CÁLCULO NUMÉRICO
Aula 7
Zeros reais de funções – Parte 1
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Objetivo
¨ Determinar valores aproximados para as soluções (raízes) de equações da forma:
sendo f uma função real dada.
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Motivação
¨ Gás de Van Der Walls:
b: volume ocupado pelas moléculas;
a: atração entre as moléculas nas bordas do recipiente.
¨ Como resolver a equação para o volume?
¨ Dados P e T com a, b, R conhecidos, como determinar v?
P v,T
(
)
=
RT
v − b
−
a
v
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Motivação
¨ A solução exata de pode ser encontrada apenas em alguns casos:
¤ Polinômios de grau menor ou igual a quatro;
¤ Algumas funções trigonométricas.
¨ Mesmo quando a solução analítica está disponível, sua determinação pode ser “complicada”.
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¨ Em alguns casos, por exemplo, de equações polinomiais, os valores de x que anulam f (x) podem ser reais ou complexos.
¨ Estamos interessados somente nos zeros reais de f (x).
¨ Graficamente, os zeros reais são representados pelas abscissas dos pontos onde uma curva intercepta o eixo x.
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¨ A ideia central dos métodos que iremos aprender é partir de uma aproximação inicial para a raiz e em seguida refinar
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¨ Assim, os métodos constam de duas fases:
¨ Fase I: Localização ou isolamento das raízes
¤ Consiste em obter um intervalo que contém a raiz.
¨ Fase II: Refinamento
¤ Consiste em, escolhidas aproximações iniciais para o intervalo da
Fase I, melhorá-las sucessivamente até se obter uma
aproximação para a raiz dentro de uma precisão ε pré-estabelecida.
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FASE I: Isolamento das Raízes
¨ Nesta fase é feita uma análise teórica e gráfica da função
f (x).
¨ O sucesso da Fase II depende fortemente da precisão desta análise.
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ Na análise teórica, usa-se:
TEOREMA 1
¨ Seja f (x) uma função contínua em [a, b].
¨ Se f (a) f (b) < 0, então existe pelo menos um ponto x = ξ entre a e b que é zero de f (x).
¨ Esta é uma consequência do Teorema do Valor
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Fase I: Isolamento das Raízes
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Fase I: Isolamento das Raízes
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ Sob as hipóteses do Teorema 1, se f’ (x) existir e preservar o sinal em ]a, b[, então este intervalo contém um único zero de f (x).
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Fase I: Isolamento das Raízes
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ Uma forma de isolar as raízes de f (x) usando os conceitos anteriores é tabelar f (x) para vários valores de x e analisar as mudanças de sinal de f (x) e o sinal da derivada nos intervalos em que f (x) mudou de sinal.
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ EXEMPLO: Seja f (x) = x3 – 9 x + 3. Vamos analisar o sinal desta função.
¨ Construindo uma tabela de valores para f (x) e considerando apenas os sinais, temos:
x - ∞ -100 -10 -5 -3 -1 0 1 2 3
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ Sabendo que f (x) é contínua para qualquer x real e observando as variações de sinal, podemos concluir que cada um dos intervalos I1 = [-5, -3], I2 = [0, 1], I3 = [2, 3], contém pelo menos um zero de f (x).
¨ Como f (x) é um polinômio de terceiro grau, podemos afirmar que cada intervalo contém um único zero de f (x) e, assim localizamos todas as raízes de f (x) = 0.
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ Se f (a) f (b) > 0, então podemos ter várias situações no intervalo [a, b], conforme mostram os gráficos a seguir.
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Fase I: Isolamento das Raízes
¨ A análise gráfica da função f (x) ou da equação f (x) = 0 é fundamental para se obter aproximações para a raiz.
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Processos Gráficos
¨ ESBOÇAR O GRÁFICO: Análise do comportamento da
função, que envolve: domínio da função, pontos de descontinuidade, intervalos de crescimento e decrescimento, pontos de máximo e mínimo, concavidade, ponto de inflexão e assíntotas da função.
¨ Através da EQUAÇÃO EQUIVALENTE g (x) = h (x):
A partir da equação f (x) = 0, obter a equação equivalente g (x) = h (x), esboçar os gráficos das funções g (x) e h (x) no mesmo eixo cartesiano e localizar os pontos x onde as duas curvas se interceptam, pois neste caso:
f ( ξ ) = 0 è g ( ξ ) = h ( ξ ). ¨ GRÁFICOS COMPUTACIONAIS.
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Gráficos computacionais
¨ Exemplo 5: Os gráficos computacionais podem tornar mais rápidos e melhores seus esforços para localizar as raízes de equações. A função:
tem diversas raízes no intervalo de x = 0 a x = 5. Use gráficos computacionais para adquirir percepção do comportamento dessa função.
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Fase II: Refinamento
¨ Veremos vários métodos de refinamento de raízes. A forma como se efetua o refinamento é que diferencia os métodos.
¨ Um método iterativo consiste em uma sequência de instruções que são executadas passo a passo, algumas das quais são repetidas em ciclos.
¨ Os métodos iterativos para refinamento da aproximação inicial para a raiz exata podem ser colocados em um
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Critério de Parada
¨ TESTE: xk está suficientemente próximo da raiz exata?
¨ Existem duas interpretações para raiz aproximada que nem sempre levam ao mesmo resultado:
¨ é raiz aproximada com precisão ε se:
¤ i)
¤ ii)
x
x −
ξ
<
ε
ou
f x
( )
<
ε
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Critério de Parada
¨ Como efetuar o teste (i) se não conhecemos o valor exato da raiz ξ ?
¨ Usamos frequentemente os conhecimento de erro absoluto e erro relativo para determinarmos o critério de parada.
¤ ERRO ABSOLUTO:
¤ ERRO RELATIVO:
x
k− x
k−1<
ε
x
k− x
k−1Aula 7 – Zeros de funções – Parte 1
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¨ Nem sempre é possível ter as exigências (i) e (ii) satisfeitas
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¨ Em programas computacionais, além do teste de parada usado para cada método, deve-se ter o cuidado de estipular um número máximo de iterações, para se evitar que o programa entre em “looping”.
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Métodos Iterativos
¨ Métodos iterativos para a obtenção de zeros reais de
funções: ¤ Bissecção; ¤ Falsa posição; ¤ Ponto fixo; ¤ Newton-Raphson; ¤ Secante.
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Método da Bissecção
¨ Suponha que f (x) seja uma função contínua definida em [a,b], tal que f (a) f (b) < 0.
¨ De acordo com o Teorema do Valor Intermediário, existe um número c em ]a, b[ para o qual f (c) = 0.
¨ Vamos supor, para simplificar, que ]a, b[ contenha uma única
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Método da Bissecção
¨ O objetivo deste método é reduzir a amplitude do intervalo
que contém a raiz até se atingir a precisão requerida: (b – a) < ε ou usando para isto a sucessiva divisão
de [a, b] ao meio.
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Método da Bissecção
¨ Graficamente: x a = a0 ξ f(x) b = b0 x0 = (a + b)/2 x0 x a = a1 ξ f(x) x0 = b1 x1 = (a + x0)/2 x1 x ξ f(x) x0=b2 x2 = (x1 + x0)/2 x1=a2 x2 Repete-se o processo até que o valorAula 7 – Zeros de funções – Parte 1
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Método da Bissecção
¨ As iterações são realizadas da seguinte forma:
x
1=
a
0+ b
02
f a
( )
0< 0
f b
( )
0> 0
f x
( )
1> 0
!
"
##
$
#
#
⇒
ξ
∈ a
]
0, x
1[
a
1= a
0b
1= x
1!
"
##
$
#
#
x
2=
a
1+ b
12
f a
( )
1< 0
f b
( )
1> 0
f x
( )
2< 0
!
"
##
$
#
#
⇒
ξ
∈ x
]
2, b
1[
a
2= x
2b
2= b
1!
"
##
$
#
#
!
!
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EXEMPLO 6
Considerando o método da bissecção com ε = 0,002 e adotando
[a0 , b0] como intervalo inicial, obtenha uma aproximação para a função:
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EXEMPLO 6
h(x) y ξ g(x) x 1 2 3 4 5 6ξ
2
3
Verificou-se que ξ ∈ [2, 3]Aula 7 – Zeros de funções – Parte 1 Cálculo Numérico 45/53
EXEMPLO 6
k ak bk f(ak) f(bk) xk+1 f(xk+1) 0 2,00000 3,00000 -0,39794 0,43136 2,50000 -0,00510 1 2,50000 3,00000 -0,00515 0,43136 2,75000 0,20820 2 2,50000 2,75000 -0,00515 0,20816 2,62500 0,10021 3 2,50000 2,62500 -0,00515 0,10021 2,56250 0,04720 4 2,50000 2,56250 -0,00515 0,04720 2,53125 0,02090 5 2,50000 2,53125 -0,00515 0,02094 2,51563 0,00790 6 2,50000 2,51563 -0,00515 0,00787 2,50781 0,00140ε
= 0,002Aula 7 – Zeros de funções – Parte 1
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Método da Bissecção
¨ ESTIMATIVA DO NÚMERO DE ITERAÇÕES:
Dada uma precisão ε e um intervalo inicial [a, b], vamos determinar quantas iterações serão efetuadas pelo método da bissecção até bk – ak < ε.
b
0− a
0Aula 7 – Zeros de funções – Parte 1
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¨ Portanto, se k satisfaz a relação anterior, ao final da iteração
k, teremos o intervalo [a, b] que contém a raiz ξ, tal que
∀x ∈ a, b
[
]
⇒ x −
ξ
≤ b − a ≤
ε
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Algoritmo do Método da Bissecção
¨ Seja f (x) contínua em [a, b] e tal que f (a) e f (b) têm sinais opostos:
ENTRADA:
extremidades a, b; precisão ε, número máximo de iterações N0.
SAÍDA: solução aproximada ou mensagem de erro.
Passo 1: Faça i = 1;
FA = f (a).
Passo 2: Enquanto i ≤ N0 , execute os passos 3 a 6.
Passo 3: Faça x = a + (b – a) / 2; (Calcula xi)
FX = f (x).
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Algoritmo do Método da Bissecção
Passo 4: Se FX = 0 ou (b – a) / 2 < ε, então:
SAÍDA (x); (Procedimento concluído com sucesso).
PARE.
Passo 5: Faça i = i + 1.
Passo 6: Se FA * FX > 0, então faça a = x; (Calcula ai , bi).
FA = FX senão faça b = x.
Passo 7: SAÍDA (‘O método falhou após N0 iterações, N0 = ’, N0);
(O procedimento não foi bem-sucedido).
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¨ Outros procedimentos de parada podem ser aplicados no
Passo 4 do algoritmo ou em qualquer das técnicas iterativas que aprenderemos. Por exemplo, podemos selecionar uma precisão ε > 0 e gerar x1, x2, ..., xn até que uma das condições a seguir seja satisfeita:
x
n− x
n−1<
ε
x
n− x
n−1x
n<
ε
f x
( )
n<
ε
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Cálculo Numérico 51/53
CUIDADO!!!!
¨ Podem ocorrer sequências com propriedade de as diferenças convergirem para zero, enquanto a própria sequência diverge.
¨ Podem ocorrer de estar próximo de zero, mesmo quando xn for significativamente diferente de x.
¨ Sem outras informações sobre f ou x, o melhor critério é:
por ser o que se aproxima mais da ideia de testar o erro relativo.
x
n− x
n−1x
n<
ε
xn − xn−1f x
( )
n xn{ }
∞n=0Aula 7 – Zeros de funções – Parte 1
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Método da Bissecção
VANTAGENS:
¨ Facilidade de implementação;
¨ Estabilidade e convergência para a solução procurada;
¨ Desempenho regular e previsível.
O número de iterações é
dependente da tolerância
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Método da Bissecção
DESVANTAGENS:
¨ Lentidão do processo de convergência (requer o cálculo de f(x) em um elevado número de iterações);
¨ Necessidade de conhecimento prévio da região na qual se encontra a raiz de interesse (o que nem sempre é possível);
¨ Complexidade da extensão do método para problemas multivariáveis.
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