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O AMBIENTE DAS

CRIANÇAS

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Children's Environment

KALEVI KORPELA

(Professor no Departamento de Psicologia da Universidade de Tampere, Finlândia) Tradução: Prof. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto (FAUUnB)

Vários autores contemporâneos têm enfatizado a necessidade de avançarmos desde dados descritivos para concepções teóricas nos estudos das preferências de crianças e adolescentes por determinados lugares (Conn, 1994; Malinowiski & Thurber, 1996; Wohlwill & Heft, 1987). A partir dessa constatação, temos que o principal objetivo deste trabalho é a discussão dos estudos empíricos que nos ofereçam novas idéias e conceitos, que nos ajudem na compreensão da dinâmica psicológica que subjaz às preferências que as pessoas jovens têm por lugares, e ao relacionamento dessas preferências com outros fatores. Em especial, este trabalho se refere à experiência relacionada a lugares de crianças e adolescentes, na faixa de idade que vai dos 4 aos 19 anos, em termos de suas emoções e das relações entre emoções e auto-regulação. Essas questões

1Nota da disciplina: o presente texto forma o Capítulo 24, intitulado

Children’s Environment, do livro

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não foram objeto de explícita revisão em trabalhos anteriores, que buscaram cobrir todo o campo da psicologia ambiental (Holahan, 1986; Russell & Ward, 1982; Saegert & Winkel, 1990; Stokols, 1978; Sundström, Bell, Busby, & Asmus, 1996; Wohlwill & Heft, 1987).

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EMOÇÕES E PREFERÊNCIAS POR LUGARES

Os estudos sobre as memórias de infância sobre os lugares favoritos, tais como os de Lukashok e Lynch (1956), Hester (1979), Cooper Marcus (1978, 1979), Wyman (1985), e Sobel (1990), e os estudos sobre o uso dos lugares pelas crianças, tais como os de Hart (1979) e Moore (1986), mostraram que fortes emoções estão ligadas aos lugares. Por outro lado, os lugares podem ser associados a sentimentos de privacidade, controle e segurança. A necessidade de estar só e de escapar das pressões sociais, assim como a importância dos lugares “de se esconder” são achados gerais de tais estudos.

No final dos anos 1980, os dados acumulados sobre o comportamento de crianças na faixa dos 4 aos 12 anos de idade sugeriam que os ambientes exteriores (à habitação) apresentavam mais significado emocional do que seria de se esperar, dado o tempo efetivamente despendido nesses lugares, e que certos lugares especiais, como lugares escondidos (ou de se esconder) ou lugares para observar a cidade, as ruas, assim como as matas que circundam algumas cidades, ou as matas de seus parques urbanos, seus morros e penhascos, mesmo quando proibidos para as crianças, possuíam significância emocional para elas (Hart, 1979; Moore & Young, 1978). Ações como estar na rua com os amigos, conversarem entre si ou jogarem jogos sedentários constituem de 19% a 30% das atividades em locais situados ao alcance das crianças (Moore & Young, 1978).

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experiência emocional difícil para as crianças apegadas a esse lugar (Hart, 1979). Em meados dos anos 1990, os estudos relacionados às crianças de 11 a 19 anos revelaram que ter liberdade e ter controle eram elementos importantes para os adolescentes em seus lugares favoritos (Owens, 1988). Os adolescentes sentem falta de lugares para se isolarem, assim como de lugares para a interação social (Lieberg, 1994; Noack & Silbereisen, 1988; Owens, 1994); lugares com paisagem natural são valorizados em meio a áreas residenciais (Owens, 1988; Schiavo, 1988), e tais lugares estão entre os que mais são associados ao bem-estar das pessoas, aos momentos em que colocam a sua vida em perspectiva (Owens, 1988).

Por outro lado, as crianças também desenvolvem sentimentos negativos com relação a seu ambiente, e identificam lugares que temem e que consideram perigosos (Hart, 1979; Matthews, 1992). O’Brien, Jones, Sloan e Rustin (2000) estudaram crianças na faixa de idade dos 10 aos 14 anos, na Inglaterra, e descobriram que as garotas falavam mais do medo que os rapazes. Pelo menos um estudo mais aprofundado mostrou como as crianças lidam com seus medos quando tinham que andar sozinhas nas vizinhanças de suas residências. Por exemplo, uma garota de 11 anos, moradora da área central de Londres, criava coragem e afastava o medo ao repetir mentalmente para si mesma: não se

preocupe, ao passar por lugares que despertavam sua ansiedade e medo.

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OS ESCOLHAS DOS LUGARES FAVORITOS PELAS CRIANÇAS, POR GÊNERO E IDADE

Alguns estudos expõem diferenças de idade entre a infância e a adolescência na freqüência de suas seleções de lugares favoritos naturais ou privados (Pihlström, 1992; Sommer, 1990), enquanto outros estudos mostram pequenas ou nenhuma diferença com relação à idade (Malinowski & Thurber, 1996; Schiavo, 1988; Silbereisen, Noack & Eyfrth, 1986). Por exemplo, os dados de Pihlström (1992) acerca de um outro estudo não-publicado sobre os lugares favoritos de crianças de 7 – 12 anos, indicaram que as crianças de de 7 a 9 anos selecionaram situações naturais com maior freqüência que as crianças de 10 a 12 anos.

Sommer (1990) descobriu que crianças estonianas2 de 11 a 13 anos preferiam ambientes naturais como seus lugares favoritos com maior freqüência que as crianças com 15 a 17 anos. Silbereisen, Noack e Eyferth (1986) descobriram que crianças alemãs de 12 anos de idades, em Berlim, preferiam ambientes naturais como seus lugares favoritos para os momentos de lazer, com maior freqüência que as crianças com 15 anos de idade. Os ambientes domésticos, as quadras esportivas e ginásios, os shopping centers ou as ruas de

comércio eram preferidos por ambos os grupos. Esses resultados obtidos junta a crianças européias indicam que o grupo de crianças de 7 a 9 anos, mais que o grupo de crianças de 11 a 13 anos – e ambos, mais que o grupo de 15 a 16 anos – preferiam os locais externos naturais.

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Em contraste, o estudo feito por Schiavo (1988) nos E.U.A. não revelou diferenças relacionadas às idades em crianças com 10 anos, 13 anos e 17 anos, quanto à sua preferência por ambientes naturais como seus lugares favoritos, ou como lugares importantes, em suas vizinhanças de moradia. Maliniwski e Thurber (1996) descobriram também que somente eram significativas algumas pequenas diferenças nas escolhas de lugares favoritos entre quintis de resultados obtidos junto a crianças norte-americanas de 8 a 16 anos, durante uma colônia de férias de duas semanas havida em New Hampshire. Lugares naturais, lagos ou as margens de lagos e rios, e ainda refúgios, como cabanas, foram escolhas comuns entre essas crianças. É bem possível que os locais dominados por paisagens naturais onde foram feitos os estudos de Schiavo, assim como os de Malinowski e Thurber, expliquem em parte esse contraste com os estudos europeus mencionados acima.

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crianças, após suas atividades escolares. No estudo feito por Sommer (1990), garotos estonianos de 11 a 12 anos escolhiam locais na natureza como seus lugares favoritos, com maior freqüência que as garotas.

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Diante do volume de dados de todas essas pesquisas, é importante questionar, como fez Conn (1994): qual é a dinâmica subjacente às preferências observadas por lugares, nessas pesquisas? Por que esses lugares interessam a crianças e adolescentes? Várias respostas a essas questões surgiram ao longo dos anos de 1990, como as descrições associadas ao desenvolvimento humano, as análises de variáveis intervenientes que afetam as escolhas de lugares favoritos, as análises das experiências restauradoras em lugares favoritos, e as visões emotivas e auto-regulatórias relacionadas à escolha e ao uso dos lugares favoritos.

DESENVOLVIMENTO HUMANO: GENERALIZAÇÕES TEÓRICAS SOBRE AS MUDANÇAS NAS PREFERÊNCIAS RELACIONADAS AO LUGAR

Generalizações teóricas acerca de como as preferências de lugar se desenvolvem com a idade ainda são pouco numerosas na literatura. Isso reflete o fato de que os estudos nessa direção ainda são poucos, e se caracterizam por comparações genéricas entre grupos de idade em delineamentos de pesquisas que alinham situações e recortes distintos (cross-sectional designs). Com base em um

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ambiente imediato, de cooperação com os outros nessas explorações e em jogos, em uma auto-identidade determinada pela força física e destreza, e criação de locais de brincar, como casinhas improvisadas ou fortes militares, etc., no ambiente ao alcance das crianças. Após essa relação expansiva com o ambiente local em companhia de amigos do mesmo sexo, vem um período de formação de novos grupos mistos, com meninos e meninas buscando a privacidade de suas casas, ou de lugares de estar em shoppings centers, em pontos de reunião

localizados em áreas mais públicas de suas cidade, ao longo do período dos 12 aos 17 anos. As preferências por lugares durante a infância e a adolescência supostamente ofereceriam apoio para o desenvolvimento da auto-identidade, para a satisfação da necessidade de segurança, assim como as ligações sociais com os “cuidadores” (pais, professores, monitores, etc.) e com o grupo de amigos da mesma faixa etária, e a prática de papéis sociais. No entanto, o padrão de preferências não é assumido como universal, ou como algo que refletiria necessidade de desenvolvimento humano universal.

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somente a elas mesmas. Gradualmente, esse modo é substituído por um quadro de referência mais estável, através do qual a criança orienta o ambiente com relação a determinados referenciais. Quando o raciocínio abstrato e formal se desenvolve nos anos de escolarização, um quadro coordenado de referências começa a emergir. Quadros fixos são sintetizados em uma visão coordenada do ambiente, e uma compreensão das direções cardinais, de orientação geral do mundo, se torna possível. Assim, Malinowski e Thurber (1996) sugerem que o egocentrismo das crianças mais jovens pode levá-las a preferir lugares onde a gratificação e a proteção estão mais facilmente acessíveis. Isso pode explicar a preferência por lugares de natureza comercial e social, para as crianças na faixa de 5 a 10 anos. O amadurecimento de um quadro estável de referências, ao longo da faixa de idade dos 9 aos 13 anos, pode concentrar a sua atenção no propósito e no uso dos lugares, produzindo preferências associadas ao uso do solo (land use).

A visão de mundo mais abstrata que caracteriza as crianças mais velhas (14 a 16 anos) leva às preferências por lugares baseadas em critérios estéticos ou cognitivos - neste último sentido, com a possibilidade de importar em reflexão sobre assuntos pessoalmente importantes.

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Emoções não apenas interagem com o desenvolvimento cognitivo, tal como sugerido pela pesquisa contemporânea acerca da integração de cognição e emoção (Barnett & Ratner, 1997), mas também pode desempenhar um papel independente nas preferências por lugares, como mostraremos a seguir.

FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO DE LUGARES FAVORITOS

As crianças escolhem lugares favoritos dentro de seu alcance territorial. Por um lado, Wohlwill e Heft (1987) propõem que o conhecimento que as crianças têm de seu ambiente, a sua predisposição para explorar esse ambiente, e sua curiosidade, podem servir como possíveis variáveis intervenientes a afetar o seu âmbito territorial. Por outro lado, restrições tanto de ordem social (como as impostas pelos pais) ou físicas (como as impostas pelas vias e pelo trânsito da vizinhança), podem cortar as possibilidades de uma ampla variedade de experiências ambientais, das quais as crianças poderiam derivar preferências por lugares. As restrições impostas pelos pais são o resultado de negociações familiares onde os medos dos adultos, as convenções do cuidado infantil, os julgamentos acerca do grau de maturidade e competência das crianças, as expectativas relacionadas ao gênero e as orientações culturais são incluídas (Matthews & Limb, 1999; O’Brien & al., 2000). Por exemplo, O’Brien et al.

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idade, e ao seu gênero, além dos impactos de ambientes específicos. Por exemplo, uma pequena cidade rural e uma grande área metropolitana diferem quanto à disponibilidade de lugares específicos para o desempenho de papéis

(behavior settings), quanto às oportunidades para o desenvolvimento de

habilidades especializadas, quanto à quantidade freqüência de contato social, e quanto aos níveis de estímulos tais como os ruídos (Wohlwill & Heft, 1987).

Malinowski e Thurber (1996) listaram uma série de variáveis intervenientes a afetar a escolha e a avaliação de um lugar favorito:

- exposição anterior a diferentes ambientes; - crescimento em ambiente rural versus urbano;

- restrições feitas pelos pais quanto à exploração ambiental; - familiaridade vicária com diversos ambientes através da mídia; - preferências de seus amigos da mesma faixa etária.

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Em resumo, sugere-se que as emoções devem ser entendidas como um fator entre muitos outros a influenciar e explicar as preferências por lugares. Outra evidência da importância dos fatores emocionais pode ser encontrada nas investigações das experiências restauradoras, na auto-regulação e na regulação dos estados emocionais associados a lugares favoritos.

RESTAURAÇÃO EM LUGARES FAVORITOS

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sem controle, a raiva, a depressão, e ainda efetivamente mantêm a atenção em foco, produzindo elevados níveis de experiências restauradoras que podemos denominar fascinação, confortável distanciamento, coerência, compatibilidade.

Duas principais teorias acerca da restauração dominam esse campo: uma teoria focada na recuperação de curto prazo de estresse psico-fisiológico agudo (Ulrich e cols., 1991), e outra teoria voltada para a recuperação de fadiga da atenção direcionada (Kaplan & Kaplan, 1989).

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para novas áreas das suas respectivas cidades, antes e depois dessa remoção. Ela descobriu que as crianças moradoras dos lares em que houve uma melhoria em termos das suas visões da natureza desde suas casas, e cujas casas tinham áreas de jardins e quintais com mais elementos naturais tendiam a apresentar os mais elevados graus de capacidade de atenção. A mudança na qualidade geral da habitação, contudo, não se mostrou um preditor significativo na habilidade de focar a atenção. Taylor, Kuo e Sullivan (2001) descobriram que, de acordo com as avaliações feitas pelos pais ou responsáveis, crianças na faixa etária dos 7 aos 12 anos, com desordem do déficit de atenção, mostravam um melhor desempenho acima do normal após atividade em lugares naturais, com vegetação – e que quanto mais verde a área verde presente nos locais de atividades e brincadeiras onde estavam, menos severos se tornavam os sintomas de seu déficit de atenção.

A AUTO-REGULAÇÃO MEDIADA PELO AMBIENTE

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orientador, observou que a escolha feita por crianças de 13 a 19 anos por um determinado pavilhão na Exposição Mundial da Austrália era baseada na suposição de que sua atmosfera era compatível com as necessidades desse grupo, naquele momento.

Um número crescente de estudos acerca dos lugares favoritos de crianças e adultos (Korpela, 1989, 1992; Korpela, Hartig, Kaiser & Fuhrer, 2001; Newell; Spencer & Woolley, 2000; Twigger-Ross & Uzzell, 1996; Wölfing, 1996) apóia uma explicação mais detalhada da auto-regulação, como dinâmica subjacente às preferências e experiências em lugares favoritos. O conceito de auto-regulação ambiental sustenta que o ambiente físico pode tornar-se parte essencial no processo de regulação da experiência do self e das emoções.

A auto-regulação implica que as influências psicológicas de qualquer fator externo tal como estímulos sensoriais, processos viscerais / orgânicos, ou normas sociais, são processados de acordo com a atividade mental individual, consciente ou inconsciente, seguindo determinados princípios básicos de motivação. A teoria cognitivo-experimental do self (cognitive-experimental self theory – CEST)

(Epstein, 1985, 1991) descreve esses princípios de auto-regulação. Os princípios são basicamente similares, em muitas das teorias recentes acerca da identidade e do self (Breakwell, 1986; S. Taylor, 1991; Tesser, 1986). CEST postula que todas

as pessoas desenvolvem uma teoria pré-consciente da realidade e do self, que é

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com a experiência direta, concreta. Os esquemas da mais baixa ordem são cognições associadas a situações específicas, que podem mudar com rapidez, sem que afetem a estrutura acima. Esses sistemas conceituais, ou teorias, pré-conscientes, não são desenvolvidos de forma rígida, ou aleatória, ou gratuitamente, mas para tornar a vida mais gratificante, significativa, emocionalmente satisfatória, tanto quanto possível.

Na teoria cognitivo-experimental da teoria do self, os princípios que

governam a cognição, a motivação e a ação são associados com as crenças básicas de uma teoria mantida pela própria pessoa (Epstein, 1991). A manutenção de um equilíbrio favorável entre os fatores de prazer e de desconforto é um princípio funcional, associado com a crença que relaciona os aspectos benevolentes e malevolentes do mundo. A capacidade de assimilar os dados da realidade em um sistema conceitual coerente se associa com a crença de que o mundo é dotado de sentido – ou não. A capacidade de manter um nível favorável de auto-estima é associada com a crença de que o self é valioso – ou não. A

capacidade de manter relacionamento ou um estado de compreensão das relações com as outras pessoas (relatedness) é associada com a crença de que as outras

pessoas oferecem apoio e satisfação – ou insegurança e insatisfação. Esses quatro princípios funcionais são de igual importância, e o comportamento cotidiano das pessoas implica em uma solução do compromisso entre elas (Epstein, 1991).

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físicas envolvem o uso do corpo com todos os seus processos somáticos. Por

exemplo, as caminhadas podem ser um meio de manter uma auto-imagem positiva através do controle da forma física. As estratégias de auto-regulação

social envolvem a confiança em outras pessoas para o alcance de objetivos

pessoais. Essas estratégias têm raízes na infância, quando uma criança precisa da ajuda de um cuidador para a redução de tensões internas, pessoais, tais como a

fome ou a dor (Izard & Kobak, 1991). As estratégias de auto-regulação social e emocional implicam em extensões que extrapolam os processos de homeostase interior, e que incluem transações com o ambiente, como as relações sociais. As estratégias ambientais possuem uma extensão assemelhada, e envolvem o uso

que se faz dos lugares, as cognições dos lugares, e afetos associados às emoções e à auto-regulação. Por exemplo, um estudo de Korpela (1992) descobriu que adolescentes na faixa dos 17 a 18 anos freqüentemente iam a seus lugares favoritos depois de passarem por eventos emocionalmente negativos, que ameaçassem a sua auto-estima e a coerência de sua experiência de self. Estar em

um lugar favorito o ajudava a relaxar, a acalmar-se, a ter clareza dos fatos, a ganhar perspectiva das coisas, e conseguir encarar o problema. Os lugares favoritos com freqüência ofereciam um escape para as pressões sociais, estimulando respostas, controle, e liberdade de expressão. Desse modo, os lugares favoritos oferecem alívio emocional, experiências restauradoras, e possibilidades para a reflexão em circunstâncias que não são diversionistas ou escapistas. Os resultados sugerem que os lugares favoritos são usados para a regulação não somente das experiências, mas das emoções também.

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fatores como lugares particulares (Dodge & Garber, 1991). Por exemplo, as pessoas mostram sensibilidade quanto a seus estados emocionais e a seu humor, relacionados a localidades particulares, e o ingresso ou a passagem da pessoa através de um determinado lugar induz determinadas mudanças em seu humor (Kerr & Tacon, 1999; Sttats, Gatersleben & Hartig, 1997). O conceito de regulação emocional, assim como o de auto-regulação não é sinônimo de controle emocional, ou de supressão e eliminação de emoções. O conceito de regulação é neutro, nesse sentido, e pode se referir ao seu aguçamento, à sua elaboração, assim como à sua sustentação e manutenção (Izard & Kobak, 1991). Em resumo, a regulação da emoção inclui não apenas fatores intra, mas também extra

-organismo, através dos quais a estimulação emocional é redirecionada, modificada e modulada em situações emocionalmente excitantes (Cicchetti, Ganiban & Barnett, 1991).

PERSPECTIVAS FUTURAS E ESPECULAÇÕES TEÓRICAS

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emocional, e os processos comportamentais tais como territorialidade, personalização e privacidade tornam-se integrados ao ponto de vista da auto-regulação ambiental. Tanto Korpela (1991) quanto Newell (1994, 1997) também propuseram que as teorias que envolvem processos de auto-regulação são efetivas quando colocadas a serviço da explicação dos efeitos restaurativos dos lugares favoritos.

PRIVACIDADE

Para as crianças, os significados emocionais da privacidade e as conseqüências de não ter privacidade são de grande profundidade. Por exemplo, Smith e Barker (2000) descobriram que crianças na faixa dos 5 aos 12 anos de idade criam “esconderijos” como uma forma de obter um lugar privado em um âmbito especial amplo, longe do olhar e controle dos adultos encarregados dessa vigilância, nos clubes de comunidade, na Inglaterra e País de Gales. A violação das necessidades das crianças por privacidade, como ocorre em habitações ou em creches super-populadas, parece resultar tanto em retração comportamental, quanto em agressividade, a depender da intensidade da situação de aglomeração e das características individuais (Maxwell, 1996). O estudo feito por Maxwell (1996) nos EUA com crianças na faixa etária de 3 a 5 anos mostrou que as crianças cronicamente expostas a situações de alta densidade em suas casas e nas creches eram mais suscetíveis a distúrbios comportamentais, tais como agressões, ansiedade e hiperatividade.

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não tinham familiaridade era, sobretudo, associado com riscos claramente percebidos. Esses sinais de risco incluíam os medos de se perder, ou de se meterem em lugares perigosos, assim como preocupações com adultos estranhos

e gangs de adolescentes. No entanto, as crianças nem sempre aceitam esses riscos

e as restrições impostas por seus pais, e esperam que haja algum tipo de negociação com seus responsáveis, de forma a aliviar ou redefinir as restrições impostas.

Conclui-se que os estados emocionais positivos relacionados à disponibilidade de lugares que sejam privados e favoritos sugerem que as relações entre a regulação da privacidade, a restauração do equilíbrio emocional, e a auto-regulação, nas crianças, merecem mais estudos (Korpela et al., 2001;

Newell, 1995).

TERRITORIALIDADE E ALCANCE TERRITORIAL

A territorialidade não tem sido apenas relacionada com a identidade e o

self (Edney, 1976), mas também tem sido sugerido que os estudos acerca do

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alcance territorial (territorial range).

IDENTIDADE DO LUGAR, APEGO AO LUGAR E EXPERIÊNCIAS RESTAURADORAS

A observação de que as pessoas usam lugares particulares para a regulação do self e de suas emoções é comum na literatura de pesquisa sobre a identidade

dos lugares, apego aos lugares, e ambientes restauradores. A identidade dos lugares é fundamentalmente formada por experiências e cognições que desempenham papéis definidos na regulação das emoções e do self. Desse modo,

o apego ao lugar é implícito na identidade percebida do lugar (Korpela, 1989). Relações de apego são formadas com relação a lugares satisfazem as necessidades emocionais das pessoas, e que as habilita a desenvolver e manter suas próprias identidades (Kaiser & Fuhrer, 1996). Os passos do desenvolvimento envolvidos na formação de uma identidade do self e relações

grupais com os pares refletem-se nas preferências por lugares, ao longo da infância – mas, em particular no final da adolescência (entre os 17 e 19 anos) quando as situações privadas e naturais tornam-se predominantes entre os lugares favoritos. Estudos recentes revelam que essa predominância é evidente entre adultos (Korpela et al., 2001; Newell, 1997; Wölfing, 1996).

De um modo geral, a literatura de pesquisa sobre identidade do lugar não registra que tipos similares de princípios auto-reguladores do self, tal como

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referidos nas descrições das funções das cognições da identidade do lugar, dirigidas a (1) reconhecer ambientes, (2) construir o sentido do ambiente, (3) ajustar as preferências das pessoas e as condições impostas pelo ambiente, (4) intermediar os processos de mudança (5) servir como mecanismos de defesa e controle da ansiedade. As funções são aparentes nos pensamentos, nos comportamentos e nas experiências dos indivíduos, e vão ao encontro das necessidades por um nível mínimo de integração com a identidade do self

individual. Proshansky e colegas (1983) vão mais além, e propõem que as cognições da identidade do lugar tanto definem diretamente quem a pessoa é, ou fazem isso de forma indireta, através da defesa e proteção contra aqueles outros lugares que representam ameaças contra o que a pessoa é e contra o que ela deseja vir a ser. O fato de definirem, manterem e protegerem a identidade do self

de uma pessoa implica que as cognições da identidade do lugar regulam a ansiedade e as sensações de dor e ameaça. Essencialmente, o que a pessoa experiencia é um determinado nível de auto-valoração ou de auto-estima. Assim, apesar de Proshansky e colegas (1983) enfatizarem o crescimento e a mudança nas cognições da identidade do lugar, eles também postulam determinadas funções dessas cognições. As funções revelam que os seres humanos buscam a integração e a consistência cognitiva, a redução da ansiedade, e a manutenção da auto-estima, através do uso de lugares para o alcance desses objetivos.

A regulação do self e a restauração pessoal em lugares favoritos também

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origem – que a humanização3 (ou o ato de assinalar atributos humanos a lugares, como a caracterização de um lugar como um “ouvinte compreensivo”) e o controle de um lugar são aspectos importantes da experiência de um lugar favorito. O sentimento de controle, e a humanização dos lugares podem ser interpretadas como ilusões funcionais temporárias, cuja manutenção parece garantir que a recuperação de golpes pessoais podem mesmo acontecer em um lugar favorito. Essa interpretação é baseada na teoria de S. Taylor's (1983) da adaptação cognitiva a eventos ameaçadores. Essa teoria sustenta que, quando os indivíduos experienciam golpes pessoais, eles procuram pelo sentido que pode haver nessa experiência, tentam recuperar seu controle sobre o evento, esforçam-se por recuperar sua auto-estima. Seu sucesso, nessas tentativas, depende de sua habilidade quanto a formar e manter um determinado conjunto de auto-ilusões, sobretudo na forma de auto-avaliações positivas, de percepções exageradas de seu controle e poder sobre a situação, e um otimismo não-realista. As ilusões apresentam um significado funcional no sentido de contribuírem para manter o

self como um sistema altamente organizado, que é capaz de produzir persistência

comportamental, assim como o bem-estar psicológico (Greenwald, 1981; S. Taylor & Brown, 1994; para uma discussão do papel das ilusões positivas na saúde mental, ver também Block & Colvin, 1994; Colvin & Block, 1994). Pode ser importante estudar o quão freqüentemente essas modalidades de ilusões relacionadas a lugares aparecem entre as crianças. Também podemos investigar se essas ilusões são importantes para determinados tipos de crianças, tais como as crianças isoladas socialmente ou geograficamente, ou para adolescentes que apresentam dificuldades para lidar com os processos de desenvolvimento da

3 Em português, temos o raro termo ANTROPOPATISMO, para designar “a atribuição de características humanas

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socialização. A importância do controle sobre a experiência vivida nos lugares favoritos é notável devido à relevância que o conceito de controle tem para a compreensão de fenômenos relacionados à saúde, como o estresse e a depressão (Bechtel, 1992; Steptoe & Appels, 1989). Os estudos dos lugares favoritos, como um todo, sugerem que uma coisa que pode ser potencialmente controlada é o ambiente físico – o que é exatamente o caso dos lugares favoritos. Assim, parece ser possível que em algumas das situações ou estágios do desenvolvimento, o senso de controle pode ser derivado do ambiente físico. Por outro lado, a perda de controle parece caracterizar os lugares que adultos jovens experienciam como os mais depressivos de suas vidas (Bechtel, Fox, Korpela, & Parkkila, 1995).

Em suma, a identidade dos lugares, o apego aos lugares, a regulação da privacidade e os efeitos restauradores são fenômenos inter-relacionados com a regulação do self e das emoções. Um exemplo concreto: podemos supor que um

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inscritos no ambiente. Esses sinais e formas físicas também sugerem associações positivas acerca do próprio self, que operam mudanças na compreensão dos fatos,

de modo a que o significado de eventos decepcionantes são interpretados de forma positiva, valorada. O senso de compatibilidade com o lugar, acompanhado de um sentimento de controle e engajamento em atividades mentais ou comportamentais podem, finalmente, produzir novas percepções acerca de si mesmo, e da situação que antecedeu a visita ao lugar favorito.

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1989) põem ser oferecidos como métodos conscientes de lidar com fatores de estresse, como do caso de crianças que se adaptam a novos ambientes (Jalongo, 1985).

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