Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90771-90775 nov. 2020. ISSN 2525-8761
Estudo da prevalência de anomalias congênitas em neonatos nascidos vivos em
Dourados-MS
Study of the prevalence of congenital anomalies in neonates born live in
Dourados-MS
DOI:10.34117/bjdv6n11-475
Recebimento dos originais:08/10/2020 Aceitação para publicação:23/11/2020
Sarah de Souza Araújo
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Grande Dourados (FAEN–UFGD)
Endereço: Rodovia Dourados – Itahum, Km 12 – Cidade Universítária, Cx Postal 533 – CEP 79804970
E-mail: sarah_de_souza@yahoo.com.br
Veruska Sandim Vilela
Pós–graduada em Residência em Saúde Materno–Infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU–UFGD)
Enfermeira atuante na Maternidade e Centro Obstétrico do Hospital Geral El Kadri Endereço: Rua Dr. Arthur Jorge, n.295 – Centro, Campo Grande, Mato Grosso do Sul – CEP
79002440
E-mail: veruska_sv@hotmail.com
Priscila de Souza Araújo
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Grande Dourados (FAEN–UFGD).
Endereço: Rodovia Dourados – Itahum, Km 12 – Cidade Universítária, Cx Postal 533 – CEP 79804970.
E-mail: pry_rj@hotmail.com
Neiva Ney Gomes Barreto
Pós–graduada em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Estadual Santa Cruz, e em Auditoria pela Faculdade Estácio de Sá
Enfermeira atuante no Banco de Leite Humano do HU–UFGD
Endereço: Rua Ivo Alves da Rocha, n.558 – Altos do Indaiá, Dourados – Mato Grosso do Sul –
CEP 79823501
E-mail: neiva.barreto@ebserh.gov.br
Ravena Vaz Feitosa Castelo Branco
Pós–graduanda do Programa de Pós-graduação Ensino em Saúde da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
Enfermeira especialista em unidade de terapia intensiva neonatal e pediátrica atuante na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal do HU–UFGD
Endereço: Rua Ivo Alves da Rocha, n.558 – Altos do Indaiá, Dourados – Mato Grosso do Sul – CEP 79823501
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Natália Hoefle
Pós–graduanda do Programa de Pós-graduação Ensino em Saúde da UEMS Enfermeira atuante na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do HU–UFGD
Endereço: Rua Ivo Alves da Rocha, n.558 – Altos do Indaiá, Dourados – Mato Grosso do Sul – CEP 79823501
E-mail nataliahoefle@gmail.com
Aline Janaina Giunco
Pós–graduandado Programa de Pós-graduação em Biotecnologia e Biodiversidade da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da UFGD
Endereço: Rodovia Dourados – Itahum, Km 12 – Cidade Universítária, Cx Postal 533 – CEP 79804970
E-mail: alinejgiunco@gmail.com
Emília Alonso Balthazar
Doutora em Alimentos e Nutrição pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Professora da Faculdade de Ciências da Saúde da UFGD e do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Materno-Infantil do HU-UFGD
Endereço: Rodovia Dourados – Itahum, Km 12 – Cidade Universítária, Cx Postal 533 – CEP 79804970
E-mail: emiliabalthazar@ufgd.edu.br
RESUMO
Os neonatos com anomalias congênitas e seus familiares necessitam de atendimento especializado, conforme a condicionalidade dos mesmos. Para planejamento e implementação de programas em saúde para atender essa população, são necessários estudos para caracterizar os tipos de anomalias. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo verificar a prevalência de anomalias congênitas em neonatos nascidos vivos em Dourados-MS. Para isso, foi realizado estudo transversal com coleta de dados públicos no sitio eletrônico do Ministério da Saúde no período de 2013 a 2017, município de Dourados, Mato Grosso do Sul. Verificou-se que dos nascidos vivos (n=19.503), 0,90% apresentaram algum tipo de anomalia congênita, e a que apresentou maior prevalência foram as malformações não especificadas na base de dados (34,66%) e outras malformações e deformações do aparelho osteomuscular (20,45%). Com isso, existe baixa prevalência de anomalia entre os neonatos nascidos vivos em Dourados ou existe subnotificação devido à ausência de diagnóstico, o que pode ser um risco a vida desses neonatos. Ressalta-se a importância do diagnostico precoce e a educação em saúde para capacitar os profissionais no atendimento dos pais e familiares dos casos de anomalias congênitas.
Palavras-Chaves: Malformações, neonatos, prevalência, atendimento multidisciplinar. ABSTRACT
Neonates with congenital anomalies and their families need specialized care, depending on the conditionality of the same. For planning and implementing health programs to serve this population, studies are needed to characterize the types of anomalies. In this sense, this study aims to verify the prevalence of congenital anomalies in neonates born alive in Dourados-MS. For this, a cross-sectional study was conducted with public data collection at the Ministry of Health from 2013 to 2017, in the city of Dourados, Mato Grosso do Sul. It was found that of the live births (n = 19.503), 0.90% had some type of congenital anomaly and the one that presented with a higher prevalence of malformations not specified in the database (n = 34.66%) and other malformations and deformities of the musculoskeletal system (20.45%). Thereby, there is a low prevalence of anomaly among live newborns in Dourados, or there is underreporting due to a lack of diagnosis or that it can be a risk to the life of these newborns. The importance of early diagnosis and health education is highlighted for
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90771-90775 nov. 2020. ISSN 2525-8761 the training of professionals in the attendance of parents and family members of cases of congenital anomalies.
Keywords: Malformations, neonates, prevalence, multidisciplinary service.
1 INTRODUÇÃO
As anomalias congênitas são distúrbios ocorridos na evolução embrionária que podem ser determinadas como todas as alterações funcionais ou estruturais do desenvolvimento fetal, cuja origem acontece antes do nascimento (COSME et al., 2019). Segundo dados da OMS, estima-se que 1 em cada 33 bebês nascem com um defeito congênito no mundo, sendo a segunda principal causa de morte em recém-nascidos e crianças com a idade abaixo de cinco anos nas Américas.
A etiologia pode estar associada a fatores ambientais, como físicos, químicos, biológicos ou genéticos. Portanto, a análise dos fatores de risco e dos fatores de proteção possibilita a realização de intervenções no período pré-concepcional e gestacional, assim como condutas no parto (FONTOURA e CARDOSO, 2014).
Considerando a importância da caracterização das anomalias congênitas para o planejamento e implementação de programas que atendam aos portadores dessas condições e a suas famílias, esse estudo tem como objetivo verificar a prevalência de anomalias congênitas em neonatos nascidos vivos em Dourados-MS.
2 MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, o qual foi realizado a partir da coleta de dados públicos no sítio eletrônico do Ministério da Saúde (http://datasus.saude. gov.br/informacoes-de-saude/tabnet/estatisticas-vitais), onde selecionou-se Estatísticas vitais, Mortalidade e Nascidos Vivos, posteriormente a opção Nascidos vivos, região de Dourados e período 2013 a 2017 (BRASIL, 2019).
Os resultados foram expressos em porcentagem.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que do total de notificações de neonatos nascidos vivos (n=19.503), 0,90% apresentaram algum tipo de anomalia congênita. As malformações congênitas mais comuns encontradas foram malformações não especificadas na base de dados (34,66%) e outras malformações e deformações do aparelho osteomuscular (20,45%), conforme mostra a Tabela 1.
Esse estudo está de acordo com a literatura pesquisada, as quais mostram maior prevalência em malformações do aparelho osteoarticular (GUERRA, 2006; PINTO e NASCIMENTO, 2007; COSME et al., 2017). Segundo Cosme et al., (2017), a predominância desse tipo de malformações
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90771-90775 nov. 2020. ISSN 2525-8761 pode estar relacionada à facilidade de diagnóstico, pois elas são visíveis ao exame físico no momento do nascimento.
Vários fatores podem estar associados as anomalias congênitas, dentre eles, agentes infecciosos, agentes ambientais, como radiação, fatores mecânicos e compostos químicos, assim como doenças maternas (MOORE e PERSAUD, 2000). Além desses, a prematuridade, idade gestacional, recém-nascidos com peso ao nascer entre 500 e 2.500g e com peso maior que 3.550g e gestações múltiplas, tripla ou mais (COSME et al., 2017).
Tabela 1. Tipos de anomalia nos recém-nascidos com anomalias congênitas, período 2013–2017, Dourados.
Tipos de anomalias (n=176) n %
Espinha bífida 6 3,41
Outras malformações 61 34,66
Malformações do aparelho circulatório 15 8,52
Fenda labial e palatina 15 8,52
Ausência e estenose do intestino delgado 1 0,57 Outras malformações do aparelho digestivo 9 5,11 Outras manifestações do aparelho geniturinário 8 4,55 Deformidades congênitas dos pés 20 11,36 Outras malformações e deformações do aparelho osteomuscular 36 20,45
Anomalias cromossômicas NCOP 5 2,84
Os neonatos com anomalias necessitam de um atendimento multidisciplinar, contanto com profissionais de saúde das diversas áreas, como enfermeiros, pediatras, cirurgiões, nutricionistas, fisioterapeutas, neurologistas, para proporcionar bem estar e uma melhor qualidade de vida (THOMÁZ et al., 2019).
4 CONCLUSÃO
No período analisado não houve alto quantitativo de casos, o que mostra baixa ocorrência de anomalia entre os neonatos nascidos vivos em Dourados ou a subnotificação devido à ausência de diagnóstico, o que pode ser um risco para saúde do neonato, já que as anomalias congênitas são uma das causas de morbimortalidade no período neonatal, e o diagnóstico precoce é para o planejamento e a alocação de recursos dos serviços de saúde especializados intervenção da saúde especializada.
Além disso, é importante a educação em saúde no sentido de apoiar e orientar os pais e familiares quando identificado os casos de anomalias congênitas no pré-natal e/ou pós-natal.
Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90771-90775 nov. 2020. ISSN 2525-8761
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude/tabnet/estatis ticas-vitais. Acesso: 28 marc. 2019. COSME, H. W.; LIMA, L. S.; BARBOSA, L. G. Prevalência de anomalias congênitas e fatores associados em recém-nascidos do município de São Paulo no período de 2010 a 2014. Revista Paulista de Pediatria, v.5, n.1, p.33-38, 2017.
FONTOURA, F. C.; CARDOSO, M. V. L. M. L. Association between congenital malformation and neonatal and maternal variables in neonatal units of a Northeast Brazilian city. Texto e Contexto Enfermagem, v.23, n.4, p.907-14, 2014.
GUERRA, F. A. Avaliação das informações sobre defeitos congênitos no município do Rio de Janeiro através do SINASC [PhD thesis]. Rio de Janeiro (RJ): IFF/Fiocruz, 2006.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. Defeitos congênitos humanos. In: KL Moore, T. V. Persaud, editors. Embriologia clínica. 6th ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 161-93.
PINTO, C. O.; NASCIMENTO, L. F. Prevalence study of birth defects in Vale do Paraíba, São Paulo, Brazil. Revista Paulistana Pediatria, v. 25, p. 233-9, 2007.
THOMÁZ, A. L. M. P.; TEODORO, L. I.; DA SILVA, G. A. F.; BRANDÃO, R. C.; DUARTE, L. M.; THOMAZ, A. H. P. S.; GONÇALVES, B. R. T.; DOS SANTOS, L. P. Brazilian Journal of Heath. Review, v.2, n.5, p.3946-3949, 2019.