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Solidao em cuidadores informais de idosos dependentes e sua rela c;: ao com a sobrecarga do cuidador

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Coordenadores Alexandrina lobo Alfonso Gonzalez Amancia Carvalho Cesario Rodrigues Cristina Antunes M! Joao Monteiro M! Zita Alves Vitor Rodrigues

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Contextos de

Investiga~ao

em

Saude

(2)

Investiga~ao

em

Saude

Reservados todos os direitos de acordo com a legis/aIYdo em vigor

© 20 12, Escola Superior de Enfermagem Dro Jose Timoteo Montalvao Machado

Revisao Tecnica e Grafica Teresa Carvalho

I.' Edi~iio : Abril 2012

ISBN: 978-989-97708-0-5

Deposito legal: 342230/12

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Contextos de

Inve s ti g a~ao

em Saude

INTERVEN~

INTEGRADA SOBRE as

DETERMINANTES EM

SAlIDE

Solidao em cuidadores informais de idosos dependentes e

sua relac;:ao com a sobrecarga do cuidador

Pe reira da Mal a, M. 1; Pimen tel. M.H. 2; Sousa, M.F.3

Resumo - Em resultado da fllll~iio que desempellha, 0 cuidador infomlal de idosos depelldentes pode

apresentar lim COlljlUlto de problemas fi sicos, menlais e socioeconomicos, aos quais geralmente se

denomi.nam de carga e que pode ser objetiva ou subjetiva. Villa das repercussOes associadas ao cnidar

e

a

solidao.

Metodologia: Esttldo correlacional. Aplica ~ ao de um questionario a lima 31ll0slra de 232 cuidadores

infonnais de idosos dependentes.

Resultados: Aproxillladamente metade dos cuidadm"es (44,4%), esla incluida no grupo que evidellcia

sobrecarga mtensa. Existe uma rela ~ ao moderada entre a sobrecarga e a solidao. A analise penllite

verificar que, quando a solidao aumenla lUn ponlo, a sobrecarga aumenla aproximadamenle 0,5 ponlos (IFO,S2').

Conclusao: Os resultados obtidos lllosiram claramenle a imporlimcia das redes sociais na prevew;ao e no

conl1"010 da solidao do cuidador. Seria de extrema utilidade 0 incelltivo a cria ~ ao de grupos de

vollintanos, ou grupos de ajuda Illuttla, que pudessem cooperar na pre s ta~ao de cuidados infonnais,

servindo sillmltaneamente como agelltes de supot1e emociollal do cuidador infonnal de idosos dependenles.

Pa labras-ehav{': Cuidador infomlal; sobrecarga: solidao.

R{'snm{'o - En resultado de su desempel1o, el cuidador illfonnal de mayores dependientes puede presentar

lUl conjlmto de problemas fisicos, menlales y socioeconom..icos, al cual generalmente se Ie denomina de

carga y que puede ser objetiva 0 subjetiva . Una de las repercusiones asociadas al cuidar es la soledad.

Metodologia: Esttldio conelaciollal. Aplicaci6n de Cuestiollario a lUla Illuestra de 232 cuidadores

infonnales de mayores depelldientes.

Resultados: Aproximadamenle la mitad de los cuidadores (44,4%), esta incluida en el grupo que demuestra sobrecarga inlensa . Existe lUla relacioll moderada entre la sobrecarga y la soledad EI analisis penllile verificar que, cuando la soledad aumenta lUl PIUlto, la sobrecarga aumenta aproxillladamente 0,5

PlUltOS CP=O,528).

Conclusion: Los resultados obtenidos IllUestrall claramellte la inlportancia de las redes sociales en la

prevencion y en el control de la soledad del cllidador. Seria de extrema utilidad incentivar la creacion de grupos de voltmtarios, 0 grupos de ayuda mutua, que plldiesen cooperar en esla prestacion de cuidados illfonnales, sirviendo simultaneamellie como agenles de soporte emocional del cuidador illfollnal de ancianos dependienles.

Pa lab r as-c1al'{,: Cuidador infomlal; sobrecarga; soledad.

I Marla Augusta Mata - F..scola Superior de Smlde! Instituto Politecnico de Braganra (Nud eo de Investigartio e

in tervenriio no idoso) -augustamata@ipb.pt

2Marla Helena Pimentel Escola Superior de Smlde/lnstituto Politecnico de Braganra (Nucleo de Investigariio e in tervenriio no idoso) -hpimentel@ipb.pt

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1 - INTRODU<;AO

Sao varios os estudos que apontam para problemas de indole diversa sentidos pelos

cuidadores infofIllais, principahnente quando 0 cuidado se prolonga no tempo. Ribas et

a1. (2000) afinn3m que 0 cuidador principal enfrenta diariamente desafios imprevisiveis

e sofi e perdas de controlo pessoal que se vao refletir na sua s3lide fisica e emocional.

RefereIll, ainda, que 0 sindrome do cuidador mio se m3nifesta apenas na sallde, ja que

tambem estao implicados aspectos socia is e economicos. Trata-se entao de HIll quadro

plurissintomatico que afeta e se repercute em todas as esferas da vida pessoa!. Martinez,

Nadal, Beperet, Mendi6roz e grupo Psicost (2000), refon;:am a ideia anterior, referindo

que a carga familiar se repercute em distintas areas da vida do cuidador: tarefas da casa,

rela~oes entre 0 casaL familiares e sociais, desenvolvimento pessoal e de tempo livre,

economia familiar, saude mental e mal-estar subjetivo do cuidador. Os mesmos autores

referem que estas areas podem ser agrupadas em dois gr·andes grllpOS: carga objet iva e

carga subjetiva.

Opini30 semelhante

e

apresentada por Hlmg, Sanchez e Bello (2003), ao afinllarem que, em resultado da sua funy3o, 0 cuidador pode apresentar um conjunto de problema s

fisicos , mentais e socioeconomicos, a que gerahllente se da 0 nome de carga e que pode

ser objetiva ou subjetiva . No estudo que desenvo lveram em cuidadores de pessoas com

demencia, os autores indicam que a sobrecarga objet iva se refere it dismpyao da vida

social do cuidador, it quantidade de tempo e dinheiro investido no cuidado ao familiar,

assim como aos problemas de conduta que este apresente, enquanto a sobrecarga

subjetiva diz respeito it perceyao que 0 cuidador apresenta da repercussao emocional e

das necessidades e problemas relacionados com 0 ate de cuidar.

Tal

e

0 caso da solid3o experienciada em decorrente da funyao cuidativa , e apesar da dificuldade em delimitar uma defmir;:3o precisa deste sentimento pelas diferentes

ver1entes que assume, e que muitas vezes pode ser confimdido com abandono ou com

isolamento . Perhllan e Peplau (1998) referem que se pode pensar a solidao como uma

condiyao model1la que nasceu com a mbanizay30 e subsequente tecnologia e

posterionllente intensificada pelas tendencias pes model1las. No entanto, afU"Illam que 0

desejo por companhia e cooperay30 e 0 medo pela rejeiyao social e hostilidade tem

acompanhado a evolur;:30 da humanidade. Apresentam 0 seu conceito entendendo a

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Contextos de

Investiga~ao

em Saude

INTERVEN~

INTEGRADA SOBRE as

DETERMINANTES EM

SAlIDE

sociais de lIIlla pessoa

e

significativamente deficiente tanto em quantidade como em qualidade.

Emst e Cacioppo (1999) definem a solidao como UIIl sentimento complexo e poderoso

que engloba a ausencia de rela ~oes intul13S e sociais, enquanto Neto (2000) ref ere que

se trata de lUna experiencia CO llium e que consiste mUll sentimento doloroso que se tem

quando 0 tipo de rela ~oes sociais que desejamos e as que temos sao diferentes .

Apesar dos diferentes conceitos que cada estudioso possa apresentar, lodos sao

coincidentes em aflfIllar que se trata de lim sentimento penoso e que pode assumir

varias veltentes, entre as quais se contam a solidao social e a solidao emocional. A

primeira refere-se it situay30 objet iva de estar so ou a dUlllnuiyao de relacionamento

social, enquanto a segunda constitui 0 tipo de sohdao que acontece quando uma pessoa

sente falta de alguem que lhe seja intUllO (Perhllan & Peplau, 1998).

Os cuidadores infofIllais de idosos dependentes, podem desenvolver qualquer um dos

tipos de so lidao ja que, em consequcncia da funyao que executam, acabam por padecer

de diferentes perturba90es, sejam elas fisicas, psicologicas, ou ambas. Entre elas figura

a solidao, que esta amplamente referida na literatura acerca da tematica do cuidar, como

em Sanchez (2004), Baltar, Cenato, TrocOlliz e Gonzalez (2006), Tate (2006) , Hirdes

(20 11).

Tambem Crespo e Lopez (2004) fazem refercncia as repercussoes associadas ao cuidar

afinnando que esses problemas nao sao apenas frequentes, mas sao tambem muito

variados. Para alem das dificuldades ulerentes as tarefas que executa , 0 cuidador

enfrentara tambem problemas de ordem familiar , laborais, economicos, assim como de

isolamento social e diminuiyao do tempo de ocio distanciando-se das suas relayoes

famihares e sociais. Este facto conduzu·a inevitavehnente ao sentullento de prisioneu·o,

isolamento e solidao .

A mesma opiniao

e

apresentada por Alvarez e Vigil (2006), ao afllmarem que muita s vezes 0 cuidador, nomeadamente aquele que cuida de pessoas com demcncias sente-se

desprotegido face as intensas necessidades do cuidar, e

e

fi:equentemente acometido de sentullentos de solidao .

Face ao exposto , entende-se que esta varrnvel deve estar incluida em projetos de

pesqmsa no ambito dos cuidadores ulfonllais de idosos dependentes. A ulVestigayao

(6)

conduz necessariamente a inte rven~oes mais per1inentes e efic3zes, que podem

constituir-se como fatores preventivos das repercussoes associadas ao cuidar de idosos

em 3mbiente familiar.

Com 0 objetivo de 3nalisar a sobrecarga do cuidador infol1l1al de idosos dependentes e

verificar em que medida a so lidao experienciada se relaciona com 0 nivel de sobrecarga

[oi desenvolvido 0 presente estudo.

2-METODO

2.1- Material

Desenvolveu-se lIm estudo cOlTelacional de carMer transversal, para 0 qual [oi

constmido UIIl questionario que incluia variaveis sociodemograficas e de cuidado , a

entrevista de Carga do Cuidador de Zarit e questoes extraidas da escala de so lidao

desenvolvida por Jong-Gierveld e Kamphuis (1984) que pareceram nillis per1inentes

para 0 presente estudo.

o

questiomirio foi aplicado a uma amostra de 232 cuidadores infonnais de idosos com dependencia fisica e/ou mental residentes no distrito de Braganr;:a.

2.2 -Procedimentos

Os casos foram identificados au·aves de enfenneiros dos centros de saude que

desenvolvem visitar;:3o domiciliaria , e diretores tecnicos de instituir;:oes de idosos que

possuelll a valencia de apoio domiciliario.

Obteve-se ainda a colaborar;:30 destes tecnicos para a co llieita de infonnar;:30, a quem foi

previamente apresentado 0 objetivo do estudo, definidos tennos e clarificados os

conceitos.

Os cuidadores que preenchiam os criterios de inclusao (serem cuidadores de pelo menos

um idoso com dependencia fisica e/ou mental, e que nao auferissem qualquer

remunerar;:ao pelo cuidado prestado) foram convidados a par1iciparem no estudo, sendo

elucidados acerca do objetivo do mesmo, e garantidos 0 anonimato e confidencialidade

dos dados.

Posterionnente, os dados foralll submetidos a tratamento estatistico com recurso ao

prograllla infonnatico SPSS (PASW) versao 1. 8, utilizando-se a estatistica descritiva e

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Contextos de

Investiga~ao

em Saude

I NTE RVE N ~

INTEGRADA SOBRE as

DETERMI NANTES EM

SAlIDE

A analise da cons i sh~ ll cia intem a das esca las e dos il ens que as integram foi ava liada

atraves do calenlo do va lor de A lfa de Cronbach.

Para a Entrevista de Carga do Cuidador [o i obtido lUll aifa de 0,909. Para a escala de

solidao obteve-se 0 va lor de A lfa = 0,838 .

Os cuidadores foram integrados em gmpos de carga de aeordo com os pontos de corte

apresentados por Sequeira (2010).

3 - ANALISE DE RESULTADOS

Os 232 cuidadores estudados apresentam uma media de idades de 57,96 anos (min: 23 ;

max: 89 anos). A maior representatividade recai sobre as pessoas com 76 anos, va lor

que cOlTesponde

a

moda.

Na Tabela 1,

e

possivel verificar ainda que, ah~ Ill dos idosos cuidadores, 0 gmpo etario a seguir mais representado

e

0 dos 50 - 59 anos, seguido do das pessoas com idades compreendidas entre os 40 - 49 anos.

Os resultados evidenciam 0 predominio do genero feminino (apesar da prevalencia de

11 ,6% de individuos do genero masculino), a prevalenc ia acentuada de pessoas casadas

(79, 3%), com h ab ilit a~oes litentrias ao nivel do ensino basico (48,2%), rea l ~a ndo - se no

entanto, um percentual de 11,2% de cuidadores que mo sabe ler nem escrever, e outro

de 16,4% constituido por pessoas que mo concluiram 0 10 cicio do ensino basico.

Os cnidadores sao maioritariamente fillias da pessoa cnidada com uma prevalencia de

46,6%, seguindo -se as esposas com 24,6%, os maridos co m 7,8%, e as noras com 5,6%.

De r eal~ar a existencia de 4,3% de cuidadores que mo possuem layos familiares com a

pessoa cnidada: sao amigos on vizinhos que, por qnestoes de solidariedade decidiram

preslar ajuda.

No que conceme it. co n stitui ~ao dos agregados fa miliares, os mais preva lentes sao os

(8)

Tabela 1.

Di S lribui~ao dos cuidadores segundo as carateristicas sociodemognificas

n

Genera (1l=232)

Feminino 205

Masculino 27

Idade - anos (1l_232)

[20-29[ 2

[30-39[ 26

[40-49[ 42

[SO-59[ 64

[60-69[ 32

[>= 70[ 66

Estado Civil (n=232)

Solteiro 32

Casado/ Uuiao de facto 1B4

Divor ciadoj Separado 14

Viuvo 2

Habilitaroes academ icas (n 232)

Nao sabe ler nem escrever 26

Sabe ler e escrever 3B

1 Q Cicio 66

2Q Cicio 24

3Q Cicio 22

Ensino Secundario 21

Ensino Superior 35

Parentesco (n 232)

Filha lOB

Marido 1B

Esposa 57

Filho 9

Nom 13

Sobrinha 3

N,ta 6

irma / irmao 7

Amigo(a) j vizinho(a) 10

Afilhada 1

% 88,4 11,6 0,9 11,2 18,1 27,6 13,8 28,4 13,8 79,3 6,0 0,9 11,2 16,4 28,4 10,3 9,5 9,1 15,1 46,6 7,B 24,6 3,9 5,6 1,3 2,6 3,0 4,3 0,4

Aproximadamente metade dos cuidadores (44,4%) esta incluida no grupo que evidencia

sobrecarga intensa e 24,6% integram-se no nivel de sobrecarga ligeira .

A analise da Tabela 2 penllite verificar que a solidao apresenta uma co nda ~ao posit iva

e altamente significativa com 0 global de carga do cuidador. Verifica-se ainda que,

apesar do valor das conelar;:oes ser baixo, it. medida que aumenta a idade do cuidador

aumenta 0 valor da sobrecarga e da solidao , e que quanto maior 0 grau de dificuldade

em conjugar 0 trabalho com 0 cuidado, maior a sobrecarga e a solidao experienciadas

pelos cuidadores. A observa~ao da tabela pennite ainda verificar que quanto maior 0

nlllllero de elementos do agregado familiar mellor 0 va lor da sobrecarga e da solidao, e

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Contextos de

Investiga~ao

em Saude

Tabela 2.

INTERVEN~

INTEGRADA SOBRE as

DETERMINANTES EM

SAlIDE

MalTiz das correla~Oes entre a sobrecarga, solidao, idade, constinti~ao do agregado familiar e grau de

dificuldade na cO llju ga~ao do trabalho com 0 cuidado<')

Agregado Qual 0 grau de dificuldade em

Carga total Solidao Idade

familiar conjugar trabalho com

cuidado?

Carga total 1,000

Solidao ,SOl" 1,000

Idade ,161' ,1 45' 1,000

Agregado familiar -,149' -,2 17" -,5 56" 1,000

Qual 0 grau de dificulda de em ,297" ,3 15" ,190 -,015 1,000

conjugar trabalho com cuidado?

- -

-(l)Teste de coITela~ao de Speannan *co rrela ~ao slgmficatlva para urn myel de slgmficanCia de 0,05 e "0,01

A analise de regressao linear simples [oi iniciada com a verificar;:3o dos seguintes

pressupostos:

• 0 coeficiente de conelar;:ao linear de Pearson obtido (r=0,528; p<O,OOl),

evidencia uma rela ~ao linear positiva moderada entre as variaveis.

• A analise dos residuos pennite verificar que os elTOS tem uma media nula

(mediF 0,00000) ;

• 0 diagrama de dispersao dos residuos estandardizados e dos valores previstos

estandardizados (Figura 1) permite verificar a homocedasticidade dos enos, ja que os

pontos apresentam lUll padrao de variabilidade constante em tomo da recta de residuos.

Di agram. de dl ' per. Ao De . nd e n tV.~ . b le : car alOIal

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o

(10)

1

Como 0 teste de Durbin-Watson (DW=1 ,478)2 esta proximo de 2, DaO existem

evidencias para se aceitar que os enos nao sao independentes.

• Tambem a aplicar;:3o do teste de Kolmogorov-Smirnov (P=O,200) pennitiu

verificar que os erros seguem Ullla distribuiy30 Donnal.

• Por Olllro lado , 0 teste ANDV A aplicado it. signifid incia global do modelo,

penllite verificar que 0 modele pode ser aplicado (F= 88 , 737 ~ p<O,OOl), concluindo que

o modele linear

e

adequado para explicar a reiar;:3o entre a sobrecarga e a solidao.

Desta forma , lodos os pressupostos para a realizar;:3o da analise de regressao linear esHio verificados.

A analise dos dados expressos na Tabela 3 pennite verificar que os coeficientes da [eta

sao significativos (constante: f=33,0 74; p <o, 001; IC 95% = 35, 95 a 40,505) (declive:

r=9, 42; p <O,OOl; IC 95% = 1, 518 a 2, 321), ou seja , os resultados pennitem deduzir que a sohdao explica significativamente a sobrecarga.

Finalmente, atraves da analise do modelo , pode ainda deduzir-se que existe uma relar;:ao

moderada entre a sobrecarga e a solidao (R=0,528) e que 27 ,8% da variar;:ao do myel de

sobrecarga e explicada pela so lidao (R2= 0,278). 0 modelo explica 27 ,5% da variar;:ao

do nivel de sobrecarga (R2ajustado= 0,275).

A analise pennite ainda verificar que, quando a so lidao aumenta Uln ponto , a sobrecarga

aumenta aproximadamente 0,5 pontos

(13=

0,528).

Tabela 3.

Coeficientes da recla de regressao linear simples entr e a sobrecarga e a solidao

IC 95% para B Modelo

B

s.

B,1a t P Limite inferior Li mite superior

(Constan te) 38,227 1,156 33,074 ,000 35,950 40,505

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Contextos de

Investiga~ao

em Saude

4 - DISCUSSA.O DOS RESULTADOS

INTERVEN~

INTEGRADA SOBRE as

DETERMINANTES EM

SAlIDE

A representatividade das lllulheres ascende a 88,4%, enquanto nos homens

e

de 11 ,6%. Estes va lores estao alinhados pelos valores encontrados pela Health Canada, nUllia

investigayao levada a cabo em 2002, que identificou 77% de lllulheres cuidadoras e com

o estudo de Rodriguez, Echanagonia e Castello (2005), que referem que 83,6% dos

cuidadores infOrIllais de idosos pertencem ao genero feminino. Estes resultados sao ainda conflflllados pelo estudo efetuado pela universidade de Georgetown nos Estados

Unidos da A1m~r i ca , atraves do Center on an Aging Society (2005), que num estudo

relativo a 1999 que tinha por objetivo comparar as carateristicas dos cuidadores relativ3mente it. decada anterior, confirmou que a maioria dos cuidado s continuavam a

ser prestados por mulheres, apesar de apontarem para um aumento do nllInero de

homens cuidadores. Tobio, Tomas, Gomez e Palomo (2010), afllmam que persiste Uln

discurso conservador ou tradicional de interiorizar;:ao e conforInismo fa ce ao ato de

cuidar. Estes investigadores mencionam ainda que os homens vao sendo

progressivamente implicados no ato de cuidar de UIn familiar, sobretudo quando se trata

de uma crianr;:a. Esse cuidado e menos evidente na velhice mais fi:agil, salvo quando sao

reforInados e cuidam das sua s esposas doentes.

A amostra de cuidadores estudada apresenta uma media de idades proxima dos 58 a110S

(min: 23 ; nmx: 89 anos) e a maior representatividade recai sobre as pessoas com 76

a110S, valor que conesponde it moda. Estes dados diferem dos apresentados por

Rodriguez et a1. (2005), no estudo desenvolvido para 0 IMSERSO, onde os cuidadores

com mais de 69 anos de idade representavam apenas 14,9%, enquanto 0 grupo etario

mais representativo era 0 dos 50 - 59 anos de idade, com uma proporr;:ao de 28,7%,

seguido do gmpo dos 40 - 49 anos, com 23 ,8%. Deve, no entanto , sa lientar-se a

disHincia crono logica entre a publicar;:ao daquele estudo e a epoca em que se procedeu it.

presente recolha de infol1nar;:ao . Enh"e uma s itu.a ~ao e a Olltra medeiam cerca de cinco

a110S, pelo que e possivel que 0 cernlrio apresentado pelos auto res do estudo se tenha

modificado . Por Olltro lado, num estudo desenvo lvido em 2002 por Gonzalez-Valentin e

Ca lvez-Romero e publicado em 2009, onde numa amostra de 128 cuidadores, 0 perfil

encontrado foi " . . . mullier casada que nao trabalha , filha da pessoa incapacitada, com

(12)

facto , os resultados obtidos patenteiam, para ah~Ill de UIIl predominio do genero

feminino , UIlla prevalencia acentuada de pessoas casadas (79, 3%), com habilita ~6 e s

litentrias ao nivel do eosino basico (4 8,2%), sobressaindo , no entanto , UIIl percentual de

11 ,2% de cuidadores que nao sabe ler nem escrever e 16,4% de pessoas que nao concluiram 0 10

cicio do ens ino bas ico .

A analise de conela ~a o estabelecida entre a solidao e 0 llllluero de elementos do agregado familiar, pennitiu verificar que quanta maior 0 numero de elementos do

agregado familiar , mellor 0 nivei de solidao. V erificou-se ainda que a dificuldade em

conjugar 0 trabalho com 0 cuidado aumenta com 0 aumento da solidao e que, quanta

mais elevada

e

a idade do cuidador, maior 0 myel de solidao. A analise de regressao linear simples pennitiu concluir que existe uma relayao linear positiva enh·e a

sobrecarga e a solidao onde 27 ,5% da variayao da sobrecarga e explicada pela solidao e

quando a esta aumenta mll ponto, a sobrecarga aumenta aproximadamente 0,5 pontos

(~= 0,528). Estes resultados sao conoborados por illlllueros estudos que mencionam 0

risco de solidao e de isolamento social dos cuidadores e da impOltancia das redes de

supotte social, designadamente: N akatan~ Souto, Paulette Melo e Souza (2003); Sousa

e Figueiredo (2004); Bocchi (2004); Baltar et aL (2006) ; Lopez e Martinez (2007);

Figueiredo e Sousa (2008); e Boyer (2009).

5 - CONCLUSOES

Do estudo efetuado

a

amosh·a de cuidadores realya-se que existe mll predominio de pessoas do genero feminino , casadas, fillia s da pessoa cuidada e com habilitayoes

literarias ao nivel do ensino basico. A media de idades e proxima dos 60 anos, sendo

que a maior representatividade recai nas pessoas commais de 70 anos.

Verificou-se ainda que a sobrecarga global se cOlTelacionava de fOHua significativa com

a idade, pennitindo concluIT que quanto maior a idade, maior 0 global de sobrecarga.

Conclui-se que a solidao do cuidador diminui com 0 nlllllero de elementos do agregado

familiar e aumenta com a idade e com a dificuldade na conjugayao do h·aballio com a

funyao cuidativa, e que existe uma relayao linear entre solidao e a sobrecarga ,

evidenciando que quando a solidao aumenta , aumenta concomitantemente a sobrecarga.

Os resultados obtidos evidenciam ainda claramente a impOltancia da s redes sociais na

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Contextos de

Inve s ti g a~ao

em Saude

INTERVEN ~

INTEG RADA SOBRE a s

DETERMINANTES EM

SAlIDE

incentivo it cOllstituiy30 de grupos de vo luntarios, ou grupos de ajuda llllllua que

pudessem cooperat" nesta prestayao informa l de cuidados, servindo simultaneamente

como agentes de supOI1e emocional do cuidador informal de idosos dependentes.

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Malia Augusta P(,I"eil'a da Ma ta

Professora -Adjunta no Instinlto Politecilico de Bra g all~a- Escola SupeJ.ior de Sallde. Provedora do

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Malia Helena Pimentel

Doutorada em Sociologia pela Ulliversidade do Minho. Mestre em Ciellcias de Enfermagem pela Uiliversidade do Porto. Licenciada em Enfennagem - Especialista em Ellfennagem de Satide Infantil e Pediatrica.

Malia Filomena GI"t'lo Sousa

Professora -Adjllnta no hlstituto Politecnico de Bragan~a- Escola Superior de SaMe. Curso de

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Figura  1.  Diagrama de  dispersao entre os residuos eslandardizados e os  valores previstos eslandardizados

Referências

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