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Análise do desempenho dos agentes de distribuição diante das regras de contratação de energia elétrica instituídas pelo modelo do setor elétrico

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Academic year: 2021

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(1)Universidade de Brasília Departamento de Economia. MESTRADO EM REGULAÇÃO E GESTÃO DE NEGÓCIOS. ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DIANTE DAS REGRAS DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA INSTITUÍDAS PELO MODELO DO SETOR ELÉTRICO. CARLOS EDUARDO GUIMARÃES DE LIMA. Brasília 2011.

(2) Universidade de Brasília Departamento de Economia. MESTRADO EM REGULAÇÃO E GESTÃO DE NEGÓCIOS. ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DIANTE DAS REGRAS DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA INSTITUÍDAS PELO MODELO DO SETOR ELÉTRICO. CARLOS EDUARDO GUIMARÃES DE LIMA. Dissertação apresentada à Universidade de Brasília, Departamento de Economia, para obtenção do título de Mestre em Regulação e Gestão de Negócios. Orientador: José Guilherme de Lara Resende. Brasília 2011.

(3) CARLOS EDUARDO GUIMARÃES DE LIMA. ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DIANTE DAS REGRAS DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA INSTITUÍDAS PELO MODELO DO SETOR ELÉTRICO. Dissertação aprovada como requisito para a obtenção do título de Mestre em Regulação e Gestão de Negócios, do Programa de Pós-Graduação em Economia – Departamento de Economia da Universidade de Brasília, por intermédio do Centro de Estudos em Regulação de Mercados - CERME. Comissão Examinadora formada pelos membros:. Prof. Dr. José Guilherme de Lara Resende Presidente e Orientador. Dr. Fábio Stacke Silva Membro da Banca. Dr. Igor Alexandre Walter Membro da Banca. Brasília, 19 de março de 2011..

(4) FICHA CATALOGRÁFICA. LIMA, Carlos Eduardo Guimarães Análise do Desempenho dos Agentes de Distribuição Diante das Regras de Contratação de Energia Elétrica instituídas pelo Modelo do Setor Elétrico, 2011. 140p. Dissertação: Mestrado Profissional em Regulação e Gestão de Negócios (Área: Economia) Orientador: José Guilherme de Lara Resende, Ph.D. 1. Desempenho dos Agentes de Distribuição 2. Contratação de Energia Elétrica 3. Modelo do Setor Elétrico I. Universidade de Brasília II. Título: Mestre. Cessão de Direitos NOME DO AUTOR: Carlos Eduardo Guimarães de Lima TITULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL: Análise do Desempenho dos Agentes de Distribuição Diante das Regras de Contratação de Energia Elétrica instituídas pelo Modelo do Setor Elétrico. GRAU/ANO: Mestrado/2011. É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de mestrado profissional e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos ou científicos. O autor reserva direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser reproduzida sem autorização por escrito do autor..

(5) Para meus queridos pais Paulo e Zeneide, minha irmã Adriana e meus amores Eulália e Lucas, por todo apoio e confiança..

(6) Agradecimentos. Primeiramente a Deus, pela vida. Aos meus pais pelo carinho e educação a mim passados sempre. À minha irmã que sempre esteve ao meu lado me transferindo coragem. À Eulália e ao Lucas pelo carinho e pela compreensão de minhas ausências rotineiras nos passeios da família. Ao professor José Guilherme de Lara Resende, pela dedicação, paciência e eficiência na orientação desse trabalho. A todos os professores do mestrado pelo incentivo constante para meu aprimoramento profissional Aos colegas da ANEEL, que com paciência, buscavam respostas aos meus rotineiros questionamentos. Aos colegas de curso pela amizade, convivência e partilha. À Agência Nacional de Energia Elétrica, que por meio de seu programa de capacitação me forneceu ajuda financeira e suporte para cursar esse mestrado. Aos meus familiares que sempre estiverem ao meu lado contribuindo e me incentivando a prosseguir na minha busca de um maior desenvolvimento pessoal..

(7) Os dados apresentados neste trabalho foram obtidos a partir de fontes públicas e procuram respeitar o sigilo industrial das empresas a que se referem. São apresentados como ilustração de cálculos reais e não devem servir para análise de investimentos e risco. Nenhum dos dados apresentados foi fornecido por qualquer uma das empresas citadas nem advém de consultas às empresas ou de qualquer outra fonte interna..

(8) Resumo O objetivo desse trabalho é analisar o desempenho dos vinte e cinco (25) agentes mais representativos do mercado de distribuição de energia elétrica, diante das regras de contratação de energia, instituídas pelo modelo do setor elétrico, no período entre 2005 e 2010. Para isto, foi construída uma estrutura de cálculo para a determinação dos níveis de contratação e das perdas financeiras por subcontratação, sobrecontratação e penalidades, utilizando base de dados montada, predominantemente, por informações públicas de contabilizações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Desta maneira, foi possível avaliar a influência das regras de contratação no resultado dessas perdas financeiras, como também realizar simulações alterando o nível máximo de 103% de sobrecontratação com direito de repasse às tarifas. Adicionalmente, foi realizada a simulação do impacto médio nas tarifas de energia elétrica dos agentes selecionados, motivado pelo repasse do custo da sobrecontratação prevista na regulamentação. Diante dos resultados e simulações encontrados, concluiu-se que os mecanismos de mitigação de risco dos agentes de distribuição, presentes nas regras de contratação, reduzem consideravelmente o volume de perdas financeiras.. Palavras-chave: Modelo do Setor Elétrico, Comercialização de Energia Elétrica, Contratação de Energia Elétrica, Leilões de Energia, Desempenho dos Agentes de Distribuição..

(9) Abstract. The aim of this report is analysing the performance of twenty five (25) most representative agents of the electric power distribution market, in face of the rules of energy contracting, instituted by the electric power sector model, from 2005 to 2010. With this purpose, a calculation structure was built to determine the levels of contracting and financial loss due to under-contracting, on-contracting and penalties, using the database established, mainly, on public information about accountabilities of Electric Power Commercialization Chamber (CCEE). Therefore, it was possible to evaluate the contracting rules on the results of these financial losses, as well as make simulations altering the maximum level of 103% of under-contracting with the right to pass to the rates. In addition, a simulation of the average impact on the energy rates of the selected agents was undertaken, motivated by the pass of the on-contraction cost previewed on the regulation. Taking the results and simulations found into account, it is concluded that the mechanisms of agent risk distribution mitigation, present on the contracting rules, reduce considerably the volume of financial losses.. Keywords: Electric Power Model, Commercialization of Electric Power, Electric Power Contracting, Energy Auctions, Performance of Distribution Agents..

(10) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 12 1.1 REFORMA E REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ...................................................... 12 1.2 OBJETIVO DA DISSERTAÇÃO................................................................................................................ 17 1.3 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ....................................................................................................... 18 2. A COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ........................................................................................ 18 2.1 SÍNTESE INTRODUTÓRIA (CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA) ...................................................... 18 2.2 AMBIENTE DE CONTRATAÇÃO REGULADA (ACR) ................................................................................ 19 2.2.1 MECANISMOS DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO ACR ..................................................... 20 2.2.1.1 LEILÕES DE ENERGIA ...................................................................................................................... 21 2.2.1.3. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ................................................................................................................. 26 2.2.2 O MERCADO DE CURTO PRAZO- MCP ................................................................................................ 26 2.2.3 MANUTENÇÃO NOS CONTRATOS DE ENERGIA ELÉTRICA ................................................................... 29 2.2.4 REPASSE DOS CUSTOS DE COMPRA DE ENERGIA ELÉTRICA PARA AS TARIFAS .................................... 29 2.4 PENALIDADES POR INSUFICIÊNCIA DE COBERTURA CONTRATUAL ...................................................... 32 2.5 PERDAS FINANCEIRAS POR SUB E SOBRE CONTRATAÇÃO ................................................................... 36 3. ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA CONTRATAÇÃO DE ENERGIA .............................................................................................................................................. 39 3.1 PREMISSAS ADOTADAS ....................................................................................................................... 39 3.1.1 AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DOS DADOS .......................................................................................... 39 3.1.2 SELEÇÃO DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO ........................................................................................ 40 3.1.3 SIMPLIFICAÇÕES REALIZADAS NOS CÁLCULOS ................................................................................... 41 3.2 METODOLOGIA PROPOSTA ................................................................................................................. 41 4. RESULTADOS......................................................................................................................................... 43 4.1 PRECIFICAÇÃO DAS PENALIDADES ...................................................................................................... 43 4.2 PERÍODOS SUJEITOS ÀS PERDAS POR SUB E SOBRECONTRATAÇÃO .................................................... 52 4.3. PERDAS SIMULADAS POR SUB E SOBRECONTRATAÇÃO ..................................................................... 54 4.4. SIMULAÇÃO DO EFEITO DA VARIAÇÃO DO LIMITE DE SOBRECONTRATAÇÃO NAS PERDAS FINANCEIRAS DOS AGENTES ..................................................................................................................... 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................. 60 ANEXO A – DETALHAMENTO DA DETERMINAÇÃO DE VARIÁVEIS UTILIZADAS NO CÁLCULO DAS PERDAS FINANCEIRAS POR SUB E SOBRECONTRATAÇÃO ......................................................................................... 63 ANEXO B – DETALHAMENTO DOS RESULTADOS DAS PERDAS FINANCEIRAS POR SUB E SOBRECONTRATAÇÃO ................................................................................................................................................................. 66.

(11) LISTA DE TABELAS TABELA 1 – MUDANÇAS OCORRIDAS NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ........................................................ 13 TABELA 2– HISTÓRICO DE REGULAMENTOS RELATIVOS À PENALIDADE ........................................................ 33 TABELA 3– AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO SELECIONADOS PARA ANÁLISE........................................................ 40 TABELA 4– RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2005 ..... 44 TABELA 5– RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2006 ..... 45 TABELA 6– RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2007 ..... 46 TABELA 7 – RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2008 .... 47 TABELA 8 – RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2009 .... 49 TABELA 9 – RESULTADOS DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS – ANO DE 2010 ..... 50 TABELA 10 – RESUMO DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E DAS PENALIDADES APURADAS GLOBAIS .................... 51 TABELA 11– PERDAS FINANCEIRAS GLOBAIS SIMULADAS COM PENALIDADES NÃO AJUSTADAS (R$) ............ 54 TABELA 12– PERDAS FINANCEIRAS GLOBAIS SIMULADAS COM PENALIDADES AJUSTADAS (R$) ................... 55 TABELA 13 – EFEITO DA VARIAÇÃO DO LIMITE DE SOBRECONTRATAÇÃO NAS PERDAS FINANCEIRAS GLOBAIS DE SOBRECONTRATAÇÃO (R$) ........................................................................................................... 55. LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1: MODELO INSTITUCIONAL DO SETOR ELÉTRICO............................................................................ 14 FIGURA 2 – AMBIENTES DE CONTRATAÇÃO ................................................................................................. 19 FIGURA 3 – RELAÇÕES CONTRATUAIS NOS AMBIENTES DE CONTRATAÇÃO .................................................. 20 FIGURA 4 – RESUMO DOS LEILÕES REGULADOS DE ENERGIA ELÉTRICA. ........................................................ 23 FIGURA 5 – CONTABILIZAÇÃO DAS DIFERENÇAS.......................................................................................... 27 FIGURA 6 - DILEMA DO OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO ......................................................... 28 FIGURA 7– PLDS MÉDIOS MENSAIS POR SUBMERCADO EM R$/MWH ............................................................ 28 FIGURA 8 – RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO E AS POSSÍVEIS PERDAS FINANCEIRAS .................. 38 FIGURA 9 - FLUXOGRAMA SINTÉTICO DA METODOLOGIA PROPOSTA.............................................................. 42 FIGURA 10 - HISTÓRICO DOS PLD_DIS E DOS VR EM R$/MWH ................................................................... 43 FIGURA 11– PERCENTUAL DO Nº DE AGENTES SELECIONADOS E SEUS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO – 3 FAIXAS ... 51 FIGURA 12 – PERCENTUAL DO Nº DE AGENTES SELECIONADOS E SEUS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO – 2 FAIXAS ... 52 FIGURA 13– HISTÓRICO DE PLD MED SE/CO (R$/MWH) E DO VR (R$/MWH)............................................. 53 FIGURA 14– HISTÓRICO DE PLD MED SE/CO (R$/MWH) E DO CUSTO MÉD_SOBRE (R$/MWH) .................... 53.

(12) LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES. ACL – Ambiente de Contratação Livre ACR – Ambiente de Contratação Regulada ANEEL – Agência Nacional de Energia elétrica CCD - Contratos de Conexão ao Sistema de Distribuição CCEAR – Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCT - Contratos de Conexão ao Sistema de Transmissão CMSE - Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CNPE – Conselho Nacional de Política Energética CUSD - Contrato de Uso do Sistema de Distribuição CUST - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão EPE - Empresa de Pesquisa Energética GD - Geração Distribuída MAE - Mercado Atacadista de Energia Elétrica, atual CCEE MCSD - Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits MCP – Mercado de Curto Prazo MME – Ministério de Minas e Energia PLD – Preço de Liquidação das Diferenças Projeto RE-SEB - Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico VR – Valor Anual de Referência.

(13) 12. 1. INTRODUÇÃO 1.1 REFORMA E REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO. Segundo ROSA et al. e TOLMASQUIM et al, citados por SOUZA (2008, p.2): No Brasil, a reforma do setor elétrico foi iniciada em 1992, a partir de um processo de privatizações das empresas federais, após o setor apresentar um longo período de crescimento no curso das décadas de 60 e 70, com concessionárias verticalizadas e estatais, e começar a sofrer problemas com o modelo tradicional ao longo de toda a década de 80. (Rosa et al. 1998 apud Souza, 2008, p. 2) (Tolmasquim et al. 2002 apud Souza, 2008, p. 2). Com as privatizações, motivadas pelos problemas do modelo até então vigente, foi implantado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em 1996, o Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (Projeto RE-SEB). Dentre as principais conclusões do (Projeto RE-SEB), destacam–se: (i) a necessidade de incentivar a livre competição nos segmentos de geração e comercialização, e (ii) a necessidade de manter sob regulação os setores de distribuição e transmissão de energia elétrica, considerados monopólios naturais, sob regulação do Estado. Foi concebido, então, um modelo de setor elétrico mais aberto, mais dinâmico e mais atraente para os investidores externos. No entanto, essa dinâmica de livre mercado se mostrou ineficiente para garantir a expansão e a segurança do suprimento, ocasionando, em 2001, o racionamento. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) “Esse acontecimento gerou uma série de questionamentos sobre os rumos que o setor elétrico estava trilhando. Visando a adequar o modelo em implantação, foi instituído em 2002 o Comitê de Revitalização do Modelo do Setor Elétrico1, cujo trabalho resultou em um conjunto de propostas de alterações no setor elétrico brasileiro.” (CCEE, 2010) Entre os anos de 2003 e 2004, o Governo Federal fomenta e inaugura um novo modelo para o Setor Elétrico Brasileiro, amparado pelas Leis nº 10.847 e 10.848, de 15 de março de 2004 e pelo Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, no qual os agentes de distribuição devem atender a totalidade do seu mercado de energia elétrica com contratos oriundos de leilões regulados, ficando vedadas as futuras negociações na forma de contratos bilaterais. 1. materializado nos Relatórios de Progresso..

(14) 13. A Tabela 1 traz um resumo das principais mudanças ocorridas no setor elétrico nos últimos anos. Tabela 1 – Mudanças ocorridas no Setor Elétrico Brasileiro Modelo de Livre Mercado. Modelo Antigo (até 1995). Novo Modelo (2004). (1995 a 2003). Financiamento através de recursos Financiamento públicos. através. de Financiamento. recursos públicos e privados Empresas. divididas. atividade:. Empresas verticalizadas. por. distribuição. e. comercialização Empresas. predominantemente Abertura. Estatais. e. ênfase. -. comercialização Consumidores. Consumidores Cativos. Empresas. divididas. geração,. transmissão,. por. atividade: distribuição,. comercialização, importação e exportação.. Privadas. Competição Competição na geração e. inexistente. recursos. na Convivência entre Empresas Estatais e. privatização das Empresas. Monopólios. de. públicos e privados. geração,. transmissão,. através. Livres. e. Cativos. Competição na geração e comercialização. Consumidores Livres e Cativos No ambiente livre: Preços livremente. Tarifas reguladas em todos os Preços livremente negociados negociados na geração e comercialização. segmentos. na geração e comercialização. No ambiente regulado: leilão e licitação pela menor tarifa. Mercado Regulado Planejamento Grupo. Determinativo. Coordenador. Planejamento. Convivência entre Mercados Livre e. Mercado Livre. dos. do. Sistemas. Elétricos (GCPS). Regulado. Planejamento Indicativo pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Planejamento pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Contratação: 85% do mercado Contratação: 100% do Mercado. (até. agosto/2003). e. 95% Contratação: 100% do mercado + reserva. mercado (até dez./2004) Sobras/déficits energético. do rateados. balanço entre. compradores. Fonte: CCEE, 2010 (modificado). Sobras/déficits do balanço energético Sobras/déficits. do. balanço liquidados na CCEE. Mecanismo de. energético liquidados no MAE Compensação. de. Sobras. e. (MCSD) para as Distribuidoras.. Déficits.

(15) 14. Diante de todas as transformações ocorridas no setor elétrico brasileiro até o ano de 2004, é apresentado na Figura 1 o conjunto de instituições que o compõem. Essas instituições se articulam entre si, de modo a gerenciar a produção e o consumo de energia elétrica atuais e futuros, com mecanismos estratégicos e operacionais.. CNPE Conselho Nacional de Política Energética. CMSE. MME. EPE. Comitê de Monitoramento do SetorElétrico. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. ANEEL CCEE. Agência Nacional de Energia Elétrica. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico. Figura 1: Modelo Institucional do Setor Elétrico Fonte: CCEE, 2010 (modificado). De acordo com a CCEE (2010), a síntese das funções de cada instituição do setor elétrico brasileiro pode ser descrita da seguinte forma: CNPE – Conselho Nacional de Política Energética O CNPE é um órgão interministerial2 de assessoramento à Presidência da República, tendo como principais atribuições formular políticas e diretrizes. 2. De acordo com o Decreto nº 3.520, de 21 de junho de 2000, integram o CNPE: I - o Ministro de Estado de Minas e Energia, que o presidirá; II - o Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia; III - o Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; IV - o Ministro de Estado da Fazenda; V - o Ministro de Estado do Meio Ambiente; VI - o Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; VII - o Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República; VIII - um representante dos Estados e do Distrito Federal; IX - um cidadão brasileiro especialista em matéria de energia; e X - um representante de universidade brasileira, especialista em matéria de energia..

(16) 15. de energia e assegurar o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso país. É também responsável por revisar periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do país, estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do álcool, de outras biomassas, do carvão e da energia termonuclear, além de estabelecer diretrizes para a importação e exportação de petróleo e gás natural.. MME - Ministério de Minas e Energia O MME é o órgão do Governo Federal responsável pela condução das políticas energéticas do país. Suas principais obrigações incluem a formulação e implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo CNPE. O MME é responsável por estabelecer o planejamento do setor energético nacional, monitorar a segurança do suprimento do Setor Elétrico Brasileiro e definir ações preventivas para restauração da segurança de suprimento no caso de desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda de energia.. EPE - Empresa de Pesquisa Energética Instituída pela Lei nº 10.847/04 e criada pelo Decreto nº 5.184/04, a EPE é uma empresa vinculada ao MME, cuja finalidade é prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético. Suas principais atribuições incluem a realização de estudos e projeções da matriz energética brasileira, execução de estudos que propiciem o planejamento integrado de recursos energéticos, desenvolvimento de estudos que propiciem o planejamento de expansão da geração e da transmissão de energia elétrica de curto, médio e longo prazos, realização de análises de viabilidade técnico-econômica e sócio-ambiental de usinas, bem como a obtenção da licença ambiental prévia para aproveitamentos hidrelétricos e de transmissão de energia elétrica.. CMSE - Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico O CMSE é um órgão criado no âmbito do MME, sob sua coordenação direta, com a função de acompanhar e avaliar a continuidade e a segurança do suprimento elétrico em todo o território nacional. Suas principais atribuições incluem: acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação de energia elétrica; avaliar as condições de abastecimento e de atendimento; realizar periodicamente a análise integrada de segurança de abastecimento e de atendimento; identificar dificuldades e obstáculos que afetem a regularidade e a segurança de abastecimento e expansão do setor e elaborar propostas para ajustes e ações preventivas que possam restaurar a segurança no abastecimento e no atendimento elétrico..

(17) 16. ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica A ANEEL foi instituída pela Lei nº 9.427/96 e constituída pelo Decreto nº 2.335/97, com as atribuições de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, zelando pela qualidade dos serviços prestados, pela universalização do atendimento e pelo estabelecimento das tarifas para os consumidores finais, sempre preservando a viabilidade econômica e financeira dos Agentes e da indústria. As alterações promovidas em 2004 pelo novo modelo do setor estabeleceram como responsabilidade da ANEEL, direta ou indiretamente, a promoção de licitações na modalidade de leilão, para a contratação de energia elétrica pelos Agentes de Distribuição do Sistema Interligado Nacional (SIN).. CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica A CCEE, instituída pela Lei nº 10.848/04 e criada pelo Decreto nº 5.177/04, absorveu as funções do MAE e suas estruturas organizacionais e operacionais. Entre suas principais obrigações estão: a apuração do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), utilizado para valorar as transações realizadas no mercado de curto prazo; a realização da contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados; a liquidação financeira dos valores decorrentes das operações de compra e venda de energia elétrica realizadas no mercado de curto prazo e a realização de leilões de compra e venda de energia no ACR, por delegação da ANEEL. ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico O ONS foi criado pela Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, e regulamentado pelo Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998, com as alterações do Decreto nº 5.081, de 14 de maio de 2004, para operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no SIN, e administrar a rede básica de transmissão de energia elétrica no Brasil. Tem como objetivo principal, atender os requisitos de carga, otimizar custos e garantir a confiabilidade do sistema, definindo ainda, as condições de acesso à malha de transmissão em alta-tensão do país..

(18) 17. 1.2 OBJETIVO DA DISSERTAÇÃO O objetivo desse trabalho é analisar o desempenho dos vinte e cinco (25) agentes3 mais representativos do mercado de distribuição de energia elétrica, diante das regras de contratação de energia, instituídas pelo modelo do setor elétrico, no período entre 2005 e 2010. Para isto, foi construída uma estrutura de cálculo para a determinação dos níveis de contratação e das perdas financeiras por subcontratação, sobrecontratação e penalidades, utilizando base de dados montada, predominantemente, por informações públicas de contabilizações da CCEE. Desta maneira, foi possível avaliar a influência das regras de contratação no resultado dessas perdas financeiras, como também realizar simulações alterando parâmetros dessas regras e seu reflexo nas tarifas de energia elétrica dos agentes selecionados. Entende-se que um bom desempenho na contratação de energia elétrica por agentes de distribuição tem relevância crucial para o setor, pois seu consumo representa uma mola mestra para a evolução da oferta de energia, com a viabilização de novas usinas. Do ponto de vista da modicidade tarifária, deve-se ter muita atenção às compras de energia de um agente de distribuição, pois somente nessa rubrica se gasta em torno de 35 % de suas despesas totais. Vários estudos (Guimarães, 2006; Pessanha, 2007 e Silva, 2008) pesquisam metodologias de otimização no processo de contratação, simulam o risco envolvido nas operações, de modo a mitigar possíveis perdas por aplicação de penalidades, por subcontratação e sobrecontratação. Esse trabalho, no entanto, possui um viés diferente, na medida em que busca avaliar as perdas, de fato, realizadas pelos agentes de distribuição, atinentes ao processo de contratação de energia, durante os anos de 2005 a 2010, período em que as regras começaram a ser aferidas.. 3. “Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004 (...) Art.1º(...) §2º Para fins de comercialização de energia elétrica, entende-se como: (...) IV - agente de distribuição o titular de concessão, permissão ou autorização de serviços e instalações de distribuição para fornecer energia elétrica a consumidor final exclusivamente de forma regulada; (...)”.

(19) 18. 1.3 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO. Esta dissertação está organizada da seguinte forma: O Capítulo 2 introduz o conceito de compra de energia elétrica e suas peculiaridades, detalha o ambiente de contratação no qual os agentes de distribuição estão inseridos, especifica os mecanismos de contratação de energia elétrica por parte desses agentes e explica as formas de repasse das despesas com compra de energia para cada tipo de contrato. Esse capítulo introduz, também, o conceito do Mercado de Curto Prazo (MCP), e pormenoriza as restrições a que os agentes de distribuição estão submetidos, passando pelas formulações das perdas financeiras por sub e sobrecontratação e por insuficiência de cobertura contratual passível de aplicação de penalidade. O Capítulo 3 trata da análise do desempenho dos agentes de distribuição de energia elétrica, diante das regras de contratação vigentes, apresenta as premissas adotadas no estudo e a metodologia proposta. O Capítulo 4 descreve os resultados obtidos, apresenta análise do desempenho dos agentes de distribuição e realiza simulações, a partir de alterações em parâmetros das regras de contratação de energia. Finalmente, o Capítulo 5 apresenta as conclusões do trabalho.. 2. A COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 2.1 SÍNTESE INTRODUTÓRIA (Contratação de Energia Elétrica) Comprar energia elétrica no Brasil não é uma atividade trivial, pelo contrário, requer um conjunto significativo de conhecimentos. Para que um agente de distribuição ou um agente de consumo, por exemplo, possa comprar energia ele deve se conectar a uma rede, daí se depara com os encargos de conexão e uso dos sistemas de transmissão ou distribuição. O faturamento dos encargos de conexão depende dos equipamentos de conexão em si, ao passo que o faturamento do uso dos sistemas remunera o conjunto de instalações que ele usará para receber a energia comprada. Até o momento, isso envolve dois contratos auxiliares, o Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) ou Transmissão (CUST) e o Contrato de Conexão ao Sistema de Distribuição (CCD) ou Transmissão (CCT). A manutenção desses contratos também requer uma série de estudos de projeção de carga, com vistas à definição da estratégia de contratação dos montantes de uso que devem refletir uma demanda máxima anual integralizada de 15 em 15 minutos..

(20) 19. Somente com a consolidação das contratações de uso e conexão é que se chega ao momento da contratação da energia elétrica que será fornecida aos consumidores desse agente de distribuição hipotético. Simplificadamente e de forma análoga, o processo de compra de energia pode ser explicado com a compra de madeira a um vendedor localizado na outra margem de um rio. A energia é representada pela madeira adquirida, os contratos de conexão são representados pelo acesso aos portos e o contrato de uso do sistema é comparado ao barco que transportará a madeira para o seu destino.. 2.2 AMBIENTE DE CONTRATAÇÃO REGULADA (ACR) A Lei n.º 10.848, de 16 de março de 2004, estabeleceu os ambientes de contratação de energia, conforme Figura 2, detalhados pelo Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004, definindo-os da seguinte forma: “I - Ambiente de Contratação Regulada - ACR o segmento do mercado no qual se realizam as operações de compra e venda de energia elétrica entre agentes vendedores e agentes de distribuição, precedidas de licitação, ressalvados os casos previstos em lei, conforme regras e procedimentos de comercialização específicos; e II - Ambiente de Contratação Livre - ACL o segmento do mercado no qual se realizam as operações de compra e venda de energia elétrica, objeto de contratos bilaterais livremente negociados, conforme regras e procedimentos de comercialização específicos;”. Figura 2 – Ambientes de Contratação Fonte: CCEE, 2010 (modificado). É no Ambiente de Contratação Regulada – ACR que esse trabalho se insere, pois é nele que os agentes de distribuição podem realizar suas operações de compra de energia elétrica para atendimento de seus consumidores. Nesse ambiente são celebrados os Contratos.

(21) 20. de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado – CCEAR resultantes dos leilões regulados promovidos pela ANEEL ou pela CCEE, mediante delegação. Como agentes vendedores podem participar os titulares de concessão, permissão ou autorização do poder concedente para gerar, importar ou comercializar energia elétrica. Já no Ambiente de Contratação Livre - ACL são celebrados contratos livremente negociados onde a energia pode ser transacionada entre os agentes vendedores e desses para os consumidores livres4.. Figura 3 – Relações Contratuais nos Ambientes de Contratação Fonte: CCEE, 2010 (modificado). 2.2.1 Mecanismos de Contratação de Energia Elétrica no ACR Conforme estabelecido no Art. 2º da Lei º 10.848, de 20045, os agentes de distribuição precisam atender 100% do seu mercado, por meio de contratação regulada. Para atendimento à totalidade do seu mercado, os agentes de Distribuição podem considerar os contratos: (i) de leilões regulados de energia nova e existente, (ii) adquiridos antes da Lei nº 10.848, de 2004, (iii) oriundos de chamada pública, decorrentes de geração distribuída, (iv) do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA, e (v) de energia proveniente de Itaipu Binacional. Para as distribuidoras pequenas, com mercado inferior a 500 GWh/ano, a contratação também pode ser feita com o supridor atual (Agente de Distribuição em que está conectado).. 4. “Conforme Resolução Normativa n.º 376, de 25 de Agosto de 2009, Consumidor Livre é o agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, da categoria de comercialização, responsável por unidade consumidora enquadrada nas condições estabelecidas nos arts. 15 e/ou 16 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.” 5 “Art. 2º As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN deverão garantir o atendimento à totalidade de seu mercado, mediante contratação regulada, por meio de licitação (...)”.

(22) 21. Devido à regularidade e aos benefícios de repasse dos custos para as tarifas, os agentes de distribuição fazem uso, principalmente, dos leilões regulados para aquisição de energia.. 2.2.1.1 Leilões de energia Antes da Lei nº 10.848, de 2004, os agentes de distribuição realizavam suas contratações buscando no mercado contratos bilaterais livremente negociados. Essa prática não centralizava as contratações e não obtinha a melhor eficiência. Com o advento do novo modelo setorial, foi introduzido um bom instrumento para a busca da eficiência da contratação de energia por parte dos agentes de distribuição – os leilões regulados. Esses leilões são do tipo Dutch Auctions (Leilões Holandeses), certame onde o vendedor dá os lances e vence aquele que oferecer o menor lance de venda, e um modelo de comprador único, sendo realizados com a agregação da demanda dos agentes de distribuição. Assim, esses leilões operacionalizam a contratação da soma das necessidades individuais de energia de cada agente ao menor preço ofertado, buscando atingir ao princípio da modicidade das tarifas. Essas necessidades individuais são formalizadas pela declaração de compra enviada pelos agentes de distribuição ao Ministério de Minas e Energia – MME, nas quais definem os montantes de energia a serem contratados por meio dos leilões, para recebimento da energia elétrica no centro de gravidade de seus submercados e atendimento à totalidade de suas cargas, conforme dispõe o art. 18 do Decreto nº 5.163, de 2004. É nessa declaração de compras que os agentes de distribuição incluem toda a sua estratégia de contratação, pois do leilão em si participam passivamente. Esses volumes de energia declarados serão contratados e servirão como instrumentos fundamentais para a mitigação dos riscos de sub e sobrecontratação. Se esses agentes realizam estudos de mercado que direcionam para declarações de compra exageradas e a previsão de mercado não se realiza, eles podem ser impactados por perdas financeiras decorrentes da sobrecontratação. Caso contrário, podem estar sujeitos ao risco de subcontratação que traz junto o risco de pagamento de penalidade, conforme detalhado a seguir na seção 2.4. Essas perdas são assim chamadas, pois não têm direito de repasse às tarifas dos consumidores finais. Essa estrutura de aquisição de energia permite a viabilização de grandes projetos, o rateio dos riscos e dos benefícios dos contratos..

(23) 22. Os leilões regulados de energia elétrica são realizados para contratação de energia proveniente de novos empreendimentos (energia nova), com o objetivo de expandir a oferta e para a contratação de energia existente, visando à renovação dos contratos a vencer. Anualmente, estão previstos os leilões: a) de energia nova – estes leilões servem para financiar a introdução de novos empreendimentos para atender ao crescimento da demanda. São oferecidos contratos de energia com prazos de suprimento que variam de quinze a trinta anos6. São eles: . Leilão A-5, para entrega cinco anos após a realização do leilão de compra de energia elétrica, tempo médio para construção de hidrelétricas.. . Leilão A-3, para entrega três anos após a realização do leilão de compra de energia elétrica, tempo médio para construção de termelétricas.. b) de energia existente – estes leilões servem para recontratar os montantes contratados a vencer e calibrar o saldo de contratos em relação à demanda do agente de distribuição. São eles: . Leilão A-1, para entrega um ano após a realização do leilão de compra de energia elétrica. São oferecidos contratos de energia com prazos de se suprimento que variam de três a quinze anos7. Possui o objetivo de. recontratação da energia existente, para equalizar o montante contratado. Esses contratos poderão ser reduzidos, em até 4% do montante inicialmente contratado, por variações de mercado, pela saída de consumidores potencialmente livres, devido à opção de compra de energia proveniente de outro fornecedor e por acréscimos na aquisição de energia elétrica decorrentes de contratos celebrados até 16 de março. 6. Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004: “(...)Art. 27º Os vencedores dos leilões de energia proveniente de empreendimentos de geração novos ou existentes deverão formalizar contrato bilateral denominado Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado - CCEAR, celebrado entre cada agente vendedor e todos os agentes de distribuição compradores. § 1º O CCEAR deverá prever os seguintes prazos de duração: I - no mínimo quinze e no máximo trinta anos, contados do início do suprimento de energia proveniente de novos empreendimentos; (...)” 7. Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004:” (...) Art. 27º Os vencedores dos leilões de energia proveniente de empreendimentos de geração novos ou existentes deverão formalizar contrato bilateral denominado Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado - CCEAR, celebrado entre cada agente vendedor e todos os agentes de distribuição compradores. § 1º O CCEAR deverá prever os seguintes prazos de duração: (...) II - no mínimo três e no máximo quinze anos, contados do ano seguinte ao da realização do leilão para compra de energia de empreendimentos existentes; (...)”.

(24) 23. de 2004. Na prática, antes que seja realizada a redução contratual, os agentes participam de um processo de compensação, apresentado na seção seguinte, onde os interessados pela energia possam recebê-la na forma de seção de contrato, fazendo com que o vendedor não seja impactado com redução de receita. . Leilão de Ajuste, os contratos deverão prever o início de entrega da energia elétrica no prazo máximo de quatro meses, a contar da realização do leilão. O montante contratado nesse leilão está limitado atualmente a um por cento da carga total contratada de cada agente de distribuição. Seu objetivo é realizar a complementação, pelos agentes de distribuição, do montante de energia elétrica necessário para o atendimento à totalidade de suas cargas. São importantes para a realização de pequenos ajustes. O prazo de suprimento dos contratos se limita a dois anos8.. c) de energia proveniente de fontes alternativas – estes leilões servem para incentivar a inclusão dessas fontes na matriz energética do país. São oferecidos contratos de energia com prazos de suprimento que variam de dez a trinta anos.. Figura 4 – Resumo dos leilões regulados de energia elétrica. Fonte: CCEE, 2010. 8. Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004:” (...) Art. 26. A ANEEL promoverá, direta ou indiretamente, leilões específicos para contratações de ajuste pelos agentes de distribuição, com prazo de suprimento de até dois anos, para fins de possibilitar a complementação, pelos referidos agentes, do montante de energia elétrica necessário para o atendimento à totalidade de suas cargas (...)”.

(25) 24. Os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado – CCEAR resultantes desses leilões poderão ter as modalidades por: (i) quantidade de energia elétrica ou (ii) disponibilidade de energia elétrica9. De acordo com o Decreto nº 5.163, de 2004, nos CCEAR, na modalidade por quantidade de energia elétrica, os custos decorrentes dos riscos hidrológicos serão assumidos pelos agentes vendedores e os riscos financeiros eventualmente impostos aos agentes de distribuição que celebraram contratos nessa modalidade, decorrentes de diferenças de preços entre submercados, são rateados, a partir de mecanismo específico, constante das regras de comercialização de energia elétrica. Já nos CCEAR, na modalidade por disponibilidade de energia elétrica, de acordo com o referido Decreto, os custos decorrentes dos riscos hidrológicos serão assumidos pelos agentes compradores, e eventuais exposições financeiras no mercado de curto prazo da CCEE, positivas ou negativas, serão assumidas pelos agentes de distribuição, garantido o repasse ao consumidor final.. 2.2.1.2. Mecanismos de Compensação de Sobras e Déficits – MCSDs. Conforme dispõe o art. 29 do Decreto no 5.163, de 2004, os CCEARs decorrentes dos leilões de energia elétrica provenientes de empreendimentos existentes deverão prever a possibilidade de redução dos montantes contratados, a critério exclusivo do agente de distribuição, em razão de: I.. saída de consumidores potencialmente livres10 devido à opção de compra de energia proveniente de outro fornecedor;. II.. outras variações de mercado11, quando pode haver, em cada ano, redução de até 4% do montante inicial contratado, independentemente do prazo de vigência contratual, do início do suprimento e dos montantes efetivamente reduzidos nos anos anteriores; e. 9. 10 11. Art. 28 do Decreto n.º 5.163, de 30 de julho de 2004. inciso I do art. 29 do Decreto no 5163, de 30 de julho de 2004. inciso II do art. 29 do Decreto no 5163, de 30 de julho de 2004..

(26) 25. III. acréscimos na aquisição de energia elétrica decorrentes de contratos celebrados até 16 de março de 200412.. Antes da efetivação das reduções definidas no decreto, aplica-se o mecanismo, denominado Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits – MCSD, que tem como objetivo compensar as eventuais sobras dos agentes de distribuição sobrecontratados com os déficits dos subcontratados. Esse mecanismo é mais uma alternativa para que esses agentes possam reduzir ou ampliar seu volume contratado, equilibrando os seus níveis de contratações, além de mitigar as reduções dos montantes contratados diretamente com o agente vendedor, reduzindo os impactos desses últimos. A seguir são apresentadas as características das diversas modalidades do MCSD existentes:  Mensal: modalidade utilizada para compensações e devoluções relacionadas aos incisos I e III do Decreto n.º 5.163, de 2004, motivadas por saída de consumidores potencialmente livres para o Ambiente de Comercialização Livre - ACL e por acréscimos na aquisição de energia elétrica decorrentes de contratos celebrados até 16 de março de 2004.  Trocas-livres: modalidade criada para ampliar as ferramentas de controle do risco de sobre e subcontratação dos agentes de distribuição. Possui periodicidade trimestral e não necessita motivação para a participação.  Anual 4%: modalidade utilizada para compensações e devoluções relacionadas aos inciso II do Decreto n.º 5.163, de 2004, motivadas por outras variações de mercado, hipótese na qual poderá haver, em cada ano, redução de até quatro por cento do montante inicial contratado, independentemente do prazo de vigência contratual, do início do suprimento e dos montantes efetivamente reduzidos nos anos anteriores.  Ex-post: modalidade implementada para mitigar as penalidades dos agentes participantes, em que não existe a transferência de energia. No final do ano civil é feito um balanço global com todos os agentes de distribuição que optaram por participar desse mecanismo com antecedência de um ano. A partir desse balanço é possível constatar os agentes que concluíram o ano 12. inciso III do art. 29 do Decreto no 5163, de 30 de julho de 2004..

(27) 26. com sobras e os que concluíram com déficit. A partir daí existe uma transferência. de. recursos. para. aqueles. que. estão. com. déficit,. exclusivamente, para fins do cálculo das penalidades. Como esse instrumento não representa prejuízo, mas sim um grande mitigador de risco de pagamento de penalidades, dificilmente algum agente dele não participa.. 2.2.1.3. Geração distribuída Além das formas de contratação de energia nas formas de leilão regulado e do próprio MCSD, existe ainda a possibilidade de aquisição de energia sob a forma de Geração Distribuída – GD. A GD, instituída pela Lei n.º 10.848, de 2004, é definida como a produção de energia elétrica proveniente de empreendimentos de agentes concessionários, permissionários, autorizados ou apenas registrados na ANEEL, conectados diretamente ao sistema elétrico de distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de empreendimento: (i) hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e (ii) - termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a setenta e cinco por cento, conforme regulação da ANEEL. Os empreendimentos termelétricos que utilizem biomassa ou resíduos de processo como combustível não estarão limitados ao percentual de eficiência energética do item (ii).13 A contratação da energia proveniente de GD deve ser precedida de chamada pública promovida diretamente pelo agente de distribuição e o montante de energia objeto da contratação não pode ser superior a dez por cento (10%) da carga do agente de distribuição.. 2.2.2 O Mercado de Curto Prazo- MCP A maioria das relações comerciais dos Agentes participantes da CCEE14 é dada, principalmente, por contratos bilaterais de compra e venda de energia elétrica. O registro desses contratos é realizado no Sistema de Contabilização e Liquidação Financeira – SCL, com a introdução das partes contratantes e dos montantes de energia com o período de. 13. art. 14 do Decreto no 5163, de 30 de julho de 2004. O § 1º do art. 11 da Convenção de Comercialização de Energia Elétrica, instituída pela Resolução Normativa n.º 109, de 26 de outubro de 2004, estabelece os agentes com participação obrigatória na CCEE. No rol de agentes com participação obrigatória destacam-se: (i) os concessionários, permissionários ou autorizados de serviços e instalações de distribuição de energia elétrica cujo volume comercializado seja igual ou superior a 500 GWh/ano e (ii) os concessionários, permissionários ou autorizados de geração que possuam central geradora com capacidade instalada igual ou superior a 50 MW. 14.

(28) 27. vigência. Salvo exceções, os preços dos contratos registrados na CCEE são de conhecimento apenas das partes, para fins de liquidação bilateral. Além das informações contratuais registradas, chegam a CCEE as informações de medições dos agentes de consumo e dos agentes de geração. Com essas duas principais informações, a CCEE contabiliza as diferenças entre o que foi produzido ou consumido e o que foi contratado. Para os agentes de consumo, como é o caso dos agentes de distribuição, a CCEE compara o que o agente consumiu com o quanto o agente possui de energia contratada. As diferenças positivas ou negativas são liquidadas no Mercado de Curto Prazo – MCP e valoradas ao PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) (CCEE, 2010). Essas contabilizações são realizadas mensalmente em cada submercado e consideram as informações horárias dos agentes. Pode-se dizer, então, que o MCP é o mercado de liquidação das diferenças entre os montantes de energia elétrica contratados e os montantes de energia elétrica medidos, conforme Figura 5:. Figura 5 – Contabilização das Diferenças Fonte: CCEE, 2010. Os Preços de Liquidação das Diferenças - PLD utilizados na valoração das diferenças contabilizadas na CCEE são calculados, semanalmente para cada patamar de carga e para cada submercado, tendo como base o custo marginal de operação do sistema, por meio do sistema computacional Newave/Decomp. Os softwares usam informações fornecidas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, onde constam dados como disponibilidade de usinas, volume dos reservatórios, restrições de segurança do sistema e previsão de afluência. (CCEE, 2010). Esses modelos visam à otimização da política de operação, buscando a proporção ótima de geração hidrelétrica, térmica e intercâmbio entre submercados. Avaliam o impacto.

(29) 28. da utilização da água armazenada nos reservatórios versus o custo de combustível das usinas termelétricas. O ONS vive constantemente o dilema apresentado na Figura 6.. Uso. hidrelétricas agora e depois as termelétricas? E se não chover a ponto de recuperar os reservatórios? Ou uso termelétricas agora e depois hidrelétricas? E se chover, pode haver vertimento? São essas questões que os modelos de otimização buscam responder, considerando que o sistema elétrico brasileiro possui grande parte de sua matriz energética baseada em energia proveniente de fontes hidrelétricas.. Figura 6 - Dilema do Operador Nacional do Sistema Elétrico Fonte: CCEE, 2010. A seguir, são apresentados os valores históricos dos PLDs médios mensais para cada submercado. 600 500 400 300 200 100. Submercado SE/CO. Submercado S. Submercado NE. Submercado N. Figura 7– PLDs médios mensais por submercado em R$/MWh. nov/10. jun/10. jan/10. ago/09. mar/09. out/08. mai/08. dez/07. jul/07. fev/07. set/06. abr/06. nov/05. jun/05. jan/05. ago/04. mar/04. out/03. mai/03. 0.

(30) 29. 2.2.3 Manutenção nos Contratos de Energia Elétrica A celebração dos contratos de compra de energia elétrica pelos agentes de distribuição imputa a esses a necessidade de gerenciamento constante, quanto à alocação do montante contratado anual nos intervalos de tempo utilizados nos processos de contabilização e liquidação de energia. Essa alocação está diretamente relacionada com a variação de suas cargas e é realizada através dos processos de sazonalização e modulação da energia contratada. O processo de sazonalização nada mais é que a discretização mensal de energia a partir do volume anual contratado. Ao passo que o processo de modulação é a discretização horária a partir do volume mensal contratado. Uma boa sazonalização pode trazer grandes benefícios para os agentes de distribuição no que diz respeito aos seus resultados no Mercado de Curto Prazo. Ao passo que o contrário pode resultar em impactos bastante nocivos, ficando descoberto em períodos de PLD altos e com sobras em períodos de PLD baixos. Um resultado eficiente e positivo somente pode ser alcançado com uma boa previsão de PLD, o que não é trivial.. 2.2.4 Repasse dos Custos de Compra de Energia Elétrica para as Tarifas Com vistas a proporcionar eficiência na contratação de energia pelos agentes de distribuição, regulando o repasse às tarifas dos seus consumidores finais dos custos decorrentes dessa aquisição de energia elétrica, foi instituído pelo art. 34 do Decreto n.º 5.163, de 2004, o Valor Anual de Referência – VR, calculado pela ANEEL, mediante aplicação da seguinte fórmula:. =. [. ∗ [. ∗. ]. ]. (2-1). Onde: . VL5 é o valor médio, expresso em R$/MWh, de aquisição nos leilões de compra de energia elétrica realizados no ano "A - 5". . Q5 é a quantidade total, expressa em MWh por ano, adquirida nos leilões de compra de energia elétrica, realizados no Ano "A -5";.

(31) 30. . VL3 é o valor médio, expresso em R$/MWh, de aquisição nos leilões de compra de energia elétrica realizados no ano "A - 3"; e. . Q3 é a quantidade total, expressa em MWh por ano, adquirida nos leilões de compra de energia elétrica, realizados no ano "A - 3".. Em conformidade com o Decreto nº 5.163, de 2004, para os anos de 2005, 2006 e 2007, o VR foi definido pelo valor máximo de aquisição de energia proveniente de empreendimentos existentes, nos leilões realizados em 2004 e 2005, para início de entrega naqueles anos. Para os anos de 2008 e 2009, o VR foi determinado pelo valor médio ponderado de aquisição de energia proveniente de novos empreendimentos de geração, nos leilões realizados nos anos de 2005 e 2006, para início de entrega naqueles anos. Em sua essência o VR representa o preço médio da energia comercializada nos leilões regulados. Dessa maneira ele representa, de certo modo, o custo da energia elétrica no longo prazo. A seguir serão apresentados os critérios de repasse dos custos de aquisição de energia elétrica previstos nos contratos de GD, CCEAR de energia proveniente de novos empreendimentos e de empreendimentos existentes, CCEAR de energia proveniente de fontes alternativas e contratos de energia oriundos dos leilões de ajuste15:  energia elétrica adquirida de GD: repasse integral até o limite do VR.  energia elétrica adquirida nos leilões de compra de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos realizados no ano "A - 5": (i) repasse do VR durante os três primeiros anos de suprimento da energia elétrica adquirida; (ii) e repasse integral do valor de aquisição da energia elétrica, a partir do quarto ano de sua entrega;  energia elétrica adquirida nos leilões de compra de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos realizados no ano "A - 3": (i) repasse do VR durante os três primeiros anos de suprimento da energia elétrica adquirida, limitado ao montante correspondente a dois por cento da carga do agente de distribuição comprador verificada no ano "A - 5"; (ii) repasse integral do valor de aquisição da energia elétrica, a partir do quarto ano de sua entrega, limitado ao montante correspondente a dois por cento da carga do agente de distribuição comprador verificada no ano "A - 5"; e (iii) 15. art. 36 do Decreto no 5163, de 30 de julho de 2004..

(32) 31. repasse ao menor valor entre o VL5 e o VL3, definidos na equação (2-1), da parcela adquirida que exceder os dois por cento da carga do agente de distribuição comprador verificada no ano "A – 5.  energia elétrica adquirida nos leilões de energia elétrica proveniente de empreendimentos existentes: repasse integral dos respectivos valores de sua aquisição.  energia elétrica adquirida nos leilões de compra de energia elétrica proveniente de fontes alternativas: repasse integral dos respectivos valores de sua aquisição.  energia elétrica adquirida nos leilões de ajuste: repasse integral até o limite do VR.  energia elétrica adquirida no Mercado de Curto Prazo: caso o agente de distribuição não contrate a totalidade de sua carga, a energia elétrica adquirida no mercado de curto prazo será repassada às tarifas dos consumidores finais ao menor valor entre o Preço de Liquidação de Diferenças - PLD e o VR.16 Além dessa punição esse agente permanece com a obrigação de contratação da totalidade de sua carga no ano.  energia elétrica adquirida até 103% da carga do agente de distribuição: a ANEEL considera até cento e três por cento do montante total de energia elétrica contratada em relação à carga anual do agente de distribuição, quando do repasse dos custos de aquisição de energia elétrica às tarifas dos consumidores finais.. 17. Caso o agente venha a adquirir energia além dos. 103% da carga, esse montante não é repassado podendo ter prejuízos se o PLD for menor que seu custo médio de aquisição de energia. Além de ser utilizado na regulação do repasse dos custos de aquisição de energia para as tarifas, o VR é utilizado no cálculo das penalidades aplicadas aos agentes do setor, decorrentes de insuficiência de cobertura contratual e insuficiência de lastro para venda de energia.. 16 17. art.42 do Decreto nº 5.163/2004 art.38 do Decreto nº 5.163/2004.

(33) 32. 2.4 PENALIDADES POR INSUFICIÊNCIA DE COBERTURA CONTRATUAL. A Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, prevê no caput do art. 2º que “as concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN deverão garantir o atendimento à totalidade de seu mercado”. O Decreto nº 5.163, de 2004, que regulamentou tal dispositivo por meio do art. 2º, estabelece: (...) os agentes de distribuição deverão garantir, a partir de 1º de janeiro de 2005, o atendimento a cem por cento de seus mercados de energia e potência por intermédio de contratos registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE e, quando for o caso, aprovados, homologados ou registrados pela ANEEL.(Grifo meu). Esse Decreto ainda dispõe em seu art. 3º que: As obrigações de que tratam os incisos do caput do art. 2º serão aferidas mensalmente pela CCEE e, no caso de seu descumprimento, os agentes ficarão sujeitos à aplicação de penalidades, conforme o previsto na convenção, nas regras e nos procedimentos de comercialização. (Grifo meu). Destaca-se que a necessidade de atendimento a cem por cento de seu mercado não é prerrogativa apenas dos agentes de distribuição, mas também dos agentes vendedores e dos consumidores livres. Os agentes vendedores devem garantir suas vendas com lastros formados por garantias físicas de usinas e por contratos de compra de energia elétrica. Já os consumidores livres devem possuir contratos de compra para suprir a totalidade de suas cargas. De acordo com as Regras de Comercialização de Energia Elétrica, Versão 2010, a apuração de lastro de venda de energia para os agentes vendedores é realizada mensalmente considerando os recursos (garantia física + contratos de compra) e os requisitos (contratos de venda) dos últimos doze meses. A apuração da insuficiência de cobertura contratual dos consumidores livres e especiais também é realizada com base nos recursos (contratos de compra) e nos requisitos (consumo) dos últimos doze meses. Assim, tanto para os agentes vendedores quanto para os consumidores livres utiliza-se uma média móvel considerando os últimos doze meses. Já a apuração da insuficiência de cobertura contratual dos agentes de distribuição considera os recursos (contratos de compra de energia) e requisitos (consumos) dos últimos doze meses do ano civil. Essa apuração em especial, somente é realizada no mês de janeiro do.

(34) 33. ano subseqüente. A não comprovação de cobertura do consumo, para os agentes de consumo, ou do lastro, para os agentes vendedores, os sujeita ao pagamento de penalidades. A verificação do lastro e da insuficiência de cobertura contratual tem previsão desde 1998, com a emissão da Resolução n.º 249. No entanto, somente após a publicação das Resoluções n.º 91/2003 e 352/2003 é que a sistemática de apuração e aplicação foi instituída. A Figura 5 apresenta um histórico de regulamentos que dizem respeito ao processo de apuração e aplicação de penalidade, juntamente com as características básicas do processo. Tabela 2– Histórico de regulamentos relativos à penalidade Limite Contratação e Lastro para Venda de Energia. 85% de Limite de contratação com. Penalidade. 1,15VN – Preço MCP. consumidor final. Período de Apuração. Trimestral (últimos 12 meses). Resolução ANEEL. 100% de lastro de venda até ago/2003. n° 249/1998 -. -. Decreto n°. 95% de Limite de contratação com. 4.562/2002. consumidor final 100% de lastro de venda. Legislação. Máx (PMAE;VN). Mensal. Resoluções ANEEL n°91/2003. set/2003 a dez/2004. e n° 352/2003 Decreto n°. 100% A partir de jan/2005. Máx (PLD;VR). Mensal(* ). 5.163/2004. (últimos 12 meses). Resolução ANEEL n.° 109/2004. (*) No caso dos agentes de distribuição, apura-se em Janeiro de cada ano considerando os últimos 12 meses (ano civil). Tendo em vista que o foco deste trabalho é o estudo do desempenho dos agentes de distribuição, faz-se necessário o aprofundamento do cálculo da insuficiência de cobertura contratual e da penalidade atribuída a esses agentes..

(35) 34. A equação (2-2) define o nível de contratação dos agentes de distribuição “d”, no ano de apuração “a”:. í. _. çã. ,. =. ∑. ,. ∑. ,. (2-2). Onde: . m = índice que representa os meses de janeiro a dezembro do ano de apuração “a”;. . a = ano de apuração;. . Contratosd,m = representa o somatório de todos os montantes de energia contratados líquidos da distribuidora “d”, no mês “m”;. . Requisitod,m= representa a consumo líquido na CCEE da distribuidora “d”, no mês “m”, que contempla o mercado cativo + perdas técnicas e comerciais + perdas na rede básica (linhas de transmissão);. A equação (2-3) determina o valor da penalidade a ser paga pelo agente de distribuição “d”, referente ao ano de apuração “a”, sem as interferências do resultado do MCSD Ex-post e da inclusão das exposições involuntárias. _0 0; ∑. ,. −∑. ,. = ,. ∗. (. _. ;. ) (2-3). Onde: . Penalidade_0d,a = Valor da penalidade calculada não ajustada, do agente de distribuição “d”, no ano de apuração “a”; e. . PLD_DISa = PLD médio ponderado pela carga mensal dos últimos 12 meses, calculado para fins de definição do preço das penalidades aplicáveis aos agentes de distribuição.. Já a equação (2-4) determina o valor da penalidade contemplando o ajuste dos volumes de energia de exposições involuntárias e dos volumes de energia recebidos do processamento do MCSD Ex-post..

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Tabela 1 – Mudanças ocorridas no Setor Elétrico Brasileiro  Modelo Antigo (até 1995)  Modelo de Livre Mercado
Figura 1: Modelo Institucional do Setor Elétrico  Fonte: CCEE, 2010 (modificado)
Figura 2 – Ambientes de Contratação  Fonte: CCEE, 2010 (modificado)
Figura 3 – Relações Contratuais nos Ambientes de Contratação  Fonte: CCEE, 2010 (modificado)
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Referências

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