ffi
DEPARTAMENTo
DE GEsTÃO
nT
EMPRESASMestrado
em Gestão de EmpresasÁrea
de Especialização-
FinançasA APLTCAÇÃO DO
STSTEMADE
CUSTETOPARA
ANÁr,rSr
FINAI\CEIRA
DE
CTTRTOPRAZO NO
SERVIÇO
DE
OBSTETRÍCIA
DE
T]MHOSPITAL
PRTVADONA CIDADE
DE
MACEIÓ
GLAUCO
MONTEIRO CAVALCANTI
MANSO
.TÚNTONOrientador: Professor
Dr. António
SerranoÉvora
-
Portugal, Fev/2008Área
deEspecializaçio
-
FinançasA APLTCAÇÃO DO
STSTEMADE
CUSTETOPARA
aNÁr,rSB
FTNANICETRA
DE
CITRTOPRAZO NO SERYrÇO DE
OBSTETnÍCh
DE
T]MHOSPITAL
PRTVADONA CIDADE
DE
MACEIO
Dissertação
de
Mestrado
apresentada noDepartamento
de
Gestão
de
Empresas naUniversidade
de Évora em
Portugal,
comorequisito parcial
paÍa
a
obtençãodo título
de Mestre em Gestão de Empresas.
GLAUCO
MONTEIRO CAVALCANTI
MANSO JUNIOR
Orientador: Professor
Dr. António
Serrano./t8
o
"?9
üç
il
/ç"
Évora
-
Portugal Fev. 2008RESUMO
O
estudo se direciona pela temática"A
aplicação
do sisterna de custetopara
análisefinanceira
de Zurto
prazo no seiviço de
obstetrícia
de
um
hospitalprivado na
cidade de
Macríó",
considerandoa
aplicaçãode
um
sistema decusteio
consolida
as
informações financeiras
de
qualquer
organizaçáo. Justifica-sepor
ser problema que envolve diretamente a população brasileira, estácontido nos
difames"orttitrr"ionais
e,
ao
mesmo,é um
dos problemasque
mais
se apresentamno noticiário
da
mídia local,
mesmo constrangendo áesde sua promulgação,a
Carta
da
República
de
1988tem sofrido
severasdificuldades
emrá
to-prida
em diversôsitens, inclusive no
quesito que dizrespeito
à
assistênciagràtuita a
saúde para todos.Objetiva o
presente estudodeterminar
os
custos
de um
hospitai privado
em
Maceió,
no
intuito
deinvestigar
diversasvariâncias que
a
análisede
custospermite. Com
isto,
otema
sérámais bem
especificadono
decorrer
desta dissertação)vez
que
agama de opções disponíveis na análise dos custos de uma empresa é bastante
ãonsiderávei.
Aplicou
o
modelo
metodológico
a
partir de um
estudo
denattreza explorâtória, revisão
da
literatura com
base
nas
diversas
fontesbibliográficás
disponíveis. Em seguida, realizou-sea
avaliação da sistemáticade custo com
o
objetivo de
conseguir
avaliar as
causas,as
origens
e
osmotivos
dos
problemas,por meio de
análise
de fatos
e
situações,além
debuscar u
porribilidade
de-alcançar umafiel
reproduçãodo
quadro pesquisadotão
fiel
quanto possível. Efetuouinicialmente a
uma abordagem conceitual ehistórica
acerca da unidadehospitalar,
bem comoanálise
aceÍca da realidadeda
saúdeno
Brasil
e
em
Alagoas, focando,
portanto,
o
departamento deobstetrícia.
Procedeu levantamênto
dos
custos
hospitalares,
considerandosistemas
de
custeio
e
a
realidade
do
custeamentodos hospitais.
Realizou processo deidentifi
caçáo definindo-seo
modelo metodológico aplicado, comà
drli.itação
da amostrae
o
instrumento de pesquisa.Por
fim,
apresentou aanálise e interpretação dos dados, considerando
o
setor de obstetrícia de umaunidade
hospitalai
hipotética,
os
sistemas
de
custeios
avaliados,
aimplantação de um sistema de custeio e os resultados obtidos. Palavras-chaves:
obstétricos.
IMPLEMENTATION
OFTHE
SYSTEM OFFUNDING
FORFINANCIAL
ANALYSIS,
SHORTTERM IN THE
OBSTETRICS DEPARTMENT OX'A
PRIVATE HOSPITAL IN THE CITY
OFMACEIO
ABSTRACT
The study was directs the theme "Implementation
of
the systemof
funding for
financial
analysis, short
term
in
the
obstetrics
department
of a
private hospitalin
thecity of
Maceio," considering the implementationof
a systemof
cost
consolidate
the
financial
information
of
any
organization.
It is
asproblem
that directly involves the Brazilian
population
is
containedin
theconstitutional
dictates andthe
same,it
is
oneof
the problemsthat
most haveno news
from
thelocal
media, even constrangendo sinceits
promulgation, the Charterof
the
Republicof
1988 has suffered severedifficulties to
be met on several items,including
the query as regardsthe
free health carefor
all.
This study aimsto
determinethe
costsof
aprivate hospital
in
Maceió,in
order to investigate several variancesthat
allows the
analysisof
costs.With this,
the issuewill
be better specifiedin
the courseof this
dissertation, as the rangeof
options available
in
the
analysis
of
the
costs
of a
company
is
quite considerable.Applied
the
modelfrom
a
methodological studyof
exploratory nature,literature review
on
the
basisof
various
library
resources available. Thentook
place a systematic evaluationof
the costin
orderto
achieve assessthe causes, the sources and reasons
of
the problems through analysisof
eventsand situations, and seek the
possibility of
achieving afaithful
reproductionof
the
table
searchedas
faithful
as possible.
After initially
approachto
aconceptual and
historical
aboutthe hospital
and analysis aboutthe
reality of
health
in
Brazil
and
in
Alagoas, focusing therefore
the
department
of
obstetrics. There survey
of
hospital
costs, considering systemsof
cost and thereality
of
custeamentoof
hospitals.
Thereverification
process settingup
themodel
methodologicalapplied
with
the division
of
the
sample anda
searchtool.
Finally,
presentedthe
analysis and interpretation
of
data, consideringthe
industry
of
obstetrics
in
a
hospital
hypothetical,
the
systems custeiosassessed,
the
deployment
of a
system
of cost and
results. Keywords: Organization hospital. System cost. Obstetric costs.ÍNorcr
INTRoDUÇÃO
PARTE
I
-
ENeUADRAMENTo
rsÓRlco
capÍruro
I
-
HoSPITAL
1.1.
Abordagem histórica1.2.
O hospital no Brasil1.3.
A
realidade da saúde no Brasil1.3.1. O setor hospitalar em Alagoas 1.3.2. O setor de obstetrícia
CAPÍTULO
II
_
OS CUSTOS HOSPITALARES 2.1. Custos: conceituagão e aplicações2.2. Sistema de custeio
2.3. Os custos hospitalares e a realidade
PARTE
II
_
INVESTIGAÇÃOl.Metodologia
1.1. Delimitação da amostra 1.2. Instrumento de pesquisa
2. Análise e interpretação dos dados
2.
l.Consideraçõesiniciais
2.2. O setor da obstetrícia
2.3. Os sistemas de custeios avaliados 2.4.
A
implantação de um sistema 2.5 Resultados obtidosPARE
IV
-
CONSIDERAÇÕBSrmets
l.Conclusão PARTEV
_BIBLIOGRAFIA
I .Referências Bibliográficas 7t2
28 37 39 43 52 60 67 75 75 76 79 79 79 80 82 98 105 108INTRODUÇÃO
O
presente estudo está direcionado para abordageme
análise acerca do tema"A
aplicação
do sistema de custeiopara
análisefinanceira
de curtoprazo
no serviço de obstetrícta de urn hospttalprivado
na cidade de Maceió",considerando
que
a
aplicação
de um
sistema
de
custeio consolida
asinformações financeiras de qualquer orgatizaçáo.
Neste caso,
no
Brasil
é
cadavez
maior
o
númerode hospitais
emestado de
falência,
hajavista o
problema econômico que atravessa décadas eeüe, ao
mesmotempo,
é
corroboradapelo
fato
da
grandemaioria
sequerconhece seus próprios custos.
Com
o
adventoda
Constituição
Federalde
1988,a
União
Federal passaa
fornecer garantias sociais a todos os cidadãosbrasileiros,
tais
como: saúde, educagão, segurançaentre outras.
Destarte, observa-seque
o
Estado supracitado não possuía e nem possui a devida preparação física-orgamentáriapara
a
efetivação
da
norma contida
na
Carta Magna,
estabelecendo-se condições precáriasno
atendimentomédico-hospitalar aos beneficiários
doSistema Único de Saúde
-
SUS.O
tema
aqui
estudado sejustifica por
ser
problema
que
envolve diretamentea
populaçãobrasileira,
estácontido nos
ditames constitucionaise,
ao
mesmo,é um
dos problemas quemais
se apresentamno noticiário
damídia
local,
mesmo
constrangendodesde
sua
promulgação,
a
Carta
daRepública
de
1988
tem
sofrido
severasdificuldades
em ser
cumprida
emdiversos
itens,
inclusive no
quesito quediz
respeitoà
assistência gratuiÍa asaúde para todos.
Atualmente, é sabido que os hospitais que não conhecem seus custos estão
na iminência de
seu
fechamento,pois
atravésdos
custos
é
possível determinar preçosa
serem cobrados,lucro
e preço de vendamínimo.
Atravésdo
preço
de
venda
mínimo,
é
possível
aumentara
demandada
empresanaquelas situações
onde
a
procura
é
baixa. Os
hospitais que não
possueme
comisso
freqüentemente operam 'onovermelho"
sem saber de ondevem
oprejuízo.
A
análisede
custospermite,
também, queo
hospital
saiba analisarpossíveis
propostas,
pois
algumas
vezes diante
de
uma
demandarelevantemente alta
é
possívelreduzir
os valores cobrados semprejuízos,
ouseja, às vezes temos um custo
pelo
serviçodefinido,
entretanto, diante de umaproposta para atendimento de uma alta demanda é possível e vantajoso reduzir os preços cobrados. Esta análise é demonstrada através de uma
planilha
sobreanálise de propostas.
Além
do
quejá foi
mencionado, serão abordados também os custos que cada procedimento médico-hospitalar possui, diagnosticando se os valores recebidos atualmente são necessários para a execução do serviço.Outro
aspecto importantea
ser reveladoe
estudado seráo ponto
deequilíbrio
de cada setor dohospital,
levando em consideração sua margem decontribuição para
os
diversos
setoresprodutivos
do
hospital,
vez
que
ametodologia aplicada
na
formulaçãodos
custosé a
de
departamentalizaçáo.Ou
seja,
metodologicamente,o
estudoora realizado
utiliza
a
investigaçãoaplicada,
pois
seráobjetivada
a
compreensãodos
problemasdos
custos nagestão
hospitalar,
abrangendoos
seguintes elementos:sujeito da
pesquisa como' sendoum hospital privado na
cidade
de
Maceió
com
característicassócias/financeiras
similares aos
demais
hospitais
da
categoria
no
Brasil;coleta
de
dados consoante questionários aplicados aosclientes
externos dohospital,
observações,formulários
constantesem planilhas
e
histórico
dohospital; e a
descriçãoda
organizaçãoe
análise dos dados obtidos resumidos em planilhas contendo os custos dos diversos departamentos dohospital
comotambém, sua respectiva demonstração
do ponto de equilíbrio
e
margem decontribuição.
Outrossim, procura
demonstrareste
estudo
à
busca
por
soluções efetivas-
que divergem daspolíticas
-
pata a real resolução emdefinitivo
docaos que
vive
a
saúdepública brasileira,
especialmenteos
Serviços
deObstetrícias.
Objetiva
o
presenteestudo determinar
os
custos
de um
hospitalprivado
em Maceió,no
intuito
de investigar diversas variâncias que a análise de custospermite.
Comisto, o
tema será mais bem especificadono
decorrerdesta dissertação) yez que
a
gama de opções disponíveis na análise dos custos de uma empresa é bastante considerável.Metodologicamente
o
presente estudopartiu do princípio
de
que apesquisa
é o
processoformal
e
sistemáticode
desenvolvimentodo
métodocientífico,
tro
sentido
de
descobrir
respostas
para
problemas
mediante procedimentoscientíficos,
sendo,pois,
desenvolvidoum
estudode
naturezaexploratória,
a
partir
da revisão
da
literatura aqui
exposta
com
base nasdiversas
fontes
bibliográficas
disponíveis.
Em
seguida, realizou-se
aavaliação
da
sistemáticade custo com
o
objetivo de
conseguir
avaliar
ascausas, as origens e os motivos dos problemas,
por
meio de análise de fatos esituações, além de buscar a possibilidade de alcançar uma
fiel
reprodução doquadro pesquisado tão
fiel
quanto possível.Procedeu-se,
pois,
inicialmente
a
uma
abordagemconceitual
ehistórica
acerca da unidadehospitalar,
bem como análise aceÍca da realidadeda
saúdeno
Brasil
e
em
Alagoas, focando,
portanto,
o
departamento deobstetrícia.
Depois
procedeu-sea
um
levantamento
dos custos
hospitalares, considerando sistemas de custeio e a realidade do custeamento dos hospitais.Em
seguida, processo
de
identificação
definiu-se
o
modelometodológico aplicado,
com
a
delimitagão
da
amostrae
o
instrumento
depesquisa.
Por
fim,
apresentou-sea
análise
e
interpretação
dos
dados,considerando
o
setorde
obstetrícia de uma unidadehospitalar hipotética,
ossistemas de custeios avaliados,
a
implantação deum
sistema de custeioe
osresultados obtidos.
Espera-se,
portanto,
com
o
presente
estudo,
contribuir para
a/
1.1.
Abordagem conceitual e históricaVisando efetuar uma
abordagemhistórica com
base
na revisão
daliteratura,
encontra-se,historicamente,
com
baseem
Graça
(2000),
Lisboa(2002), Mirshawka (1994)
e
Campos(1978),
quea
entidadehospitalar
surgeno
período
crístico
quando, atravésda
religião,
o
ser
humano começaa
sepreocupar com
o
seu semelhante. Com isso, entende-se que nosprimórdios
asvítimas
das enfermidades eram banidas do seio social, obrigadas a isolamento compulsório por causa das moléstias e deformidades.Encontra-se, a
partir
disso, que a medicina é conhecidahâmuito
maistempo que os hospitais,
quandoera
exercida,porém, na moradia da
pessoadoente.
Por isso não se
encontra,por
exemplo,
na
Antigüidade egípcia
ebabilônica
nenhumlocal
específico parao
tratamento das doenças. Registra-se, entretanto, que um dos únicos locais destinados ao atendimento à saúde nacivilizaçã"o egípcia
é
o
templo
deDeir-el-Bahari
em Thebes.Lá
os pacientes eram consultados pelos sacerdotes de Imhotep, uma divindade que emvida
foi
médico do
rei
Djéser- 2800 a.C. Contudo, apesar de não aparecer claramente aexistência
de
verdadeiros
hospitais,
a
medicina
egípcia
era
muitodesenvolvida.
Os
médicos
do
Egito
foram
provavelmente,os
primeiros
autilizarem
drogas como a pimenta hortelã,o
óleo derícino
eo ópio,
sem falar das técnicas de preservação dos cadáveres. E um dos hospitais egípcio que sepode
identificar,
é o Templo de Saturno.A
cura, porém, era procurada só pela fé.No
Oriente
a
tradição
e
moral
budista
e
cristã,
eramos
principaispontos
característicosda
assistênciaa
saúde. Peregrinose
viajantes
eramhospedados em monastérios budistas.
Foi a partir
destaatitude
que ocorreu uma ampliação gradativa e os centro budistas passaram não somente a abrigarviajantes, mas também
a
prestar cuidados
aos
necessitadose
doentes.Passando,
então,
a
incluir,
além
da
função
religiosa,
a
de
hospedagem eatendimento à saúde.
Na
Grécia antiga pode-se encontrara
função dos templos gregos queeram exatamente iguais aos hospitais de hoje, havia uma mistura clara entre a
medicina,
o
misticismo
e
a
superstição.Um
dessestemplos,
dedicados aEsculápio,
o
deus da medicina,foi
construído no ano de 1134a.C..
As
ruínas atestam a existência de outros templos semelhantes construídosvários
séculosantes
de
Cristo.
Nessesa
assistência
aos outros
doentes
era
corporal
eespiritual.
Os ginásios, que
abrigavam centenasde
pessoas, eram utilizados comolocais
deterapia,
erao
templo deKos,
onde nasceu Hipócrates,no
ano400 a.C.
É
na antiga Grécia que se encontram trêstipos
deedifícios
ligados àsaúde:
público,
privado ereligioso.
Oprimeiro
deles, erapúblico, tais
como oo
Prythaneée
o
Cynosargepúblicos,
laicos
e
geridos
pelo
Estado
sendoconstruções destinadas respectivamente ao tratamento de saúde e aos cuidados
com
os
idosos.
O
segundo delesprivados,
ondeera
permitido
aos médicos estabelecer uma casa-
Iatreia-
parao
abrigo de seus próprios pacientes. Estetipo
de construções será mantidano Império
Romano,e
a
versão certamente mais famosa dalatreia
romana é a magnífica "casa docirurgião"
em Pompéia,no
séc.
III.
O
terceiro
tipo é
o
religioso que era
praticado
nos
templos consagrados a Asclepios, deus da medicina, onde o tratamento erafeito
a basede
abluções
(purificação
pela
água)
e
jejum,
que
conforme
Mirshawka (1994:17):'osegundo
a
lenda,
o
Asclépio,
hospital-templo,
surge das
brumas mistertosasda
mitologia
com
o
centauro Chiron,
filho
de
Saturno, comApolo, o
gerqdor
das ciênciase
dasartes,
com Esculápio,filho
deApolo
e daninfa
Coronis, e de envolta Artemisa, Higéa, Panacéa eoutras".
Esses
templos eram
usualmentelocalizados
fora
das
cidades,
embosques,
e
próximos
à
águacorrente,
indispensáveisàs
abluções.O
planotípico tinha
as seguintes características:no centro
eralocalizado
o
templo
aAsclepios com uma
estátua rodeadapor
um pórtico
sagrado reservado aossacerdotes;
junto ao
templo
localizavam-se
os
tanques
para
abluções
eeventualmente
para
banhosde vapor
como
em
Pergamo, aondehavia
umacomplexa estrutura balneária
e termal;
e
emvolta
do templo
localizava-se opórtico
destinadoà
"incubação"-
Enkoimeterion
:
sono-
por
vezes com compartimentos fechados como em Cos. Estepórtico
era usualmenteutilizado
paÍa
a
consulta
e
era
geralmenteaberto paÍa
o
templo
e
fechado para
oexterior.
Um
dos
grandesméritos dos
templos
hospitais,
foi
de
terem-setransformado
em
ambientesde
ensino
para
a
preparaçãode
médicos
nãosacerdotes. Graças
a
uma
melhor
estruturaçãosocial,
no
Império
Grego
asaúde é
vista
de uma forma mais ampla e não tão secundâria como noEgito,
édai
que surge em Hélade construções especificas no tratamento dos enfermos. Estas edificações se adequavama três
tipos
diferentes: públicas,
tais
comoPythaneé
e o
Cynosarge, construídas
pelo
Estado,
eram
utilizadas
notratamento
dos
idosos
e
os
Xenodochuimque
hospedavam estrangeiros deorigem tebana. As privadas eram compostas pelas Iatreias que nada mais eram
que casas de médicos onde se era proporcionada
a
assistência aos enfermos, seriam os consultórios dos dias de hoje. E as religiosas, onde a assistência eradada nos
Templos
consagradosa
Asclepios, deus
da
medicina, onde
ospacientes passavam
por
consultas com sacerdotes e depois eram submetidos aabluções
(purificação pela
água) ejejum.
Passavama noite e
ao
amanhecerrumavam para suas casas aguardando pacientemente a cura,
daí
surgeo
termo"paciente".
Estes
Templos
tinham
o
plano
típico
com
as
seguintes características:No
centro
tinha
uma
estátua rodeadade pórticos
sagrados,junto
havia
os
tanquespara
abluçõese
em
volta
localizava-se
o
pórtico destinado a "incubaÇão", por vezes com compartimentos fechados.A
assistência hospitalar chegou em Roma no séculoV
antes de Cristo.Além
de
ter-se
aperfeiçoado
na
arte
de
curar,
diversificou
muito
oatendimento.
E
uma das formas
de
atuação
da
medicina,
de
então, foi
transformar
as
residências
dos
doentes
em
mini-hospitais.
A
assistência prestada pelos romanos nos templos copiou com perfeiçãoo
modelo grego. Oprimeiro
templofoi
edificado naIlha
Tiberina,
em Roma, no ano de 461 a.C., dedicadoa
Esculápio. Os doentes eram acomodados emliteiras,
aoredor
daestátua desse deus. Como
a
assistência era totalmentegratuita, atraiu
grandequantidade
de
doentes,
providos,
inclusive,
de
locais
distantes
e
quetransformaÍam
a ilha
num
imensohospital
a
céu aberto. Os escravos quejá
nãotinha
cura, eram transportados paralá.
Devido
a natureza dessa atividadefilantrópica, surgiram,
no
império
romano,
numerosostemplos com
essacaracterísticas.
Existia
noImpério
Romano duas formasmuito
importantes deValetudinárias
e
Termas.As
Valetudinárias deram-sepelo
fato
deo
ImpérioRomano
estabeleceruma
organizaçáocom
finalidade específica
de
dar assistência aoslegionários
e
escravos das grandes propriedades agrícolas-dois
dos personagensprincipais
daforça
doImpério.
Ao
longo
do Danúbio edo Reno, mas também na França e Grã- Bretanha, as
fortificações
passaram asubstituir
as tendasprovisórias
por
abrigosmais
adequadose
duráveis parafunções
fixas
como eram
as
Valetudinárias.
O
plano das
fortificaçõesrespeitava
um
layout
de
formato
quadrado
dividido em
Quatro
pelaintersecção
da
via
Praetoria com
a
via
Principalis.
O
plano básico
dasValetudinárias
era
constituído
de
4
elementosarticulados em
torno de
umpátio
central
quadrado
ou
retangular.
Três dos
elementos abrigavam
oscompartimentos
de
aproximadamente20 m2
.
Estes espaços eram dispostosem
ambosos
lados
de um
corredor
central de distribuição; cuja
coberturapermitia
ventilação permanente. O quarto elemento localizadojunto
a entrada abrigava as funções de administraçãoe
serviços gerais.A
enfermaria romana é oprimeiro local
onde o paciente pernoita.JáL
as
Termasconstituíam uma
das instituições mais
marcantes dacivilizaçáo
e
mundo romano; sua distribuição
e
organizaçãotraduzem
oespírito
de ordeme
organização destacivilização.
Os banhos termais romanos compreendem geralmente um grande saguão de acesso, vestiários de ambos oslados,
salasde
repousopiscina
descobertas, salasde
banhosdiferentes
deacordo com a temperatura (caldarium e
frigidarium)
e sauna. Ligavam a estasgrandes
termas
estabelecimentosmais simples,
orientados
para
a
cura
eterapia com
o auxílio
de fontes termais naturais.A
construção adota a formasimétrica
típica
desta expressãoarquitetônica
romana.São quatro
piscinas organizadas apartir
dolocal
de captaçãoda
âgua. Há escadas dando acesso a2
salas circulares
para
banhosfrios,
ligadas
cadauma
delas
a
um
banhoquente. Entre os banhos há uma área comum para sauna. Há acessos aos locais
de
banho
em
lados
opostos.
O
aquecimentoé
obtido
através
de
fornos subterrâneosque
aquecemdiretamente
as
piscinas.
Além
disso,
o
calor produzidopela
combustão nosfornos
circula
sobo
piso
das salase
entre asparedes dupla
e
aindano
forro.
Assim,
o
calor
aquecea
estrutura e nãoo
arDesta
forma
encontra-seque Roma
eÍa
caÍacterizadapelo
potencialguerrístico, e vinha
passandopor
uma expansão colossal,devido à
conquistade reinos vizinhos.
Essa expansãopossibilitou
o
surgimento
de
uma
nova construção destinadaa
saúde, as chamadas Valetudinárias. Estas enfermariasmilitares
se
localizavam
nos
campos
militares fortificados,
destinadas aassistenciar
os
escravose
legionários (principais
representantesda
força
doImpério). Em
algumas Valetudinárias, observa-sea
preocupação com destinodo
esgoto,
pois
o
conhecimentocientífico
da
épocapermitia
associar
osesgotos as doenças.
E
ainda são nestas enfermarias que pelaprimeira vez
ospacientes
pernoitam.
Possuíam umaforma
quadrada onde se observava umaentrada,
atrium, vários
compartimentos,
área
de
serviços
comuns
e
umrefeitório.
Além
das valetudinárias, Romacriou
as Termas. Estas eram locaisde
repouso
e
relaxamento
paÍa
o
restabelecimento
e
recuperação
dosenfermos, sendo que, eram destinadas somente aos cidadãos mais importantes
do
Império.
As
Termaseram
compostasde
piscinas,
aquecidaspor
fornos subterrâneos, e saunas. Foram as construções mais marcantes da época, devidasua estrutura
bem
organizadae
distribuída.
Badenweiler,
na
Alemanha,continua
ativa
até
hoje,
úilizada
nos tratamentode
doenças respiratórias earticulações.
A
construção adota a forma simétrica, com quatro piscinas, duassalas
circulares para
banhosfrios,
sendo cadauma
ligada a
uma
de
banhoquente e entre os banhos havia as saunas.
Com
o início
daEra Cristã e
como
adventodo cristianismo
ocorreugrande incremento
nas instituições hospitalares.
O
cristianismo
segue osmesmos passos do budismo, isso devido
à
semelhança damoral religiosa
quepregava a necessidade de se ajudar quem precisasse. Os apóstolos instituíram, desde
o
início
da pregação do evangelho, as chamadas diaconias. Destinavam-sea
acolhere
ajudar os órfãos,viúvas,
doentes e peregrinos.As
instituições hospitalares propriamenteditas tiveram
início
comum
decretodo
Imperador Constantino, duranteo
Conciliou
deNicéia,
em335.
O Concilio
preconizou que, em cada cidade, houvesse umlocal
para acolher os peregrinos, doentes epobres. Surgiram assim os ptochotrophiuns
e
os xenadochiuns. Os primeiros hospitais desta época são marcados pelosedifícios
de Edesse, Cesarée, Romae
Ostia.
A
Xenodochiumde Ostia
uma
construçãomostra
a
adapÍaçã.o dono
séc.
IV
por
Pammachius.
O
conjunto
compreende
dois
elementosjustapostos.
O
hospital
respeita
a
forma
quadrada básicada
Valetudinâria,
distribuindo
em
torno
de
um atrium
central
três
unidades para hospedagemligadas
a
um
corredor.
A
assistênciaé
dadaem
locais
dentro
das própriasIgrejas.
O
cristianismo
e
budismo são
os
responsáveispor
propagar,
naEuropa e parte da Eurásia, a
moral
caridosa, acabandopor influenciar
grandeparte
do
mundo.
Os
novos conceitos
implantados
foram
assimilados
efortificados com
o
declínio
do
Império
Romano,no
mundo
Islâmico,
por exemplo, observava-seo
tratamento dos povos convertidosou
conquistados. O desenvolvimento do cristianismopossibilita
que aIgreja
assumao
papel deoferecer
a
saúdea
quem precisasse,daí
surgemos
Hospitais
de
Caridade.Indo
mais além,a
Igreja
atravésdo Concílio
deNice,
propõe que cadaVila
reserve
um
local
para abrigar viajantes, pobresou
doentes, esteslocais
eramchamados
ainda
de
Xenodochium,
como
na
Antiguidade.
Estas
estruturas uniam as formas quadráticas das valetudináriase
os componentes religiosos, como altar, nave dentre outras.Para
Mirshawka (1994:17),
foi:
"somentea
partir
da
era cristã,
onosocômio pqssou
a
ser
encarado como entidade assistencialpara
doentes,pobres e
peregrinos,
numaestrutura
em que aproteçdo
eo
amor ao próximo constituíarn o seu fundamento"O
império
bizantino
foi
muito
influenciado
pela cultura
Greco-Romana, sendo que,foi
duranteo
períodoBizantino
que ocorreuum
grandedesenvolvimento
no
âmbito sanitário,
isto
atravésda
construçãode
diversoshospitais diversificados
de
acordo
com
o
paciente
e
sua patologia.
OXenodochium
Bizantino
lembrava
as
valetudinárias
Romanas,
mas
sediferencia
pela
sua
flexibilidade
de
ser
transformado
em
abrigo
parapreparação de caravanas.
Apesar da evolução hospitalar
no
Oriente,no
Ocidentea
situação erabem
diferente, digamos
que era
primária
se
comparadas.Não
existiamInstituições
Hospitalares, massim,
enfermarias anexadasas
abadias cristãs.As
casas, muitas vezes modestas, eram usadas parao
atendimento aos doentese a assistência dada pela
Igreja
nãotinha
umlocal
fixo,
erafeita
adomicílio.
A
partir
do
Concílio
deAixla-Chapele,
que estabeleceua
obrigatoriedade daOcidental pode desfrutar de um desenvolvimento
na
érea de saúde. Domus Dei(casa
de
Deus),
era
o
nome
destas construções construídaspróximas
ascatedrais.
A
abadiade St.
Gallen,
na
Suíçacriou um projeto
impressionoupela
organizaçáo, maso
projeto
nuncafoi
colocadoem
prática.
Observe aestruturação: construção
dos
alojamentosem
forma de
ferradura, anexo
aoedifício da
capela;
separaçãodos
doentespor
patologias;
agrupamento dosdoentes com
risco
devida,
próximo
ao abade-médicoe a
farmâcia de ervas; separaçãodas funções
de apoio
e
serviços, das funções
de
hospedagem etratamento; e valorização do saneamento, ventilação e iluminação naturais. Vê-se, portanto, que o Xenodochium de Ostia é o
primeiro
testemunhovisível
da
integraçãodo
componentereligioso à
forma hospitalar,
elementofundamental
a
arquitetura
hospitalar
durante
os
próximos
l5
séculos.
AXenodochium
Bizantino
era
destinada primordialmente
ao
abrigo
deestrangeiros, essa construção em Tessalonica adota
a
forma
da Valetudináriaromana.
Curiosamente,
o
edifício
demonstra
flexibilidade
paÍa
sertransformado em
um
"caravansérail"-
abrigo para preparação de caravanas-por ocasião da conquista islâmica em 1453.
Outros modelos hospitalares podem ser encontrados no
tipo
hospitalarislâmico
que é o Bimaristan cuja etimologia vem de"bimalrr:
possoa enferma,e "stan":
casa. Partedo
complexosócio
cultural
mesquita-escola-hospital, oBimaristan
é
ainda
um local de
ensino
sob
supervisão
de um
médico responsável.Além
da
separaçãoreligiosa das
áreas
para
atendimento
dehomens e mulheres,
o edifício
segrega os pacientespor
grupos de patologias. Provavelmentepor
influências bizantina,
criam-se áreaspara
atendimento econsultas externas;
o
dispensário de medicamentos à base de ervas medicinais adotapapel importante.
Preocupadoscom
a
higiene
e
salubridade,além
dadivisão dos
pacientes
por
patologias
em
pavilhões diferentes como
noBimaristan
de
Bagdad,
os
muçulmanos
estabelecem
estratégias
paradistribuigão de ág:ua e ventilação dos compartimentos.
Também
os
modelos
encontrados
nos
hospitais
militares
daAntigüidade,
a
exemplo
do
registro
de
Samaria
onde foram
encontradaspinturas
que revelama
existênciahospitalar
desde osidos de
2920 a.C.. No Deuteronômio, Moisésfixou
regras excelentes paraa
manutenção da higiene dosmilitares e
isto
há
16 séculos antes deCristo,
fato, inclusive,
asseveradopor
Hipócrates
que afirmava ser
a
guerra
uma
excelente
escola pata
oscirurgiões.
Escavaçõespróximas
ao Danúbio descobriramhospitais
militares doprimeiro
século antes deCristo.
Revelaram,inclusive,
que estavam muito bem organizados.A
primeira
entidade assistencial que setem
notícia,
conforme Graça(2000), é encontrada em Roma, na ltá.Jia,
por
volta
de 360 da EraCristã,
comatividades básicas
de
restaurar
a
saúdee
prestar
assistência, produzindo diagnósticos e realizando tratamentos.Na
Idade Média, entre
os
sécuclos
V e
XV,
os
hospitais
eramconstruídos
junto
aos
mosteiros
e
sendo
fundidos
por
ordens
religiosas hospitalares. Emboraas
experiênciasdo Império Bizantino
e
do
Islamismotenham
sido
essenciais para
o
início do
processode
amadurecimento datipologia pavilhonar,
no
ocidente esta
morfologia
será
ainda preterida.
A antigaforma
das valetudinárias romanase
enfermarias monásticas será umavez mais revista
e
reinterpretada. Entretanto,
o
aparecimentodas
Ordenshospitalares
no
fim
do
séc.X,
terá um papeldecisivo
parao futuro
do
sabermédico e assistêncial.
As
Ordens hospitalares surgem
no
fim
do
séc.
X,
eram
ordensreligiosas da
Igreja
Católica
e a
grandemaioria
das unidades possuíam umúnico
pavimento emformato
decruz,
com ventilação precáriae a
circulaçãoera
feita por
uma
abertura
no teto.
Todos
os
doenteseram cuidados
porreligiosos.
Foi
nesteperíodo que surgiram
As
Misericórdias
por
causa daspestes
e
voltadas
paÍa
o
desenvolvimento
da
assistência
hospitalar,funcionando
cimo
uma
espécie
de
fundação,
com
uma
diversidade
deatividades, como
a
coleta
de
sangue
para
os
hospitais,
o
transporte
dedoentes,
a
distribuição
de
alimentos
aos
pobres,
dentre outras.
Éprovavelmente
pela
açáo, experiência e ensino destas Ordens que as formas detratamento
e a própria
arquitetura hospitalar
irão evoluir a partir do
séculoXII
até o Renascimento. Este períodofoi
marcadopelo
surgimento das Ordensreligiosas
hospitalinas
da Igreja
Católica,
o
fenômeno
das
Cruzadase
afundação de hospitais
por
parte de órgão governamentais.A
morfologia
básicado hospital
medieval
é
a
nave, forma polivalente que
reflete
o
avanço dastecnologias estruturais. Os vão tornam-se cada vez maiores e as condições de
graças
às
experiências
dos
Leprosários,
dois
fatores novos foram
sendoincorporados
ao
planejamento
hospitalar:
separaçãoentre
as
funções
dealojamento
e logística, e
separação dos pacientespor
patologiase
sexo. Asformas
de
abastecimentode
água passama
ser melhor
estudadaspois
suaimportância
comofator
de melhoria
das condiçõesde higiene
fica
cada vez maisclara.
Entre asinstituições religiosas
da época, sobressaíram as Ordensdos Crucíferos,
Trinidários,
Antonianos doEspírito
Santo e dos Hospitaleiros de Montepascio.Um
acontecimento quepropiciou
o
surgimento de hospitais foram as cruzadas, iniciadas em 1086.As
pestes e doenças em geral matavammuitos
soldados. Cadafrente de
cruzadostinha a
assistênciada
Ordem dosHospitaleiros
de
São João
que
implantavam
o
atendimentoaos
doentes eferidos
ao longo
das
estradaspor
onde
passavao
exército. Em
1099
essaordem
implantou, na Terra
Santa,um
hospital
para atender 2000 pacientes.Enquanto muitos hospitais
da
Idade
Média
eram
construídos
junto
aosmosteiros
ou
fundados
por
ordens religiosas hospitaleiras,
em
algumascidades, particularmente
na
Inglaterra,
começaram
a
surgir
hospitaismunicipais.
O
comérciocom
o
exterior
incrementou essetipo
de iniciativa.
Algumas
construções dessaépoca
foram erigidas com muita
pompa
e
osmateriais
utilizados
eramos
melhoresdisponíveis.
A
maioria
dos
hospitaistinha um
único
pavimento
e
o
formato
de
crrtz.
A
ventilação
eÍa
muitoprecária,
pois
as
janelas,
embora até
muito
decoradas,eram
pequenas. A circulação do ar erafeita,
basicamente por uma abertura no teto.Foi
na IdadeMédia
que surgiram também as Casas deAcolhida
paraleprosos.
Funcionavam
como atividade
suplementar
do
hospital.
Eram instaladasem
estruturasfísicas
precárias,fora
das cidadese
representavam mais um papel segregacionistado
queum
centro de tratamento. Os pacientes eram atendidospor
um
grupo especial de atendentes, membrosda
Ordem deSão
Lázaro.
Foram construídos,
nesse mesmoperíodo,
essestrês
grandeshospitais em
Londres,na
Inglaterra:
Hospital
São
Bartolomeu,em
1137, oHospital
Tomas, em 1207 e oHospital
SantaMaria
de Belém, em 1247.O
q:uemarcaya, porém, os
hospitais
da IdadeMédia,
era seu carâter profundamentereligioso. É
dando aos pobrese
doentes os meios para que possamcurar
suaalma, que
o
fundadorrico
pretendia salvar aprópria.
Assim, a internação numconfessor.
Na
grande
maioria
dos
Estatutos
Sociais
das
entidades mantenedoras doshospitais,
recomendava-seque
se pusessem esteaviso,
naentrada
do
hospital:
"Nenhum doente
pode ser
recebido sem antes
ter-seconfessado".
Os
doentes
e
hóspedeseram cuidados
e
alimentados
porreligiosos
e
religiosas que emitiam
os três votos
de pobreza,
obediência ecastidade. O caráter
religioso
do estabelecimento hospitalar é ainda reforçadopelo
próprio
título
dos
Estatutos
Sociais: "lugar religioso".
O
hospital
éarrolado
no
patrimônio
eclesiástico
como as igrejas
e
os
colégios,
sendosempre
inalienável.
Sob
a
tutela
administrativa
e
religiosa
do
bispo,
ohospital
tinha
suaatividade administrativa ordinária
levadaa efeito por
umreitor
nomeadopor ele ou eleito
pela assembléia dosreligiosos.
E.
conformevisto,
as
formas
de
tratamento
e
a
arquitetura hospitalar
destas
Ordensevoluíram a
partir
do
séc.XII
atéo
Renascimento, quando passam ater
umamorfologia
básicana
nave, umaforma polivalente
quereflete
o
avanço dastecnologias estruturais
com
grandes vãosiluminados
e
ventilados.
Foi
nesteperíodo
que
surgiram
os
Lazaretos
paÍa
a
quarentena,mercê
das
grandesepidemias
por
que
foi
assolada.Os
Leprosários
separavamas
funções
dealojamento
e
de pacientespor
patologiase
sexo. Como
fim
da Idade Média,os
hospitais
passaramdo
poder
eclesiásticopara
a
autoridademunicipal
e,mais tarde, nacional.
Mirshawka (1994 19) chama atenção para
o
financiamento do hospital medieval, observando que:*(...)
reJlete
sua
ortgem
e
seupropósito.
A
carídade medieval
eraconseqüência de um dos mais
fortes
sentimentos da época, o desejo dasalvação,
da
santificação.
Doações,
legados,
oferendas,
terras
econstruções
proveram
as
basesfinanceiras
do
hospital
da
ldade Médica".No
fim
da
Idade
Média, os
hospitais
começarama
passardo
podereclesiástico
para
a
autoridademunicipal e) mais
tarde, nacional.
Surgiram tambémna
IdadeMédia,
os
Lazaretos paraa
quarentena, mercê das grandesepidemias
por
quefoi
assolada. Pois,foi
na Renascença ocorreuo
período deliberulizaçã"o
e
da
universalizaçáo
da
assistência
hospitalar,
quando
estepassou
a
ser
consideradocomo
um
bem comunitário
indispensável
e
umDesta
forma,
observa-se que na Idade Média ocorreu uma revisão nosmodelos
herdadosda
Antiguidade
e
seusvários
Impérios, mas
a
falta
decondições financeiras
faz
com que planos comoo
da abadia de St. Gallen nãosaiam
do
papel. Pois nela
é
que
surgemas
Ordens Hospitalares, principais responsáveispela
evolução
das
formas
de
tratamento
e a
arquitetônicahospitalar,
isso
a
apartir
do
Renascimentono
século
XII.
A
morfologiahospitalar
é
caracterizada, basicamente,pela nave
e
vãos
cadayez
mais extensose
com melhor
ventilação
e
iluminação.
A
separaçãopor
sexo
epatologia é conservada e a ênfase a higiene é muito mais acentuada.
Foi
SãoCamilo
deLellis
que revolucionou a assistência hospitalar noséc.
XVI,
ao perceber que os doentes eram tratadas como objetos e não comopessoas,
modificando
radicalmente
o
hospital,
conseguindo
com que
aspessoas internadas fossem colocadas
no
centro
das atençõesda instituigão
editou
as
normas
que
deveriam
ser
colocadasem prática
por
quem
presta assistênciadireta
aos pacientes.Foi o
precursor detudo
o
queé
feito,
hoje, pela enfermagem, a pastoral da saúde e a atividade dos profissionais médicos.Até o
séc.XX
o hospital era considerado como estabelecimento básicoe primordial
paraa
recuperaçãoda
saúde.A
municipalizaçãoda
assistênciahospitalar, que
foi
muito
incrementada nesseperíodo,
êD
substituição
emgrande
parte,
à
"assistência monástica",
não
inibiu
o
surgimento
deinstituições religiosas que contribuíram
decisivamentepaÍa
a
transformaçãodo
hospital
num
atendimento
de
desempenho
profissional,
técnico, educacional e, sobretudo, assistência.Foi
neste período
que surgiu
a
arquitetura hospitalar
na
Espanha,sendo concebidos, sobretudo, três modelos que se perpetuaram e ainda
hoje
seencontram em bom estado de conservação.
O
primeiro
erado
tipo
basílica
econsistia num
grande
edifício de
pedra,
extensoscorredores
abobadados,janelas estreitas,
tudo
circundadopor
uma galeria e, no fundo, uma capela. Osegundo era do
tipo
cruciforme e
consistia em duas grandescoxias,
de igual tamanho, formando umacruz
grega, comdois
pavimentese no
encontro dosbraços
havia
um
cruzeiro com
o
pé direito
correspondentea
dois
pisos, coroadopor
um
grandelampião.
Os braçosda
cruz
formavam quatro pátios cujos perímetros se encerravam com coxias nas quais estavam os serviços. A capelaera
colocadano
final
do
braço
da
cruz
e
os
pacientespodiam,
daspróprias
camasou
acostando-se à balaustra,assistir
aosofícios religiosos.
Oterceiroo
do
tipo
palacianoconsistia num
complexo quadradoou
retangular, cujo centro era formado por um ou dois pátios, tendo no fundo uma capela.Segundo
Mirshawka
(1994l.19):
'oNa Renascença,as
organizaçõeshospitalares
foram
adquirindo cada vez mais, caráter munícipal.
Era
aconseqüência do movimento que, a
partir
do séc.XIII,
coÍneçoua
subtrair
osnosocômios da
influencia
monásttca medieval".Em
suma,o
Renascimentopossuiu como
principal
característica, omodo modernista, arrojado e diferente de
ver e
fazer as coisas.Foi
o causadorde um
forte
impacto
desenvolvimentista
na
época,
e
essas
idéias renascentistas se estenderampor
todos os setores da sociedade, e isso nãofoi
diferente
na
saúde
e
evolução hospitalar.
É
durante
este
movimentorevolucionista,
que
o
hospital,
finalmente,
ganhanovas
e
mais
adequadasformas.
A
estrutura
é
mais
complexa,
assumindoduas
formas
básicas:
oelemento
cruciforme
e o
pátio interno
ou
claustro
rodeadopor
galerias
ecorredores.
O
Ospedalle Maggioré deMilão,
é
o
exemplo mais importante daarquitetura renascentista.
Nele
observa-sea
expressão renascentista em todosos
seus
âmbitos
modernistas.
A
composição
deste hospital
é
de:
pátiosdistribuidores,
galerias
e
corredores,
pórticos,
alojamentos
lineares organizados emum
plano cruciforme
e
simetria de conjunto com
o
eixo
deentrada passando sobre
a
capela.Hâ
a
existência de
um
saneamento muito bem estruturado, através de sistemas de esgotos com efluentes para fossas que eramlimpas
atravésde um
engenhoso sistemade
pressãopluvial, por
issoessas construções eram feitas próximas a
rios.
De acordo com a disposição daestrutura arquitética,
o
hospital podia
ser
classificado como sendo
para homens (forma decruz)
ou para mulheres (forma deT).
Estestipos
estruturaisinfluenciariam
durante alguns séculos a evolução hospitalar, ou seja, todas asedificações hospitalares construídas neste
período
erammuito
influenciadaspelo
renascimento,mas
a partir
da Era Industrial, os
hospitais
irão
sofrer grandes mudanças na sua arquitetura, e no seu desenvolvimentocientífico.
A
construgãohospitalar teve
seu grande desenvolvimentoa
partir
doincêndio do
Hotel Dieu,
de Paris, em 1722.A
Academia de Ciências de Parisfoi
encarregadade
elaborar
o
programa
de
reconstruçãodo
hospital.
As conclusõesa
que chegaramos
membrosda
academia serviramde
orientaçãopara
quasetodas as
construções hospitalares,por
mais de
um
século.
Uma característicafoi
oshospitais
pavilhonados.tsto
porqueo
homem estabelecenovos conceitos
e)
a
partir
destes,é
capazde modificar de
maneira maisaperfeiçoada,
moderna
e
funcional,
as
estruturas
hospitalares iáL
vistas anteriormente.É
durantea
Era
Industrial, no
período
de
1756a
1764,
quesurge uma
nova forma
hospitalar,
e
estasforam, um
elo
essencialpara
aevolução
do
design dosedifícios de
saúde.As
novas formas se caracterizampor
serem compostaspor
uma galeria coberta delimitando umpátio interno
degrandes
proporções, pavilhões
com
cerca
de
seis
compartimentos
quecomportavam
até
vinte leitos
e
um
isolamento
paÍa
doenças
infecto contagiosas, háum
resgatedo
planejamento das enfermariasde
St.
Gallen
edos Bimaristan.
O
Hospital Naval de
Plymouth,
na
Inglaterra,
caracterizamuito
bem essenovo modelo.
Em
1788, apóso
incêndio
do Hotel Dieu
emParis no ano
de
1772, a Academia de Ciências, sugere o modelo pavilhonar dePlymouth
paÍaa
reconstruçãodo
mesmo, mas Poyet sugereum novo
modelopavilhonar no qual
os pavilhões estariam dispostos paralelamente entre eles, organizadosa direita
para homense
esquerda paÍa mulherese
entre eles umextenso
e
longo
pátio
que
lembrava
um
imenso corredor. Entretanto,
aRevolução Francesa paralisa os planos de reconstrução do Dieu de Paris.
É
somente
durante
os
Séculos
XVIII
e XIX
que
os
Hospitais Pavilhonares são construídos. Essesedifícios
são compostospor
dois
grupos de pavilhões paralelos, separados uns dos outros porjardins
e ligadospor
umpátio interno com um
corredor
galeria,
conservando-seo
planejamento dePoyet.
O
hospital Lariboisiere (França)
ilustra muito
bem
este
períodoevolutivo
dos hospitais, era pavilhonar com um sistema de ventilação bastantesofisticado, centro cirúrgico, sala
de
banho,
âreade
consultas,
cozinha,farmácia
e
necrotério.
O
modelo pavilhonário
irâ
influenciar
as
novasconstruções hospitalares,
inclusive,
f,o
Brasil,
onde,
na
Santa Casa
deMisericórdia,
em
SãoPaulo,
é
possível
observara
existência
dessetipo
deestrutura. Os estudos de
Nightingale,
em 1859, buscavamcorrigir
defeitos doshospitais pavilhonares existentes, principalmente nas questões de iluminação e ventilação naturais, nas pequenas áreas para os
leitos
e na superlotação. Foidai
quesurgiu
aidéia
de seconstruir
uma estrutura basicamente formada por um salão longo e estreito comleitos
dispostos perpendicularmente as paredes,janelas altas
entreum
leito
e
outro de
ambosos
ladosdo
salão,o
posto deenfermagem
ficava
no centro do salão juntamente como
sistema de calefação,as lareiras.
Durante
o
SéculoXIX,
associou-semuito
a doença a uma inexistência deventilaçáo, ou
seja, se emum lugar
eram colocadosvários
pacientes ôompatologias em diversos estágios
e
sem uma ventilação adequada, os pacientesmais
recuperados estariamsujeitos
a
agÍavaremo
seu estado, prolongando, então, a peÍmanência nos Hospitais e sendo um dos fatores da superlotação- Êdevido
a
essavisão,
que
no
SéculoXX,
a
partir
dos novos
conhecimentos obtidos surge à ventilação mecânica, maso
modelopavilhonar/Nightingale,
éconservado.
A
ventilação
mecânica
consistia
em
uma
central
única
deventilação e
tratamentode
ar
comdois
ventiladoresco-axiais
acionados por uma máquinaa
vapor,
atravésde
um
ducto
essear
era
enviadoa
um
ducto secundário dedistribuição. As
enfermarias ficavam dispostas de acordo com aposição deste ducto para que pudessem receber a ventilação, havendo então o
surgimento
de
umanova
forma,
ondea
organização compactae
inteligente não desperdiça espaços.Na América do
Norte, o
modelo pavilhonar não é bem aceito pelo fato de não se adequar climaticamente, ocuparmuito
espaçoe
em contrapartida apopulação urbana crescia
muito,
os altos.custos financeiros para construção emanutenção,
as
extensõescolossais
dos
pavilhões dificultavam
muito
otrabalho
da
enfermageme,
ainda
os
progressos terapêuticosque ditavam
aredução da permanência dos pacientes internados.
É
então quea
necessidadede
se
compactare
verticalizar
o
Hospital,
surge
em
1929
às
alternativasverticais,
onde, no térreo localizam-se os consultórios médicos para consultas marcadase
casualidades
ancestrais
das
emergências- e
as
áreas
deeletromedicina
ou
raios
X, o
laboratório
e
serviços administrativos
sesituavam
no primeiro
andar,no
pavimentointermediário
ficam
as
áreas deinternação e no
último
o Bloco Operatório.Foi no
inicio
do
séc.XX
que se efetuarama
formação dos primeiros sistemasde
saúde destinadosa
dar
cobertura completa
à
saúdede
umadeterminada comunidade.
As
instituições de
saúdeforam
hierarquizadas deacordo com sua complexidade e a entrada
no
sistemafoi
fixada
para ser feita róxima aodomicílio
da Pesso.",1 v.