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ANÁLISE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MICROEMPREENDEDORES DA CIDADE DE CATANDUVAS-PR

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Academic year: 2021

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Recebido em 03/05/2017. Aprovado em 03/07/2017. Avaliado pelo sistema double blind peer review.

Hillary Mariane Lapas Fujihara1 Loreni Teresinha Brandalise2 Geysler Rogis Flor Bertolini3 Cláudio Antonio Rojo4

Resumo:

Este artigo busca analisar a percepção ambiental dos microempreendedores que participaram das duas turmas de um projeto de extensão intitulado Programa Bom Negócio Paraná, em que as aulas aconteceram de abril a junho de 2015, na cidade de Catanduvas-PR. O método utilizado para coleta e análise dos dados foi o modelo VAPERCOM, que tem o objetivo de avaliar a percepção ambiental do consumidor no processo de compra considerando as etapas da Análise do Ciclo de Vida (ACV). Os resultados mostraram que os micro empreendedores pesquisados apresentam preocupação ambiental e tem potencial para tornarem-se consumidores ecológicos.

Palavras-chave: Análise do Ciclo de Vida do produto. Microempreendedores. Percepção ambiental.

ENVIRONMENTAL PERCEPTION ANALYSIS OF MICRO-ENTREPRENEURS FROM CATANDUVAS – PR

Abstract:

This paper aims to analyze the environmental perception of micro-entrepreneurs that participate of the two groups of an extension project called Programa Bom Negócio Paraná (Great Business Paraná Program), in which the classes took place from April to June 2015, in Catanduvas – PR. The method of collecting and analyzing data was the VAPERCOM model, which has the objective of evaluating environmental perceptions of consumers on purchasing process, considering the stages of life-cycle assessment. The results have shown that the analyzed micro-entrepreneurs present environmental preoccupation and have potential to become ecological consumers.

Keywords: Product life-cycle assessment. Micro-entrepreneurs. Environmental perception.

1

Mestranda em Administração pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (PPGA-UNIOESTE). E-mail: hillary_lapas@hotmail.com

2

Doutora em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Docente do Programa de Mestrado Profissional em Administração da UNIOESTE. Email: lorenibrandalise@gmail.com

3

Doutor em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Docente do Mestrado Profissional em Administração da UNIOESTE. E-mail: geysler_rogis@yahoo.com.br

4 Pós-Doutor em Administração pela Universidade de São Paulo - FEA / USP. Docente do Mestrado Profissional

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RECC – Revista Eletrônica Científica do CRA-PR, v. 4, n. 1, p. 64-78, 2017. 1 INTRODUÇÃO

Nos primórdios, o homem extraía da natureza apenas aquilo que era necessário para a sua sobrevivência, não havia desperdício e com isso os resíduos eram degradados pela mesma. Com o passar do tempo as extrações foram aumentando, a sociedade começou a desperdiçar e a natureza não conseguiu mais absorver tudo sozinha (BRANDALISE, 2008).

Moura (2004) observa que os recursos naturais sempre foram utilizados pela população, com um baixíssimo nível de preocupação, porque havia a visão de que os recursos eram abundantes e que a natureza conseguiria sempre “produzir” mais e ainda absorver todos os resíduos. Dessa forma, Brandalise (2012) expõem que quando as primeiras consequências desse consumo irracional começaram a aparecer, como o aquecimento global, poluição, entre outros, a população percebeu que este conceito não estava correto e passou a preocupar-se com o meio ambiente, assim, compreendeu que poderia extrair os recursos da natureza desde que suas ações não prejudicassem a geração atual e futura, que era preciso haver manutenção ou reposição dos recursos naturais.

Segundo Moura (2004), esta crescente consciência ambiental, deve-se em grande parte pela mídia, pois, como o autor discute, tudo é acompanhado em tempo real por grande parte da população e pode tomar proporções que não podem ser controladas ou mascaradas, como, por exemplo, um acidente ambiental, que em poucos minutos muitas pessoas ficam sabendo e algumas utilizam de suas redes para comentar e distribuir o que aconteceu e sua opinião com relação ao assunto. Palma (2005) atribui esta percepção não só a mídia, mas ao desenvolvimento da tecnologia também, para a autora a conscientização começou quando as tecnologias conseguiram associar a ação humana com as doenças e os desequilíbrios ecológicos.

Com essa preocupação ecológica da população, as empresas perceberam que não poderiam mais manter seus sistemas tradicionais produtivos, que se baseava apenas na busca da maximização dos lucros e minimização dos custos, mas que deveriam ter também postura ambiental e socialmente correta para manterem-se competitivas (DONAIRE, 1999).

Como os consumidores estão adotando posturas mais rígidas para escolha de seus fornecedores, Tachizawa (2007) afirma que a gestão ambiental nas organizações tornou-se um importante instrumento gerencial para capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações, independente do seu porte ou ramo econômico.

Além da cobrança dos consumidores, o que tem levado as organizações a se preocuparem com seu desempenho ambiental, são as legislações que exigem cada vez mais a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável (ABNT, 1996). Segundo Dias (2009), a conscientização ambiental ao longo da segunda metade do século XX ocorreu paralelamente ao aumento das denúncias sobre os problemas de contaminação do meio ambiente e esse processo desencadeou o surgimento de muitas organizações não governamentais, criadas para pressionar as organizações políticas a tomarem alguma atitude com relação a isso, com isso os governos tanto nas esferas internacionais, quanto nacionais, desenvolveram um grande número de normas e regulamentos, além de formarem vários órgãos para acompanhar e monitorar a aplicação desses regulamentos.

Com essa preocupação dos consumidores, as empresas que conseguirem se adequar às questões ambientais, como redução de matéria prima, de consumo de água e energia, de geração de resíduos e maximizar o uso sustentável dos recursos renováveis e prolongamento

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da vida útil do produto, conseguirão obter vantagem competitiva quando comparada às que não se adequarem a estas normas (BRANDALISE, 2008).

Assim sendo, a pergunta que norteia este artigo é: qual a percepção ambiental dos micro empreendedores de Catanduvas-PR, considerando a Análise do Ciclo de Vida do produto (ACV)?

Para esta análise foram pesquisados os participantes das duas turmas do Programa Bom Negócio Paraná, em que o curso aconteceu de abril a junho de 2015. O Programa Bom Negócio Paraná é uma iniciativa do Governo do Estado que visa capacitar micro, pequenos e futuros empreendedores para uma gestão eficiente de seus negócios.

A escolha de pesquisar estes micro empreendedores deve-se ao fato de que não apenas buscar conhecer as influências no seu consumo, mas também os das suas empresas, de modo geral, desde a escolha dos fornecedores até o treinamento de seus funcionários. Deve-se também ao fato de serem micro empreendedores que estão buscando capacitação para melhorar as suas empresas e, com esta pesquisa, pode-se identificar se é necessário alguma capacitação mais aprofundada em gestão ambiental, para tornar estes micro empresários mais competitivos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção apresenta uma contextualização dos assuntos que embasaram este estudo, quais sejam: percepção ambiental, Análise do Ciclo de Vida do produto (ACV) e também Micro e Pequena Empresa (MPE).

2.1 Percepção Ambiental

A interação do indivíduo com o seu meio através dos órgãos do sentido (visão, tato, olfato, paladar e audição) é entendido por Palma (2005) como percepção e, para que realmente haja a percepção, é necessário algum interesse no objeto de percepção e esse interesse deve ser baseado nos conhecimentos prévios do indivíduo, como, por exemplo, cultura e postura de cada um, e isso leva o indivíduo a ter uma percepção única, diferenciada para o mesmo objeto. Fernandes, Souza, Pelissari e Fernandes (2004) afirmam que além da percepção individual pode haver percepção coletiva.

Tuan (1980) postula que a percepção deve-se estender-se para o mundo e que os órgão dos sentidos só são eficazes quando são ativamente usados, por isso, para um melhor rendimento os órgãos de sentidos devem ser estimulados, treinados, para perceber o que os outros não percebem. Para Melazo (2005), a percepção individual ainda dependerá da idade, da personalidade, das experiências, dos aspectos socioambientais, da educação e da herança biológica.

Fernandes et al. (2004) discutem que, por haver discrepâncias entre as percepções de indivíduos e grupos e de culturas diferentes, é fundamental estudar a percepção para tentar entender as inter-relações entre o ser humano e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações e condutas e assim promover ações específicas para as necessidades de cada grupo.

Melazo (2005) afirma que para que ocorra a percepção do indivíduo em relação à importância dos recursos naturais e seus problemas é necessário sintonia entre as diferentes

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realidades políticas, econômicas, sociais e culturais. Brandalise (2009) afirma que estas diferentes percepções são refletidas nas atitudes e comportamentos de consumo.

A percepção ambiental auxilia no processo de utilização racional dos recursos e em um bom desenvolvimento baseado no tripé da sustentabilidade (ambiental, econômico e social), tanto individual como social e empresarial.

2.2 Análise do Ciclo de Vida do Produto (ACV)

A Análise do Ciclo de Vida do produto (ACV) é uma das técnicas desenvolvidas para ajudar a compreender e diminuir os impactos ambientais associados aos produtos ao longo de sua vida, ou seja, desde a aquisição da matéria prima, passando pela produção, uso e descarte (ABNT, 2001).

Brandalise (2008) reforça este conceito afirmando que a ACV é um método que visa avaliar aspectos ambientais e os possíveis impactos associados a um produto, desde a extração dos recursos naturais, passando por todas as etapas intermediárias, como, transporte fabricação e estocagem, até o destino final quando não é possível reutilizá-los ou reciclá-los.

Segundo ABNT (2001), a ACV pode auxiliar:

 na identificação de oportunidades para melhorar os aspectos ambientais dos produtos em vários pontos de seu ciclo de vida;

 na tomada de decisões na indústria, organizações governamentais ou não-governamentais (por exemplo, planejamento estratégico, definição de prioridades, projeto ou reprojeto de produtos ou processos);

 na seleção de indicadores pertinentes de desempenho ambiental, incluindo técnicas de medição;

 no marketing (por exemplo, uma declaração ambiental, um programa de rotulagem ecológica ou uma declaração ambiental de produto).

Por ser a ACV uma ferramenta aplicável aos produtos comercializáveis, é importante que os empresários tenham conhecimento, pois isso pode nortear o desenvolvimento, produção e comercialização dos mesmos.

2.3 Micro e Pequena Empresa (MPE)

A participação das micro e pequenas empresas na economia brasileira tem sido cada vez mais representativa, conforme mostram os dados do SEBRAE (2014), em 1985 as micro e pequenas empresas representavam 21% do PIB, em 2001 este índice passou para 23,2%, por fim em 2011 atingiu 27% e este percentual manteve-se até 2014.

Além da participação das MPEs no PIB é importante destacar sua importância no Desenvolvimento Regional, por meio da geração de empregos formais e renda (GODARTH; LEISMANN, 2015). No Brasil até 2014 havia cerca de 9 milhões de MPEs, e estas representavam 57% dos empregos formais (SEBRAE, 2014).

Segundo publicação do SEBRAE (2014), há duas formas de classificar o porte das empresas, o primeiro é pelo número de pessoas que trabalham na empresas, e o segundo é pela receita média anual. Na classificação pelo número de pessoas com cargos ativos, há ainda a diferenciação pela atividade desempenhada pela organização, dessa forma, pode-se classificar como microempresas que têm atividade no serviço ou comércio e tem até 9 funcionários, e, pequena as que tem entre 10 a 49 funcionários. Já na indústria, são

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consideradas microempresas as que tem até 19 funcionários e pequena as que tem entre 20 a 99 funcionários.

Quanto à classificação por renda não há diferenciação por setor, apenas por porte, assim, são consideradas microempresas aquelas que tem receita operacional bruta anual igual ou inferior a R$240000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e pequena aquelas com receita operacional bruta superior a R$240000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e inferior ou igual a R$2400000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais) (SEBRAE, 2007).

Longenecker, Moore e Petty (1997) destacam que além de serem importantes geradoras de empregos, as MPEs estimulam a competição, introduzem inovações e auxiliam as grandes empresas, por isso é fundamental a inserção das questões ambientais nestas organizações.

Devido aumento contínuo do número de empresas que influencia diretamente na competitividade e, a crescente preocupação dos consumidores com as questões ambientais, as empresas que quiserem continuar competitivas no mercado, independente do porte, deverão se adequar as exigências ambientais.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste artigo buscou-se identificar a percepção ambiental dos micro empresários da cidade de Catanduvas com base na ACV, dessa forma, a sua abordagem é classificada como quantitativa. A pesquisa também caracteriza-se como descritiva, pois como demonstram Candiotto, Bastos e Candiotto (2009), este método preocupa-se com a descrição, registro, análise, interpretação e correlação de fenômenos.

Como instrumento de pesquisa foi utilizado o modelo desenvolvido por Brandalise (2008), denominado VAPERCOM, VA=Variável Ambiental, PER=percepção e COM=comportamento de compra. Este modelo busca avaliar a percepção ambiental do consumidor no processo de compra considerando as etapas da ACV.

O instrumento de coleta de dados foi um questionário proposto pelo modelo, composto por 40 questões, subdivididas em quatro conjuntos, definidas a partir da escala de Likert, que requer que o entrevistado indique seu grau de concordância ou discordância com relação ao que foi questionado (BRANDALISE, 2008; BRANDALISE; LESANA; ROJO, 2009).

O primeiro conjunto contém sete questões que objetivam identificar o perfil do pesquisado em relação ao sexo, idade, escolaridade, renda familiar, fonte de informações sobre as questões ambientais, ACV e impacto ao meio ambiente.

O segundo conjunto é composto por sete questões que visam identificar a percepção ambiental do respondente, com perguntas sobre ações do cotidiano, considerando reutilização, reciclagem, redução e conservação de recursos durante o consumo.

No conjunto três, pretendeu-se analisar com onze perguntas o comportamento de compra e consumo do questionado considerando a variável ambiental com relação aos produtos ecologicamente corretos.

Por fim, o último conjunto objetivou identificar o grau de percepção do questionado no comportamento de compra e consumo em cada uma das etapas da ACV, ou seja, desde a aquisição da matéria prima até o descarte do produto.

A população deste estudo foram os 480 microempreendedores em atividade na cidade Catanduvas no Paraná e a amostra foram os 48 microempresários que estavam presentes na

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aula do dia 01 de junho de 2015 nas duas turmas do Programa Bom Negócio Paraná que aconteceram de abril a junho de 2015 na mesma cidade.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No primeiro conjunto de perguntas, conforme exposto anteriormente, foram caracterizados os pesquisados.

Na primeira questão buscou-se saber qual o sexo dos respondentes. Observou-se que a maioria são do sexo feminino, representando 67% da população. Em relação à idade, conforme demonstra Tabela 01, a faixa etária que apresenta maior representatividade é entre 21 a 30 anos com 46%, seguido por mais de 41 com 29% e depois entre 31 a 40 com 12%, ainda é possível destacar que nenhum dos pesquisados apresentou idade inferior a 21 anos. Tabela 01 – Faixa etária dos pesquisados

Idade Quant. %

Até 20 anos 00 00

Entre 21 a 30 22 46

Entre 31 a 40 12 25

Mais de 41 14 29

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Quanto ao grau de escolarização, conforme pode ser observado na Tabela 02, a maioria dos entrevistados tem ensino superior, representando 42% dos entrevistados, ensino médio fica em segundo lugar com 25%, depois pós graduação com 17% e por fim ensino fundamental e técnico ficam empatados com 8% dos pesquisados.

Tabela 02 – Escolaridade dos pesquisados

Escolaridade Quant. % Ensino Fundamental 04 08 Ensino Médio 12 25 Ensino Técnico 04 08 Ensino Superior 20 42 Pós Graduação 08 17

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Quanto à renda familiar, apenas 4% tem renda até um salário mínimo, os outros 96% tem renda de mais que 01 salário mínimo, com maior representatividade entre 1 a 4 salários mínimos, conforme demonstrado na Tabela 03.

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Tabela 03 – Renda familiar dos pesquisados

Renda Familiar Quant. %

Até 1 salário mínimo 02 04

De 1 a 4 salários mínimos 22 46

De 4 a 7 salários mínimos 08 17

De 7 a 10 salários mínimos 14 29

Mais de 10 salários mínimos 02 04

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Buscou-se também saber qual era a principal fonte de informações sobre as questões ambientais no dia a dia, permitindo assinalar as seguintes opções: escola; mídias; família; rótulos/embalagens e amigos. Apenas duas opções foram escolhidas pelos entrevistados, que foram, mídia com 92% e escola com 8%.

Questionou-se ainda se os entrevistados sabiam o que era Análise do Ciclo de Vida do produto (ACV), apenas 21% respondeu que sabia, 42% que tinha dúvidas e 38% informou que não sabia, como pode ser observado na Tabela 04.

Tabela 04 – Conhecimento sobre ACV

Sabe o que é ACV Quant. %

Sim 10 21

Tem dúvida 20 42

Não 18 38

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Por fim, questionou-se se os entrevistados sabiam que os produtos consumidos por eles causam impacto ao meio ambiente, 83% afirmaram que sabem, 13% que tem dúvidas e 4% que não sabem.

No segundo conjunto de perguntas buscou-se saber qual a percepção ambiental dos pesquisados. A Tabela 05 demonstra a frequência com que cada uma das alternativas foram assinaladas nas 07 questões deste conjunto. O total de frequência em cada alternativa foi A = 150, B = 78, C = 76, D = 26 e E = 06.

Tabela 05 – Frequência de respostas do conjunto relativo à percepção ambiental

CONJUNTO 2 - PERCEPÇÃO AMBIENTAL

Sem p re Fre q u en tem en te Alg u m as Ve ze s Po u q u ís sim as v ez es Nu n ca

8. Antes de jogar algo no lixo, você pensa em como poderia reutilizá-lo 6 8 28 6 0

9. Você é adepto da reciclagem? 16 16 14 2 0

10. Você separa o lixo que pode ser reciclado (papel, plástico, alumínio,

vidro, metais) e os dispõe para coleta? 14 14 8 10 2

11. Apaga as luzes, desliga TV, aparelho de som, ventilador / aquecedor

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12. Procura não deixar a torneira aberta ao escovar os dentes ou ao fazer a

barba? 34 4 8 2 0

13. Você utiliza os dois lados dos papéis, ou reutiliza rascunhos? 22 10 10 4 2 14. Você evita imprimir coisas desnecessárias? 26 12 8 2 0

Total 150 78 76 26 6

% 44,7 23,2 22,6 7,7 1,8

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Observa-se na Tabela 05 que a alternativa A (sempre) foi a mais assinalada, especialmente nas questões 12, 11, 14 e 13 respectivamente, demonstrando que os pesquisados se preocupam em economizar água, luz e papel, pois responderam que procuram fechar a torneira enquanto não é necessário utilizar água, apagar as luzes e desligar aparelhos eletrônicos quando não estão sendo usados, evitam imprimir coisas desnecessárias e procuram utilizar os dois lados do papel durante a impressão. Ainda com relação à questão 11, é importante destacar que apenas duas pessoas responderam que nunca tem preocupação em apagar as luzes e desligar aparelhos eletrônicos quando não estão sendo usados, enquanto os outros 46 questionados responderam que sempre ou frequentemente tem esta preocupação.

Em adição, verifica-se que nas questões 8, 9, 12 e 14 a alternativa (nunca) não foi assinalada nenhuma vez, demonstrando que os pesquisados apresentam algum cuidado com a reciclagem, reutilização e economia de água e papel, mesmo que não seja constante.

Para análise dos dados da Tabela 05, primeiramente somou-se quantas vezes cada alternativa foi assinalada e depois atribuiu-se peso a cada uma delas, obtendo assim A (sempre) = 4 pontos; B (frequentemente) = 3 pontos; C (algumas vezes) = 2 pontos; D (pouquíssimas vezes) = 1 pontos e E (nunca) = 0 pontos, por fim multiplicou-se o número de vezes que cada questão foi assinalada pelo seu peso, somou-se tudo e dividiu-se pelo número de questões, conforme demonstrado no Quadro 01.

Quadro 01 – Alocação de pesos e elaboração do grau de percepção ambiental pesquisados

(a) Nº RESPOSTAS (b) VALORES (a X b) RESULTADO

A 4 600

B 3 234

C 2 152

D 1 26

E 0 0

(c) SOMA DOS RESULTADOS 1012

(d) Nº DE QUESTÕES 336

(e = c / d) RESULTADO 3,01

Fonte: Adaptado de Brandalise (2008)

Após este cálculo obteve-se o resultado 3,01 que, de acordo com a Classificação do grau de percepção em relação às questões ambientais, apresentada no Quadro 02, os questionados classificam-se na alternativa B, demonstrando que eles “possuem percepção ecológica”.

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Quadro 02 – Classificação da percepção ecológica dos pesquisados

Grau de percepção em relação às questões ambientais Valores

A) Possui alta percepção ecológica Entre 3,3 e 4,0

B) Possui percepção ecológica Entre 2,5 e 3,2

C) Possui potenciais traços de percepção ambiental Entre 1,7 e 2,4 D) Possui poucos traços de percepção ambiental Entre 0,9 e 1,6

E) Não possui percepção ecológica Até 0,8

Fonte: Adaptado de Brandalise (2008)

No terceiro conjunto de perguntas buscou-se saber se os questionados apresentavam consumo ecológico, para isso, questionou-se sobre o comportamento de compra, sobre influências para desempenhar esta compra e também seu consumo, considerando os elementos material renovável, consumo de energia na utilização do produto, a vida útil do produto, reutilização e reciclagem.

O total de frequência em cada alternativa das 11 questões foi: A = 60, B = 66, C = 176. D = 162 e E = 64. Observa-se que a alternativa C (algumas vezes) foi a mais assinalada e a alternativa D (pouquíssimas vezes) foi a segunda mais assinalada com pequena diferença da alternativa C, representando respectivamente 33,3% e 30,7% das respostas, chegaram inclusive a empatar na questão 23, que questionava sobre pagar mais caro em um produto ecologicamente correto, ainda com relação a questão 23 é importante destacar que nenhum pesquisado respondeu que nunca pagaria a mais, demonstrando que está população tem preocupação com o meio ambiente e não se opõem em comprar algum produto ecologicamente correto, mesmo que um pouco mais caro que os demais, a questão 21 também destaca-se entre as questões em que a alternativa (nunca), não foi assinalada por nenhum pesquisado, demonstrando que os questionados preocupam-se o consumo de energia dos produtos no momento da compra. Conforme pode ser observado na Tabela 06.

Tabela 06 – Frequência de respostas do conjunto relativo ao consumo ecológico

CONJUNTO 3 - CONSUMO ECOLÓGICO

Sem p re Fre q u en tem en te Alg u m as Ve ze s Po u q u ís sim as v ez es Nu n ca

15. Você considera a variável ambiental quando da compra de um produto? 6 4 12 22 4 16. Ao comprar você se deixar influenciar pela propaganda, pelos amigos

ou pela família em relação às questões ambientais? 2 8 16 10 12 17. Ao comprar, você procura saber se o fabricante pratica ações

ambientais? 0 0 14 20 14

18. Ao comprar, você valoriza o fabricante que tem ‘postura’

ecologicamente correta? 2 0 16 20 10

19. Antes da compra você verifica rótulos e embalagens, para identificar

um ‘produto’ ecologicamente correto? 6 0 8 22 12

20. Procura comprar produtos e/ou embalagens fabricados com material

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21. Você verifica o consumo de energia quando da compra de um produto? 26 8 6 8 0

22. Você compra produtos biodegradáveis? 0 12 28 6 2

23. Você se dispõe a pagar mais por um produto ecologicamente correto? 2 6 20 20 0 24. Você se dispõe a mudar de marca de produto para auxiliar na

conservação do meio ambiente? 6 10 22 4 6

25. Você pagaria mais por um caderno fabricado com papel reciclado ou

proveniente de árvore reflorestada? 8 16 10 12 2

Total 60 66 176 162 64

% 11,4 12,5 33,3 30,7 12,1

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Verifica-se neste conjunto de questões que a alternativa (sempre) não foi assinalada nenhuma vez nas questões 17 e 22, que se referiam respectivamente ‘ao comprar buscar informações sobre práticas ambientais do fabricante’ e ‘compra de produtos biodegradáveis’, quanto à questão 22, apesar de os pesquisados não comprarem sempre produtos biodegradáveis, 58% informaram que compram algumas vezes, 25% frequentemente, 13% pouquíssimas vezes e apenas 4% nunca, demonstrando que apesar de não priorizarem a comprar de produtos biodegradáveis, não descartam totalmente a possibilidade de comprá-los. Já a questão 17 não apresenta resultados tão positivos, pois a alternativa ‘frequentemente’ também não foi escolhida nenhuma vez, a alternativa ‘pouquíssimas vezes’ foi assinalada por 42% dos questionados e ‘algumas vezes’ e ‘nunca’ 29% em ambas, demonstrando que os micro empreendedores de Catanduvas não priorizam os fornecedores que tem ações ambientalmente corretas.

Ainda é importante destacar que a alternativa ‘frequentemente’ não foi assinalada em mais duas questões, 18 e 19, que questionavam sobre ‘valorização de postura ecologicamente correta do fabricante’ e sobre a ‘verificação de rótulos e embalagens para identificar se o produto é ecologicamente correto’, em ambas alternativas ‘pouquíssimas vezes’ foi a mais assinalada, representando 42% e 46% respectivamente, evidenciando que no momento da compra os pesquisados não priorizam a postura ecológica dos fabricantes nem dos produtos.

Conforme demonstra o Quadro 03, para a análise dos resultados foi utilizado o mesmo sistema do segundo conjunto de pesquisas, ou seja, a cada uma das 05 alternativas foi atribuído pesos, multiplicado o número de vezes que cada alternativa foi assinalada pelos pesos e por fim dividido pelo número de questões.

Quadro 03 – Alocação de pesos e elaboração do grau de consumo ecológico dos pesquisados

(a) Nº RESPOSTAS (b) VALORES (a X b) RESULTADO

A = 60 4 240

B = 66 3 198

C = 176 2 352

D = 162 1 162

E = 64 0 0

(c) SOMA DOS RESULTADOS 952

(d) Nº DE QUESTÕES 528

(e = c / d) RESULTADO 1,80

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Após este cálculo obteve-se o resultado 1,80 que, de acordo com a Classificação do grau de percepção em relação às questões ambientais, apresentada no Quadro 04, os respondentes classificam-se na alternativa C, demonstrando que eles possuem “potencial possibilidade de tornarem consumidores ecológicos”.

Quadro 04 – Classificação do comportamento de compra e consumo ecológico dos entrevistados

Grau de consumo de produtos ecologicamente corretos Valores

A) Consumidor ecológico Entre 3,3 e 4,0

B) Grande possibilidade de tornar-se um consumidor ecológico Entre 2,5 e 3,2 C) Potencial possibilidade de tornar-se um consumidor ecológico Entre 1,7 e 2,4 D) Fraca possibilidade de tornar-se um consumidor ecológico Entre 0,9 e 1,6

E) Não é um consumidor ecológico Até 0,8

Fonte: Adaptado de Brandalise (2008)

No quarto e último conjunto de perguntas pretendeu-se avaliar a preocupação dos entrevistados com relação as etapas da ACV dos produtos que eles consomem, questionando-se desde a aquisição até o descarte.

O total de frequência em cada alternativa das 15 questões deste conjunto foi: A = 176, B = 212, C = 220; D = 110 e E = 02. Neste conjunto duas alternativas também tiveram pouca diferença em relação ao número de vezes que foram assinaladas, sendo elas C (média preocupação), com destaque nas questões 26, 27, 34, 37 e 40; e B (frequentemente me preocupo), com destaque nas questões 35, 36 e 39.

Este conjunto é dividido em cinco subgrupos, no primeiro subconjunto questionava-se sobre a preocupação dos entrevistados com relação à origem da matéria-prima, todos demonstraram algum grau de preocupação, uma vez que a alternativa ‘nunca’ não foi assinalada. O segundo subconjunto referia-se à preocupação com relação ao processo de produção, assim como no primeiro grupo, a alternativa ‘nunca’ não foi escolhida por nenhum pesquisado, as alternativas que se destacaram foram ‘algumas vezes’ e ‘pouquíssimas vezes’, que representaram 30,56 e 29,17, das escolhas dos entrevistados, respectivamente. O subconjunto seguinte referia-se ao grau de preocupação com relação à utilização do produto, assim como nos subconjuntos anteriores a alternativa ‘nunca’ não foi assinalada, e nas quatro questões que formavam este subconjunto a alternativa mais assinalada foi ‘sempre’, demonstrando que os microempreendedores de Catanduvas apresentam um alto grau de preocupação com a utilização dos produtos.

O penúltimo subconjunto buscava investigar sobre o grau de preocupação dos respondentes com relação a pós-utilização dos produtos e foi o único que apresentou a resposta ‘nunca’, em que dois microempreendedores informaram que não se preocupam com a possibilidade de reciclagem dos produtos, mas em contrapartida, nas outras duas questões do subconjunto ‘nunca’ não foi assinalada e a alternativa mais assinalada nas três questões foi ‘frequentemente’, representando 36,11%. Por fim, o último subconjunto objetivava verificar qual o grau de preocupação dos microempresários de Catanduvas com relação ao descarte do produto, 34,72% deles informaram que frequentemente se preocupam; 27,78 sempre e algumas vezes, 9,72 pouquíssimas vezes se preocupam.

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Em suma, é importante destacar que nenhum dos questionados respondeu que nunca se preocupa com a origem e impacto da matéria-prima, processo de produção, utilização do produto e descarte do produto, apenas na preocupação com a possibilidade de reciclagem após a utilização do produto houve duas respostas ‘nunca’, nas outras 14 perguntas os pesquisados demostraram preocupação com a ACV, conforme pode ser visualizado na Tabela 07.

Tabela 07 – Frequência de respostas do conjunto relativo às etapas ACV

CONJUNTO 4 - ETAPAS ACV

Sem p re Fre q u en tem en te Alg u m as Ve ze s Po u q u ís sim as v ez es Nu n ca

Em relação à matéria prima indique o grau de preocupação com:

26. Origem dos recursos (se são renováveis) 6 8 26 8 0

27. Impacto ambiental na extração (e no transporte) 8 12 20 8 0

Total Parcial 14 20 46 16 0

% Parcial 14,58 20,83 47,92 16,67 0

Em relação ao processo de produção indique o grau de preocupação com:

28. Consumo de energia (na produção) 10 10 14 14 0

29. Geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas 6 16 14 12 0 30. Consumo de combustível na armazenagem e/ou transporte e

distribuição 4 12 16 16 0

Total Parcial 20 38 44 42 0

% Parcial 13,89 26,39 30,56 29,17 0

Em relação à utilização do produto indique o grau de preocupação com:

31. Vida útil do produto 28 12 8 0 0

32. Necessidade de energia 22 14 10 2 0

33. Potencial contaminação ao meio ambiente 16 12 12 8 0

34. Embalagem (tipo e/ou volume) 8 14 20 6 0

Total Parcial 74 52 50 16 0

% Parcial 37,76 26,53 25,51 8,163 0

Em relação à pós-utilização do produto indique o grau de preocupação com:

35. Possibilidade de reutilização 8 22 10 8 0

36. Potencialidade de reaproveitamento de componentes 6 18 14 10 0

37. Possibilidade de reciclagem 14 12 16 4 2

Total Parcial 28 52 40 22 2

% Parcial 19,44 36,11 27,78 15,28 1,39

Em relação ao descarte do produto indique o grau de preocupação com:

38. Periculosidade ou toxidade 22 14 10 2 0

39. Volume de material (incluindo embalagem) 10 20 12 6 0

40. Biodegradabilidade 8 16 18 6 0

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% Parcial 27,78 34,72 27,78 9,722 0

Total Geral 176 212 220 110 2

% Geral 24,4 29,4 30,6 15,3 0,3

Fonte: Questionário aplicado (2015)

Conforme demonstra o Quadro 05, para a análise dos resultados foi utilizado o mesmo sistema dos dois conjuntos de questões anteriores, dessa forma, para cada uma das 05 alternativas foi atribuído valores, sendo eles A (forte preocupação) = 4 pontos; B (frequente preocupação) = 3 pontos; C (mediana preocupação) = 2 pontos; D (fraca preocupação) = 1 ponto e E (nenhuma preocupação) = 0 ponto, multiplicado o número de vezes que cada alternativa foi assinalada pelos pesos e por fim dividido pelo número de questões.

Quadro 05 – Alocação de pesos e elaboração do grau de preocupação dos pesquisados nas etapas da ACV

(a) Nº RESPOSTAS (b) VALORES (a X b) RESULTADO

A = 176 4 704

B = 212 3 636

C = 220 2 440

D = 110 1 110

E = 02 0 0

(c) SOMA DOS RESULTADOS 1890

(d) Nº DE QUESTÕES 720

(e = c / d) RESULTADO 2,63

Fonte: Adaptado de Brandalise (2008)

Após este cálculo obteve-se o resultado 2,63 que de acordo com a Classificação do grau de percepção em relação às questões ambientais, apresentada no Quadro 06, os respondentes classificam-se na alternativa B, demonstrando que os questionados possuem “frequente preocupação”.

Quadro 06 – Classificação da preocupação do consumidor em relação à ACV

Grau de percepção em relação às etapas da ACV Valores

A) Forte preocupação Entre 3,3 e 4,0

B) Frequente preocupação Entre 2,5 e 3,2

C) Mediana preocupação Entre 1,7 e 2,4

D) Fraca preocupação Entre 0,9 e 1,6

E) Nenhuma preocupação Até 0,8

Fonte: Adaptado de Brandalise (2008)

Percebe-se que as perguntas que influenciavam de alguma forma em economia para os entrevistados, obtiveram resultados mais positivos, do que aquelas que resultavam em algum gasto a mais, por isso o terceiro conjunto de perguntas apresentou um desempenho menor que os outros, demonstrando que os entrevistados são potenciais consumidores ecológicos,

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entretanto nenhum dos entrevistados se opôs a pagar uma porcentagem maior por um produto ecologicamente correto. Enquanto os conjuntos dois e quatro evidenciaram que os respondentes possuem percepção ambiental e frequentemente preocupam-se com as questões ecológicas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A crescente preocupação com o meio ambiente oportuniza vantagem competitiva às empresas que se adequarem a ações ambientalmente corretas, com isso os empresários precisam buscar cada vez mais informações para implantarem e inovarem em suas empresas, independente do porte, pois esta preocupação e cobrança dos consumidores não se limitam apenas a empresas de médio e grande porte, mas às micro e pequenas também.

A realização deste estudo possibilitou identificar a percepção ambiental dos microempresários de Catanduvas. Os resultados obtidos podem ser considerados relativamente satisfatórios, pois demonstram que os pesquisados possuem percepção ecológica, têm frequente preocupação com as etapas da ACV e apesar de ainda não poderem ser considerados consumidores ecológicos, podem ser potenciais consumidores ecológicos.

Pelos resultados obtidos, acredita-se que os pesquisados tenham algumas ações ambientalmente corretas no seu dia-a-dia, seja em sua vida pessoal ou empresarial, mas ainda é necessário algum curso ou treinamento sobre gestão ambiental e ACV para que estes microempreendedores apresentem melhores resultados e assim possam adotar novas ações em suas empresas, seja na escolha de fornecedores, produção ou treinamento de seus funcionários e, consequentemente, tornarem-se mais competitivos perante seus concorrentes.

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Imagem

Tabela 02 – Escolaridade dos pesquisados
Tabela 03 – Renda familiar dos pesquisados
Tabela 06 – Frequência de respostas do conjunto relativo ao consumo ecológico
Tabela 07 – Frequência de respostas do conjunto relativo às etapas ACV

Referências

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