• Nenhum resultado encontrado

Avaliação dos impactos sociais de tecnologias agropecuárias. - Portal Embrapa

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação dos impactos sociais de tecnologias agropecuárias. - Portal Embrapa"

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

Avaliação dos impactos sociais

de tecnologias agropecuárias

Geraldo Stachetti Rodrigues

Este ca p ítu lo é c o m p o s to de duas seções, um a que tra ta da avaliação de im p a cto s segundo o m odelo, co m p o n e n te s e indicadores do A m b ite c -S o c ia l (RODRIGUES et al., 2 0 0 5 ) e a outra que apresenta as o rie n ta çõ e s gerais para a e stim ação dos em pregos gerados pelas te c n o lo g ia s E m brapa.

Introdução

A dim ensão social é parte indissociável das m etod o lo g ia s de­ se n vo lvid a s para avaliação de im p a cto s am bientais (A IA s), seja de p ro je to s de d e se n vo lvim e n to , program as ou políticas, seja de a tiv id a ­ des p ro d u tiv a s em e sta b e le cim e n to s rurais (RODRIGUES et al., 2 0 0 0 ;

RODRIGUES; C A M P A N H O LA , 2 0 0 3 ; RODRIGUES et al., 2 0 0 3 c ;

PAULINO et al., 2 0 0 3 ). A valiações de im p a cto são ta m b é m aplicadas a inovaçõe s te c n o ló g ic a s para in s tru ir o desenvo lvim e nto^ indicação, tra n sfe rê n cia e adoção te cn o ló g ica (RODRIGUES, 1 9 9 8 ; RODRIGUES et al., 2 0 0 2 ; RODRIGUES et al., 2 0 0 3 a ,b ; IRIAS et al., 2 0 0 4 a , b).

O o b je tiv o do presente te x to é apresentar um m é to d o para ava li­ ar os im p a c to s sociais de inovaçõe s te c n o ló g ic a s agropecuárias, ana­ lisando asp e cto s ligados a alterações na s a tisfa çã o de necessidades básicas e ao c o m p ro m e tim e n to com a m elhoria da qualidade de vida de pessoas vin cu la d a s às ativid a d e s rurais tra n s fo rm a d a s pela adoção de inovações te c n o ló g ica s. O sistem a de avaliação de im p a cto social de inovações te cn o ló g ica s agropecuárias (A m b ite c-S o cia l), apresen­ ta d o neste te x to , visa a auxiliar as in s titu iç õ e s de P&D agropecuários na avaliação dos projetos de pesquisa, bem co m o os p rodutore s rurais e os to m a d o re s de decisão na escolha de m elhores opções de práticas, fo rm a s de m anejo e te cn o lo g ia s v o lta d a s ao d e se n vo lvim e n ­ to sustentáve l de a tividade s rurais.

(2)

Sistema de avaliação de impacto social de

inovações tecnológicas agropecuárias (A m bitec-Social)1

O Sistem a de A va lia çã o de Im p a cto Social de In o va çõ e s

T ecnológica s A gropecu árias (A m b ite c-S o cia l) co n siste de um c o n ju n ­ to de planilhas e le trô n ica s que in te g ra m 14 indicadores da c o n trib u i­ ção de uma dada inovação te c n o ló g ic a agropecuária para o b e m -e s ta r social, no â m b ito de um e s ta b e le cim e n to rural.

Os resultados da avaliação p e rm ite m , ao p ro d u to r/a d m in is tra ­ dor, averiguar quais im p a cto s da te c n o lo g ia podem estar d e s c o n fo r- mes com seus o b je tivo s de bem -estar social. A o to m a d o r de d e c i­ sões, as avaliações perm ite m a indicação de m edidas de fo m e n to ou c o n tro le da adoção da te c n o lo g ia , segund o planos de d e s e n v o lv im e n ­ to local su ste n tá ve l, p roporcion am um a unidade de m edida o b je tiv a de im p a cto , a u xiliand o na q u a lific a ç ã o , seleção e tra n s fe rê n c ia de

te cn o lo g ia s agropecuárias.

Considerações metodológicas

A construção do sistem a A m bitec-S ocial baseia-se em um a exp e ri­ ência prévia de A IA aplicada a projetos de pesquisa no â m b ito institucional (RODRIGUES et al., 2 0 0 0 ), na qual foi selecionado e valida­ do um conjunto de indicadores direcionados à avaliação ex-ante da

contribuição de uma inovação tecnológ ica para o desem penho

am biental da atividade agropecuária. O conjunto de indicadores fo i orga­ nizado em um sistema de matrizes escalares (RODRIGUES, 1 9 9 8 ) para avaliação de im pacto ecológico (A m bitec-A gro), form ulado para a avalia­ ção ex-post de inovações tecnológicas adotadas pelos produtore s rurais ou disponíveis para transferência (IRIAS et al., 2 0 0 4 b ). Setores p ro d u ti­ vos variados foram enfocados na construção do sistem a, co m o a agri­ cultura em todas as suas aplicações, cuja base de avaliação de im p a cto s estende-se em área (A m bitec-A gricultura); a produção animal, com base de avaliação centrada em unidades anim ais (A m bitec-Produção A nim al);

e a agroin-dústria (A m bitec-A groindústria), com base de avaliação

direcionada ao estabelecim ento agroindu strial (IRIAS et al., 2 0 0 4 a ).

1 Capítulo baseado no d ocum ento elaborado pelo m esm o pesquisador ju n to com C layton C am panhola, Paulo Kitam ura, Luis José Maria Irias e Isis Rodrigues e publicado na série Boletim de Pesquisa e D ese n vo lvim e n to da Embrapa Meio Am biente (RODRIGUES, 2 00 5 ) - Disponível em:

(3)

Um a avaliação de im p a cto s com o A m b ite c-S o cia l envolve três etapas: a prim eira refere-se ao processo de le va n ta m e n to e coleta de dados gera is sobre a te cn o lo g ia , que inclui in fo rm a çõ e s sobre seu alcance (abrangência e in flu ê n cia ), a d e lim ita çã o da área g eográfica e o u n iv e rs o de a d o ta n te s da te cn o lo g ia (definindo-se a am ostra).

A segunda etapa tra ta da aplicação dos q uestion ários em e n tre v is ta s in d ivid u a is com os a d o ta n te s selecionados e da inserção dos dad o s sobre os indicadores de im p a cto em planilhas eletrônicas c o m p o n e n te s do sistem a (pla ta fo rm a MS-Excel®). Com isso, obtêm - se os re s u lta d o s q u a n tita tiv o s dos im p a cto s e os índices parciais e agregados de im p a cto social da te cn o lo g ia selecionada, expressos g ra fic a m e n te . No caso da aplicação do sistem a para a avaliação ex-

ante de p ro je to s , os questio n á rio s seriam d irigidos aos pesquisadores

da equipe e aos té c n ic o s da área social, podendo auxiliar, in clusive, os ava lia d o re s de p ro je to s no â m b ito in s titu c io n a l.

A te rc e ira etapa é de análise e in te rp re ta çã o desses índices e indicação de a lte rn a tiva s de m anejo e de te cn o lo g ia s que perm itam m in im iza r os im p a cto s n egativo s e po te n cia liza r os im p a cto s p o s iti­ vos, c o n trib u in d o para o d e se n vo lvim e n to local su ste n tá ve l.

O A m b ite c -S o c ia l co n siste de um c o n ju n to de 14 indicadores, e x p lic a tiv o s dos im p a cto s sociais re su lta n te s da adoção de uma dada inovação te c n o ló g ic a , aplicada a uma ativid a d e p ro d u tiv a , no â m bito de um e s ta b e le cim e n to rural. Esses indicadores são agrupados em quatro a sp e c to s de consideraçã o, quais sejam : i) Em prego, ii) Renda, iii) Saúde e iv) G estão e A d m in is tra ç ã o (Fig. 1).

A a plicação do sistem a A m b ite c e n vo lve um a e n tre v is ta /v is to ria conduzida pelo usuário do sistem a e aplicada ao ado ta n te /re sp o n sá - vel da a tiv id a d e rural m o d ifica d a pela inovação te c n o ló g ica . A e n tre ­ vista deve ser dirigida à obte n çã o do c o e fic ie n te de alteração do co m p o n e n te , para cada um dos indicadores de im p a cto , co n fo rm e avaliação do a d o ta n te /re sp o n sá ve l, e sp e cifica m e n te em conseqü ên­ cia da ap lica çã o da te cn o lo g ia à atividade , na situ a çã o vig e n te .

A inserção desses c o e ficie n te s de alteração do com p o n e n te , d ire ta m e n te nas m atrizes e se qüen cialm ente nas planilha s2, resulta na expressão a u to m á tic a do co e fic ie n te de im p a cto social da te cn o lo g ia , 2 As planilhas co m po n e ntes do Sistema A m bitec-S ocial podem ser obtidas em h ttp ://w w w .c n p m a .e m b ra p a .b r/

(4)

0 0 Especialização de curta duração Oficial regular Municipio Região especializado Técnico médio Técnico Superior Jornada de trabalho Registro Contribuição Previdenciária alimentação Auxilio transporte Auxilio saúde Uso de sistema contábil Modelo formal de planejamento Sistema de certificação I Rotulagem Propaganda/marca própria Encadeamento com produtos/atividades/ serviços anteriores Cooperação com outros produtores locais Destinação ou

tratamento final assessoria legal/ Utilização de vistoria

Capacitação contínua do gerente Empregados

(5)

p o n d e ra d a por fa to re s re la tivo s à escala da ocorrência da alteração e ao peso d o c o m p o n e n te na co m p o siçã o do indicado r. Os resultados fin a is da avaliação de im p a cto são expressos g ra fica m e n te na planilha A v a lia ç ã o de Im pactos S ociais da T ecnologia , após ponderação a u to ­ m á tica - pelos fa to re s de ponderação dados - dos c o e ficie n te s de alte ra çã o fo rn e cid o s pelo a d o ta n te /re sp o n sá ve l.

O p ro c e d im e n to de avaliação do sistem a A m b ite c-S o cia l co n sis­ te em s o lic ita r ao a d o ta n te /re sp o n sá ve l da te cn o lo g ia que indique a direção (aum enta, d im in u i, ou perm anece inalterado) dos c o e ficie n te s de a lte ra çã o dos c o m p o n e n te s (Tabela 1) para cada indicado r, em razão específica da aplicação da te cn o lo g ia à a tivid a d e e nas c o n d i­ ções de m anejo particu la re s à sua situação.

D urante a e n tre v is ta , o avaliado r in stru i e auxilia o a d o ta n te / responsáve l a e xp rim ir a situ a çã o observada para os d ife re n te s aspec­ to s e indicado re s de im p a cto s do sistem a e vis to ria o estab e le cim e n ­ to com o in tu ito de averiguar a qualidade das in fo rm a çõ e s. C om o o resultado da avaliação é to ta lm e n te dependente dos co e fic ie n te s de alteração dos co m p o n e n te s, um c e rto rigor deve ser e x e rcita d o em sua o b te n çã o . A su b je tivid a d e de avaliações baseadas em e n tre v is ­ ta s, co m o é o caso desse sistem a, pode ser reduzida, quando assim dem andar o o b je tiv o da avaliação, pela padronização dos c o e fic ie n ­ te s, de um lado, e de sua in te rp re ta çã o , de o u tro . A padronização da in te rp re ta ç ã o dos co e fic ie n te s se faz em duas etapas: prim eiro pela seleção e fo rm u la çã o o b je tiva dos co m p o n e n te s e indicadores; se­ gundo , pela clara d e lim ita çã o e d e fin içã o desses co m p o n e n te s no c o n te x to de adoção te cn o ló g ica .

Tabela 1. Efeitos da inovação tecnológica e coeficientes de alteração do componen­

te a serem inseridos nas células das matrizes de avaliação de impacto social da inovação tecnológica do sistema Ambitec-Social.

Efeito da tecnologia na atividade rural sob as condições de manejo específi­ cas da aplicação tecnológica

Coeficiente de alteração do componente

Grande aum ento no com p on ente + 3 M oderado a u m en to no com p on ente + 1 C om ponente inalterado 0 M oderada d im in u içã o no com p on ente - 1 Grande d im inu içã o no com p on ente - 3

(6)

A s m atrizes do sistem a incluem ainda fa to re s de ponderação, que se referem à im p o rtâ n cia do co m p o n e n te para a fo rm a çã o do in d ic a d o r e à escala geog rá fica de ocorrência da a lteração do c o m p o ­ n e n te . Os valores dos fa to re s de im p o rtâ n cia variam com o núm ero de c o m p o n e n te s que fo rm a m um d e term inad o in d ica d o r e som am um (1 ), c o n s titu in d o , p o rta n to , fa to re s de norm alização d e fin id o s no te s ­ te de sensibilidade (GIRARDIN et a l., 1 9 9 9 ). Enquanto fa to r de n o rm a ­ liza çã o , essas ponderações podem assum ir valores p o s itiv o s ou nega­ tiv o s , d e fin in d o a direção do im p a cto para o in d ica d o r, ou seja, se um a u m e n to do co m p o n e n te s ig n ifica um im p a cto fa v o rá v e l (soma de fa to re s = + 1 ) ou d eletério (soma de fa to re s = -1). Os valores de im p o rtâ n c ia dos co m p o n e n te s podem ser a lterados pelo usuário do s is te m a , para m elhor re fle tir qualquer situ a çã o específica na qual c e rto s co m p o n e n te s devam ser en fa tiza d o s, desde que o va lo r to ta l de to d o s os co m p o n e n te s seja igual à unidade (1).

A escala da ocorrência e x p lic ita o espaço g e o g rá fic o no qual se p ro ce ssa a alteração no co m p o n e n te do indicado r, c o n fo rm e a s itu a ­ ção específica de aplicação da te cn o lo g ia , e pode ser:

i. Pontual - Quando os efeitos da tecnologia no com ponente se re s trin g e m apenas ao ponto de sua ocorrência ou à unidade produtiva na qual esteja ocorrendo a alteração.

ii. Local - Quando os efeitos se fazem sentir externam ente a essa unidade produtiva, porém confinados aos lim ites do estabelecim ento em avaliação.

iii. No entorno - Q uando os e fe ito s se fazem se n tir além dos lim ite s do esta b e le cim e n to .

Duas particularidades da interação entre indicadores e as inova­ ções tecnológicas avaliadas são incluídas nas m atrizes de ponderação. Prim eiro, com o objetivo de diferenciar com ponentes inalterados (co e fi­ cie n te de alteração igual a zero) daqueles que porventura não sofram in flu ê n cia em geral da tecnologia avaliada, as m atrizes de ponderação incluem uma linha para indicação de "sem e fe ito ". Quando avaliados c o m o sem efeito (marcados com o X na linha de avaliação da m atriz de po n d e ra çã o ), recom enda-se que o peso do co m p o n e n te seja zerado e re d is trib u íd o para os o u tro s co m p o n e n te s do indicado r.

Uma segunda característica, válida para algum as das m atrizes, é a re striçã o da escala de ocorrência som ente no nível pontual. Isso é assim d e fin id o porque, para certos indicadores, pode não fazer sentido apontar um a escala de ocorrência e x te rio r ao e sta b e le cim e n to rural.

(7)

A ssim , de vid o à ca ra cte rística m u ito localizada de alguns c o m ­ p o n e n te s de indicado re s, algum as m atrizes lim ita m a escala de o c o r­ rência ao â m b ito p o n tu a l. Por e xem plo, co m o os indicadores do as­ p e c to renda dizem respeito e s p e cifica m e n te ao alcance da in o v a ç ã o te c n o ló g ic a im e d ia ta m e n te para a a tivid a d e a que se aplica, s o m e n te o â m b ito p o ntua l é considerad o. Já para os indicadores do a s p e c to saúde, é possível v e rific a r im p a cto s até o e n to rn o do e s ta b e le c im e n ­ to , em conseqü ência de alterações na a tivid a d e ; p o rta n to , a escala do e n to rn o é aplicável. Os fa to re s para ponderação da escala de o c o rrê n ­ cia são fix o s (Tabela 2), não podendo ser m o d ifica d o s pelo usuário do siste m a , e expressam um va lo r p ro p o rcio n a lm e n te m aior, q u and o a te c n o lo g ia afeta um espaço ou um am biente que e xtrapola os lim ite s do esta b e le cim e n to .

Finalmente, os indicadores são considerados em seu conjunto, para composição do índice de impacto social da inovação tecnológica agrope­ cuária. Com esse conjunto de fatores de ponderação, a escala padronizada no sistema Ambitec-Social varia entre -15 e + 1 5 , normalizada para todos os indicadores individualmente e para o índice geral de impacto social da te cnolog ia.

O cá lcu lo do c o e fic ie n te de im p a cto para cada indicado r é o b tid o pela expressão

m

Cia, = £ Aji * E j, * P ji,

j = i

em que Ciai = c o e fic ie n te de im p a cto do indicado r i; A = c o e fic ie n ­ te de alteração do co m p o n e n te j do indica dor i; E.. = fa to r de ponderação para escala de ocorrência espacial do co m p o n e n te j do indicado r i; P = fa to r de ponderação para im p o rtâ n cia do c o m p o n e n ­ te j na com p o siçã o do in d ica d o r i; m = núm ero de c o m p o n e n te s do indicado r i.

Tabela 2. Fator de ponderação m u ltip lic a tiv o relativo à escala da ocorrência do e fe ito da

tecnologia sobre o com ponente do indicador de im p acto social.

Escala de ocorrência Fator de ponderação

Pontual 1

Local 2

(8)

0 índice de im p a c to da inovação te c n o ló g ic a a g ro p e cu á ria é o b tid o pela expressão

m

liat = S i * C i a i * P i ,

em que lia t = índice de im p a c to da te c n o lo g ia t; Cia. = c o e fic ie n te de im p a c to do indicado r i; P = fa to r de ponderação para im p o rtâ n c ia do in d ica d o r i para co m p o siçã o do índice de im p a c to da te c n o lo g ia t; m = n úm ero de indicadores.

É im p o rta n te esclarecer que o m é to d o tra z c o m o n o rm a de a v a li­ ação a adequação te c n o ló g ic a defin id a co m o m in im iz a ç ã o de im p a c ­ to s n e g a tivo s, em quaisquer dos indicadores. A o c o n s id e ra r-s e que a im p o rtâ n cia de co m p o n e n te s e indicadores é re la tiva , a dep e n d e r de circ u n s tâ n c ia s particu la re s, a a m p litu d e dos re s u lta d o s (ou seja, o valor do índice) é de m enor s ig n ifica d o que sua d ire ç ã o (se p o s itiv o ou n e g a tivo ). M ais detalhes sobre o d e s e n v o lv im e n to m e to d o ló g ic o e consideraçõ es co n ce itu a is sobre o sistem a A m b ite c -A g ro e seus m ó ­ dulos podem ser o b tid o s em R odrigues et al. (2 0 0 2 , 2 0 0 3 a , b) e Irias et al. (2 0 0 4 a , b).

No te x to que segue, que descreve a c o n s tru ç ã o das m a trize s de ponderação para os indicadores do sistem a A m b ite c -S o c ia l, ap re se n ­ ta m -se e xem plos de resultados o b tid o s em um e s tu d o de c a m p o para va lid a çã o da m e to d o lo g ia , aplicada à Integração Tecnológica para

Produção Leiteira na Região de Votuporanga, no in te rio r do Estado de

São Paulo, um p ro je to de d e s e n v o lv im e n to te c n o ló g ic o le va d o a cabo pela Em brapa Pecuária S udeste (C A M A R G O , 1 9 9 9 ).

Aspectos e indicadores do sistema Am bitec-Social

O sistem a A m b ite c -S o c ia l apresenta um a h ie ra rq u ia na qual 4 asp e cto s (em prego, renda, saúde e gestão e a d m in is tra ç ã o ) são c o n s ­ titu íd o s de um to ta l de 14 indicadores, que por sua vez e n g lo b a m 7 9 co m p o n e n te s , que com preend em as variáveis v e rific a d a s de a co rd o com seus re sp e ctivo s co e fic ie n te s de alteração. A s s im , o sistem a c o n té m 4 planilhas para inserção de dados, que a g ru p a m 1 4 m atrizes de p o nde ra ção dos indicado re s, apresentadas a seguir.

(9)

A specto em prego

0 a s p e c to e m prego baseia-se na análise de qu a tro indicado re s: c a p a c ita ç ã o ; oportunid ade de emprego local qualificado; oferta de e m ­ prego e c o n d iç ã o do trabalhad or; e qualidade do em prego.

Indicador capacitação - A brange trê s tip o s de tre in a m e n to s passíveis

de serem a te n d id o s pelos residentes do e sta b e le cim e n to : tre in a m e n ­ to local de c u rta duração; especialização de cu rta duração; e cursos o fic ia is re g u la re s de ensino. A d ic io n a lm e n te , o indicado r pondera o nível em que se dá o tre in a m e n to , seja básico, té c n ic o ou sup e rio r. Os re s id e n te s no e sta b e le cim e n to considerad os nesse in d ica d o r são o re s p o n s á v e l/a d m in is tra d o r, os p a rceiros/m eeiro s e os em pregados p e rm a n e n te s, bem co m o os fam ilia re s perte n ce n te s a essas trê s c a te ­ gorias (Fig. 2).

iTabela de coeficientes de alteração da geração de emprego

Oportunidade de emprego local qualificado Fatores de ponderação k Sem Marcar ii efeito com X

Origem do trabalhador Qualificação para a atividade

Propriedade Local Município Região Braçal Bra'*al

especializado Técnico médio Técnico superior Avenguaçào fatores de ponderação S c Pontual 5 ? w 8 Local o Entorno 5 e de impacto = s de alteração ' fatores de ponderação) 0,25 0.6 1 3 0 0 0 3 0 0 0,15

Fig. 2. M atriz de ponderação para o indicador capacitação, no aspecto em prego do sistem a

A m bitec-S ocial.

N ota-se que o in d ica d o r ca p a cita çã o aplica-se apenas à escala de o co rrê n cia p o n tu a l, desde que leva em consideração os tre in a m e n ­ to s im e d ia ta m e n te relacionados com a adoção da inovação te c n o ­ lógica, no â m b ito da a tivid a d e à qual seja aplicada, tã o -s o m e n te . No exem plo a p re s e n ta d o , a inte g ra çã o te c n o ló g ic a para produção leiteira im plicou gra n d e a u m e n to na realização de tre in a m e n to s locais e de e specializa ção, to d o s em nível té c n ic o , resultando em um im p a c to p o s itiv o . A c o n s id e ra çã o de te r havido grande alteração refere-se ao fa to de to d o s os tra b a lh a d o re s terem p a rticip a d o dos tre in a m e n to s .

(10)

Recom enda-se q u a lific a r a alteração co m o grande ( + 3 ), sem pre qu e a alteração nos tre in a m e n to s e n vo lve r ao m enos m ais que 5 0 % dos trabalhad ores no período considerado.

Indicador oportunidade de emprego local qualificado - Pondera a origem

do trabalhador ocupado, proveniente da região, do local ou m unicípio ou da própria propriedade. A ponderação realiza-se sobre a porcentagem do pessoal ocupado na atividade à qual se aplica a inovação tecnológ ica. Os fatores de ponderação valorizam a origem local do trabalhador, por causa da opção pelo objetivo proposto para a avaliação do A m bitec- Social de contribuir para o desenvolvim ento local su ste n tá ve l. O indica­ dor pondera tam bém a qualificação exigida para o em prego proporciona­ do pela inovação tecnológica com o braçal, braçal especializado, té cn ico m édio e técnico de nível superior (Fig. 3).

| Tabela de coeficientes de alteração da geração de emprego

Oportunidade de emprego local

qualificado

Origem do trabalhador Qualificação para a atividade

Propriedade Local Município Regiào Braçal especializadoBraçal Tócnicomédio superiorTécnico

Avenguaçâo fatores de Fatores de ponderação k 0.25 0.2 0.15 0.1 0.025 0.05 0.1 0.125 1 Sem Marcar n efeito com X £ c Pontual 1 1 3 0 0 0 3 0 0 w | Local 2 Entorno 5 (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0,25 0.6 0 0 0 0,15 0 0 1

Fig. 3. M atriz de ponderação para o indicador oportunidade de em prego local qualificado,

no aspecto em prego do sistem a A m bite c-S ocial.

Os em pregos gerados co m o resultado da a doção da inte g ra çã o te cn o ló g ica para produção leiteira fo ra m to d o s de pessoal braçal especializado, com grande aum e n to (m aior que 5 0 % ) em tra b a lh a d o ­ res p rovenien tes do locàl e m oderado a u m e n to do n ú m e ro de tra b a ­ lhadores p ro ve n ie n te s do próprio e sta b e le cim e n to . T o d o s os e m p re ­ gos fo ra m dedicados a ativid a d e s ligadas d ire ta m e n te aos tra b a lh o s de lida com os anim ais e serviços relacionados, não im p lic a n d o o p o r­ tu n id a d e s para tra b a lh o s d iv e rs ific a d o s no e s ta b e le c im e n to (local), ou tra b a lh o s e xte rn o s (entorno), referindo-se, p o rta n to , à escala po n ­ tu a l apenas. Com essas ca ra cte rística s, o in d ica d o r re s u lto u em im ­ pa cto p o s itiv o igual a 1.

(11)

Indicador oferta de emprego e condição do trabalhador - A borda a

alteração na o fe rta q u a n tita tiv a de em prego por fo rça da adoção da inovação te c n o ló g ic a , segundo o tip o de re cru ta m e n to dem andado. C onsideram -se os regim es de tra b a lh o te m p o rá rio , perm anente, par- c e iro s/m e e iro s ou fam iliares, com um a escala de fa v o re c im e n to cres­ cente, em te rm o s de im p a cto social dessas fo rm a s de inserção dos tra b a lh a d o re s, de te m p o rá rio para perm anente, para parceiros/m eeiro s e fa m ilia re s , que se equiparam (Fig. 4).

Para o e xe m p lo dado, a adoção te cn o ló g ica resultou em grande fa v o re c im e n to da criação de em pregos perm anentes, além de moderada oferta de p o sto s de trabalho tem porários, todos estes dedicados so­ m ente aos tra b a lh o s na produção leiteira (pontual). Nenhum efeito ocor­ reu na o fe rta de emprego para parceiros/m eeiros, enquanto o recruta­ m ento de m em bros da família permaneceu inalterado. Esta configuração de o fe rta de e m p re g o resultou em im p a cto ta m b é m p o sitivo .

jTabela de coe ficie ntes de alteração da oferta de em prego

Oferta de emprego e condição do

trabalhador

Condição do trabalhador

Temporário Permanente Parceiro /

Meeiro Familiar Averiguação fatores de ponderação Fatores de ponderação k 0,1 0,2 0,35 0,3£ 1 Sem Marcar n efeito com X X 10 "o ™ c Pontual 1 1 3 C o t lj 8 Local 2 Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0,1 0,6 0 0 0,7

Fig. 4. M atriz de ponderação para o indicador oferta de em prego e condição do trabalhador, no aspecto em p reg o do sistem a A m bite c-S ocial.

Indicador qualidade do emprego - Refere-se a to d o s os trabalhad ores

do e s ta b e le c im e n to , engajados em conseqü ência da adoção da in o va ­ ção te c n o ló g ic a . O em prego é q u a lifica d o segundo os principais parâ­ m etros legais de atendim ento a condições básicas, com o idade mínima, jornada m á xim a de tra b a lh o , fo rm a lid a d e e auxílios e benefícios pre­ visto s pelas leis tra b a lh is ta s brasileiras (Fig. 5).

(12)

f l l |Tabela de coeficientes de alteração da qualidade do emprego

Qualidade do emprego

Legislação trabalhista Benefícios

Averiguação fatores de ponderação Prevenção Jornada de _____ . _

do trabalho trabalho R«,istro infantil <44h

Auxflio Auxilio Auxilio Auxilio moradia alimentação transporte saúde Fatores de ponderação k 0.2 0.2 0.2 0.2 0.05 0.05 0.05 0,05 1 Sem Marcar h efeito com X Q n ■o -2 JS c Pontual 1 s ? uj 8 Local 2 X -3 3 3 1 1 1 0 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0 -0,6 0,6 0,6 0,05 0,05 0,05 0 0,75

Fig. 5. M atriz de ponderação para o indicador qualidade do em prego, no aspecto em prego

do sistem a A m bitec-S ocial.

Os resultados o b tid o s na avaliação da inte g ra çã o te c n o ló g ic a para produção leiteira a ponta ra m não haver e fe ito q u a n to ao tra b a lh o in fa n til, que já não e xistia no e sta b e le cim e n to . Q uanto à jornada de tra b a lh o , a adoção te c n o ló g ic a causou grande a u m e n to nas horas exigidas de dedicação, im p lica n d o grande d im in u içã o do tra b a lh o com m enos de 4 4 horas sem anais, com im p a cto n e g a tiv o nesse c o m p o ­ nente. E n tre ta n to , os o u tro s em pregos gerados fo ra m regulares, com grande aum e n to (relativo) no núm ero de fu n c io n á rio s com re g istro em carteira e c o n trib u iç ã o p revidenciá ria , acom panh ados de m oderado aum e n to nos auxílios e stendid os aos tra b a lh a d o re s, com índice fin a l p o sitivo para o indicador.

Aspecto renda

O aspecto renda consiste de trê s indicadores, quais sejam: gera­ ção de renda do estabele cim e nto, diversidade de fo n te s de renda e valor da propriedade.

Indicador geração de renda - É condicion ado pela tendência dos

a trib u to s da renda (segurança, estabilidade, d istrib u içã o e m o n ta n te ), avaliados segundo e fe ito causado pela adoção da te cn o lo g ia e s tu d a ­ da. O a trib u to segurança refere-se à garantia de obtençã o da renda esperada, relativam ente à situação anterior à adoção te cn o ló g ica ; a estabilidade refere-se à d istrib u içã o tem poral ou sazonal da renda; a d istrib u içã o refere-se à partição da renda em salários pagos e o m on ta n te , ao to ta l da renda auferida no e stabele cim e nto, sob e fe ito da adoção te c n o ló g ic a (Fig. 6).

(13)

| Tabela de coeficientes de alteração na geração de renda Atributos da renda

Geração de renda

Segurança Estabilidade Distribuição Montante

Averiguação fatores de ponderação Fatores de ponderação k 0,25 0,25 0,25 0,25 1 Sem Marcar „ ” efeito com X m õ ■2 c Pontual 1 uj 8 Local 2 3 3 1 3 o Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0,75 0,75 0,25 0,75 2,5

Fig. 6. M atriz de ponderação para o indicador geração de renda, no aspecto renda do sistem a A m bitec-S ocial.

A integração te c n o ló g ic a para produção leiteira, no e sta b e le ci­ m e n to e xe m p lific a d o , tro u x e m elhorias em to d o s os co m p o n e n te s da renda do e sta b e le cim e n to , com grande alteração p o sitiva na seguran­ ça, e stabilida de e m o n ta n te recebido, após a adoção da te c n o lo g ia ; e um a m oderada m elhoria na d is trib u iç ã o da renda. C om o os a trib u to s da renda são relacionados d ire ta m e n te com a a tivid a d e fa vo re cid a pela tecnologia, som ente a escala pontual é considerada. O im pacto resultante da avaliação no exem plo dado tam bém m ostrou-se positivo.

Indicador diversidade de fontes de renda - Avalia as proporções de proce­

dência da renda fam iliar do responsável/adm inistrador e dos empregados permanentes, incluindo os parceiros e meeiros, nas situações anterior e posterior à adoção da tecnologia. Documenta-se a diversificação das ori­ gens da renda, com o aquelas ligadas às atividades agropecuárias e não agropecuárias no estabelecimento, à oportunidade de trabalho fora do estabelecimento, a ram ificações empresariais e a aplicações financeiras auferidas em conseqüência da adoção da inovação tecnológica agrope­ cuária. As diferentes origens da renda recebem ponderações variáveis, privilegiando-se aquelas fontes de renda favorecidas pela adoção da tecnologia no âm bito do estabelecimento (Fig. 7).

A inovação te c n o ló g ic a estudada não im p lico u qualquer a lte ra ­ ção nas fo n te s p re e xiste n te s de renda do e sta b e le cim e n to nem tro u ­ xe e fe ito em co m p o n e n te s antes in e x is te n te s , resu lta n d o em im p a cto nulo para esse indicado r, no exem plo apresentado.

Indicador valor da propriedade - A p o n ta se houve aum ento ou redu­

(14)

jT abela de c o e ficie n te s de a lteraçã o da d iversid ad e de fo n te s de renda

Variável de d ive rsifica çã o de fo n te s de renda

D iversidade de fo n te s de renda Agropecuária no estabelecim ento Não agropecuária no estabelecim ento Oportunidade de trabalho fora do estabelecim ento Ramificação empresarial Aplicações financeiras Averiguação fatores de ponderação F atores de ponderação k 0,25 0,25 0.15 0.2 0,15 1 n Sem Marcar efeito com X X X X S 2 J2 c Pontual 1 0 0 o t </> o UJ o Local 2 Entorno 5 Coeficiente de impacto (06*) = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0 0 0 0 0 0

Fig. 7. M atriz de ponderação para o indicador diversidade de fo n te s de renda, no aspecto

renda do sistem a A m bitec-S ocial.

causas locais ou causas externas ao e s ta b e le c im e n to . A s causas locais são representadas por in v e s tim e n to em b e n fe ito ria s , qualidade e conservação dos recursos n aturais, variações nos p re ço s de p ro d u ­ to s e serviços, c o n fo rm id a d e com a legislação e m e lh o ria s em infra- e stru tu ra e políticas públicas e trib u tá ria s (Fig. 8).

A integração te c n o ló g ic a para produção leiteira tro u x e grande aum ento das benfeitorias disponíveis no estabelecim ento, no caso, pela melhoria do plantei bovino e da infra-estrutura de pastagens intensivas irrigadas. A intensificação do aproveitam ento das pastagens resultou em moderada melhoria tam bém nos com ponentes de preço dos produ­ to s e na conservação dos recursos naturais, que por sua vez im plicou conform idade com a legislação. A adoção tecnológ ica não im plicou qualquer alteração na infra-estrutura externa à propriedade, resultando em um índice de im pacto positivo para o indicador.

jTabela de c o e ficie n te s de a lteraçã o d o v a lo r da pro pried a de

V ariável de v a lo r da pro pried a de

V alor da prop rie da d e Investim ento em

benfeitorias Conservação dos recursos naturais Preços de produtos e serviços Conformidade c/legislação Infraestrutura/ política tributária/ etc. Averiguação fatores de ponderação Fatores de pon de ra çã o k 0,25 0,25 0,2 0,15 0,15 1 Sem Marcar „ efeito com X - e « c Pontual 1 11 uj 8 Local 2 3 1 1 1 0 Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0,75 0,25 0,2 0,15 0 1,35

Fig. 8. M atriz de ponderação para o indicador valor da propriedade, no a s p e c to renda do

(15)

A specto saúde

O a s p e c to saúde tra z trê s indicadores para sua análise: saúde a m b ie n ta l e pessoal, segurança e saúde o cupacio nal e segurança a lim e n ta r.

Indicador saúde ambiental e pessoal - C onsidera alterações

a d vin d a s da a d o çã o te c n o ló g ic a na e xistê n cia de fo c o s de vetores de d o e n ça s e n d ê m ic a s , em issão de poluen tes - a tm o s fé ric o s , hídricos ou do solo - e (d ificu ld a d e de) acesso a esporte e lazer, com ponen tes que im p lic a m d ire çã o negativa para o im p a cto social (Fig. 9).

|Tabela de c o e ficie n te s de alteração da saúde

Variável de saúde ambiental e pessoal

Saúde ambiental e pessoal Focos de vetores de doenças endêmicas Emissão de poluentes atmosféricos Emissão de poluentes hídricos Geração de contaminantes do solo Dificuldade de acesso a esporte e lazer Averiguação fatores de ponderação Fatores de ponderação k -0,2 -0.2 -0.2 -0,2 -0,2 -1 Sem Marcar

»i efeito com X X

^ ü J2 c Pontual 1 3 iS 8

Local

2

-3 0 0 o Entomo 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 1,2 0 0 0 -0.6 0,6

Fig. 9. M atriz de ponderação para o indicador saúde am biental e pessoal, no aspecto saúde

do sistem a A m b ite c -S o c ia l.

A integração tecnológica para produção leiteira proporcionou uma grande redução nos problemas de infestação por carrapatos e moscas, resultando na redução dos fo co s de doenças endêm icas na escala de to d o o e stabele cim e nto (local). Nenhum efeito relativo a poluentes a t­ m osféricos fo i co nstatad o, enquanto não houve alterações na emissão de poluentes hídricos ou do solo. C ontudo, a grande restrição ao acesso a esportes e lazer, por causa do excesso de ocupação ligado à atividade, im plicou índice negativo para esse com ponente.

Indicador segurança e saúde ocupacional - R etrata a exposição

de tra b a lh a d o re s a periculosida de e a fa to re s de insalubridade, d e c o r­ rente da a d o çã o da te c n o lo g ia . A periculosida de e os fa to re s de insalubrida de são aqueles d e fin id o s na legislação tra b a lh is ta brasilei­

(16)

ra, consideran do to d a exposição com o um e fe ito p o te n cia lm e n te ne­ g a tiv o (Fig. 10).

|Tabela de coeficientes de alteração da variável de segurança ocupacional

Exposição a periculosidade e fatores de insalubridade

Segurança e saúde

ocupacional Penculosidade Ruído Vibração Calor / Frio Umidade Agentes

químicos Agentes biológicos Avenguaçào fatores de ponderação Fatores de ponderação k -0,3 -0.1 -0.1 -0.05 -0.05 -0.2 -0.2 -1 Sem Marcar n efeito com X X x> -2 « c Pontual 1 1 0 3 3 1 0 i3 8 Local 2 Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0 -0,1 0 -0,15 -0,15 -0.2 0 -0 .6

Fig. 10. M atriz de ponderação para o indicador segurança e saúde ocupacional, no aspecto

saúde do sistem a A m bitec-S ocial.

A integração te c n o ló g ic a para produção leiteira não im p lic o u e fe ito s nos fa to re s de periculosidade, a n te rio rm e n te in e x is te n te s na a tivid a d e . Um m oderado aum e n to na exposição a ruídos deveu-se à m áquina de ordenha, e n q u a n to a exposição aos e le m e n to s do clim a fo i grande e a agentes q uím icos, m oderada, por causa do a u m e n to no núm ero de anim ais e de pessoas ocupadas, im p lica n d o um índice n e g a tiv o de im p a cto para esse indicado r.

Indicador segurança alimentar - Busca e stim a r os im p a cto s da

te c n o lo g ia para garantia do acesso à a lim entação de qualidade, seja para aqueles e n vo lvid o s no processo p ro d u tiv o (em pregados e fa m ili­ ares), seja para a população em geral, representada pelos c o n s u m id o ­ res. Os co m p o n e n te s do in d ica d o r e nvolvem a gara n tia da p ro d u çã o e a quantidade de alim ento, que representam segurança de acesso diário (regularidade da oferta) ao alim ento em quantidade adequada (suficiên­ cia da oferta), além da qualidade nutricional do alim ento (Fig. 11).

C om a adoção da tecnologia, im portantes m elhorias foram obtidas em to d o s os com ponentes desse indicador, trazendo maior segurança na o fe rta , aum ento da produtividade e melhoria na qualidade do leite produzido. Como todos esses efeitos alcançam os consum idores, esses im pactos positivos devem ser considerados com o afetando o entorno, resultando em um índice positivo igual a 11 ,0 para o indicador.

(17)

|T a be la d e c o e fic ie n te s d e a lte ra ç ã o da s e g u ra n ç a a lim e n ta r V a riá ve l d e s e g u ra n ç a a lim e n ta r

S egurança

alim entar Garantia da produção Quantidade de alimento

Qualidade nutricional do alimento A veriguação fatores de ponderação F a to re s de p o n d e ra ç ã o k 0,3 0,3 0,4 1 Sem Marcar ii efeito com X 5 .2 SS c Pontual 1 5 t ,2 o Local m u 2 Entomo 5 3 3 1 C oeficiente de im pacto = (coeficientes de a lteração * fato re s de ponderação) 4,5 4,5 2 11

Fig. 11. M a triz de ponderação para o indicador segurança alim entar, no aspecto saúde do

sistem a A m bite c-S ocial.

Aspecto gestão e administração

0 a sp e cto gestão e a d m in istra çã o é fo rm a d o por qu a tro in d ic a ­ dores: d edicaçã o e perfil do responsável, con d içã o de c o m e rcia liza ­ ção, reciclagem de resíduos e relacio n a m e n to in s titu c io n a l.

Indicador dedicação e perfil do responsável - É c o n s titu íd o por v a riá ­

veis que co n te m p la m fa to re s e m ecanism os que fa c ilita m e a p rim o ­ ram o g e re n cia m e n to , co m o capacitaçã o dirigida para a a tiv id a d e à qual a te c n o lo g ia se aplica, horas de dedicação, engaja m e nto fa m ilia r nos negó cio s do e sta b e le cim e n to , uso de sistem a c o n tá b il, aplicação de m odelo fo rm a l de planeja m e nto e sistem a de c e rtific a ç ã o . T odos esses a trib u to s são considerad os p o s itiv o s em relação à capacida de gerencial do responsável pelo e sta b e le cim e n to (Fig. 12).

O eng a ja m e n to do p ro d u to r responsável pelo e sta b e le cim e n to aqui e x e m p lific a d o gerou um im p o rta n te im p a cto p o s itiv o da te c n o ­ logia e studad a. A inte g ra çã o te c n o ló g ic a para produção leiteira m e­ lhorou em grande m edida os co m p o n e n te s de capacitaçã o, horas dedicadas, aplicação de sistem a fo rm a l de co n ta b ilid a d e e m odelo form al de planeja m e nto, representa do por planilhas de c o n tro le de acesso a pastos, à irrigação, a adubações e a o u tro s tra to s c u ltu ra is e sanitários com os anim ais. O engaja m e nto fa m ilia r perm aneceu inal­ terado, pois já era prática a n te rio r à adoção te c n o ló g ica , e n q u a n to a im p la n ta çã o de um sistem a de c e rtific a ç ã o fo i considerada um a in ic i­ ativa valiosa para o m o m e n to de d e s e n vo lvim e n to do negócio, porém ainda não e fe tiva d a .

(18)

jTabela de co eficie n te s de alteração de va riá veis de dedicação e p erfil do responsável Variável de d edicação d o re sponsável

Dedicação e perfil do responsável Capacitação dirigida à atividade Horas de permanência no estabelecimento Engajamento familiar Uso de sistema contábil Modelo formal de planejamento Sistema de certificação Averiguação fatores de ponderação Fatores de ponderação k 0,2 0,2 0,15 0,15 0,15 0,15 1 Sem Marcar « efeito com X ■o -5 JS c Pontual 1 3 1 Új g Local 2 3 3 0 3 3 0 o Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0,6 0,6 0 0,45 0,45 0 2,1

Fig. 12. M atriz de ponderação para o indicador dedicação e perfil do responsável, no

aspecto gestão e adm inistração do sistem a A m bitec-S ocial.

Indicador condição de comercialização - Inclui os a trib u to s descri-

to re s da inclusão no m ercado, dos p ro d u to s o b tid o s pela a tivid a d e à qual se aplica a te cn o lo g ia em avaliação. Considera-se a realização de venda direta ou cooperada, processam ento e arm azenam ento local, transporte próprio, propaganda e marca própria, encadeam ento com produtos e atividades anteriores, além de cooperaçã o com ercial com o u tro s p rodutore s locais (Fig. 13).

jTabela de coeficientes de alteração da condlçào de comercialização

Variável de comercialização Condição de comercialização Venda direta/ antecipada/ cooperada Processamento local Armazena­ mento local Transporte próprio Propaganda/ Marca própria Encadeamento com produtos/ atividades/ serviços anteriores Cooperação com outros produtores locais Avenguaçáo fatores de ponderação Fatores de ponderação k 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,1 1 Sem Marcar ii efeito com X ■° •§ JS c Pontual 1 ,3 g Local 2 Entomo 5 Coeficiente de impacto * (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 3 0 3 1 0 0 0 0,45 0 0,45 0,15 0 0 0 1,05

Fig. 13. M atriz de ponderação para o indicador condição de com ercialização, no aspecto

gestão e adm inistração do sistem a A m bitec-S ocial.

A adoção da te cn o lo g ia m elhorou os c o m p o n e n te s de venda cooperada e o arm azenam ento local, com a instalação de um re sfria d o r, am bos com grande c o e fic ie n te de a lteração. H ouve m o d e ­ rada m elhoria no tra n s p o rte próprio, perm anece ndo inalterado s os

(19)

o u tro s co m p o n e n te s do indicado r, que apresentou índice de im p a cto p o s itiv o .

Indicador reciclagem de resíduos - A va lia a tom ada de m edidas de

reciclagem dos resíduos produzidos no e sta b e le cim e n to , em associa­ ção co m a adoção da inovação te c n o ló g ic a . T a n to os resíduos da p ro d u çã o q u a n to os resíduos d o m é stico s são considerados na c o m ­ posição do in d ica d o r e referem -se à coleta seletiva, ao reaprovei- ta m e n to , e a medidas de tra ta m e n to e disposição adequadas (Fig. 14).

|Tabela de coeficientes de alteração das medidas de reciclagem de resíduos

R e c ic la g e m de r e s íd u o s

Variável de tratamento de resíduos domésticos Variável de tramento de

resíduos da produção

Coleta seletiva Compostagem/

reaproveitamento Disposição sanitária Reaprovei­ tamento Destinaçáo ou tratamento final Averiguação fatores de ponderação Fatores de ponderação k 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1 Sem Marcar ii efeito com X X X 'o J2 c Pontual 1 0 0 0 ,2 8 Local 2 o Entorno 5 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de ponderação) 0 0 0 0 0 0

Fig. 14. M atriz de ponderação para o indicador reciclagem de resíduos, no aspecto gestão

e adm inistração do sistem a A m bitec-S ocial.

A adoção te cn o ló g ica não tro u x e qualquer e fe ito no tra ta m e n to dos resíduos d o m é stico s no e sta b e le cim e n to , não sendo procedida coleta seletiva ou a p ro v e ita m e n to , e n qua nto a disposição sanitária fic o u inalterada. Q uanto aos resíduos da produção, eles já eram re a p ro ve ita d o s a n te rio rm e n te à adoção te c n o ló g ic a , o que perm ane­ ceu inalterado , im plica n d o um índice nulo para esse indicador.

Indicador relacionamento institucional - T rata da ocorrência de a trib u ­

to s ca ra cte rístico s da capacidade in s titu c io n a l do esta b e le cim e n to a d o ta n te da te cn o lo g ia e do preparo p ro fissio n a liza n te do responsá­ vel e dos em pregados. O indicado r aborda a trib u to s de acesso à a ssistência té cn ica , ao a s so cia tivism o , à filia ç ã o te c n o ló g ic a e à as- sessoria le g a l/visto ria . T odos esses a trib u to s são considerados fa v o ­ ráveis à gestão e a d m in istra çã o do e sta b e le cim e n to (Fig. 15).

(20)

|Tabela de co eficie n te s de a lteraçã o de re la cio na m e nto in stitu cio n a l

Relacionamento institucional

V ariável de alcance in s titu cio n a l V ariável de capacitação co ntínua

Utilização de Filiação Utilização de assistência Coo ativism0 tecnológica assessor,a

técnica nominal legal/ vistoria

Gerente E"P «>sad° s especializados Averiguação fatores de ponderação F a to re s de pon de ra çã o k Sem Marcar _ ii efeito co m X ■3 « c Pontual 1 £ O Local 2 Entorno 5 0,2 0,2 0,15 0,15 0.15 0.15 1 3 1 3 3 3 3 Coeficiente de impacto = (coeficientes de alteração * fatores de POnderaÇâ°> 0.6 0,2 0,45 0,45 0,45 0,45 2,6

Fig. 1 5 . M atriz de ponderação para o indicador relacionam ento in stitu cio n a l, no aspecto

g e stão e adm inistração do sistem a A m bitec-S ocial.

T odos os c o m p o n e n te s desse indicado r fo ra m p o sitiva m e n te a lte ra d o s pela adoção te c n o ló g ic a , na m aioria dos casos com um g ra n d e c o e fic ie n te de alteração. Uma m oderada alteração p o sitiva o c o rre u no co m p o n e n te a s s o c ia tiv is m o /c o o p e ra tiv is m o , dada a apro­ x im a ç ã o com uma nova co o p e ra tiva de p ro d u to re s. C om o esses c o m ­ p o n e n te s dizem respeito im e d ia ta m e n te a uma ca ra cte rística do e fe ito da te c n o lo g ia na a tivid a d e p ro d u tiv a , ou seja, na escala p o n tu a l, o índice de im p a cto re su lta n te fo i p o s itiv o .

A valiação do impacto social da tecnologia

C o m pletada a avaliação dos co m p o n e n te s e inseridos os respec­ tiv o s c o e fic ie n te s de alteração nas m atrizes de ponderação co rre s­ p o n d e n te s , para to d o s os indicadores, os resultados dos co e fic ie n te s de im p a c to social da inovação te c n o ló g ic a agropecuária são a u to m a ­ tic a m e n te expressos g ra fic a m e n te na planilha A v a lia çã o de Inpacto S ocial (AIS) da T ecnologia .

Esses g rá fico s são c o m p o s to s , para cada a sp e cto em co n sid e ra ­ ção, de um a tabela para averiguação de c o m p o n e n te s que e v e n tu a l­ m e n te não tê m e fe ito na s itu a çã o em e studo, seguida do g rá fic o

c o n ju n to dos co m p o n e n te s e indicadores do re s p e ctivo asp e cto

(Fig. 1 6 ), e de um g rá fic o síntese dos c o e fic ie n te s de im p a cto para os in d ic a d o re s desse aspecto considerad o (Fig. 17).

(21)

Aspecto renda do estabelecimento

G eração de

renda Sem efeito

D iversid ad e de fo n tes de renda

Sem efeito V alor da propriedade Sem efeito Segurança Agropecuária no e stabele­ cim ento Investim ento em benfeitorias E stabilidade Não agropecária no e sta b ele ­ cim ento X C onservação d os recursos naturais D istribuição O portunidade de trabalho fora do e stalecim ento X Preço de p rodutos e serviços M ontante R am ificação em presarial A plica çõ es financeiras X C onform idade com legislação Infraestrutura/ política tributária, etc.

C om p on e nte s de geraçáo de renda Com ponentes de diversid ad e de fon tes de renda

C o m ponentes de v a lo r da p ro priedade

^ Fig. 16. Tabela de resultados com indicação dos com ponentes sem efe ito e gráficos do conjunto de com ponentes dos indicadores do o i aspecto renda do estabelecim ento do sistem a Am bitec-Social.

(22)

Indica dore s a g reg a d o s do asp e c to renda do e sta b e le c im e n to 5 □ Geração de renda ■ Diversidade de fontes de renda ■ Valor da propriedade

Fig. 17. G ráfico síntese do aspecto renda do estabelecim ento, com os resultados dos

indicadores geração de renda, diversidade de fo n te s de renda e valor da propriedade, do sistem a A m bitec-S ocial.

A pós essa apresentação g rá fica , elaborada para os 4 a sp e cto s co m p o n e n te s do sistem a de avaliação, uma tabela síntese apresenta o co n ju n to dos 14 indicado re s de im p a c to , norm alizados para c o m p a ­ ração no g rá fic o síntese dos co e fic ie n te s de im p a c to social (Fig. 18). Essa etapa de norm alização visa a a justar to d o s os c o m p o n e n te s e indicadores, segundo possibilidade de co nsideraçã o de escala de ocorrência nas m atrizes de ponderação. A ssim , por e xem plo, o in d ic a ­ dor capacitaçã o, com um índice de im p a cto igual a 1 ,8 , dada a escala de ocorrência o b rig a to ria m e n te p o n tu a l, resulta igual a 9 após n o rm a ­ lização para a escala entre -1 5 e + 1 5 .

Finalm ente, a Fig. 19 apresenta a tabela de ponderação de im ­ po rtâ n cia dos indicadores de im p a cto social. Esses valores de im p o r­ tâ n cia podem ser alterados pelo usuário, com o in tu ito de e n fa tiz a r ce rto s indicadores, de acordo com c irc u n stâ n cia s especiais de a v a lia ­ ção, desde que a som a dos fa to re s de ponderação de im p o rtâ n c ia seja igual à unidade (1). A p ó s essa ponderação fin a l, é calculado o índice geral de im p a cto social da inovação te cn o ló g ica agropecu ária, e x p re s ­ so g ra fica m e n te .

Conforme a Fig. 19, o índice geral de impacto social da integração tecnológica para produção leiteira, aplicado ao estabelecimento exemplo,

(23)

Coe fi cie nte s de im p a c to s o c ia l

Avaliação de impacto social

Capacitação 9

Oportunidade de emprego local qualificado 1 Oferta de emprego e condição do trabalhador 0,7 Qualidade do emprego 3,75 Geração de renda 12,5 Diversidade de fontes de renda 0 Valor da propriedade 6,75 Saúde ambiental e pessoal 0,6 Segurança e saúde ocupacional -0,6 Segurança alimentar 11 Dedicação e perfil do responsável 10,5 Condição de comercialização 1,05 Reciclagem de resíduos 0 Relacionamento institucional 13 15 10 5 0 -5 -10 -15

Avaliação de impacto social

-

n

i i n

r: ii—iL_II_I

_ l l _ U

□ C a p a c ita ç ã o

□ O p o rtu n id a d e d e e m p re g o lo c a l q u a lific a d o □ O fe rta de e m p re g o e c o n d iç ã o d o tra b a lh a d o r ■ Q u a lid a d e d o e m p re g o ■ G e ra ç ã o d e re n d a □ D iv e rs id a d e de fo n te s d e re n d a O V a lo r da p ro p rie d a d e ■ S a ú d e a m b ie n ta l e p e s s o a l ■ S e g u ra n ç a e s a ú d e o c u p a c io n a l ■ S e g u ra n ç a a lim e n ta r ■ D e d ic a ç ã o e p e rfil d o re s p o n s ã v e l ■ C o n d iç ã o d e c o m e rc ia liz a ç ã o ■ R e c ic la g e m d e re s id u o s ■ R e la c io n a m e n to in s titu c io n a l

F ig .18. Tabela e grá fico síntese, com resultados norm alizados para to d o s os indicadores do sistem a A m b ite c-S o cia l, aplicado exem plo Integração Tecnológica para Produção Leiteira.

(24)

In d ic a d o re s de Peso do C oeficientes im p a c to social indicador de im pacto

Capacitação 0,1 9

Oportunidade de emprego local

qualificado U,1 1

Oferta de emprego e condição

do trabalhador u.üb 0,7

Qualidade do emprego 0,1 3,75

Geração de renda 0,05 12,5

Diversidade de fontes de renda 0*05 0

Valor da propriedade 0,05 6,75

Saúde ambiental e pessoal 0,05 0,6

Segurança e saúde ocupacional

0,05 -0,6 Segurança alimentar 0,05 11 Dedicação e perfil do responsável 0,1 10,5 Condição de comercialização 0,1 1,05 Reciclagem de resíduos 0,1 0 / <i;; \ ,t ,i , 0,05 13 Averiguação índice de da 1 impacto social 4,73 p onderação da tecnologia

índice geral de impacto socai da inovação tecnológica

agropecuária

15,00

•15,00

Fig. 19. Tabela e grá fico síntese, com o índice geral de im p a cto social da inovação te c n o ló g ic a agropecuária do sistem a A m bite c-S ocial, aplicado ao exem plo de Integração T e c n o ló g ic a para Produção Leiteira.

alcançou valor igual a 4 ,7 3 - de um valor m áxim o possível igual a 15. D entre todos os indicadores, som ente segurança e saúde ocupacional resultou negativo. Segundo a norma proposta para a Avaliação de Im p a c to Social de Inovações Tecnológicas Agropecuárias (RODRIGUES e t al., 2 0 0 3 a ), esse indicador corresponde àquele que m erece especial a tenção para manejo e investigação de oportunidades de melhoria.

Com tal resultado para o caso estudado, a tecnologia pode ser considerada recom endável para aplicação em cam po, uma vez que aten­ de à norm a definida para a avaliação: m inim izar os im pactos sociais n e g a tivo s. Essa consideração justifica-se, por terem sido os com ponen­ tes de exposição aos elem entos físicos (calor/frio e umidade) os princi­ pais geradores do im pacto negativo observado. Com a avaliação de uma série de exem plos de adoção, a depender da consistência desse resulta­ do em outras situações, a inovação tecnológica poderá ser re co m e n d a ­ da para uso em larga escala, por causa de sua c o n trib u iç ã o positiva em relação ao im p a cto social (RODRIGUES et al., 2 0 0 6 ).

(25)

Conclusões

O sistem a A m bitec-S ocial é um m étodo integrado, adequado para aplicação em cam po na avaliação do im pacto social de inovaçõe s te cnológ icas agropecuárias. Proporciona uma medida da contribuição da tecnolog ia agropecuária para o desenvolvim ento local sustentável; é de aplicação relativam ente simples, desde que conduzida por avaliadores devidam ente treinados; perm ite ativa participação dos produtore s/re s­ ponsáveis; e serve para a com unicação e o arm azenam ento das in fo rm a ­ ções sobre im pactos sociais. A plataform a com putacional é am plam ente disponível, passível de distribuição e uso a baixo custo e perm ite a em issão direta de relatórios em form a impressa, de fácil m anuseio.

A apresentação gráfica dos resultados de im pacto social da in o va ­ ção tecnológica para cada indicador individual oferece um d iagnó stico para o produtor/adm inistrador, apontando a situação de conform idad e com objetivos de responsabilidade social em cada aspecto do im p a cto da tecnologia nas condições do estabelecim ento rural. Os gráficos agre­ gados dos resultados para as diferentes dim ensões sociais p ro p o rc io ­ nam aos tom adores de decisão uma visão das contribuições, po sitiva s ou negativas, da tecnologia para o desenvolvim ento local sustentáve l, fa cilita n d o a definição de medidas de prom oção' ou controle da a tividade no â m bito da com unidade. Finalmente, proporcionam uma unidade de m edida objetiva de im pacto, auxiliando na qualificação, seleção e tra n s ­ ferência de tecnologias agropecuárias.

A análise agregada de vários estabelecim entos tam bém perm ite a identificaçã o dos principais constrangim entos legais e de políticas p ú b li­ cas que melhorem o desem penho social da atividade avaliada. A ssim , m edidas e instrum entos de políticas públicas locais podem ser revisados e adequados para que as atividades econôm icas cum pram o seu papel social e prom ovam o desenvolvim ento local.

Referências

C A M A R G O , A . C. de A viabilidade da pequena propriedade leiteira e a inviabilidade do pequeno produtor de leite. SEMINÁRIO NORDESTINO DE PECUÁRIA, 3., 19 99 , Fortaleza. Profissionalism o e tecn olo gia : anais... Fortaleza: Federação da A g ric u ltu ra do Estado do Ceará, 19 99 . p. 5 2 -7 6 .

GIRARDIN, P.; BOCKSTALLER, C.; WERF, H. van der. Indicators: too ls to evaluate the enviro nm en ta l im pacts o f farm in g system s. Journal of Sustainable Agriculture,

(26)

IRIAS, L. J. M .; RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C.; K ITA M U R A , P. C.;

RODRIGUES, I. A . S istem a de avaliação de im p acto am biental de inovações tecnológicas nos segm entos agropecuário, produção anim al e agroindústria (Sistem a A m bitec). Jaguariúna: Embrapa M eio A m bien te , 2 0 0 4 a . 8 p. (Circular Técnica, 5).

IRIAS, L. J. M .; GEBLER, L.; PALHARES, J. C. P.; ROSA, M. F. de; RODRIGUES, G. S. A valiação de im p acto am biental de inovação tecn oló gica agropecuária: aplicação do Sistem a A m bite c. A g ric u ltu ra em São Paulo, São Paulo, v. 51, n. 1, p. 2 3 -4 0 , 2 0 0 4 b . PAULINO, R. S.; RODRIGUES, G. S.; SALLES FILHO, S. L. M .; BIN, A. Im pactos am bientais na agricultura: um m étod o de avaliação de program as te cn o ló g ico s. In: SEMINÁRIO LATINO-IBEROAMERICANO DE GESTIÓN TECNOLÓGICA, 10., Cidade do M éxico. [A n a is ...]. Cidade do M éxico: ALTEC, 2 0 0 3 . 1 CD-ROM.

RODRIGUES, G. S. A valiação de im pactos am bientais em projetos de pesquisas:

fun dam e ntos, princípios e introdução à m etodologia. Jaguariúna: Embrapa M eio A m bien­ te, 19 9 8 . 66 p. (Docum entos, 14).

RODRIGUES, G. S.; BUSCHINELLI, C. C. de A .; IRIAS, L. J. M .; LIGO, M. A. V. A valiação de im p actos am bientais em Projetos de Pesquisa II: avaliação da form ulação de projetos: versão I: Jaguariúna: Embrapa Meio A m bien te , 2 0 0 0 . 2 8 p. (Boletim de Pesquisa, 10).

RODRIGUES, G. S., C A M P A N H O LA , C., K ITA M U R A , P. C. A valiação de im pacto am biental da inovação tecn oló gica agropecuária: um sistem a de avaliação para o c o n te x ­ to in stitu cio nal de P&D. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, DF, v. 19, n. 3, p. 3 4 9 -3 7 5 , set./dez. 2 0 0 2 .

RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C. Sistem a integrado de avaliação de im pacto am biental aplicado a atividades do novo rural. Pesquisa A gropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 3 8 , n. 4, p. 4 4 5 -4 5 1 , 2 0 0 3 .

RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C.; K ITA M U R A , P. C. A valia ção de im pacto am biental da inovação tecn oló gica agropecuária: A m b ite c -A g ro . Jaguariúna: Embrapa M eio A m biente, 2 0 0 3 a . 93 p. (Embrapa M eio A m biente. D ocum entos, 34).

RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C.; KITAM U R A, P. C. An E nvironm ental im pact assessm ent system fo r ag ricultural R&D. Environm ental Im pact A ssessm e nt Review, N ew Y ork, v. 2 3 , p. 2 1 9 -2 4 4 , 2 0 0 3 b .

RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C.; VALA R IN I, P. J .; QUEIROZ, J. F. de; FRIGHETTO, R. T. S.; RAM OS FILHO, L. O.; RODRIGUES, I. A .; BROMBAL, J. C.; TOLEDO, L. G. de. A valiação de im p acto am biental de atividades em estabelecim entos fam iliares do Novo Rural. Jaguariúna: Embrapa M eio A m bien te , 2 0 0 3 c . 4 4 p. (Embrapa M eio A m biente. Boletim de Pesquisa e D esenvolvim ento, 17).

RODRIGUES, G. S.; C A M P A N H O LA , C.; K ITA M U R A , P. C.; IRIAS, L. J. M .; RODRIGUES, I. S istem a de avaliação de im p acto social da inovação tecn oló gica agropecuária (A m bitec-S ocial). Jaguariúna: Embrapa Meio A m b ie n te , 2 0 0 5 . 31 p. (Embrapa Meio A m bien te . Boletim de Pesquisa e D esenvolvim ento, 35).

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

3.1.3 Placa Microcontroladora A placa principal, ou microncotrolada, deve ser responsável por: • capturar os sinais oriundos do sensores: acelerômetros X, Y e Z e giroscópios X, Y e

esta espécie foi encontrada em borda de mata ciliar, savana graminosa, savana parque e área de transição mata ciliar e savana.. Observações: Esta espécie ocorre

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

a) Nos ambientes onde haja perigo ou risco de acidente, o primeiro dia de trabalho do empregado será destinado, parcial ou integralmente, a treinamento com equipamentos

Em 1979, o Centro Nacional de Referências Culturais, sob a denominação de Fundação Pró-Memória, se fundiu com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,

Trabalho 04 Páginas 73-86 http://periodicos.cesg.edu.br/index.php/educacaoecultura periodicoscesg@gmail.com educativo de alunos que apresentam dificuldades de comunicação

Este modelo permite estimar a temperatura da água no depósito e a massa de gelo, para isso são utilizadas as equações 2.5 e 2.6 , apresentadas no capítulo 2 , sendo assim