA
4.32-
Distribúção
de coordenadores por incentivo a interdisciplinaridade nas aulas de todos os cursos... 90TABELA
4.33-
Distribuição de coordenadores por acervobibliognífico
em relaçãoao
trabalhointerdisciplinar...
... 91TABELA
4.34 - Distribuição de coordenadores por docentes do curso de Pedagogia que possuem publicações científiess 92TABELA
4.35 - Distribuição de coordenadores por curso de pedagogia como prática interdisciplinar......87
...93
TABELA
4.36-
Distribuição de coordenadores porritno
das aulasInterdisciplinares...
...94como atividade refl exiva- 95
TABELA
4.38-
Distribuição de coordenadores por interdisciplinaridadecomo processo pÍesent€ em todas as
IES
... 96TABELA
4.39- Disfiibuição
de alunos por sexo......97
TABELA
4.40-
Distribuição de alunos por estadocivil
...TABELA 4.41-
Distribüção
de alunos por estadocivil
97
...98
TABELA
4.42-
Distribuição de alunos por outro curso superior ... ... ggTABELA
4.43-
Distribuição de alunos por conteúdo programáticoInterdisciplinar... 100
TABELA
4.44-
Distribuição de alunos por presença de apenas umprofessor...l0l
TABELA
4.45-
Distribuição de alunos por formação nos princípios daInterdisciplinaridade. . 102
TABELA
4.46-
Distribuição de alunos por professores que fazemreferênciasà interdisciplinaridade em suas
auIas...
... 103TABELA
4.47-Distribuição
de alunos por disciplinas no curso de pedagogia ministradas pelo metodo 104LISTA
DE
GRÁTICOS
CnÁf'tCO
4.1 - Professores por sexoCnÁftCO
4.2-
Docentes por idadeGRAFICO 4.3
-
Docentes por titulação....GRAFICO 4.4
-
Professores por titulaçãoCnÁftCO
4.5-
Docentesportempo
de docência.AnÁfICO
4.6 - Docentes por estadociüI....
61 6s
6t
62 63 64GRAFICO
4.7
-Docentes por outra atividade laboral.GRÁFICO 4.8
-
Docentes por interdisciplinaridade...cnÁrtco
4.9 - Docentes por entendimento dainterdisciplinaridade
6gGRÁFICO 4.10
-
Docentes por métodounidisciplinar
...69GRÁFICO 4. I
I
-
Docentes por método interdisciplinar.... . ... 70GRAFICO 4.12 -Docentes por elaboração de conteúdo programático...
....
7l
cnÁuco
4.13 -Docentes por recursos pedagógicos interdisciplinar... ...72CnÁftCO
4.14-
Docentes por recursos em sala deaula...
...73GRAFICO 4.15 -Docentes por conceito de
interdisciplinaridade
....
74CnÁfICO
4.16 - Docentes por aulas interdisciplinares66
66
...75
CnÁf'lCO
4. 17-
Docentes por conteúdo programá1ico... 76GRAIICO
4.18-
Docentes por fooo interdisciplinar no planejamento ...77CnÁUCO
4.lg
-Docente
por interdisciplinaridade como processo presente nocurso de
pedagogia...,...
... 7gCnÁftCO
4.20 -Coordenadores (as) porsexo....
...
79CnÁnlCO
4.21-Coordenadores
(as) poridade...
...
79CnÁftCO
4.22-
Coordenadores (as) por titulação 80CnÁflCO
4.24 -Coordenadores (as) por estadociüI...
...82CnÁftCO
4.25-
Coordenadores (as) por o que entende sobre aInterdi scipl inaridade. 83
CnÁfICO
4.26-
Coordenadores (as) por interdisciplinaridade como elemento de integração entre asdisciplinas
...84CnÁftCO
4.27-
Coordenadores por participação na elaboração do conteúdoprogramático da instituição 85
GRÁFICO 4.28
-
Coordenadores por equipes de professores que trabalhaminterdiscipl inarmente
GRÁFICO 4.29 -Coordenadores por coordenação de professores em cuÍsos com
enÍâse em
Pedagogia...
... 87CnÁftCO
4.30-
Coordenadores por coordenação de professores que ministramaulas nos cursos de pedagogia interdisciplinarmente... ... . ... 8 8
GRAFICO
4.31-
Coordenadores por aulas interdisciplinar que estimulam aaprendizagem...
... 89GRAFICO 4.32
-
Coordenadores por incentivo a interdisciplinaridade nas aulasde
todos oscursos...
... 90GRAI'ICO
4.33-
Coordenadores por aceryo bibliográfrco em relação ao trabalhointerdisciplinar...
...91GRAFICO 4.34 - Coordenadores por docentes do curso de pedagogia que
possuem publicações científicas ... 92
GRAFICO 4.35 -Coordenadores por curso de pedagoga como prática
interdisciplinar 93
GRAFICO 4.36
-
Coordenadores porritno
das aulas interdisciplinares ... 94CnÁffCO
4.37 -Coordenadores por aulas interdisciplinares comoatiüdade
reflexiva
95CnÁftCO
4.38-
Coordenadores por interdisciptinaridade como processo...86
CnÁrlCO 4.39 -Alunos
porsexo....
... 97GRÁFICO 4.40
-Alunos
por idade.. 98GRÁFICO
4.41-Alunos
por estadocivi1...
... 98GRAFfCO 4.42
-Alunos
por outro cursosuperior...
... ggCnÁftCO
4.43-Alunos
por conteúdo programático interdisciplinar... 100GRÁFICO 4.44
-Alunos
por presença de apenas um professor...
101CnÁftCO
4.45-Alunos
por formação nos princípios dainterdisciplinaridade
102CnÁftCO
4.46-A
alunos por professores que fazem referências àinterdisciplinaridade em suas auIas...
CnÁfICO
4.47-Alunos
por disciplinas no curso de pedagogia ministradas pelométodo interdisciplinar...
... 103
FUNDEB
LISTA
DE
§IGLAS
EABREVIATIIRAS
CNE Conselho Nacional de Educação.
Fundo
de Manutenção, Desenvolvimentoe
Valorização dos Profissionais da Educação Básica.LDB
Lei
de Diretrizes e BasesMEC
Ministério
da Educação e CulturaPNE Plano Nacional de Educação
PND Plano Nacional de Desenvolvimento
CAPÍTULO
I
INTRODUÇÃO
1.1. Exposição do
Tema
e doProblema
Os
desdobramentosda
abordagem cartesianatradicional na metodologia de
ensinalevaram
à
divisão da
aprendiz*;gemnão
somenteem
níveis, mas também
em
iáreas decoúecimento
e mais detalhadamente em disciplinas.Os
fenômenosfisicos
e
sociais são
fracionadosem
inúmeraspartes
paÍa
seÍemanalisados
e
entendidospor
disciplinas
especíÍicas. Nesse paradigmada
disciplinaridade"coúecer
é
separar".As
disciplinas
sãoos
módulos
a partir
dos quais se
constroem osprojetos pedagógicos com um currículo mínimo.
A
transferência decoúecimento
torna-se uma obrigação.Atribui-se
ao aluno o papelde integrador dos conhecimentos que lhe são transmitidos ao longo da grade curricular. Isso
se
torna um
processo de ensino aprendizagem exfiemamente inadequado,visto
que, de ummodo geral,
os
estudantes tendema: ter
uma visão mais
transversaldo
que
longitudinal,pensando em sua trajetória acadêmica como uma sucessão de momentos estáticos e estanques, havendo dificuldade em perceber a educação em termos de um processo dinâmico contínuo e sob o ponto de vista de atribuição de relevância,
privilegiar
certo conjunto de disciplinas, tidocomo
mais importante maisfácil
ou
útil,
descartando as demaisque
desenvolvama
suacapacidade de raciocínio lógico e dedutivo.
Estas informações, que
parte do
princípio
de que
a
prática
acadêmica tradicionalamplarnente
difundida
nas instituições de ensino superiore
caraptenzada como uma simples continuação da lógica pedagógica dos cursos de ensino fundamental e médio, onde os alunos possuem como turico objetivo, passar de ano por meio das provas de cada disciplina e aofinal
do
curso, passarno
vestibular, onde todas as disciplinas são avaliadas ao mesmo tempo deuma forma paralela, mas não integradas ou inter-relacionadas.
A
interdisciplinaridade, não pretende a unificação dos saberes, mas deseja a aberturaestejam
em
situaçãode mútua
e
meüodológicocomum
Wa
a
compÍeensãode
realidadescomplexas.
A
meta não
e unificar
as disciplinas, mas estabelecer conexões entre elas, naconstrução
de
novos referenciais conceituaise
metodológicos consensuais, promovendo atroca
entreos coúecimentos
disciplinarese
o
diátogo dos
saberes especializadoscom
ossaberes não científicos.
A
interdisciplinaridade como método de ensino poderá ser aplicada em qualquer doscursos de
nível
superior, ama vez que esta se configurapor
meio detabalho
em equipe noqual os
coúecimentos
especializados busquem a convergência e possivelmente a constituiçãode um
texto
único. Onde,
a
relação
alunos
versus
sala
de
aula
e
aluno versus
oscoúecimentos
obtidos
em
outras
áreas,
alem
da
sala
de
aula,
caracterizará
ainterdi sciplinaridade.
Assim,
busca-seresolver
o
seguinte questionamento:no
curso
de
pedagogia,
ainterdisciplinaridade
pode
ser
umfator
de
integraçdo
entre
conhecimentose
prática
1.2.
Objetivos
1.2.1.
Objetivo
geral
Identificar
os fatores que interferem na utilização da interdisciplinaridade nos cursos de pedagogia eminstitüção
de ensino superior em Belém do pará.1.2,2.
Objetivos
específicosa)
Analisar
a
relação
educação, sociedadee
a
distribuição
do
conhecimento no ensino superior;b) Identificar
as disciplinas acadêmicas como organizaçãodo conhecimento;c) Analisar
o
processo ensino-aprendizagemem
instituição
de
ensino
superiorparticular em Belém do panâ.
d)
Analisar os
projetos
pedagógicosdos
cursosde
Pedagogiaem
instituição
deensino superior.
e) Identiflrcar a aplicabilidade dos princípios da interdisciplinaridade em instituição
1.3. Relevância do
Estudo
Considera-se relevante o caníter do estudo, por observar que a interdisciplinaridade em cursos de ensino superior
tem sido
deficiente,existindo
obms queüatam do
assunto como tema transversal apresentado nos Parâmetos Curriculares Nacionais (PCNs), o qualinclui
nocurrículo
deforma a
comporum
conjunto articulado e aberto a novos temas, buscando umtratamento didrítico que contemple sua complexidade
e
suadinâmicq
dando-lhes a mesmaimportlincia
das áreas convencionais.Assim,
o
currículo
ganha emflexibilidade
e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e que outros temas podem ser incluídos.Observa-se que o aprendizado é conduzido de forma que os saberes disciplinares, com
suas nomenclaturas específicas, não se sepaÍam do domínio das linguagens de utilidade mais
geral, assim como os saberes pnáticos não se apartam de aspectos gerais e abstratos, de valores
éticos
e
estéticos,ou
seja, estÍio tambem
associadosa
visões
de mundo. portanto,
os conceitos, as competências e oscoúecimentos
são desenvolvidos em conjurúo e se reforçamreciprocamente.
A
importância deste estudo perpassa pelo pensar interdisciplinarmenteo
qual procuraver o todo, não pela soma das partes, mas pela percepção de que fudo sempre esta em
fudo.
A
interdisciplinaridade é uma postura que permite ver as coisas que sempre foram üstas, porém,
de
maneira diferente, para
isso
é
necessárioque os
cursos
de nível
superior
garantam mecanismos de busca da totalidadedo
coúecimento,
sejade
ordem econômica,política
esocial,
desdeque não permita
a
transformaçãodo
currículo
escolar
num
mosaico
de"disciplinas" separadas, desconexas e estanques.
A
adoção
de
uma atitude
interdisciplinar
não
pressupõea
superaçãototal
das diferenças e a descaracteização da especificidade das áreas em questão, porém solicita que asdisciplinas
se despojemdo
sentimento de propriedade em relaçãoa
setores da realidade ouáreas
do
coúecimento,
o
que
para
tanto exige
diálogo,
engajamento,participação
dosprofessores que associada
ao empeúo por
mudarno
exercício
da prática,há
de tornar
oCAPÍTULO
II
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O Conhecimento e a
fnformação
O
processode
compreensãoda
constituição
e
legitimação
da
escola
pode
serconstruído de duas grandes formas.
Uma
que analisao
fenômeno social enquanto relaçõesinstituídas
a
partir
dosprincípios de
Comtee Durkheim
-
paÍa quema
realidade social éorientada por um cor{unto de leis gerais que indicariam uma tendência para o conscnso moral
das sociedades modernas.
A
outraforma
seria a análise da constituição e legitimação socialenquanto processo que se instifuem na relação com o conhecimento, as estruturas sociais e o
Estado moderno.
Neste
processode
compreensãoda
constituição
e
legitimação
social da
escola e importante o conceito de institucionalização, definido por Postaman (199a). para este teórico,o
processode
institucionalizaçãode
uma
dadaatividade, como
a
ciência,
por
exemplo,consiste em:
"A
aceitaçãopor
uma
sociedadede
determinadaatividade
com
umaimportante firnção social, valorizada por
si
mesma;A
existência de normasque regulam a conduta em determinado campo de atiüdade, de uma forma
coerente com a realização dos objetivos e com autonomia diante de outras
atividades;
certa
adaptaçãode
normas
sociais
em
outros
campos
deatividade
às
normas
de
atividade
considerada.uma
instituição
é
uma atividade quefoi
assim institucionalizada.*(PosrAMAN,
r994:r09)
Na
aniílise da relação enfie educação e sociedade e pela qual a escola tem legitimadosua função social, é o processo de distribuição do
coúecimento
desenvolvido pela escola, umdos
principais
aspectosa
ser considerado.Analisar
a
dinâmica adoadapor
esta instituiçãosocial
na
distribuição
do
conhecimento,na
quantidadee
na
qualidadedo
coúecimento
disponível
atravésdos
conteúdos,as
'classessociais'
ou os
'esüatos'
para os
quais
ocoúecimento estaria
acessível,as
políticas
formuladas
pelo Estado
e
os
conteúdos regulamentadoscomo
obrigatórios, são questõesque
permeiam asteorias que
tatam
dasSegundo proposta de Postnan (1994),
"(...)
exige,um
currículo
no
quais todas as matérias sejam apresentadascomo
um
esüágiono
desenvolümentohistórico
da
humanidade,no
qualsejam
ensinadasas filosofias da
ciência,
da história, da
linguageffi,
&
tecnologia e da religião; e, no qual haja forte ênfase nas formas clássicas da
expressão ardsticas. Esse é
um
currículo que'volta
ao básico,, mas não damaneira como os tecnocratas tencionam.
E, com
todacertez4
ele está emoposição ao espírito tecnológico." (p.56)
O caráter de
distribüção
docoúecimento
enquanto uma das questões sociais a seremdesempeúadas pela escola moderna constitui fundamental pressuposto para
a
compreensãodas relações
instituintes que
passama
caracteizilÍ
uÍÍt conjunto
de
novas exigências aoscursos de ensino superior. Esta modalídade de ensino pode
ser
caractenzada, sobrefudo,
pelatransmissão
de
conteúdos universalmente acumulados,
como tambem
a
difusão
dasespecificidades decorrentes das mudanças nas relações de produção, buscando compreender
as relações
institüntes
que se estabelecem enfie a escola e ocoúecimento.
O
processode
institucionalização
da
escola
na
contemporaneidadeexige
novasrelações causais-explicativas
no
sentido de ouüas abordagens adequadas das interações entreescola
e coúecimento. De
modo mais
acentuado estas relações passama
ser revistas, namedida em que a informação vem abrangendo o papet antes ocupado pelo
coúecimento.
Conhecimento e infonnação estariam conceitualmente próximos, mas se distanciam no que tange a aplicabilidade e os níveis de aprofundamento queos
caracteiza.A
informação e ocoúecimento
também paÍecemse
distanciar quantoà
geração:em
relaçãoà
informaçãoocorreria
o
processamentode
dados
informativos,
enquanto
o
coúecimento requer
a construção dos significados que agreguem novos matizes na sua função social.
Outra
consideraçãodeve ser
ressaltadano
que
tange
as
relaçõesentre
escola
ecoúecimento, na
medida
em que
tendem
a
equacionaro
coúecimento
escolar são
osconteúdos que constam do currículo em relação ao conhecimento em geral. Este reducionismo
limita
as análises sobre as condiçõese
as conseqüênciasde utilização de
um
conjunto
decoúecimentos
que não se traduzem em'coúecimento
escolar'. Assim, dadas à velocidade ea extensão da chamada revolução tecnico-científica, parte significativa das relações em cadeia 'geração/produção e
difusão'
do conhecimento deixa de ser analisada.'â
revolução técnico-científica
não pode ser
entendidaem
termos
de inovações específicas, mas deve ser entendida, em sua totalidade, como ummodo de produção no qual a ciência e a
engeúaria
têm sido integrada comoparte
do
funcionamentonormal.
A
inovação
não
deve
ser
buscada naquímica,
na
eletrônica,
na
maqúnaria
automática
ou em
qualquer
dosprodutos
dessas ciências-tecnológicas,ffiffi
na
transformaçãoda
própriaciência em capital".
(BRAVERMAN,
1974:166)
Este cor{unto de
limitações das teorias
críticas
sobreas
relaçõesentre
escola e conhecimento permite evidenciar que não ocorre uma descrição ou análise das formas pelasqual
o
coúecimento
fundamental paraa
produção econômicaé
produzido
e
distribuído.Embora
o
conhecimento tenha sido notadamente, incorporado pelocapital
como uma forçaprodutiva,
desenvolvidoe
manipuladocomo
um
dos principais
elementosno
processo devalorização e acumulação, esse fato não vem sendo fiatado de forma adequada pelas analises
das relações entre escola e conhecimento.
Para
cumprir
a
fimção social,
a
escola precisa consideraras
práticas econômicas,políticas,
sociais,culturais,
éticase
morais
da
sociedade. Precisam considerar as relações diretas ou indiretas dessas práticas com os problemas especíÍicos da comunidade local a quempresta serviços. Torna-se fundamental, então,
coúecer
as
expectativas dessa comunidade,suas necessidades, formas de sobrevivência, seus valores, cosfumes e manifestações
cultwais
e artísticas.
Assim,
a escola deveriaexistir
também comopolo
cultural, promovendo a identidadecultural
do educando, inserindo-o na sociedade, tornando-o cidadão que participa ativamente daüda
econômica e social do país, contribuindo paÍaafiansformação da sociedade brasileiranuma
sociedademais justa, com
melhores condições
de
üda
para todos.
Isto
requercoúecimento
e habilidades que possibilitem aos educandos situar-se no mundo de hoje, ler einterpretar
a
grande
quantidade
de
informações existentes,
coúecer
e
compreendertecnologias disponíveis,
bem
como continuar
o
processo
de
aprendizagemde
formaautônoma.
Os
currículos
escolares expressama
concepçãofilosófica e
pedagógicada
escola. Freqüentementea
concepçãocurrículo é
reduzida a bases curriculares, conteúdos mínimos,entender
o
currículo de forma mais ampla,ou
seja, como espaço deluta,
de organização, deconstrução
coletiva,
que
deve provocaÍ
uma
revisão
das
formas
de
organização efuncionamento de toda a escola.
A
organização do currículo exige um pensaxreflexivo
e criativo sobre todo o contexto,gera
conflitos, cria
resistências,no
entanto, é nessadiúmica
que se desenvolveum
projetoeducaüvo que
objetiva
a formação de cidadãos conscientemente organizados. Na verdade ocurrículo deveria se constituir num pÍocesso de tematização da vida.
A
escola, assumindo, defato,
sua função, pode garantir a todoso
acesso aum
sabercompatível com os novos tempos que exigem mudanças nas pníticas pedagógicas.
A
lentidãodessas mudanças no âmbito escolar traz como conseqüência à exclusão de uma signifi cativa
parcela da população, que, mesmo não evadindo, não
obtém
sucessoprofissional
após suaformação, acalretando, assim, frusfiagões para um grande número de alunos recém-formados.
A
cenfralidadedo coúecimento
nos
processosde
produçãoe
organizaçãoda
üda
social rompe com
o
paradigma
segundoo
qual
a
educaçãoseria
um
instrumento
de"conformação" do
futt[o
profissional ao mundo dotabalho. Disciplina,
obediência, respeitorestrito
às regras estabelecidas, condiçõesaté
entÍlo necessária puraa
inclusãosocial, via
profissionalização
perde
a
relevânci4
face
às
novÍrs
exigências colocadas
pelodesenvolümento tecnológico e social.
A
nova
sociedade, decorrenteda
revolução tecnológicae
seus desdobramentos naprodução
e
na
áreada
informação,
apresentam características possíveisde
assegurar àeducação
uma
autonomia ainda
não
alcançada.
Isto
ocoÍre
na
medida
em que
odesenvolvimento
das
competências
cognitivas
e
culturais
exigidas
para
o
plenodesenvolvimento humano passa a
coincidir
com o que se espera na esfera da produção.Segundo Tedesco
(1998),
aceitartal
perspectivaotimista
seriaadmitir
que seüva
"uma
circunstância
histórica inédüa,
na
qual
as
capacidadespara
o
deser»olvimentoprodutivo seriam
idênticaspara
opapel do
cidadão epara o
desenvolvimentosocial,,.
Ouseja, admitindo
tal
correspondênciaente
as
competênciasexigidas
para
o
exercício
dacidadania e paÍa as atiüdades produtivas, recoloca-se o papel da educação como elemento de
desenvolvimento social.
Em contrapartida, é importante compreender que a aproximação entre as competências
oportunidades sociais. Há que considerar a reduçito dos espaços paÍa os que vão fiabalhar em
atividades simbólicas, em que o
coúecimento
é o instrumento principal, os que vão continuaratuando em atividades tradicionais e, o mais grave, os que se vêem excluídos.
Outro
dado
a
considerar
diz
respeito
à
necessidadedo
desenvolvimento
dascompetências básicas
tanto para
o
exercício
da
cidadania quanto parao
desempenho deatiüdades profissionais.
A
garantia de que todos desenvolvam e ampliem suas capacidades éindispensável para se combater
a
dualizaçâo da sociedade, que gera desigualdades cada vez maiores.Fala-se
de
competências,da
capcidade
de
abstração,do
desenvolvimente
do pensamento sistêmico, ao contrário da compreensão parcial e fragmentada dos fenômenos, dacriatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar
múltiplas
alternativas pura a solução deum
problema,
ou
seja,do
desenvolümentodo
pensamento divergente,da
oapacidade detrabalhar em equipe, da disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco,
do desenvolvimento do pensamento
crítico,
do saber comunicar-se, da capacidade de buscarconhecimento. Estas são competências que devem estar presentes na esfera social, cultural,
nas atividades políticas
e
sociais comoum todo,
e
que
são condições parao
exercício dacidadania num contexto democrático.
Constata-se
a
necessidadede
investir
na
formação dos
docentes,uma
vez
que
as medidas sugeridas exigem mudanças na seleção, tratamento dos conteúdos e incorporação deinstrumentos tecnológicos modernos,
como
a
informática.
Essas são algumas prioridades,indicadas
em
todos
os
estudosdesenvolüdos
recentementepela
Secretariade
EducaçãoTecnológica e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(INEp),
por meiodo
SistemaNacional
deAvaliação, e
que subsidiarama
elaboração da proposta de reforma curricular.A
perspectivaé
de
uma
aprendizagem permanente,de
una
formação continuada,considerando como elemento central dessa formação a construção da cidadania em função dos
processos sociais que se
modificam.
Priorizando-se a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico tanto do professor como do aluno, pois este é oreceptor
-
e
um
receptorativo e
participante detodo
esforço educativoe,
claro, de
todoimpulso para aprimorar a qualidade da educação. E o
aluro
quem melhorará qualitativamente,O
aluno
é,
portanto,
o
beneficirárioimediato
da
educação.No
entanto, este aluno neoessita, por definição, de dois tipos de serviços vindos da escola. Necessita dos serviços quetomem possível que ele se desenvolva como pessoa, aprenda de acordo com suas capacidades,
aumente seu potencial,
fortaleça
suaauto-estimq
manifeste os valoresadquiridos
na üda
quotidiana, demonstrando a si
próprio
sua capacidade crítica e criativa. lvÍasprecis4
também,que estes serviços
veúam
a ser úteis para suaüda
adulta.Na
análiseda
relação entre
a
educaçãoe a
sociedadee
pela
qual
a
escola temlegitimado
sua função social, o processode
distribuição docoúecimento
desenvolvido pela escolaé um
dos principais aspectosa
ser considerado.Analisar
a dinâmica adotadapor
estainstituição social
na
distribuição
do
conhecimento,
na
quantidadee
na
qualidade
docoúecimento
disponível através
dos
conteúdos,
as
"classes
sociais"
para
os
quais
ocoúecimento
estará acessível,
as
políticas formuladas
pelo
Estado
e
os
conteúdosregulamentados
como obrigatórios,
são questõesque
permeiamas
teoriasque
tatam
dasrelações entre a educação ambiental e a sociedade. Estas teorias tratam também de descrever e
explicar as
diferentes maneiraspelas
quais as
variaçõesna
quantidade,qualidade
e
docoúecimento
afetam a sociedade como um todo.E
assim percebe-se que as mudanças na conjuntura mundial, tendoa
globalízaçáo e ainformatização dos meios
de
comunicação, comoponto
dereflexão
sobre a importância daescola nesse modelo de sociedade, tanto
que
sefor
perguntadoa
uma sériede
professores sobre o qual o seu objetivo de ensino, sobre otipo
de aluno que gostariam de ajudar a formar,não haverá,
com
certezr-,uma
discordância nas respostas.
Faz partede,
praticamente tododiscurso
pedagógico,citar,
como
objetivos
do
ensino,
a
formaçãode
alunos
autônomos,conscientes, reflexivos,
participativos,
cidadãos atuantes, felizes, entreoutas
características similares.No
entanto, sefor
olhar
através das lentesdo
cotidiano escolar, esse discurso não selegitima em
uma pnítica.
Há um
grande distanciamento entreo
discurso pedagógico dosprofessores,
em
relaçãoao
perfil
do
aluno
que
desejaformar
e
o
perfil
que está
sendorealmente formado,
a
partir
das
experiências
vividas
no
cotidiano escolar,
e
essedistaciamento tem a contribuição de grupos de professores que
tem o
coúecimento
escolarcomo acabado e a falta da aprendizagefr,
é
culpa dos alunos que não o detêm, gerando assimuma concepção cientificista, onde os professores preocupam-se apenas
conteúdos. Por outro lado, ao
tentar
romper com
essa concepção,acabaÍaÍn negando e desvalorizando os conteúdos disciplinares, entendendo
a
escola apenas como espaço de conhecimento da realidade dos alunos e de seus interesses imediatos.Para Lévy (2000),
o
professor torna-seo
ponto
de
referênciapara orientar
seusalunos
noprocesso
individualizado
de
aqúsição
de
conhecimentose,
ao
mesmotempo,
oferece
oportunidadespaÍa
o
desenvolümento
de
processos deconstrução
coletiva
do
saber atravésda
aprendizagemcooperativa.
Suacompetência deve deslocar-se
no
senüdo de incentivar a aprendiz,agem e o pensamento paÍa a escolha de uma atividade profissional. O professortorna-se o animador da inteligência coletiva dos grupos que estão ao seu encargo.
sua
atividade será centrada
no
acompanhamentoe
na
gesüÍo
de aprendizagens:o
incitamentoà
foca
de
saberes,a
mediaçãorelacional
esimbólica, a pilotagem personalizada dos percursos da aprendizagem.
(7gp)
2.2.
Clltura
Escolar
Segundo
Faria
Filho
(1996),
as pesquisas sobrea
história da
educaçãopública
noBrasil
têm revelado que a escola(fisica
e simbolicamente) foi-se consolidando comoo
lugarmais apropriado para a formação das novas gerações através do qual
foi-se
construindo umacultura escolar distante da cultura de parcelas da população que se pretendia
modificar
atravésdas crianças,
uma culfura
escolar quenão
searticula em
torno do
conhecimento, mas dapossibilidade de criar uma instituição ordenadora da vida social.
(l3rp.)
Conhecimentos,
valores
e
comportamentosque,
embora
tenham
assumido
umaexpressão peculiar na escola, e, principalmente em cada
disciplina
escolar, são produtos daslutas e dos embates da sociedade que os produziu e
foi
produzida tarnbém por e nessa escola.De
acordo com Julia (2001), o conceito de cultura escolar aparece sempÍe relacionadocom um espaço destinado/privilegiado para üansmissão de conhecimentos e, principalmente,
valores.
As
origens
das palawasdisciplina e
diütica
parecem ttazer tarnbéma idéia
deespaço,
páüo
onde se reuniam estudantes,ou
lugares(livros,
estantes) onde se reuniam asidéias. Assim parece ter surgido à expressão "em primeiro
lugar"
usada nas aÍgumentagões.Nesse espaço, foi-se constituindo a cultura escolar, através das normas e práticas que
definiam
os valorese
comportaÍnentos que seriam inculcados.No
entanto, seo
espaço, ou seja,o
lócus é oterritório
comum para analisar a cultura escolar, a sua definição como objetode conhecimento não é
tilo
simples. Para o citado autor:poder-se-ia descrever
a
cultura
escolar comoum
conjuntode
normas quedefinem conhecimentos
a
ensinar e condutasa
inculcar, eum
conjunto depnáticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos; noÍmas
e
práticas coordenadasa
Íinalidades quepodem
variar
segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ousimplesmente de socialização).
(Úfn,
200 I :l0)
Para Menegüzzo (2001), estudar
a
cultura escolar é estudar os processose
produtosdas
práticas escolares,isto é,
práticas quepermitem
a
transmissãode
conhecimentose
ainculcação de condutas circunscritas a um espaço/tempo identificado como escola.
Considera-se
também,
gus
a
cultura
escolar
não se articula em torno
do
coúecimento, mas
dapossibilidade
de
construção
de
uma
instituição.
Institúção
cuja
construção
esteve freqüentemente associada a um projeto político e à noção de progresso (23p.).Segundo
o
mesmo autor, a constifuição de uma cultura escolarexigiu
três elementos essenciais:um
espaço escolar específico, cursos graduados emníveis
e
corpo
profissionalespecífico
(JULIA,2001: l8).
Esses elementos essenciais constituem a base para a anrílise daspráticas que permitiraÍn a transmissão de conhecimentos e a inculcação de condutas.
2.3. Inovações Pedagógicas
Compreende-se
que um dos
grandes problemasda
educação estríno
modelo
daciência, que prevalece, nas teorias de aprendizagem que
o
fundamentam e queinfluenciam
aprática
pedagógica. Acredita-sena
existênciade
um
diálogo interativo
ente
o
modelo
daciência, as teorias de aprendizagem utilizadas e as atividades pedagógtcas desenvolvidas.
Na
prática
do
professor, encontam-se modelos
de
educação
e
de
escolafundamentados
em
determinadasteorias
do coúecimento.
Ao
mesmotempo em que
aeducação
é
influenciadapelo
paradigma da ciência, aquela tambem determinao
modelo
daciência
que explicaa
relaçãocom
a
trafiireza,,com a própria vida,
esclarecendoa
maneiracomo
se aprendee
compreendeo
mundo, mosfiando queo
indivíduo
ensinae
constrói
o conhecimento, apartir
darealização desses processos.Uma educação sem vida produz seres incompetentes, incapazes de pensar, construir e
reconstruir
coúecimento.
Uma
escola
volada
paÍa uma
educaçãodo
passado produzindivíduos
incapazesde
seautocoúecerem, como fonte
criadorae
gestorade
sua própriavida,
como autores de suaprópria
história. Embora quase todos percebam queo
mundo aoredor esüá transformado de forma bastante acelerada, a maioria dos professores ainda continua
privilegiando
a velha maneira com quefoi
ensinado, reforçando ovelho
ensino, afastando oaprendiz
do
processode
construçãodo
conhecimento, conservando, assim,um modelo
desociedade que produz seres incompetentes, incapazes de criar, pensar, construir e reconstruir o
coúecimento.
Inovar,
atuar pedagogicamenteem
novas bases envolveuma profunda
mudança dementalidade,
o
que
é
dificil,
especialmente para aquelesque
atuamra
área educacional,principalmente os voltado para questão ambiental. Se acreditar que é
o
indivíduo que constróio
conhecimento,a partir
de
situações concretas vivenciadas,o
professoÍ para assimilar osnovos
conhecimentosimplícitos
na nova
abordagem,requer tempo para poder
comparar, estabelecer as conexões, compreender as diferenças e integrar o conhecimento.E um
tempopara assimilação
e
acomodaçãode
novaspniticas em
suas estruturas mentais,no
linguajarpiagetiano.
Para Garcia (1989) a educação experimentou nos
ultimos
setenta anos uma série detansformações ou desenvolvimentos que têm atingido desde macrossistemas (como é
o
casodos sistemas escolares) até microssistemas (sala de aula).
Algumas
dessas transformaçõesresultam
de
ação
planejada
outras
de
simples modismos. Na ação planejada se incluem as experiências e pesquisas pedagógicas que surgemcomo altemativas de respostas a problemas e necessidades enfrentadas
por um
dado sistema.Já os
simples
modismos
são
constifuídos
pelas
adoçõesmais
ou
menos
"cegas..
deprocedimentos considerados inovadores,
na
maioria dos
casospara
justificar
o
atribúo
"renovada"
adicionando
o
vocábulo
educação,sem
que, se altere
frrndamentalmente oprocesso de ensino-aprendizagem e/ou seu produto.
As inovações pedagógicas apontadas por Ferretti (19g9) são:
a)
OrganizaçáoCurricular
-
do
ponto
de
vista da
estrutura
do
currículo,
temsigniÍicado
propor
organizações curriculares quepromovam a
integraçãode
conteúdos ouobjetivos.
Planejá-lo respeitandoos
limites
dasdisciplinas,
organizando-as, entretanto, em termos de suas "estrutuÍas fundamentais".b)
Métodose
Técnicas de Ensino-
os métodos e técnicasde
ensino constituem adimensão pedagógica
mais
afetada pelas tentativasde
produçãode
mudança educacional,senão
em
termos
qualitativos,
pelo
menos
quantitativamente.
Inovar,
em
termosmetodológicos signiflrca estruturar métodos de ensino que levem o aluno a
utilizar
habilidadesintelectuais,
a
exercitar
o
pensamentoreflexivo
na
solução
de
problemase
tomada
dedecisões.
Para Dewey (1979), as ações reflexivas são atitudes de consciência e responsabilidade, os quais levam professores a explorar, examinar, questionar crenças e práticas deles próprios e
de outros, sob a
luz
de diferentes prismas, como:Ensinar;
Pensar sobreo
quefoi
realizado;Descrever; Investigar as razões; Reenquadrar eventos baseado
emvários
trabalhos teóricos;Gerar múltiplos entendimentos;
Decidir
opróximo passo e Começar tudo outrayez.c)
Materiais
Instrucionais
e
Tecnologia Educacional
-
módulo
instrucional
éconsiderado
uma técnica bastante apropriadapaÍa
o
Desenvolvimento de Programas paÍa Competência porque prevêo
planejamento do uso de materiais variados para ensinare
sanardeficiências
específicas.
Inovar
tem
significado elaborar materiais instrucionais
quefavoreçam
o
ensino
individualizado.
Já,inovar
a
tecnologia
educacionalsignifica:
criarrecursos audio-visuais para
fins
educacionais e empregar a tecnologiaa
fim
detornar
maissignificativa à aprendizagem de conteúdo e o desenvolümento de habilidades intelectuais.
d)
Relação Professor-Aluno-
inovar
tem
significado,
a
disposiçãointencional
doprimeiro
para manter,com o
segundo, contatosque
se caracterizampela
cooperação, pelaestimulação
das
capacidades,pelo
desafio
à
participação
e
pela
atenção individualizada,contatos nos
qual
o
professoré identificado
comoo
facílitador
da aprendizageme
o
alunocomo sujeito desse processo.
e)
Avaliação Educacional-
inovarsignifica:
emprestar um caráter contínuo à coletade dados; diversificar as dimensões a serem avaliadas, bem como os instrumentos e técnicas a
serem empregados
e priülegar a
veriÍicação
do
domínio de
habilidades necessiírias àNo
Brasil,
são rarasas
propostasde
organizaçãocurricular que se
distanciem docurrículo tradicional.
A
Lei
9.394196de
20
de
dezembro,Diretrízes
e
Bases da EduoaçãoNacional
propõema
organizaçãocurriculaÍ em
termosde núcleo comum
(Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciências). Apresenta inovações e perspectivas que possibilitame facilitam a formulaçáo e a execução, capazes de assegurar a reversão do quadro crítico atual.
Assim,
as mudanças observadasno
ensino brasileiro, anível
pedagógico, referem-se mais à adoção e adaptaçáo de inovações produzidas em outros contextos do que à produção deinovações, embora esta não esteja de
todo
ausente.De
acordocom
Pedra (1997), entre asinovações
de
caráter pedagógicoocorrido
nosultimos
anos, observaram-se tanto as que sereferem o currículo como as que se referem os métodos de ensino e mesmo as que operam no
ârnbito da própria avaliação dos alunos, o interesse está menos nos seus efeitos sobre o aluno
como
indiüduo
do que as suas conseqüências sobre o grupo, seja em nível de sala deaulq
deunidade escolar, de sistema estadual ou mesmo nacional.
2.4. Conhecimentos e
Disciplinas
Observa-se
que muitas disciplinas
acadêmicase
alguns campos
da
cultura
sãoresultados de processos de sistematização recentes de conhecimentos práticos ou teóricos, que
reuniu elementos dispersos de distintas especialidades.
A
diüsão
de territórios entre as distintas ciências humanas é um exemplo de como, na organrzaçáodisciplinar
do coúecimento,
não
há
demarcações absolutas,pois há
mesmo aspectos comuns da geografia e da sociologia, ou também da história e da antropologia, tantoda perspectiva conceitual e/ou temática quanto de instrumentos analíticos.
A
filosofia
partilha alguns
de
seus temascentrais
com
diferentes disciplinas
dasciências humanas
e
com
outras das ciênciasda
natureza,.As
linguagens,por
suavez,
dosidiomas às artes,
têm
seus recortes temáticose
disciplinares em peÍmanente hansformação,além
do
que, em
um
mesmo
local
e
período,
convivem üsões
diferentes
ou
mesmodivergentes
sobre quais são
seustemas
centraisde
aprendizadoe
sobre
as forma
maisrecomendáveis para seu ensino.