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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NA PRÁTICA EDUCACIONAL: ESTUDO DE CASO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA, PR

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Academic year: 2021

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Adriano Ribeiro (adrianopercicotti@pop.com.br)Mestrando PPGE-PUCPR Ana Maria Eyng (ana.eyng@pucpr.br) –PPGE-PUCPR

Resumo

O texto apresenta o trabalho de investigação em andamento sobre a gestão democrática do Projeto Político-Pedagógico - PPP. Este tema é abordado de forma mais intensa pelos estudiosos desde que a Lei n° 9.394/96 entrou em vigor, trazendo novos desafios e perspectivas para a gestão da escola pública. Porém, não é porque o modelo de gestão democrática com base no princípio da participação foi oficializado na lei que ele é posto em prática. Motivado por essa questão o presente estudo estabelece como problema de investigação: como se realiza a gestão do PPP nas escolas públicas do município de Piraquara? O objetivo geral é analisar o processo de gestão do PPP nas escolas públicas do município de Piraquara, e os objetivos específicos são: Identificar as formas de participação dos profissionais da educação na gestão do PPP da escola; Examinar a compreensão dos profissionais da escola sobre a gestão educacional e do PPP; Identificar as estratégias adotadas na gestão do PPP nas escolas públicas do município; Identificar as normas que orientam a participação na gestão democrática, segundo as determinações do município e do estado. Em relação à metodologia, o caminho seguido iniciou com a pesquisa bibliográfica, seguida da pesquisa de campo nas escolas públicas do município de Piraquara, mediante aplicação de questionário aos profissionais da escola, e da análise documental. A gestão democrática do PPP, embora já tenha sido incorporada teoricamente por grande parte dos profissionais da educação, ainda não se constitui como uma práxis. E não se pode pensar em uma escola que busque a qualidade de ensino sem que construa e vivencie coletivamente o Projeto Político-Pedagógico.

Palavras-chave: Políticas Educacionais, Gestão Democrática, Projeto Político-Pedagógico,

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1. A pesquisa em andamento

A gestão democrática da escola, tema da pesquisa de dissertação em andamento, é o modelo de gestão que a lei determina para as escolas públicas de educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n° 9.394/96 – traz novos desafios e perspectivas para a gestão da escola pública. Porém, não é porque o modelo de gestão democrática com base no princípio da participação foi oficializado na lei que ele é posto em prática.

A gestão democrática da escola pública se referencia na Constituição Federal de 1998, que no artigo 205 – sobre a educação – indica que a educação, “direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). E no artigo 206 são indicados os princípios pelos quais a educação nacional deverá se orientar:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade (BRASIL, 1988) (grifo nosso).

A LDB tem redação semelhante ao preceito constitucional. O artigo 2º, que estabelece os princípios e fins da educação nacional, ratifica o indicado no artigo 205 da Constituição: “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996). E o artigo 3º da LDB especifica os princípios nos quais a educação se orienta:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização

da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (BRASIL, 1996)(grifo nosso).

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Verifica-se, então, que a legislação atual estabelece o exercício de práticas educativas participativas, sob a forma de gestão democrática. Eyng (2002a, p. 62) entende que a participação nesta modalidade de gestão “constituem pressupostos da democracia” que podem ser concretizados por meio do Projeto Político-Pedagógico, uma vez que as escolas de educação básica devem adotar o modelo de gestão democrática, tendo como princípio fundamental a participação, segundo o artigo 14 da LDB:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996).

A participação na elaboração do PPP se traduz em estratégia para efetivação dos princípios e fins da educação nacional, especialmente no que concerne à gestão democrática. O PPP permite que a direção, a equipe pedagógica, os alunos, os pais e a comunidade local participem da gestão da educação.

A instância indicada na própria legislação para viabilizar a gestão democrática, mediante exercício do princípio da participação na escola, é o Projeto Político-Pedagógico que, no entender de Eyng (2002a, p. 6) é

o instrumento que define mediante planejamento coletivo os processos da gestão da escola. O projeto pedagógico é, portanto, o veículo do planejamento e a principal ferramenta da gestão. Nesse são definidos, organizados, normatizados e acompanhados os processos de aprendizagem e participação, individual e coletiva, no espaço escolar.

Depois de construído, o PPP não pode ficar esquecido em nenhuma gaveta da sala do diretor ou da orientação; ele é um instrumento que deve ser vivenciado por todas as pessoas envolvidas na escola. Veiga e Resende (1998, p. 13) afirmam que “ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo na escola”. Porém, na experiência profissional deste pesquisador, é possível observar que não é o que ocorre nas escolas. Motivado por essa questão, o presente estudo estabelece como problema de investigação: como se realiza a gestão do PPP nas escolas públicas do município de Piraquara?

A reflexão sobre a temática em investigação levanta ainda as seguintes questões decorrentes do problema: quais as dificuldades encontradas nas escolas públicas para que o PPP

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seja um instrumento garantidor do exercício da gestão democrática? Por que essas escolas não conseguem aplicar o modelo de gestão democrática baseado na participação de toda a comunidade escolar? Por que o PPP não permeia o fazer pedagógico na escola?

Para responder a estas questões delineou-se como objetivo geral: analisar o processo de gestão do PPP nas escolas públicas do município de Piraquara. O trabalho tem ainda a preocupação na consecução dos seguintes objetivos específicos: Identificar as formas de participação dos profissionais da educação na gestão do PPP da escola; Examinar a compreensão dos profissionais da escola sobre a gestão educacional e do PPP; Identificar as estratégias adotadas na gestão do PPP nas escolas públicas do município; Identificar as normas que orientam a participação na gestão democrática, segundo as determinações do município e do estado.

Em relação à metodologia, o caminho seguido iniciou com a pesquisa bibliográfica, seguida da pesquisa de campo nas escolas públicas do município de Piraquara, mediante aplicação de questionário aos profissionais da escola, e da análise documental.

A pesquisa bibliográfica se realiza com o intuito de construir o referencial teórico do trabalho de investigação. A pesquisa bibliográfica, de acordo com Ruiz (1979, p. 50), “tem por objetivo ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e enfeixar hipóteses numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses por força de dedução lógica”. Mais especificamente, Marcantonio, Santos e Lehfeld (1993, p. 24) explicam que a pesquisa bibliográfica “é a busca das fontes, específicas para recuperar as informações armazenadas nos documentos, e assim chegar-se à bibliografia necessária à pesquisa”. Para esses autores, a pesquisa bibliográfica tem por finalidade: atualizar o pesquisador, obter comprovação de que a questão formulada ainda não foi resolvida e acompanhar o avanço de um assunto.

A pesquisa de campo “trabalha com observação dos fatos sociais colhidos do ambiente natural; são formas de um problema meramente observado, sem qualquer interferência, apresentado simplesmente como ele se sucede em determinada sociedade” (FACHIN, 1993, p. 110). Para este estudo, o universo da pesquisa abrange as escolas públicas da educação básica. Deste universo foi extraída a população a ser investigada - as escolas públicas do município de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Dessa população foi selecionada a amostra da pesquisa de campo.

A amostra é, no entender de Silva e Menezes (2001, p. 32), “parte da população ou do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. A amostra pode ser probabilística e

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não-probabilística”. Nesse estudo a amostra é constituída por seis escolas públicas do município de Piraquara, escolhidas com base na amostra não-probabilística por agrupamentos, que é a "reunião de amostras representativas de uma população” (SILVA; MENEZES, 2001, p. 32). Foram escolhidas seis escolas localizadas em bairros diferentes, que recebem alunos de várias localidades do município, sendo em cada bairro escolhida uma escola pública municipal e uma estadual.

A coleta de dados na realização da pesquisa de campo requer seleção de procedimentos e instrumentos que possam obter informações com a maior precisão possível. Fachin (1993, p. 111) entende que a pesquisa de campo “se apóia em métodos, técnicas, instrumentos e outros procedimentos, a fim de obter resultados pertinentes que venham ao encontro dos objetivos do pesquisador”. Mazzotti e Gewandsznajder (2001, p. 163) confirmam este entendimento, dizendo que as pesquisas de campo

usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos de coleta de dados. Podemos dizer, entretanto, que observação (participante ou não), a entrevista em profundidade e a análise de documentos são os mais utilizados, embora possam ser completados por outras técnicas.

Foram utilizados os seguintes procedimentos para obter dados: o questionário, a entrevista e a análise documental. O questionário, segundo Fachin (1993, p. 121), “consiste num elenco de questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de obter respostas para a coleta de informações”. Composto de questões abertas e fechadas foi aplicado aos profissionais da educação nas escolas selecionadas.

A entrevista foi o segundo procedimento utilizado para a coleta de dados. Para Ruiz (1979, p. 51), entrevista “consiste no diálogo com o objetivo de colher, de determinada fonte, (...) dados relevantes para a pesquisa em andamento”. Foram entrevistados os quatro secretários municipais de educação de Piraquara e os dois chefes do Núcleo Regional Área Metropolitana Norte, que representam a Secretaria de Estado da Educação do Paraná que atuaram a partir de 1996, com o pesquisador registrando as entrevistas em fita cassete, para posterior transcrição e análise.

E, num terceiro momento, efetuou-se a análise documental, que “busca identificar informações factuais nos documento a partir de questões de interesse” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 38). Foram avaliados os Projetos Político-Pedagógicos das escolas selecionadas e os documentos que orientam a gestão dos mesmos nas escolas, publicados pela secretaria de educação do município e do estado.

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p. 98) assim define

análise de conteúdo é um método de tratamento e análise de informações colhidas por meio de técnicas de coleta de dados (...) A técnica se aplica à análise de textos escritos ou de qualquer comunicação (oral, visual, gestual) reduzida a um texto ou documento (...) O objetivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente as significações explícitas ou ocultas (...) Esta técnica procura reduzir o volume amplo de informações contidas em uma comunicação a algumas características particulares ou categorias conceituais que permitam passar dos elementos descritivos à interpretação ou investigar a compreensão dos atores sociais no contexto cultural em que produzem a informação ou, enfim, verificando a influência desse contexto no estilo, na forma e no conteúdo da comunicação.

Compreender o conteúdo das informações produzidas durante a pesquisa com a maior fidelidade, é de suma importância para obter um resultado satisfatório ao final dela.

Finalmente, quer-se evidenciar que o pesquisador deve ter como uma de suas principais características dentro da pesquisa qualitativa a imparcialidade: ele não deve se deixar levar pelos fatos externos e internos que acontecem em sua volta. Porém, é uma tarefa difícil; na opinião de Rauen (2002, p. 189), até mesmo impossível, pois “o ideal de um pesquisador neutro, um mero fotógrafo, é impossível, porque ele possui preferências, inclinações, interesses e valores”.

2 Pressupostos que fundamentam a pesquisa

Com relação à delimitação do tema de pesquisa escolhido – gestão do Projeto Político Pedagógico nas escolas públicas do município de Piraquara – há que se evidenciar que não existe uma gama muito grande de referências, mas utilizou-se para a pesquisa livros, artigos, revistas especializadas e sites da Internet.

Os principais autores que fundamentam o estudo tratando sobre as políticas educacionais que indicam o modelo de gestão democrática e a gestão do PPP são a seguir relacionados. A análise das políticas educacionais, sua elaboração e as influências do neoliberalismo nessa formulação apóia-se nos estudos de Gisi (2003), Schwartzmann (1990); Gentili (1995), Santos (1999) e Abicalil (2002). A discussão acerca da gestão da educação, principalmente sobre a gestão democrática e a participação se apóia em Paro (1997), Dourado (2001), Gadotti e Romão (2001), Gandin (1999), Arnstein (2002) e Lück (2001, 2006). E a reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico, sua análise numa perspectiva histórica, definições e outros aspectos como identidade e autonomia se referendam nos trabalhos de Veiga (1998; 2000; 2002,

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2004), Vasconcellos (2002), Gadotti (1995), Eyng (2002, 2003), Malheiro (2005), Gontijo (2002), Azanha (s/d), Neves (2004) e André (2001).

Baseado nesses autores pode-se dizer que a educação brasileira precisa ser transformada e a gestão democrática, através do Projeto Político-Pedagógico, pode ser o caminho que leva a essa inovação. Emprestam-se as palavras de Eyng (2002b, p. 26) quando diz que “a inovação na prática educativa constitui um processo em contínua renovação, indagação e adequação em que flexibilidade, dinamicidade, criatividade e criticidade são as características essenciais”.

Ao definir como princípio a gestão democrática, a LDB trouxe um novo desafio a toda comunidade escolar: a reorganização na maneira de participação nas decisões que ocorrem dentro da instituição de ensino. Muitas vezes essa participação é considerada difícil. Argumenta Paro (1997, p. 9) que “toda vez que se propõe uma gestão democrática da escola pública de 1º e 2º graus que tenha efetiva participação de pais, educadores, alunos e funcionários da escola, isso acaba sendo considerado como coisa utópica”.

Essa utopia, com muito trabalho e muito empenho, pode ser alcançada no espaço escolar, com a efetiva participação de todos os membros da comunidade buscando um consenso nas suas ações. Como afirmam Gutierrez e Catani (2001, p. 62): “participar consiste em ajudar a construir comunicativamente o consenso quanto a um plano de ação coletiva”.

Quebrar as barreiras que se interpõem na participação coletiva pode ajudar na tão sonhada autonomia que a escola busca – e que pode ser conquistada com a gestão democrática, pois esta é a forma de gerenciar a educação, deixando para trás o autoritarismo que predominava na época do governo militar e que até hoje interfere diretamente na forma de pensar e agir de algumas pessoas.

Implantar esse modo de gestão baseado na participação é essencial à prática educacional, para que se dê a valorização das potencialidades da comunidade escolar. No entender de Ferreira (2000, p. 69), “a gestão da educação assume, mais do que nunca, o papel fundamental na condução da educação e do ensino”.

Contudo, para que esta gestão se transforme em práxis é necessário que o diálogo franco e aberto ocorra dentro do espaço escolar, deixando de lado as disputas políticas e a busca de um suposto poder. Estimular esse diálogo é uma forma de buscar um consenso mais próximo das decisões coletivas do grupo. Declara Ferreira (2001, p. 71): “a participação se funda no exercício do diálogo entre as partes”. E, mais adiante, este autor conclui que esse diálogo “só pode ser verdadeiro e frutífero a partir de um esforço de aproximação onde todos tentem perceber e conhecer

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o outro em seu próprio contexto e a partir da sua própria história constitutiva” (FERREIRA, 2001, p. 74).

Nesta perspectiva se destaca a relevância e pertinência do estudo que se propõe, no intuito de conhecer o processo de gestão do PPP nas escolas públicas de Piraquara, PR, e avaliar de que forma a participação, o diálogo, a ação coletiva e outros aspectos do PPP se manifestam (ou não) no cotidiano das escolas em questão.

3 Conclusão

O PPP é o instrumento que propicia a organização e a participação da comunidade escolar. Por meio de sua construção se busca, de forma coletiva e democrática, a discussão dos problemas da escola e suas possíveis soluções. Isso é imprescindível para que cada unidade escolar levante suas dificuldades e potencialidades, discuta seus problemas e procure soluções dentro de sua realidade. Nas palavras de Vasconcellos (2002, p. 169), o PPP “é o processo que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar”.

A participação da comunidade escolar na elaboração, implementação e avaliação do PPP é determinada pela lei que define o modelo de gestão democrática para as escolas públicas de educação básica. Contudo, a gestão democrática do PPP embora já tenha sido incorporada teoricamente por grande parte dos profissionais da educação ainda não se constitui como uma práxis.

O processo de gestão democrática ainda se constitui mais como um desafio do que prática, ainda caminha a passos lentos nas escolas públicas que sentem grande dificuldade de fazer com que o PPP venha a ser efetivamente o norteador das ações pedagógicas. E não se pode pensar em uma escola que busque a qualidade de ensino sem que construa e vivencie coletivamente o Projeto Político-Pedagógico.

“Se você quer um ano de prosperidade, cultive trigo; se você quer dez anos de prosperidade, cultive árvores; se você quer cem anos de prosperidade, cultive pessoas”. É com este provérbio chinês que se quer finalizar este artigo, dizendo que é através da implementação de políticas educacionais adequadas que o Brasil “cultiva” seus cidadãos. E a gestão democrática do Projeto Político-Pedagógico, é fator decisivo para a ação escolar capaz de contribuir na formação do cidadão brasileiro que o atual contexto requer.

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REFERÊNCIAS

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