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Relatório de Estágio no Dragon Force Futebol Clube do Porto-Futebel, SAD

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Academic year: 2021

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(1)FC Porto - Projecto Dragon Force Estágio Profissionalizante realizado na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD. Relatório de Estágio com vista à obtenção de. grau. de. Mestre. (Decreto-Lei. no. 74/2006, de 24 de Março) em Ciências do Desporto – Área de especialização de Gestão Desportiva. Orientador: Prof. Doutor José Pedro Sarmento de Rebocho Lopes Supervisor: Dr. Ricardo Frey Ramos. Duarte Morais de Oliveira Porto, Junho de 2011.

(2) Oliveira, D. (2011). FC Porto – Projecto Dragon Force. Porto: D. Oliveira. Relatório de estágio profissionalizante para obtenção de Mestre em Gestão Desportiva, apresentado na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.. Palavras-chave:. DESPORTO;. FUTEBOL. DE. FORMAÇÃO;. GESTÃO DA ESCOLA DE FUTEBOL; GESTÃO DA EQUIPA DE FUTEBOL. II.

(3) Dedicatória. Ao meu Pai, que estaria super feliz…. III.

(4) IV.

(5) Agradecimentos. Ao Professor Doutor José Pedro Sarmento, Coordenador do Mestrado em Gestão Desportiva da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e meu orientador, pela amizade durante todo este percurso. Ao Futebol Clube do Porto, na pessoa do Dr. Urgel Martins, pela oportunidade que me deu ao proporcionar-me a realização deste estágio profissionalizante dentro do Projecto Dragon Force. Ao Dr. Ricardo Frey Ramos, Gestor Operacional do Projecto Dragon Force, pelo apoio, confiança e disponibilidade. A toda a estrutura Dragon Force, principalmente aos colegas de gabinete, Joana Pinto da Costa, Afonso Gama e Manuel Castro, pela força e bom ambiente que transmitiram ao longo do estágio. Ao meu irmão, à minha mãe e à minha namorada Joana, que foram incansáveis na gestão do stress deste desafio. Por fim, a todos aqueles que aqui não especifico mas que fazem de mim a pessoa que sou.. V.

(6) VI.

(7) Indice Geral DEDICATÓRIA. ……III. AGRADECIMENTOS. …….V. ÍNDICE GERAL. …..VII. ÍNDICE DE FIGURAS. .......XI. ÍNDICE DE QUADROS. .....XIII. RESUMO. …..XV. ABSTRACT. ...XVII …….1. Introdução 1. Caracterização geral das condições de estágio 1.1 Finalidade e processo de realização do relatório de estágio 2. Enquadramento da prática profissional. …….7 …….9 …...11. 2.1 O Desporto. …...13. 2.2 A evolução do sistema desportivo. …...16. 2.3 O futebol de competição. …...18. 2.3.1 A importância do futebol de formação 2.4 O Futebol Clube do Porto. …...20 …...22. 2.4.1 História. …...23. 2.4.2 Instalações. …...24. a) Estádio do Dragão. …...24. b) Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia …...25 c) Dragão Caixa. …...25. d) Casa do Dragão. …...26. e) Vitalis Park. …...26. 2.4.3 Análise “SWOT”. …...28. 2.5 A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD. …...30. 2.5.1 Caracterização da organização. …...30. 2.5.2 Enquadramento legal da organização. …...31. 2.5.3 Caracterização da “Nova Organização”. …...32. 2.6 Futebol Clube do Porto – Projecto Dragon Force. …...34. VII.

(8) 2.6.1 O Conceito. …...34. a) Escola de futebol. …...35. b) Campos de férias. …...36. c) Clinics. …...36. d) Road Show. …...37. 2.6.2 A Escola. …...38. a) O funcionamento e a calendarização das actividades lectivas. …...38. b) O procedimento de inscrição e pagamento. …...40. c) A programação dos eventos desportivos. …...41. 2.6.3 Política de Qualidade Dragon Force. …...42. 2.6.4 Organigrama Dragon Force. …...44. 2.6.5 Gestão de Expansão. …...45. a) Motivos de expansão. …...45. b) Vantagens para os clubes parceiros. …...46. c) Vantagens para o Futebol Clube do Porto. …...47. d) Modelos de gestão. …...47. •. Gestão Directa. …...47. •. Gestão de Parcerias. …...48. 2.6.6 Coordenação Técnica. …...49. 2.6.7 Departamentos Transversais. …...50. a) Psicologia. …...50. b) “Espaço Aberto”. …...50. c) Nutrição. …...51. 2.6.8 Análise da Concorrência 3. Realização da prática profissional. …...52 …...55. 3.1 Funções propostas. …...59. 3.2 Apoio ao Gestor Operacional. …...59. 3.2.1 Preparação da época. …...60. 3.2.2 Desenvolvimento da época. …...60. 3.2.2.1. Acompanhamento das actividades. …...61. 3.2.2.2. Participação nas reuniões. …...62. VIII.

(9) 3.2.2.3. Ligação operacional de todos os departamentos …...63. 3.2.2.4. Campo de férias Dragon Force Futebol Campus …...63. 3.2.3 Coordenação de três estagiários 3.3 Team Manager. …...64 …...65. 3.3.1 Gestão das equipas. …...65. 3.3.2 Gestão dos jogos. …...67. 3.3.2.1. Inscrição. …...67. 3.3.2.2. Preparação do jogo. …...67. 3.3.2.3. Dia do jogo. …...68. 3.3.2.4. Pós jogo. …...69. 3.3.2.5. Torneios. …...69. 3.3.3 Delegado. …...70. 4. Reflexão final. …...73. 5. Referências bibliográficas. …...77. 6. Anexos. …...85. IX.

(10) X.

(11) Índice de Figuras. Figura 1 – Símbolos do FC Porto. …...22. Figura 2 – Universo de empresas do grupo empresarial FC Porto. …...31. Figura 3 – Novo Modelo Operativo do FC Porto. …...33. XI.

(12) XII.

(13) Índice de quadros. Quadro 1 – Honras e Galardões do FC Porto. ...…24. Quadro 2 – Infra-estruturas do Vitalis Park. …...27. Quadro 3 – Análise SWOT do FC Porto. …...28. Quadro 4 – Mensalidades da Escola Dragon Force Vitalis Park. …...40. Quadro 5 – Desconto por pagamento antecipado. …...41. Quadro 6 – Alguns dos Eventos realizados anualmente. …...42. Quadro 7 – Comparação da concorrência. …...54. Quadro 8 – Funções, Responsabilidades e Tarefas inerentes ao Estágio …...59 Quadro 9 – Análise estatística das equipas de competição. …...66. Quadro 10 – Gráfico da análise estatística das equipas de competição. …...66. XIII.

(14) XIV.

(15) Resumo. O presente relatório descreve todas as etapas e procedimentos decorrentes do estágio profissionalizante, realizado no Porto, na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD durante nove meses, entre Agosto de 2010 e Maio de 2011. Os principais objectivos inerentes a este estágio foram a aquisição de conhecimentos práticos sobre o funcionamento de uma grande estrutura desportiva ligada à prática do futebol profissional e a aquisição de experiência prática na gestão de equipas de futebol de formação. De forma a compreender melhor o contexto em que se inseriu este estágio, numa primeira fase, foi desenvolvida uma análise teórica sobre a temática do Desporto, do Futebol de competição e do Futebol de formação, contemplando ainda um estudo sobre toda a estrutura do Futebol Clube do Porto e da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD com especial destaque para o Projecto Dragon Force. Procurámos, deste modo, criar uma base sólida de conhecimento para o planeamento das acções desenvolvidas. Os procedimentos metodológicos que compreenderam a prática profissional resultaram na descrição de todas as tarefas inerentes à responsabilidade das duas funções principais – apoio ao Gestor Operacional do Projecto Dragon Force e Team Manager de quatro equipas de competição. O conjunto das práticas desenvolvidas levou-nos à conclusão de que a gestão de uma escola de futebol compreende duas tarefas essenciais: a coordenação de todos os departamentos da escola e a gestão dos alunos e encarregados de educação.. Palavras-chave:. DESPORTO;. FUTEBOL. DE. FORMAÇÃO;. GESTÃO DA ESCOLA DE FUTEBOL; GESTÃO DA EQUIPA DE FUTEBOL. XV.

(16) XVI.

(17) Abstract. This report thoroughly describes all the steps and procedures arising from the internship period, held in Porto, at the Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD during the period of nine months, between August 2010 and May 2011. The main objectives of this internship were the acquisition of practical knowledge about the running of a large sport facility linked to football practice and the acquisition of practical experience in managing teams of football training. In order to better understand the context of this internship, a first step was to develop a theoretical analysis on the topic of Sports, Football competition and Football training, still contemplating a study of the whole structure of Futebol Clube do Porto and Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD with particular emphasis on the Dragon Force Project. Thus, we have tried to create a solid knowledge base for planning the developed actions. The methodological procedures that have understood the practice resulted in the description of all tasks related to the responsibility of the two main roles – to support the Operational Manager of the Dragon Force Project and Team Manager of four teams in competition. The set of practices developed led us to the conclusion that running a football school comprises two essential tasks: the coordination of all departments of the school and the management of students and parents.. Keywords: SPORT; FOOTBALL TRAINING; MANAGEMENT OF A FOOTBALL SCHOOL; FOOTBALL MANAGEMENT. XVII.

(18) XVIII.

(19) Introdução.

(20)

(21) No que respeita às instituições [de ensino] dedicadas às ciências do desporto, talvez o domínio dos modelos científicos não. venha. a. corresponder. à. capacidade. prática. de. 1. intervenção . Sidónio Serpa. O percurso académico foi iniciado com a entrada na Licenciatura de Contabilidade e Administração do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. A Licenciatura compreendia uma formação muito específica e nós estávamos bastante insatisfeitos com as saídas profissionais que esta formação oferecia. De forma a expandirmos os nossos horizontes candidatamo-nos ao Programa de Mobilidade Internacional no último ano da licenciatura, propondo-nos a estudar na Universidade do Sul de Santa Catarina, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, Brasil. Durante esse ano procuramos obter formação prática na área do futebol profissional. Por nossa iniciativa realizamos um estágio numa empresa de gestão desportiva, onde tivemos a oportunidade de colaborar na organização de um torneio denominado ‘Copa Brasil’. Após a conclusão da licenciatura, permanecemos no Brasil de forma a estagiar no S. C. Corinthians Paulista. Se dúvidas existiam quanto a seguir uma carreira profissional dentro do futebol, estávamos agora convencidos que seria este o caminho profissional que melhor nos definia enquanto pessoas. No regresso a Portugal, estivemos ainda no S. C. Braga e concorremos ao curso de Mestrado em Ciências do Desporto – Área de especialização de Gestão Desportiva, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, como meio de adquirirmos formação específica na área do desporto. Finda a parte curricular deste Mestrado, surgiu a oportunidade de realizarmos o período de estágio profissionalizante na Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD (daqui em diante denominada FC Porto – Futebol, SAD) oportunidade que veio ao encontro dos nossos interesses, pois iríamos adquirir formação prática junto de um clube de futebol com a dimensão do Futebol Clube do Porto (daqui em diante denominado ‘FC Porto’), não apenas pela sua 1. Serpa, Sidónio (2010). “Reflexões - Ensino do Desporto”.. Duarte Morais de Oliveira. 3.

(22) capacidade desportiva, mas também pela sua experiência em gestão desportiva. A entidade acolhedora do estágio profissionalizante é a FC Porto – Futebol, SAD, constituída a 5 de Agosto de 1997 e que tem por objecto social, conforme estipula o artigo 3.º dos seus Estatutos, a “participação, na modalidade de futebol, em competições desportivas de carácter profissional, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada da referida modalidade". No desenvolvimento da sua actividade, e respeitando as orientações estratégicas de procura do sucesso desportivo de uma forma sustentada e da oferta ao público de espectáculos desportivos de elevada qualidade, a FC Porto – Futebol, SAD criou, a 6 de Setembro de 2008, o Projecto Dragon Force, com sede no Vitalis Park, na Rua da Constituição, no Porto. Este projecto procura promover e expandir o impacto do FC Porto junto dos mais jovens, tendo, assim, como objectivo o fomento da prática do futebol de formação, que proporciona às crianças e aos mais jovens um crescimento saudável norteado por princípios de cidadania. Os objectivos principais deste estágio centravam-se, inicialmente, na oportunidade de conhecer o funcionamento de um clube de futebol de grande dimensão, entrando em contacto com toda a sua estrutura e observando a aplicação dos seus princípios organizativos. O desafio proposto pela entidade acolhedora do estágio foi, então, o de integrar a estrutura organizativa do Projecto Dragon Force, através do apoio directo ao Gestor Operacional e da responsabilidade de Team Manager das quatro equipas de competição desta escola. Para nós, o início deste período de estágio profissionalizante revelou-se um momento de tensão, onde tivemos de procurar gerir as altas expectativas, que adquiríamos ao ser aceite numa estrutura desportiva como o FC Porto, com a nossa capacidade de trabalho dentro desta organização. O estágio profissionalizante desenvolveu-se, então, sob o tema do futebol de formação. O estudo e aprofundamento deste tema foram importantes. Duarte Morais de Oliveira. 4.

(23) para nos capacitar para uma melhor compreensão dos desafios que uma escola de futebol de formação apresenta. A Escola de Futebol Dragon Force destina-se a jovens de ambos os sexos dos 4 aos 14 anos. Para a época 2010-2011 estavam previstas duas novidades que tornaram este estágio ainda mais desafiante. A primeira reside no facto de a Escola Dragon Force participar no Campeonato Distrital de Futebol de Sete, organizado pela Associação de Futebol do Porto, com quatro equipas, duas Sub 10 e duas Sub 12, pois na época anterior apenas participara com duas equipas. A segunda novidade consistiu na criação do cargo de Team Manager destas quatro equipas de competição, pois na época anterior as funções do Team Manager estavam a cargo do Gestor Operacional. Neste sentido, o estágio profissionalizante revelou-se ainda mais desafiador. Não tivemos apenas de nos adaptar a todo um novo modelo de gestão como desenvolver competências que ainda não haviam sido desenvolvidas de uma forma específica dentro do Dragon Force. Deste modo, este relatório procura reflectir três momentos importantes do estágio profissionalizante. Se num primeiro momento procuramos proceder a uma análise bibliográfica como forma de nos prepararmos para a realização de um bom trabalho, numa segunda fase tivemos como intenção efectivar esse conhecimento num plano extremamente prático, de forma a, no terceiro e último momento, ter a oportunidade de reflectir sobre a importância de todo este trajecto. Assim, com vista a um bom desempenho profissional, desenvolvemos, conforme se irá verificar no capítulo 2 deste relatório, um estudo dos conceitos de ‘desporto’ e de ‘futebol de formação’ dentro do sistema desportivo português, de forma a compreender toda a estrutura do FC Porto e da FC Porto – Futebol, SAD com especial destaque para o Dragon Force. Todo este conhecimento adquirido servirá de base estrutural para a realização da prática profissional. Deste modo, no capítulo 3 procuraremos descrever todas as funções e actividades que foram desenvolvidas durante o período de estágio profissionalizante. Uma vez que as competências exigidas. Duarte Morais de Oliveira. 5.

(24) durante este processo. tiveram diferentes. graus. de. responsabilidade,. procuramos agrupá-las em dois núcleos: ‘Apoio ao Gestor Operacional’ e ‘Team Manager’. Se as funções inerentes ao primeiro se prendiam com o desempenho de todas as questões relacionadas com o Projecto Dragon Force, na sua totalidade, já as relativas ao cargo de ‘Team Manager’ compreendiam uma responsabilidade acrescida, pois seriamos os responsáveis máximos pela gestão de todos os assuntos relacionados com as quatro equipas de competição. Todo o trabalho prático desenvolvido, pela sua importância formativa, será objecto de uma reflexão crítica, no capítulo 4 deste relatório, onde procuraremos chegar a algumas conclusões sobre as expectativas que tínhamos no início deste estágio e que foram sendo apresentadas nesta parte introdutória do relatório: aprender sobre o funcionamento de uma grande estrutura desportiva ligada à prática do futebol profissional e adquirir experiência prática na gestão de equipas de futebol de formação. O relatório de estágio profissionalizante procura, por isso, ser um reflexo de todo o conhecimento teórico-prático que fomos adquirindo ao longo desta experiência enriquecedora.. Duarte Morais de Oliveira. 6.

(25) 1. Caracterização geral das condições de estágio.

(26)

(27) A realização deste estágio profissionalizante decorreu no Vitalis Park, na Rua da Constituição nº 834-870, na cidade do Porto. O Vitalis Park é um complexo desportivo, propriedade do FC Porto, onde se encontra a “escola mãe” do Dragon Force, um projecto inovador dentro de futebol de formação. Uma vez que a função que nos foi designada pela FC Porto – Futebol, SAD para o estágio profissionalizante foi a de ‘Team Manager’ das quatro equipas de competição do Dragon Force, grande parte do estágio decorreu neste espaço, tendo apenas que me deslocar à secretaria desportiva, nas instalações centrais localizadas no Estádio do Dragão para resolver assuntos relacionados com essa função. O período de duração do estágio profissionalizante foi de nove meses, com início a 23 de Agosto de 2010 e término no dia 23 de Maio de 2011. O horário de trabalho foi bastante flexível, no sentido de responder às diferentes exigências da gestão das equipas. De uma forma geral (e mais constante), o horário compreendia o período das 14h30 às 21h30 nos dias úteis, perfazendo um total de 7h diárias. Aos fins-de-semana variava de acordo com os jogos das quatro equipas de competição e as actividades compreendidas no plano anual de actividades (Anexo 1). O estágio foi supervisionado pelo Dr. Ricardo Frey Ramos, Gestor Operacional do Projecto Dragon Force, que nos acompanhou de uma forma profissional e amiga durante estes nove meses, ajudando, explicando e partilhando todo o seu saber e conhecimento.. 1.1. Finalidade e processo de realização do relatório de estágio. A elaboração do presente relatório tem como objectivo descrever a actividade desenvolvida durante o período de estágio profissionalizante na FC Porto – Futebol, SAD mais propriamente no Vitalis Park, sede do Projecto Dragon Force. Procurando construir uma base sólida de conhecimento, este relatório desenvolveu-se a partir de uma reflexão teórica, no âmbito da investigação, em. Duarte Morais de Oliveira. 9.

(28) paralelo com a descrição da experiência profissionalizante, analisada de forma pormenorizada e sob uma perspectiva prática. Se o estudo teórico se centrou numa abordagem do futebol enquanto prática desportiva reconhecida socialmente, na estrutura do FC Porto e da FC Porto – Futebol, SAD enquanto dinamizadores do futebol, e na estrutura organizacional do Projecto Dragon Force, enquanto entidade responsável pela formação dos mais jovens nessa prática desportiva, a vertente prática direccionou-se para concepção e planificação das diferentes funções sob a responsabilidade do cargo de Apoio ao Gestor Operacional e do cargo de Team Manager das quatro equipas de competição. Importa, também, referir que o presente relatório conta com as informações obtidas através de ‘material interno’, nomeadamente, toda a documentação padrão utilizada para a realização das diferentes actividades. A exposição do relatório é alvo de uma abordagem baseada na observação e na experiência adquirida.. Duarte Morais de Oliveira. 10.

(29) 2. Enquadramento da prática profissional.

(30)

(31) 2.1 O Desporto. O que é o desporto? Uma forma de ocuparmos os nossos tempos livres? Ou um conjunto de actividades com vista ao desenvolvimento da nossa forma física? Contribui o desporto para uma boa saúde mental? E para o crescimento pacífico das sociedades? Conforme refere Pires (2007), “ao longo do século foram realizadas diversas tentativas para definir a palavra desporto”. É, então, a partir de algumas dessas tentativas que procuraremos encontrar um consenso sobre o que é o desporto. Seguindo uma linha cronológica, poderemos destacar definições de desporto como a apresentada por Pierre Coubertin (1934), que o caracteriza como “um culto voluntário e habitual de exercício muscular intenso suscitado pelo desejo de progresso”, ou a proposta de George Hébert (1935), que afirma que o desporto é o conjunto de actividades físicas que tem como finalidade “a realização de uma performance e cuja execução repousa essencialmente sobre um elemento definido: uma distância, um tempo, um obstáculo, uma dificuldade material, um perigo, um animal, um adversário e, por extensão, o próprio desportista”. No sentido destes dois autores, o desporto aparece-nos como uma actividade física do ser humano que segue um método e que visa o progresso/superação do próprio desportista. Nesta linha de pensamento, Bernard Gillet (1949) vem afirmar que o desporto é toda a “actividade física intensa, submetida a regras precisas e preparada por um treino físico metódico”, e George Magname (1964) que “é uma actividade de lazer cuja dominante é o esforço físico, praticada por alternativa ao jogo e ao trabalho, de uma forma competitiva, comportando regras e instituições específicas”, acrescentando, todavia, um novo elemento o facto de o desporto ser “susceptível de se transformar em actividades profissionais”.. Duarte Morais de Oliveira. 13.

(32) Analisando estas definições, não podemos deixar de referir aquela que, para nós, melhor enquadra todas as características importantes do desporto. Segundo a “Carta Europeia do Desporto”, aprovada pelos Ministros europeus responsáveis pelo desporto, reunidos em Maio de 1992, em Rhodes, o desporto compreende “todas as formas de actividade física que, através de uma participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis”2. Encontramos, assim, nesta definição política3 as vertentes do desporto, identificadas pelos seus objectivos: i). expressão ou melhoramento da condição física;. ii). expressão ou melhoramento da condição psíquica;. iii). desenvolvimento das relações sociais;. iv). obtenção de resultados na competição a todos os níveis.. Sem dúvida que o desporto é hoje entendido nesta acepção, sendo considerado como uma das actividades que melhores resultados traz para a condição física e psíquica do ser humano, desenvolvendo o seu corpo, acalmando a sua mente e promovendo a sua relação pacífica com o outro. Conforme refere Bento (2004), “o desporto é um palco onde entra em cena a representação do corpo, das suas possibilidades e limites, do diálogo e relação com a nossa natureza interior e exterior, com a vida e o mundo. Quer se diga de crianças e jovens, de adultos e idosos, de carentes e deficientes, de rendimento ou recreação, o desporto é em todos os casos instrumento de concretização de uma filosofia do corpo e da vida. Constitui uma esperança para a necessidade de viver”. O desporto é, pois, uma forma de o ser humano concretizar uma vida com qualidade, promovendo o seu bem-estar físico, o seu equilíbrio emocional e, consequente, realizar-se enquanto ser social. Como refere Bento (2007), “o 2. Documento disponível em: http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/doc120.pdf (consultado a 29 de Maio de 2011). 3 Como refere Sérgio, M (2003), “O desporto é uma praxis lúdico - agonística e corporal, institucionalizada e com regras e, como tal, transforma-se naturalmente em acto político, pois que são também colectivas ou sociais as suas causas e as suas consequências.”.. Duarte Morais de Oliveira. 14.

(33) desporto é um dos instrumentos de fabricação do Homem, de criação de seu corpo e, por via deste, da sua alma”. De. facto,. o. desporto. é. “um. jogo. que. acontece;. um. jogo. institucionalizado; uma instituição social, uma categoria de envolvimento social.” (Pires, 2005). Enquanto meio de realização social do Homem, o desporto é encarado, conceptualmente, como um mecanismo de alcançar uma vivência pacífica e harmónica entre todos os seres humanos. Como bem sustenta Sérgio (1991): “O desporto é paz porque é (deve ser) óptimo veículo de. condução. à. democraticidade. (processo. decisório. e. consensual. participativo); à criatividade, através da expressão corporal; ao encontro dialogante (sem deixar de ser competitivo) e fraterno (sem deixar de ser corajoso) com os outros e connosco próprios (hetero e auto – emulação) ”. Por último, cumpre-nos fazer referência ao papel metafísico do desporto, apresentado como um instrumento de procura da Felicidade do ser humano. Conforme considera Garcia (2006), “o desporto é também algo que pode ser visto a partir do virtual. Até daí, porventura do não–lugar, se pode tentar compreender o mais maravilhoso e universal fenómeno humano do nosso tempo. Para tal, basta olhar para o desporto. Basta procurar aquilo que mais humano lá existe. Basta deixar que ele revele os seus significados mais profundos e mais íntimos, sendo apenas necessário olhar para o desporto. Olhar, mas sem preconceitos ou falsas teorias. Olhar, apenas. Olhar nos olhos de uma criança quando recebe a sua primeira bola. Pode ser de trapos ou do último modelo oficial da FIFA, mas é uma bola. Olhar para a alegria de um povo, quando a sua equipa ou a sua selecção ganha algum jogo. Olhar, simplesmente. Olhar para as lágrimas que brotam dos olhos de muitos excluídos da vida quando tais vitórias acontecem. Olhar, apenas. Sem palavras, só olhar. Olhar para a felicidade daqueles que só a atingem com as vitórias das suas cores. Só pedimos que olhem. (…) Mas todos estes olhares são mais do que simples olhares. Olha-se para o desporto mas vê-se cultura. Vêem-se actividades carregadas de profundos significados humanos. Vêem-se símbolos de várias naturezas, inclusive de carácter religioso. E, acima de tudo, vêem-se pessoas humanas”.. Duarte Morais de Oliveira. 15.

(34) 2.2 A evolução do sistema desportivo Em Portugal, o sistema desportivo foi sendo regulado de uma forma pontual, tendo-se registado, apenas recentemente, um maior político por esta área. A 13 de Janeiro de 1990 foi aprovada, na Assembleia da República, a Lei n.º 1/90, de 13 de Janeiro, denominada por Lei de Bases do Sistema Desportivo (‘LBSD’) que, entretanto, foi revogada pela Lei n.º 30/04, de 21 de Julho, denominada por Lei de Bases do Desporto (‘LBD’). Esta, foi posteriormente revogada pela, actualmente em vigor, Lei n.º 5/2007, de 16 de Janeiro, denominada por Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (‘LBAFD’). A LBSD não definiu o desporto, optando por apresentar, no seu artigo 1.º, uma definição de ‘prática desportiva’ como um “factor cultural indispensável na formação plena da pessoa humana e no desenvolvimento da sociedade”. Podemos ver, pelo texto deste artigo, que o Estado português entendia a ‘prática desportiva’ como ligada ao bem-estar físico e psíquico do ser humano e como um factor não só da sua sociabilidade mas também como de progresso da sociedade. Em seguida, com esse entendimento em mente, veio afirmar que o sistema desportivo português deve fomentar “a prática desportiva para todos, em colaboração prioritária com as escolas, e ainda em conjugação com as associações, as colectividades desportivas e autarquias locais”4. Desta forma, estabelece-se que o fomento da ‘prática desportiva’ é da responsabilidade primária do Estado, sendo subsidiariamente uma responsabilidade dos clubes e associações desportivas, e das autarquias locais, como forma de promover a descentralização e a intervenção das autarquias locais com vista a reduzir as assimetrias regionais e eliminar obstáculos ao igual acesso à prática desportiva. De referir que é o Governo que deve promover, no cumprimento da sua responsabilidade primária, diversas políticas, nomeadamente dentro do sistema. 4. Artigo 2.º, n.º 1 da LBSD.. Duarte Morais de Oliveira. 16.

(35) público de ensino, na formação dos agentes desportivos e no ordenamento do território5. Em 2004, com a aprovação da LBD concretizou-se o direito ao desporto, enquanto elemento indispensável ao desenvolvimento da personalidade de todos os seres humanos6, sendo, também, a primeira lei a definir o desporto como “qualquer forma de actividade física que, através de uma participação livre e voluntária, organizada ou não, tenha como objectivos a expressão ou a melhoria da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados em competições de todos os níveis”. O artigo 3.º da LBD afirma que “constituem princípios orientadores do sistema desportivo os princípios de universalidade, não discriminação, solidariedade, equidade social, coordenação, descentralização, participação, intervenção pública, autonomia e relevância do movimento associativo e continuidade territorial” no entanto, na LBAFD constituem os princípios da “universalidade e igualdade (artigo 2.º), da ética desportiva (artigo 3.º), da coesão e da continuidade territorial (artigo 4.º) e da coordenação, da descentralização e da colaboração (artigo 5.º). Em comparação com as três leis, encontramos algumas semelhanças, como, por exemplo, as ideias de universalidade e igualdade. Mas também se evidenciam algumas diferenças, nomeadamente na promoção do desenvolvimento da actividade física do desporto em que o Estado, as Regiões Autónomas e as autarquias locais colaborem com as instituições de ensino, as associações desportivas e as demais entidades públicas ou privadas, que actuam nestas áreas7, que “Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias locais, a promoção e a generalização da actividade física, enquanto instrumento essencial para a melhoria da condição física, da qualidade de vida e da saúde dos cidadãos”8.. 5. Artigo 2.º, n.º 2 e artigo 3.º da LBSD. Artigo 2.º, n.º 1 da LBD. 7 Artigo 5.º da LBAFD. 8 Artigo 6.º, n.1 da LBAFD. 6. Duarte Morais de Oliveira. 17.

(36) Poderemos concluir que com a aprovação da LBAFD o Governo português. procurou. transferir. maiores. exigências. para. as. entidades. prestadoras de serviços desportivos.. 2.3. O futebol de competição O futebol não é apenas um desporto cultural da sociedade, nem tão só um jogo. O futebol hoje é um fenómeno económico, social e político. Através de uma breve leitura da Final do Mundo de Futebol identificamos que este desporto é um meio de convívio pacífico entre os povos, uma ferramenta para a interculturalidade e para o respeito pelos valores comuns dos homens e mulheres. Esse papel aparece hoje ainda mais reforçado pela cobertura dos meios de comunicação social, revelando-se um fenómeno mundial de mobilização de pessoas. Segundo Catarro (2008) “o futebol é dos fenómenos mais apaixonantes da realidade portuguesa. Tudo o que acontece com esta modalidade desportiva ganha dimensões de assunto nacional. Os portugueses não gostam apenas de futebol – adoram-no!”. Nas últimas décadas assistimos a esta realidade e, de facto, o futebol português foi-se internacionalizando cada vez mais. Como aponta Constantino (2002) “o número de participações em competições internacionais aumentou. A qualidade dos resultados alcançados evolui. O país acolheu e organizou eventos do mais elevado nível, num sentido que se acentuará no futuro próximo. Nunca como hoje foi tão grande o número de dirigentes desportivos portugueses em organismos internacionais”. Esta evolução no futebol português, de amador a profissional de alta competição, levou, necessariamente, que também os corpos dirigentes dos clubes se tornassem profissionais, obriga a desenvolver as mais diversas competências, não só a nível de formação académica e profissional – gestão financeira e desportiva – como também a nível linguístico e técnico - mercado económico e desportivo.. Duarte Morais de Oliveira. 18.

(37) No caso concreto, o futebol “é cada vez mais um negócio e cada vez menos um desporto” (Sá, 2011). O futebol gera milhões, sendo uma das maiores indústrias a nível mundial. Conforme sugere Ribeiro (2010), “Tornado negócio, o mais belo jogo rege-se por outras leis. Que não, apenas, as dos regulamentos”. Face à crescente profissionalização do desporto surgem as Sociedades Anónimas Desportivas, adiante designadas por SAD´s, que vêm oferecer alternativa ao anterior estatuto de pessoa colectiva sem fins lucrativos. Segundo o artigo 27.º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto entende-se por Sociedades Desportivas as pessoas colectivas de direito privado, constituídas sob a forma de sociedade anónima, cujo objecto é a participação em competições desportivas, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada no âmbito de uma modalidade. A constituição da SAD procurou estabelecer orientações determinantes para o controlo financeiro através de uma maior transparência, competência e rigor como também uma gestão mais profissionalizada do que a que era efectuada nos clubes, rentabilizando desta forma o espectáculo desportivo. Anteriormente à possibilidade dos clubes se estabelecerem de acordo com o estatuto de SAD, o rendimento obtido pela via do desporto constituía o único fim a atingir, para satisfação dos seus sócios e adeptos do clube. Nos tempos que correm, a orientação estratégica pretende alcançar o equilíbrio entre o resultado desportivo e o resultado financeiro, de modo a manter os objectivos de satisfação dos espectadores, acrescentando o interesse dos accionistas e a viabilização da organização desportiva. A nova concepção implicou mudanças relevantes ao nível da estrutura e organização. No mundo do negócio do futebol passou a ter importância o acesso às competições europeias, os direitos televisivos e a publicidade. Toda esta dimensão financeira dos clubes de futebol continua a assentar, todavia, nos resultados que esse clube vai conseguindo alcançar, pois são estes que lhe permitem manter o estatuto e o acesso às competições internacionais.. Duarte Morais de Oliveira. 19.

(38) De acordo com o relatório financeiro efectuado pela UEFA - “The European Club Footballing Landscape9” -, que é um importantíssimo estudo europeu sobre as finanças dos clubes de futebol, os 732 clubes das 53 primeiras divisões europeias, relativamente ao ano de 2008, geraram uma receita de 11,5 biliões de Euros. Como referem Simon Kuper e Stefan Szymanski, os clubes de futebol raramente vão à falência. ”Em 1923 a Liga Inglesa de Futebol era formada por 88 clubes. Oitenta e quatro anos mais tarde, na temporada 2007/08, 97% dessas equipas ainda existiam. E a maioria delas (48) permanecia na mesma divisão. O mesmo não se pode dizer das 100 maiores empresas do mundo. Nas últimas oito décadas, quase metade desapareceu. Enquanto outras mudaram de sector ou de localização. Quase todos os clubes profissionais de Inglaterra sobreviveram à Grande Depressão, à II Guerra Mundial, a recessões, directores corruptos e gestores pavorosos. É uma história de estabilidade extraordinária". Vive-se uma nova era no futebol mundial. Um período de fortes investimentos financeiros e de apostas assumidas em novos mercados e fontes de receitas, fórmula para recriar um desporto universal que quotidianamente, envolve mil milhões de pessoas. Conforme sustenta Pires (2007), “de há cerca de vinte anos a esta parte, através da indústria do lazer, o desporto entrou naquilo a que podemos designar como a “era económica”. De facto, se o desporto dantes era um sistema integrador de uma cadeia vertical de valores sociais, hoje, cada vez mais, é um sistema integrador de uma cadeia vertical de valores económicos”. No entanto, ainda hoje o futebol é um desporto amado. Como sublinhou Joseph Blatter (2010), “o futebol é também disciplina, respeito e esperança para a juventude”. Acreditamos que é nesta “esperança para a juventude” que os clubes apostam hoje em dia no público infantil. Para tal criam-se escolas de futebol,. 9. O relatório “The European Club Footballing Landscape” encontra-se disponível em http://www.uefa.com/MultimediaFiles/Download/Publications/uefaorg/Publications/01/45/30/45/1 453045_DOWNLOAD.pdf (consultado a 10 de Junho de 2010).. Duarte Morais de Oliveira. 20.

(39) sites exclusivos para crianças ou mascotes dirigidas a elas como forma de as cativar para esta prática desportiva.. 2.3.1 A importância do futebol de formação. A formação de jovens jogadores revela-se um investimento necessário aos clubes profissionais de futebol, tanto em termos financeiros, por se prescindir de contratar jogares, como em termos de sucesso desportivo, pois evita-se os períodos de adaptação dos novos jogadores. Pois como refere Leandro (2003), “Os clubes formam jogadores de qualidade no sentido de assim os integrarem nas suas equipas seniores evitando, dessa forma, o pagamento de quantias elevadas na aquisição de jogadores a outros clubes. Por outro lado, ao investirem na formação de jogadores aumentam a possibilidade de obterem no futuro dividendos desse investimento numa possível venda para outros clubes”. Mas além de olharem para as crianças apenas como investimento económico, os clubes devem promover o seu espírito fraterno, ou nas palavras de Jorge Valdano (2009), o seu lado mais nobre: ”O futebol pode ser o que queiramos. Se tivermos em conta o seu lado nobre, podemos beneficiar de uma escola de superação pessoal que nos ensina princípios básicos de solidariedade, humildade crítica, relação com o triunfo e a derrota… Se observamos o seu lado odioso, podemos encontrar um âmbito egoísta, esperteza no pior sentido e com deslealdade de diferente grau… Cada jogador, através. das. suas. Duarte Morais de Oliveira. condutas,. ilumina. um. dos. dois. campos”.. 21.

(40) 2.4. O Futebol Clube do Porto 2.4.1 História No dia 28 de Setembro de 1893 nasce o FC Porto.10 O clube foi fundado com o nome Foot-ball Club do Porto por António Nicolau d’Almeida, comerciante de vinho do Porto, que conheceu o futebol em Inglaterra e decidiu apostar neste desporto em Portugal. Viria a afastar-se deste projecto por razões pessoais, vindo a ser substituído por José Monteiro da Costa que, em Agosto de 1916, faz renascer o FC Porto, um clube de futebol eclético, aberto ao atletismo, boxe, cricket, halterofilismo, pólo aquático e natação. No primeiro emblema do clube destacava-se uma bola de futebol com as iniciais ‘F.C.P.’, o qual, viria a ser substituído, em 1922, pelo futebolista e artista gráfico Simplício. O artista conjugou o antigo símbolo do FC Porto com as armas da cidade originando o actual emblema do clube. O clube tornava-se numa referência do desporto portuense e português. Como refere Júlio de Magalhães (Bandeira,. 10. Figura 1 - Símbolos do FC Porto. História disponível em: http://www.fcporto.pt/Clube/Historial/Historia/historia.asp. Duarte Morais de Oliveira. 22.

(41) 2010), “É o símbolo que associa de imediato o FC Porto à cidade e às grandes conquistas. Uma bola de futebol azul, com as letras FCP inscritas e uma série de referências que fazem a ligação do clube à cidade e ao país, como a coroa, as cinco quinas, as estrelas e bem no cimo o Dragão”. Ao longo de mais de cem anos, o FC Porto tornou-se um grande clube, não só na ambição, mas também nas potencialidades desportivas, tendo somado sucessivos êxitos desportivos, financeiros e patrimoniais, tornando-se, por isso, numa referência mundial. A década de 80 foi talvez a mais memorável. Em 1987 e 1988 venceu a Taça dos Campeões, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. Alguns anos mais tarde, o Penta, proeza única em Portugal. A história tinha agora um lugar especial para o clube. Mas estes não totalizam os títulos conquistados. O FC Porto já conquistou: duas Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais, uma Supertaça Europeia, quatro Campeonatos de Portugal, vinte e cinco Campeonatos da 1ª Divisão, dezasseis Taças de Portugal e dezassete Supertaças. _______________________________________________________________ “A Revolução de Abril é, muitas vezes, chamada para as mais acaloradas tertúlias do mundo da bola. E os números tornam factual o que por vezes ser argumento fácil. Até 1974 o FC Porto conquistou quatro campeonatos e três taças de Portugal.” (Magalhães, J). _______________________________________________________________ Para além do fulgor no futebol, o FC Porto tem-se mostrado competitivo em todas as modalidades que pratica, revelando-se uma entidade empenhada na valorização das diferentes práticas desportivas. Esta dedicação do FC Porto ao desporto em geral tem vindo a ser reconhecida, como se pode verificar pelas honras e galardões que lhe são concedidos.. Duarte Morais de Oliveira. 23.

(42) HONRAS E GALARDÕES •. Instituição de Utilidade Pública. •. Medalha de Ouro de Mérito Desportivo C. M. P.. •. Cruz Vermelha de Benemerência. •. Medalha de Mérito Desportivo. •. Medalha de Ouro de Honra da Cidade. •. Medalha de Honra de Mérito Desportivo. •. Membro Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique. •. Grande Colar de Honra ao Mérito Desportivo. •. Membro Honorário da Ordem de Mérito Quadro 1 – Honras e Galardões do FC Porto. 2.4.2 Instalações Conforme refere Cerqueira, César, Teixeira (2009), o FC Porto foi construindo diferentes infra-estruturas “para enfrentar os desafios, para reagir às necessidades com qualidade, [nomeadamente] com um Estádio do Dragão invejável, com um Centro de Treinos [e Formação Desportiva] merecedor de todos os elogios, com um Vitalis Park que propõe uma viagem à Constituição e uma projecção nítida de um futuro azul e branco, e com um Dragão Caixa que alberga com requinte a valia das modalidades que, em 1983, António Nicolau de Almeida ousou projectar”. Iremos, nas páginas que se seguem, desenvolver em mais pormenor estas instalações.. a) Estádio do Dragão Obra do arquitecto Manuel Salgado, o estádio foi inaugurado em 2003. O Estádio do Dragão é já uma referência inevitável na vida desportiva e cultural da cidade do Porto. Duarte Morais de Oliveira. 24.

(43) Palco de Emoções e espaço privilegiado de diversão e espectáculo delineado por um traço único, o Estádio do Dragão é também um modelo de multifuncionalidade capaz de acolher uma diversidade de eventos, graças às suas dimensões e características específicas. O Estádio do Dragão é, também, um Estádio ecológico, classificado com cinco estrelas pela UEFA, e o primeiro estádio europeu a conseguir a certificação «GreenLight», uma certificação da Comissão Europeia que premeia o esforço realizado em termos da utilização racional de energia e na qualidade da iluminação.. b) Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia O Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia (daqui em diante denominado CTFD) significou uma nova etapa na modernidade do FC Porto. Inaugurada no Verão de 2002 nas freguesias de Olival e Crestuma em Vila Nova de Gaia, esta infra-estrutura funcional é da autoria do arquitecto Alcino Soutinho, foi construída pela Câmara Municipal de Gaia e cedida ao FC do Porto através de um contrato-programa. O CTFD é constituído por cinco campos de futebol relvados (quatro de relva natural e um de relva sintética), balneários e áreas técnicas e médicas para cada uma das equipas, uma bancada com capacidade para cerca de duas mil pessoas, um ginásio e um centro de imprensa. Por todas estas características, o CTFD veio aumentar a qualidade da formação e do treino dos atletas do FC Porto.. c) Dragão Caixa O Dragão Caixa é um espaço multiusos concebido pelo mesmo arquitecto do Estádio do Dragão, Manuel Salgado. Assente em valores como a estética, o design e a racionalidade, oferece uma utilização eclética, permitindo para além da realização de eventos. Duarte Morais de Oliveira. 25.

(44) desportivos (andebol, basquetebol e hóquei em patins), eventos sociais e culturais. O Dragão Caixa foi inaugurado em 2009 e tem uma capacidade de cerca de 2200 lugares sentados. O edifício, construído de acordo com um sistema de gestão e manutenção inteligente dos recursos, que o transformam num ícone ambiental, inclui uma sala principal, uma sala de estar VIP, que pode ser utilizada de forma autónoma e uma área administrativa. Factor importante é a localização. O Dragão Caixa situa-se ao lado do Estádio do Dragão o que facilita em dia de jogos das modalidades e do futebol uma maior afluência de adeptos.. d) Casa do Dragão A Casa do Dragão foi recentemente revitalizada por obras de beneficiação, com o objectivo de formar atletas de alto nível, uma vez que é instituição de referência nos escalões de formação do FC Porto. O FC Porto reforça, assim, a aposta na formação, melhorando continuamente todos os espaços que possui para formar jogadores de alta competição. A Casa do Dragão disponibiliza infra-estruturas essenciais para a evolução dos atletas, espaços diversificados para o convívio entre os seus frequentadores e áreas de contacto privilegiado com o staff técnico dos departamentos de formação.. e) Vitalis Park O Vitalis Park ganhou vida no mítico Campo da Constituição, espaço de inevitável referência na história do FC Porto. Conforme referiu Urgel Martins (2010), “o Vitalis Park é uma infraestrutura de elite que está a servir de base a um projecto inovador em Portugal”, o Projecto Dragon Force.. Duarte Morais de Oliveira. 26.

(45) Renovado e modernizado, em 2008, o espaço conta com instalações de excelência que incluem várias infra-estruturas:. 1 Campo de futebol de 11, em relva sintética, com luz artificial que integra dois campos de futebol de 7. 1 Campo de futebol de 7, em relva sintética, coberto, com luz artificial. 1 Campo de terra batida futebol de 5 (espaço Artur Baeta). 1 Edifício de apoio à actividade desportiva composto por: Recepção; 5 Balneários; Balneários para treinadores; Balneário para árbitros; Sala multiusos; Departamento médico; Arrumos; Bar/restaurante. 1 Edifício de apoio à organização/gestão do “Vitalis Park”, composto por: Recepção; Loja do Associado; Loja Azul; Armazém Loja Azul. Quadro 2 - Infra-estruturas do Vitalis Park. Duarte Morais de Oliveira. 27.

(46) 2.4.3. Análise “SWOT” A Análise SWOT [em que o termo SWOT é uma sigla inglesa para Forças. ou. Pontos. Fortes. (Strengths),. Fraquezas. ou. Pontos. Fracos. (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats)], consiste num modelo de avaliação da posição competitiva de uma organização no mercado. Analisando os últimos 30 anos do FC Porto, ao nível do seu percurso desportivo, poderemos chegar à seguinte conclusão: FORÇAS. •. •. FRAQUEZAS. Tradição, história e notoriedade. •. da marca FC Porto ligada a. conseguem. grandes sucessos desportivos. adeptos como o futebol.. Experiência de gestão desportiva. •. do Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa •. Novas. • e. inovadores. infra-. Necessidade de vender os seus activos (jogadores) para conseguir consolidar as suas contas. Mentalidade vencedora do Clube. Aumento. de. número. AMEAÇAS de. •. associados •. Descida da cotação das acções na bolsa. Presença. nas. europeias. para. competições aumentar. •. as. Expansão das escolas de futebol. Concorrência dos grandes clubes europeus. receitas, o prestígio e notoriedade •. tantos. Capacidade financeira fraca face. OPORTUNIDADES. •. mobilizar. aos clubes europeus.. estruturas •. As modalidades desportivas não. que. possuem. orçamentos muito superiores •. Crise económica mundial. Dragon Force. Quadro 3 – Análise Swot do FC Porto. Duarte Morais de Oliveira. 28.

(47) Quanto às Forças, é necessário destacar o papel do Presidente do FC Porto, que, num mandato de 29 anos, alcançou 53 dos 69 títulos conquistados pelo FC Porto em toda a sua história. Em relação às Fraquezas, destaca-se a necessidade de vender os seus activos para consolidar as contas. É algo a que qualquer clube português não consegue fugir. O administrador financeiro e para as relações com o mercado da SAD do FC Porto, Dr. Angelino Ferreira, em entrevista ao jornal Diário Económico do dia 4 de Maio de 2011 referiu a esta questão nos seguintes moldes: “sabemos que é preciso encontrar alternativas, sendo certo que as transferências dos jogadores e as mais-valias são uma das componentes basilares no financiamento e orçamento de um clube de futebol”. Quanto às Oportunidades, registamos duas relevantes. A primeira, e mais evidente, é a presença do FC Porto nas competições europeias, especificamente na Liga dos Campeões, uma vez que são competições com vantagens financeiras incomparáveis para um clube de futebol. A segunda prende-se com a necessidade de expandir as escolas de futebol Dragon Force, pois estas revelam-se uma oportunidade, não só para a marca FC Porto se dar a conhecer, tanto a nível nacional como internacional, como para o próprio clube que pode formar jogadores deste os primeiros anos de formação. Em relação às ameaças, é importante referir que a crise económica mundial e a descida da cotação das acções na bolsa, pois é um factor que não depende totalmente da estrutura do FC Porto. Tendo como base o Índice de referência de Portugal, o PSI 20, em 2010 este índice caiu 10,34%, enquanto os títulos do FC Porto desvalorizaram 31,8%, ou seja, três vezes superior ao valor representativo de todo o mercado bolsista.. Duarte Morais de Oliveira. 29.

(48) 2.5. A Futebol Clube do Porto - Futebol, S.A.D.. 2.5.1 Caracterização da Organização O grupo empresarial do FC Porto é um universo de empresas que emana de um emblema centenário e que se posicionou como referência em Portugal e no Estrangeiro. Como todas as Instituições de Utilidade Pública de âmbito desportivo, o FC Porto nasceu para fomentar a prática desportiva, princípio sempre presente em todas as manifestações e que se manteve nas suas prioridades, mesmo depois da profissionalização de muitos sectores. As exigências dos novos mercados e que decorreram da própria modernização das competições, desencadearam uma resposta que destacou as competências e potenciou os princípios mais vincados. Actualmente, e para garantir o desenvolvimento e o crescimento sustentado do futebol, existe uma estrutura encarregue de gerir todas actividades. Como se pode ver no organigrama (Figura 2) que se segue, a FC Porto – Futebol, SAD é «apenas» umas das células da marca FC Porto, ainda que lhe pertença a gestão da área mais mediática: o futebol.. Duarte Morais de Oliveira. 30.

(49) Porto Estádio Porto Clínica. InvestiAntas. Porto Seguro. EuroAntas. FUTEBOL CLUBE DO PORTO. Porto Comercial. FCPorto SPC. Fundação Porto Gaia. FCPorto – Futebol SAD. Porto Multimédia. FCPorto – Basquetebol SAD. Figura 2 – Universo de empresas do grupo empresarial FC Porto. 2.5.2 Enquadramento legal da organização Conforme refere Pires (2007), “em 1997, foi criada a figura jurídica das sociedades anónimas desportivas (SAD) como entidades vocacionadas para a organização e gestão do desporto profissional nos clubes, as quais, para o efeito, têm um estatuto societário específico em certas vertentes, e no geral reportam para os requisitos jurídicos das restantes sociedades anónimas comerciais. As empresas criadas passaram a responder gestionariamente, quer em concretização de estratégias e objectivos quer nos resultados financeiros e económicos, perante os seus “stakeholders”, entre os quais se encontram agora os seus financiadores por excelência, isto é, os seus accionistas (“shareholders”) ”. A FC Porto – Futebol, SAD é uma sociedade anónima desportiva. Isto é, segundo o artigo 27.º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, uma pessoa colectiva de direito privado cujo objecto é “a participação em competições desportivas, a promoção e organização de espectáculos. Duarte Morais de Oliveira. 31.

(50) desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada no âmbito de uma modalidade”. A FC Porto – Futebol, SAD foi constituída a 5 de Agosto de 1997 e de acordo com o artigo 3.º dos seus estatutos, tem por objecto social a “participação, na modalidade de futebol, em competições desportivas de carácter profissional, a promoção e organização de espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades relacionadas com a prática desportiva profissionalizada da referida modalidade". Neste artigo está implícita a razão do nascimento do Projecto Dragon Force, pois são os próprios Estatutos que determinam como seu objectivo o fomento do futebol. O essencial da actividade a desenvolver consiste na participação em competições desportivas de carácter profissional, nacionais e internacionais. As orientações estratégicas da SAD assentam na procura do sucesso desportivo de uma forma sustentada e a oferta ao público de espectáculos desportivos de elevada qualidade, de forma a satisfazer os seus adeptos e simpatizantes, a população da região em que se encontra implantado e a população do país em geral. Desta forma, as diversas actividades relacionadas com o futebol profissional terão mais e melhores condições para serem desenvolvidas com sucesso.. 2.5.3 Caracterização da “nova” organização A FC Porto – Futebol, SAD comunicou à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários no dia 23 de Março de 2010, “nos termos e para os efeitos do art.248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, que o Grupo Futebol Clube do Porto decidiu dar início a um projecto de implementação de um Modelo Operativo, para assegurar a melhoria da qualidade dos serviços prestados interna e externamente, com benefícios esperados a curto, médio e longo prazo. Este. Modelo. Operativo. tem. como. objectivo. a. criação. e. operacionalização de unidades com missão, processos e enfoque num. Duarte Morais de Oliveira. 32.

(51) determinado conjunto de e actividades, aumentando assim a especialização por função. O administrador financeiro e para as relações com o mercado da SAD do FC Porto, Dr. Angelino Ferreira, em entrevista ao jornal Diário Económico do dia 4 de Maio de 2011 referiu-se referiu a esta reestruturação uração como forma de “poupança de 20% nas contas (…) e que o grupo resolveu avançar para um novo modelo operativo de modo a dar mais transparência”. De acordo com o mesmo jornal, o FC Porto “criou um grupo de trabalho com personalidades externas ao futebol para delinear a estratégia do grupo FC Porto a longo prazo”. Nesse sentido, as unidades a operacionalizar são:. Figura 3 – Novo Modelo Operativo do FC Porto. esclarece nos, assim, que existem quatro unidades A figura anterior esclarece-nos, operacionais,. encontram se encontram-se. divididas. segundo. as. suas. competências. específicas: FC Porto Serviços Partilhados e Corporativos, Corporativos, responsável pela consolidação das actividades estratégicas e transversais; transversa FC Porto Desporto, Desporto competente para a gestão das actividades desportivas; FC Porto Comercial, Comercial com a coordenação das funções comerciais do Grupo e criação de um ponto único de contacto com associados e clientes; e FC Porto Operacional, Operacional responsável pela consolidação das actividades de desenvolvimento e gestão de infra-estruturas, estruturas, organização de eventos e logística logística das actividades desportivas.. Duarte Morais de Oliveira. 33.

(52) 2.6. Futebol Clube do Porto – Projecto Dragon Force “Muito mais que uma escola de futebol”11. 2.6.1 O Conceito De forma a promover e expandir o impacto do FC Porto, nasceu, a 6 de Setembro de 2008 no Vitalis Park, o Projecto Dragon Force com o objectivo de fomentar a prática do desporto, concretamente do futebol, proporcionando às crianças e aos mais jovens um crescimento saudável e norteado por princípios de cidadania. Nas palavras de Urgel Martins (2010), responsável por este projecto, “o Dragon Force (…) nasceu de uma ideia: as crianças cresceram a ver o FC Porto ganhar, então sentimos a obrigação de criar projectos e espaços que gerassem interacção e manifestações para os miúdos sentirem o FC Porto. Sentirem porque é que o FC Porto ganha e porque é o melhor clube português”. O projecto possibilita que as crianças e suas famílias vivam experiências que associam o entretenimento à prática do futebol, levando de forma criativa e inovadora, os valores do FC Porto a todos os participantes. Além de ter como principal objectivo o desenvolvimento nos alunos de competências para jogar futebol, o projecto aposta na inserção de diferentes áreas pedagógicas, como a nutrição, a cidadania e o respeito pelo meio 11. Revista – Noticias Sábado – 23-01-2010.. Duarte Morais de Oliveira. 34.

(53) ambiente, proporcionando um conjunto de actividades de ocupação dos tempos livres que sejam veículo de aquisição de hábitos de saúde, cultura e lazer, bem como do desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos mais jovens12. Conforme indica Urgel Martins (2010), “O objectivo principal [do Dragon Force] é formar pessoas. Temos uma estratégia diferenciadora das outras escolas de futebol. Estar aqui é diferente porque é o FC Porto. Há contacto com as estrelas do clube mas também porque se aprende algo mais do que futebol. Estamos a ensinar futebol mas ao mesmo tempo preocupamo-nos com determinadas áreas pedagógicas, nomeadamente o respeito pelo meio ambiente, os valores de cidadania, a geografia ou a matemática. Procuramos ensinar isto através do futebol e, muitas vezes, estas componentes são integradas no processo de treino”. Entendemos, assim, que este projecto assenta sob duas vertentes essenciais, a comercial e financeira, que representa uma fonte de receitas para o FC Porto, e a formação desportiva, que quando se fundem criam um serviço útil e que promove a responsabilidade social. O projecto manifesta-se através de quatro campos de acção diferentes Escolas de Futebol, Campos de Férias, Clinics e Road-Show – que iremos descrever em seguida:. a) Escola de futebol “Possibilitar aos mais pequenos a aprendizagem do futebol no seio do FC Porto foi o que motivou os responsáveis do clube a criar o projecto Dragon Force, um local privilegiado para a observação de jovens talentos.”13. A Escola de futebol Dragon Force aposta na qualificação dos treinadores e métodos de trabalho com assinatura FC Porto. É o espaço ideal para os. 12 13. Ver neste sentido a Mensagem dos Pais e Encarregados de Educação (Anexo 2). Martins (2010).. Duarte Morais de Oliveira. 35.

(54) jovens, com idade compreendida entre os 4 e os 14 anos e com vocação para o futebol, demonstrarem as suas aptidões. A Escola de Futebol Dragon Force tem como principais objectivos: o ensino do futebol aos mais jovens; a aproximação entre os jovens e os valores, a história e a mística do FC Porto; a detecção e o aperfeiçoamento de novos valores para a formação do FC Porto; o apoio aos alunos e aos seus encarregados de educação no respectivo processo de crescimento.. b) Campos de Férias O conceito dos Campos de Férias Dragon Force alicerça-se na tríade Desporto - Cultura - Divertimento dentro do Universo do FC Porto. Os Campos de Férias Dragon Force constituem uma oferta inovadora pela forma como, através de um conjunto de actividades diversificadas e diferenciadas por idades, conciliam estas três áreas indispensáveis ao desenvolvimento dos jovens num ambiente de qualidade, conforto e segurança. É concedida a oportunidade aos jovens participantes (rapazes e raparigas dos 6 aos 14 anos) de adquirir vivências assentes na cultura do FC Porto e do Dragon Force que apelam à história (figuras marcantes, a ascensão portista e às maiores conquistas), às modalidades do clube e que, por isso, se desenrolam nos espaços do FC Porto (Centro de Treinos, Estádio do Dragão, Vitalis Park). Nesse sentido, a estratégia assenta na prestação de serviços de qualidade às famílias, de forma a as aproximar do FC Porto e a fidelizá-las em diferentes níveis.. c) Clinics Os eventos ‘Clinics’ apresentam-se em duas formas diferentes. O primeiro ‘Clinics’, denominado “Visita ao Mundo FC Porto”, procurou desenvolver a vertente educativa do Projecto Dragon Force ao proporcionar,. Duarte Morais de Oliveira. 36.

(55) durante 1 dia, o contacto dos alunos com a história, a cultura e a mística do FC Porto, de uma forma prática e lúdica. No fundo, com esta acção visa-se proporcionar uma experiência em torno do mundo Dragon Force. O segundo ‘Clinics’, denominado “Aprende com o teu Ídolo”, procura introduzir um novo conceito em Portugal. Apelando-se à influência dos craques nos mais jovens, procura-se proporcionar uma experiência pedagógica única. Estas acções são um sucesso, pois proporcionam uma vivência diferente às crianças – durante um dia o seu professor é um ídolo do FC Porto.. d) Road Show Tendo como principais metas levar a marca FC Porto e a sua cultura aos jovens adeptos da modalidade, comunicar a aposta do FC Porto na formação e dar a oportunidade de ser orientado pelos treinadores do FC Porto, esta vertente confere aos jovens participantes a oportunidade de, num campo sintético de futebol de 5 e sempre monitorizados por técnicos da Escola de Futebol Dragon Force, praticarem algumas habilidades, participarem em minijogos e sentirem de perto o Poder do Dragão. A divulgação do espaço de aprendizagem azul e branco, que tem contado com adesão massiva de interessados e curiosos, abrange iniciativas variadas,. em. diferentes. locais,. disponibilizando. igualmente. todas. as. informações sobre a Escola de Futebol e a hipótese de inscrição no Projecto Dragon Force.. Duarte Morais de Oliveira. 37.

(56) 2.6.2 A Escola. “O Dragon Force é uma festa” 14. A Escola de Futebol destina-se a jovens de ambos os sexos dos 4 aos 14 anos, sendo que qualquer criança se pode inscrever, desde que tenha vaga na turma que corresponde à sua idade. Segundo Urgel Martins “O Dragon Force funciona numa “lógica de inclusão”, ou seja, é uma escola onde meninos e meninas, grandes e pequenos, gordos e magros, com mais ou menos jeito têm lugar e oportunidade de aprender a jogar futebol”. A ‘sede’, e primeira escola de futebol Dragon Force, localiza-se no Vitalis Park, na Rua da Constituição, no Porto. Entretanto, e iniciado o processo de expansão15, inauguraram-se mais cinco escolas: Braga, Ermesinde, Gaia, Viseu e Lisboa. Iremos, neste momento, analisar três aspectos que consideramos essenciais: o funcionamento e a calendarização das actividades lectivas da escola Dragon Force; o procedimento de inscrição e pagamento da escola Dragon Force; e a programação dos eventos desportivos da escola Dragon Force.. a) O funcionamento e a calendarização das actividades lectivas A Escola de futebol Dragon Force funciona de 2ª a 6ª feira das 18h00 às 20h30 e aos sábados de manhã das 9h00 às 13h00. De segunda a sexta-feira, das 17h00 às 19h30, a escola tem à disposição dos alunos uma sala de estudo (denominado “Espaço Aberto”) com a orientação e acompanhamento de pessoas habilitadas para o efeito. Na recepção do edifício, os alunos devem obrigatoriamente apresentar o cartão do aluno, com a quota em dia (tem de ser paga até ao dia 12 do mês 14. Jornal A Bola, 14-10-2010 As particularidades do Departamento de Expansão serão mencionadas no ponto 2.6.5.. 15. Duarte Morais de Oliveira. 38.

Referências

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