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O USO DE ANIMAÇÕES INTERATIVAS NO ENSINO DOS CONCEITOS DA ENERGIA MECÂNICA

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Academic year: 2020

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O USO DE ANIMAÇÕES INTERATIVAS NO ENSINO DOS CONCEITOS

DA ENERGIA MECÂNICA

THE USE OF INTERACTIVE ANIMATIONS IN TEACHING THE CONCEPTS OF MECHANICAL ENERGY

Waltrudes Everton Sanches

Universidade Cruzeiro do Sul/ waltrudeseverton@hotmail.com

Juliano Schimiguel

Universidade Cruzeiro do Sul/ schimiguel@gmail.com

RESUMO

Este trabalho se propôs a verificar se o uso de animações interativas computacionais, na função de organizadores prévios, pode favorecer os processos de ensino e aprendizagem dos conceitos da energia mecânica. Para tanto, foi desenvolvida uma animação interativa, denominada Energia no Bate – Estaca, e empregado um estudo que avaliou a influência da utilização desse recurso junto a alunos de uma escola pública de Ensino Médio. Os resultados obtidos sugerem que o uso de animações interativas como organizadores prévios é uma alternativa válida e eficaz para favorecer o processo ensino-aprendizagem dos conceitos da Energia Mecânica.

Palavras-chave: Animação Interativa. Simulação. Energia. Ensino da Física. Abstract

This study proposes to determine whether the use of interactive computer animations, in the role of previous organizers, may favor the processes of teaching and learning of the concepts of mechanical energy. To that end, we developed an interactive animation, called the Energia no Bate – Estaca, and employed a study that evaluated the influence of the use of this feature with students from a public school high school. The results obtained suggest that the use of interactive animations as previous organizers is feasible and effective to promote the teaching-learning process of the concepts of mechanical energy. Keywords: Animation Interactive. Simulation. Energy. Teaching of Physics.

Introdução

Trabalhos como os de Tavares e Santos (2003), Balen e Netz (2005) e Borcelli e Costa (2008) e Costa et al (2010) apontam que o uso de recursos da informática como ferramentas didáticas, pode trazer significativos benefícios aos processos de ensino e aprendizagem em Ciências.

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Esta pesquisa se propôs a verificar se o uso de animações interativas computacionais, na função de organizadores prévios, pode favorecer os processos de ensino e aprendizagem dos conceitos da energia mecânica.

As animações interativas, investigadas aqui quanto a sua eficácia no papel de organizadores prévio, são, segundo Borcelli e Costa (2008), filmes de computação gráfica que permitem ao usuário interagir, alterando determinados parâmetros, durante a simulação de um evento específico. Esses autores ainda acrescentam que este recurso seria capaz de permitir ao aluno: “interagir, através da manipulação de variáveis que alteram o resultado final da simulação, possibilitando a visualização de situações que dificilmente seriam acessíveis em laboratórios didáticos” (BORCELLI; COSTA, 2008, p. 2). Quanto aos organizadores prévios, Rosa (2010) explica que os conceitos subsunçores, aos quais os novos conceitos devem se conectar para que tenhamos uma aprendizagem significativa, vão sendo construídos ao longo do desenvolvimento do sujeito em constante interação com o meio. No entanto, no âmbito escolar, o professor não pode depender unicamente da formação espontânea desses elementos na estrutura cognitiva como modo a viabilizar o ensino. Uma solução para possibilitar a aprendizagem significativa de conteúdos onde os alunos ainda não reúnem os necessários subsunçores consiste na utilização dos Organizadores Prévios. Rosa (2010) explica que: “Estas ferramentas são uma tentativa de prover a ponte necessária entre a estrutura cognitiva atual e a estrutura do material instrucional que se está querendo ensinar”(p.105).

Tavares e Santos (2003), definem o papel dos organizadores prévios como: [...] um recurso proposto por Ausubel empregado para deliberadamente manipular a estrutura cognitiva dos alunos, a fim de que sejam desenvolvidos conceitos subsunçores, capazes de facilitar a aprendizagem significativa dos assuntos a serem ainda apresentados (p.3).

O destaque dado ao tema da energia neste trabalho justifica-se pelo fato do mesmo ser notoriamente relevante e está presente em todos os processos ali discutidos. A lei da conservação da energia, por exemplo, é apresentada por Feynman (2001), como uma lei que governa todos os fenômenos naturais conhecidos até hoje. Kantor (2010) acrescenta que não é possível imaginar uma única situação do cotidiano onde a energia não esteja presente. Assim, a compreensão dos fundamentos básicos envolvidos no estudo da energia é absolutamente imprescindível para que o aluno tenha o correto entendimento dos princípios que regem os fenômenos naturais, presentes no cotidiano e dos processos utilizados no mundo produtivo.

A aprendizagem significativa

A aprendizagem significativa é o conceito central da teoria criada por Ausubel (1918-2008), médico especializado em psiquiatria e Professor da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Ocorre quando as novas idéias se relacionam de forma não-arbitrária e substantiva com as idéias já existentes na estrutura cognitiva do sujeito. A primeira dessas duas condições indica que o novo conceito deve ser disposto de forma

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lógica e coerente na estrutura cognitiva do indivíduo. A segunda, que se refere à necessidade dos novos conceitos serem incluídos de forma substantiva. Präss, (2008) explica que isto significa que o aluno deve apreender o sentido e o significado daquilo que se ensinou. Borcelli e Costa (2008), explicam que na aprendizagem significativa, “informações mais específicas são ligadas a conceitos mais gerais e inclusivos relacionados a esta informação. Estes conceitos pré-existentes servem como ponto de ancoragem para a nova informação” (p. 3)

Aos conceitos pré-existentes na estrutura cognitiva do indivíduo, aos quais são conectados os novos, Ausubel (2003), denomina subsunçores. Rosa (2010), afirma que, quando o indivíduo incorpora novos conceitos sem que estes se liguem a um ou mais subsunçores, então se diz que está havendo aprendizagem mecânica.

Neste tipo de aprendizagem as novas idéias não estabelecem uma relação lógica e coerente com os conceitos já presentes na estrutura cognitiva do indivíduo, mas são apenas armazenadas de forma arbitrária e desconexa. Quando o processo ocorre dessa forma, além declaro prejuízo para a longevidade do que é aprendido, em razão da falta de estabilidade da estrutura, o aprendizado não será substantivo.

Präss (2008), explicando as conseqüências dessa falta de substantividade desse aprendizado, afirma:

Como conseqüência dessa não flexibilidade (o aprendizado não é substantivo), o indivíduo não é capaz de expressar o novo conteúdo com linguagem diferente daquela com que este material foi primeiramente aprendido. De fato, ele não aprendeu o significado, o sentido do novo material, mas tão-somente decorou a seqüência de palavras que o definia. Por conta disso, ele será incapaz de utilizar este conhecimento em contexto diferente daquele no qual fora primeiramente apresentado a estes conceitos/ idéias (p.29).

Apesar de Ausubel ter destacado as amplas vantagens da aprendizagem significativa em relação à mecânica, ele afirmava que no processo ensino-aprendizagem de determinados conteúdos havia circunstâncias em que a aprendizagem mecânica era necessária e inevitável.

Os subsunçores vão sendo construídos ao longo do desenvolvimento do organismo em constante interação com o meio. No entanto, segundo Rosa (2010), no âmbito escolar, o professor não pode depender unicamente da formação espontânea desses elementos na estrutura cognitiva de modo a viabilizar o ensino. Uma solução para possibilitar a aprendizagem significativa de conteúdos onde os alunos ainda não reúnem os necessários subsunçores consiste na utilização dos Organizadores Prévios.

Segundo Tavares e Santos (2003), os organizadores prévios são materiais introdutórios que são apresentados antecipadamente e se caracterizam por apresentar um grau de generalidades e de inclusividade em um nível superior ao material principal que será apresentado em seguida. Esses organizadores, estruturados em diversos formatos como textos escritos, figuras, discussões, filmes ou outros, são empregados para “deliberadamente manipular a estrutura cognitiva dos alunos, a fim de que sejam

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desenvolvidos conceitos subsunçores, capazes de facilitar a aprendizagem significativa dos assuntos a serem ainda apresentados” (Tavares e Santos, 2003, p.3).

A teoria de Ausubel foi eleita como fundamentação deste trabalho, por apontar o distanciamento entre os conceitos presentes na estrutura cognitiva do aluno em relação ao que precisa aprender, como um dos principais problemas para que ocorra a aprendizagem significativa sobre um dado tema. Para atacar esse problema, segundo Rosa (2010), Ausubel propõe o uso de organizadores prévios que, a exemplo do é feito nos trabalhos Tavares e Santos (2003) e Borcelli e Costa (2008), tem aqui o seu papel desempenhado por uma animação interativa.

Metodologia

Este pesquisa foi desenvolvida no ano de 2011 em uma escola da rede pública estadual de ensino de São Luis. Foi considerado como a população, o conjunto composto pelos 1650 alunos matriculados no Ensino Médio, nos três turnos, em 2011 nessa escola.

Os instrumentos de coleta empregados nesta investigação, assim como em Tavares e Santos (2003), Balen e Netz (2005) e Borcelli e Costa (2008), foram testes contendo questões que, neste trabalho, abordavam os conceitos da energia mecânica.

A variável dependente que se buscou mensurar foi a média dos escores obtidos pelos grupos em cada etapa da pesquisa. O emprego da animação interativa foi tomado como a variável independente a ser manipulada.

Para verificar a influência da manipulação da variável independente sobre as médias dos escores dos grupos, foi usado o método da diferença ou plano clássico da prova das hipóteses o qual, de acordo com Lakatos e Marconi (2008), estabelece que:

Se em um caso, no qual aparece o fenômeno que se investiga e em outro caso, no qual não aparece, as circunstâncias são todas comuns, exceto uma, apresentando-se essa no primeiro, a circunstância única pela qual ambos os casos diferem é o efeito, ou a causa, ou uma parte indispensável do dito fenômeno. (p. 233).

Para viabilizar esse plano de prova das hipóteses, as autoras acima destacam que este método exige dois grupos semelhantes entre si. Um deles é denominado experimental e é nele que manipularemos a variável independente. O outro, denominado grupo controle, passará por todas as etapas a que foi submetido o grupo experimental, excetuando-se apenas aquela onde a variável independente será manipulada.

Para determinar o tamanho N dos grupos, foram empregados os procedimentos da estatística da amostragem e da estimação, descrita em Spiegel (1985). Segundo esse autor, como as medidas de dispersão dos valores das médias são desconhecidos na população, devemos realizar inicialmente uma pesquisa piloto com um número de participantes N ≥ 30, situação em que esse autor garante que a distribuição amostral das médias se aproxima de uma distribuição normal. A pesquisa piloto, realizada com 35 alunos escolhidos aleatoriamente, cumpriu o propósito de estimar o desvio padrão das médias dos escores na população. Com base nessa estimativa, no tamanho da população

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e no limite de confiança, foi encontrado o valor para N de 38,77. Esse valor, conforme se extrai de Spiegel (1985), corresponde ao tamanho mínimo das amostras capaz de garantir que estamos 99% certos de que a diferença entre as médias dos escores da população e das amostras não é superior a 1. Assim, o grupo, denominado grupo experimental A, foi composto por 52 alunos, e outro, denominado grupo controle B, por 54 alunos.

A metodologia empregada envolveu quatro etapas, sendo que a primeira, denominada etapa diagnóstica, tem uma dupla função: servir de parâmetro inicial para que se possam estabelecer comparações com os resultados finais e, a partir disso submeter as hipóteses ao método de prova descrito anteriormente, como também identificar os conhecimentos prévios dos alunos para orientar o planejamento da etapa das aulas expositivas.

Nesta primeira etapa e na última, a exemplo do ocorre em Balen e Netz (2005), as questões foram corrigidas segundo o seguinte critério: As respostas foram classificadas como CT – compreensão total, quando o aluno respondeu de acordo com o modelo aceito pelo formalismo da Física; CP – Compreensão Parcial, quando a resposta foi parcialmente correta, apresentando falhas nos conceitos ou no tratamento matemático empregado. CE, concepção errônea; quando o aluno respondeu utilizando argumentos inadequados ou quando o estudante não respondeu. As questões 1, 2, 3, 5, 7 e 11, objetivas, só admitem as classificações CT ou CE. O total de acertos dos alunos foi denominado escore que foi obtido da seguinte forma: CT vale 1,0, CP vale 0,5 e CE, 0.

A segunda etapa desta pesquisa, aplicada somente ao grupo experimental A, consiste no emprego de animações interativas como organizadores prévios, para introduzir conceitos sobre a Energia Mecânica.

Nesta etapa, o grupo pesquisado primeiramente assistiu a um pequeno vídeo caseiro sobre montanha russa1. O propósito desse vídeo é despertar o interesse do aluno para o que vai ser tratado e criar um ambiente onde ele esteja mais motivado a conectar os novos conceitos à sua estrutura cognitiva. Como essa é, segundo Rosa (2010), uma condição incontornável para que ocorra a aprendizagem significativa na teoria de Ausubel, a apresentação de vídeos, como o que é mostrado através do link acima, tem uma destacada relevância neste trabalho. Em seguida, foi apresentada ao grupo a animação interativa utilizada nesta pesquisa: a Energia no Bate-estaca (figura 1), uma animação desenvolvida no âmbito deste trabalho.

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Figura 1 – Tela da animação interativa Energia no Bate-Estaca Fonte: Próprio Autor

Essa animação, que aborda conceitos sobre Energia Mecânica, foi desenvolvida em linguagem VB, no ambiente Visual Basic 6 da Microsoft. Nela podemos simular o processo de transformação de energia que ocorre em um bate-estaca, equipamento que, em função das várias construções em andamento em São Luís, são vistos pelos alunos em vários pontos da cidade. Para as simulações, determinamos a altura da qual o martelo será abandonado, a aceleração da gravidade local, a massa do martelo e podemos decidir também se queremos considerar ou não a resistência do ar.

Quando é iniciada a simulação, o aluno pode acompanha a evolução temporal da altura e velocidade do martelo assim como da energia cinética e da energia potencial gravitacional disponível no sistema.

A opção pelo desenvolvimento de nossa própria animação decorreu do fato das opções disponíveis nos repositórios não apresentarem um grau de interatividade adequado para condições que o trabalho demandava.

Os alunos foram então orientados a explorar esta animação começando pela Ajuda, que mostra como estabelecer os parâmetros iniciais para produzir as simulações. Em seguida, o grupo foi estimulado a ler e resolver as questões que a animação propõe, através de simulações realizadas no próprio programa.

Na terceira etapa, todos os alunos dos grupos A e B receberam aulas expositivas de revisão sobre os conceitos da Energia Mecânica.

Na última etapa, os dois grupos, A e B, foram novamente avaliados pelo mesmo questionário da etapa inicial e os resultados do grupo A formam confrontados com os dados anteriores desse mesmo grupo e com os dados obtidos do grupo controle B nessa última etapa.

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Resultados

Inicialmente, para nos certificarmos que as duas amostras representam os parâmetros de uma mesma população, foi realizado o teste t de Student para comparação das médias de duas amostras independentes. Na tabela a seguir, são mostrados os resultados dos dois grupos, obtidos na Etapa Diagnóstica, que foram utilizados para verificar se os grupos representam a mesma população e para estabelecer comparações com os resultados da Etapa de Verificação.

Tabela 1 – Grupos A e B, Etapa Diagnóstica, médias e dispersão. Grupo Etapa Tamanho

N Nº Quest Escore Min Escore Max Méd D. Pad. s Variância s² A Diagnóstico 52 15 0 11 2,88 2,53 6,42 B Diagnóstico 54 15 0 9,5 2,37 2,08 4,33

Fonte: Próprio Autor

Inicialmente, segundo Morcillo (2004), deve-se confirmar a semelhança estatística entre variâncias encontradas nos dois grupos antes de proceder a comparação entre as médias. O valor sA²/ sB², que corresponde à razão entre as variâncias dos dois grupos, foi comparado com o coeficiente encontrado na Tabela de valores críticos de F ao nível de 5% (Bilateral). Usou-se (NA-1) e (NB-1) como graus de liberdade para numerador e denominador respectivamente. Foram construiu-se duas hipóteses: H0, que assume sA² = sB² e H1 que assume sA² ≠ sB².

Com base no julgamento das hipóteses acima, concluiu-se que as estatísticas das amostras A e B, obtidas na etapa diagnóstica, apresentam variâncias iguais. Sendo assim, procedeu-se a comparação das médias.

Para comparar as médias dos dois grupos, calculou-se primeiramente a melhor estimativa da variância populacional, o erro padrão e, em seguida, o parâmetro t de

Student. Esse valor de t foi então comparado com o t crítico, obtido na tabela de

distribuição de t de Student, considerando NA+NB-2 graus de liberdade a uma significância de 5%. Como t ficou fora da região de rejeição de H0, hipótese que assumia a igualdade entre as médias, podemos concluir que as médias dos escores mA e mB são iguais e os dois grupos representam portanto a mesma população.

Na Etapa de Verificação, comparamos os resultados obtidos do grupo A, nos dois momentos, para confirmar se realmente houve avanço estatisticamente significativo nas médias dos escores desse grupo. Além disso, a média do grupo A foi comparada com a média final do grupo controle B para verificar se o eventual incremento na média de A não seria produto unicamente das aulas expositivas a que os dois grupos tiveram acesso na terceira etapa desta pesquisa. Aplicou-se nessa etapa o teste t de Student para amostras pareadas.

A seguir são mostrados os resultados dos dois grupos, obtidos na etapa de verificação. Estes dados foram utilizados para verificar se houve alteração estatisticamente importante na média do grupo A e também para verificar, através do

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confronto com os dados do grupo controle, se as alterações na média do grupo A não teriam sido produzidas ainda que este grupo não tivesse passado pela etapa do uso da animação como organizador prévio.

Tabela 2 – Grupos A e B, Etapa de Verificação, médias e dispersão. Grupo Etapa Tamanho

NA Nº Quest Escore Min Escore Max MédA D. Pad. sA Variância sA² A Verificação 52 15 2,5 12 5,02 2,79 7,81 B Verificação 54 15 1 13 3,62 2,71 7,34

Fonte: Próprio Autor

Inicialmente, para comparar as médias do grupo A, na etapa diagnóstica e na etapa de verificação, definimos Di como a diferença entre as médias de cada elemento do grupo A, antes e depois do processo.

Na construção das hipóteses, definimos H0 como a hipótese que assume que as médias do grupo A, nas duas etapas, são iguais, ou que a média final de A é menor que a sua média inicial. A outra hipótese, H1, assume que a média final de A é maior que a inicial. Comparando o valor t crítico, encontrado na tabela, considerando (NA-1) graus de liberdade, com o valor de t, calculado, observou-se que este último cai na área de rejeição de H0, e logo, devemos concluir que ocorreu um aumento na média do grupo A.

As hipóteses, para a comparação das médias finais dos dois grupos foram: H0, que assume que as médias dos dois grupos são iguais e H1 que assume que a média final do grupo A é superior a média final do grupo B. O valor calculado para t, fica além do limite estabelecido pelo valor de t crítico, obtido na tabela de distribuição de Student. Assim, H0 foi rejeitada e concluiu-se que a média final de A é estatisticamente superior a média final de B.

Conclusão

O grupo controle B, embora não tenha passado pela etapa do uso das animações interativas, apresentou avanço na média na etapa de verificação em relação à etapa diagnóstica. Isto pode ser explicado pelo fato do grupo controle B, apesar de não exposto à variável independente, assim como o grupo A, recebeu aulas expositivas sobre o tema. A etapa das aulas expositivas foi adotada neste trabalho como variável controle, à qual os dois grupos foram expostos.

Como as médias dos dois grupos eram inicialmente iguais, e o processo ao qual foram submetidos diferiu pelo fato de somente o grupo A ter passado pela etapa de utilização das animações interativas, é possível concluir que a superioridade da média final de A em relação à do grupo B, foi conseqüência do uso das animações interativas.

Evidentemente, outras variáveis como as diferenças de motivação dos grupos, que não são consideradas ou isoladas nesta metodologia, podem trazer implicações importantes aos resultados da pesquisa. Ainda assim, como estes resultados confirmam

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vários outros já anteriormente mencionados, consideramos possível concluir que as animações interativas, na função de organizadores prévios, podem favorecer os processos de ensino e aprendizagem dos conceitos da energia mecânica.

Considerando a importância desse tema para o ensino de Ciências, julgamos que merece ser considerada a possibilidade de desenvolvimento de trabalhos semelhantes empregando, no entanto, recursos computacionais com uma orientação teórica diferente, como tutoriais ou jogos.

Referências

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Imagem

Figura 1 – Tela da animação interativa Energia no Bate-Estaca  Fonte: Próprio Autor

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