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Social Networks in Education: a new 21

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Academic year: 2019

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Redes sociais na educação: uma nova necessidade da escola do

séx. XXI

Oscar Leal dos Santos

oal.santos@gmail.com

Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

Resumo

Os alunos que hoje frequentam as escolas têm características bastante diferentes das gerações que lhes antecederam. Esse facto faz com que exista uma necessidade de mudança dentro das próprias instituições de ensino no sentido de procurarem proporcionar um ensino que vá mais ao encontro das necessidades dessa nova geração de alunos. Além disso, as escolas continuam muito fechadas em si próprias continuando a comunicar com o exterior de uma forma muito semelhante à que fazia há 20 anos atrás. A Escola do séx. XXI terá então de aproveitar as oportunidades que a tecnologia hoje oferece, para promover a aproximação entre pais, professores, alunos, escolas e comunidade. Sendo a plataforma Weduc a única rede social no mundo dedicada à educação a 360º, este artigo pretende assim perceber as potencialidades pedagógicas da mesma, relacionando-as com as diversas orientações que grupos de investigadores internacionais propuseram para a Escola do Séc. XXI, nomeadamente i) no crescente papel destinado aos pais e encarregados de educação no percurso académico dos seus filhos/educandos; ii) na resposta às exigências tecnológicas de uma nova geração de alunos; iii) em questões de privacidade e iv) na interação entre professores e alunos.

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Social Networks in Education: a new 21

st

Century School”s Need

Abstract

Students, who attend schools nowadays, have many different features from the generations that preceded them. This fact means that there is a need for change within their own educational institutions in order to seek to provide an education that goes towards the needs of this new students’ generation. Furthermore, schools remain closed in themselves and keep communicating with the outside in a very similar way to what was made 20 years ago. The 21st Century School will then have to avail the opportunities that technology offers today to promote the forthcoming between parents, teachers, students, schools and community. As the platform Weduc is the only social network in the world dedicated 360 º to education, therefore, this article intends to understand it’s pedagogical potential, relating them to the various guidelines that international groups of researchers have proposed to the 21st Century School, namely, i) in the growing role for parents and carers in their children / students’ academic career ii) in response to the technological demands of a new students’ generation, iii) on privacy issues and iv) in the interaction between teachers and students.

Keywords: 21st Century School; Social Network; Weduc.

Introdução

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Surgem então novos contextos educativos que privilegiam a colaboração, interação e partilha permitindo uma aprendizagem mais individualizada e mais autónoma por parte dos alunos. Cabe então à escola tirar partido da tecnologia existente e procurar desenvolver formas inovadoras de envolver os alunos e garantir que potenciem a sua aprendizagem.

É neste contexto que surge a Weduc, uma plataforma de comunicação em rede totalmente concebida para a educação, que liga pais, alunos, professores e escolas, utilizando o modelo de rede social com total segurança e privacidade na partilha de informação.

Quadro teórico

Caracterização do aluno séc. XXI

Segundo Prensky (2001), os alunos de hoje não mudaram apenas os seus hábitos, roupas ou estilos, mas sim a forma como pensam ou processam informação. Os alunos e esta sua geração processam um grande volume de interações com a tecnologia, pensam e processam as informações de forma bem diferente das gerações anteriores.

A esta nova geração são atribuídas designações, tais como “digital natives” (MCLESTER, 2007), “Net Generation” (OBLINGER & OBLINGER, 2005), “Millenials” (PEDRÓ, 2006), “New Millennium Learners” (OECD, 2008), “Neomillennial Learners” (BAIRD & FISHER, 2006) ou “IM Generation” (LENHART, RAINIE & LEWIS, 2001), em que cada um dos termos foca diferentes aspetos de um mesmo fenómeno.

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Ferramentas colaborativas da Web 2.0

Desde 2003 que tem havido uma receptividade enorme ao nível deste tipo de ferramentas. Assim, ferramentas de difusão, tais como os blogs e podcasts, de

colaboração, tais como as Wiki, de comunicação em rede, tais como o MySpace e o

Facebook, de partilha multimédia, como o Flickr ou o YouTube e os jogos sociais (por

exemplo, o Second Life) são cada vez mais utilizadas.

Redecker (2009) na investigação que levou e cabo, concluiu que em junho de 2006, 2,5 bilhões de vídeos foram visualizados no YouTube e mais de 65.000 foram

enviados diariamente. Desde a sua criação, em 2001, a Wikipedia tem crescido

exponencialmente, tornando-se num dos maiores sites de referência, atraindo, pelo

menos, 684 milhões visitantes por ano até 2008. Existem mais de 75.000 contribuintes ativos, que trabalham em mais de 10.000.000 artigos, em mais de 250 línguas. A versão em Inglês da Wikipedia é o maior, com 2.573.854 artigos.

Hoje, o Second Life parece ter um rápido crescimento, com base nos cerca de

1,3 milhões de "residentes ativos", o que representa um aumento de 46% no número de residentes ativos de janeiro de 2007, 61% dos quais são europeus (PASCU, 2008). Em março de 2007, mais de 250 universidades, 2.500 educadores, museus e centros de estudos, tiveram uma presença no Second Life (CALONGNE, 2007).

Web 2.0 na Educação

Sendo a Educação um dos pilares de desenvolvimento da sociedade, é fundamental que as instituições de ensino tirem proveito deste novo tipo de ferramentas colaborativas, no entanto, e até agora, tanto escolas como universidades não aproveitaram esta nova oportunidade.

Estudos recentes nos EUA indicam que 55% dos adolescentes americanos criaram perfis online e usam as redes sociais. O tamanho da blogosfera (termo usado

para designar a comunidade de bloggers) duplicou em cada 6 meses nos últimos

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No estudo de Redecker (2009) foram identificadas várias potencialidades a serem exploradas pelas instituições de ensino, ao nível do uso deste tipo de ferramentas:

1) Novas formas colaborativas e de troca de conteúdos de aprendizagem: nos

ambientes tradicionais, as atividades do utilizador são normalmente limitadas à comunicação sobre o conteúdo, no entanto, em ambientes estruturados da Web 2.0,

os utilizadores podem trabalhar diretamente no próprio conteúdo. Estes ambientes permitem também que os conteúdos gerados possam ser modificados, comentados e avaliados pelos próprios estudantes. Os conteúdos podem ser combinados, podendo igualmente ser de diferentes tipos (texto, imagens, sons, vídeos, etc.) permitindo, assim, uma forma de expressão diversificada e criativa.

2) Novas formas de comunicação entre os alunos e professores/formadores: as

diferentes ferramentas da Web 2.0 permitem uma nova forma de comunicação entre

os utilizadores. Algumas ferramentas promovem implicitamente novas estruturas de comunicação e processos (por exemplo, salas de aula virtuais e reuniões).

3) Ambientes mais personalizados e centrados nos alunos: as ferramentas da Web

2.0 apoiam a autoaprendizagem e, assim, colocam o foco no aluno, como ser individual, responsável pela sua aprendizagem. As ferramentas da Web 2.0 suportam

uma forma mais lúdica e uma abordagem experimental para a aprendizagem, permitindo ainda que os alunos apresentam as suas ideias de formas originais.

4) Novos contextos de aprendizagem combinada (formal/informal, sala de

aula/distância; intra/extra-institucional; cenários mistos de aprendizagem e

abordagens pedagógicas): as ferramentas da Web 2.0 podem oferecer novas formas

de blended learning, promovendo novas abordagens pedagógicas - sala de

aula/aprendizagem a distância.

5) Vantagens em termos de motivação por parte do aluno: as ferramentas da Web

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6) Tendência para integração de soluções versus ferramentas isoladas: na maior

parte dos casos estudados por Redecker (2009), foi visível uma clara tendência da passagem do uso de ferramentas isoladas (por exemplo, wiki ou blogs) para soluções

integradas (por exemplo, blogs e wiki baseados em aprendizagem de gestão de

sistemas). A linha de desenvolvimento da Web 2.0 em ambientes educacionais

parece estar a mover-se de ambientes mais desestruturados do passado para ambientes mais estruturados, organizados e criativos.

7) Mundos virtuais são as tendências de futuro: integração de comunidades sociais,

como o Facebook, e o conteúdo de outros ambientes da Web 2.0, como del.icio.us,

Flickr ou YouTube. As ferramentas deste último são vistas como bases de dados de

recursos especialmente ricas para a aprendizagem e que podem ser integradas em diferentes cenários de aprendizagem.

Escola séc. xxi

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O sucesso de um sistema de ensino do século XXI fica dependente da capacidade das escolas em formar profissionais motivados e qualificados. Essa abordagem inclui o trabalho colaborativo entre escolas, desenvolvendo, assim, um quadro de responsabilização nas estratégias de melhoria para todas as escolas

(School Report). Nesse sentido, o School Report aponta também para uma maior

responsabilidade na intervenção dos pais e comunidades locais.

Parceria com os pais para apoiar o desenvolvimento da criança é um elemento-chave de aprendizagem individualizada. O envolvimento dos pais na aprendizagem dos seus filhos é uma das mais importantes influências no desempenho dos mesmos - falar com eles e com os seus professores sobre a sua aprendizagem ajuda-os no seu crescimento educativo. A escola deve incentivar o apoio dos pais aos seus filhos, através da prestação de melhor informação aos pais. O ASCD, uma parceria para o “21st Century Skills” defende que as tecnologias de comunicação terão de fornecer caminhos para as conexões entre os estudantes, pais e educadores que estão no coração de todas as comunidades de aprendizagem fortes. Esses sistemas de ensino, que suportam as interações casa-escola, são essenciais para o sucesso académico dos jovens. Melhora, igualmente, o desenvolvimento profissional dos educadores, já que permite aprender a qualquer hora e em qualquer lugar, ao promover a troca de ideias e melhores práticas com os colegas.

Plataforma Weduc

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entre escolas e encarregados de educação é tido como um fator chave no percurso formativo do seu filho/educando.

É então nesta vertente que surge a plataforma Weduc, uma plataforma de comunicação em rede que liga pais, alunos, professores e escolas, utilizando o modelo de rede social com total segurança e privacidade na partilha de informação. Como plataforma concebida e destinada exclusivamente a educação tem outras preocupações associadas, tal como a privacidade. Segundo alguns estudos realizados em Portugal, dois terços dos jovens entre os 14 e os 18 anos usam ativamente as redes sociais, 23% afirma revelar o nome da sua escola no perfil, 58% publicam fotografias e vídeos pessoais e 20% publicam dados pessoais (entre os quais a morada de residência). Um outro dado muito preocupante é que mais de metade dos jovens afirmaram que já responderam a contatos de estranhos (VIEIRA, 2012).

O conceito

Existem muitas abordagens e plataformas que procuram utilizar as ferramentas Web 2.0 no processo e ligação entre professores e alunos, como

ferramenta de comunicação da escola aos encarregados de educação ou como forma de disponibilizar ou complementar os conteúdos de aprendizagem em sala de aula com conteúdos digitais. Algumas destas abordagens tentam plasmar diversas valências das redes sociais, como a partilha em comunidade e a criação de redes de ligações, existindo sempre alguns óbices nas redes sociais abertas que são difíceis de colmatar numa rede social em contexto educativo: as fortes exigências de privacidade e validação de identidade, críticas quando se trata de dados de alunos de todas as faixas etárias, muitas das vezes menores de 13 anos e a hierarquização de perfis, replicando necessariamente a hierarquia e organização de uma escola.

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portanto natural que as evoluções que a tecnologia agora nos permite, nomeadamente a facilidade de comunicação e interação que as redes sociais disponibilizam possam e devam ser aproveitados em contexto educativo – com o grande desafio destas mesmas redes já fazerem parte do dia-a-dia da atual geração de alunos – estes digital natives estão habituados ao mundo digital e um processo de

ensino que seja omisso em conseguir utilizar o mesmo tipo de ferramentas e interações têm naturalmente maiores dificuldades em captar a sua atenção e interesse.

A Weduc materializa esta adaptação do conceito de redes sociais ao ecossistema educativo e à relação família – professores – escola – alunos, replicando relações e ligações da vida real num mundo digital e aportando toda a conveniência e facilidade de comunicação, num modelo de educação mais participado.

A Weduc foi criada e desenvolvida em Portugal e é a única rede social no mundo dedicada à educação a 360º. Permite aos Pais ter uma visão e relação alargada com todos os agentes educativos que fazem parte da sua vida real ao construir uma rede de ligações seguras dentro da plataforma, acedendo sempre às mensagens, fotografias, vídeos ou avaliações com toda a conveniência de um computador com ligação à internet, tablet ou smartphone. Mais do que uma plataforma de escolas, a

Weduc diferencia-se pela sua abrangência – os pais conseguem acompanhar com total privacidade a educação dos seus vários filhos nas várias entidades educativas que eles frequentem – escolas, escolas de atividades (música, línguas, desporto etc), explicadores, tudo numa única plataforma.

Uma das outras características únicas da Weduc é o de conseguir replicar para cada pessoa os vários papéis [perfis] que a mesma tem perante um conjunto diverso de entidades, tudo na mesma plataforma e com um só username: Um

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participarem em atividades extracurriculares também diferentes – navegando nos diferentes perfis.

Finalmente uma das características chave – a privacidade dos dados – a Weduc permite que cada professor partilhe conteúdos na sua turma com os encarregados de informação, garantindo que essas informações não são visíveis para utilizadores que não pertençam ao contexto turma. Estas partilhas são efetuadas considerando a equipa educativa como tal – os vários professores da turma conseguem visualizar as partilhas efetuadas pelos seus pares, dentro da mesma – excetuando, claro está, as mensagens privadas, bem como as avaliações – estas últimas são acessíveis apenas ao aluno e ao encarregado de educação que dizem respeito.

Toda esta informação está organizada de acordo com a pirâmide de hierarquias das escolas – por turmas, departamentos, escolas e agrupamentos, considerando diferentes níveis de permissões, como o de professor, diretor de turma, coordenador, administrador de sistemas ou diretor. Apesar da Weduc poder ser utilizada por apenas um professor ou turma dentro de uma escola, carece sempre da autorização e conhecimento da direção da mesma, que tem os mecanismos para validar cada utilizador – a Weduc valida a escola e esta por sua vez valida os seus utilizadores, num mecanismo que tem a virtuosidade de evitar falsos perfis ou identidades – todos os utilizadores são reais.

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preponderante. De notar que as partilhas que o professor efetua em ambiente de turma para os pais não é acessível aos alunos – bem como a partilha que cada professor efetua nas salas de aula digitais com os seus alunos não são acessíveis nem aos pais nem aos outros colegas docentes da turma.

No nível de interações a Weduc tem um cuidado muito especial no tipo de interações que permite aos alunos – além de não conseguirem interagir com outros alunos que não os seus colegas das turmas a que pertencem, estão completamente vedados de interagir com outros adultos que não os seus professores, os diretores das escolas a que pertencem ou aos seus familiares.

Para as escolas, a Weduc representa a capacidade de organizarem numa única plataforma diferentes tipos de interações que muitas vezes eram efetuadas em ferramentas não controladas pela escola ou que a própria direção da escola não tem conhecimento – muitos professores encontraram as suas próprias estratégias para efetuar estas partilhas com os sues alunos ou com os respetivos encarregados de educação: a criação de blogues, o envio de informação por email, os sites com zonas

de acesso reservado, ferramentas de partilha de fotos, o youtube ou mesmo as redes

sociais abertas, como o facebook. A Weduc garante que todas estas partilhas

possam ser efetuadas em ambiente controlado pela escola, sem dispersão pelas diversas plataformas e garantindo desta forma um sistema de comunicação, informação e apoio à gestão mais eficiente.

Para os professores, a Weduc pode ser mais do que uma ferramenta de

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seus pares que, se nalguns contextos, são difíceis de potenciar no mundo físico, são muito fáceis de o fazer numa rede virtual de contexto exclusivamente educativo.

Fundamentos do projeto Weduc

1) O ensino está a mudar

A principal mudança não está, sequer, no que ensinar, mas principalmente no como ensinar. O paradigma do professor que aprendia na faculdade todos os conceitos e que na escola, juntamente com os manuais escolares, vertiam o seu conhecimento para os alunos está ultrapassado. Os alunos agora têm acesso a várias fontes de informação, em vários suportes multimídia, que não apenas os professores e os livros. A internet dotou qualquer aluno da capacidade de aprofundar os seus conhecimentos sobre qualquer matéria sem sair de casa, pelo que este tipo de desafio é colocado na sala de aula.

As principais valências do educador do futuro não serão tanto no campo do conhecimento adquirido, mas na forma como transmite esse conhecimento e como orienta os seus alunos no processo de aprendizagem – ele terá que ser o maestro e o orientador, coordenando o processo de ensino e a seleção de ferramentas e conteúdos nas suas aulas. Ao professor não se colocará a questão do conhecer e ensinar as frações numa aula de matemática, mas sim como ensinar e como adequar o tipo de conteúdos às especificidades de cada aluno.

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2) As escolas não acompanham o ritmo de evolução

A revolução digital, que massificou o acesso de todos a novos meios, conteúdos e formas de comunicar e de se interligar ainda não chegou à grande maioria das escolas. A maior parte delas continua a lecionar e a comunicar de uma forma muito semelhante ao que faziam 20 anos atrás. A transformação que se espera radical nas novas gerações de alunos tem de passar em grande parte por uma revolução dentro das escolas e da forma como estas interagem com a comunidade. A escola tem e vai deixar de ser uma caixa fechada, desde os escalões etários mais baixos, pois é nessas idades que grande parte da estrutura cognitiva se forma.

3) Os pais querem saber e participar mais

Os pais dão cada vez mais relevância e importância à educação dos filhos, investem cada vez mais dinheiro nessa educação, mas não necessariamente mais tempo; as famílias têm cada vez menos filhos mas têm também menos condições para acompanhar o seu crescimento. Grande parte destes pais quer estar mais envolvido, mas não tem como – sabe que grande parte dos principais eventos da vida do filho se passa fora de casa, na interação com outros adultos (professores, educadores, etc.), mas com quem ele não consegue interagir. As atividades extracurriculares multiplicam-se, sem que os pais tenham condições para conhecer de perto os resultados e os progressos nas mesmas.

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As necessidades que a Weduc procura colmatar

1) Envolvimento dos pais na educação dos filhos

A sociedade atual é extremamente exigente para com os pais, que cada vez têm uma vida profissional mais intensa, com um conjunto de tecnologias e meios que lhe permitem cada vez mais contatáveis e aceder a mais informação, mas que têm menos disponibilidade para acompanhar a vida escolar e a educação dos filhos. Os pais acabam muitas vezes por delegar na escola o papel preponderante na educação dos filhos, sem que tenham tempo ou meios para comunicar com os professores e educadores que, na realidade, são quem passa mais tempo com os mesmos.

As escolas, por seu lado, ainda não se adaptaram completamente a estas novas exigências, e a comunicação entre a escola e os pais é ainda, na maior parte dos casos ineficientes, sendo que muitas vezes é o próprio aluno o elo de transmissão.

O objetivo primordial da Weduc é efetivamente colmatar esta lacuna, proporcionando as ferramentas para as escolas e educadores partilharem com os pais vários tipos de informação e conteúdos sobre os seus filhos e a vida escolar, mas com bidirecionalidade – o pai não tem, nem deve, ser apenas um expectador – O pai pode interagir e comunicar com todos os professores, bem como com os outros pais da turma.

2) Reabilitação do papel da família na educação

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Por outro lado, mesmo o conceito nuclear de família – pai e mãe – não assume os mesmos moldes que há duas gerações atrás – famílias com pais divorciados são cada vez mais comuns, bem como casos em que um dos progenitores está, por razões profissionais ou outras, deslocado, expatriado ou simplesmente em horários desencontrados dos filhos; A rede social de suporte e acompanhamento encontra-se assim mais fragilizada e muitos destes atores têm pouco acesso, ou não o têm de todo, aos factos importantes no crescimento das crianças, que acontecem todos os dias, mas que não são partilhados.

A Weduc potência novamente o papel da família – o encarregado de educação pode dar acesso a familiares e amigos, por forma a que todos estes possam acompanhar de perto as informações que são partilhadas pelos educadores e professores – fotos, notas, processo formativo e outros eventos.

3) Partilha de experiências entre pares

Os professores tiveram durante muito tempo uma limitação muito grande – a partilha de conhecimento e de experiências era-lhes dificultada pela própria natureza da sua atividade, em que muitas vezes o contato com os seus pares limitava-se à sua escola ou, no limite, ao seu agrupamento escolar.

As novas exigências do sec. XXI colocam-nos perante novos desafios, em que a forma de educar e ensinar se está a alterar e realidades que permaneceram imutáveis décadas a fio se desmoronam de um ano letivo para o outro. A única forma de um professor se manter atualizado e preparado é partilhar – ideias, boas práticas, questões e problemas com os seus pares, não só da mesma escola, mas a uma escala global. O poder da inteligência coletiva nas sociedades e nas organizações tem de ser incorporada nas escolas e nos processos de aprendizagem.

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conhecimento e experiências tendem a complementar-se, pelo que uma plataforma comum que permita esta partilha fomenta um processo simbiótico para todos os intervenientes.

Referências

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LENHART A., RAINIE L. & LEWIA O. Teenage Life Online: The Rise of Instant-Message Generation and the Internet’s Impact em Friendship and Family Relationships, Washington, DC: Pew Internet and American Life Project, 2001

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VIEIRA C. Os jovens e perigos das redes sociais na Internet. Disponivel em http://www.ruadireita.com/internet/info/os-jovens-e-os-perigos-das-redes-sociais-na-internet/, 2012

Sobre o Autor

Oscar Leal dos Santos

Docente de quadro do grupo 550 (Informática). Licenciado em Informática, ramo Informática de Gestão (2003), Pós Graduado em Gestão e Estratégia (2004), profissionalizou-se em 2008 pela ESE de Setúbal, Mestre em Educação, ramo TIC na Educação (2012). Doutorando em Educação, ramo TIC na Educação, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Formador de docentes em Portugal desde 2006 e fora de

Portugal desde 2011. oal.santos@gmail.com

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