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Bullying homofóbico no contexto escolar em Portugal

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Academic year: 2021

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BULLYING HOMOFÓBICO NO CONTEXTO ESCOLAR

EM PORTUGAL

1 Raquel António23 Tiago Pinto2 Catarina Pereira2 Diana Farcas2 Carla Moleiro2

Resumo: O presente estudo pretendeu explorar o fenómeno do bullying homofóbi-co em Portugal relativamente à sua prevalência, homofóbi-consequências e formas de agres-são. Mediante um questionário online, distribuído pelos núcleos locais da Asso-ciação rede ex aequo e preenchido por 184 estudantes, verificou-se que, à seme-lhança de resultados internacionais, o recinto escolar é o local privilegiado para a ocorrência deste fenómeno. Os resultados indicam que prevalece a violência ps i-cológica e a vitimização de rapazes; os comportamentos de agressão são desvalo-rizados; subsiste uma não intervenção nas situações presenciadas; existem conse-quências psicológicas significativas para as vítimas de bullying homofóbico, em comparação com as não-vítimas. Defende-se a importância de conceber programas de sensibilização, de criar medidas de protecção para as vítimas, e ainda de apro-fundar a investigação desta temática.

Palavras-chave: bullying, homofobia, orientação sexual, escola

Homophobic Bullying in School Context in Portugal (Abstract): The present study intended to explore the phenomenon of homophobic bullying in Portugal, concern-ing its prevalence, consequences and ways of aggression. Through an online ques-tionnaire, distributed to the local core network of the ex aequo association, and completed by 184 students, it was found that the school grounds is a main location for the occurrence of this phenomenon, just as the international studies revealed.

1 Nota: O presente trabalho apresenta alguns dados preliminares do trabalho desenvolvido

pela primeira autora, no âmbito da sua dissertação de Mestrado, sob a supervisão da última autora. O estudo foi realizado em colaboração com a rede ex aequo e apoiado pela Comis-são para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).

2 ISCTE-IUL, CIS-IUL

3 raquelmantonio@gmail.com

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The results indicate that psychological violence and victimization of boys are more prevalent; aggressive behaviors are devalued; the witnessed situations lack intervention; there are significant psychological consequences for the victims of homophobic bullying, compared to non-victims. It is argued for the importance of developing awareness programs, creating protective measures for victims, and further investigation of this issue.

Keywords: bullying, homophobia, sexual orientation, school

Introdução

Bullying

Nos últimos anos, a temática de violência nas escolas tem vindo a receber uma maior atenção na área da investigação e dos media. O bullying é uma forma específica de violência nas escolas, sendo definida por Olweus (1993), como “um(a) aluno(a) estar a ser provocado/vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a acções negativas da parte de uma ou mais pessoas” (p. 9). As acções negativas podem ser verbais (e.g. chamar nomes), físicas (e.g. bater), sexuais (e.g. tocar em partes do corpo do outro deixando-o desconfortável), ou sociais (e.g. excluir), contri-buindo para a distinção entre o bullying “directo” (que envolve um ataque manifesto a uma vítima) e o bullying “indirecto” (que está relacionado com o isolamento social e exclusão de um grupo). Destaca-se ainda o

cyberbull-ying, que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação

(e--mail, telemóvel, pager, etc.) como forma de agressão.Green (2008) afirma que estes dois tipos de bullying podem ocorrer no intervalo, na hora de almoço, antes ou depois da escola, tendo sempre uma ou mais vítimas e um/a ou mais agressores (bullies).

A maioria dos estudos indica que o bullying é mais frequente entre estudantes dos 6 aos 15 anos, onde a percentagem de vitimização se encontra entre 58 e 77 valores (e.g. Poteat & Espelage, 2005). Hoover e Oliver, em 1996, afirmaram que 80% dos/as estudantes já foi vítima de bullying na sua escola, pelo menos uma vez, nos Estados Unidos da América. Estudos feitos em Inglaterra referem que em 68% das escolas existem alunos/as que já foram alvos de alguma forma de bullying (O’Higgins – Norman, 2008).

Em Portugal, investigações com amostras representativas, em 1998, verificou-se que 42.5% dos/as alunos/as entre os 11 e os 16 anos de idade relataram nunca se terem envolvido em comportamentos de bullying, 10.2% afirmaram serem agressores/as, 21.4% referiram serem vítimas e 25.9% eram simultaneamente vítimas e agressores/as (Carvalhosa, Lima & Matos,

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2001). Por sua vez em 2004, constatou-se que 41.3% dos/as alunos/as nunca estiveram envolvidos em situações de bullying, 9.4% foram agressores/as, 22.1% foram vítimas e 27.2% foram vítimas e agressores/as (Carvalhosa, 2007). Registou-se um maior envolvimento dos rapazes nos comportamentos de bullying e um declínio destes comportamentos no final da adolescência para ambos os sexos (Formosinho, Taborda & Fonseca, 2008).As agressões físicas apresentam-se como a forma mais comum de bullying nas escolas portuguesas do 1º ciclo, ainda que a partir do 2º ciclo se registe uma maior prevalência das agressões verbais (Carvalhosa, Moleiro & Sales, 2009) e do

cyberbullying (Almeida et al, 2008).

As investigações têm revelado que tanto os bullies como as vítimas de

bullying podem sofrer repercussões significativas ao nível do bem-estar

emocional, da saúde e da aprendizagem (Green, 2008). Por norma, as víti-mas apresentam baixos níveis de auto-estima, sociabilidade e felicidade, pior desempenho escolar, auto-imagem e auto-avaliação negativas, elevados níveis de ansiedade, e uma maior tendência para a depressão e desintegração social (e.g. Carvalhosa, 2009; Craig, 1998; Rigby & Slee, 1993; Solberg & Olweus, 2003). Green (2008) realça que as vítimas de bullying têm uma maior tendência para manifestar dores de estômago, dores de cabeça e, em casos mais graves, apresentam uma maior tendência para a auto-mutilação e tentativas de suicídio. Por seu turno, os/as bullies apresentam uma maior prevalência de comportamentos anti-sociais e agressivos fora do contexto escolar, um maior consumo de substâncias, como álcool e drogas, elevados níveis de ansiedade, impulsividade, auto-imagem positiva e necessidade de dominar os outros, queixas físicas e psicológicas, e problemas escolares (Carvalhosa, 2009; Carvalhosa, Lima & Matos, 2001; Olweus, 1993; Rigby & Slee, 1993; Solberg & Olweus, 2003).

Bullying Homofóbico

Apesar da investigação sobre bullying e vitimização ter sofrido um aumento significativo nos últimos anos, verifica-se que a sua relação com outras áreas, como a homofobia, tem sido menos estudada (Poteat & Espela-ge, 2005). A homofobia corresponde a qualquer forma de discriminação feita com base numa orientação sexual não-heterossexual (Oliveira, Pereira, Costa & Nogueira, 2010), envolvendo assim crenças, atitudes, estereótipos e com-portamentos negativos (e.g. irritar, ameaçar, importunar) para com indiví-duos homossexuais e bissexuais (Wright, Adams & Bernat, 1999). Assim, o

bullying homofóbico pode ser caracterizado por comportamentos associados

ao bullying no geral (e.g. agressões físicas, verbais, sexuais), mas revestidos de teor homofóbico. É exemplo o conteúdo verbal utilizado em situações de homofobia e situações de bullying (utilização da orientação sexual como forma insulto; Poteat & Espelage, 2005).

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É evidente a relação entre bullying e homofobia, considerando que as experiências negativas reportadas por estudantes LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) englobam, sobremaneira, o bullying exercido de forma continuada no tempo (Takács, 2006). Segundo alguns autores (e.g. Adams et al., 2004), o bullying homofóbico pode tornar-se mais grave relati-vamente ao bullying em geral por ser menos visível e menos credibilizado do que as outras formas de bullying, inclusivamente pelos/as próprios/as profes-sores/as.

É de salientar que o comportamento de bullying homofóbico pode ser expresso em relação quer a pessoas heterossexuais, quer LGBT, ou seja, também existem estudantes heterossexuais que podem ser vítimas de homo-fobia, não pela sua orientação sexual, mas porque são percebidos/as como sendo diferentes das expectativas tradicionais do papel de género masculino ou feminino (Poteat & Espelage, 2005).

Neste sentido, a investigação existente sugere que a homofobia e o

bull-ying homofóbico mostram ser uma consequência negativa dos estereótipos de

papel de género (O’Higgins-Norman, 2008). Para o autor, o bullying homofó-bico pode ser dividido em dois tipos: (a) o bullying subjacente ao carácter hetero-normativo do ambiente escolar, relacionado com as expectativas de papel de género independentemente da orientação sexual da vítima, nomea-damente ao nível do policiamento dos comportamentos considerados represen-tativos dos géneros feminino e masculino; e (b) o bullying que tem por base comportamentos discriminatórios e persecutórios contra pessoas LGBT.

A prevalência do bullying homofóbico, apesar das dificuldades ineren-tes à sua avaliação, parece ser bastante elevada, sendo que cerca de 92% dos indivíduos LGBT já foram vítimas de comentários homofóbicos, 84% afirma ter sido ofendido/a verbalmente, 83% sofrer insultos, ameaças, violência física e sexual (Poteat & Espelage, 2005). Segundo O’Higgins-Norman (2008), 45% dos gays e 20% das lésbicas, nos Estados Unidos da América, já experienciou agressões físicas e verbais por parte de outros/as estudantes devido à sua orientação sexual. Por sua vez, 53% já ouviu comentários homofóbicos por parte dos/as funcionários/as da escola. No Reino Unido, um estudo desenvolvido pela associação Stonewall com a participação de mais de 1100 adolescentes, demonstrou que 65% dos/as estudantes LGBT com menos de 18 anos já foram vítimas de bullying homofóbico directo e mais de 95% foram expostos/as a agressões verbais de teor homofóbico (Stonewall, 2007).

Em Portugal, apesar da escassez de resultados relacionados com o

bullying homofóbico, é possível revelar alguns indicadores. Tendo por base

os resultados obtidos pela Associação rede ex aequo (associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes em Portugal),através do Observatório de Educação LGBT, realizado em 2008 em território

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nacio-nal, a maior parte das queixas de situações de homofobia em ambiente esco-lar regista-se entre o final da adolescência e o início da idade adulta e em grandes centros urbanos, nomeadamente Lisboa, com 38% das queixas e o Porto, com 12% (rede ex aequo, 2008).

A baixa auto-estima, isolamento, dificuldades de concentração, fobia à escola e tentativas de suicídio são alguns exemplos das consequências do

bullying homofóbico (e. g. Adams et al., 2004; Berlan et al., 2010; Harry,

1989; Hershberger & D’Augelli, 1995; Ritter & Terndrup, 2002; Russell,

2003). A longo prazo, Adams et al. (2004) apontamcomo consequências os

sentimentos de culpa, depressão e ansiedade, bem como receio de estabele-cer relações interpessoais e timidez. Deste modo, os efeitos deste tipo de

bullying englobam, sobretudo, a perda de confiança, a diminuição da

auto--estima e do desempenho escolar, e o aumento do abandono da escola (O’Higgins-Norman, 2008). Adicionalmente, os/as jovens LGBT, vítimas de

bullying homofóbico, revelam um elevado risco de tentativas de suicídio e

elevados níveis de depressão e suicídio (Robertson & Monsen, 2001). Assim, o presente estudo tem por objectivo efectuar uma caracteriza-ção do fenómeno do bullying homofóbico em Portugal, ao nível das suas formas de agressão, prevalência e consequências, comparando-se posterior-mente estes dados com os resultados observados a nível internacional.

Método

Participantes

Participaram neste estudo 184 estudantes de Portugal continental, com idades compreendidas entre 12 e 20 anos (M=17; DP=1.68). Do total de participantes, 54% (n=99) eram do sexo feminino e a maioria frequentava o 12º ano (50.5%). A amostra contou com a participação de jovens de todos os distritos de Portugal continental, sendo que 33% estudava em Lisboa. Rela-tivamente à sua orientação sexual, 34% (n=63) dos/as participantes identifi-caram-se como homossexuais, 27% (n=49) como bissexuais, 25% (n=46) como heterossexuais, e os/as restantes optaram por não responder à questão ou declararam ter dúvidas relativamente à sua orientação sexual.

Instrumentos

A recolha de dados foi feita através do preenchimento de um questio-nário online, composto por várias secções. Inicialmente, após a apresentação de uma definição de bullying e de bullying homofóbico, a primeira parte do questionário, composta por 11 questões, destinava-se à recolha de dados biográficos. A segunda parte do questionário tinha como objectivo avaliar o

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bullying homofóbico e as suas consequências físicas e psicológicas. Para tal

recorremos a um conjunto de questões de instrumentos internacionais, a saber, o Homophobic Content Agent Target Scale (HCAT), desenvolvido por Poteat e Espelage (2005); o Speakout Survey (Stonewall, 2007); e o Clinical

Outcomes in Routine Evaluation (CORE-OM; Barkham et al., 1998).

A versão adaptada da escala HCAT (Poteat & Espelage, 2005) utiliza-da incluiquestões relativas à vitimização e agressão verbal, como “Na últi-ma seúlti-mana, quantas vezes as seguintes pessoas te chaúlti-maram estes nomes [e.g. maricas, gay, lésbica, etc.]” ou “Na última semana, quantas vezes cha-maste estes nomes [e.g. maricas, gay, lésbica, etc.]”, especificando-se poste-riormente o alvo (e.g. “alguém que não conhecias”, “alguém de quem não gostas”, “alguém que julgas ser homossexual”, etc.). Encontra-se assim duas sub-escalas: de alvo/vítima e de agente/bully, com 5 itens cada. As respostas aos itens eram dadas numa escala de Likert de cinco pontos, em que 1 cor-respondia a “Nunca” e 5 a “Muito Frequentemente”. Os autores da escala encontraram boas qualidades psicométricas da mesma, através de índices de precisão (α=.85, cada sub-escala), análise factorial (2 factores, 41% e 16% da variância), e correlação com diversas outras medidas, mostrando boa validade convergente e divergente.

A partir do Speakout Survey (Stonewall, 2007), foram extraídos os itens referentes a diferentes formas de agressão (e.g. “Agressão verbal”, “Agressão física”, “Por posts na internet ou blogs”), consequências para o agressor (e.g. “O que aconteceu ao agressor?”), outras características relati-vas à situação de bullying (como o local, intervenientes, etc) e algumas das suas consequências escolares e relacionais. As hipóteses de resposta varia-vam consoante o conteúdo do item, apresentando-se, em alguns casos, sob a forma de uma escala de Likert de cinco pontos. Esta escala foi já utilizada no Reino Unido para dois estudos ao nível nacional, com o objectivo de caracte-rizar a prevalência, características e consequências do bullying homofóbico nas escolas Britânicas, tendo revelado não só adequabilidade na investiga-ção, como na aplicabilidade a jovens.

Do CORE-OM (Barkham et al., 1998), foi utilizada a versão reduzida e dirigida a adolescentes (YP-CORE), para a avaliar as consequências psico-lógicas do bullying. O CORE-OM é composto por 4 dimensões: bem-estar subjectivo, queixas/sintomas, funcionamento social e pessoal, e comporta-mentos de risco para com o próprio e/ou outros. É uma escala amplamente utilizada em investigação e em clínica/psicoterapia, com excelentes qualida-des psicométricas. A versão reduzida para adolescentes tem apenas 10 itens, traduzindo o nível de bem-estar psicológico global. As respostas são dadas numa escala de Likert de cinco pontos, em que 1 correspondia a “Nunca” e 5 a “Muito Frequentemente”. Estas medidas foram já traduzidas para portu-guês, tendo dados preliminares para população clínica e não clínica (Sales et

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al., 2008). Para a avaliar as consequências do bullying a nível de problemas de comportamento para além das emocionais de carácter mais internalizante, foram acrescentados 6 itens de comportamentos externalizantes e de consu-mos de substâncias (que não fazem parte da versão reduzida).

Procedimento

O questionário foi elaborado através da plataforma Google docs, tendo sido gerado um link de acesso que foi enviado por e-mail para os núcleos locais da Associação rede ex aequo, através dos quais foi encaminhado a jovens de idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos. Foi-lhes explicado que o questionário se destinava a recolher opiniões dos/as estudantes acerca de alguns aspectos da sua vida escolar e que a sua colaboração seria funda-mental para a compreensão das relações humanas na escola, assegurando-se a confidencialidade e anonimato das respostas e o carácter voluntário da participação (American Psychological Association, 2002; Ordem dos Psicó-logos Portugueses, 2011). O consentimento informado foi, assim, obtido junto dos participantes e, apesar de estes serem menores de idade em muitos casos, o consentimento dos pais ou representantes legais não foi procurado. Essa escolha foi feita por ter sido a associação rede ex aequo, à qual perten-ciam de forma autónoma, uma parceira na investigação e por não ser reque-rido que os jovens tivessem revelado a sua orientação sexual aos seus repre-sentantes legais (constituindo-se uma situação de excepção à obtenção do seu consentimento).

O questionário esteve online durante dois meses, tendo os dados sido posteriormente analisados através do programa SPSS.

Resultados

Num primeiro momento, realizou-se uma análise dos resultados de forma a obter-se uma caracterização geral e descritiva do bullying homofó-bico na amostra. Neste sentido, verificou-se que 42% dos/as participantes afirmaram já ter sido intimidados/as, insultados/as ou agredidos/as na escola por ser homossexual ou bissexual, ou por alguém que os/as via como sendo homossexual ou bissexual. Para além disso, a maioria dos/as estudantes inquiridos/as declararam já ter visto outras pessoas serem vítimas de bullying homofóbico (67%), sendo que 40% das vítimas foram alunos/as que eram ou podiam ser vistos/as como homossexuais ou bissexuais. O local mais comum onde os/as participantes afirmam ter ocorrido estas situações foi dentro do recinto escolar (28%), ou quer dentro quer fora da escola (67%).

Pode-se constatar igualmente que 57% das situações foram presencia-das por mais pessoas para além do/a inquirido/a, sendo que 32% presencia-das pessoas

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não fizeram nada, 22% riram-se da situação, e apenas 17% pediram ao/à agressor/a para parar. Nos casos em que a situação não foi vista por mais ninguém para além dos/as participantes, apenas 20% contou a amigos/as da escola o que presenciou, registando-se percentagens baixas de relatos das situações a adultos, nomeadamente a professores/as (7.8%) e aos progenito-res (1.6%). Em 80% das situações de bullying homofóbico, os/as inquiri-dos/as revelaram que não aconteceu nada ao/à agressor/a, sendo que em ape-nas 14% das situações o/a agressor/a foi repreendido/a.

Posteriormente, foram realizadas análises estatísticas com o intuito de categorizar os diferentes tipos de bullying e melhor definir o fenómeno a nível das suas consequências, e diferenças de sexo e orientação sexual.

Deste modo, foram agrupadas as diferentes formas de bullying homo-fóbico presentes nos itens referentes ao Speakout Survey (Stonewall, 2007), através de uma Análise por Componentes Principais (ACP), recorrendo ao método de rotação Varimax (KMO=.851; Bartlet χ² (55) =1082.787, p<0.001) e usando o critério de Kaiser para extracção de factores (valores próprios iguais ou superiores a 1). A solução final revelou um total de três factores que explicam 71.84% da variância total (ver Tabela 1). O primeiro factor obtido, Violência Psicológica, refere-se às agressões verbais, exclusão e isolamento, bem como aos mexericos e boatos, tendo apresentado uma boa consistência interna (α=.90). O segundo factor, Violência Física e Sexual, remete para um tipo de agressão que envolve agressões e ameaças à integri-dade física e agressões sexuais, apresentando uma consistência interna ele-vada (α=.78). Por último, o terceiro factor, Cyberbullying, está relacionado com as agressões perpetradas através da Internet (e.g. publicação de posts) ou do telemóvel, tendo apresentado uma consistência interna também eleva-da (α=.83). A Violência Psicológica registou uma maior ocorrência média (M=2.12), em detrimento do Cyberbullying (M=1.29), e da Violência Física e Sexual (M=1.15), explicando 27.64% da variação.

Uma vez que a forma de violência psicológica foi aquela que registou uma maior frequência de ocorrência, tornou-se imprescindível analisar a escala de agressão verbal HCAT (Poteat & Espelage, 2005), que permite avaliar até que ponto os/as alunos/as praticam ou sofrem agressões verbais de teor homofóbico. A escala, dividida entre agressão e vitimização, revelou elevados valores de consistência interna (agressores, α=.82; vítimas, α=.86), tendo-se verificado um maior frequência média na sub-escala de vítimas (M=1.64) do que na de agressores (M=1.40).

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Tabela 1: Análise por Componentes Principais (ACP) referente às Formas de Bull-ying Homofóbico

Se foste alvo de

bull-ying homofóbico, com

que frequência foste sujeito(a) a: Factores Violência Psicológica Violência Física e Sexual Cyberbullying

Loading M DP Loading M DP Loading M DP

Agressão verbal .886 2.28 1.39

Mexericos ou boatos .854 2.37 1.49 Olhares intimidantes .798 2.03 1.30 Ignorado/a ou isolado/a .751 1.82 1.30 Ameaça grave à tua

integridade .864 1.07 .46 Agressão física .725 1.21 .59 Agressão sexual .624 1.07 .29 Estragar ou roubar coisas .704 1.26 .71 Instant messag-ing/chat/e-mail .869 1.32 .81 Posts na Internet ou blogs .821 1.26 .68 Telemóvel .788 1.29 .78 Variância explicada (%) 27.638 22.627 21.569 Consistência interna (α) 0.90 0.78 0.83 M 2.12 1.15 1.29 DP 1.201 .406 .658

Com o objectivo de verificar o impacto das consequências psicológi-cas e físipsicológi-cas decorrentes da vitimização por bullying homofóbico, foram

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realizados testes t para comparação de médias, de modo a comparar as con-sequências entre as vítimas de bullying homofóbico e as não-vítimas. A dis-tinção entre os dois grupos foi feita com base na pergunta “Já alguma vez foste intimidado(a), insultado(a), ou agredido(a) na escola por seres homos-sexual ou bishomos-sexual, ou por alguém que pensava que que eras homoshomos-sexual ou bissexual?”. Assim, verificaram-se diferenças estatisticamente significa-tivas entre vítimas e não-vítimas em quase todas as consequências avaliadas, conforme a Tabela 2. Deste modo, constatou-se que as vítimas de bullying homofóbico, quando comparadas com as não-vítimas, apresentam maiores níveis médios de consequências psicológicas (i.e. o bem-estar psicológico avaliado com os itens do YP-CORE foi inferior para as vítimas de bullying homofóbico). As vítimas reportaram, por exemplo, sentir-se significativa-mente mais tristes, sozinhas, irritadas e, inclusivasignificativa-mente, ter mais vontade de se magoarem a si próprias. As consequências ao nível da segurança na escola (t(1,182)=-4.68, p<.01), do sentido de comunidade escolar (t(1,182)=-4.29, p<.01), e no próprio desempenho escolar (“Tiveste dificuldade em concen-trar-te na escola”; t(1, 182)= 4.33, p<.01) também foram mais elevadas para as vítimas. Finalmente, alguns problemas de comportamento foram também significativamente superiores nas vítimas de bullying (como “Agiste sem pensar”, t(1, 182)=2.10, p<.05; e “Tiveste muitas discussões”, t(1, 182)=2.68, p<.05). Apenas não se verificaram diferenças significativas rela-tivas aos indicadores de consumos de substâncias (tabaco, álcool e drogas).

Neste estudo procurou-se ainda averiguar as diferenças relativamente à vitimização por bullying homofóbico, nomeadamente em função do sexo e da orientação sexual. Mediante os testes realizados, foi possível verificar que os rapazes foram aqueles que apresentaram maiores níveis percentuais de vitimização (56.4%), comparativamente com as raparigas (43.6%), níveis esses que revelaram uma diferença estatisticamente significativa (χ2=5.68,

p<.05).

Por sua vez, aqueles que se identificaram como sendo homossexuais apresentaram maiores níveis percentuais de vitimização (48.7%), comparati-vamente com os/as alunos/as que se identificam como bissexuais (34.6%) e heterossexuais (5.1%), sendo estas diferenças também estatisticamente signi-ficativas (χ2

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Tabela 2: Diferenças de Médias das Consequências para Vítimas e Não-Vítimas de Bullying Homofóbico

Vítimas Não-Vítimas

Consequências t M DP M DP

Sentiste-te irritado/a ou nervoso/a 3.324** 3.51 1.192 2.90 1.279 Não tiveste vontade de falar com

ninguém 6.278**

3.46 1.203 2.34 1.194

Sentiste que eras capaz de lidar com as coisas que correm mal

-1.729 2.96 1.145 3.25 1.130

Pensaste em magoar-te 4.732** 2.26 1.490 1.42 0.883

Sentiste coragem para pedir ajuda

a alguém -2.490*

1.97 1.139 2.47 1.468

Os teus pensamentos e sentimentos

fizeram-te sentir mal ou sofrer 5.313**

3.46 1.306 2.41 1.351

Sentiste que os teus problemas

eram demais para ti 4.750**

3.22 1.402 2.28 1.256

Sentiste dificuldade em adormecer

ou ficar a dormir (a noite toda) 3.866**

3.12 1.405 2.33 1.329

Sentiste-te triste 5.599** 3.74 1.167 2.73 1.254

Fizeste todas as coisas que querias -2.169* 2.40 1.049 2.76 1.192

Sentiste-te sozinho/a 6.284** 3.36 1.367 2.17 1.191

Agiste sem pensar 2.098* 2.65 1.347 2.26 1.165

Tiveste um bom comportamento em casa e na escola

-.637 3.74 1.050 3.85 1.153

Tiveste muitas discussões 2.684* 2.54 1.077 2.08 1.172

Fumaste tabaco 1.032 2.26 1.724 2.00 1.621

Bebeste álcool 1.054 1.83 1.304 1.65 1.042

Usaste outras substâncias/drogas 1.517 1.40 1.036 1.21 .658 Tiveste dificuldade em

concentrar--te na escola 4.334**

3.09 1.240 2.32 1.151

Sentes-te seguro/a na tua escola -4.680** 3.38 1.072 4.13 1.070 Sentes-te parte da tua escola -4.288** 3.05 1.172 3.80 1.174

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Discussão

O presente estudo teve como objectivo efectuar uma caracterização do fenómeno do bullying homofóbico em Portugal, ao nível das suas formas de agressão, prevalência e consequências. Os resultados obtidos permitiram constatar que a maioria dos/as jovens estudantes já presenciou situações de

bullying homofóbico contra alunos/as que são ou que se pensa que possam

ser homossexuais ou bissexuais, sendo que a maioria das situações ocorre-ram dentro do recinto escolar. À semelhança dos resultados encontrados noutros estudos (e.g. D’Augelli et al., 2002; O’Higgins-Norman, 2008), os resultados obtidos sugerem que os rapazes portugueses são mais frequente-mente vítimas de bullying homofóbico, comparativafrequente-mente com as raparigas.

Ao nível da intervenção em situações de bullying homofóbico, verifi-cou-se que apesar das situações de vitimização serem presenciadas por ter-ceiros, na maioria dos casos ninguém intervém e apenas em poucas situações é pedido ao/à agressor/a para parar com o seu comportamento. Regista-se ainda uma elevada percentagem de comportamentos que incentivam o com-portamento do/a agressor/a e desvalorizam a agressão (e.g. risos). É de real-çar ainda que os resultados indicam que, na esmagadora maioria das situa-ções, os/as agressores/as parecem não ter consequências face ao seu compor-tamento, ou seja, são raras as ocasiões em que estes/as sofrem qualquer tipo de sanção. Este contexto é também reportado em outros países (e.g. no Reino Unido, Stonewall, 2007). Neste sentido, verifica-se a falta de sensibilização para as questões do bullying e homofobia entre os/as mais novos/as, perma-necendo, muito provavelmente, crenças que legitimam atitudes e comporta-mentos agressivos para com os indivíduos que não correspondam aos papéis de género normativos ou que manifestem uma orientação sexual não hete-rossexual.

Relativamente aos tipos de bullying homofóbico, os resultados obtidos demonstram maiores níveis de violência psicológica do que de violência física, o que vai de encontro ao demonstrado em estudos semelhantes (O’Higgins-Norman, 2008; Poteat & Espelage, 2005).

Do mesmo modo, verificou-se que as consequências psicológicas decorrentes do bullying homofóbico são notoriamente superiores para as vítimas do que para aqueles/as que não foram vítimas, destacando-se o iso-lamento, tristeza e solidão, tal como outros autores haviam evidenciado (e. g. Adams et al., 2004; Russell, 2003). É ainda de referir que as vítimas de

bull-ying homofóbico afirmam igualmente sentir-se menos seguras na escola,

sentindo-se menos integradas no seio da comunidade escolar, sendo este um resultado que vai de encontro a outros estudos (e.g. Berlan et al., 2010). Com efeito, importa ponderar a necessidade de se criarem redes formais ou

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infor-mais de suporte social para as vítimas de bullying homofóbico, que possam diminuir a ocorrência destas situações e atenuar as suas consequências ao nível psicológico.

Contrariamente aos resultados de outros estudos (e.g. D’Augelli et al., 2002; Ritter & Terndrup, 2002), não se registaram diferenças ao nível das consequências relativas a consumos de substâncias entre vítimas e não--vítimas, o que poderá reflectir o facto de estes serem comportamentos que têm padrões de consumos diferentes dos anglo-saxónicos entre os/as jovens portugueses, e que, para mais, tiveram respostas médias bastante baixas e pouca variabilidade na nossa amostra.

A realização deste estudo permitiu constatar que a discriminação com base na orientação sexual ou no carácter hetero-normativo do ambiente esco-lar está presente em escolas portuguesas, assumindo características análogas às encontradas em estudos realizados noutros países (e.g. nos EUA por Kos-ciw, Diaz & Graytak, 2008; no Reino Unido por Stonewall, 2007). À seme-lhança do que tem vindo a ser desenvolvido nesses países, em Portugal foi recentemente lançado um projecto escolar que visa a sensibilização contra o

bullying homofóbico, o Projecto Inclusão, desenvolvido pela Associação rede ex aequo. É ainda exemplo o projecto recente “Tod@s somos pre-cis@s” (“It takes all kinds”), iniciativa do Instituto Dinamarquês dos

Direi-tos Humanos, que conta com a colaboração de 10 países Europeus, entre os quais Portugal, promovido pela ILGA Portugal (2012). Contudo, mantém-se a necessidade de se criarem mais programas de sensibilização, bem como medidas de protecção e redes de apoio formais e informais contra a homofo-bia e o bullying homofóbico, em ambiente escolar. De facto, a investigação tem mostrado que medidas escolares (como a implementação de regras inclusivas anti-bullying, formação dos/as profissionais nas escolas, inclusão de temáticas LGBT nos curricula, ou a criação de núcleos de alunos/as LGBT) são eficazes a diminuir o número de agressões verbais e assédio de alunos/as LGBT, a diminuir o absentismo, a aumentar o nível percebido de segurança na escola e sentimento de pertença, e até mesmo aumentar o sucesso escolar (Kosciw, Diaz & Graytak, 2008).

O presente estudo apresenta algumas limitações metodológicas. A recolha de dados constitui a maior limitação, dado que foi efectuada através da maior associação de apoio a jovens LGBT e simpatizantes do país, o que tornou a amostra não representativa da população juvenil em Portugal (uma sobre-representação de jovens homossexuais e bissexuais). Mais ainda, foi utilizada uma amostragem em cadeia, assegurando de forma mais estrutura-da a participação dos/as jovens. Esses/as jovens tinham ainestrutura-da algum tipo de suporte social informal através desta associação. A metodologia de recolha de dados, através de questionário online, também apresenta algumas limita-ções. Muito embora se revele eficaz na recolha de maiores amostras,

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princi-palmente entre os/as mais jovens, não permite garantir alguns aspectos meto-dológicos e éticos relevantes (e.g. participação de menores de idade sem consentimento parental; garantia de resposta única por participante; impossi-bilidade de controlar as condições de resposta).

Uma vez que a existência de suporte social e/ou parental pode morar as consequências do bullying homofóbico, estudos futuros poderão de-bruçar-se sobre esta questão, bem como recorrer a uma amostra mais ampla e representativa de jovens portugueses e explorar as diferenças entre as características do bullying homofóbico e do bullying no geral. Não obstante, pensamos que o presente trabalho contribui para uma melhor caracterização deste fenómeno em Portugal, que se reveste de uma crescente importância social.

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Tabela 1:  Análise por Componentes Principais (ACP) referente às Formas de Bull- Bull-ying Homofóbico
Tabela 2:  Diferenças de Médias das Consequências para Vítimas e Não-Vítimas de  Bullying Homofóbico

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