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Simulação da dinâmica de íons em canais transmembranares. Franco Valduga de Almeida Camargo Yan Levin Alexandre Diehl

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Academic year: 2021

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Simulação da dinâmica de íons em

canais transmembranares

Franco Valduga de Almeida Camargo Yan Levin

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O que são canais iônicos?

  São proteínas, encontradas na

membrana de praticamente todas as células conhecidas, que formam poros preenchidos por água, ligando os meios extra e intracelulares.

  Responsáveis pelo fluxo rápido e

controlado de íons selecionados

através da membrana celular. Representação molecular do modelo atômico para o canal KcsA K⁺ em uma membrana fosfolipídica em uma solução aquosa de KCl a 150 mM.

(3)

O que são canais iônicos?

Ilustração da capa da Nature Insight sobre

canais iônicos.

  Dependendo da conformação das proteínas,

podem estar abertos ou fechados.

  Possuem comprimento entre 20 e 80Å e

raio da ordem de poucos angstroms.

  Estudos recentes com resolução atômica tem

revelado a estrutura de diferentes canais.

Vista frontal de um receptor acetilcolino de nicotina, da

Torpedo marmorata. Por

Nigel Unwin, MRC Laboratory of Molecular

(4)

Relevância biomédica

  Do fluxo iônico dependem processos como secreção hormonal,

contração muscular, transmissão de informação no sistema nervoso, entre muitos outros.

  Foi recentemente comprovado que canais iônicos ativados por

voltagem possuem um papel importante na progressão maligna de câncer de próstata.

  Vários medicamentos atuam nos canais iônicos (anestésicos, por

exemplo), o que traz esperanças de que novos possam ser racionalmente desenvolvidos.

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Propriedades estruturais

  Duas características estruturais são determinantes para a

condutividade: a geometria do poro e a distribuição de cargas na proteína.

  A primeira determina a auto energia do íon e a segunda a energia

de interação entre o íon e a proteína.

  Do ponto de vista da célula, os canais precisam ser largos, para

facilitar a condutividade. Porém, para a sobrevivência das células os canais tem de selecionar entre diferentes tipos de íons, muitas

vezes de mesma carga, o que requer pequeno raio.

  Em canais biológicos, a seletividade é então assegurada por

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Propriedades funcionais – condutância

  Quando abertos, há um fluxo da ordem de 10⁷ íons por segundo.   Para diferenças de potencial fisiológicas (-100mV < V < 50mV), as

curvas I-V são, em geral, lineares, para meios extra e intracelular de mesma composição. .

  Curvas I-V obtidas podem apresentar não-linearidades para |V| >

100mV.

  A função dos canais é então predominantemente descrita pela

condutância de canal único, G.

  A atividade dos canais é experimentalmente observada através de

mudanças discretas na corrente através da membrana celular.

  As não-linearidades refletem a complexidade das interações

(7)

Propriedades funcionais – condutância

  Outra variável importante é a concentração externa dos íons

conduzidos.

  Medidas da corrente de canal único a tensão constante para

diferentes concentrações geram curvas G-c.

  Inicialmente, G cresce linearmente com a concentração, mas satura

para concentrações muito altas. Esse comportamento é descrito pela função de Michaelis-Menten:

Gmax é condutância máxima.

cs é a concentração de saturação a meia altura.

  Os valores de cs estão entre 0,01M e 0,3M.

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Seletividade e chaveamento

  Os sinais elétricos em nervos, músculos e no coração dependem de

mudanças controladas no potencial membranar, que, por sua vez, surgem de mudanças controladas na permeabilidade aos íons K⁺, Na⁺ e Ca²⁺.

  Logo, é necessário que os canais possam distinguir de maneira

precisa entre os diferentes tipos de íons.

  As mudanças controladas na atividade do canal são chamadas de

chaveamento. Disfunções no chaveamento dos canais são

responsáveis por uma série de doenças clinicas. Há 3 formas de chaveamento:

  por diferenças de potencial ao longo da membrana;

  pela ligação de pequenas moléculas transmissoras ao canal;   por estímulos mecânicos.

(9)

Ponto de vista físico: como os íons passam?

  Modelo: tratar a água e a membrana

celular como dielétricos contínuos.

  Imaginemos o canal como sendo

um poro cilíndrico cuja constante dielétrica interna é a da água

(εw≈80) e externa seja a da

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Ponto de vista físico: como os íons passam?

  Soluções numéricas para

comprimentos mais realistas

mostraram barreiras em torno de 6kT para L=25 Å e raio de 3 Å, que já

deveria permitir alguma condutividade.

  A grande diferença entre as

constantes dielétricas em canais tão finos gera uma grande barreira

energética para os íons.

  Canal infinito: barreiras energéticas

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Como os íons passam? Abordagens possíveis

  Teoria de Poisson-Nerst-Planck: combina a equação de Poisson

com a da continuidade e as leis de Ohm e Fick. Para canais

estreitos com geometria cilíndrica o problema é aproximadamente unidimensional e o potencial é de longuíssimo alcance, indicando domínio de efeitos de correlação. Intrinsecamente de campo médio, a teoria de Poisson-Nerst-Planck falha nessas condições.

  Simulação de todos os átomos por dinâmica molecular: embora a

mais precisa entre as abordagens possíveis, é muitíssimo dispendiosa computacionalmente.

  Simulação por dinâmica browniana tratando a água como um

dielétrico contínuo: é significativamente mais eficiente que dinâmica molecular, mas requer a solução da equação de Poisson a cada

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Dinâmica Browniana

x y z o

ε≈2

ε≈80

(13)

Dinâmica Browniana

  A descrição via dinâmica browniana parte da integração da equação

de Langevin para cada íon do sistema:

  A massa dos íons é m, a é sua aceleração, v é sua velocidade, F(x)

é a força sistemática sobre o íon, γ é o coeficiente de fricção e η(t) é um termo de ruído branco aditivo.

  Como a origem microscópica da fricção e do ruído são a mesma,

eles têm de estar ligados. Essa ligação é feita pelo teorema da flutuação dissipação.

(14)

Simulações

  O algoritmo para realizar a integração numérica escolhido foi aquele

devido a van Gunsteren e Berendsen.

  Ele é obtido através da expansão da força sistemática em torno de

um ∆t e integração analítica da equação de Langevin, mantendo termos para que as posições sejam corretas até 3ª ordem em ∆t.

  A validação do algoritmo foi feita comparando-se seus resultados

para força sistemática nula com a solução analítica da equação de Langevin.

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Simulações

  A força sistemática sobre um íon consiste na força que este sente

em virtude das cargas induzidas por ele e pelos demais íons do sistema nas interfaces mais a força coulombiana entre os íons.

  Enquanto a interação coulombiana entre os íons é implementada de

maneira trivial, a interação com o canal é a solução da equação de Poisson dentro do canal para cada distribuição de íons do sistema.

  A recente obtenção de solução analítica para a equação de Poisson

para canais cilíndricos de comprimento finito possibilita o cálculo das forças durante as simulações de forma muito mais eficiente.

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Conclusões

  Apesar da simplicidade do modelo, propriedades estruturais dos

canais iônicos reais, tais como a presença de aminoácidos com radicais carregados, podem ser incluídas de forma relativamente simples na simulação.

  Há indícios de que cargas residuais presentes no interior das

paredes do canal desempenhem um papel crucial no funcionamento deste.

  Mesmo que tais modelos mostrem-se insatisfatórios, ainda há a

possibilidade de usar a descrição contínua para a membrana, a

proteína e a água fora do canal, enquanto as interações da água de dentro do canal são tratadas explicitamente.

Referências

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