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Processo gerenciar em enfermagem em realidades distintas: relato de experiência / Nursing management process in different realities: experience report

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761

Processo gerenciar em enfermagem em realidades distintas: relato de

experiência

Nursing management process in different realities: experience report

DOI:10.34117/bjdv6n5-589

Recebimento dos originais: 28/04/2020 Aceitação para publicação: 28/05/2020

Thaina Jacome Andrade de Lima

Acadêmica de Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN Endereço: Rua Nova, 429, Bairro Centro – Paraná- RN, Brasil. CEP: 59950-000

E-mail: thainajacome@hotmail.com

Maria Valéria Chaves de Lima

Acadêmica de Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN Endereço: Rua Vila nova cachoeira, 148, Bairro Zona Rural – São Miguel-RN, Brasil. CEP:

59920-000

E-mail: valerialima13@hotmail.com

Antônio Alisson Oliveira de Queiroz

Acadêmico de Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN Endereço: Rua Capitão Damião Porto, 541, Bairro Centro- Ererê, CE- Brasil. CEP: 63470-000

E-mail:alissonqueiroz1@hotmail.com

Kalyane Kelly Duarte De Oliveira

Doutora pelo Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN

Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN

Endereço: Rua Melo Franco, 1285, Bairro Bom Jardim– Mossoró- RN, Brasil. CEP: 59619-750

E-mail:kenfoliveira@gmail.com

Keylane de Oliveira Cavalcante

Mestre em Saúde e Sociedade, pela UERN Instituição: Universidade Potiguar-UnP

Endereço: Rua Segundo Marques, 187, Bairro Nova Betânia - Mossoró/RN, CEP: 59.603-190 E-mail: keylaneoc@hotmail.com

Palmyra Sayonara de Góis

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Endereço: Br 405, Km3, Arizona- Pau dos Ferros-RN, Brasil

CEP:59900-000

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761

Vaniely Oliveira Ferreira

Doutoranda Pela Universidade Estadual do Ceará-UECE Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN

Endereço: Rua Antônio Florêncio de Queiroz, 67, Bairro Paraíso- Pau dos Ferros- RN, Brasil CEP:59900-000

E-mail:vanielyvip@hotmail.com

RESUMO

Objetivo: identificar a concepção do enfermeiro a respeito do processo gerenciar, evidenciando a utilização e materialização dos instrumentos da gerência em enfermagem. Trata-se de um relato de experiência alicerçado em três momentos: busca em base de dados e leitura do referencial a teórico escolhidos mediante temas que adequam com o proposto, dois momentos de captações da realidade, sendo um deles em uma Unidade Básica de Saúde e outro em um hospital público, ambos no Pau dos Ferros/RN. Evidenciou-se que as teorias administrativas influenciam na forma em que os ambientes de saúde se organizam. Sabe-se que elas são importantes, mas que devem ser aplicadas de forma diferente no setor saúde, pois ao trabalhar com necessidades sociais e de saúde, os profissionais necessitam apropriar-se de teorias flexíveis que estejam articuladas às necessidades do coletivo e quando a equipe está apenas presa a normas, estas deixam de atender as necessidades humanas de saúde.

Palavras-Chaves: Gerenciamento da prática profissional; Enfermagem; Organização e

administração.

ABSTRACT

Objective: to identify the nurse's conception regarding the manage process, showing the use and materialization of the instruments of nursing management. It is an experience report based on three moments: searching the database and reading the theoretical framework chosen through themes that suit the proposal, two moments of capturing reality, one of them in a Basic Health Unit and another in a public hospital, both in Pau dos Ferros / RN. It became evident that administrative theories influence the way in which healthcare environments are organized. It is known that they are important, but that they must be applied differently in the health sector, because when working with social and health needs, professionals need to appropriate flexible theories that are articulated to the needs of the collective and when the team it is only bound by norms, they fail to meet human health needs.

Keywords: Management of professional practice; Nursing; Organization and administration.

1 INTRODUÇÃO

O mundo trabalhista, devido às constantes alterações no modo de produção, e os perfis populacionais demanda uma organização minuciosa e sistematizada em todos os serviços, independente do resultado final produzido por eles. No caso do setor de Saúde, há uma crescente busca por resultados que reflitam nas condições de vida dos usuários, sendo estes gerados pela organização de cada categoria, bem como, somando-se a multidisciplinariedade dos diferentes

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 profissionais e áreas que compõem a busca pela promoção, prevenção e proteção da saúde (CAMPOS, 2013).

A partir de alguns estudos, evidencia-se que há uma ênfase do gerenciamento dos serviços no processo de trabalho do enfermeiro. Certas características do gerenciamento, dentro do processo de trabalho da enfermagem, estão predominantemente ligadas às teorias gerais da administração (TGAs), com suas especificidades nas ações de gerência e no seu contexto histórico, desde a sua ênfase nas tarefas, estruturas, tecnologia até a ênfase também nas pessoas e no ambiente (FERNANDES, 2003).

Na enfermagem a organização do trabalho se dá através do processo de trabalho de enfermagem o qual pauta-se em quatro grandes segmentos que permeiam o saber fazer da enfermagem, sendo eles: o assistir/intervir; o gerenciar; o investigar e o ensinar /aprender. Todos estes processos conversam entre si e, articulam-se para que o processo de trabalho de enfermagem suceda. Entretanto, alguns desses constituintes além de se articularem entre si, são indissociáveis, como é o caso do assistir/intervir e o gerenciar (SANTOS et al, 2013).

O processo de trabalho em enfermagem integra duas dimensões que se complementam e são indissociáveis: O gerenciar, em que o enfermeiro utiliza da organização do trabalho em enfermagem, como forma de permitir condições adequadas ao cuidado prestado aos usuários, além de proporcionar melhor desempenho dos trabalhadores. E o assistir que por meio do objeto de intervir apresenta-se com a finalidade de atender as necessidades de saúde da população, sejam elas coletivas ou individuais por meio do cuidado integral (HAUSMANN; PEDUZZI, 2009).

No processo de trabalho da enfermagem, o enfermeiro tem atuado fortemente nas dimensões assistencial e gerencial do cuidado. No entanto ainda se encontra enfermeiros que tendem a separar essas duas dimensões, e isso se dá pela supervalorização de uma em detrimento a outra (SANTOS et al, 2013).

O ato de gerenciar é um meio eficaz para o trabalho do enfermeiro, entendendo-se que este permite diferenciações nas ações de enfermagem de modo que essas não partem apenas do tecnicismo, mas da junção da técnica, da habilidade e do conhecimento. Todos esses elementos devem fazer parte de todo fazer/cuidar de enfermagem. Assim sendo, a partir do momento em que se gerencia o trabalho de enfermagem, pensa-se voltado diretamente a assistência (MAZIERO et al, 2019).

Segundo Senna et al (2014) a gerência atua como um exercício para a finalidade da enfermagem que é o cuidado, sendo este implementado por meio da assistência prestada ao

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 usuário. Portanto, fica visível a imprescindibilidade da articulação entre o âmbito gerencial e assistencial, uma vez que para que o cuidado de qualidade aconteça ambos devem estar presentes.

Desta forma ao se gerenciar o trabalho de enfermagem, perpassa-se para o gerenciamento da organização do trabalho, dos recurso humanos e materiais, meios físicos e outras diversas atribuições que precisam estar presentes no coordenador e líder desta equipe e na própria equipe como um todo (DELLAROZA, et al 2015).

Posto isto, vê se que gerenciar é um ato que deve se estar presente em todos os ambientes onde a enfermagem acontece. Desde o nível de atenção primária em saúde até os níveis de média e alta complexidade. Similarmente nos setores públicos e privados tendo em vista que o objetivo comum de todos esses níveis é suprir as necessidades que chegam nos serviços (SILVINO et al, 2011).

Almeida et al (2011) traz que o enfermeiro em sua prática, faz uso de instrumentos que o auxiliam no gerenciamento do seu trabalho, a fim de atender as necessidades dos clientes, de modo a melhorar a qualidade da assistência. O processo gerenciar da enfermagem para concretizar-se dispõem de alguns instrumentos que são eles: o planejamento, a liderança, a negociação e a supervisão.

O planejamento é um instrumento que auxilia nas escolhas e na elaboração de planos futuros, formado por um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos, ordenados de forma a possibilitar a interação com a realidade, programar as estratégias e as ações necessárias, para alcançar os objetivos e as metas pré-estabelecidas, e é um processo contínuo (ALMEIDA et al. 2011).

Já a liderança está presente em todas as atividades do enfermeiro, principalmente quando o profissional tem o interesse de exercer com competência o seu trabalho, no desempenho de atividades assistenciais do cuidado direto ao paciente ou assumindo a função administrativa. Ela pode ser compreendida e desenvolvida, desde que haja interesse e iniciativa. Dentre as habilidades de liderança, são atributos: conhecimento, experiência, confiança, capacidade de trabalhar em equipe, autodesenvolvimento, relacionamento interpessoal, comprometimento, respeito entre a equipe, e o saber ouvir (ALMEIDA et al. 2011).

No cotidiano do trabalho, a tomada de decisão pode ser definida como a atitude, fruto de um processo sistematizado, que caracteriza o desempenho da gerência. A negociação surge como estratégias de resolução de conflitos (ALMEIDA et al. 2011).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 A supervisão em enfermagem é um instrumento gerencial importantíssimo e imprescindível para o acompanhamento, avaliação e educação da equipe de enfermagem em prol de uma assistência ideal. A qual quando realizada de forma adequada, contribui para uma assistência de qualidade ao usuário (SANTIAGO, CUNHA 2011).

Desta maneira, questiona-se: como acontece o processo gerenciar no cotidiano dos enfermeiros e da equipe?

Somado a isso, acreditamos que a construção desse artigo será relevante para os acadêmicos, futuros profissionais que buscam entender mais fortemente a vivência da gerência na realidade dos serviços. Acredita-se também que servirá de aprimoramento e avaliação para os profissionais que já realizam a gerência de forma que os permita acrescentar no seu processo de trabalho, seja aprimorando seus instrumentos, suas competências e habilidades, ou influenciando no seu perfil de gerenciador e na formação de sua equipe.

Dessa forma o objetivo do estudo é identificar como acontece o processo gerenciar no cotidiano dos enfermeiros e da equipe.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência, alicerçado em três momentos: busca em base de dados e leitura do referencial a teórico escolhidos mediante temas que adequam com o proposto, dois momentos de captações da realidade, sendo um deles em uma Unidade Básica de Saúde e outro em um hospital público, ambos no Pau dos Ferros/RN.

As captações da realidade ocorreram a partir de um roteiro norteador, entre os meses de março a maio de 2019. A primeira captação da realidade objetivou conhecer como acontece a rotina da unidade, bem como a estrutura organizacional e o trabalho da equipe multiprofissional. Na segunda captação buscamos conhecer como o processo de gerenciar é desenvolvido no hospital, detendo-se a um setor específico coordenado por uma enfermeira.

O estudo não requer aprovação do comitê de ética, uma vez que os dados utilizados são de domínio público, expostos no site da SESAP, porém, atesta que todos os princípios éticos foram seguidos conforme a resolução 466/2012.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 REALIDADE DOS SERVIÇOS

Pode-se observar na UBS visitada, uma organização centrada, com atividades agendadas para a equipe multiprofissional que a compõem, baseando-se no fluxograma semanal de uso

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 contínuo, contudo detentor de maior flexibilidade. Constatou-se durante as falas dos profissionais que na forma de organização do serviço ainda existe uma divisão de tarefas com base nas funções, que existem escalas diárias de distribuição de tarefas e que graças a isso o serviço acontece mais harmoniosamente e sistematicamente.

Na UBS, o trabalho é voltado em cumprir normas estabelecidas a níveis municipais, estaduais e nacionais, bem como, o seguimento de rotinas, tabelas e metas. Para os trabalhadores que lá atuam, de certa forma, esse cumprimento de propósitos ajuda a traçar os cuidados locais da comunidade, e da população como um todo.

Já no hospital, embora, haja uma rotina, essa não é absolutamente voltada para o cumprimento de normas. A rotina é uma forma de organizar o serviço, tendo em vista que as necessidades que chegam seguem um perfil de demanda livre, inconstante. Tem- se um padrão de horários específicos para cumprir ações, como a divisão de escalas, aplicação de medicamentos, horários das refeições e na realização de visitas.

Entretanto, uma característica presente em ambos os serviços é o uso de protocolos, que subsidiam os atendimentos. Observou-se que os profissionais visualizam os protocolos como uma ferramenta imprescindível para que a organização e qualidade do serviço aconteçam.

Em suma, ainda que existam aspectos diferenciadores entre os dois serviços é notável o uso das teorias administrativas como forma de manter padrões e métodos organizativos. Contudo, observa-se uma implementação lenta de metodologias mais ajustáveis e pautadas no coletivo, como na teoria das relações humanas.

3.2 REALIDADE DOS ENFERMEIROS

Embora ambos locais visitados sejam partes constituintes do Sistema Único de Saúde, vê se também uma realidade diferenciada quanto ao perfil de gerência do enfermeiro nas duas instituições de saúde.

Na UBS observou-se que a comunicação entre o enfermeiro e sua equipe flui mais facilmente. O exemplo disso tem-se o fato das equipes não sofrerem tantas alterações de seu pessoal, assim como a convivência com a mesma equipe semanalmente. A jornada de trabalho, que não é dividido em plantões, o que facilita a criação de vínculos entre os profissionais e usuários, bem como a realização de reuniões em horários favoráveis a todos, o que permite uma assiduidade de profissionais.

Outro aspecto que difere na unidade é que a comunicação em sua maioria das vezes ocorre de forma presencial, de profissional para profissional, diminuindo ainda mais as barreiras.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 Vale salientar, que a boa comunicação presente na UBS é uma ferramenta chave para o planejamento coletivo bem como o individual dos trabalhos de saúde da instituição. Considerando-se que, através dessa proximidade, é permitido conhecer as peculiaridades de sua equipe, podendo assim, melhor negociar as demandas e tarefas entre todos. O vínculo entre profissionais, formado na atenção básica torna-se um facilitador das ações de supervisão e liderança. Por fim, observou-se que na UBS, a liderança buscar ser mais democrática, pois compreende que para o trabalho acontecer todos precisam colaborar com a tomada de decisões.

Contrapondo a UBS, a gerência do hospital desenvolve-se de forma distinta. Observou-se dificuldades por lidar com uma equipe maior e inconstante devido a funcionalidade de plantões e escalas desse serviço. Neste cenário destaca-se a necessidade de meios para efetivar a comunicação com a equipe e a articulação entre os que a compõe.

Como meio de facilitar a comunicação, a enfermeira utiliza vigorosamente meios informais de comunicação, como o grupo virtual de Whatsapp, o qual serve para comunicados de menos urgência para a equipe. As reuniões de equipes acontecem durante os plantões, entendendo-se que a maior participação é dos profissionais que encontram-se trabalhando no dia.

Observou-se que o enfermeiro gerente neste cenário hospitalar, lida com uma perspectiva mais conflituosa quanto ao planejamento e negociação, pois no ambiente hospitalar o funcionamento é ininterrupto. Esses fatores exigem do enfermeiro a elaboração de escalas e a distribuição mais rigorosa de tarefas para que nenhum turno de trabalho tenha a qualidade da assistência comprometida. Contudo, isso torna-se difícil devido também ao conflito de interesses dos próprios profissionais, tendo em vista que muitos deles são de outras cidades e/ou estados e querem o acúmulo de plantões mensais em um único momento.

Deve-se enfatizar que embora existam diferenças significativas na gerência de enfermagem na Atenção Primária e no Hospital, é unânime a concepção de que o papel do enfermeiro gerente em ambos os serviços de saúde, exige um amplo senso de responsabilidade em assumir a liderança das ações, bem como possuir a capacidade de supervisionar, planejar e negociar para o bem comum.

Mediante reflexões advindas das captações foi notável as diferentes concepções acerca do processo gerenciar. Entretanto, ainda que os profissionais possuam formas de entendimento diversificadas, evidenciou-se que há uma unanimidade quanto a importância do gerenciar para a enfermagem.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31941-31950 may. 2020. ISSN 2525-8761 Constatou-se o conhecimento e o uso dos instrumentos gerenciais pelos profissionais em seu cotidiano de trabalho, estes atentam em sempre planejar, controlar, supervisionar e comunicar como o funcionamento de tudo acontece. É visível que em ambos os locais de trabalho os profissionais valorizam e se preocupam com os perfis de liderança e como esses perfis afetam suas equipes e trabalhos. Destaca-se também que os profissionais se sentem à vontade com as metodologias organizativas de cada estabelecimento de saúde.

Essa estrutura organizacional dos serviços de saúde é uma herança das teorias gerais da administração, possuindo características evidentes do modelo clássico e científico, assim como excesso de papel e manuais, são características da teoria burocrática. Entretanto, muitos autores abordam que um novo tipo de gestão, que busca sustentação em teorias administrativas mais flexíveis, vem ganhando espaço para melhorar a qualidade do serviço e as relações de trabalho (MATOS; PIRES, 2006).

De fato, se deve admitir que há uma tamanha contribuição das teorias gerais administrativas, entretanto, deve entender que o perfil de gerenciador exigido pelos serviços do século XXI é aquele pautado na capacidade de se moldar a cada situação. Não deve seguir apenas um padrão administrativo imutavelmente, inflexível, engessado, mas deve agir de modo que a cada acontecimento que o gerenciador seja submetido, consiga visualizar e extrair o melhor de cada teoria para a situação, da mesma maneira que deve selecionar qual o melhor perfil de líder deve exercer no determinado momento.

Ressaltando essa busca, observa-se tanto no hospital quanto na UBS visitado, perfis das lideranças onde, os líderes, por meio da construção de vínculo, constroem relações de respeito, que transmitem confiança e tranquilidade, deixando os profissionais que são supervisionados confortáveis e estimulados.

Em consonância ao que foi dito, Menezes (2011) traz que nessa perspectiva todo o trabalho é facilitado, um líder que domina a comunicação e o poder da negociação, consegue mais rápido ganhar a adesão das pessoas, ou seja, consegue envolvê-las na tomadas de decisões, conferindo a elas participação e autonomia, contribuindo para que as mesmas também se sintam corresponsáveis pelo processo de tomada de decisão e ação.

Sucintamente, a comparação entre os dois serviços, demonstrou funcionalidade do processo gerenciar de enfermagem e seus respectivos instrumentos.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As captações permitiram conhecer a realidade dos serviços e como estes utilizam o os instrumentos de gerenciar tanto para organização administrativa quanto para as ações desenvolvidas pelo coordenador no gerenciamento de uma equipe multiprofissional que visa trabalhar de forma articulada, para que assim consiga atender as necessidades de saúde da população.

Dessa forma, as dificuldades encontradas para a realização do estudo foram realizar as captações nos serviços, pois existe dificuldade de abertura para a observação por pessoas externas.

Todavia, ao realizar esse estudo, e refletir sobre ele, concluiu-se que é necessário que se estimule a discussão sobre o processo gerenciar em enfermagem, com intuito de despertar o interesse dos profissionais comprometidos, que saibam ser um gerenciador e coordenador, reconhecido por ser responsável, capacitado e flexível, que sabe se utilizar da comunicação para envolver e instigar a todos na participação às tomadas de decisões.

REFERÊNCIAS

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Referências

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