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Motivação para a prática da natação: estudo comparativo entre praticantes nas vertentes de competição e lazer

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

Dissertação de Mestrado

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DA NATAÇÃO:

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PRATICANTES

NAS VERTENTES DE COMPETIÇÃO E LAZER

Autor: Ana Filipa Bessa Monteiro Costa e Silva

Orientador: Professor Doutor Paulo Alberto da Silva Pereira

Vila Real

2013

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP-ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos cursos de 2ºs Ciclos de Estudos em Ensino da UTAD, sob orientação do Prof. Dr. Paulo Alberto da Silva Pereira.

Ficha de catalogação

SILVA, ANA F. (2013). Motivação para a prática da Natação: Estudo Comparativo entre praticantes nas vertentes de competição e lazer. Vila Real: A. F. SILVA. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Orientador: Professor Doutor Paulo Alberto da Silva Pereira

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“O desporto valoriza socialmente o homem, proporciona uma melhoria do seu auto-conceito, e a aprendizagem de uma modalidade desportiva constitui uma das mais significativas experiências que o ser humano pode viver com o seu próprio corpo. O desporto pode ser algo de muito benéfico na vida de qualquer ser humano ajudando na sua educação e na sua formação pessoal.”

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Agradecimentos

Ao longo deste ano muitas foram as pessoas que contribuíram para que eu conseguisse superar esta etapa, impedindo que o desânimo e a desmotivação prevalecessem. Assim sendo, não poderia deixar de expressar o mais sincero obrigado:

- Ao Professor Doutor Paulo Pereira, pelas correções, comentários, palavras de incentivo e ensinamentos fornecidos, que permitiram que o desejo de fazer mais e melhor fosse cada vez maior.

- À minha mãe, por acreditar sempre no meu trabalho, pela paciência nos momentos mais difíceis e por todo o carinho que sempre me deu.

- À minha avó, pelo carinho e preocupação.

- Ao meu avô, que tanta falta me faz, mas que me guia todos os dias.

- Às minhas amigas do coração Joana Saúde, Mónica Queirós, Vera Lemos, Nádia Guimarães, Susana Carneiro e Joana Melo, por todos os bons e maus momentos que passamos juntas ao longo destes anos.

- Ao Rui Santos, por tudo e mais alguma coisa.

- A todos os meus treinadores, por desde muito cedo me terem incutido o gosto pela modalidade, nomeadamente ao Professor Doutor Ricardo Fernandes, por ao fim destes anos todos se mostrar disponível para partilhar comigo alguns dos seus estudos.

- Aos meus alunos da Matosinhosport, pela ajuda e motivação na realização deste estudo.

- Aos atletas do Leixões Sport Club, pela colaboração.

- Aos meus amigos, por compreenderem as minhas ausências mesmo nos momentos mais importantes.

- Aos meus colegas de trabalho, por cuidarem dos meus alunos na minha ausência.

- Aos que direta ou indirectamente contribuíram para que esta etapa terminasse com sucesso.

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Índice Geral

Agradecimentos ………... V

Índice Geral ………. VII Índice de Figuras ………...….. IX

Índice de Quadros ………... X

Resumo ………. XI

Abstract ……….... XII

Introdução ……… 1

Capítulo I – Revisão da Literatura ……… 3

1- Conceito de Motivação ……….. 5

2- Fontes de Motivação ……….. 7

3- Modelos Teóricos de Motivação em Contexto Desportivo ……… 9

3.1- Teoria da Realização de Necessidades ………... 9

3.2- Teoria Cognitiva de Motivação ……….. 11

3.2.1- Teoria da Atribuição ………... 11

3.3- Teoria Sociocognitiva de Motivação ……….. 12

3.3.1- Teoria da Auto-eficácia ………... 13

3.3.2- Teoria da Perceção da Competência ………... 14

3.3.3- Teoria dos Objetivos de Realização ……… 15

3.4- Modelo Integrado de Motivação no Desporto ……… 17

4 – Motivação para a Prática Desportiva ……… 20

5- A Prática da Natação ……….. 23

5.1- Fatores que Influenciam a Prática da Natação ……… 24

5.2- Motivação para a Prática da Natação ……….. 25

Capítulo II – Metodologia ……….. 29 1- Objetivos ……… 31 1.1- Objetivo Geral ………. 31 1.2- Objetivos Específicos ………. 31 2- Caracterização da Amostra ……… 32 3- Instrumento de Avaliação ……….. 33 4- Procedimentos ……… 34

(8)

4.1- Recolha de Dados ………... 34

4.2- Análise de Dados ……… 34

Capítulo III – Apresentação, Análise e Discussão de Resultados ………... 35

1- Motivos para a Prática da Natação ………. 37

1.1- Em função do género ……….. 38

1.2- Em função da faixa etária ………... 40

1.3- Em função do tipo de atividade ……….. 41

1.4- Em função do género e do tipo de atividade ………... 43

1.5- Em função da faixa etária e do tipo de atividade ……… 46

2- Análise Comparativa das dimensões do QMAD ………... 50

2.1- Em função do género ……….. 50

2.2- Em função da faixa etária ………... 51

2.3- Em função do tipo de atividade ……….. 51

2.4- Em função do género e do tipo de atividade ………... 52

2.5- Em função da faixa etária e do tipo de atividade ……… 53

3- Discussão dos Resultados ……….. 55

Capítulo IV – Conclusões ………... 59

Referências Bibliográficas ……….. 63

Anexos ……….. 73

(9)

Índice de Figuras

Fig.1- Variáveis Motivacionais (Vaquero, 2005) ………. 7

Fig.2- Principais fontes de motivação (adapt. de Afonso,1982. In: Sarmento e

Vasconcelos Raposo, 1982) ……….. 8

Fig.3- Esquema da Teoria da Realização das Necessidades (Weinberg e Goulg, 1995).. 10

Fig.4- Representação do Modelo Atribuicional de Weiner In: Fonseca, 1996) ………... 12

Fig.5- Modelo para o Desenvolvimento da Motivação para a Competição de Harter

(1978) (in:Fonseca, 1999) ………. 15

Fig.6- Modelo Integrado de Motivação no Desporto (adapt. de Weiss e Chaumeton,

(10)

Índice de Quadros

Quadro 1- Caracterização da amostra ………... 32

Quadro 2- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes de natação (n=91) ……… 37

Quadro 3- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes de natação em função do género ……….. 39

Quadro 4- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes de natação em função da faixa etária ………... 40

Quadro 5- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes de natação em função do tipo de atividade ……….. 42

Quadro 6- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes do sexo masculino em função do tipo de atividade ……….. 43

Quadro 7- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes do sexo feminino em função do tipo de atividade ……… 45

Quadro 8- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes mais novos em função do tipo de atividade ………. 47

Quadro 9- Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos

praticantes mais velhos em função do tipo de atividade ……… 48

Quadro 10- Análise comparativa das dimensões do QMAD em função do género …. 50

Quadro 11- Análise comparativa das dimensões do QMAD em função da faixa

etária ………... 51

Quadro 12- Análise comparativa das dimensões do QMAD em função do tipo de

atividade ………. 52

Quadro 13- Análise comparativa das dimensões do QMAD em função do género e

do tipo de atividade ……… 52

Quadro 14- Análise comparativa das dimensões do QMAD em função da faixa etária

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Resumo

Este estudo teve como objetivo identificar e comparar as motivações para a prática da natação nas vertentes de competição e lazer em função do género e da faixa etária. A amostra foi constituída por 91 praticantes de natação de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos. Os dados foram recolhidos através da aplicação do QMAD (Serpa e Frias, 1991) e tratados no SPSS 21.0, realizando-se uma análise descritiva e uma análise comparativa com o t-test. As dimensões motivacionais mais valorizadas para a prática da natação tanto de competição como de lazer foram o Desenvolvimento de Competências e a Forma Física, a menos valorizada foi o Estatuto. A comparação em função do género, faixa etária e tipo de atividade revelaram diferenças significativas.

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Abstract

The aim of this study was to identify and compare the motivations for the swimming practice in the areas of competition and leisure by gender and age group. The sample consisted of 91 swimmers of both sexes aged between 10 and 15 years. Data was collected using the Participation Motivation Questionnaire (QMAD – Serpa & Frias, 1991) and processed with SPSS 21.0, while a descriptive and a comparative analysis was performed with the t-test. The most valued motivational factors for the practice of swimming, both at the level of competition and of leisure, were the Skills Development and Physical Form, whereas the less valued was the Status. The comparison according to gender, age and type of activity showed significant differences.

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Introdução

As atividades desportivas podem ser consideradas um dos maiores fenómenos do nosso tempo e a sua prática representa uma importante fonte de valorização do ser humano e da sua qualidade de vida. Por esse motivo, o crescente envolvimento de indivíduos de todas as idades e de todos os sexos na prática desportiva é notório o que, segundo Serpa (1992), se torna necessário “ conhecer as razões pelas quais seleccionam determinadas actividades, nelas persistem e se lhes entregam com dada intensidade.”.

As razões e os motivos que os indivíduos apresentam para se envolverem na prática desportiva, são o ponto de partida, para entender as suas motivações e desta forma organizar e diferenciar a oferta desportiva.

Desta forma, a motivação constitui sem dúvida a variante da psicologia que mais investigações e discussões tem suscitado, sendo considerada por muitos autores a chave para qualquer ação humana.

O elevado número de jovens que inicia a prática desportiva, nomeadamente a Natação, faz com que esta seja considerada uma das mais populares e mais completas modalidades, de acordo com estudos realizados pela Federação Internacional de Natação (FINA), podendo ser praticada com diferentes objetivos (terapêuticos, recreativos e desportivos). Compreender e realçar a motivação para esta prática constitui um tópico de investigação extremamente importante para o seu desenvolvimento.

O início desta modalidade desportiva é normalmente entendida como um prazer, pois à medida que vai evoluindo, pode proporcionar várias emoções aos jovens que a praticam, uma vez que permite oportunidades de auto-expressão, de esforços em busca de objetivos e de auto-realização.

No entanto, torna-se relevante perceber os motivos que levam alguns destes jovens a praticar a modalidade com gosto alguns dias por semana, enquanto outros a praticam durante várias horas, vários dias e na maior parte dos casos com grande entusiasmo em treinos, estágios e competições.

Neste sentido, pretende-se com este estudo comparar e analisar os aspetos motivacionais para a prática desta modalidade, verificando as suas motivações e quais as suas

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principais diferenças, tendo em consideração as variáveis género, faixa etária e tipo de atividade (competição versus lazer/recreação).

Este estudo está dividido em quatro capítulos, que por sua vez se subdividem em diferentes pontos.

O capítulo I corresponde à revisão da literatura, relacionada com a temática em estudo “Motivação”, onde se procura desenvolver o seu conceito, identificar as suas fontes, abordar os mais importantes modelos teóricos de motivação em contexto desportivo, fazendo também referência a alguns estudos já publicados sobre o tema.

O capítulo II centra-se na metodologia, onde são identificados os objetivos e as variáveis deste estudo, caraterizada a amostra e o instrumento, bem como descritos os procedimentos utilizados na recolha e análise dos dados.

A apresentação, análise e discussão dos resultados encontram-se no capítulo III. A apresentação dos resultados vai ser de carater quantitativo, na qual se procederá a uma análise estatística, tendo em conta as variáveis em estudo. A discussão dos resultados vai ser feita com base na revisão da literatura anteriormente apresentada.

No capítulo IV serão apresentadas as principais conclusões retiradas deste estudo. Para finalizar são apresentadas as referências bibliográficas e os anexos.

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Capítulo I

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1- Conceito de Motivação

A motivação constitui sem dúvida a variante da psicologia que mais investigações e discussões tem suscitado, assumindo segundo muitos autores um papel preponderante em qualquer ação humana.

Segundo Serpa (1990), a psicologia do desporto, tem tido um papel fundamental no estudo dos aspetos motivacionais para a prática desportiva, quer a nível do desporto de competição bem como de recreação, tanto em jovens como em adultos.

Quando falamos de motivação, é necessário ter em conta que o motivo é a base do processo motivacional, tornando-se assim o elemento essencial para o despoletar da iniciativa e posterior manutenção da atividade realizada pelo indivíduo (Isler 2002, citado por Moreno, Dezan, Duarte & Schwartz, 2006).

Podemos assim afirmar, que a motivação é considerada um dos fatores psicológicos mais importantes tanto na aprendizagem como no rendimento, no âmbito das atividades físicas e desportivas (Mayor e Cantón 1995, citado por Pereira 2012). No entanto, é necessário ter em consideração que o conceito de motivação pode adquirir diferentes significados, variando de autor para autor.

Cratty (1984), defende que “motivação refere-se a fatores e a todo o processo que pode levar um individuo à realização de uma ação ou ficar inerte nas diferentes situações”, ou seja, os motivos que levam o individuo a fazer algo ou a desempenhar uma tarefa com mais empenho do que outra.

Na opinião de Fontaine (1988,1990), o conceito de motivação caracteriza-se por ser multifacetado, uma vez que abrange vários fatores.

A motivação pode também ser considerada como meio de estudo, de forma a analisar e explicar os motivos que geram certas ações, perceber porque variam e o tempo que duram (Brito,1994). Neste mesmo ano, Banyard & Hayes, defendem que motivação se refere aos fatores que orientam os seres vivos em geral para uma determinada ação ou inércia.

Para Weinberg e Gould (1995), a motivação é o conceito geral utilizado para compreender o complexo processo que coordena e dirige a direção e a intensidade do esforço dos indivíduos.

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Arends (1995) refere que a motivação é algo abstrato. Não sendo uma variável observável torna-se difícil de definir, logo só pode ser deduzida através dos comportamentos dos indivíduos.

De acordo com Siger (1984) e Halliwell (1981), citado por Cruz J. (1996), “o estudo da motivação no desporto procura responder, a várias questões que começam com um “porquê”.” Destas questões, resultam três componentes: direção – que está relacionada com a escolha de determinada atividade desportiva; intensidade – direcionada para a energia que o atleta emprega na prática dessa modalidade; persistência – que se relaciona com a continuidade ou não da modalidade em questão. A estas três componentes, Dosil (2008), acrescenta a dimensão de resultado, isto é, as conclusões que podem ser tiradas com a observação dos resultados obtidos com a prática dessa modalidade.

Já Samulski (2002), menciona motivação como um conjunto de fatores que determinam a forma como o individuo dirige o seu comportamento num determinado objetivo.

Como referem Lazaro & Santos (2002), a motivação é o processo que desperta e sustenta a ação/exercício, sendo invocada frequentemente de forma a justificar as variações nos determinados comportamentos.

Fernandes (2004), afirma “que para melhor compreender o comportamento desportivo dos indivíduos e para mais corretamente e eficazmente intervir, é necessário conhecer as razões pelas quais selecionam determinadas atividades e nelas persistem”, ou seja, este autor defende que a motivação são as variáveis que direcionam o comportamento dos indivíduos, fomentando a participação e persistência numa determinada modalidade.

Recentemente, Dosil (2008), define motivação como uma “ variável psicológica que move o individuo face à realização, orientação, manutenção ou abandono de uma atividade física ou desporto”.

Em suma, o conceito de motivação pode ser entendido “como o processo que ativa, direciona e mantém o comportamento dos indivíduos” (Pereira, 2012).

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2- Fontes de Motivação

Os fenómenos motivacionais integram um conjunto de fatores biológicos, emocionais, cognitivos e sociais, que relacionados entre si dão origem ao comportamento final, ao qual se dá o nome de conduta observável (Castuera, 2004). Todos estes fatores têm influência nas três componentes da motivação, anteriormente referidas, direção, intensidade e persistência, que por sua vez interagem entre eles aumentando ou diminuído o comportamento do individuo em relação à prática de determinada modalidade.

A estes fenómenos, Vaquero (2005), dá o nome de variáveis motivacionais, relacionando-as entre si, associando-as às terminologias de motivação intrínseca e motivação extrínseca (Fig.1).

Fig.1- Variáveis Motivacionais (Vaquero, 2005)

De acordo com vários autores, as fontes de motivação podem ser caraterizadas como intrínsecas e extrínsecas (Fig.2), sendo ambas consideradas de muita importância na adesão dos indivíduos à prática das atividades físicas e desportivas.

As motivações intrínsecas (internas ou primárias), caraterizam-se por possuírem aspetos essencialmente fisiológicos, derivando de reforços internos, estando dependente apenas do interesse na própria atividade (ex.: prazer sentido na atividade; satisfação interior).

Nas motivações extrínsecas (externas ou secundárias), encontramos aspetos essencialmente psicossociais, que derivam da inserção/integração do meio social, sendo as necessidades do individuo satisfeitas por acontecimentos externos (ex.: prémios e/ou classificações).

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Fig.2- Principais fontes de motivação (adaptado de Afonso,1982. in: Sarmento e Vasconcelos Raposo, 1982)

Para Brito (1996), as fontes motivacionais são fatores que vão influenciar a forma como os indivíduos se envolvem numa determinada atividade. De salientar, que a maior parte desses indivíduos praticam atividades físicas e desportivas, principalmente devido a motivações intrínsecas, o que nos remete para o facto de as motivações extrínsecas assumirem uma menor importância no envolvimento desses indivíduos nas práticas físicas e desportivas (Weiss e Chaumeton, 1992).

Segundo alguns estudos, torna-se importante referir que a inclusão de recompensas extrínsecas pode provocar uma diminuição da motivação intrínseca, principalmente se esta é elevada. Contudo, quando os níveis de motivação intrínseca estão reduzidos, a inclusão de recompensas externas podem ajudar a motivar os indivíduos nessas mesmas atividades (Cantón, Pallarés, Mayor e Tortosa, 1995).

Cardoso (1998) defende que a motivação depende essencialmente de características como personalidade, aspirações, incentivos, idade, sexo, fenómenos éticos, culturais e sociais. Citando Carron (1980), refere também que “é necessário saber o que é mais importante, quais os fatores que influenciam decisivamente os níveis de motivação e qual a melhor maneira de interrelacionar e usar estes conhecimentos”.

Em suma, a motivação pode ser determinada por uma interação cognitiva que o indivíduo faz de diferentes situações, em função de um leque de fatores individuais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Tornando-se esta associação responsável pela motivação para a prática de atividades físicas e desportivas.

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3- Modelos Teóricos de Motivação em Contexto Desportivo

Muitos são os que procuram entender como se gera a motivação, ou seja, muitas têm sido as teorias propostas para explicar o que motiva o ser humano para as atividades físicas e desportivas. São estas teorias que permitem “construir um conhecimento e compreender como e porquê, as pessoas se podem motivar ou não, adotar e/ou manter um exercício físico”(Biddle e Nigg, 2000).

Segundo Fonseca (1995), estas teorias possuem um papel fundamental, na medida em que o conhecimento das razões pelas quais jovens e adultos iniciam/mantêm a prática desportiva pode aumentar os níveis motivacionais evitando o seu abandono.

Ao longo dos tempos, tem-se tentado estabelecer uma “teoria certa”, que explique este complexo processo que é a motivação, no entanto, não tem sido fácil pois segundo alguns autores a aderência a uma atividade física desportiva é determinada por fatores individuais, sociais e cognitivos que se relacionam entre si

De acordo com Castuera (2004), “as teorias de motivação podem apresentar-se como um contínuo desde o mecanicista até ao cognitivo”, isto é, há teorias em que o indivíduo é caraterizado como um sujeito passivo que sofre a influência do meio (mecanicista) e outras que atribuem ao indivíduo um papel ativo nas decisões tomadas.

Por sua vez Vaquera (2005), interpreta cada uma das perspetivas teóricas, como motivos que levam o indivíduo a praticar certa atividade física desportiva. Embora defenda que cada teoria explica apena uma dimensão, todas elas se complementam, tendo a mesma importância na compreensão da motivação do ser humano.

Assim sendo, de seguida são apresentadas algumas das teorias consideradas mais importantes no contexto desportivo.

3.1- Teoria da Realização de Necessidades

Esta é considerada por alguns autores a primeira teoria da motivação. Foi inicialmente formulada em 1938 por Murray, sofrendo algumas alterações ao longo das décadas por Mc

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Clelland e Atkinson. Centra-se numa visão internacional, considerando os fatores pessoais e situacionais importantes no comportamento do ser humano.

Em 1995, Weinberg e Gould adaptam esta teoria para contextos desportivos, passando a ser constituída por cinco componentes: fatores de personalidade, fatores situacionais, tendências resultantes, reações emocionais e comportamentos de realização.

Fig.3- Esquema da Teoria da Realização das Necessidades (Weinberg e Gould, 1995)

Analisando a Teoria da Realização das Necessidades proposta por Weinberg e Gould (Fig.3), pode-se verificar que segundo aos fatores de personalidade, qualquer indivíduo apresenta dois motivos de realização: a motivação para alcançar o sucesso e a motivação para evitar o fracasso. Os que dão mais importância às suas capacidades apresentam uma motivação mais elevada, quando comparados aos que se focam em pensamentos de fracasso, ou seja, enquanto uns se orientam de forma a atingir o sucesso, outros tentam evitar o fracasso. Contudo, o comportamento do indivíduo é determinado pelo equilíbrio entre estes dois motivos.

Quanto aos fatores situacionais são apontados como pontos importantes: a probabilidade de sucesso, relacionada com a dificuldade da tarefa ou o nível do adversário, e o valor de incentivo do sucesso, que se relaciona com o valor dado ao desafio.

No que diz respeito às tendências resultantes, podem ser encontradas duas situações: indivíduos motivados e orientados para o sucesso, que aceitam competições com adversários de nível semelhante, e indivíduos pouco motivados e orientados para evitar o fracasso, que preferem situações onde o sucesso é garantido ou situações de extrema dificuldade, que torna o sucesso quase impossível, desculpando o fracasso.

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Nas reações emocionais, verifica-se que em ambos os casos os indivíduos procuram o sucesso e evitam a vergonha causada pelo fracasso. No entanto, segundo os autores, os indivíduos mais motivados dão ênfase ao orgulho pelo sucesso, enquanto os menos motivados dão ênfase à vergonha pelo fracasso.

O comportamento de realização permite entender a forma como as componentes anteriores se relacionam entre si influenciando o comportamento. Em suma, indivíduos orientados para o sucesso procuram situações de realização, desafios e melhoria do rendimento. Os indivíduos orientados para evitar o fracasso evitam situações de realização, desafios e apresentam fraco rendimento.

3.2- Teoria Cognitiva de Motivação

O modelo cognitivo defende que “ aquilo que pensamos se alicerça no que sentimos e determina o que fazemos” (Fonseca, 1996), isto é, o comportamento do indivíduo está diretamente associada as suas crenças e cognições.

De acordo com Roberts (1993), este modelo tem servido nos últimos anos de base teórica a diversos estudos uma vez que apresenta como principal objetivo “ estudar o modo como os humanos adquirem, representam e utilizam o conhecimento”.

A teoria da atribuição faz parte deste modelo, sendo considerada por muitos a mais significativa.

3.2.1- Teoria da Atribuição

Podem ser encontradas diversas teorias da atribuição, contudo no que diz respeito às atividades físicas e desportivas os investigadores têm dado especial atenção ao modelo atribucional da motivação de Weiner. Este autor refere que os responsáveis pela qualidade da motivação são os processos cognitivos e “ todas as causas indicadas pelos indivíduos para os seus resultados podem ser considerados a partir da análise das suas propriedades dimensionais” (citado in: Fonseca, 1999).

São três as dimensões bipolares que explicam o sucesso ou o fracasso dos indivíduos em qualquer participação desportiva (Fig.4):

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- Locus de casualidade: refere-se à localização das causas do seu resultado (internas ou externas) e relaciona-se com sentimentos de autoestima;

- Estabilidade: refere-se à natureza temporal em causa, ou seja, se permanecem constantes ou não ao longo do tempo (estáveis ou instáveis) e está diretamente relacionada com as expetativas de êxitos ou fracassos futuros;

- Controlabilidade: tem em conta o grau de controlo sobre uma causa e se são ou não passiveis de serem modificados pelo próprio indivíduo (controláveis ou incontroláveis) e está associada as emoções e sentimentos pessoais.

Fig.4- Representação do modelo atribuicional de Weiner (in: Fonseca, 1996)

Estas três dimensões foram corroboradas por várias investigações, no entanto, segundo Fonseca (1996) e Faria (1997) é necessário referir que se as atribuições estão diretamente relacionadas com a forma como o resultado é obtido, então também a idade, o sexo e as competências percebidas podem justificar algumas diferenças encontradas. Assim sendo, embora esta teoria tenha resolvido algumas das questões relacionadas com os processos de motivação, não deu resposta a todas elas. Posto isto, a principal limitação da teoria atribuicional é a dificuldade em generalizar os resultados obtidos.

3.3- Teoria Sociocognitiva de Motivação

Este modelo foi desenvolvido em 1980 por Albert Bandura, com intuito de explicar o comportamento humano. Segundo ele, a perspetiva sociocognitiva apresenta uma interação recíproca entre a conduta (ações e comportamentos), os fatores internos (eventos cognitivos, afetivos e biológicos) e os fatores externos (circunstâncias ou variáveis do meio ambiente).

De acordo com esta teoria, os indivíduos criam, modificam e destroem conforme a sua vontade. Este torna-se emissor e recetor das situações que se produzem, ao mesmo tempo

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essas situações determinam os seus pensamentos, emoções e futuros comportamentos, uma vez que existe uma interação bidirecional entre a conduta, os fatores internos e os fatores externos. Neste sentido, “o comportamento humano é resultado de uma constante interação entre o homem e o meio que se denomina reciprocidade triádica” (Azzy e Polydoro,1996).

Contudo, é importante referir que a influência destes três conjuntos de fatores no comportamento humano é dinâmica e relativa, uma vez que varia de indivíduo para individuo e sob diferentes circunstâncias.

Segundo Fonseca (1998), os modelos sociocognitivos são neste momento os que têm suscitado mais interesse no que diz respeito às atividades físicas e desportivas.

Das teorias desenvolvidas no âmbito deste modelo, as que mais se evidenciam no contexto desportivo são: a teoria da auto-eficácia, a teoria da competência percebida e a teoria dos objectivos de realização.

3.3.1- Teoria da Auto-eficácia

Esta teoria desenvolvida por Bandura (1986), defende que auto-eficácia trata-se dos julgamentos que cada individuo faz relativamente às suas capacidades de organização e execução de linhas de ação, que levam à obtenção de determinados resultados, ou seja, não diz respeito às capacidades que cada individuo possui, mas sim à forma como vê essas capacidades e o que poderá fazer com elas.

De acordo com Cruz e Viana (1996), a forma como os indivíduos se relacionam com a atividade física, isto é, o esforço despendido e a persistência numa determinada tarefa, pode ser influenciada pela forma como se avaliam as suas capacidades. Estas são avaliadas tendo em conta quatro pontos fundamentais:

- experiências pessoais anteriores (quanto mais experiências positivas possuir o individuo, maiores as suas expectativas de eficácia);

- observação de modelos (observar o sucesso e a ultrapassagem com êxito das dificuldades e obstáculos por parte de outros indivíduos, favorece e promove o aumento das suas expectativas);

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- Estado fisiológico e/ou emocional (situações de stress e ansiedade permitem ao individuo avaliar as suas capacidades e vulnerabilidades).

No entanto, as experiências pessoais anteriores são consideradas as mais importantes a nível do rendimento desportivo.

Esta teoria tem sido utilizada com sucesso no âmbito das actividades físicas e desportivas, pois ajuda a explicar alguns dos comportamentos humanos como a iniciação, a aderência, as atitudes e a motivação pela prática desportiva (Escari, 2002).

Em suma, o individuo deve acreditar nas suas capacidades de execução e reagir de acordo com as consequências do seu comportamento, ou seja, as expectativas positivas do individuo em relação ao seu comportamento devem compensar as expectativas negativas.

3.3.2- Teoria da Perceção da Competência

“Os indivíduos motivam-se, não apenas pela acção das «drives» ou instintos, mas principalmente devido à sua procura de se sentirem competentes através de uma interacção com o seu envolvimento” (White, 1959. In: Fonseca, 1999). Segundo este autor, as várias tentativas realizadas pelos sujeitos resultam em sucesso, no entanto, sabe-se que isto não corresponde à realidade, porque muitas situações resultam em insucesso.

Em 1978, Harter desenvolve um modelo teórico onde procura explicar o motivo pelo qual os indivíduos se sentem motivados para as actividades físicas e desportivas, resolvendo assim algumas lacunas deixadas por White.

Para Harter, a competência percebida é um motivo multidimensional que orienta o individuo para diferentes domínios: cognitivo, social e físico.

De acordo com Fonseca (1999), esta teoria engloba situações de sucesso e insucesso uma vez que a perceção da competência pode desempenhar um papel fundamental na motivação para a prática das atividades físicas e desportivas, bem como para o seu abandono.

Tendo em conta a figura 5, pode-se verificar que quando o individuo é bem-sucedido numa determinada tarefa, torna-se intrinsecamente mais motivado. Em contrapartida, quando o individuo não é bem-sucedido, a perceção de incompetência e o desagrado sentidos levam a

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uma diminuição de envolvimento na tarefa (Weiss e Chaumeton, 1992), ou seja, uma perceção de competência elevada dá origem a uma motivação superior.

Fig.5: Modelo para o desenvolvimento da motivação para a competição de Harter (1978) (in: Fonseca, 1999)

Faria (1998), acrescenta que indivíduos mais motivados “são também mais capazes de utilizarem de forma eficaz as suas capacidades intelectuais”, no entanto, não se pode pensar na competência como algo que se possui, mas sim como algo que se pode utilizar em benefício próprio.

Talvez seja por isso que Harter (citada por Weiss e Chaumeton,1992) refira que esta teoria tenha desempenhado um papel fundamental em estudos sobre motivação, nas últimas décadas.

3.3.3- Teoria dos Objectivos de Realização

A teoria dos objectivos de realização tem vindo a ganhar força, nos últimos anos, junto dos investigadores em estudos sobre a motivação para a prática das atividades físicas e

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desportivas em crianças e jovens (Duda e Hall, 2001), dado que parte do pressuposto que o sucesso e o fracasso são estados psicológicos (Roberts, 1992) que só podem ser entendidos quando se compreender o que os indivíduos pretendem alcançar com os seus comportamentos. O que para um individuo é sucesso, para outro pode ser considerado fracasso.

Muitos têm sido os estudos realizados a este nível, tendo por base as teorias de diferentes autores (Nicholls, 1984, 1992; Duda, 1992; Roberts, 1992; Treasure, 2001), no entanto, todos eles concordam que existem duas orientações possíveis (embora com diferentes nomenclaturas) a ter em conta nas situações de realização: uma centrada na tarefa ou na aprendizagem e outra mais focada na mestria e no rendimento.

Nicholls (1984) denomina estas duas perspectivas como envolvimento para a tarefa e envolvimento para o ego, sendo estes os termos que vão ser utilizados ao longo deste texto, umas vez que são os mais relevantes no estudo dos objetivos de realização nas atividades físicas e desportivas.

Os indivíduos orientados para a tarefa avaliam o sucesso em função da sua melhoria pessoal, preocupam-se em desenvolver novas competências de forma a melhorar o processo de aprendizagem, aumentando assim o desempenho nas tarefas realizadas. Em situações de equipa, ajudam-se mutuamente e acreditam que cada elemento é parte fundamental do sucesso da mesma.

No caso dos indivíduos que se orientam para o ego, a sua competência é avaliada tendo em conta os outros com os quais interagem, isto é, têm uma preocupação constante em demonstrar capacidade superior em relação aos outros. Quando em equipa, os indivíduos que têm maior capacidade recebem mais atenção e reconhecimento, havendo assim competição entre elementos do mesmo grupo.

Fonseca (1999), nos seus estudos chegou à conclusão que um individuo orientado para a tarefa possui maior índice de persistência e satisfação nas atividades relacionadas com o processo desportivo, bem como demonstra elevada perceção da competência. Em contrapartida, os orientados para o ego apresentam menor satisfação e empenho nas tarefas, demonstrando pouca confiança nas suas capacidades e por consequência baixo nível de competência percebida.

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3.4- Modelo Integrado de Motivação no Desporto

Este modelo surge em 1992 por Weiss e Chaumeton, numa tentativa de “introduzir algum consenso na compreensão das orientações motivacionais no desporto” (Pereira,1997) e integrar as várias perspetivas teóricas da motivação.

De acordo com Cruz (1996), este modelo faz a ligação entre a orientação motivacional (ponto de partida) e o comportamento motivado (resultado final), tendo em conta ao longo de todo o processo de desenvolvimento a influência de factores individuais (maturidade cognitiva; maturidade física; sexo; importância dada ao sucesso) e de factores contextuais (estrutura de recompensas; estilo de treino e liderança; tipo de desporto; factores socioculturais).

A partir da análise da figura que se segue (Fig.:6), é possível verificar que a orientação motivacional pode ser distinguida como: intrínseca ou de mestria (orientada para o processo de participação em atividades físicas e desportivas, estando relacionada com o desenvolvimento de competências, a afiliação, a aptidão física e/ou divertimento); extrínseca ou de resultado (orientada para o resultado da participação em atividades físicas e desportivas, ou seja, reconhecimento e estatuto social, vitórias e/ou recompensas).

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Os indivíduos que adotam uma orientação intrínseca ou de mestria escolhem atividades desafiadoras e de elevado nível de dificuldade, assumindo o compromisso de trabalhar o mais e melhor possível de forma a alcançar os objetivos pretendidos. Por outro lado, os que adotam uma orientação extrínseca ou de resultado, preferem atividades de superação muito fácil ou muito difícil, de forma a garantirem a demonstração de altos níveis de habilidade ou evitar demonstração de falta das mesmas (Cruz, 1996; Pereira, 1997).

Como já foi referido anteriormente, o mesmo resultado (sucesso ou fracasso), pode ser entendido de diferente forma dependendo da orientação motivacional do individuo. Assim sendo, os indivíduos que se orientam para a mestria interpretam o resultado da performance como uma auto-comparação com a intenção de melhorar os próprios rendimentos, independentemente da vitória ou da derrota. Por sua vez, os que se orientam para o resultado definem o sucesso e o fracasso tendo em conta o resultado obtido, dando bastante importância à posição alcançada, ou seja, para estes a vitória e a derrota está diretamente relacionada com o seu nível de competência.

Quando se fala em crianças e jovens é necessário ter em conta a quantidade, a qualidade e por quem são emitidos os feedbacks (pais e colegas), uma vez que desempenham um papel fundamental na motivação e no envolvimento em atividades físicas e desportivas, contribuindo para a definição da sua orientação motivacional.

De acordo com Pereira (1997), “ os indivíduos desenvolvem um determinado sistema de recompensas e objectivos” tendo em conta a sua orientação motivacional e a interpretação que fazem tanto dos feedbacks como dos resultados obtidos. Assim sendo, o indivíduo orientado para a mestria define o sucesso baseando-se na melhoria das suas capacidades e no reforço dado por pessoas próximas e importantes, desenvolvendo um sistema de recompensas e objetivos sustentado em critérios internos. Todavia, os que se orientam para o resultado, definem o sucesso com base na comparação com os outros, sofrendo um reforço positivo apenas se houver êxito, criando assim um sistema de recompensas e objetivos fundamentado essencialmente em critérios externos.

No que diz respeito às perceções de competência e controlo, o mesmo autor, refere que estão diretamente relacionadas com a história pessoal de sucessos e fracassos, bem como com os feedbacks recebidos. Posto isto e de acordo com Weiss e Chaumeton (1992), as perceções de competência e o controlo são mais elevadas nos indivíduos orientados para a mestria e mais baixos nos que se orientam para o resultado.

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Quando ao afeto, pode-se dizer que juntamente com as reações emocionais, contribui para a manutenção ou para o aumento da motivação e das futuras tentativas de mestria (reações emocionais positivas), no entanto, pode ter o efeito contrário, atenuando a motivação em tentativas futuras (reações emocionais negativas).

Resumindo, para Weiss e Chaumeton (1992), o Modelo integrado de motivação no desporto corresponde “ à demostração da persistência ou comportamento de adesão ao desporto” (Cruz, 1996), ao que se dá o nome de “desenvolvimento psicológico” (Cruz, 1996). Ainda de acordo com Cruz (1996), “Os indivíduos orientados para a mestria sentem prazer e sentem-se bem-sucedidos na concretização de objetivos pessoais, terão maior probabilidade de persistirem e continuarem na prática e/ou competição desportiva. Contrariamente, os indivíduos mais orientados para o resultado, que fracassam na competição com os outros e que têm menores perceções de capacidade pessoal, possivelmente estarão mais predispostos para desistirem e abandonar a atividade física e práticas desportivas”.

Embora este modelo pretenda reunir consensos em torno da compreensão das orientações motivacionais no desporto, para Raposo (1993) ainda não consegue relacionar adequadamente os factores biológicos com os sociais e culturais.

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4- Motivação para a Prática de Atividades Físicas e Desportivas

Muitos têm sido os estudos realizados sobre motivação ao longo destes últimos anos. Como já foi referido anteriormente, esta é uma das áreas que mais interesse suscita ao nível da psicologia do desporto.

No que diz respeito às motivações que conduzem os indivíduos à prática de atividades físicas e desportivas, as investigações existentes apontam para uma multiciplidade de motivos, nomeadamente: divertimento, aspetos sociais e desenvolvimento de habilidades (Biddle, 1998).

O primeiro grande estudo ao nível da motivação foi desenvolvido em 1978 por Sapp e Haubenstricker, com 579 rapazes e 471 raparigas de idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos, praticantes de 11 modalidades desportivas. De acordo com os resultados obtidos, 90% dos indivíduos participava nas atividades por divertimento, 80% para evoluir tecnicamente e apenas 56% se preocupavam com aspetos ligados à saúde.

Posteriormente, Fry, McClements e Sefton (1981), junto de jovens praticantes de hóquei no gelo, verificaram que 98% procuravam diversão, 87% queriam ser bons praticantes, 68% tencionavam fazer novas amizades, 61% gostariam de ganhar troféus e 54% referiram a importância do exercício físico e de viajar.

Num estudo elaborado em 720 rapazes e 418 raparigas praticantes de diferentes modalidades, com idades entre os 8 e os 18 anos, Gill et al. (1983), pretendiam identificar os fatores para adesão a uma determinada atividade desportiva. Os motivos mais referidos foram: divertimento, aprender e/ou melhorar competências, desafio e ser fisicamente saudável.

Aprender novas competências, adquirir forma física, melhorar as competências, divertimento, estar em forma, gosto pelo desafio, prazer no uso dos equipamentos e competir ao mais alto nível, foram os motivos mais valorizados num estudo realizado por Klint e Weiss (1987).

Cruz et al. (1988), desenvolveram um estudo em praticantes de andebol, que nomearam como principais motivos o desenvolvimento das capacidades técnicas, a manutenção e/ou promoção da saúde/forma física, o divertimento e a descarga de energia.

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Os motivos apontados por 175 jovens, com idades entre os 10 e os 15 anos, para se envolverem numa atividade desportiva, num estudo feito por Serpa (1992) foram: estar em boa condição física, trabalhar em equipa, aprender novas técnicas, espírito de equipa, fazer exercício, manter a forma, atingir um nível desportivo mais elevado, melhorar as capacidades técnicas e fazer novas amizades.

Cid (2002) elaborou um estudo em 110 indivíduos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos, obtendo como motivos mais importantes manter a forma, estar em boa condição física, prazer e divertimento.

No estudo realizado por Machado et al. (2005) no Brasil, com 102 adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária dos 14 aos 17 anos, verificou-se que os fatores motivacionais que mais contribuíram para a prática desportiva foram: o divertimento e a saúde.

Numa investigação desenvolvida por Ullrich-French (2006), com 1719 jogadores de futebol, com idades entre os 12 e os 19 anos, de ambos os sexos, o autor concluiu que estes sentem maior motivação para a prática desportiva se existir bom relacionamento e aceitação pelos pares e/ou pelos pais.

Como se pode verificar muitos são os motivos que conduzem para a prática de atividades físicas e desportivas, no entanto, torna-se necessário referir que “descrever os motivos não fornece informação suficiente para os distinguir em função de características diferenciadas da população” (in: Motricidade V8, 2012), isto é, existem determinadas características que são importantes para os agentes desportivos e que podem condicionar diretamente as motivações para a prática de atividades físicas e desportivas, nomeadamente o género e a idade.

Fonseca (1995) defende que as características sexuais dos indivíduos influenciam os seus rendimentos, perceções e preferências no que diz respeito aos motivos para a prática de atividade física e desportiva, tornando-se por isso um dos temas que mais tem interessado aos investigadores.

Segundo ele, as raparigas valorizam mais motivos relacionados com a amizade e afiliação, dando menos importância à competição, ao estatuto e ao reconhecimento diferenciando-as dos rapazes. No entanto, quando se trata de motivos relacionados com a aprendizagem ou melhoramento das capacidades ainda existem algumas dúvidas, pois embora existam estudos que corroboram esta diferença, existem outros que dizem exactamente o

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contrário. Machado et al. (2005) referem que os resultados obtidos, no estudo supra mencionado, diferenciaram de acordo com o sexo do individuo. Os indivíduos do sexo masculino deram mais importância à saúde, enquanto o sexo feminino valorizou o divertimento.

A idade é outra das variáveis que pode influenciar os motivos para a prática de atividades físicas e desportivas, no entanto, a literatura existente ainda não é muito clara, como vais ser possível verificar nos estudos apresentados em seguida.

Fonseca e Fontaínhas (1993) estudaram 50 indivíduos e identificaram diferenças significativas de acordo com a idade. Os mais novos atribuíram maior valor a fatores relacionados com o estatuto, grupo, libertação de energia, divertimento e amigos.

Posteriormente, Rebelo e Mota (1994), num estudo em natação, referem que os praticantes mais novos valorizam bastante o facto de poderem fazer amigos, ultrapassar desafios e divertirem-se.

Fernandes (2001) encontrou diferenças bastantes acentuadas num estudo realizado com nadadores de diferentes idades, onde os mais novos valorizaram significativamente a afiliação geral e específica. Por sua via, num estudo desenvolvido por Fonseca, Freitas e Frade (1998), com 183 jogadores de futebol, concluíram que os mais velhos deram maior importância a motivos relacionados com a afiliação geral e os mais novos à afiliação específica.

Afonso, Fernandes, Soares e Fonseca (2001), num estudo com 60 praticantes de aeróbica, entre os 12 e os 51 anos, verificaram que as mais novas (˂ 19 anos) deram mais importância a motivos relacionados com a forma física e o prazer.

Recentemente, Balbinotti, Barbosa, Juchern, Balbinotti & Saldenha (2007), desenvolveram um estudo com 428 adolescentes do sexo masculino, concluindo que os motivos relacionados com o prazer, não sofrem alterações significativas ao longo da adolescência.

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5- A Prática da Natação

Estudos revelam que a cada ano que passa aumenta significativamente o número de praticantes de atividade física e desportiva. Muitos são os fatores que levam o individuo a procurar atividade física regular, nomeadamente: melhor qualidade de vida; prazer na realização de uma atividade; maior interacção social ou até mesmo como estatuto.

Atualmente as atividades físicas e desportivas direcionadas para crianças e jovens têm ganho maior projecção. De acordo com Weinberg e Gould (2001), existem no mundo aproximadamente 25 milhões de crianças e jovens que praticam pelo menos uma modalidade desportiva. Estudos relacionados com a temática apontam aspectos bastantes significativos em relação ao fator motivacional e a prática regular da natação.

A natação é uma modalidade desportiva que pode ser praticada por pessoas de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias, independentemente dos seus objetivos (recreativos, desportivos e/ou terapêuticos).

Para Macedo, Merida, Massetto et al (2007), a natação é uma das modalidades mais completas, que para além de todos os aspectos positivos que apresenta, pode também influenciar o desenvolvimento da personalidade do individuo.

Catteau e Garoff (1990) citados por Baggini (2008) defendem que nadar é praticar atividade física na água, coordenando acções de equilíbrio, respiração e propulsão, que por sua vez, vai atuar de forma a melhorar esses três elementos.

Já para Rossi et al (2009), a natação é considerada uma das atividades físicas e desportivas mais completas, porque desenvolve simetricamente o corpo, a força, aumenta a capacidade cardiorrespiratória e estimula a circulação.

Segundo Depelseneer (1989) e Damasceno (1997) citados por Silva, Coqueiro e Barbosa (2009) a prática da natação combina o prazer da prática desportiva com os benefícios para uma melhor qualidade de vida. Damasceno (1997) refere ainda que a prática regular da natação desenvolve com maior ou menor intensidade todas as partes do corpo, atuando na sua totalidade e juntamente com os benefícios cognitivos promove o desenvolvimento saudável e eficaz do individuo.

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5.1- Fatores que Influenciam a Prática da Natação

Por diferentes motivos, o ser humano tem aumentado o seu contato com o meio aquático, meio este capaz de proporcionar diversas sensações, tendo em conta vivências anteriores.

Esta aproximação à água reflecte diferentes interesses, nomeadamente: a aquisição de novas aprendizagens; a melhoria da performance; o condicionamento físico e/ou a simples vertente lúdica da modalidade.

Todos os aspetos anteriormente descritos podem promover a motivação para a adesão à prática da natação, no entanto, o interesse de atingir um determinado objectivo não é suficiente para manter um nível de motivacional elevado, outros são os fatores a ter em consideração neste processo.

Para Machado (1997), a natação é uma das modalidades mais praticadas e a procura da mesma depende de diversos fatores:

- Ambiente: o clube e as escolas de natação devem ser espaços atrativos, proporcionando ao atleta/aluno prazer em estar no local, mesmo fora dos horários de treino/aulas;

- Treinador/Professor: apresenta um papel fundamental na motivação para a prática da modalidade. Tem que saber que o ser humano se orienta de acordo com diferentes tendências, desejos e objetivos, sendo por vezes necessário modificar e adaptar estratégias para se obter o sucesso. Por ser uma modalidade cíclica, a natação torna-se por vezes uma atividade monótona, cabendo ao treinador/professor usar formas de motivar os atletas/alunos, intensificando a prática da modalidade, bem como a sua performance;

- Material utilizado: Todo o material parece ser pouco para motivar tanto os alunos como os pais. “Assim quadros, figuras, cartazes, músicas, desenhos, pranchas, uniformes, toucas, reuniões, festas, passeios, competições e prémios, tudo para estimular os alunos alimentando assim a sua motivação inicial” (Machado,1997 citado por Gomes, 2009);

- Influência dos pais: têm o papel fundamental na motivação dos filhos quando

se trata da prática de atividade física e desportiva, podendo influenciar tanto positivamente como negativamente a performance dos mesmos;

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- Influência dos amigos: a amizade, a socialização, a interação e a integração

são pontos fundamentais na prática de qualquer modalidade. Proporciona aos indivíduos novas experiências, vivências, princípios e respeito, promovendo a motivação, a auto-estima e a permanência na atividade;

- Saúde: a natação é uma das modalidades mais saudáveis e completas que existem. Quase não apresenta contra-indicações, uma vez que não tem qualquer tipo de impacto para os membros e as articulações (exceto na vertente competitiva) e por vezes é também utilizada como meio de tratamento de diversas patologias.

- Competição: é uma excelente fonte de motivação na prática desportiva, pois leva o individuo a ter desejo de ganhar e obter bons resultados, permitindo também que vivencie não só momentos de sucesso mas também de fracasso.

5.2- Motivação para a Prática da Natação

A natação é uma modalidade que coloca alguns problemas e/ou desafios ao professor/treinador no momento de desenvolver um método de trabalho de forma a motivar os seus alunos/atletas, uma vez que o individuo se encontra isolado, tendo dificuldade em ver e ouvir o que o rodeia e está impedido de falar com alguém enquanto nada (Hannula, 1994). É uma atividade física e desportiva que na vertente competitiva, obriga o atleta a uma dedicação acima da média, devido ao número de horas semanais de treino e por vezes bidiários.

Para Cruz (1996), os professores/treinadores e o modo como interagem com os seus alunos/atletas são um fator primordial para que as suas práticas desportivas sejam consideradas um sucesso ou um fracasso, dado que assumem o papel principal no que diz respeito à qualidade da experiência desportiva, nomeadamente pela sua influência direta nas perceções de competência, nas reações afectivas e na motivação dos atletas. Assim sendo, torna-se fundamental um conhecimento aprofundado de todos os motivos que levam o individuo à prática desta modalidade.

Gould, Feltz, Weiss e Petlichkoff (1982), estudaram os motivos que levaram 365 jovens para a prática da natação e concluíram que as principais razões são: o divertimento, a forma física, a melhoria de competências, o espírito de equipa e o desafio. Como menos importantes identificaram: agradar aos pais/amigos, acalmar a tensão, ser popular e viajar. No entanto, é necessário referir que deteteram diferenças significativas entre o género e a idade.

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Os mais jovens dão maior valor a fatores de realização/estatuto, viajar, agradar pais/amigos e ocupar o tempo livre quando comparados com os mais velhos. No que diz respeito ao género, o sexo feminino dá mais importância à amizade e ao divertimento que os indivíduos do sexo masculino.

Em 1985, Gould juntamente com os seus colaboradores, realizou um novo estudo com 175 nadadores de diferentes idades e obteve como motivos menos significativos: as viagens, o agradar a pais/amigos e o gasto de energias. Quanto aos mais importantes foram referidos motivos como: o prazer, o desenvolvimento das técnicas, o espírito de equipa e o desafio. O grupo mais jovem (8-11anos) apresenta como motivos mais importantes o estatuto/realização, agradar a pais/amigos, estar ocupado, gostar do treinador e da piscina. Todavia, estes motivos perdem valor à medida que aumenta a idade (15-19anos) dando lugar ao desenvolvimento de competências, o bem-estar, a técnica e o desafio.

Segundo Brondkin e Weiss (1990), num estudo realizado com o objetivo de identificar as diferenças dos motivos para a prática da natação de acordo com a idade, concluiu que os indivíduos mais velhos dão menos importância à competição em comparação com os mais novos, dando mais valor ao estatuto social. O divertimento é também considerado importante nas crianças e nos adultos, enquanto os adolescentes preferem a influência da família e dos amigos.

Sousa (1996) realizou um estudo com nadadores portugueses, dividindo a amostra de acordo com os escalões de competição e o género. Identificou a afiliação geral, a forma física e a competição como os motivos mais valorizados. Todavia, para o sexo feminino, motivos relacionados com a afiliação específica são mais importantes do que para o sexo masculino. Nos escalões de competição, os juvenis referem a importância da manutenção/melhoria da forma física, afiliação geral e desenvolvimento de competências técnicas, contrariamente aos juniores que dão mais ênfase à afiliação geral e os seniores à competição e manutenção/melhoria da forma física.

Utilizando o QMAD de Serpa e Frias (1990), Fernandes (1997), realizou um estudo com o intuito de identificar a possível existência de diferenças motivacionais entre nadadores de diferentes escalões (pré-juniores e juniores/seniores). Concluiu que motivos como a afiliação geral, forma física, afiliação específica/equipa eram os mais valorizados pelo escalão pré-júnior. Por sua vez para os nadadores juniores e seniores a forma física, a afiliação geral,

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as emoções e a competição eram os mais significativos. A tentativa de aquisição ou demonstração de estatuto são os menos valorizados por ambos os grupos.

Num estudo elaborado por Fonseca et al. (1998), com o objectivo de identificar os principais motivos que levaram nadadores de clubes da região norte de Portugal à prática da natação de competição, concluíram que os motivos relacionados com as competências físico-desportivas (forma física e desenvolvimento técnico), competição e afiliação (geral e especifica/equipa), foram os mais valorizados. Os que se referem à realização (estatuto, emoções, prazer e ocupação dos tempos livres) foram os menos valorizados no que diz respeito à vertente competitiva.

Em suma, ao analisar os estudos supra apresentados é possível concluir que os motivos para a prática da natação variam conforme o género e a faixa etária, no entanto, a forma física, o desenvolvimento técnico, a competição e a afiliação (geral e especifica) ganham destaque.

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Capítulo II

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31 Ao longo do capítulo anterior, foi possível verificar o papel fundamental da motivação no que diz respeito à prática de atividade física e desportiva. Muitos são os estudos realizados nesta área. No entanto, não são muito numerosos os relacionados com a natação.

A grande parte dos estudos no âmbito da natação centram-se na sua vertente competitiva, sendo quase inexistentes investigações na vertente lazer, e as que existem foram realizadas na população adulta.

Desta forma, pretende-se com este estudo analisar as motivações para a prática da natação, em ambas as vertentes (competição e lazer), comparando-as e identificando as suas principais diferenças.

1- Objetivo do Estudo

1.1- Objetivo Geral

O presente estudo tem como objetivo geral conhecer, analisar e comparar as motivações para a prática da natação nas vertentes de competição e lazer, bem como identificar as suas principais diferenças.

1.2- Objetivos Específicos

- Identificar os motivos para a prática da natação em função do género, faixa etária e

tipo de atividade;

- Analisar as principais diferenças nos motivos para a prática de natação em função do género, faixa etária e tipo de atividade;

- Verificar as principais diferenças nos motivos para a prática de natação de competição e lazer em função do género e da faixa etária.

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32

2- Amostra

Participaram neste estudo 91 praticantes de natação, dos quais 45 eram do sexo masculino (49,5%) e 46 do sexo feminino (50,5%). Estes praticantes tinham idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos, sendo a média de idades de 12,29 (±1,42) e foram divididos em duas faixas etárias: mais novos 10-12anos (56%) e mais velhos 13-15anos (44%). Destes 44 são praticantes de natação de competição do Leixões Sport Clube (48,4%) e os restantes 47 integram as escolas de natação da Matosinhosport (51,6%).

Quadro 1 Caracterização da amostra

VARIÁVEIS INDEPENDENTES n %

Atividade Competição 44 48,4

Lazer 47 51,6

Género Masculino 45 49,5

Feminino 46 50,5

Faixa Etária Mais Novos Mais Velhos (10-12anos) 51 56

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33

3- Instrumento

Com o intuito de avaliar os fatores motivacionais para a prática de natação, utilizamos como instrumento de trabalho o PMQ (Participation Motivation Questionnair), originalmente desenvolvido por Gill, Gross e Hunddleston (1983), traduzido e adaptado para a língua portuguesa por Serpa e Frias (1991), passando a ser denominado por QMAD (Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas).

O questionário é constituído por 30 itens, a cada um deles corresponde um motivo para a participação em atividades físicas. Estes encontram-se agrupados em 8 dimensões motivacionais (Fonseca,1995; Fonseca e Maia,1996):

- Estatuto (ex.: ganhar; viajar; ser conhecido);

- Emoções (ex.: descarregar energias; ter emoções fortes; libertar tensão); - Prazer (ex.: divertimento);

- Competição (ex.: entrar em competição; ultrapassar desafios); - Forma Física (ex.: manter a forma; fazer exercício);

- Desenvolvimento Técnico (ex.: Desenvolvimento de competências; aprender novas técnicas; atingir um nível desportivo mais elevado);

- Afiliação Geral (ex.: estar com os amigos; fazer novas amizades; pertencer a um grupo);

- Afiliação Especifica (ex.: trabalhar em equipa, influência da família ou de amigos; influência dos treinadores).

Cada item pode ser avaliado numa escala de 1 a 5, conforme a importância que tem para o individuo (1- nada importante; 2- pouco importante; 3- importante; 4- muito importante; 5- totalmente importante).

Relativamente às características psicométricas, o alpha de Cronbach encontra-se nos 0,75 apresentando uma consistência interna razoável.

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34

4- Procedimentos

4.1- Recolha de Dados

Após a apresentação dos objetivos do estudo, a obtenção da autorização por parte das instituições (Leixões Sport Clube e Matosinhosport) e o consentimento dos atletas/alunos, foram aplicados os questionários. Estes foram distribuídos e recolhidos logo que preenchidos, no início do treino/aula de forma a evitar a possível desatenção provocada pelo cansaço.

Foram lidas as instruções, com o intuito de colmatar alguma dúvida existente por parte dos indivíduos, sendo também garantida a confidencialidade das respostas, bem como reforçado o facto de não existirem respostas certas ou erradas, pedindo-se o máximo de sinceridade no preenchimento do questionário.

O preenchimento do questionário, salvo algumas exceções, decorreu com normalidade, não sendo registadas grandes dificuldades.

4.2- Análise de Dados

Os dados obtidos foram tratados no SPSS 21.0 (Statistical Package for the Social Sciences), realizando-se uma análise descritiva, tendo sido calculadas frequências, percentagens, médias e desvios-padrão.

O t-test foi utilizado de forma a comparar as diferentes variáveis (tipo de atividade; género; idade), sendo o coeficiente de significância utilizado de p≤0.05.

(47)

Capítulo III

Apresentação, Análise e

Discussão dos Resultados

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1- Motivos para a Prática da Natação

No quadro que se segue é possível observar os valores médios obtidos pelos praticantes de natação na sua globalidade, no que diz respeito aos itens do QMAD.

Quadro 2

Valores médios e desvios padrão obtidos nos itens do QMAD pelos praticantes de natação (n=91)

ITENS MÉDIA (M) DESVIO PADRÃO

(DP) Nº ORDEM ES TATU TO (5) Viajar (14) Receber prémios (19) Pretexto para sair de casa (21) Ter a sensação de ser importante (25) Ser conhecido

(28) Ser reconhecido e ter prestígio

2,54 2,88 2,36 2,60 2,52 2,72 ,62 1,03 1,22 1,01 1,11 1,02 28º 25º 30º 27º 29º 26º EMOÇ Õ ES (4) Descarregar energias (7) Ter emoções fortes (13) Libertar tensão 3,59 3,05 3,53 ,96 ,97 ,89 16º 24º 17º PRAZER

(16) Ter alguma coisa para fazer (29) Divertimento

(30) Prazer na utilização das instalações e material desportivo 3,46 4,19 3,66 ,93 ,85 ,94 21º 6º 15º CO MP ETI ÇÃ O (3) Ganhar

(12) Fazer alguma coisa em que se é bom (20) Entrar em competição (26) Ultrapassar desafios 3,17 4,04 3,47 3,81 ,97 ,81 ,04 ,87 23º 8º 20º 12º FOR MA FÍS IC A (6) Manter a forma (15) Fazer exercício (17) Ter ação

(24) Estar em boa condição física

4,31 4,28 3,47 4,48 ,72 ,69 ,85 ,56 4º 5º 19º 1º DESENVO LVI MENTO DE CO MP ETÊN CI AS

(1) Melhorar as capacidades técnicas (10) Aprender novas técnicas

(23) Atingir um nível desportivo mais elevado

4,48 4,43 4,11 ,62 ,63 ,77 2º 3º 7º AFILI ÃO G ERA

L (2) Estar com os amigos (11) Fazer novas amizades (22) Pertencer a um Grupo 3,79 3,79 3,42 ,90 ,91 1,01 13º 14º 22º

Referências

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