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Estudo de caso: reciclagem e reuso de vidro em Belo Horizonte-MG / Case study: recycling and reuse of glass in Belo Horizonte-MG.

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Academic year: 2020

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Estudo de caso: reciclagem e reuso de vidro em Belo Horizonte-MG

Case study: recycling and reuse of glass in Belo Horizonte-MG.

DOI:10.34117/bjdv6n5-602

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 29/05/2020

Alinéia Aparecida Marques Venâncio

Formação acadêmica: Graduada em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Instituição: Instituto Politécnico da PUC Minas (Departamento de Engenharia Civil) Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte-

MG. Brasil.

E-mail: alineiamarques@gmail.com

Mayra Ferreira Dias

Formação acadêmica: Graduada em Engenharia Civil Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

E-mail: mayra_fdias@hotmail.com

Pedro Henrique do Amaral Melo

Formação acadêmica: Graduado em Engenharia Civil Instituição: Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

E-mail: pedrohmelo@hotmail.com

William Douglas Alvim

Formação acadêmica: Graduado em Engenharia Civil Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

E-mail: william.alvim88@gmail.com

Barbara Viana de Brito

Formação acadêmica: Graduanda em Engenharia Civil Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

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Beatriz de Barros Neves

Formação acadêmica: Graduanda em Engenharia Civil Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

E-mail: beatriznevesbr@gmail.com

Carolina Lyra de Matta Machado Fernandes

Formação acadêmica: Graduanda em Engenharia Civil Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Endereço: Avenida Dom José Gaspar, 500 - Prédio 3, Bairro Coração Eucarístico/Belo Horizonte- MG. Brasil.

E-mail:clyrammf@gmail.com

Bruno Christiano Silva Ferreira

Formação acadêmica: Doutor em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Departamento de Física e Química -

Instituto de Ciências Exatas e Informática

Endereço: Av. Afonso Vaz de Melo, 1200 - Barreiro/Belo Horizonte - MG. Brasil. E-mail: brunocrhis@yahoo.com.br

RESUMO

Esse trabalho descreve a reciclagem do vidro, viabilidade de implantação de uma indústria de reciclagem do vidro na cidade de Belo Horizonte, pesquisas de campo e estudos estatísticos sobre o comportamento das pessoas em relação à coleta seletiva e reciclagem. Observou-se a grande quantidade de resíduos vítreos produzidos, sendo destinados de forma incorreta e também da necessidade desses resíduos vítreos serem transportados para outro estado de nosso país para serem reprocessados, este fato inviabiliza o processo e por fim, diante de evidencias que mostram que a população, em geral, não se preocupa com coleta seletiva e não separam o vidro, foi verificada a necessidade de publicação deste trabalho. Realizaram-se pesquisas em diversos sites e outros trabalhos acadêmicos juntamente com pesquisas de campo. A primeira etapa deste trabalho foi à execução da Semana de Coleta de vidro na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Unidade Barreiro. E a segunda etapa deste trabalho considera questionários respondidos por diversos alunos, professores e funcionários da universidade para levantar dados sobre o comportamento das pessoas em relação à reciclagem e coleta seletiva. O formato do trabalho proporciona ao leitor uma contextualização do cenário da reciclagem do vidro com ênfase na cidade foco da pesquisa. Com esse trabalho espera-se que as pessoas adquiram uma melhor consciência ambiental e que haja manifestação de interesse por parte de investidores para implantação da indústria referida, resultando assim numa melhoria efetiva para a cidade de Belo Horizonte.

Palavras-chave: Resíduos sólidos. Sustentabilidade. Reciclagem. Vidro. ABSTRACT

This work describes the recycling of glass, feasibility of implementing a glass recycling industry in the city of Belo Horizonte, field surveys and statistical studies on the behavior of people in relation to selective collection and recycling. Great amount of vitreous residues production was observed, being

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disposed of incorrectly. Also the necessity of these vitreous residues to be transported to another state of our country to be reprocessed. This fact shows infeasibility of the process. Finally, in the face of evidences that show that the population, in general, does not care about selective collection and do not separate the glass, the necessity of publishing this work was verified. Research was done on various websites and other academic papers along with field research. The first stage of this work was the execution of the Glass Collection Week at the Pontifical Catholic University of Minas Gerais, Barreiro Unit. The second stage of this work considers questionnaires answered by several students, professors and university employees to collect data about the behavior of people in relation to recycling and selective collection. The format of this work provides the reader with a contextualization of the scenario of glass recycling with emphasis in Belo Horizonte. With this work it is expected that people will acquire a better environmental awareness and that there will be a manifestation of interest on the part of investors for the implementation of said industry, resulting in an effective improvement for the city of Belo Horizonte.

Keywords: Solid waste. Sustainability. Recycling. Glass. 1 INTRODUÇÃO

A destinação e o tratamento dos resíduos urbanos, já é um dos temas mais preocupantes e debatidos dos dias atuais, em diversos países, devido aos impactos que a destinação incorreta e o aumento na geração de resíduos podem causar ao planeta terra. Sabe-se que este assunto é importantíssimo para o bem-estar social e é neste cenário que este trabalho se insere, têm-se com o foco principal a coleta seletiva e destinação correta dos resíduos vítreos. Considerou-se, então, a baixa importância dada a destinação deste resíduo sólido urbano em detrimento dos demais recicláveis como sendo o problema principal a ser respondido.

Neste sentido, verificou-se que no Brasil há poucas indústrias de reciclagens de vidro e nenhuma delas, esta sediada na cidade de Belo Horizonte-MG ou próximas a esta cidade, que compõe a terceira maior Região metropolitana do Brasil. Este trabalho propõe-se, também, a sugerir e analisar a viabilidade da implantação de uma indústria de reciclagem de vidro em Belo Horizonte além de executar um levantamento estatístico sobre o conhecimento da comunidade acadêmica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Unidade Barreiro, sobre reciclagem e sua disposição em colaborar com a coleta para destinação correta dos resíduos. Para tal propósito, foram feitas pesquisas com a comunidade acadêmica da PUC Minas no Barreiro, promoção de evento de coleta de vidro em nossa instituição e buscou-se dados sobre implementação, montagem e funcionamento de uma usina de reciclagem de vidro. Além dos métodos de pesquisa já citados, traçou-se um panorama do comportamento sustentável e da reciclagem para a cidade de Belo Horizonte, em especial, nos resíduos vítreos.

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Sabe-se que o vidro é o material menos coletado pelos Catadores Avulsos da Cidade de Belo Horizonte, o que pode ser explicado pelo baixo valor de mercado. Como as indústrias que compram os resíduos de vidros, além de estarem distantes da capital mineira ainda exigem grandes carregamentos para efetuar a negociação, são necessários então, investimentos com logística e locais com grande capacidade de armazenamento. Sugere-se então, que por este motivo não são todos os depósitos de compra de recicláveis que atuam na aquisição deste resíduo.

Neste cenário, é possível observar que as regiões Nordeste e Norte foram as que apresentam os menores percentuais de profissionais envolvidos na coleta do vidro (6,3%), enquanto a Região Oeste este valor atinge a 33,9% segundo a Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte (SLU, 2015).

Pode-se observar, durante a evolução deste estudo, que os catadores avulsos de Belo Horizonte, em sua maioria, não sabem informar a quantidade média produzida de acordo materiais coletados, e de acordo com o material foco deste trabalho - o vidro, a porcentagem de catadores que desconheciam sua produção variava ainda mais , atingindo algo em torno de 74%.

O vidro é um material 100% reciclável e com ciclo de vida constante, ou seja, pode ser reciclado quantas vezes for necessário. De acordo com informações do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (CAPE), apenas cerca de um terço do vidro no Brasil, é reciclado.

Existem vidros que podem ser reciclados e os que não podem, devido á composição química, impurezas, etc. Dentre os vidros que podem ser reciclados, estão: garrafas de refrigerantes, vinho, cerveja não retornáveis, sucos e água; potes de condimentos e produtos alimentícios em geral; frascos de molhos, remédios, perfumes e produtos de limpeza, além de cacos de qualquer das embalagens citadas. Já dentre os vidros cujo processo de reciclagem é mais difícil, estão: espelhos, vidros de janelas, box de banheiro, vidros de automóveis, cristal, lâmpadas, formas e travessas de vidro temperado, utensílios de mesa de vidro temperado, tubos de televisão, válvulas e ampolas, pois esses tipos de vidro exigem alta tecnologia em seu processo de reciclagem.

Antes do processo de reciclagem, o vidro é separado por tipo (garrafas, frascos, potes, vidros olanos, etc) e por cor (Tranlúcido, ambar, misto e plano). Além disso, são retiradas todas as impurezas que podem interferir na qualidade do vidro, como pedras, cerâmica, cristal, material orgânico, metais, restos de produtos químicos e mistura de diferentes vidros.

A reciclagem pode acontecer de formatais arcaica, sem equipamentos com produção de 20 a 25 t/mês por pessoa, trabalhando na reciclagem. Já com o uso de alguns equipamentos a capacidade passa

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para 4 a 20 t/hora e há também, a possibilidade de utilizar um processo totalmente automatizado que demanda um grande investimento e utiliza pouca mão de obra (NASCIMENTO, 2017).

Uma forma de reciclar é utilizando cacos de vidro triturado em substituição de parte da matéria prima mineral virgem, alcançando considerável redução de custo, energia e recursos hídricos neste processo (NASCIMENTO, 2017). Sabe-se que com a utilização do caco de vidro na produção de novos utensílios de vidro, o ponto de fusão reduz, se comparado à fabricação tradicional.

De acordo com dados do Plano de Gerenciamento de Resíduos Vítreos (PGIRV), de 2009, cerca de 47% do vidro é reciclado no Brasil, sendo que deste total, 40% provém da indústria de embalagens, 40% do mercado difuso, ou seja, de diversos setores diferentes, 10% de bares e restaurantes e 10% do refugo da indústria.

Como a reciclagem ainda é um negócio pouco explorado pelo setor privado, é uma área com grande potencial lucrativo, além das vantagens para o meio ambiente e para a sociedade em geral. A produção de resíduos no Brasil cresceu mais do que a população de 2011 para 2012 (Ambividro), é imprescindível que a reciclagem seja um assunto amplamente discutido.

A primeira vantagem da reciclagem é a economia de matéria prima, visto que 1 Kg de caco de vidro gera 1Kg de vidro, para o qual seria necessário 1,2 Kg de matéria prima (PGIRV, 2009), considerando as perdas no processo de fabricação tradicional do vidro. Outro ponto importante é a substituição do feldspato ou da barrilha como agente fundente (já que o caco de vidro reduz a temperatura de fusão). Isso pode gerar uma economia de matéria prima de até 95% e redução do custo com energia em torno de 60%.

Outra grande vantagem da reciclagem é a inclusão social, através da possibilidade de empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social e da educação ambiental disseminada na população de jovens e adultos na região da implantação dos postos de coleta. Além disso, a reciclagem aumenta a vida útil dos aterros sanitários que atendem a região onde é implantada (FILHO, 2007).

2 METODOLOGIA

As principais análises do trabalho foram desenvolvidas através de diversas metodologias, a seguir é possível avaliar o detalhamento das seguintes etapas:

 Estudos estatísticos;

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 Coleta de Vidro – PUC Minas Unidade Barreiro;

 Implantação de uma indústria de reciclagem de vidro na cidade de Belo Horizonte. 2.1 ESTUDOS ESTATÍSTICOS E PESQUISA ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIOS

O objeto desta etapa da pesquisa é a coleta do lixo e coleta seletiva do lixo nas regiões onde residem os alunos e funcionários da PUC MINAS Barreiro e qual o conhecimento/envolvimento destes com o assunto em questão.

A pesquisa realizada tem o objetivo de explorar dados e descrever características das regiões onde residem os alunos e funcionários da PUC MINAS Unidade Barreiro, pelo procedimento de abordagem direta, que é um processo de comunicação ágil através de questionários físicos.

Definiu-se aspectos como tamanho da amostra, tipo de questionário a elaborar, formas de análise dos dados e processos de seleção dos indivíduos (VIEIRA, 2019). Para cálculo amostral utilizou-se o site http://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/, nele informou-se o erro amostral de 5%, o nível de confiança de 95% do teste. Baseada na população total acadêmica de 5285 indivíduos, dado obtido no primeiro semestre de 2017 na Secretaria Acadêmica da PUC Minas – Campus Barreiro, foi calculada proporção para quantidade a ser utilizada na pesquisa. Contudo, o número da amostra necessária foi de 135 pessoas, onde definiu-se que 4 funcionários (2,96% da amostra), 8 professores (5,92% da amostra) e 123 alunos (91,11% da amostra) conforme distribuição da população acadêmica.

O questionário foi disposto de forma simples, onde todas as perguntas a serem respondidas eram de múltipla escolha visando a facilidade de preenchimento e tabulação dos dados. As questões de múltipla escolha tiveram então como vantagem, a aplicação, a análise, a facilidade e a rapidez para o entrevistador, apresentando poucas possibilidades de divergência de informações e geração de erros.

Inicialmente, os entrevistados responderam informações pessoais tais como: Idade, sexo, nível de escolaridade, bairro e cidade e posteriormente respondeu 07 (sete) questões especificas sobre do objeto de estudo, que se caracteriza em conhecer a situação e a visão da comunidade em torno da unidade PUC Minas Barreiro referente a reciclagem e coleta seletiva. Todos os entrevistados deveriam obrigatoriamente ser alunos, professores ou funcionários da PUC MINAS unidade Barreiro. Não foi definido local específico para abordagem dos entrevistados, objetivando qualidade da amostra. As abordagens aconteceram no campus, durante os intervalos de aulas, ou durante algumas aulas dos diversos cursos da unidade.

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Os dados foram lançados em planilha eletrônica do Microsoft Excel , dispostos de acordo com as informações contidas no formulário de pesquisa, onde foram realizadas as análises iniciais, direcionando assim, as questões principais a serem trabalhadas posteriormente de modo mais complexo na fase estatística.

As análises completas dos resultados estatísticos serão abordadas na próxima seção, que compõe a parte de geração de resultados e análise descritiva dos dados. Como principal ferramenta, na análise estatística, foi utilizado software computacional Minitab®, programa específico para estes fins. Considerando que sua interface é parecida com a de uma planilha eletrônica do Excel®,, foi possível o tratamento dos dados de modo eficiente utilizando os dois métodos.

No primeiro momento foi feito um detalhamento e algumas relações iniciais do parâmetro idade, único parâmetro numérico do questionário. Além de gráficos de diferentes tipos e tabelas, foi utilizado métodos estatísticos simples para organizar, descrever e comparar os parâmetros, são eles:

 Média aritmética simples: o quociente do somatório de todos os dados pela quantidade desses dados;

 Moda: Valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de dados;

Medida separatriz: Dentre diversos tipos foi utilizado o Quartis, que denominam medidas que dividem o conjunto populacional em quatro partes iguais, originando o 1º quartil (Q1), o 2º quartil (Q2) 3º quartil (Q3). Tem-se 25% da população entre o valor mínimo e o primeiro quartil, 25% entre os próximos quartis, e finalmente 25% entre o terceiro quartil e o valor máximo;

 Desvio padrão é uma medida de dispersão de dados em torno da média aritmética. Um baixo desvio indica que a maioria dos dados giram em torno da média, um alto desvio significa que os dados têm maior dispersão em uma gama de valores.

O procedimento utilizado para os demais parâmetros foi o Teste de Hipóteses, ou Teste de

Significância, modalidade Neyman-Pearson, um método adequado para análise de pesquisas, como se

caracteriza no objeto deste estudo. É feita uma análise descritiva e posteriormente consiste na tomada de decisão a partir da comparação de resultados obtidos entre cruzamentos de dados.

Cabe ressaltar que outras discussões que dispensam o método do Teste de Hipótese foram feitas a cerca de dados coletados, dentre elas discussões e comparações onde fixou-se um dado e permutou-se

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as respostas das demais questões para verificar as variações de acordo com cada dado individual do tema. Uma análise de cunho estatístico necessita da validação dos resultados coletados nas respostas sobre as questões de interesse, e com a junção de conhecimentos teóricos e ferramentas computacionais apuradas obtêm-se um bom resultado da pesquisa em foco.

2.2 COLETA DE VIDROS – PUC MINAS UNIDADE BARREIRO

Visou-se o levantamento de quantitativos de materiais vítreos gerados na região do entorno do Barreiro e um melhor desenvolvimento dos objetivos lançados para a semana de coleta desses materiais, utilizou-se a seguinte metodologia: Programou-se inicialmente uma semana de recolhimento dos vidros a qual intitulou-se “Vidro – Jogando limpo com o meio ambiente”, compreendida no período entre 29/05/2017 à 02/06/2017 no Campus Barreiro da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/Minas), no final deste período, postergou-se a data afim de se aumentara participação e adesão da comunidade acadêmica, tendo fim então, em 09/06/2017.

Para o planejamento da semana de coleta, foram utilizados instrumentos de divulgação da campanha, tal como, anúncio no Boletim Semanal da PUC Minas - acordado com o setor de comunicação, folders em tamanho A4 fixados nos murais existentes dentro do Campus, nas salas de aula e enviados por meio digital e divulgações em salas de aula por alunos integrantes do grupo, de modo que os alunos, funcionários e professores tomassem conhecimento da Campanha.

Para os recipientes coletores foram utilizado quatro bombonas de 200 L cada, dispostas no Campus de modo a facilitar a participação das pessoas e posteriormente sua remoção.

Posicionou-se dois coletores próximos ao estacionamento principal de alunos e cantina, um coletor no corredor principal, próximo à entrada do prédio 03, e um coletor na portaria principal para pedestres, entrada da Avenida Afonso Vaz de Melo, conforme mostrado na Figura 1. Os coletores foram devidamente identificados com placas informativas com os dizeres “Vidro” para o auxílio visual.

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Figura 1 - Posicionamento das bombonas no Campus da PUC- Barreiro

Fonte: Google Earth (2019)

Após o encerramento da campanha, todo material arrecadado foi destinado ao galpão da COOPERSOLI – Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região, por meio de doação.

2.3 IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE RECICLAGEM DE VIDRO NA CIDADE DE BELO HORIZONTE

Esta etapa teve como objeto a verificação da viabilidade de implantação de uma indústria de reciclagem de vidro na cidade de Belo Horizonte.

A pesquisa realizada teve por objetivo conhecer dados como, gastos com mão de obra, materiais, equipamentos, energia, transporte, valor mínimo de capital inicial e benefícios para a população e o meio ambiente no cenário de uma possível implantação. Para obtenção de tais dados, realizou-se consultas a vários sites de confiabilidade da internet, em livros e artigos científicos.

Para dimensionamento da mão de obra utilizou-se uma planilha em Excel®. Em relação a piso salarial, insalubridade, plano de saúde, cesta básica, uniforme, transporte e demais custos com os colaboradores, tomou-se como base a convenção coletiva de trabalho do sindicato da indústria de material plástico de Minas Gerais (SIMPLAST 2015-2017). Em pesquisas, não foi encontrado convenção coletiva relacionada a sindicatos de empresas do ramo de reciclagem do vidro.

Na Figura 2, pode-se observar a equipe operacional e administrativa. Em relação aos salários administrativos, foi feita uma pesquisa de mercado de acordo com a função, em relação ao salário dos operacionais, considerou-se o piso salarial de R$ 1.055,00 informado na convenção coletiva. Para a

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equipe operacional considerou-se 7 pessoas fixas, ou seja, 8,8 horas/dia vezes 21 dias ao mês, o que totaliza 184,8 horas/mês.

Figura 2 - Orçamento de implantação

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Orçou-se também os valores com insalubridade, como pode-se verificar na Figura 3, para os colaboradores operacionais, de acordo com a Norma Regulamentadora 15, considerou-se grau de insalubridade máximo, devido a contato com lixo urbano (de coleta ou industrialização) que podem estar contaminados. Obteve-se nas duas últimas colunas da planilha, custo por funcionário e custo mensal total.

Figura 3 - Custos por funcionários/médio total

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Em relação ao dimensionamento e a necessidade de um Técnico de Segurança, pelo fato da empresa ser do segmento industrial, considerou-se grau de risco nível 3, porcentagem de 1%, o que daria aproximadamente 13 horas ao mês.

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As tabelas 1, 2 e 3, detalham cada encargo, com e sem insalubridade, os quais contabiliza-se em nossos custos.

Tabela 1 - Composição de encargos com insalubridade Com insalubridade

Composição detalhada das taxas de leis sociais Taxas de leis sociais e riscos de trabalho

A - encargos sociais básicos

A.1 – INSS 0%

A.2 - SESI – SESC 1,50%

A.3 - SENAI – SENAC 1,00%

A.4 – INCRA 0,20%

A.5 - Salário Educação 2,50%

A.6 - Seguro Acidente do Trabalho 8,97%

A.7 – FGTS 8,00%

A.8 – SEBRAE 0,60%

TOTAL “A” 22,77%

B - ENCARGOS SOCIAIS QUE RECEBEM INCIDÊNCIAS DE A B.1 - Repouso Semanal Remunerado

B.2 - Feriado e Dias Santificados

B.3 – Férias 8,33% B.4 - Abono de Férias 5,56% B.5 - Auxílio Enfermidade 0,11% B.6 - Acidentes de Trabalho 0,05% B.7 - Licença Paternidade 0,12% B.8 - Licença Maternidade 0,06%

B.9 - Décimo Terceiro Salário 8,33%

TOTAL “B” 22,57%

C - Grupo A x Grupo B 5,14%

D - Subtotal A e B 50,48%

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F - ENCARGOS SOCIAIS QUE NÃO RECEBEM INCIDÊNCIAS DE A F.1 - Rescisão sem Justa Causa 4,35%

G - SUBTOTAL GERAL 58,40%

Fonte: Elaborado pelos autores com base em SINDUSCON MG, 2017.

Tabela 2 - Composição de encargos sem insalubridade Sem insalubridade - Composição detalhada das taxas de leis sociais

A.1 – INSS 0%

A.2 - SESI – SESC 1,50%

A.3 - SENAI – SENAC 1,00%

A.4 – INCRA 0,20%

A.5 - Salário Educação 2,50%

A.6 - Seguro Acidente do Trabalho 2,97 %

A.7 – FGTS 8,00%

A.8 – SEBRAE 0,60%

TOTAL “A” 16,77%

B - ENCARGOS SOCIAIS QUE RECEBEM INCIDÊNCIAS DE A B.1 - Repouso Semanal Remunerado

B.2 - Feriado e Dias Santificados

B.3 – Férias 8,33% B.4 - Abono de Férias 5,56% B.5 - Auxílio Enfermidade 0,11% B.6 - Acidentes de Trabalho 0,05% B.7 - Licença Paternidade 0,12% B.8 - Licença Maternidade 0,06% B.9 - Décimo Terceiro Salário 8,33%

TOTAL “B” 22,57%

C - Grupo A x Grupo B 3,74%

D - Subtotal A e B 43,12%

E - Aviso previo indenizado ou trabalhado 3,05%

F - ENCARGOS SOCIAIS QUE NÃO RECEBEM INCIDÊNCIAS DE A F.1 - Rescisão sem Justa Causa 4,35%

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G - SUBTOTAL GERAL 50,52%

Fonte: Elaborado pelos autores com base em SINDUSCON MG (2019)

Tabela 3 - Encargos Totais

Sub – total do item 1.0 13.540,85

Encargos sociais mensais com insalubridade 58,40%

Encargos lei 13.0

7.014,00 Encargos sociais mensais sem insalubridade 50,52%

1.478,63

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Em relação a gastos com benefícios, considera-se uniforme, Equipamentos de Proteção Individual, assistência médica, plano coparticipativo, verba para exames periódicos, treinamentos, transporte e alimentação.

Como pode-se observar , na Figura 4, tem-se R$11,72 e R$3,64 gastos com a alimentação e transporte por pessoa respectivamente.

Figura 4 - Gastos com benefício

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

A mão de obra, encargos sociais e gastos com benefícios, contabilizam R$ 28.010,66 ao mês. Sobre esse valor aplica-se 4,5% de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), valor adotado como imposto sobre a folha de pagamento, devido a desoneração que permite que seja substituído o imposto de 20%, por impostos menores de acordo com o site da Receita Federal, onde contabiliza-se que o custo total mensal será de R$ 29.271,14.

Para dimensionamento do maquinário tomou-se como base todo o processo de produção e identifica-se quais máquinas seriam necessárias. Como forma de identificarmos tipo e modelo que

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melhor atenderia as expectativas deste projeto, informou-se aos fornecedores a quantidade de material que seria produzido.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nessa linha de raciocínio, tem se os seguintes resultados obtidos:

 Parâmetros das análises estatísticas;

 Custo de Implantação de uma indústria de reciclagem de vidro na cidade de Belo Horizonte. 3.1 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS

Neste tópico serão apresentados os resultados obtidos das análises feitas sobre alguns parâmetros. Primeiramente, gráficos e tabelas apresentando uma série de dados e resultados básicos da variável idade dos pesquisados. Na sequência, os dados referentes a uma análise estatística, com base detalhada no Tese de Hipóteses e suas possíveis interpretações.

A análise dos resultados obtidos através do teste citado compõe uma parte descritiva e conforme mencionado na metodologia, foi executado unindo planilha eletrônica do Excel® e o software computacional Minitab®, programa auxiliar no desenvolvimento de estudos estatísticos. Todas as análises e discussões que serão apresentadas na sequência, se concentraram em torno de relações que durante o processo de estudo se mostraram relevantes.

3.1.1 Disposição do parâmetro numérico

Conforme dados iniciais já citados, a amostra em estudo possui 135 pessoas, subdividas em 123 alunos, 8 professores e 4 funcionários. As tabelas e gráficos a seguir apresentam distribuição do único parâmetro numérico do questionário: a idade. Algumas análises serão discutidas acerca deste parâmetro. A Tabela 4 indica os dados estatísticos relacionados à idade das pessoas participantes da amostragem.

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Tabela 4 - Indicação de dados estatísticos do parâmetro Idade Variável Tamanho da Amostra Média Desvio padrão Coef. Variação. Idade 135 24,807 6,617 26,67

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo Moda de

moda

17 21 23 26 60 22 23

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2017).

Através dos dados gerados é possível observar que a média aritmética da amostra é 24,807 anos, dentro de valores mínimos e máximos, que respectivamente valem 17 e 60 anos. Isso se justifica pela concentração de quantidade de indivíduos que possuem entre 21 e 28 anos, o que caracteriza a maioria dos pesquisados. A idade que mais se repete é 22 anos, em 135 indivíduos o valor aparece 23 vezes, o que para este parâmetro pode-se dar o nome de moda.

Outro dado importante é o valor do desvio padrão (6,617), um valor baixo, o que significa a representação da maioria da população próxima ao valor da média. Referente aos quartis apresentados é interessante salientar que cinquenta por cento (50%) dos indivíduos possuem entre 21 e 26 anos de idade e na maioria constam estudantes da PUC Minas-Unidade Barreiro.

No diagrama de pontos, apresentado no Gráfico 1, indica distribuição em escala dos valores da idade correspondente a cada indivíduo existente, fica nítido algumas dispersões de valores e o ponto de maior concentração.

Gráfico 1 - Diagrama de Pontos: Idade

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O Gráfico 2 apresenta um exemplo de gráfico caracterizado por Boxplot ou chamado gráfico caixa, gerado pelo Minitab®, o qual é utilizado para avaliar uma melhor distribuição de dados, ele é formado pelos quartis e pela mediana. As hastes são calculadas e correspondem a limites do menor valor do quartil inferior até o último valor do quartil superior.

Gráfico 2 - Boxplot: Distribuição de Idade

Fonte: Elaborado pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Pode-se observar uma distribuição das idades dos pesquisados e conforme visto, os pontos fora destes limites são considerados valores discrepantes (outliers), normalmente denotados por um asterisco (*). Cabe ressaltar que os pontos fora dos limites de grandes concentrações caracteriza uma amostra bem definida e mais próxima da realidade.

3.2 ANÁLISES DESCRITIVAS

As análises descritivas a seguir, servirão de base para comparação entre dados obtidos com a aplicação dos formulários de pesquisa e verificação quanto à relação direta ou indireta, entre as diferentes informações coletadas, como gênero, idade, escolaridade e o nível de conhecimento sobre a importância da coleta seletiva, por exemplo.

3.2.1 Comparativo entre acertos/erros x grau de escolaridade

A análise comparativa a seguir, aborda a relação entre dois conteúdos, cruza-se a quantidade de erros/acertos da questão n° 11 do formulário de pesquisa, onde é solicitado ao pesquisado que marque a

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opção que melhor descreve a definição de reciclagem, havendo entre elas, 02 alternativas incorretas e 01 correta com a escolaridade do respondente.

Através dos dados coletados percebeu-se que a existência de uma possível tendência dos acertos se manifestarem de modo mais expressivo a medida em que a escolaridade se elevava sugeriu uma análise estatística para verificar a veracidade dessa consideração.

No gráfico de setores, Gráfico 3, é possível notar a disposição dos dados quantitativos relativos as frequências de acertos em relação ao grau de instrução:

Gráfico 3 - Gráfico de setores: Comparativo de acerto/ erro por grau de escolaridade

Fonte: Elaborado pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Conforme análise estatística aplicada é importante a realização do Teste de Hipóteses para verificação rigorosa da possível relação levantada.

3.2.2 Teste de Hipótese – Teste de Associação

Nos dados dispostos na Tabela 5, nota-se que para cada cruzamento entre grau de instrução acadêmica e erro/acerto existem dois valores distintos, um deles se caracteriza pelo valor real de contagem dos dados e o outro indica a contagem esperada. Neste último é definido a partir da porcentagem do item em relação ao total.

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Tabela 5 - Relação de dados estatísticos entre grau de escolaridade e erros/acertos na questão n° 11

Acerto Erro Todos

Ensino Médio Completo Contagem 19,00 9,00 28,00 Contagem esperada 20,53 7,47 - Ensino Superior Incompleto Contagem 68,00 24,00 92,00 Contagem esperada 67,47 24,53 - Ensino Superior Completo Contagem 12,00 3,00 15,00 Contagem esperada 11,00 4,00 - Todos 99 36 135

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Após a geração de tabela de contagem dos dados é realizado o Teste Qui-quadrado. Neste próximo teste, bastante utilizado na inferência estatística, é feita uma distribuição dos dados com o objetivo de avaliar de modo quantitativo a relação entre um resultado de um experimento e a distribuição esperada para o mesmo, ou seja, ele nos diz com quanta certeza os valores que foram observados podem ser aceitos.

Conforme fonte utilizada para cálculo amostral do objeto de estudo, foi utilizado um erro amostral de 5% e nível de confiança de 95%, portanto para desenvolvimento do teste, considerou-se α = 0,05. Os valores gerados pelo Teste Qui-quadrado podem ser avaliados na Tabela 6 abaixo:

Tabela 6 - Valores gerados pelo Teste Qui-Quadrado

Qui-Quadrado Valor-p

Pearson 0,786 0,675

Razão de verossimilhança 0,791 0,673

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Conceitualmente existem duas condições fixas de hipóteses a serem analisadas relacionando os valores gerado pelo Teste Qui-quadrado, incidindo assim na tomada de decisão referente aos parâmetros estudados.

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Hipótese nula (𝐻0): é a hipótese aceita como verdadeira até que existem evidências estatísticas que

comprovem o contrário. Hipótese alternativa. Indica a não existência de associação entre as duas variáveis em estudo.

Hipótese de interesse (𝐻1): é hipótese que rejeita a hipótese nula (H0). Indica associação entre as variáveis em estudo.

De acordo com tabela 15 analisada, é visto que o valor encontrado para p, considerado como a probabilidade de rejeição de H0, foi de 0,675. Se p possui valor menor que α (0,05), a hipótese H0 é rejeitada, caso contrário H0torna-se verdadeira.

Sendo assim, conclui-se então que H0 não é rejeitada, portanto está provado estatisticamente que não existe associação entre os erros/acertos da questão n° 11 proposta no questionário com a escolaridade do pesquisado.

3.2.3 Comparativo entre gêneros de indivíduos que separam seletivamente o lixo.

Nesta análise é discutida a possível relação entre pessoas que separam seletivamente o lixo em suas residências e o gênero, masculino e feminino. Os dois conteúdos sugerem uma análise interessante que verifique uma diferença comportamental entre homens e mulheres em relação as preocupações referentes a coleta seletiva.

No gráfico de setores, Gráfico 4, é possível comparar, a princípio, através dos percentuais e sem ferramentas específicas de análise estatística que não existe diferença expressiva de cunho quantitativo entre homens/mulheres que separam os resíduos de modo seletivo.

Gráfico 4 - Gráfico de Setores: Separação de lixo por gênero

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3.2.4 Teste de Hipótese – Teste de Associação

A tabela 7 indica os valores reais de contagem e os valores esperados das variáveis.

Tabela 7 - Relação entre gênero e indivíduos que separa o lixo em suas residências.

Não Sim Todos

Feminino Contagem 65,00 17,00 82,00 Contagem esperada 64,39 17,61 - Masculino Contagem 41,00 12,00 53,00 Contagem esperada 41,61 11,39 - Todos 106 29 135

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Para todos as discussões existentes neste trabalho, serão considerados os mesmos valores de cálculo amostral: erro amostral de 5% e nível de confiança de 95%. Assim, será feita a comparação do valor p encontrado na tabela seguinte (Teste Qui-quadrado) e o valor α definido, apresentados na Tabela 8.

Tabela 8 - Valores gerados pelo Teste Qui-Quadrado

Qui-Quadrado Valor-p

Pearson 0,0700 0,792

Razão de verossimilhança 0,069 0,792

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Extraindo valor p encontrou-se 0,792, o que indica que neste teste o valor p também é superior ao α definido, logo, não existe a probabilidade de rejeição de H0. Estes resultados evidenciam que não existe associação entre quantidade de indivíduos que separam seletivamente o lixo ser superior em um gênero ou outro.

3.2.5 Comparativo entre indivíduos que possuem coleta seletiva x separam o lixo.

Nos formulários de pesquisa coletados, somente a cidade de Belo Horizonte possui bairros com coleta seletiva, o que não indica que todos os residentes destes bairros separam o seu lixo de maneira seletiva. A consideração poderá ser avaliada de maneira simples através da tabela de contagem e do gráfico de setores apresentados na Tabela 9:

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Tabela 9 - Quantitativo dos indivíduos que residem em bairros com coleta seletiva

Possui coleta seletiva? Contagem Percentual (%)

Desconheço 36 26,67

Não 76 56,30

Sim 23 17,04

Total 135 100,00

Fonte: Elaborada pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

Nota-se que 17,04% da população amostral reside em bairros que recebem coleta seletiva e destes 23 indivíduos componentes deste conjunto apenas 41,4% separam corretamente seu lixo, o gráfico 5 apresenta os dados obtidos neste trabalho.

Gráfico 5 - Gráfico de Setores: Indivíduos que possuem coleta seletiva/ Separam o lixo

Fonte: Elaborado pelos autores, dados extraídos do software Minitab®, (2019).

É pertinente dizer que, de acordo com essa avaliação a problemática dos resíduos sólidos não se concentra apenas na falta de coleta seletiva nos demais bairros da cidade de Belo Horizonte e nas outras cidades que compõem a região metropolitana, mas também na falta de conscientização dos moradores dos bairros contemplados com este recurso.

No cruzamento de informações dos parâmetros, não houve a necessidade de uma análise estatística mais complexa, ou Teste de Hipóteses, pois o foco foi especificamente em dois itens que já se associam entre si.

(22)

3.2.6 Análise geral das discussões

Em resumo não se pode generalizar a ausência de relação entre os dois fatores para as demais possibilidades de estudo existentes na pesquisa e não discutidos neste objeto. Tudo depende de um trabalho detalhado e rigoroso unindo conhecimentos estatísticos e o recurso computacional Minitab® que trabalham juntos para apresentarem os melhores resultados. As questões abordadas foram definidas como relevantes para o projeto.

É válido dizer que para a discussão dos dados, frequentemente se usa, uma série de tabelas e gráficos que, com representações visuais, favorecem através de associações, comparações e relações a transmissão das informações requeridas e necessárias de modo rápido e eficiente, englobando todo o conteúdo característico da pesquisa, a coleta seletiva. As margens de erro e de confiança definidas inicialmente para o cálculo amostral dão concretude e segurança nos resultados trabalhados, portanto, pode-se considerar um resultado final consistente.

3.3 SEMANA DE COLETA DE VIDROS

As pesagens foram feitas “in loco” apontando 110 kg de vidro recolhidos, entre garrafas “long neck’s”, garrafas de vinho, frascos de perfumes, entre outros, conforme apresentado na Figura 7.

Figura 7 - Montante de vidro coletado

Fonte: Foto dos autores (2017).

3.4 VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE VIDRO EM BELO HORIZONTE

O vidro pode ser reciclado diversas vezes para produzir garrafas e frascos, contudo, pequenas quantidades de alguns materiais misturados com o vidro podem causar contaminação (CLEAN-UP/2016).

Para continuar alcançando o melhor produto final, os materiais reciclados devem ser de alta qualidade. A contaminação de até cinco gramas por tonelada (equivalente a uma moeda de 10 centavos)

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pode resultar em vasos valiosos destinados ao aterro sanitário (CLEAN-UP/2016). Portanto, é importante saber quais tipos de vidro podem e não podem ser reciclados além de se adequar a produção a abrangentes normas de qualidade.

Para produção do vidro todos os materiais (virgem ou reciclado) são derretidos em um forno a uma temperatura de cerca de 1500 graus Celsius. Os ingredientes fundidos são colocados em um molde. O ar que sopra no molde cria a forma de uma garrafa ou jarro. Uma vez arrefecidos, as garrafas e frascos estão prontos para serem preenchidos.

No processo de reciclagem produz-se um vidro triturado denominado 'cullet'. O “Cullet” é muitas vezes misturado com matéria prima original para produzir novos vidros. Fazer um novo vidro a partir de caldo reciclado economiza energia,pois o vidro reciclado derrete a uma temperatura mais baixa que as matérias-primas virgens, ou seja, é necessário menos energia no processo de fabricação (CLEAN-UP/2016).

A reciclagem do vidro proporciona vários benefícios, como por exemplo: reaproveitamento de 100% do material, ou seja, não há geração de resíduos, o que acarreta em uma redução do volume de lixo doméstico que se encaminha para os lixões diariamente de forma inadequada, a reciclagem acarreta em uma redução dos gastos na produção do vidro e a diminuição de impactos ambientais para extração de areia e sílica que são matérias primas usadas para sua confecção.

Mesmo com tantos pontos positivos, sabe-se que hoje a quantidade de vidro que é reciclável em nosso país ainda é extremamente pequena, em relação a quantidade de resíduos vítreos que é produzido. Tomando como parâmetro a cidade de Belo Horizonte onde não há plantas industrias aptas a reciclagem do vidro e que todo o material coletado aqui, deve ser destinado até outro estadopara ser reciclado, como por exemplo o estado de São Paulo.

O custo com transporte é muito alto, fator preponderante na reciclagem do vidro e deve, de alguma forma ser adicionado ao preço final do produto da reciclagem. A maior resistência do setor produtivo é absolver estes custos que de alguma forma, faz com que a reciclagem do vidro se torne um ônus e não um bônus para as empresas envasadoras que resistem em pagar suas partes.

De acordo com Jornal Folha de São Paulo, em 2011 para reciclar uma tonelada de caco de vidro o custo final era de aproximadamente R$260, já para o processamento de matéria virgem o custo ficaria em torno de R$220.

Convertendo esses valores para os dias atuais utilizando o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), considerando que no ano de 2011 o IGPM era de 1,31 e hoje, este índice está aproximadamente

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em 1,90, a porcentagem de reajuste seria então, de aproximadamente 45%, ou seja, o custo para reciclagem de uma tonelada de caco de vidro seria algo em torno de R$ 377 e o custo para o processamento de matéria virgem seria de aproximadamente R$ 320. O que mostra, que reciclar ainda sai muito mais caro do que beneficiar a matéria prima.

A composição do vidro reciclado, em relação ao vidro fabricado, está exposta na Figura 8:

Figura 8 - Composição do vidro

Fonte: Extraído do site www.mundoeducação.bol.uol.com.br (2015)

Ao fazer uma cotação no dia 14 do mês de agosto do corrente ano, em uma empresa de reciclagem de vidro no estado de São Paulo, a MASSFIX Reciclagem de Vidro, pode-se ter acesso aos valores pagos por este seguimento pela tonelada do vidro plano comum e do vidro laminado, ambos já triados e previamente limpos. Estes valores são apresentados na Tabela 10.

Cabe salientar que, o valor do frete aplicado ao transporte de sucata de vidro, da capital mineira BH até a MASSFIX, sediada na região metropolitana da cidade de São Paulo, deve ser pago pelo empreendedor que deseja reciclar o vidro e que este valor, de acordo com o site FretesBras.com, considerando carga de 12 a 14 toneladas é de aproximadamente R$110,00/ton, conforme tabela 10 abaixo.

Tabela 10 - Preço do Vidro

Material Valor

Vidro Plano Comum R$ 150,00 /tonelada.

Vidro Laminado R$ 70,00 /tonelada

Fonte: Elaborada pelos autores com dados extraídos do site www.fretesbras.com (2017)

Os valores da cotação e os valores informados pela Folha de São Paulo em 2011, que subsidiaram a aplicação do IGPM- Índice Geral de Preços do mercado corrigindo este valor para o ano de 2017,

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mostram uma grande divergência como pode ser observado nos dados supracitados. Esta discordância pode ser explicada já que, a matéria da Folha de São Paulo, leva em conta valores médios dos custos como a triagem do material a ser reciclado, a lavagem, o transporte e também os impostos interestaduais, já que no Brasil, poucos estados apresentam usinas de reciclagem de vidros.

Neste contexto, como este trabalho se dispôs a verificar a viabilidade de implantação de uma planta industrial de reciclagem de vidro em Belo Horizonte, precisou-se entender todo o processo, desde o recolhimento até o retorno das embalagens ao mercado. Para tal ação, descreve-se o passo a passo do processo de reciclagem do vidro.

3.4.1 Estimativa de Custos por Etapa

A coleta seletiva: Consiste no recolhimento dos resíduos descartados, que geralmente é realizada

por catadores.

Os materiais recicláveis coletados são destinados às associações ou cooperativas de catadores e trabalhadores com materiais recicláveis. Geralmente a indústria terceiriza esse tipo de serviço, ou seja, ela compra os vidros coletados de cooperativas de coleta. De acordo com a CEMPRE (Compromisso Empresarial Para Reciclagem) uma associação sem fins lucrativos, que tem por finalidade a promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo, que é mantida por diversas empresas privadas tais como, Ambev, Arcor, Bauducco, Coca Cola, Danone entre outras, o preço por tonelada do vidro limpo em São Paulo é R$ 135,00, valores aplicados no bimestre de Julho/Agosto do ano de 2017.

De acordo com a SLU (Superintendência e Limpeza Urbana) são recolhidas 28 toneladas de recicláveis em Belo Horizonte por dia, dados de 2012, dessas 28 toneladas cerca de 40% são vidros, o que totaliza 11.2 toneladas.

Supondo que a indústria hipotética a ser implantada comprasse 90% dessa quantidade ao dia, seriam 10 ton/dia, neste cenário, com o valor médio da tonelada de vidro de aproximadamente R$ 70 reais na cidade de Belo Horizonte. A compra diária deste insumo resultaria em um gasto de R$700 ao dia, em um valor médio mensal de 15.400 mil (22 dias x R$700, desconsiderando-se sábados e domingos).

A separação: Os vidros coletados são separados por cor, e não podem estar contaminados.

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lâmpadas e utilitários de cozinha, por exemplo, não podem passar por processo reciclagem, por serem fabricados com outras substâncias que impossibilitam o reprocessamento.

Estimando-se que, para a separação de toda a matéria prima, sejam necessários 7 colaboradores com salário médio de R$ 1.055,00 ao mês, considerando todos os encargos sociais como, férias, décimo terceiro salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), licenças médicas e maternidade, final de semana remunerado, entre outros encargos comuns do meio corporativo, tem-se um investimento com mão de obra operacional por volta de R$ 29 mil reais ao mês, como já mencionado no item 6.4 deste trabalho.

Para gastos com maquinário, orçou-se com uma empresa de São Paulo Mecanofar, uma esteira de triagem de 8 metros no valor de R$ 40 mil reais, amortizada em 5 anos, o que daria um valor aproximado de R$ 330,00 reais ao mês. Ressalta-se que os gastos com energia e água estão contabilizados no item 8 e os demais gastos com maquinários serão informados na Tabela 28 deste trabalho.

A Lavagem: Para retirar a sujeira impregnada no vidro, como etiquetas ou restos de bebida ele

passa por uma lavagem, cuja água usada depois é tratada e recuperada para evitar desperdício e contaminação dos recursos hídricos. Considerando que a mão de obra do item anterior também será responsável pela lavagem, o gasto nessa fase seria com água e energia, estimado no item 8 deste trabalho e gasto com recipiente para lavagem dos vidros, no valor de R$ 5.000 mil reais também amortizado em 5 anos, com um valor mensal de aproximadamente R$ 43,00 reais ao mês.

A trituração e mistura: Nesta etapa o material é quebrado, ou seja, triturado em pedaços

menores e misturado com os demais componentes como a sílica o carbonato de sódio e o calcário. Os insumos químicos usados nesta etapa, apresentam valores extremamente acessíveis, dada a abundância por exemplo, da sílica e dos carbonatos na crosta terrestre. Além disso, estes insumos químicos apresentam diversos usos, nos mais variados setores da indústria mineral brasileira, o que os torna muito acessíveis financeiramente e disponíveis ao mercado.

Considerando que a mão de obra do item anterior também será responsável pela trituração, o gasto nessa fase seria com água e energia, estimado no item 8 deste trabalho. Os gastos seriam com maquinário, orçado com uma empresa de São Paulo, a Mecanofar, um Triturador MF 300 boca de 308x325 mm R$ 25.300,00 amortizado em 5 anos o que daria um valor mensal de aproximadamente, R$ 210,00 reais.

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Uma tonelada de vidro reciclado representa economia de uma tonelada de matéria-prima (conforme dados da Tabela 11), e pode reduzir em até 70% sua quantidade necessária para produção de novo vidro.

Tabela 11 - Composição do Vidro Novo/ Tonelada

Material Peso (kg) Areia 590 Carbonato de sódio 186 Calcário 172 Feldspato 73 TOTAL 1.021

Fonte: Elaborado pelos autores com dados extraídos da EEESC/USP (2016)

Nessa fase também tem-se gastos com matéria prima, como sílica, carbonato de sódio e calcário, conforme demonstrado na tabela acima. Estima-se que 50% da composição do vidro reciclado seja de cacos no caso inicial da nossa indústria, os outros 50% serão compostos pela matéria prima citada na tabela 12, ficando a proporção conforme mostrado no Gráfico 6:

 Areia = ቀ590 1021ቁ 𝑥0,5 = 29%  Carbonato de sódio = ቀ186 1021ቁ 𝑥0,5 = 9%  Calcário = ቀ172 1021ቁ 𝑥0,5 = 8%  Feldspato = ቀ 73 1021ቁ 𝑥0,5 = 4%

Gráfico 6 - Proporção de materiais na fabricação do vidro

(28)

Considerando a proporção de 1,05 de material gasto para 1,00 de vidro produzido devido às perdas que ocorrem no processo, tem-se como já mencionado no item 1, em torno de 220 toneladas de vidro coletado para reciclagem. Neste caso, tem-se que comprar, segundo os dados oriundos da pesquisa e apresentados na tabela 12.

 Areia = 0,29𝑥440 = 127,6𝑡𝑜𝑛

 Carbonato de Sódio = 0,09𝑥440 = 39,6𝑡𝑜𝑛

 Calcário = 0,08𝑥440 = 35,2𝑡𝑜𝑛

 Feldspato = 0,04𝑥440 = 17,6𝑡𝑜𝑛

Lembrando que a produção, considerando as perdas, com 440 toneladas de material, será de 419 toneladas, como exemplificado abaixo:

Vidro produzido = 440

1,05≅ 419𝑡𝑜𝑛

Tabela 13 - Produção Mensal

Matéria prima Produção (participação/ton)

Estoque

(ton/mês) Produção mensal (ton)

Cacos 0,5 220 209,5 Areia 0,29 127,6 121,5 Barrilha 0,09 39,6 37,7 Calcário 0,08 35,2 33,5 Feldspato 0,04 17,6 16,8 Total 1 440 419

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

A Matéria prima necessária a produção de 1 tonelada de vidro é 1,021 toneladas, considerada maximizado por perdas comuns na produção, adotou-se então 1,05 tonelada de matéria prima por tonelada vidro novo produzido.

Condiciona-ses os outros materiais ao estoque mensal obtido diretamente aos cacos da SLU-BH, no caso, como explicitado nos textos acima, obtem-se cerca de 220 toneladas de caco/vidro ao mês, valor também se encontra na coluna Estoque Mês/Tonelada da Tabela 13.

A composição sugerida é de 50% cacos de vidro e 50% matéria prima nova, nossa indústria hipotética terá capacidade total de produção, como pode ser observado também na Tabela 13 de 419 toneladas de vidro novo/mês.

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• CUSTO DAS MATÉRIAS PRIMAS

Para custos com matérias primas foram levantados os matérias necessários, chegando aos seguintes itens valores orçados:

Carbonato de Cálcio:

 Calcário calcítico: R$ 135,00 a tonelada em Erechim RS- Empresa MF RURAL

 Calcário calcítico: R$120,00 a tonelada em Aurilândia GO- Empresa MF RURAL

Como será observado no item 6 – distribuição optou-se pela cidade de Aurilândia GO, devido ao preço por tonelada menor mesmo considerando o valor do frete, agregando um menor valor à matéria prima, o que tornara o material de Goiás mais atraente comercialmente.

Considerando o gasto mensal de 35,2 ton conforme calculado acima, tem-se uma valor mensal de:

𝑅$120,00

𝑡𝑜𝑛 𝑥35,2𝑡𝑜𝑛 = 𝑅$4.224,00

Barrilha Americana:

Barrilha – (base seca) 99%, embalagem em sacos de 25 Kg-Palletizado, ICMS de 18% e demais impostos já inclusos, quantidade mínima a partir de 5000 Kg, Preço R$ 1,19 por Kg, Fábrica localizada em Mogi das Cruzes – SP – Empresa Cardoso Chemicals.

Considerando o gasto mensal de 39,6 ton conforme calculado acima, tem-se uma valor mensal de:

𝑅$1,19

𝐾𝑔 𝑥39.600𝐾𝑔 = 𝑅$47.124,00

Areia:

Sílica-areia fina R$79,00 o m³, sendo que 1 m³ contém, aproximadamente 1500 Kg, Empresa-Pesadão materiais básicos, Rua Democrata,695 - Fernão Dias/BH.

Considerando o gasto mensal de 127,6 ton conforme calculado acima, tem-se um valor mensal de:

𝑅$𝑅$79

1,5𝑡𝑜𝑛𝑥 127,6 𝑡𝑜𝑛=𝑅$ 6.720,69

Feldspato:

Feldspato em Pó Sacos de 25 Kg, sendo R$ 0,40 o Kg, Fábrica em Monte Alegre do Sul/SP- Empresa no site MF Rural.

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Considerando o gasto mensal de 17,6 ton conforme calculado acima, tem-se um valor mensal de:

𝑅$𝑅$0,4

𝐾𝑔 𝑥17.600𝐾𝑔 = 𝑅$7.040,00

Então sem levar em conta os Fretes praticados observa-se os valores explicitados na Tabela 14, a seguir:

Tabela 14 - Custos Mensais

Materia prima Preço (r$/ton) Quantidade (ton) Preço total (r$)

Cacos R$70,00 220 R$15.400,00 Areia R$52,67 127,6 R$6.720,69 Barrilha R$1.190,00 39,6 R$47.124,00 Calcário R$120,00 35,2 R$4.224,00 Feldspato R$400,00 17,6 R$7.040,00 TOTAL R$80.508,69

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Fundição, moldagem e resfriamento: A mistura é levada ao Forno e aquecida em altas temperaturas

que superem 1300°C. O material fundido fica maleável, podendo assumir diferentes formas de acordo com o molde escolhido. Nesta etapa, há talvez, o segundo maior gasto financeiro do processo de reciclagem, superado apenas pela etapa de transporte da sucata até a usina de reciclagem.

Na moldagem o material ganha a forma de novo produto, como exemplo podendo assumir a forma de uma garrafa, pote ou enfeite de vidro, que será inserido novamente na cadeia de consumo.

Resfria-se por igual o vidro sob condições muito controladas, de 600°C a 100°C. O termo Têmpera propriamente dito refere-se a um processo de aquecimento e resfriamento graduais. Nessa fase, asseguram-se certas propriedades essenciais ao vidro como por exemplo, a capacidade de corte reto não quebradiço e transparência. Vale salientar que nesta etapa, o uso de trocadores de calor para resfriar controladamente o produto final consome um valor considerável de energia, onerando ainda mais o processo de reciclagem.

Considerou-se que os gastos com mão de obra, energia e água já foram orçados. O gasto inicial com o maquinário é atribuído à compra de um forno de fundição industrial de vidro no valor de R$ 47.850,00, duas esteiras transportadoras no valor de R$ 19.800,00 cada e cilindros encapados em borracha. As embalagens já moldadas e resfriadas são agora novos produtos e podem retornar as

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prateleiras.A reciclagem do vidro requer menos temperatura (Tabela 15 para ser fundido, economizando aproximadamente 70% de energia e permitindo maior durabilidade dos fornos.

Tabela 15 - Valores de gasto energético

Processo Gasto energético (kcal/kg)

Lavagem 10,12 Secagem 124,17 Moagem de massa 10,15 Fundição 431,91 Moldagem 230 Resfriamento 358,12 TOTAL 1.164

Fonte: Elaborado pelos autores com dados extraídos de Abravidro (2019)

Tendo como base tarifária os valores aplicados na CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais apresentados na tabela 16, calculou-se o valor da energia gasta em cada etapa do processo de reciclagem do vidro durante um mês.

Tabela 16 - Classe Baixa Tensão Bandeira consumo Verde (R$/kwh) Amarela (R$/kwh) Patamar 1 (R$/kwh) Patamar 2 (R$/kwh) Demais classes 0,49414 0,51414 0,52414 0,52914

Fonte: Elaborada pelos autores com dados extraídos da CEMIG (2019) Legenda:

Bandeira consumo = Bandeira Tarifária/Demais classes = Classe pertencente a indústria em questão As bandeiras tarifárias variam de acordo com definição da ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica, de acordo com as condições de geração energética, alternando principalmente devido ás condições climáticas tão variáveis durante o ano. Não tendo como prever as mudanças que ocorrerão durante o ano se fixou uma média obtida através das 04 mudanças de consumo que podem existir durante o ano afim de se obter um valor mais próximo da realidade, sendo então o valor médio obtido de R$/KWh 0,51539 segundo definido por (0,49414+0,51414+0,52414+0,52914/4).

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Lavagem:

220 ton. X 1000 Kg X 10,12 Kcal/Kg = 2.226.400 Kcal 2.226.400 Kcal X 0,0011622 KWh = 2.587,52 KWh/mês  Secagem:

220 ton X 1000 Kg X 124,17 Kcal/Kg = 27.317.400 Kcal 27.317.400 Kcal X 0,0011622 KWh = ~ 31.748,28 KWh/mês  Moagem de massa:

220 ton X 1000 Kg X 10,15 Kcal/Kg = 2.233.000 Kcal 2.233.000 Kcal X 0,0011622 KWh = ~ 2.595,19 KWh/mês  Fundição:

440 ton X 1000 Kg X 431,91 Kcal/Kg = 190.040.400 Kcal 190.040.400 Kcal X 0,0011622 KWh = ~ 220.864,95 KWh/mês

Como a fundição, conforme já mencionado, consome cerca de 30% da energia de fundição de um processo normal, para efeitos de cálculo, considera-se apenas 50% do gasto energético calculado, ficando assim, a fundição, com um gasto total considerado de 110.432,48 Kwh/mês.

Moldagem:

440 ton X 1000 Kg X 230,00 Kcal/Kg = 101.200.000 Kcal 101.200.000 Kcal X 0,0011622 KWh = ~ 117.614,64 KWh/mês  Resfriamento:

440 ton X 1000 Kg X 358,12 Kcal/Kg = 157.572.800 Kcal 157.572.800 Kcal X 0,0011622 KWh = ~ 183.131,11 KWh/mês

A tabela 17 apresenta o somatório dos valores de gastos com energia elétrica, em reais, simulados para a produção de 419 toneladas de vidro reciclado.

Tabela 17 - Custo total em energia elétrica

Processo Consumo (kwh/mês) Custo (R$/mês)

Lavagem 2.587,52 1.333,58

Secagem 31.748,28 16.362,75

Moagem de massa 2.595,19 1.337,53

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Moldagem 117.614,64 60.617,41

Resfriamento 183.131,11 94.383,94

TOTAL 448.109,22 230.951,01

Fonte: Elaborada pelos autores (2019)

Para o dimensionamento de gastos com água e com energia, foram obtidos dados junto às agências reguladoras dos setores. O gasto total mensal com energia elétrica será o processo mais caro, principalmente no resfriamento do material, os gastos totais irão somar R$ 230.951,00, mesmo com uma economia de mais de R$ 57.000,00 no processo de fundição, devido à utilização de cacos, é importante buscar alternativas para reduzir os custos com consumo energético e uma das opções é a captação de energia solar. No dimensionamento energético fora obtido os valores de tarifa cobrada em Minas Gerais frente à CEMIG - Companhia energética de Minas Gerais, em agosto de 2017, frente a pesquisa realizada foram obtidos alguns valores que variam de acordo com a bandeira tarifária, bandeiras estas, que variam de acordo com definição da ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica e com as condições de geração energética, alternando principalmente devido ao clima tão variável durante o ano como fora colocado anteriormente.

Os dados de gastos com água foram obtidos frente a ARSAE - Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (2019), e a COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais via internet, chegando a resultados de gasto médio de 1,0 m³/ tonelada, ou seja 1000 litros para cada tonelada produzida de vidro (CNQ, 2015). Como tem-se 419.000 kg fabricados de matéria prima, tem-se o consumo de água equivalente a 419 t*1000 litros = 419.000,00 litros de água, ou seja 419 m³ de água ao mês, isto somente para saciar a produção de garrafas. No que tange o consumo de água humano, segundo a ONU – Organização das Nações Unidas, no ano de 2013 fora calculado a média de consumo de água por dia na casa de 166,3 litros por pessoa, para efeitos de cálculo e por ter decorrido quatro anos desde o estudo da ONU, será considerada uma média de 200 litros de consumo de água por pessoa por dia, ou seja, tem-se 7 pessoas no operacional, mas também os investidores da indústria além de eventuais visitas, então será considerado o número aproximado de 10 pessoas/dia no local da indústria, logo, 10 pessoas*200 l/dia= 2000 litros ou seja 2 m³/dia x 22 dias/mês = 44 m³/mês, para os gastos com limpezas gerais do ambiente de trabalho será contabilizado metade deste valor, ou seja 22 m³/ mês com limpeza e demais gastos.Totalizou-se então para produção, consumo e limpeza do ambiente de trabalho o total de 419+44+22 = 485 m³ de consumo

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água/mês.Os valores das tarifas aplicáveis aos usuários foram obtidos conforme Tabela da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE). No manual da COPASA, considerando os gastos mensais de água já calculados, a empresa se encontra na categoria industrial com consumo superior a 200 m³ mês, com valor de tarifa em R$ 11,095/m³ e tarifa de esgoto coletado de R$ 4,854/m³, conforme explicitado na Tabela 18 a seguir os gastos mensais serão de aproximadamente R$ 7.733,33/mês.

Tabela 18 - Custo Água

Consumo Consumo Esgoto Coletado

Água 485 m³ R$ 11,095 m³ R$ 4,85 m³

TOTAL R$ R$ 5.381,08 R$ 2.352,25

Fonte: Elaborada pelos autores com dados extraídos da tabela COPASA-ARSAE (2019)

• CUSTO DE MERCADO

Considerando todo o custo com maquinário adquirido como investimento inicial, tem-se o valor total de desembolso de R$ 357.809,00 que será pago mensalmente conforme Tabela 19:

Tabela 19 - Custo de Maquinário

Equipamento Valor total Valor por mês

Meses para pagar

Alimentador de triagem com

esteira R$120.000,00 R$2.000,00 60

Carrinhos carregadores R$643,55 R$53,63 12

Recipiente para lavagem R$10.320,00 R$172,00 60

Triturador R$12.600,00 R$210,00 60 Forno de Fundição R$47.850,00 R$797,50 60 Esteira Transportadora R$39.600,00 R$660,00 60 Peneiras industriais R$120.000,00 R$2.000,00 60 Balança Industrial R$6.795,00 R$566,25 12 TOTAL R$357.809 R$6.459

(35)

Porém, como não se trata de custo fixo e sim de investimento, não será considerado na estimativa de preço do produto. Os custos considerados fixos, são os informados na Tabela 20:

Tabela 20 - Custos Mensais

Itens Valor por mês

Aluguel Caminhão Baú R$5.880,00

Aluguel fixo Galpão de 2400 m² R$16.000,00

Material R$80.508,19 Energia R$230.951,01 Serviço R$ 29.330,56 Maquinário R$ 6.459,00 Água R$ 7.733,33 TOTAL R$376.862,09

Fonte: Elaborado pelos autores (2017)

Considerando que produz-se garrafas de vidro comum, medimos a massa de uma garrafa e chegou-se ao valor de 200 g. Como obte-se ao mês, 419 toneladas de vidro, chegou-se à seguinte quantidade de garrafas:

 Quantidade de garrafas = 419.000 Kg / 0,2 Kg por garrafa = 2.095.000 garrafas

Dividindo o valor total do custo mensal, pela produção mensal de garrafas, chegou-se ao seguinte custo por garrafa:

 Custo por garrafas = R$ 376.862,09 / 2.095.000 garrafas = R$ 0,18 por garrafa

Tendo como base os estudos do IEDI – Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial, referente ao ano 2016, é possível se obter uma média de margem de lucro aplicada a indústria em geral, para termos noção para se ter um preço competitivo para o ingresso do nosso produto, no caso as garrafas PET, a Figura 9 mostra a média de rentabilidade encontrada em vários setores:

(36)

Figura 9 – Indicadores de Rentabilidade

Fonte:Extraído do site www.iedi.org (2017)

Para a hipotética indústria de vidro fora aplicado a margem de lucro de aproximadamente 10% para tornar nosso produto competitivo, pode-se observar que este valor não está muito acima do que é empregado pela indústria em geral sendo a média entre os anos de 2010 a 2015 8,1%, com o lucro estipulado em 10% o valor de venda da garrafa fica em torno de R$ 0,198, ou seja, se arredondando tem-se o valor aproximado que tem-será considerado de R$ 0,20 por garrafa, tem-sendo este o preço de venda.

Vende-se essas garrafas por R$ 0,20 a unidade, neste caso, tem-se um lucro mensal de:

 Lucro mensal: (2.095.000,00 garrafas * R$ 0,20 por garrafa) – R$ 376.702,64 = R$ 42.297,36 Dessa forma, o investimento inicial feito em maquinário de R$ 357.809,00, se pagaria em pouco mais de 9 meses, R$ 357.809,00/ R$ 42.297,36 = 8,5 meses, e a partir daí, propõe-se um lucro líquido superior ao que foi gasto, e parte deste lucro pode, a médio e longo prazo ser reinvestido no próprio negócio, por exemplo, na compra de um caminhão, de um galpão ou de painéis para captação de energia solar, reduzindo os gastos com energia e aumentando a margem de lucro.

4 CONCLUSÃO

A gestão de resíduos sólidos é um dos principais tópicos a serem discutidos no século XXI, tal pressuposto, é de fundamental importância no que tange a política dos 3 R´s, Reutilização, Reciclagem, Redução e consequentemente, a sua implementação. Observa-se diferentes níveis de preocupação e investimento na gestão de resíduos no mundo, economias ditas desenvolvidas, costumam ter um nível maior de preocupação com o assunto, e assim, direcionam maiores recursos a este setor. Apesar do Brasil se encontrar aquém de políticas empregadas em alguns países, como a Alemanha, que é referência para

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Figura 1 - Posicionamento das bombonas no Campus da PUC- Barreiro
Figura 3 - Custos por funcionários/médio total
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