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USO DE TAXAS-MODELO DE MIGRAÇÃO SEGUNDO MOTIVOS E ACOMPANHANTES DA MUDANÇA EM PROJEÇÕES POPULACIONAIS

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USO DE TAXAS-MODELO DE MIGRAÇÃO

SEGUNDO MOTIVOS E ACOMPANHANTES

DA MUDANÇA EM PROJEÇÕES POPULACIONAIS

Paulo de Martino Jannuzzi1

Patrícia Pasquali2

1 APRESENTAÇÃO

Com a progressiva redução dos diferenciais regionais de fecundidade e mortalidade que se observa há algumas décadas, os fluxos migratórios interestaduais, inter-regionais e intra-regionais passaram a ter um peso ainda maior na configuração do quadro redistributivo populacional no país. O caso do Estado de São Paulo é emblemático neste sentido: 70% da variabilidade observada entre as taxas de crescimento pelas Regiões de Governo entre 1980 e 1991 é explicada pelas diferenças de intensidade migratória entre estas re-giões (Jannuzzi, 1994).

Se, por um lado, tal fato vem colocando o campo de estudos da migração em posição de destaque na agenda da pesquisa demográ-fica no país – o que, em si, é um aspecto positivo – por outro, introduz dificuldades adicionais na já complexa atividade de elaborar projeções populacionais em âmbito micro-regional. Sem dúvida, a qualidade das estimativas populacionais em âmbito subnacional futuras dependerá, cada vez mais, da consistência das hipóteses sobre os níveis e padrões etários das migrações internas (Patarra, 1996). E como é sabido, a antecipação de cenários futuros consistentes para a migração é uma tarefa ainda mais difícil que para as demais componentes demográfi-cas, dada a miríade de fatores intervenientes e estruturais de natureza social que condicionam o fenômeno. Por esta razão, ao contrário do que se passou e passa com a fecundidade e mortalidade, a pesquisa demográfica não parece ter investido muito esforço no

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to de conjuntos de taxas-modelo empíricas de migração de fácil manu-seio, que permitissem ajudar a interpretação de padrões etários do fenômeno em diferentes contextos ou que auxiliassem no estabeleci-mento de hipóteses de acerca das tendências migratórias futuras em projeções por componentes.

As dúvidas sobre a validade externa e aplicabilidade de eventuais modelos ou taxas-modelo de migração talvez tenham se cristalizado de forma mais disseminada do que a regularidade dos resultados empíricos sobre a seletividade da migração poderiam fazer crer. Afinal, a seletividade da migração com respeito à idade parece se constituir em um dos aspectos mais regularmente reportados em estudos empíricos de migração, sejam eles ambientados em contextos da transição rural-urbana e da ‘modernização’ de sociedades do Ter-ceiro Mundo, sejam eles referidos a mobilidade populacional no Mundo Desenvolvido. Parece ser, inclusive, mais regularmente encontrada – ou pelo mais estudada – que a seletividade por sexo, raça ou outro atributo demográfico3. De modo geral, os estudos empíricos apontam

que jovens em seus 20 e pouco anos apresentam maior propensividade à migração que qualquer outro grupo etário. Adolescentes, ao contrá-rio, apresentam menor tendência, inferiores inclusive às crianças menores, já que estas espelham o comportamento específico de seus pais. Finalmente, em certas regiões e localidades observa-se um “re-tirement peak” em idades mais avançadas. Nesta perspectiva, ainda que não exclusivos, os condicionantes de entrada e saída no mercado de trabalho tem sido destacados como principais fatores de tal seleti-vidade. Com base nestes estudos, haveria pois evidências consistentes e regulares que parecem legitimar a busca e o desenvolvimento de modelos matemáticos ou taxas-modelo da migração em função da idade, como os modelos migratórios de Rogers, Castro (1982) e, mais recentemente, as taxas-modelo segundo motivos e segundo acompa-nhantes da mudança apresentadas em Jannuzzi (1997).

Partindo deste último estudo, com o objetivo de contribuir na formulação de hipóteses sobre níveis e padrões etários da compo-nente migratória em projetos voltados à elaboração de projeções demográficas pelo método das componentes, mostra-se neste trabalho como o uso de taxas-modelo de migração, apresentadas e

fundamen-3 Uma revisão de trabalhos nacionais e internacionais sobre a seletividade etária

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tadas em trabalho anterior (Jannuzzi, 1997), podem ser úteis para delineamento de cenários populacionais alternativos a partir de dife-rentes hipóteses sobre os motivos ou tipo de acompanhantes da migração empreendida para a região em estudo. Mostra-se os efeitos diferenciados que as taxas específicas de migração motivada por trabalho, estudo, busca de qualidade de vida, casamento, aposentado-ria, de natureza familiar ou individual produzem sobre o quantitativo total projetado e a estrutura etária associada, pelo fato de se caracte-rizarem por diferentes padrões etários e cúspides.

Inicia-se o trabalho com uma rápida discussão de um dos trabalhos pioneiros na modelagem matemática do fenômeno, o modelo migratório de Rogers, Castro (1982), passando-se, em seguida, a apresentação sintética das taxas-modelo de migração segundo motivos e tipos de acompanhantes da mudança. Depois, apresenta-se uma aplicação do uso das taxas-modelo para simulação de diferentes cená-rios demográficos em nível micro-regional.

2 O MODELO MIGRATÓRIO DE ROGERS E CASTRO

A regularidade do padrão etário da migração na pesquisa demográfica levou Rogers, Castro (1982) a proporem um modelo matemático de ajuste das taxas específicas de migração por idade e sexo, de modo similar aos disponíveis para mortalidade e fecundidade. Afinal, tal como estas variáveis demográficas, seria possível identificar padrões regulares, ajustáveis a diferentes intensidades do fenômeno: “The shape, or profile, of an age-specific sche-dule of migration rates is a feature that may be usefully studied independently of its intensity, or level. This is because there is considerable empirical evidence that although the latter tends to vary significantly from place to place, the former is remarkably similar in various localities” (Rogers, Castro, 1982, p. 218).

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A forma funcional proposta corresponde a soma de curvas exponen-ciais e dupla-exponenexponen-ciais com cerca de 11 parâmetros, relacionados às diferentes etapas e características de inserção dos indivíduos no mercado de trabalho (o parâmetro a1, por exemplo, é a taxa de descenso

da curva de idades pré-laborais, a2 é taxa de descenso da curva da força

de trabalho etc.).

Gráfico 1 PERFIL ETÁRIO TÍPICO

DO MODELO MIGRATÓRIO COMPLETO DE ROGERS E CASTRO

A proposição do modelo parece ter significado um avanço significativo tanto na modelagem das taxas de migração – para fins de projeção – como para interpretação do caráter laboral e/ou familiar da mudança. Em termos de modelagem, o modelo teria sido aplicado com sucesso em diversos contextos, chegando-se a identificar alguns pa-drões mais gerais em função da idade de entrada no mercado de trabalho e do nível da carga de dependência (Nações Unidas, 1992).

No Brasil, uma das poucas experiências reportadas de uso do modelo foi o de Beltrão, Henriques (1987). Para subsidiar os

MODELO MIGRATÓRIO COMPLETO DE ROGERS E CASTRO (1982b)

M(x) = a1∗ exp (– b1∗ x) + a2∗ exp (– b2∗(x – m1) – exp (– l2∗(x – m1))) + a3∗ exp (– b3∗(x – m2)– exp (– l3∗(x – m2))) + c

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estudos de impactos da dinâmica migratória sobre o balanço econômi-co-financeiro da Previdência Social, os autores modelaram as taxas líquidas de migração rural/urbana das décadas de 60 e 70 segundo famílias de curvas derivadas do modelo clássico de Rogers e Castro. Embora tivessem tido alguns problemas na estimação dos parâmetros, os resultados do ajuste foram muito bons.

Não deve passar desapercebido, contudo, que a elegância da curva do modelo de Rogers e Castro destoa muito da complexidade algébrica de sua especificação, assim como do processo de estimação de seus parâmetros. Assim, ainda que os parâmetros do modelo tenham significado relacionados a etapas vivenciadas pelos indivíduos na entrada, permanência e saída no mercado de trabalho a relação que guardam com as dimensões substantivas a que se referem não é tão simples e direta como, por exemplo, aquela presente nos modelos de fecundidade de Coale-Trussel ou no modelo logito de mortalidade de Brass. Se, por um lado, a quantidade de parâmetros do modelo lhe confere flexibilidade de ajuste a um grande número de curvas empíri-cas, por outro, torna muito mais complexas a interpretação e avaliação do efeito de cada um destes parâmetros isoladamente, sem contar as dificuldades de convergência dos algoritmos iterativos de minimização usados na estimação dos parâmetros.

Além disso, o progressivo “descolamento” da dinâmica migratória da dinâmica do mercado de trabalho, questão já identifica-da no contexto atual identifica-das migrações em São Paulo (Patarra et al., 1992, Baeninger, 1996), deve limitar as possibilidades de uso do modelo. Neste contexto, o modelo de Rogers e Castro, calcado nos ciclos de entrada e saída do mercado de trabalho, mostraria-se, pois, pouco adequado a representar processos migratórios onde a vinculação com a dinâmica do emprego mostra-se mais tênue ou menos direta. Em síntese, a complexificação do fenômeno migratório e a conseqüente insuficiência teórico-conceitual dos paradigmas clássicos-baseados na mobilidade espacial da força de trabalho (Salim, 1992) – em apreender as múltiplas e crescentes determinações do processo estariam inviabi-lizando o emprego do modelo de Rogers e Castro no ajuste e interpre-tação de taxas migratórias. A inexistência de outros parâmetros do modelo que não especificamente vinculados ao mercado de trabalho estaria impossibilitando o ajuste de taxas migratórias decorrendo de

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3 AS TAXAS MIGRATÓRIAS SEGUNDO MOTIVOS E OS ACOMPANHANTES DA MIGRAÇÃO

Em trabalho anterior (Jannuzzi, 1997), com base nas informações levantadas pela Pesquisa Regional por Amostra Domici-liar (Patarra et al., 1997) sobre as razões que migrantes declararam para escolha do município de destino e arranjo familiar acompanhante da mudança, derivou-se um conjunto de taxas-modelo de migração específicas por idade, tipologizadas segundo categorias de motivos (Antico, 1995) e de acompanhantes (Quadros 1 e 2), tal como declara-dos pelo chefe da família. Estas taxas refletem os efeitos diretos e indiretos da migração no momento final do deslocamento, daí o fato de apresentarem taxas elevadas nas primeiras idades.

Cada motivo ou arranjo de acompanhantes da migração apresenta um padrão etário distinto de taxas migratórias, em função da idade ou ciclo vital em que se encontram os migrantes e suas famílias (Tabelas 1 a 3 e Gráficos seguintes). As taxas-modelo diferen-ciam-se pela intensidade da cúspide (taxa mais elevada) e a idade em que ela se verifica, pelo grau de convexidade desta cúspide4, pela

intensidade das taxas dos primeiros grupos etários. Assim, as taxas associadas aos deslocamentos motivados por Trabalho tendem a se-guir o padrão típico das curvas de Rogers e Castro: as taxas são mais elevadas no início, como consequência da predominância de famílias (e portanto dos filhos) nos primeiros estágios do ciclo vital entre os migrantes; caem até os 10 anos, voltando então a subir até os 20-25 anos5, período de formação da família e do ingresso ou busca de

melhores oportunidades no mercado de trabalho; a partir de então as taxas migratórias caem rapidamente até os 65 anos; quando voltam a apresentar ligeiro recrudescimento, em função das possibilidades de novo deslocamento motivado pela aposentadoria6.

4 A convexidade da cúspide foi definida como a razão da taxa associada à cúspide

pela média entre as duas taxas adjacentes (que a precede e a que a sucede no eixo das idades).

5 Idades no momento da coleta de campo, correspondendo, em média, a cerca de 5

anos de defasagem.

6 Não foi possível retirar-se da categoria Trabalho todas as menções de mudança

motivadas por Aposentadoria, que constituiria, por si só, em uma categoria específica.

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Quadro 1

CATEGORIAS AGRUPADAS

DE MOTIVOS DECLARADOS DE MIGRAÇÃO

Categoria Motivos para migração para local atual

Motivos relacionados ao tema TRABALHO Necessidade de transferência pela empresa

Novo emprego

Maiores ofertas de emprego

Maiores possibilidades para negócio próprio Salários melhores

Empregos melhores

Motivos relacionados ao tema FAMÍLIA Mudança de algum membro da família

Família no local

Necessidade de assistência familiar

Motivos relacionados a CUSTO DE VIDA Custo de moradia mais barata

Aluguel mais barato Custo de vida menor Motivos relacionados a QUALIDADE

DE VIDA

Maior segurança e tranquilidade Poluição menor

Trânsito melhor

Comunidade mais adequada para se viver Motivos relacionados à Disponibilidade

de INFORMAÇÕES ANTERIORES

Conhecimento anterior de pessoas Referência e auxílio de amigos na mudança

CASAMENTO Mudança motivada por contração

de Casamento

Motivos relacionados à ESCOLA Escola de melhor qualidade

Realização de curso pré-vestibular Realização de curso superior

Motivos relacionados à APOSENTADORIA Busca de um bom local para aposentado

RETORNO ao local de residência anterior Regresso por fim de trabalho

Não adaptação em outro local

OUTROS motivos Demais motivos não classificáveis nas

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Quadro 2

CATEGORIAS AGRUPADAS DE ACOMPANHANTES DA MIGRAÇÃO

Categoria Acompanhantes

Com a FAMÍLIA PRINCIPAL Todos membros da família principal

Com PARTE da FAMÍLIA PRINCIPAL Com pais ou irmãos

SOZINHO Sozinho

Com OUTROS Parentes ou amigos

Tabela 1

TAXAS MIGRATÓRIAS-MODELO ESPECÍFICAS POR MOTIVOS

Faixa etária Trabalho Custo vida Mot. rel. fam. Inform. anter. Qual. vida Outros

0 1,28 1,29 1,47 1,56 1,41 1,32 5 1,20 1,28 1,17 1,30 1,27 1,22 10 1,07 1,16 0,95 1,09 1,14 1,10 15 1,14 0,94 0,92 1,05 1,03 1,04 20 1,23 0,95 1,26 1,04 0,94 1,11 25 1,30 0,95 1,42 1,03 0,89 1,20 30 1,21 1,13 1,13 1,02 0,94 1,20 35 1,03 1,27 1,04 0,98 1,07 1,14 40 0,90 0,82 0,84 0,94 1,13 1,07 45 0,71 0,73 0,61 0,88 1,02 0,91 50 0,52 0,71 0,52 0,65 0,87 0,63 55 0,38 0,62 0,50 0,61 0,76 0,41 60 0,29 0,59 0,65 0,56 0,70 0,32 65 0,26 0,56 0,81 0,54 0,66 0,27 70 0,47 0,49 0,72 0,51 0,64 0,24 75 0,50 0,49 0,51 0,25 0,56 0,30 Fonte: Jannuzzi (1997).

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Gráfico 2

MODELOS MIGRATÓRIOS ESPECÍFICOS POR MOTIVOS

Trabalho 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Custo de Vida 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Qualidade de Vida Família 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Inform. anteriores Outros 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

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Gráfico 3

SUB-MODELOS MIGRATÓRIOS ESPECÍFICOS POR MOTIVOS INCLUSOS EM ’OUTROS MOTIVOS’

Tabela 2

TAXAS MIGRATÓRIAS-MODELO ESPECÍFICAS POR MOTIVOS INCLUSAS EM ‘OUTROS MOTIVOS’ Faixa etária Aposentadoria Estudo Retorno Casamento

0 0,00 1,10 1,38 1,89 5 0,00 1,24 1,02 1,00 10 0,00 1,27 1,02 0,40 15 0,00 1,40 1,24 0,29 20 0,00 1,80 1,52 1,00 25 0,00 1,40 1,32 1,80 30 0,00 1,16 1,02 1,90 35 0,00 1,12 0,92 1,27 40 0,69 0,89 1,07 1,00 45 2,95 0,74 0,90 0,80 50 3,05 0,64 0,67 0,36 55 4,41 0,46 0,37 0,16 60 7,01 0,34 0,20 0,70 65 3,88 0,22 0,12 0,64 70 0,00 0,12 0,12 0,64 75 0,00 0,10 0,12 0,64 Fonte: Jannuzzi (1997). Aposentadoria 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Retorno 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Estudo 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Casamento 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

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Gráfico 4

MODELOS MIGRATÓRIOS ESPECÍFICOS POR ACOMPANHANTES DA MUDANÇA

Tabela 3

TAXAS MIGRATÓRIAS-MODELO ESPECÍFICAS POR ACOMPANHANTES DA MUDANÇA

Faixa etária Sozinho Família principal Com parte família Com outros

0 2,38 1,21 1,08 1,66 5 1,37 1,24 1,16 1,04 10 0,78 1,22 1,16 0,60 15 1,16 1,09 1,08 0,88 20 1,81 0,95 1,01 1,62 25 1,77 0,94 1,02 1,98 30 1,13 1,04 1,08 1,62 35 0,58 1,11 1,07 0,97 40 0,39 1,05 0,96 0,52 45 0,32 0,89 0,81 0,33 50 0,27 0,71 0,74 0,28 55 0,22 0,57 0,76 0,29 60 0,20 0,50 0,81 0,30 65 0,23 0,50 0,85 0,30 70 0,26 0,50 0,89 0,31 75 0,13 0,47 1,51 0,29 Fonte: Jannuzzi (1997). Família principal 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Parte da família 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

Parentes, amigos e outros

1,0 1,5 2,0 2,5 , Soz inho 1,0 1,5 2,0 2,5

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As taxas migratórias segundo motivos relacionados a Fa-mília apresentam um padrão próximo aos deslocamentos por trabalho nas primeiras idades e nas faixas etárias mais avançadas, diferencian-do-se mais na vida adulta, já que as taxas migratórias segundo motivos familiares tendem a cair mais vagarosamente, de forma não estrita-mente monotônica. As taxas migratórias motivadas por Custo de Vida elevado na origem e busca de Qualidade de Vida no destino apresen-tam cúspide após os 30 anos, denotando famílias já formadas, em busca de melhores condições materiais e/ou subjetivas de sobrevivência. As taxas-modelo segundo o motivo “Estudo” tem uma forte convexidade justo a cúspide, que se manifesta nos 20-24 anos, e das mais baixas relações entre a taxa migratória de 0 a 4 anos pela taxa da cúspide (já que se trata de jovens solteiros ou recém-casados, migrantes há pouco tempo para estudar); as taxas-modelo “Aposentadoria”, por sua vez, tem forte convexidade e cúpide após os 60 anos.

As taxas correspondentes aos tipos de acompanhantes na mudança também são distintas entre si, como era de se esperar, em função da composição familiar dos fluxos. A migração familiar é bi-modal, refletindo as taxas migratórias mais elevadas na infância e aos 30 anos. A migração acompanhada por parentes, amigos e outros, assim como a migração ‘solitária’, têm cúspides mais precoces, aos 20-24 anos.

Como se pode demostrar, estas taxas-modelo (Quadro 3) podem ser combinadas entre si para reproduzir quaisquer taxas empíricas de migração, desde que possa estimar (através de uma pesquisa ou método de ajuste estatístico) a importância relativa de cada motivo ou tipo de acompanhante. Matematicamente, quaisquer taxas migratórias por idade – sejam elas brutas ou líquidas – podem ser representadas pela multiplicação de dois fatores: a taxa bruta de migração (Tmig = M/N), que especifica o nível geral das mesmas, e o termo corresponde à soma ponderada das taxas-modelos disponíveis (sik), que configuram o padrão geral da migração (Quadro 4). Os fatores

ponderadores das taxas-modelo são as proporções de incidência de cada motivo ou tipo de acompanhante da migração(pk).

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Q u adr o 3 AS P ECTOS TÍPI COS D A S TAX A S -MODELO Modelo Cúspi de idade adu lt a Taxa cúspi d e C o nvexi dade cúspide (%) Taxa 0-4 anos

Rel. Taxa 0-4 sobre cúspide (%) Motivo s T ra b alho 2 5-29 1,30 1 0 7 1,28 99 Mo t. f ami liar 2 5-29 1,42 1 1 8 1,47 104 C usto vida 3 5-39 1,27 1 3 0 1,29 102 In f. ant erior – – – 1,56 – Q ual. vid a 4 0-45 1,13 1 0 8 1,41 125 A p o se ntad oria 6 0-64 7,01 1 3 3 0,00 0 Est u d o 2 0-24 1,80 1 2 9 1,10 61 R e torno 2 0-24 1,52 1 1 9 1,38 91 C as am en to 3 0-34 1,90 1 2 4 1,89 100 Acompanhan te So zi n h o 2 0-24 1,81 1 2 1 2,38 132 F am . princip al 3 5-39 1,11 1 0 6 1,21 109 Part. fa m ília 3 0-34 1,08 1 0 3 1,08 1 0 0 O utros 2 5-29 1,98 1 2 2 1,66 84

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Quadro 4

DECOMPOSIÇÃO DE TAXAS MIGRATÓRIAS COMO FUNÇÃO DE TAXAS MIGRATÓRIAS-MODELO

Seja: M = total de migrantes; N = total de residentes; m = migrantes;

n = residentes; i = faixa etária;

k = classe do migrante (motivos, tipos de acompanhantes, etc.).

Temos que, por definição:

Tmig = M N

i mi N =

i mi ni ni N =

i ni N mi ni =

i ni N Ti , com Ti = mi ni .

Desenvolvendo Ti (taxa migratória específica para faixa etária i):

Ti =

k mik ni

k mik N

k mk N =

k sik

k mik M M N = M N

k sik mik M com sik =

k mik ni

k mik N

, que corresponde à taxa-modelo para faixa i classe k.

Assim:

Ti == Tmig

k

sik pk (Equação de composição das taxasmigratórias específicas)

com pk =

k

mik

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4 USO DOS MODELOS NA SIMULAÇÃO

DE CENÁRIOS POPULACIONAIS FUTUROS

A possibilidade de expressar taxas empíricas de migração-brutas ou líquidas – como função dos modelos migratórios por motivos ou por tipos de acompanhantes torna-os de especial interesse na simulação de cenários demográficos pelo Métodos das Componentes. Afinal, através dos modelos migratórios se pode avaliar o impacto de diferentes padrões etários de migração líquida – e não apenas da intensidade do fenômeno – sobre o quantitativo populacional e sobre a estrutura demográfica futura.

Para ilustrar uma aplicação neste sentido, empregou-se as projeções demográficas elaboradas anteriormente para Campinas e Região (Jannuzzi, 1996b), propondo-se diferentes modelos de ajuste para as taxas líquidas de migração empiricamente encontradas para 1980 a 1991. Antes de mostrar as diferentes simulações é importante fazer algumas considerações sobre as projeções para a Região Admi-nistrativa (RA) de Campinas.

Como todo programa de pesquisa voltado à formulação de projeções demográficas, o estudo dos cenários futuros para a RA de Campinas foi antecedida de análises das tendências passadas e recen-tes das componenrecen-tes demográficas na região e do panorama econômico regional. Essas análises, de natureza complementar, visavam fornecer subsídios para a formulação e calibragem das hipóteses sobre fecun-didade, mortalidade e migração nos qüinqüênios futuros. Assim, em Jannuzzi, 1996a, encontra-se uma análise da situação da “transição da fecundidade”, da “transição epidemiológica” e da “transição da mo-bilidade” na região7. Em Jannuzzi, Sousa (1997) consta uma avaliação

das tendências recentes do mercado de trabalho formal na região, bem como sobre a dinâmica industrial, com vistas à obtenção de indicações sobre as perspectivas econômicas futuras na região. Os trabalhos de Oliveira, Fernandes (1996) e Ferreira, Castiñeiras (1996) forneceram elementos também importantes para elaboração das projeções.

7 Tais termos procuram denotar não apenas os estudos sobre os níveis e padrões

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Assim, com base em distintas hipóteses de comportamento futuro da fecundidade, mortalidade, migração e distribuição espacial interna da população na região, foram elaborados sete diferentes cenários demográficos para a RA de Campinas no período de 1990 a 2025. Desses cenários selecionou-se um que, à luz das informações então disponíveis, parecia mais verossímil, e que o Censo Populacional de 1996 veio posteriormente confirmar8.

Neste cenário previa-se uma queda tendencial de fecundi-dade e ligeiro rejuvenecimento da ifecundi-dade média de fecundifecundi-dade, che-gando-se em 2020 a TFT de 1,8 com idade média de 25 anos. Com relação à mortalidade, empregou-se famílias de tábuas de vida desen-volvidas a partir de dados empíricos para a região e se supôs aumento gradativo da esperança de vida, com valores assintóticos de 73 anos para homens e 79 anos para mulheres. Para migração, assumiu-se o padrão etário definido pelas taxas migratórias líquidas computadas pelos saldos migratórios obtidos através do método da Probabilidade de Sobrevivência – variante average – do período de 1980 a 1990 (Gráfico 5), com diminuição monotônica do saldo total migratório até sua zeragem em 2020.

Sob as hipóteses do cenário demográfico recomendado, a RA de Campinas estaria crescendo a taxas de 2,1% ao ano nesta década, contra 2,9% na década anterior. Na virada do milênio, ela estaria reunindo 5.451 mil pessoas. Em 2005, a população da RA seria de quase seis milhões, chegando em 2010 a 6,8 milhões. Na primeira década do próximo século a sua população estaria aumentando a taxas médias de 1,8% ao ano. Em termos da estrutura etária, esta passaria a envelhecer mais rapidamente que em outras décadas. No período de 1990 a 2005, a subpopulação de idosos (65 anos e mais) teria sua parcela aumentada de 5% para quase 7% da população total, já que estaria se expandindo a taxas superiores a 3% ao ano. Crianças e adolescentes, em contrapartida, passariam de 31% para 24% do total da RA no período, apresentando um acréscimo absoluto de apenas 38 mil indivíduos em 2005, comparativamente a 1990. Como resultado, o índice de envelhecimento da RA seria de 29 idosos para cada 100

8 A diferença relativa entre as estimativas projetadas para 1996 para a região

administrativa de Campinas e os resultados preliminares do Censo Populacional de 1996, corrigido por uma subenumeração de 2,32% (igual à empregada nas projeções), é inferior a 1%.

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crianças/adolescentes em 2005, valor bastante superior à relação de 16: 100 estimada em 1990. Observe-se também que a população de 15 a 64 anos cresceria a taxas mais altas que a média do conjunto, totalizando 4,2 milhões de pessoas em 2005.

Gráfico 5

TAXAS LÍQUIDAS DE MIGRAÇÃO

MÉTODO DA PROBABILIDADE DE SOBREVIVÊNCIA/AVERAGE REGIÃO ADMINISTRATIVA DE CAMPINAS – 1980-1990

Tomando-se as hipóteses de evolução do padrão e nível de fecundidade e mortalidade do cenário demográfico recomendado aci-ma, e combinando-as com taxas migratórias com diferentes padrões etários (segundo motivos e tipos de acompanhantes), mantidas cons-tantes entre 1990 e 2010 e com intensidade igual a das taxas líquidas do período 1980/90 (saldo líquido de 43 mil migrantes por ano), obtêm-se os cenários populacionais ilustrados na Tabela 4. Para derivação das taxas líquidas de migração usadas no modelo de projeção por componentes, empregou-se a equação de composição apresentada no Quadro 4, tomando-se com valor 1 ou (100%) o parâmetro corres-pondente ao modelo em questão. Além destas projeções, apresenta-se para fins de comparação, um cenário demográfico em que a intensida-de migratória é nula no período e outro em que as taxas empíricas intensida-de migração líquida do período de 1980 a 1991 são mantidas constantes.

0 5 10 15 20

por mil pessoas

0-4 10-14 20-24 30-34 40-44 50-54 60-64 70-74

hom mul

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T abela 4 INDIC ADORES DEM OGRÁF IC OS SE G UND O ES T R UTURA DA M IGRAÇ ÃO LÍ QUIDA EM P R EGADA RE GIÃO A D M INIS TRATI VA D E CAMP INAS – 2010 P adr ão etári o da migr ação Tx. cres. a.a. 1990 /201 0 (%) População total (mil) Ín dice masculin idade (%) P ropor. po pul. na faix a etári a C a rga de Depe ndênci a (% ) Índi ce Envelh ecimento (%) 0– 1 4 (% ) 15 –6 4 (%) 65 + (%) Hi p ó te se recome n d ad a 1 ,96 6482 98,7 22 ,3 7 0,3 7,4 42 ,2 3 3,2 Migraç ão n u la 1 ,1 0 5529 98,3 22 ,4 6 9,7 7,9 43 ,5 3 5,3 T ax as e m p íricas ctes 2 ,27 6871 98,7 22 ,2 7 0,6 7,2 41 ,6 3 2,4 Mod . Famíl ia 2 ,14 6694 99,0 22 ,8 6 9,9 7,3 43 ,1 3 2,0 Mod . Quali dade vid a 2 ,09 6645 98,7 22 ,6 6 9,9 7,5 43 ,1 3 3,2 Mod . Trabalh o 2 ,14 6709 99,0 22 ,8 7 0,2 7,0 42 ,5 3 0,7 Mod . es tu d o 2 ,13 6692 99,0 22 ,8 7 0,4 6,1 41 ,1 2 6,8 Mod . apos en ta d oria 1 ,23 5662 98,9 21 ,9 6 9,4 8,7 44 ,1 3 9,7 Mod . a co mp. sozinh o 2 ,10 6650 99,0 23 ,6 6 9,6 6,8 43 ,7 2 8,8 Mod . a co mp. famíli a 2 ,11 6671 98,8 22 ,7 7 0,1 7,2 42 ,7 3 1,7 O b s.: Na hipótes e recomend ada, as t axas líq u id as são d ec rescent es (vide Jannuzzi, 1 9 9 6 b ).

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Gráfico 6

INDICADORES DEMOGRÁFICOS

SEGUNDO ESTRUTURA DA MIGRAÇÃO LÍQUIDA EMPREGADA REGIÃO ADMINISTRATIVA DE CAMPINAS – 2010

Taxas cc aa 1990/2010 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 Nula Decres. Empíricas Família Qualidade de Vida Trabalho Estudo Aposentadoria Sozinho Acomp. Família Carga de dependência 2010 39,00 40,00 41,00 42,00 43,00 44,00 45,00 Nula Decres. Empíricas Família Qualidade de Vida Trabalho Estudo Aposentadoria Sozinho Acomp. Família População 2010 0 2000 4000 6000 8000 Nula Decres. Empíricas Família Qualidade de Vida Trabalho Estudo Aposentadoria Sozinho Acomp. Família Índice de Envelhecimento 2010 0 10 20 30 40 Nula Decres. Empíricas Família Qualidade de Vida Trabalho Estudo Aposentadoria Sozinho Acomp. Família

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Gráfico 7 PIRÂMIDES ETÁRIAS

SEGUNDO ESTRUTURA DA MIGRAÇÃO LÍQUIDA EMPREGADA REGIÃO ADMINISTRATIVA DE CAMPINAS – 2010

Taxas líquidas nulas Taxas líquidas decrescentes Homens Mulheres Homens Mulheres

*** 75+ ***** *** 75+ **** *** 70-74 *** ** 70-74 *** **** 65-69 **** *** 65-69 **** ***** 60-64 ***** ***** 60-64 ***** ******* 55-59 ******* ******* 55-59 ******* ******** 50-54 ********* ******** 50-55 ********* ********* 45-49 ********** ********* 45-49 ********** ********** 40-44 ********** ********** 40-44 ********** ********** 35-39 ********** ********** 65-69 ********** *********** 30-34 *********** ************ 30-34 *********** ************ 25-29 ************ ************ 25-29 ************ *********** 20-24 *********** *********** 20-24 *********** *********** 15-19 ********** *********** 15-19 ********** ********** 10-14 ********** ********** 10-14 ********** ********** 5-9 ********** ********** 5-9 ********** ********** 0-4 ********** ********** 0-4 ********** População 5529 População 6482

Taxas líquidas constantes Taxas model. cause-spec Família Homens Mulheres Homens Mulheres

*** 75+ **** *** 75+ ***** ** 70-74 *** ** 70-74 *** *** 65-69 **** *** 65-69 **** ***** 60-64 ***** ***** 60-64 ***** ******* 55-59 ******* ****** 55-59 ******* ******** 50-54 ********* ******** 50-55 ********* ********* 45-49 ********** ********* 45-49 ********** ********** 40-44 ********** ********** 40-44 ********** ********** 35-39 ********** ********** 65-69 ********** ************ 30-34 ************ *********** 30-34 *********** ************* 25-29 ************ ************ 25-29 ************ *********** 20-24 *********** *********** 20-24 *********** ********** 15-19 ********** *********** 15-19 *********** ********** 10-14 ********** *********** 10-14 ********** ********** 5-9 ********** *********** 5-9 ********** ********** 0-4 ********** ********** 0-4 ********** População 6871 População 6694

Taxas model. cause-spec Qual vida Taxas model. cause-spec Trabalho Homens Mulheres Homens Mulheres

*** 75+ ***** *** 75+ **** ** 70-74 *** ** 70-74 *** *** 65-69 **** *** 65-69 **** ***** 60-64 ***** ***** 60-64 ***** ******* 55-59 ******* ****** 55-59 ******* ******** 50-54 ********** ******** 50-55 ********* ********** 45-49 ********** ********* 45-49 ********** ********** 40-44 ********** ********** 40-44 ********** *********** 35-39 *********** ********** 65-69 *********** ************ 30-34 ************ *********** 30-34 ************ *********** 25-29 *********** ************ 25-29 ********** *********** 20-24 *********** ********** 20-24 ********** *********** 15-19 ********** ********** 15-19 ********* ********** 10-14 ********** ********** 10-14 ********* ********** 5-9 ********** ********** 5-9 ********* ********** 0-4 ********** ********* 0-4 ********* População 6645 População 6709

Taxas model. cause-spec Aposentadoria Taxas model. cause-spec Estudo Homens Mulheres Homens Mulheres

*** 75+ ***** *** 75+ **** *** 70-74 **** ** 70-74 *** **** 65-69 ***** *** 65-69 **** ****** 60-64 ****** ***** 60-64 ***** ******* 55-59 ******** ******* 55-59 ******* ********* 50-54 ********* ******** 50-55 ********* ********* 45-49 ********** ********* 45-49 ********** ********** 40-44 ********** ********** 40-44 ********** ********** 35-39 ********** ********** 65-69 ********** *********** 30-34 *********** *********** 30-34 ************ ************ 25-29 *********** *********** 25-29 ************ ********** 20-24 ********** ********** 20-24 *********** ********** 15-19 ********** ********** 15-19 ********** ********* 10-14 ********** ********** 10-14 ********** ********* 5-9 ********** ********** 5-9 ********** ********* 0-4 ********** ********* 0-4 ********** População 5661 População 6692

Taxas model. family-spec Família Taxas model. family-spec Sozinho Homens Mulheres Homens Mulheres

*** 75+ **** *** 75+ **** ** 70-74 *** ** 70-74 *** *** 65-69 **** *** 65-69 **** ***** 60-64 ***** **** 60-64 ***** ******* 55-59 ******* ****** 55-59 ****** ******** 50-54 ********* ********* 50-55 ******** ********** 45-49 ********** ******** 45-49 ********* ********** 40-44 ********** ********** 40-44 ********** ********** 35-39 ********** *********** 65-69 *********** *********** 30-34 *********** ************ 30-34 ********** ************ 25-29 *********** ************ 25-29 ************ *********** 20-24 *********** *********** 20-24 *********** *********** 15-19 ********** *********** 15-19 *********** *********** 10-14 ********** *********** 10-14 *********** ********** 5-9 ********** *********** 5-9 *********** ********** 0-4 ********** *********** 0-4 ********** População 6671 População 6650

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Como era de se esperar, por não apresentarem a incorpo-ração de novas mulheres em idade reprodutiva, os cenários projetados com padrões etários de migração nula e migração motivada por Apo-sentadoria produzem os menores quantitativos populacionais para a RA Campinas em 2010. Supondo-se que as entradas e saídas de migrantes se compensassem mutuamente, em todas as faixas etárias, a população da RA Campinas seria de 5,5 milhões em 2010 (cenário com migração nula), menor quantitativo dentre todos os cenários projetados. Se toda a migração líquida resultasse em um padrão etário da migração motivada por Aposentadoria, o volume populacional seria um pouco maior (5,7 milhões de pessoas em 2010). Todos os demais cenários demográficos apresentam volumes populacionais superiores ao do cenário recomendado em 2010, já que em todos eles as taxas líquidas de migração foram mantidas constantes ao longo do período, ao contrário do anterior. As taxas de crescimento populacional anual destes cenários situam-se no intervalo delimitado pelas taxas de crescimento do cenário recomendado (1,96% a.a.) e as do cenário com taxas líquidas constantes e com padrão igual ao do período 1980/90 (2,27% a.a.).

Ainda que a estrutura etária pareça ser determinada, em grande medida, pelo comportamento da fecundidade e mortalidade até 2010, como o revela a pequena variabilidade dos indicadores demográ-ficos apresentados (e a proximidade do formato das pirâmides com o cenário projetado com migração nula), é possível notar algumas mo-dificações nas faixas etárias extremas. O cenário projetado com o padrão etário característico de migração líquida por motivo de Apo-sentadoria resulta em uma população mais envelhecida que as demais (40 idosos para cada 100 crianças e adolescentes em 2010), natural-mente pelo ingresso de pessoas após os 50 anos de idade. A migração motivada por necessidade de Estudo, ao contrário, conduz a uma população mais jovem (27 idosos para cada 100 crianças e adolescentes em 2010) e também com a menor carga de dependência entre os cenários projetados (41 dependentes por 100 em idade ativa de 15 a 64 anos). Os cenários gerados pela migração por motivos relacionados ao Trabalho ou Família resultam em estruturas demográficas muito semelhantes, repercutindo, em particular, no aumento da participação dos grupos etários de 20 a 34 anos em 2010. A migração por Qualidade

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Os dois cenários projetados com os padrões migração fa-miliar e migração individual levam a quantitativos populacionais muito próximos em 2010. Diferenciam-se, contudo, pelo fato da mi-gração familiar determinar um padrão mais envelhecido que o da migração individual. Nesta última, os grupos de 15 a 30 anos tem um peso maior na determinação do seu padrão etário.

O índice de masculinidade varia muito pouco dentre os cenários, consequência do equilíbrio das taxas empíricas de migração líquida de homens e mulheres aqui adotadas (como se pôde ver no Gráfico 5).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Procurou-se demonstrar a utilidade das taxas-modelo de migração para fins de projeções demográficas neste trabalho. Tais taxas podem vir a ser úteis também na interpretação de perfis etários de migração a partir de taxas brutas ou líquidas de migração empíri-cas, como se ilustrou em Jannuzzi (1997). Em uma aplicação ou noutra, uma das questões metodológicas cruciais é a forma de se definir ou encontrar os parâmetros da equação de composição das taxas. Neste sentido, vale observar que o emprego de métodos estatís-ticos de ajustes de dados por mínimos quadrados requerem a adoção de alguns procedimentos complementares a fim de satisfazer os reque-rimentos da técnica, como a ponderação dos dados empíricos nas idades de maior propensividade migratória, com as de 15 a 24 anos (através de MMQ ponderados), ou especificar outras variáveis no modelo como sexo e região, a fim de adequá-lo às especificidades das taxas empíricas a ajustar (Pasquali, 1998).

Uma das características importantes das taxas aqui pro-postas é que, diferentemente de outros modelos empíricos existentes na Demografia, os parâmetros tem significado muito simples e efeitos muito claros sobre as taxas. Neste sentido, a possibilidade de manipu-lação e interferência do pesquisador na intensidade da migração por tal ou qual motivo, por tal ou qual tipo de acompanhante, parece ser a maior virtude dos modelos aqui apresentados.

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Referências

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