Cristalização de sais solúveis
em materiais porosos
Teresa Diaz Gonçalves
Seminário
MATERIAIS EM
AMBIENTE MARÍTIMO
Funchal
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
“Observei (…) que o sal saía do solo
em tal quantidade que até danificava
as pirâmides”
>
problemas estéticos
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
problemas estéticos
>
… e de salubridade
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Anomalias …
Anomalias …
>
problemas estéticos
>
… e de salubridade
>
reparações recorrentes
Anomalias …
Anomalias …
>
problemas estéticos
>
… e de salubridade
>
reparações recorrentes
com custos elevados
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
problemas estéticos
>
… e de salubridade
>
reparações recorrentes
com custos elevados
>
perda de material
histórico e artístico
Anomalias …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
problemas estéticos
>
… e de salubridade
>
reparações recorrentes
com custos elevados
>
perda de material
histórico e artístico
>
risco de colapso
em construções antigas
Anomalias …
água
+
água +
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
sais
solúveis
água +
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
sais
solúveis +
material
poroso
água +
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
sais
solúveis
material
poroso
condições
ambientes
+
+
água +
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
sais
solúveis
material
poroso
condições
ambientes
+
+
eflorescências
água +
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
sais
solúveis
material
poroso
condições
ambientes
+
+
subflorescências
Origem …
Sais solúveis:
cloretos, sulfatos, nitratos,
carbonatos … de sódio,
potássio, magnésio, etc.
>
solo
>
materiais de construção
>
nevoeiro salino
>
produtos armazenados
>
etc.
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Humidade:
>
ascensão capilar
>
condensação
>
higroscopicidade
>
infiltração
>
acidentes (roturas, etc.)
>
humidade de construção
Sinais …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
Danos materiais
–destacamento de
camadas
–arenização de
argamassas, etc.
Sinais …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
Danos materiais
–destacamento de
camadas
–arenização de
argamassas, etc.
>
Humidade
Sinais …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
Danos materiais
–destacamento de
camadas
–arenização de
argamassas, etc.
>
Humidade
>
Alterações estéticas
–eflorescências
humidade
Sinais …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
Danos materiais
–destacamento de
camadas
–arenização de
argamassas, etc.
>
Humidade
>
Alterações estéticas
–eflorescências
–danos materiais
–humidade
Sinais …
Secagem de materiais porosos…
1ª fase
>
Continuidade da fase líquida
>
Evaporação dá-se à superfície
superfície húmida
2ª fase
>
Frente húmida recua
Secagem de materiais porosos…
Em cada momento,
a posição da frente húmida depende
da relação:
Fluxo líquido
Fluxo de evaporação
Secagem de materiais porosos…
4 c
m
1ª fase
>
Continuidade da fase líquida
>
Evaporação dá-se à superfície
superfície húmida
2ª fase
>
Frente húmida recua
Secagem de materiais porosos…
Vista lateral
1ª fase
>
Continuidade da fase líquida
>
Evaporação dá-se à superfície
superfície húmida
2ª fase
>
Frente húmida recua
Secagem de materiais porosos…
Imagem por ressonância magnética nuclear
Provete saturado
248 kg/m3 0 kg/m3
1ª fase
>
Continuidade da fase líquida
>
Evaporação dá-se à superfície
superfície húmida
2ª fase
>
Frente húmida recua
Secagem de materiais porosos…
248 kg/m3 0 kg/m3
1ª fase
>
Continuidade da fase líquida
>
Evaporação dá-se à superfície
superfície húmida
2ª fase
>
Frente húmida recua
Qual a influência dos
sais solúveis na
secagem dos materiais?
Secagem de materiais porosos…
20h - estado final
Influência dos sais solúveis na secagem…
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Água
HR = 100%
Solução salina
HR < 100%
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Água
HR = 100%
Solução
saturada NaCl
HR = 75,6%
Influência dos sais solúveis na secagem…
ÁGUA
Influência dos sais solúveis na secagem…
SOLUÇÃO NaCl 0% 76% HR 0% 100% HR 248 kg/m3 0 kg/m3
Influência dos sais solúveis na secagem…
ÁGUAApós 20h
SOLUÇÃO NaCl 0% 76% HR 0% 100% HRApós 60h
248 kg/m3 0 kg/m3Influência dos sais solúveis na secagem…
60% 76% HR HReq> HR arSecagem
SOLUÇÃO NaClInfluência dos sais solúveis na secagem…
60% 43% HR HReq< HR arAbsorção
higroscópica de
humidade do ar
SOLUÇÃO K2CO3Influência dos sais solúveis na secagem…
>
Em paredes com humidade de ascensão capilar:
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Influência dos sais solúveis na secagem…
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Sais solúveis
Secagem mais lenta
< HR
eqdas
soluções
salinas
cristais
bloqueiam
poros?
Influência dos sais solúveis na secagem…
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Sais solúveis
+ perto da superfície
frente
húmida
+ altura em paredes
Secagem mais lenta
< HR
eqda solução
< HR
eqsatdo sal
> concentração
da solução salina
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
+ perto da superfície
frente
húmida
+ altura em paredes
< HR
eqda solução
< HR
eqsatdo sal
> concentração
da solução salina
Distribuição do sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Em processos
evaporativos,
o sal cristaliza na
Distribuição do sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
1ª fase da secagem
Evaporação dá-se à superfície
Distribuição do sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
2ª fase da secagem
Frente húmida recua
Distribuição do sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
… é afectada por todo e
qualquer factor que
influencie a relação:
Fluxo líquido
Fluxo de evaporação
E portanto a ocorrência e o
tipo de degradação …
Distribuição do sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
… é afectada por todo e
qualquer factor que
influencie a relação:
Fluxo líquido
Fluxo de evaporação
>
Condições ambientes
>
Tipo de sal
>
Alvenaria
>
Reboco
>
Pintura
>
Hidrófugos de massa
Ensaio de cristalização
>
Ciclos de contaminação / secagem
– solução de NaCl ou Na
2SO
4>
Determina-se a distribuição de sal
–
provete dividido em “fatias”
–
mede-se o teor de humidade higroscópica (HMC) de cada “fatia”
4 a 5 cm Tijolo cerâmico Reboco Argamassa de cal Reboco
Tijolo cerâmico
Reboco
Ensaio de cristalização
>
Ciclos de contaminação / secagem
– solução de NaCl ou Na
2SO
4>
Determina-se a distribuição de sal
–
provete dividido em “fatias”
–
mede-se o teor de humidade higroscópica (HMC) de cada “fatia”
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)
T ij o lo c e râ m ic o R e b o c o
Ensaio de cristalização
>
Ciclos de contaminação / secagem
– solução de NaCl ou Na
2SO
4>
Determina-se a distribuição de sal
–
provete dividido em “fatias”
–
mede-se o teor de humidade higroscópica (HMC) de cada “fatia”
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)
Condições ambientes …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Sulfato de sódio
20ºC / 50% HR
(sala condicionada)1 semana: 20ºC / 50% HR
(sala condicionada)1 semana: 20ºC /
≈
90% HR
(recipiente, sobre água)
≈
22ºC / 70 a 75% HR
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)
Tipo de reboco …
0 100 200 300 0 10 20 30 40 Distance from top surf ace (mm)Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % )
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007 Tradicional + NaCl MEP + NaCl Parlumière + NaCl
Selante Transporte de sal Acumulação de sal Bloqueio do sal
Princípios de funcionamento em paredes com sais solúveis
Tipo de reboco …
Selante Transporte de sal Acumulação de sal Bloqueio do sal
Princípios de funcionamento em paredes com sais solúveis
Tipo de reboco …
Selante Transporte de sal Acumulação de sal Bloqueio do sal
Princípios de funcionamento em paredes com sais solúveis
Tipo de reboco …
Tipo de sal …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Cloreto de sódio Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 Distance from top surface (mm)
MEP com pintura
Sulfato de sódio Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 20 40 60 0 10 20 30 40
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
Tipo de suporte (alvenaria) …
Tradicional + NaCl
0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % )
sobre tijolo
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)Pintura …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
MEP + NaCl
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 Distance from top surface (mm)com pintura (de silicone)
sem pintura
Distância à superfície (mm) H M C 9 5 % H R ( % ) 0 100 200 300 0 10 20 30 40 50 Distance from top surface (mm)Hidrófugos
de superfície …
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
com
hidrófugo
Isem
hidrófugo
Subflorescências causando o
Diagnóstico
>
Inspecção / observação visual
>
Amostragem, análises e ensaios
Distribuição da humidade
- amostras broca rotativa
- a em cada parede
Perfis de distribuição:
- do teor actual de (MC)
- do teor de (HMC)
Tipo de sais determinado por:
- cromatografia iónica
- difracção de raios X
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
São complementares
Diagnóstico
>
Inspecção / observação visual
>
Amostragem, análises e ensaios
Distribuição da humidade e do sal
- amostras recolhidas por perfuração com broca rotativa
- a diferentes alturas e profundidades em cada parede
Perfis de distribuição:
- do teor actual de humidade
- do teor de humidade h
Tipo de sais determinado por:
- cromatografia iónica
- difracção de raios X
Diagnóstico
>
Inspecção / observação visual
>
Amostragem, análises e ensaios
Distribuição da humidade e do sal
- amostras recolhidas por perfuração com broca rotativa
- a diferentes alturas e profundidades em cada parede
Perfis de distribuição:
- do teor actual de humidade (MC)
- do teor de humidade higroscópica (HMC)
Tipo de sais determinado por:
- cromatografia iónica
- difracção de raios X
Capítulo 6
Igreja das Salvas (Sines)
Furo a 0,2 m do pavim e nto 0 5 10 15 20 0 5 10 15 20 25 30 Profundidade (cm) T e o r d e h u m id a d e (% ) MC HMC 95%RH 0 1 2 3 4 0 5 10 15 20 25
Teor de humidade (%)
A
lt
u
ra
(
m
)
MC 0-2 cm MC 2-5 cm MC 25-30 cm HMC 0-2 cm HMC 2-5 cm HMC 25-30 cm4.0 m
3.0 m
2.0 m
1.0 m
0.5 m
0.2 m
DRX sobre a fração fina da amostra
(3 mm de espessura )
vtg
Mica
vtg/+
Feldspatos
++
Quartzo, SiO
2+++
Calcite, CaCO
3+/++
Halite (NaCl)
Após remoção do material retido
no peneiro 106 µm
DRX: 2.1 m
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007
>
Sal (cloreto de sódio) de
origem marinha
>
Elevada quantidade de
humidade de ascensão capilar
>Impedir o acesso de humidade
Capítulo 6
Moinho de maré de Alhos-Vedros (Moita)
1.5 m
2.0 m
2.7 m
0.15 m
0.5 m
1.0 m
N wall 0 1 2 3 0 10 20 30 40 Moisture content (%) H e ig th ( m ) 0-2 MC 0-2 HMC 95% 2-5 MC 2-5 HMC 95% 15-20 MC 15-20 HMC 95%Drill 0.15 m from pavement
0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 Depth (cm) M o is t c o n te n t (% ) MC HMC 95% HMC 80% T e o r d e h u m id a d e ( % ) Furo a 0,15 m do pavimento Profundidade (cm) Parede Norte
Teor de humidade (%)
A
lt
u
ra
(
m
)
DRX sobre eflorescências
(parede Norte)
+
Feldspatos / mica / caulinite
+
+
Quartzo, SiO
2+
Calcite, CaCO
3+
Hidr
ó
xido de c
á
lcio (Ca(OH)2)
+
Halite (NaCl)
+
Trona (Na
2H(CO
3)2.2H
2O)
+
Gaylussite, Na
2Ca(CO
3)2.5H
2O
+
Termonatrite (Na
2CO
3.H
2O)
>
Junto ao pavimento
>
À volta das janelas viradas a N
>
Mais intensa a N do que a S
Afecta as zonas mais frias, onde
é maior o risco de condensação
ou absorção higroscópica de
humidade
Novembro 2002
>
Ascensão capilar reduzida
>
Condensação, higroscopicidade?
>
Eflorescências principalmente
carbonatos de sódio
Testar reboco com baixo
teor de álcalis
Capítulo 6
Casa do Despacho da
Igreja da Misericórdia (Pereira)
++ ++ + +
Rutilo, TiO
2 +/++ ++ + +Calcite, CaCO
3 + + ? ?Cristobalite, SiO
2 -vtg-Quartzo, SiO
2 ++ + +-Gaylussite,
Na
2Ca(CO
3)
2.5H
2O
-++ +Natron, Na
2CO
3.10H2O
-+ ++Carbonato de s
ó
dio
hidratado, Na
2CO
3.7H
2O
2.6 2.1 1.5 1.1Altura (m)
Compostos cristalinos
XRD: 2.6 m
XRD: 2.1 m
XRD: 1.5 m
XRD: 1.1 m
DRX sobre eflorescências
Capítulo 6
Claustro do Mosteiro
de Sta. Clara-a-Nova (Coimbra)
Trona, Na3H(CO3)2.2H2O ?/vtg Gaylussite, Na2Ca(CO3)2.5H2O + Niter,KNO3 ?/vtg Calcite, CaCO3 +++ Dolomite, CaMg(CO3)2 + Quartz, SiO2 +
Degradação em zonas elevadas
Degradação junto ao pavimento
XDR sobre material arenizado
Trona, Na3H(CO3)2.2H2O ++/+++ Gaylussite, Na2Ca(CO3)2.5H2O - Niter,KNO3 - Calcite, CaCO3 ++/+++ Dolomite, CaMg(CO3)2 - Quartz, SiO2 vtg
XDR sobre eflorescências
Trona, Na3H(CO3)2.2H2O ?/vtg Gaylussite, Na2Ca(CO3)2.5H2O + Trona, Na3H(CO3)2.2H2O ++/+++ Gaylussite, Na2Ca(CO3)2.5H2O -Capítulo 6
As fendas são frequentemente pontos críticos
onde a degradação se inicia e progride mais depressa
Igreja das Salvas (Sines)
Casa do Despacho (Pereira)
MATERIAIS EM AMBIENTE MARÍTIMO – Funchal, Outubro de 2007