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A GESTÃO DEMOCRÁTICA PARTICIPATIVA NO ATUAL GOVERNO DO ESTADO¹

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Academic year: 2021

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ESTADO¹

MOUSQUER, Maria Elizabete Londero ² ; RUVIARO, Lidiane ³;WESLING, Fabricia; CESAR, Josiane Canto;

¹ Trabalho de Pesquisa UFSM ²

Orientadora Profª. Drª

³´Curso de Matemática Licenciatura (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil; Curso de Licenciatura em Artes Visuais (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil; Especializanda em Educação(UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.

Email: betemousquer@yahoo.com.br; lidiruviaroealexcassol@hotmail.com; fabriciawesling@hotmail.com; josiane.rc@hotmail.com.

RESUMO

Este trabalho visa contribuir com estudos na área da Gestão Democrática da Educação, refletindo acerca dos processos envolvendo Democracia e Educação. Busca-se reconhecer algumas contribuições acerca da Gestão da Educação com o propósito de buscar explicações para os diversos problemas que obstruem a decorrência natural dos processos educacionais fragilizados, que colocam em risco as possibilidades de democratização.

Objetiva-se acompanhar as políticas educacionais desenvolvidas ao longo do 1°ano da

nova gestão governamental do Rio Grande do sul – Tarso Genro (2011-2014), buscando

desenvolver uma análise através da conjugação teórica e visão dos sujeitos escolares, com vistas a identificar os significados destas propostas para o processo de construção da democracia no ensino público em busca de uma educação de qualidade. Para o desenvolvimento da pesquisa abordamos uma metodologia qualitativa e investigativa. Com o intuito de conhecer as mudanças políticas no campo educacional na atual gestão, ou, se ocorreram mudanças e quais são elas.

Palavras Chave: Gestão Democrática; Participação; Cidadania; Emancipação

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A Gestão Democrática apoiada pela Constituição Federal de 1988 conduz para a institucionalização de espaços de participação na gestão das instituições escolares. Em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9394/96, estes espaços são instituídos.

No que diz respeito à democratização da educação e à gestão do ensino público, hoje não mais se contesta o fato de que o exercício da gestão tem de ser democrático e participativo. As bases legais da gestão democrática do ensino público foram estabelecidas. O que não se pode negar é que este processo em si mesmo, não apresenta força obrigatória e vinculante capaz de organizar e instituir uma dinâmica democrática. (MOUSQUER, 2008, p. 6)

Em termos de gestão escolar, os artigos 14 e 15 da LDB vigente apontam para possibilidades democráticas.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996)

A democracia, o conhecimento e a cidadania são temas que se entrelaçam e são indispensáveis para o desenvolvimento humano sustentável. No espaço da educação, a gestão, constituída de uma função pública, abarca o compromisso de promover uma cidadania comprometida com a consolidação de uma sociedade verdadeiramente democrática e passa a ser desafiada a construir saberes mais amplos, plurais e híbridos. O conhecimento aliado a este processo deve ter como fundamento principal a construção de uma sociedade mais justa sob o ponto de vista social e econômico.

Cabe questionar até que ponto os processos de gestão democrática têm contribuído para repensar os processos de crise em relação à construção de espaços de democracia e recuperação da dignidade humana.

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A escola, ao cumprir a sua função de socializadora de conhecimentos, deve pautar-se na valorização de diferentes formas de saber a fim de trazer à tona as experiências silenciadas pela racionalidade científica que resguardam um potencial criativo de emancipação (SANTOS, 2000).

2.OBJETIVOS

A presente pesquisa propõe-se a investigar o processo de gestão democrática do ensino

público1. Tal iniciativa se justifica em função da complexidade do seu processo de efetivação nas

escolas em função da exacerbada presença da racionalidade instrumental (SANTOS, 1987) que aprisiona as tentativas de mudanças e reafirma os interesses hegemônicos.

Através da pesquisa buscamos conhecer e reconhecer algumas contribuições acerca da gestão da educação com o propósito de buscar explicações para os diversos problemas que obstruem a decorrência natural dos processos educacionais fragilizados, que colocam em risco as possibilidades de democratização.

Para tal, o projeto escolheu acompanhar as políticas educacionais desenvolvidas ao longo

do 1° ano da nova gestão governamental do Rio Grande do sul – Tarso Genro (2011-2014),

buscando desenvolver uma análise através da conjugação teórica e visão dos sujeitos escolares, com vistas a identificar os significados destas propostas para o processo de construção da democracia no ensino público e acompanhar os “movimentos alternativos” (SANTOS, 2002, p. 2) em busca de uma educação de qualidade.

3. METODOLOGIA

O desafio da pesquisa apresenta expressiva proporção, uma vez que, enquanto constituído e constituinte de sujeitos, o processo educativo é dinâmico, passível de interferência do tempo, do espaço e de construções ideológicas presentes no discurso. Dessa forma, a partir da “Análise do Discurso”, elaborada por Pêcheux (1969), toda tentativa de elaboração neste campo deve levar em conta o contexto histórico-social de seus autores.

Para o desenvolvimento da pesquisa sobre as políticas educacionais desenvolvidas ao

longo do primeiro ano da nova gestão governamental do Rio Grande do Sul – Tarso Genro -

abordamos uma metodologia qualitativa e investigativa. Com o intuito de conhecer as mudanças políticas no campo educacional na atual gestão, ou, se ocorreram mudanças e quais são elas.

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Dirigiu-se a Coordenadoria de Educação de Santa Maria - 8ª CREA, com o intuito de pesquisarmos as normativas relativas às atuais políticas de gestão do ensino, buscando subsídios para acompanhar o processo da Gestão Democrática no Estado do Rio Grande do Sul. A partir de então, selecionaram-se três instituições escolares com o propósito de pesquisar como as instituições escolares estão administrando e colocando em prática as atuais normativas referentes às políticas de gestão no ensino.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na continuidade do acompanhamento das mudanças nas políticas de governo estadual percebemos a necessidade de uma permanente busca pela gestão democrática contrapondo concepções de democracia que não consideram a “experiência social” (Santos, 2002).

O Rio Grande do Sul passou por um ciclo governamental que impediu o desenvolvimento da democracia, tirando conquistas históricas da categoria dos professores e impedindo que

direitos constitucionais fossem aplicados. Não precisamos “retornar” as lutas por demandas já

conquistadas, mas dar continuidade e aplicação ao desenvolvimento da educação. Com esse intuito o atual governo declara:

“A nossa Política Educacional tem como base a democratização da educação em três dimensões: a democratização da gestão, do acesso à escola e do acesso ao conhecimento com qualidade social” (p. 13).

Entre os eixos prioritários do programa está “A valorização dos

trabalhadores em educação e relação de respeito e diálogo com o CPERS Sindicato” (p. 15)

A realidade escolar do nosso Estado precisa de cuidados específicos que uma interação entre todos os segmentos da educação, trabalhando em cooperação podem proporcionar. A Gestão Democrática envolve mais do que cumprir determinações.

A estrutura deste “sistema” é hierarquizada, verticalizada. Há um “lugar” onde se estabelece o ordenamento das prioridades, onde se decide quais necessidades e interesses (e de quais grupos sociais) serão atendidos. Aos demais envolvidos – professores, alunos, pais, funcionários de escola – compete cumprir as determinações legais. (Moraes, 2004, p. 226)

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Os assuntos educacionais envolvem conflitos e negociações importantes entre grupos com visões antagônicas sobre ensino de qualidade e o confronto entre as diferentes posições políticas. Por isso, o espaço da escola precisa ser assumido para que a autonomia seja garantida. Por ser um processo democrático há necessidade de participação nas discussões e decisões por parte de toda a comunidade, pois é a participação que fortalece e constrói a autonomia. Como mencionado por Santos (2002), há possibilidades de atuação proporcionando condições para isso.

A sociologia das emergências consiste em proceder a uma ampliação simbólica dos saberes, práticas e agentes de modo a identificar neles as tendências de futuro (o ainda-não) sobre as quais é possível atuar para maximizar a probabilidade de esperança em relação à probabilidade de frustração. Tal ampliação simbólica é, no fundo, uma forma de imaginação sociológica que visa um duplo objetivo: por um lado conhecer melhor as condições de possibilidade da esperança; por outro, definir princípios de ação que promovem a realização dessas condições. (SANTOS, 2002, p. 24)

No entanto, sem o reconhecimento por parte das escolas de sua importância nas questões político-pedagógicas, amparado pela LDB n° 9.394/96, e o fortalecimento a partir da participação da comunidade escolar, que são sujeitos participantes da educação escolar, torna-se difícil para a escola desenvolver formas de argumentação e possibilidades de ação.

Para que a comunidade seja reconhecida como parte de um sistema democrático precisa ser realmente chamada a participar de decisões governamentais que lhe dizem respeito. Uma minoria, que não conhece ou não reconhece as necessidades locais não pode ser bem sucedida em determinar objetivos a uma parcela da sociedade.

5. CONCLUSÃO

É substancial a tomada de consciência de que algo precisa ser feito, caso contrário, a gestão democrática parece estar em toda parte e em parte nenhuma, sob várias formas e sem objetivos claros suscetíveis, sujeita a todas as formas de intromissões alheias ao processo educativo.

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Como salienta Moraes (2004, p. 237) “a criação de novos espaços de deliberação democrática [...], é um caminho bastante viável para a estruturação de políticas educacionais emancipatórias”. Por isso a necessidade de um espaço apropriado para o diálogo e para a consideração dos interesses e saberes necessários para que se amplie a discussão sobre novos

conhecimentos e situações que necessitam de novos olhares.

Antever possibilidades de reinvenção da emancipação social no campo da gestão democrática do ensino, a partir das experiências desenvolvidas em escolas públicas, situadas em contextos urbanos e rurais que priorizem a democratização dos diferentes saberes, passa ser o desafio para os desejosos de democracia. Lançar perspectivas possibilitadoras de processos emancipatórios, através de uma crítica séria para os estudos que envolvem a democracia e a gestão do ensino, constituiu-se em objetivo a ser perseguido por àqueles engajados nesta caminhada o que requer um contínuo processo de reflexão frente às verdades que impõem.

As políticas educacionais no Brasil ainda apresentam um olhar hegemônico sobre a sociedade. Precisamos pensar em um espaço escolar pensando na sua pluralidade social e cultural, partindo desta premissa o espaço escolar deveria ser um local de trocas e construção de saberes e diálogo. Um local acolhedor que privilegie a vivencia de cada sujeito, dando oportunidades e subsídios aos seus profissionais para uma formação continuada consistente, para que estes possam desenvolver práticas educacionais inovadoras que contribuam para a cidadania.

Por fim, ressaltamos que a democratização da gestão do ensino público não tem a capacidade de resolver todos os problemas da escola, mas tem a potencialidade de incrementar novos elementos à cultura escolar: a politização, o debate, a organização coletiva e a construção de consciências democráticas atuando no fortalecimento da sociedade civil frente aos processos de decisão política e lutas sociais. Para fundamentar estas questões, percebe-se a demanda de iniciativas de articulação entre as esferas educacionais onde haja livre fluxo entre os espaços democráticos – nacional, estadual, municipal e local.

É fundamental que as políticas públicas contemplem as necessidades da comunidade em participar do processo de gestão, com vistas a garantir igualdade de direitos a todos. Neste sentido, a materialização da política de gestão democrática pode traduzir-se em prática emancipatória de construção da cidadania, quando da efetivação de relações realmente participativas, pois

a possibilidade de uma sustentável e justa construção democrática começa em nível local. Este tipo de desenvolvimento acena fortemente para a

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liberdade, pois tende a propiciar a autonomia, a consciência e a participação cooperativa da maioria. Trata-se do envolvimento num processo que poderá ser em longo prazo um conjunto de estruturas e experiências locais para, então, produzir possíveis alternativas como possibilidades de ampliação frente aos receituários impostos em nome da democracia (MOUSQUER, 2004, p.203).

A valorização do local, enquanto expansão das falas dos diferentes atores sociais e socialização de suas experiências e saberes, contribui para a formação de decisões coletivas, condição básica para o exercício da cidadania.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases para Educação Nacional. LUCE, M. B.; MEDEIROS, I. P. (Org) Gestão Escolar Democrática: concepções e vivencias. Porto Alegre: UFRGS, 2006.

MORAES, S. C. (2004). É possível a construção de políticas públicas emancipatórias em educação? Revista Portuguesa de Educação, 17, 225 246.

MOUSQUER, M. E. L. ; DRABACH, Neila Pedrotti . A Visão das Políticas Públicas Educacionais a Partir dos Sujeitos em Diferentes Lugares Sociais: as mudanças na educação pública do Rio Grande do Sul. In: VIII Congresso Nacional de Educação - EDUCERE e III Congresso Ibero-Americano sobre Violência nas Escolas, 2008, Curitiba PR. VIII Congresso Nacional de Educação - EDUCERE e III Congresso Ibero-Americano sobre violências nas escolas - CIAVE - FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Curitiba PR, 2008.

PÊCHEUX, M. O Discurso: A Estrutura ou acontecimento? Campinas: Pontes, 1997.

SANTOS. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista crítica de ciências sociais, Coimbra. Portugal, n. 63, p. 237-280, out. 2002.

SANTOS, Boaventura de Souza e AVRITZER, Leonardo. Para ampliar o cânone democrático.

In: SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Democratizar a democracia – os caminhos da

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PROGRAMA DE GOVERNO, acesso em 14/07/2011 http://www.tarso13.com.br/wp-content/uploads/2010/07/programa-de-governo.pdf

Referências

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