Revista
Internacional
de
Métodos
Numéricos
para
Cálculo
y
Diseño
en
Ingeniería
w w w . e l s e v i e r . e s / r i m n i
Estudo
do
desempenho
de
vigas
em
situac¸
ão
de
incêndio
a
partir
do
modelo
de
fibras
P.A.S.
Rocha
∗e
K.I.
da
Silva
DepartamentodeEngenhariaCivil,UniversidadeFederaldeOuroPreto,CampusMorrodoCruzeiro,CEP35400–000,OuroPreto–MG,Brasil,55–31–35591546
informação
sobre
o
artigo
Historialdoartigo:
Recebidoa7deoutubrode2014 Aceitea20denovembrode2015 On-linea28defevereirode2016 Palavras-chave:
Vigasdeconcretoarmado Vigasmistasdeac¸oeconcreto Modelodefibras
Situac¸ãodeincêndio
r
e
s
u
m
o
Nestetrabalhoapresenta-seaanálisenuméricadevigasdeconcretoarmadodesec¸ãoretangulareT edevigasmistasdeac¸oeconcretosubmetidasaaltastemperaturas.Paraaobtenc¸ãodosresultados numéricos,osquaissereferemàsrelac¸õesmomentoxcurvaturaparadiferentestemperaturas,bem comoosvaloresmáximosatingidosparaosmomentosfletores,utilizou-seométodooumodelode fibras,sendoasrelac¸õesconstitutivasdosmateriais(concretoeac¸o)definidasapartirdasconsiderac¸ões doEUROCODE2parte1.2edaABNTNBR15200.Apartirdosresultadosobtidos,osquaissãocomparados comasrespostasdeexpressõesanalíticasdefinidaspelaABNTNBR6118epelaABNTNBR8800,épossível seidentificararesistênciaresidualdaestruturaàmedidaqueotempodeexposic¸ãoaofogoaumentae tambémdemonstrarareduc¸ãoefetivadesuarigidez.
©2016CIMNE(UniversitatPolit `ecnicadeCatalunya).PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.Este ´eum artigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Study
of
Beams’s
Performance
on
Fire
by
the
Fibers
Model
Keywords:
Reinforcedconcretebeams Steel–concretecompositebeams Fibersmodel
Fire
a
b
s
t
r
a
c
t
ThispaperpresentsthenumericalanalysisofreinforcedconcretebeamswithrectangularandTsections andofsteel–concretecompositebeamssubjectedtohightemperatures.Toobtainthenumericalresults, whichrefertothemomentxcurvaturerelationsfordifferenttemperatures,aswellasthemaximum valuesachievedforthebendingmoments,itwasusedthefibersmethodorfibersmodel,withthe cons-titutiverelationsofmaterials(concreteandsteel)definedbytheconsiderationsoftheEUROCODE2part 1.2andbytheABNTNBR15200.Fromtheresultsobtained,whicharecomparedwiththeresponsesof analyticalexpressionsdefinedbyABNTNBR6118andbyABNTNBR8800,itispossibletoidentifythe residualstrengthofthestructureasthefireexposuretimeincreasesandalsodemonstratetheeffective reductionofitsrigidity.
©2016CIMNE(UniversitatPolit `ecnicadeCatalunya).PublishedbyElsevierEspa ˜na,S.L.U.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
1. Introduc¸ão
Oconcretoéummaterialformadopelajunc¸ãodecimento,
aglo-merantes(águaeareia)eagregados,comoporexemplo,abrita.
Este material apresenta baixa condutividade térmica e quando
associadoàsarmadurasformaaspec¸asdeconcretoarmado.O
con-cretosimplesquerevesteasbarrasdeac¸oacabaprotegendoas
∗ Autorparacorrespondência.
Correioseletrónicos:paulorocha@em.ufop.br,katia@em.ufop.br(P.A.S.Rocha).
mesmasdasac¸õesdeintempéries,corrosãooudeumincêndioe,
alémdisso,originaumconsiderávelaumentonarigidezdapec¸ae
consequentementenasuaresistência.
No caso de um incêndio em uma edificac¸ão, o concreto é
capazdeprotegeroac¸odocalorexcessivo,garantindoumtempo
de fuga maior de pessoas, caso haja um sinistro de grandes
proporc¸ões. Porém, em func¸ãodo tempo de exposic¸ãoao fogo
edataxa de aquecimento,osconstituintesdo concretopodem
reagirquimicamente,dandoinícioaprocessosmecânicos como
expansões, fragmentac¸ões, fissurac¸õeseperda deresistência. A
fissurac¸ãoea fragmentac¸ãosuperficialexplosiva, ou«spalling»,
http://dx.doi.org/10.1016/j.rimni.2015.11.001
0213-1315/©2016CIMNE(UniversitatPolit `ecnicadeCatalunya).PublicadoporElsevierEspa ˜na,S.L.U.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
quelevaaumagrandedegradac¸ãodomaterialpodendoafetarde
modosignificativoasua capacidadeestrutural,dependem
dire-tamentede comoa temperaturagera tensões na matrizsólida
e da pressão exercida pelas fases fluidas presentes nos poros
[1].
Nopresentetrabalhoapresentam-seosresultados numéricos
correspondentesàavaliac¸ãododesempenhodevigasdeconcreto
armadoevigasmistasdeac¸oeconcretoemsituac¸ãodeincêndioa
partirdomodelooumétododefibras.Classifica-secomovigamista
aestruturaquepermiteotrabalhoconjuntoentreavigametálica
eumafaixadalajedeconcreto;paraqueacontec¸aessainterac¸ão,
devehaverligac¸ãomecânicaentreavigadeac¸oealajede
con-creto,proporcionadaporelementosdenominadosdeconectores
decisalhamento.
O modelo de fibras é um método clássico utilizado para a
análise de elementos mistos de ac¸o e concreto e também de
sec¸ões de concreto armado ou metálicas, em que é possível
modelarvigas, pilares, etc. No modelo de fibras a sec¸ão
trans-versalésubdivididaempequenasregiões, nãonecessariamente
deáreas iguais,sendo que cada região apresenta uma fibra de
materialdistribuídaao longodasec¸ão.Cadafibrapode assumir
diferentesrelac¸õestensãoxdeformac¸ão,representando
diferen-tesmateriais.Emgeralusam-serelac¸õesconstitutivasuniaxiais.
Sendoassim,considerando-sequeassec¸õesplanaspermanecem
planasapósadeformac¸ãoeutilizando-seasrelac¸ões
constituti-vaspara cadamaterial,pode-secalcularatensãoemcadafibra
em func¸ão de sua deformac¸ão, e fazendo-se o somatório das
forc¸asemomentosdeterminam-seosesforc¸osresistentesdasec¸ão
[2].
Franssen[3]desenvolveuoprogramaSAFIR[4]paraservircomo
plataformapara aimplementac¸ãodevárioselementosfinitose
modelosconstitutivos.Oprogramaéutilizadoeminúmeras
pes-quisassobreocomportamento deestruturasdeac¸o,concretoe
mistasdeac¸oeconcretoàtemperaturaambienteeemsituac¸ão
deincêndioetambémnacalibrac¸ãodeprocedimentosdeprojeto
[5–8].Nesteprogramaasec¸ãotransversaldoelemento
estrutu-ral é discretizada em fibras triangulares ou retangulares e em
qualquerpontolongitudinaldeintegrac¸ãotodasasvariáveis
(tem-peratura,tensões edeformac¸ões)são constantesem cada fibra,
caracterizandoum modelo de fibras. Hajjar et al. [9]
apresen-taram uma formulac¸ão, também baseada nomodelo de fibras,
emque seconsiderou odeslizamentorelativoentre oconcreto
eoac¸o.
Sfakianakis[10]propôsummétododefibrasalternativoemque
omecanismodefalhadasec¸ãotransversalfoideterminado
atra-vésdealgoritmosenvolvendocomputac¸ãográfica, sendoválido
para sec¸ões transversaiscomgeometria qualquer eeliminando
problemasde convergênciarelacionadoscom processos
iterati-vos.
Embora a maior desvantagem do método de fibras seja a
necessidadedegrandequantidadedememóriaeumaltocusto
computacionalparaarealizac¸ãodasmodelagensnuméricas,éum
dosmaisflexíveisepoderososdisponíveis,sendoasuagrande
van-tagemapossibilidadedeaplicac¸ãoemanálisesdeestruturascom
sec¸õestransversaiscomgeometriaqualquer.
Portanto, nestetrabalho desenvolveu-se um programa
com-putacional denominado MDCOMP (2014), baseado no modelo
de fibras e implementado em linguagem FORTRAN, destinado
àdeterminac¸ão da resistência última de vigas em situac¸ão de
incêndio. Com a finalidade de mostrar a eficiência do método
proposto realizaram-se comparac¸ões com as respostas
obti-das a partir de expressõesanalíticas definidas pela ABNT NBR
6118 [11] e pela ABNT NBR 8800 [12] para vigas de concreto
armado de sec¸ão retangular e T e de vigas mistas de ac¸o e
concreto.
2. Momentofletorresistentedeumavigapelomodelode fibras
O modelo de análise adotado baseia-se na integrac¸ão das
func¸õesnão-lineares detensãogeradasdurante aflexão.Sendo
assim,a sec¸ãotransversal é discretizada em Nelementos
sub-metidosapenasasolicitac¸õesaxiaisdetrac¸ãooudecompressão
e a flexão da viga é obtida a partir da considerac¸ão do
com-portamento de todas as fibras (elementos), como mostra a
figura1.
SendoAiaáreadoi-ésimoelementoe
εi,i
suarespectiva
tensão,calculadaapartirdatemperaturaiedadeformac¸ãoεi,o
equilíbriodastensõesnormaisnasec¸ãotransversalsubmetidaà
flexãopuraéobtidopelomodelodefibrasapartirde:
(ε,)dA= N i=1 (εi,i)Ai=0 (1)Ocampodedeformac¸õesobedeceàhipótesedeBernoulli,que
estabeleceque as sec¸ões permanecem planas durantea flexão,
sendo,portanto,descritoporumafunc¸ãolinear.Seucálculoéfeito
definindo-se2 pontosA eBcomdeformac¸õesεs eεI,
respecti-vamente.Atribuindo-se umadeformac¸ãoao pontoA,calcula-se
adeformac¸ãonopontoB, demodoasatisfazeroequilíbriodas
forc¸asaxiaisdescritonaequac¸ão(1).Umavezdefinidoocampode
deformac¸ões,omomentofletorresistentedasec¸ãoécalculadoda
seguinteforma: Md,= N
i=1 Fixi= xdA= N i=1 [(εi,i)−(εj,i)] (xn−xi)Ai (2)emqueFiéaresultantedeforc¸asemcadaelemento,xiéobrac¸ode
alavancaexnaposic¸ãodalinhaneutra,medidaapartirda
coorde-nadadopontodedeformac¸ãoεS.
3. Momentofletorresistentedeumavigadesec¸ão retangular
AsexpressõesanalíticasdefinidaspelaABNTNBR6118[11]para
ocálculo domomentofletorresistente naregiãocomprimidae
tracionadadasec¸ão,desprezando-sea contribuic¸ãodoconcreto
na região tracionada em situac¸ão de incêndio, são,
respectiva-mente: x z
x
n Mh
A B Fi = σi Ai σ (ε,θ) εs εl Campo de deformações imposto Campo de tensões resultanteMd,=0.85c,bˇx,d2(1−0.4ˇx,) (3a)
Md,=s,As(d−0.4ˇx,d) (3b)
Nestasequac¸õesc,éatensãodecompressãodoconcretoem
incêndio,béalarguradasec¸ãotransversaldavigaedéaaltura
útildaviga.Oparâmetroˇx,querelacionaasdeformac¸õesno
con-creto
εc,enoac¸o
εs,aaltastemperaturas,ex,quedefinea
posic¸ãodalinhaneutradasec¸ão,sãoavaliadosapartirdas
expres-sões: ˇx,= εc, εc,+εs, (4a) x=ˇx,d (4b)
As deformac¸ões dos materiais são definidas com base nas
prescric¸õesdoEUROCODE2parte1.2[13]esãoincrementadasa
cadapassodetempo.
4. Momentofletorresistentedeumavigadesec¸ãoT
Realizando-seoequilíbriodemomentosemrelac¸ãoaumponto
localizadonalinhaneutradasec¸ãodavigachega-se àseguinte
expressãoparaocálculodomomentofletorresistente:
Md,=0,85c,
bf−bw hf 0,4x− hf 2 +Ass,(d−0,4x) (5)Nestaequac¸ãobféalarguraefetivadavigaoualarguradamesa
definidacombasenadistribuic¸ãonãouniformedetensõesemvigas
(efeitode«shearlag»),hféaespessuradalajeoualarguradamesa,
bwéalarguradaalmaoudanervuradasec¸ãoT,Aséaáreadeac¸o
naregiãotracionadadasec¸ãoes,éatensãonormaldaarmadura
aaltastemperaturas.
5. Relac¸ãotensãoxdeformac¸ãosegundooEUROCODE2
Nesteitemapresentam-seasrelac¸õesconstitutivasdos
materi-aisdefinidaspeloEUROCODE2parte1.2[13]equeforamutilizadas
paraadeterminac¸ãodosesforc¸osemcadafibradassec¸ões
analisa-dasnestetrabalho.
Asrelac¸õestensãoxdeformac¸ãodoconcretosegundoo
EURO-CODE2parte1.2[13]são:
Se εc,≤εc1, → c,= (3εc,kc,fck) εc1,
2+ εc, εc1,3
(6a) Se εc1,<εc,≤εcu, → c,=kc,fck (εc,−εcu,) (εc1,−εcu,) (6b) Se εc,>εcu, → c,=0 (6c)Nestasequac¸õesc,eεc,são,respectivamente,atensãonormal
eadeformac¸ãodoconcretoaaltastemperaturas,kc,éofatorde
reduc¸ãodaresistênciadoconcretoefckéaresistênciacaracterística
doconcretoaos28dias.Osvaloreslimitesdedeformac¸ãoεc1,e
εcu, paradiferentesvaloresdetemperaturasãoapresentadosno
EUROCODE2parte1.2[13].
Porsuavez,asrelac¸õestensãoxdeformac¸ãodoac¸odefinidas
segundooEUROCODE2parte1.2[13]sãodadaspor
Se 0≤εs,≤εsp, → s,=Es,εs, (7a) Se εsp,≤εs,≤εsy, → s,=fsp,−c+
b aa2−(ε sy,−εs,)2 0,5 (7b) Se εsy,≤εs,≤εst, → s,=fsy, (7c) Se εst,≤εs,≤εsu, → s,=fsy, 1− (εs,−εst,) (εsu,−εst,)
(7d) Se εs,=εsu, → s,=0 (7e)
Nestasequac¸õess,eεs,são,respectivamente,atensão
nor-maleadeformac¸ãodoac¸oaaltastemperaturas,Es,éomódulo
de elasticidade do ac¸o em situac¸ão de incêndio, fsy,, εsy, são,
respectivamente, a tensão e a deformac¸ão de escoamento do
ac¸o.
Asexpressõesparaocálculodosvaloresdedeformac¸ãoεsp,,
εst, e εsu, relacionados com os limites de aplicac¸ão de cada
umadasequac¸õestensãoxdeformac¸ão,bemcomodos
parâme-tros a,becpodemser encontradas noEUROCODE2 parte1.2
[13].
Nafigura2apresentam-seascurvastensãoxdeformac¸ãodo
concretoedoac¸oparadiferentestemposdeexposic¸ãoaofogo
obti-dasapartirdoprogramacomputacionalMDCOMP(2014)ecom
basenasequac¸ões(6)e(7).
6. Exemplos
Nesta sec¸ão apresentam-se os resultados da análise
numé-rica, a partir do modelo de fibras, do desempenhode 2 vigas
deconcretoarmadoedeuma vigamistadeac¸oeconcretoem
situac¸ãodeincêndio,considerando-sequetodasasfacesdasec¸ão
transversal dasvigas estão expostasao fogo,isto é,a
tempera-turaéprescrita (condic¸ãodecontorno deDirichlet) eigualem
todas as facesdas sec¸ões e, além disso, não existem faces
iso-ladas termicamente ou adiabáticas (com fluxo de calor nulo).
Sendoassim,ocampodetemperaturasparacadapassodetempo
mostravaloresconstantes emcadafibra quecompõeassec¸ões.
Comparac¸õessãofeitascomasrespostasanalíticasobtidasa
par-tirdasconsiderac¸õesdaABNTNBR6118[11]edaABNTNBR8800
[12].
6.1. Vigadeconcretoarmadodesec¸ãoretangular
Nesteexemplotem-seaanálisedeumavigadeconcretoarmado
comfck=20MPa,6mdecomprimentoesec¸ãotransversal
retan-gular com b=20cm eh=40cm,comomostra a figura3. A viga
apresentaumacamadadearmaduranaregiãotracionada,com
bar-rasdediâmetro=10mm,2armadurasdemontagemcom=6,
3mmecobrimentoc=20mmnas2direc¸ões.
Otempodeexposic¸ãodavigaaofogofoide120min,ouseja,
atéseatingiratemperaturade1.200◦Ceparaaanálisenumérica
asec¸ãotransversaldavigafoidiscretizadacomumtotalde210
fibras(verfig.3b).
Na figura 4a apresentam-se as relac¸ões momento x
curva-tura para as temperaturas de 300◦C, 600◦C, 800◦C e 1.100◦C
determinadascomoprogramaMDCOMP(2014),sendoas
mes-mascomparadascomosresultadosanalíticosobtidosapartirdas
considerac¸õesdaABNTNBR6118[11];nafigura4bmostra-sea
degradac¸ãodomomentofletormáximodavigacomaelevac¸ãoda
temperatura.
Nas tabelas 1 e 2 apresentam-se os valores da rigidez da
a
b
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Temperatura ambiente 30 min 50 min 70 min 80 min 90 min 100 min 120 min 0,00 0,04 0,08 0,12 0,16 0,20 0 100 200 300 400 500 Temperatura ambiente 30 min 50 min 60 min 90 min 70 min 80 min 100 min 120 min σc,θ (MPa ) σs,θ (MPa ) εc,θ εs,θConcreto
Aço
Figura2. Relac¸ãotensãoxdeformac¸ãoemsituac¸ãodeincêndio.
valores de temperatura. Por fim, na tabela 3 apresentam-se
os resultados numéricos correspondentes ao momento fletor
máximoeascomparac¸õescomasrespostasanalíticasbaseadasna
ABNTNBR6118[11].
6.2. Vigadeconcretoarmadodesec¸ãoT
Neste exemplo analisou-se uma viga contínua de concreto
armadocomfck=20MPa,com2vãosde6mesec¸ãotransversal
Tcombf=80cm(larguradamesa),hf=10cm(espessuradamesa),
hw=35cm(alturadaalmaounervura)ebw=30cm(largurada
almaoularguradanervura),comomostraafigura5.Aarmadura
longitudinaldavigaécompostaporbarrasdediâmetro=25mm,
comcobrimentoc=30mmnas2direc¸ões.
Paraaanálisenumérica,asec¸ãotransversalfoidiscretizadacom
umtotalde331fibras(verfig.5b).Nafigura6mostram-seascurvas
momentoxrotac¸ãorelativaparaastemperaturade20◦C,600◦C,
800◦Ce1.000◦C,sendoosresultadosnuméricoscomparadoscom
osanalíticos.
Natabela4apresentam-seosvaloresdosmomentosnoestado
limite último determinados com as considerac¸ões normativas
vigentesnoBrasilecomauxíliodomodelodefibrasparadiferentes
temperaturas.
a
b
6mq
d ACorte AA
20 cm 40 cm AViga
Malha
Figura3.Vigadeconcretoarmadodesec¸ãoretangular.
a
b
0 2E-006 4E-006 6E-006 8E-006 1E-005
Rotação relativa (1/m) 0 10 20 30 40 Momento fletor (kNm) Analítico Modelo de fibras 300 ºC 600 ºC 800 ºC 1100 ºC 0 200 400 600 800 1000 1200 Temperatura (ºC) 0 10 20 30 40 Momento fletor (kNm) Analítico Modelo de fibras
Momento x curvatura
Momento fletor x temperatura
Tabela1
Relac¸ãorigidezxtemperaturaparaavigadesec¸ãoretangular
(◦C) 20 100 200 500 900
Rigidezanalítica
108kNm21,717 1,694 1,456 0,819 0,746
Rigidezmodelodefibras
108kNm21,710 1,694 1,456 0,819 0,746
Tabela2
Variac¸ãodaposic¸ãodalinhaneutraemfunc¸ãodatemperatura (x)
(◦C) 20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000 1.100
x(cm) 3,41 3,79 4,17 4,54 4,89 5,24 5,59 5,93 6,25 6,58 6,89 7,21
Tabela3
Momentomáximoemsituac¸ãodeincêndioparaavigadesec¸ãoretangular
(◦C) 20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000 1.100 Analítico(kNm) 35,37 33,88 33,59 33,73 33,94 26,83 16,05 7,82 3,64 1,93 1,26 0,62 Modelodefibras (kNm) 34,18 33,88 34,03 34,26 34,52 26,53 15,85 7,66 3,56 1,91 1,26 0,62 ModelodeFibras Analítico 1,03 1,00 0,99 0,98 0,98 1,01 1,01 1,02 1,02 1,01 1,00 1,00 6m A
Cort
e AA
A 30 cm 35 cm 80 cm 6m 10 cma
b
q
dViga
Malha
Figura5. Vigadeconcretoarmadocomsec¸ãoT.
6.3. Vigamistadeac¸oeconcreto
Nesteexemplotem-sea análisedeumavigamistadeac¸o e
concretocom4metrosdecomprimentoconsiderando-sequehá
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 Rotação relativa (1/m) 0 100 200 300 400 500 Momento fletor ( kNm ) Analítico Modelo de fibras 20 ºC 600 ºC 800 ºC 1000 ºC
Figura6.Momentoxcurvaturaparaavigadesec¸ãoT.
interac¸ãocompleta entre o ac¸o eo concreto.A sec¸ãode ac¸o é
constituídaporumperfilsoldadoVS400x49kg/memac¸oMR250
fy=250MPa
ealajemacic¸atem8cmdeespessuraemconcreto
defck=20MPa,comomostraafigura7.Paraaanálisenumérica,a
lajedeconcretoeoperfilmetálicoforamdiscretizadoscom40e52
fibras,respectivamente(verfig.7b).
Nafigura8,apresentam-seascurvasmomentoxrotac¸ãopara
astemperaturade20◦C,400◦C,600◦C,800◦Ce1.000◦C,sendoos
resultadosnuméricoscomparadoscomosanalíticos.
Porfim,natabela5mostram-seosresultadosnuméricos
cor-respondentes aomomento fletormáximopara a análisea altas
temperaturaseascomparac¸õescomasrespostasanalíticas
basea-dasnaABNTNBR8800[12].
Tabela4
Momentomáximoemsituac¸ãodeincêndioparaavigadesec¸ãoT
(◦C) 20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1,000 1,100
Analítico(kNm) 476,4 476,4 471,3 470,2 468,8 365,1 219,7 106,7 50,8 27,6 18,4 9,2
Modelodefibras(kNm) 461,9 459,4 454,9 452,0 449,1 348,0 208,2 101,4 48,2 26,2 17,3 8,5
ModelodeFibras
Tabela5
Momentomáximoemsituac¸ãodeincêndioparaavigamistadeac¸oeconcreto
(◦C) 20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1,000 1,100 Analítico(kNm) 333,3 333,3 331,7 328,3 323,7 253,3 156,0 78,9 37,9 20,6 13,3 6,1 Modelodefibras (kNm) 333,1 333,1 331,5 328,1 323,5 253,2 155,9 78,8 37,8 20,6 13,3 6,1 ModelodeFibras Analítico 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 0,99 1,00 1,00 1,00
a
b
be = 50 cm 40 cm 8 cmViga
Malha
Figura7.Vigamistadeac¸oeconcreto.
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 Rotação relativa (1/m) 0 100 200 300 400 Momento fletor (kNm ) Analítico Modelo de fibras 20 ºC 400 ºC 600 ºC 800 ºC 1000 ºC
Figura8. Momentoxrotac¸ãoparaavigamistadeac¸oeconcreto.
7. Conclusões
Omodelonuméricodefibrasfoiutilizadonestetrabalhoparao
desenvolvimentodeumprogramacomputacionalparaavaliac¸ão
dodesempenhodevigasdeconcretoarmadoevigasmistas de
ac¸oeconcretoemsituac¸ãodeincêndio.Paraisso,utilizaram-se
asprescric¸õesdefinidaspelaparte1.2doEUROCODE2[13]edas
normasbrasileirasABNTNBR15200[14],ABNTNBR6118[11]e
ABNTNBR8800[12].
A partir dos resultados obtidos que se referem às relac¸ões
momentoxrotac¸ãorelativa emomentoxtemperatura pode-se
afirmar que a estratégia proposta fornece resultados confiáveis
paraodesempenhodevigasaaltastemperaturas,umavezqueas
respostasdeterminadasapartirdadiscretizac¸ãodasec¸ãosão
pra-ticamentecoincidentescomasrespostasanalíticas(verfigs.4,6e8
etabelas3,4e5.
Nafigura4benatabela1observa-seaconsiderávelreduc¸ãoda
rigidezdavigadeconcretoarmadodesec¸ãoretangularàmedida
queastemperaturasseelevam,oquecontribuiparauma
significa-tivadiminuic¸ãodaresistênciadaestrutura.
Paraoexemplodavigamistadeac¸oeconcretodevidoàpresenc¸a
doperfilmetálicoedesuamaiorcondutividadetérmicaemrelac¸ão
aoconcreto,verifica-semaioraumentodetemperaturanoperfil
metálicoe,consequentemente,umareduc¸ãomaissignificativade
resistênciaàflexãodoqueasvigasdeconcretoarmado.Avigamista
deac¸oeconcretoapósumahorae50minutosdeexposic¸ãoaofogo
apresentouumaresistênciaiguala1,78%desuaresistênciaà
tem-peraturaambiente(20◦C).Dentreosdiversosefeitosqueocorrem
nasvigasmistasdeac¸oeconcretoemcasodeumincêndiode
gran-desproporc¸õesafirma-seque,emdeterminadomomento,devido
àelevac¸ãodatemperatura,avigadeixadesuportaropesodalaje,
ocorrendooquesechamadeefeitodemembrana.Estefenômeno
sedeveaoaumentodarotac¸ãodavigadecorrentedareduc¸ãode
suarigidezeresistênciae,portanto,alajepassaasustentaraviga
metálica.Fazendo-seumcomparativoentre osefeitosocorridos
navigadeconcretoarmadodesec¸ãoTenavigamistadeac¸oe
concretoobserva-sequeavigamistaapresentamaiorreduc¸ãoda
rigidezemaioraumentodecurvatura(rotac¸ãorelativa)àmedida
queatemperaturaaumenta(verfigs.6e8).
Porfim,conclui-sequeaestratégiapropostanestetrabalho
per-mitiudeformabastantesatisfatóriaaavaliac¸ãododesempenhode
vigasdeconcretoarmadoedevigasmistasdeac¸oeconcretoem
situac¸ãodeincêndio.
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