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Infecção pelo Zika vírus: rastreio de alterações gestacionais e agravos congênitos em um município do Ceará/ Zika virus infection: screening for gestational changes and congenital disorders in a city in Ceará

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761

Infecção pelo Zika vírus: rastreio de alterações gestacionais e agravos

congênitos em um município do Ceará

Zika virus infection: screening for gestational changes and congenital

disorders in a city in Ceará

DOI:10.34117/bjdv6n5-531

Recebimento dos originais:20/04/2020 Aceitação para publicação:26/05/2020

Lívia Karoline Torres Brito

Graduanda em Enfermagem, pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Endereço: Av. da Abolição, 3, Centro, Redenção – Ceará, CEP: 62790-000

E-mail: livia3418@gmail.com

Arthur Castro de Lima

Graduando em Enfermagem, pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Endereço: Av. da Abolição, 3, Centro, Redenção – Ceará, CEP: 62790-000

E-mail: arthurcdl.tic@gmail.com

Antonia Mayara Torres Costa

Enfermeira Residente em Infectologia, pela Escola de Saúde Pública do Ceará Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas

Endereço: Rua Nestor Barbosa, 315, Bairro Parquelândia - Fortaleza, Ceará, CEP: 60455-610

E-mail: amtcosta1@gmail.com

Jéssica Karen de Oliveira Maia

Residência Multiprofissional em Saúde - Ênfase em Infectologia, pela Escola de Saúde Pública do Ceará

Endereço: Rua Leiria de Andrade, 173, Bairro Monte Castelo - Fortaleza, Ceará, CEP: 6032510

E-mail: jessikarenmaia@gmail.com

Antonio José Lima de Araújo Junior

Mestrando em Saúde Pública, pela Universidade Federal do Ceará Instituição: Universidade Federal do Ceará

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761 Endereço: Rua Professor Costa Mendes, 1608, Bairro Rodolfo Teófilo – Fortaleza, Ceará,

CEP: 60430-140

E-mail: junioraraujoenfermagem@gmail.com

Edmara Chaves Costa

Doutorado em Ciências Veterinárias, pela Universidade Estadual do Ceará Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Endereço: Rua Fagundes Varela, 195, Bairro Itaperi - Fortaleza, Ceará, CEP: 60714-010

E-mail: edmaracosta@unilab.edu.br

Maria Auxiliadora Bezerra Fechine

Doutora em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Ceará

Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Av. da Abolição, 3, Centro, Redenção – Ceará, CEP: 62790-000

E-mail: auxiliadorafechine@unilab.edu.br

RESUMO

Objetivou-se com esta pesquisa, identificar as alterações gestacionais e agravos congênitos associados ao Zika vírus em um município do Ceará, Nordeste Brasileiro. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, de natureza descritiva. Participaram da pesquisa 89 mães de crianças de até 04 anos completos ou que nasceram entre janeiro de 2015 e julho de 2017, que tenham apresentado sinais clínicos de alguma doença exantemática ou de infecção por Zika vírus durante a respectiva gestação. Destas, 5 (6%) relataram rash cutâneo no período gravídico. Das crianças avaliadas, 18 (20%) apresentaram algum tipo de anormalidade congênita, seja física ou neuropsicomotora. Ressalta-se a importância de ofertar uma assistência multiprofissional a essas famílias, garantindo acompanhamento e reabilitação no processo de desenvolvimento biopsicossocial das crianças acometidas com a Síndrome congênita pelo vírus Zika (SCZ). E enfatiza-se o papel das vigilâncias na detecção e na prevenção da SCZ, viabilizando a atenuação das complicações à ela associadas.

Palavras-chave: Zika virus, Infecções, Criança, Gravidez.

ABSTRACT

The objective of this research is to identify the gestational changes and congenital disorders associated with Zika virus in a city in Ceará, a Northeastern Brazilian. An epidemiologic, cross-sectional and descriptive study. The study was carried out with 89 mothers of children up to 4 years old or born between January 2015 and July 2017, which had shown any rash illness clinical symptoms or Zika virus infection thorough pregnancy. Only 5 (6%) of the mothers reported skin rash during pregnancy. Between evaluated children, 18 (20%) had some type of congenital abnormality, whether physical or psychomotor. Multiprofessional assistance to these families is emphasized, ensuring a follow up care and rehabilitation program in order to provide the biopsychosocial development process to children with Zika virus congenital Syndrome (ZVCS). Epidemiological vigilance is emphasized in order to detect and prevent ZVCS, enabling a mitigation of the complications related with it.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761 1 INTRODUÇÃO

O vírus zika (ZIKV) trata-se de um flavivírus emergente que foi detectado primeiramente em Uganda no ano de 1947 (DICK; KITCHEN; HADDOW, 1952) e esteve relacionado a diversos surtos registrados na Ásia e nas áreas do Pacífico durantes as décadas seguintes (DUFFY; CHEN; HANCOCK,2009; CAO-LORMEAU; ROCHE; TEISSIER, 2014; ROTH; MERCIER; LEPERS, 2014). O primeiro caso de ZIKV no Brasil foi confirmado em maio de 2015, na região Nordeste (CAMPOS; BANDEIRA; SARDI, 2015; ZANLUCA; MELO; MOSIMANN,2015) e se dispersou de modo acelerado, afetando toda a América do Sul, Central e Caribe, contagiando milhares de pessoas nas Américas nos anos de 2015-2016 (WHO,2020). Apesar da dispersão continental do vírus, o Brasil foi o país que registrou o maior número de casos de ZIKV no mundo, com números que variam entre 440.000 a 1,3 milhões de pessoas afetadas (BRASIL, 2015).

A princípio, o ZIKV foi considerado como uma doença exantemática benigna e autolimitada, mas logo foi percebido que sua transmissão se dava por meio de ação vetorial por meio do mosquito do gênero Aedes. Uma vez infectado, o mosquito permanece nesta condição durante todos os seus ciclos de vida, de 30 a 45 dias, possuindo o potencial de infectar até 300 pessoas. Portanto, a regra de ouro para combater a infecção pelo Zika vírus se baseia em traçar estratégias que visem à erradicação do vetor (HEANG; YASUDA; SOVANN, 2012; BARRERA, 2016).

No entanto, no final de 2015, ocorreu um aumento inexplicável e inesperado no número de casos de recém-nascidos (RN) com microcefalia notificados no Nordeste do Brasil, sendo posteriormente associado à infecção congênita pelo ZIKV (MLAKAR; KORVA; TUL, 2016; ARAUJO; RODRIGUES; ALENCAR XIMENES, 2016). Em virtude disso, em novembro de 2015, o Ministério da Saúde (MS) decretou estado de Emergência em Saúde Pública no Brasil, e no ano seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou a situação como emergencial e de importância internacional, lançando iniciativas de investigação e de controle da doença no país e no mundo (ABRASCO, 2016).

A microcefalia é definida como RN que possui perímetro cefálico (PC) inferior a -2 desvios-padrão para idade gestacional e sexo. No caso de RN a termo, deve-se utilizar tabela da OMS como referência. Já na situação dos prematuros, outro instrumento utilizado como referência é a idade gestacional (BRASIL, 2015). A microcefalia está associada a outras complicações como: epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição (ASHWAL,2009).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761 Além disso, uma pesquisa realizada no Brasil mostrou que a microcefalia era grave em 73,7% dos casos. Apenas 10,5% dos fetos tinham microcefalia isolada, 89,5% apresentavam malformações adicionais no Sistema Nervoso Central (SNC), incluindo calcificações periventriculares ou parenquimatosas (63,2%), ventriculomegalia simétrica ou assimétrica (47,4%), anormalidades cerebelares (42,1%) e atrofia cortical (15,8%) (RAMALHO; CAVALCANTI; ALMEIDA, 2016).

Desta forma, objetivou-se identificar as alterações gestacionais e os agravos congênitos em crianças associados a quadros clínicos de infecção pelo ZIKV durante o período gestacional em um município no interior do Ceará.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal de natureza descritiva. A população do estudo foi composta por 89 mulheres, diagnosticadas com vírus Zika e/ou alguma outra doença exantemática durante o período da sua última gestação.

A pesquisa foi realizada a partir da obtenção das fichas de nascidos vivos no município de Barreira – Ceará, no período de janeiro de 2015 a julho de 2017, as quais apresentaram 935 nascidos vivos neste período. Destas, foram avaliadas 89 mães que apresentaram alguma doença exantemática na gestação ou diagnóstico de vírus Zika. Estas foram selecionadas em amostragem por conveniência realizada em unidade ambulatorial localizada no município supracitado.

Os endereços foram obtidos por meio da Secretaria de Saúde do município, com a posterior territorialização e agendamento das visitas com o grupo de pesquisadores. Os critérios de inclusão foram: crianças com idade menor ou igual a 4 anos; que apresentaram sinais e/ou sintomas de agravos físicos e/ou mentais congênitos, cujas mães aceitaram participar da pesquisa e apresentaram sinais e sintomas de infecção por vírus Zika e/ou doença exantemática durante a gestação. Critérios de exclusão: crianças nascidas em outro município; e que se recusaram a participar da pesquisa.

A coleta de dados aconteceu no município no período de novembro de 2018 a abril de 2019, através de visitas realizadas pelos pesquisadores nos domicílios das mães participantes, com o preenchimento do questionário semiestruturado que abordou as seguintes variáveis: dados sociodemográficos e clínicos (medicamentos em uso, formas de locomoção, diagnósticos, sinais e sintomas, exames laboratoriais e radiológicos realizados no período),

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761 um exame físico foi realizado pela profissional médica em cada criança a fim de identificar possíveis sinais ou sintomas sugestivos de agravos congênitos causados pelo vírus Zika.

A pesquisa está de acordo com os princípios éticos contidos na resolução 466/12. Foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e recebeu parecer favorável à sua execução, sob número 2.968.235 no mês de outubro de 2018.

3 RESULTADOS

As mães entrevistadas no presente estudo estavam dispersadas entre 18 localidades do município de Barreira – Ceará, totalizando 89 (100%) de mães e suas respectivas crianças, não tendo nenhum caso de mãe com filhos gemelares.

Acerca do tipo de parto, 41 (46%) mulheres tiveram parto normal, enquanto 48 (54%) tiveram parto abdominal (cesáreo), 42 (48%) delas apresentaram complicações durante o período gravídico-puerperal, enquanto 47 (52%) não apresentaram intercorrências. As intercorrências no parto foram: trabalho de parto prolongado (1%), pós-datismo (3%), anóxia perinatal (11%), oligodrâmnio (3%), hemorragia durante o trabalho de parto (1%), amniorrexe prematura (7%), parto distócico (8%), prematuridade (1%), síndrome de aspiração de mecônio (3%), pré-eclâmpsia (2%), meningocele (1%), depressão pós-parto (1%), reprodução transvaginal (1%), toxoplasmose (1%), diabetes mellitus gestacional (1%) e anemia (3%).

Vale ressaltar que das 89 crianças avaliadas, 5 (6%) tem 1 ano de idade, 27 (30%) tem 2 anos, 49 (55%) tem 3 anos e 8 (9%) tem 4 anos de idade, predominando, portanto, crianças com 3 anos de idade. Destas, 41 (47%) são do sexo feminino e 48 (53%) são sexo masculino, havendo uma predominância de pacientes do sexo masculino. Além disso, 69 (77%) das crianças já iniciaram a vida estudantil, enquanto 20 (23%) ainda não.

Ainda com relação às crianças, 18 (20%) apresentaram algum tipo de anormalidade, sendo estas categorizadas em: atraso na linguagem (05 ≅ 6%), distúrbio na fala (01 ≅ 1%), atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (01 ≅ 1%), transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (04 ≅ 5%), pé torto congênito (01 ≅ 1%), malformações ósseas (01 ≅ 1%), luxação do quadril (01 ≅ 1%), hidrocefalia (01 ≅ 1%), agitação psicomotora (01 ≅ 1%), déficit cognitivo (01 ≅ 1%) e autismo (01 ≅ 1%). Das alterações maternas encontradas, 5 (6%) das mães entrevistadas apresentaram rash cutâneo, destas, apenas 1 (1%) devido à Chikungunya.

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4 DISCUSSÃO

Existe uma relação de casos de anormalidades congênitas e infecção materna por ZIKV durante o período gestacional (VARGAS et al, 2016). A possibilidade de uma gestante infectada com ZIKV no primeiro trimestre ter um recém-nascido com microcefalia é de 6%, respectivamente, 0,5% no segundo e 0,4% no terceiro (PEREIRA et al, 2020).

Os Estados Unidos dispuseram das maiores taxas de defeitos congênitos fetais

possivelmente relacionados ao ZIKV (6%) (SHAPIRO-MENDOZA et al, 2017). No Brasil,

estado do Rio de Janeiro, essa taxa foi superior (42%) (BRASIL et al,2016), porém nem todas as gestantes incluídas na pesquisa possuíam confirmação laboratorial (ZIKV) e além disso, foram consideradas todas as anomalias congênitas e não unicamente microcefalia. Ao investigar a perspectiva de microcefalia, foram descobertos dois em 117 recém-nascidos

expostos ao ZIKV (1,7%) (BRASIL et al, 2016).

Em casos de suspeita e confirmação da infecção pelo ZIKV a atenção ao parto e nascimento não devem ser alteradas, reforçando que o parto abdominal pode elevar os riscos de complicações. Nesse contexto, a equipe de saúde multiprofissional tem um papel importante nessa orientação, esclarecendo sobre o parto normal e seus benefícios, em especial a equipe da atenção primária devido seu maior vínculo (BRASIL, 2015).

A atuação dos enfermeiros no acompanhamento da gestante e na consulta de Enfermagem pré-natal relacionada ao Zika vírus é de primordial importância, uma vez que assegura uma assistência de qualidade, contribuindo para a redução da morbimortalidade materno-fetal e para a prevenção e identificação de possíveis malformações congênitas, como a microcefalia e várias outras alterações físicas e/ou mentais (AFFINI, 2017).

Outra pesquisa realizada do estado do Pará, Brasil apresentou as seguintes complicações na gestação associadas a infecção pelo ZIKV, e em consequência disso, o parto: sete (11,66%) das gestações tiveram infecção no primeiro trimestre; dessas, duas (28,57%) chegaram ao parto a termo, sem complicações, com recém-natos saudáveis e sem malformações aparentes; quatro (57,14%) apresentaram aborto espontâneo; e uma (14,28%) apresentou descolamento prematuro de placenta (OLIVEIRA, 2016).

Corroborando com estudo atual, outra pesquisa relatou acerca das seguintes apresentações nas crianças: deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia, anomalias nos sistemas visual e auditivo, e também com distúrbios do comportamento, tais como: Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo, irritabilidade e choro excessivo. Afirmações que confirmam e/ou corroboram com os seguintes diagnósticos encontrados nesta

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.31061-31071 may. 2020. ISSN 2525-8761 pesquisa: Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, agitação psicomotora, déficit cognitivo e autismo (EICKMANN et al, 2016)

Inúmeros fetos e bebês apresentaram microcefalia grave, calcificações intracranianas e outras anormalidades cerebrais, algumas vezes, acompanhadas de alterações oculares, escalpo redundante, artrogripose e pé torto congênito. Todas estas alterações tiveram como aspecto comum a infecção viral por Zika no período gestacional, levando alguns autores a usar a terminologia: Síndrome Congênita pelo vírus Zika (SCZ) (RIBEIRO et al, 2017).

Desta forma, é notória a importância da realização de estudos que visem à sistematização das alterações físicas e neurológicas em crianças que possam vir a derivar da SCZ tanto no período gestacional como no parto, de forma a auxiliar à equipe de saúde multiprofissional no processo de elaboração estratégica e de implementação das intervenções de maneira precoce; e, consequentemente, na tarefa de atenuar os prejuízos funcionais futuros destas gestantes, mães e crianças, garantindo-as uma melhor qualidade de vida.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O vírus Zika, na atualidade, configura-se como uma emergência de saúde pública que demanda rápida resolubilidade, haja vista as repercussões causadas no desenvolvimento biopsicossocial das crianças que, durante seu período embrionário e fetal, tiveram suas mães acometidas com a infecção deste. Logo, é fundamental que as famílias sejam assistidas, do ponto de vista do cuidado ampliado; e que sejam acompanhados o crescimento e o desenvolvimento dessas crianças, garantindo habilitação/reabilitação e promovendo melhorias na qualidade de vida das mesmas.

Além disso, é importante enfatizar o papel do sistema de vigilâncias na identificação e na prevenção da Síndrome Congênita pelo vírus Zika, assim como de seus condicionantes. Ações que não devem ser centradas apenas no diagnóstico de microcefalia e no relato de exantema gravídico, mas também nas demais alterações que podem estar presentes e/ou relacionadas, como as que foram encontradas neste estudo, além da implementação de ações que objetivam a erradicação vetorial, viabilizando assim, a sistematização da sintomatologia atrelada à supracitada síndrome, e corroborando à atenuação das complicações a ela associadas.

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AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira por ter financiado este projeto, ao município Barreira - Ceará juntamente com as mulheres e crianças moradoras do município que participaram possibilitando a realização dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS

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Referências

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