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A metropolização da violência letal na RMBH 1

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A metropolização da violência letal na RMBH1

Luciana Teixeira Andrade2 Marco Antônio Couto Marinho3

Em artigo anterior (Andrade e Marinho, 2010), discutimos a relação dos homicídios com a juventude e com o processo de metropolização. Antes, porém, mostramos, com base nos dados do Mapa da Violência 2010, que:

i) entre 91 países o Brasil ocupava a sexta posição com 25,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2005. Na sua frente estavam El Salvador (50,1), Colômbia (45,4), Guatemala (34,5), Ilhas Virgens - EUA (31,9) e Venezuela (30,1);

ii) apenas sete países, num grupo de 91, apresentavam taxas de homicídios superiores a 20 homicídios por 100 mil habitantes e 16 com mais de 10 homicídios por 100 mil, o que mostra que a violência letal não está disseminada, mas concentrada em um grupo restrito de países;

iii) no Brasil, em um período de 11 anos (1997-2007), os homicídios passaram de 40.507 para 47.707, um crescimento de 17,8%. Já em termos relativos, houve uma queda de 0,7, uma vez que o crescimento dos homicídios foi inferior ao crescimento populacional;

iv) em relação à distribuição dos homicídios no interior do Brasil, o que se observa é uma concentração nas regiões metropolitanas (RMs). Em 2007, 10 RMs (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória) acumulavam 45% dos homicídios registrados no Brasil.4 Esse dado mostra que apesar do tão comentado fenômeno da desconcentração da criminalidade

1 Este artigo é parte da pesquisa Organização social do território e criminalidade violenta, desenvolvida pelo Observatório das Metrópoles/INCT/CNPq. Devido ao seu estágio ainda inicial, neste artigo nos deteremos, em grande medida, nas análises descritivas dos dados de homicídios.

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Doutora em Sociologia/ IUPERJ, professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais e dos cursos de graduação em Ciências Sociais e Jornalismo da PUC Minas. Pesquisadora do Observatório das Metrópoles

3 Geógrafo, Especialista em Segurança Pública, mestrando em Ciências Sociais/PUC Minas. Pesquisador do Observatório das Metrópoles.

4 Os critérios utilizados pelo Mapa da Violência 2010 para a escolha dessas 10 RMs foram: as nove criadas na década de 1970 mais a região metropolitana de Vitória, em função de ser mais recente e também de suas altas taxas. (MAPA, 2010, p. 15).

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pelos meios de comunicação, as regiões metropolitanas continuam acumulando grande número de óbitos;

v) em relação às faixas etárias nota-se uma grande concentração dos homicídios entre os jovens. E, mais do que isso, um crescimento entre os jovens e adolescentes, tendência contrária ao que se observa para o país, ou seja, uma diminuição de 0,7;

vi) na faixa de 12 a 18 anos, que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), corresponde à adolescência, ocorreu um crescimento de 28,8%, sendo que os maiores índices se concentraram nas idades de 14, 15 e 16 anos que cresceram, respectivamente, 35,8%, 34,4% e 31,6% (MAPA, 2010).

vii) além de jovens, as vítimas de homicídios no Brasil são predominantemente do sexo masculino, 92,1%. São também mais negras (negras e pardas) do que brancas, e essa vitimização maior dos negros vem crescendo. Em 2002 morreram 45,8% mais negros do que brancos, em 2004, 73,1% e em 2007, 107,6%, ou seja, mais que o dobro de brancos.

Esses dados mostram algumas dimensões da seletividade da violência letal. Ou seja, apesar do generalizado sentimento de insegurança, há vítimas preferenciais, assim como há certos territórios onde a violência letal manifesta-se com mais intensidade do que em outros. Neste artigo pretendemos analisar a incidência dos homicídios na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com dados agregados por município5, durante os anos de 1998 a 2007, o que conforma uma década, aprofundando a discussão sobre a relação entre metropolização e criminalidade.

Uma dificuldade inicial que encontramos ao abordar a RMBH diz respeito ao seu elevado número de municípios, 34, e ao perfil extremamente diversificado desses municípios em relação aos aspectos demográficos, sociais e ao grau de metropolização (Observatório das Metrópoles, 2004). E, uma vez que o homicídio não se distribui

5

A unidade de análise considerada é o município metropolitano. Os dados de homicídios aqui utilizados correspondem aos registros de óbito do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde – SIM/MS, variáveis X85 até Y09 – óbitos decorrentes de agressões segundo a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). A sua escolha deve-se em primeiro lugar, a possibilidade de comparação nacional e, em segundo lugar, a qualidade dos dados. Para comparação com outras fontes ver Castro, Assunção e Durante (2003).

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homogeneamente por todos eles, uma análise de toda a RMBH, demanda um enorme esforço de separação e de classificação dos municípios em diferentes grupos.

É por essa mesma razão, que a análise global da incidência dos homicídios na RMBH não revela as diferenças internas. Para se ter uma idéia mais clara do que está sendo dito, o município pólo, Belo Horizonte, apesar de estar perdendo importância em termos populacionais no conjunto da RMBH, ainda representa 47,8% da população total da RMBH. É isso que faz com que ele influencie, sobremaneira, os dados totais da RMBH.

O Gráfico 1 mostra a curva das taxas de homicídios para Belo Horizonte e RMBH. Como se pode ver, a dinâmica de cada uma delas é muito semelhante. Entre os anos de 1998 até 2001, observa-se um crescimento constante, ainda que comedido. De 2001 em diante observa-se uma aceleração no crescimento, até chegar ao seu pico máximo em 2004. A partir desse ano há uma queda significativa e, no ano seguinte, uma retomada do crescimento, ainda que em patamares menores aos de 2004.

Gráfico 1: Evolução das taxas de homicídio em Belo Horizonte e RMBH / 1998 - 2007

0 10 20 30 40 50 60 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Belo Horizonte RMBH

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Outro detalhe relevante neste gráfico é a inversão nas linhas verificada em 2001, pois, antes desse ano, as taxas de Belo Horizonte eram superiores às da RMBH. Há em 2000, uma mudança geográfica no padrão de ocorrência do crime letal, a tendência se inverte e os municípios periféricos passam a apresentar taxas mais altas que o pólo, até as linhas se encontrarem novamente em 2007.

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Um padrão já conhecido nesta modalidade de crime e presente também no perfil das vítimas da RMBH é a forte masculinização e a inexpressiva participação feminina, observável no gráfico seguinte.

Gráfico 2: Número de vítimas de homicídio por sexo – RMBH 1998/2007

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 HOMENS MULHERES

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Ao longo do período, se vê pequenas oscilações da linha representante dos casos femininos e um crescimento a partir de 2002, mas pouco expressivo. Por outro lado, os casos masculinos sofreram mudanças expressivas e sua dinâmica assemelha-se muito às de Belo Horizonte e da RMBH observadas no gráfico 1. Desta maneira, consideramos desnecessária a desagregação dos dados por sexo para o decorrer da análise à medida que, proporcionalmente, a vitimização de mulheres foi pequena e constante comparada à masculina interferindo pouco sobre a dinâmica metropolitana do homicídio.

Um aspecto que não pode ser desconsiderado são as diferenças da vitimização entre as faixas etárias, com expressiva participação juvenil. O gráfico seguinte mostra, em números absolutos, a freqüência dos crimes letais ocorridos na RMBH, entre o período de 1998 até 2007, por grupos etários. A apresentação de duas faixas de jovens – 15 a 24 anos e 15 a 29 anos – deve-se ao fato de a literatura sobre juventude contemplar ora uma faixa, ora outra. 6

6 Devido às diversas variações sócio-culturais existentes entre as Nações para a definição etária da juventude adota-se a faixa de 15 a 24 anos, definida pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde - OPS/OMS para comparações internacionais. No Brasil, a Política

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Gráfico 3: Homicídios (nº absolutos) por grupos etários – RMBH 1998/2007 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ate_09anos 10 a 14 anos 15 a 24 anos 15 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 ou mais Fontes: BRASIL/MS, 2008. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Como se pode observar, as linhas relativas aos grupos etários de 15 a 24 anos e de 15 a 29 anos, correspondentes aos recortes etários de juventude, mantiveram-se mais elevadas em relação às demais durante todo o período de tempo considerado. A queda de números de casos observada a partir de 2004 não diminuiu a gravidade do problema, pois o envolvimento dos jovens metropolitanos nessa modalidade de crime manteve-se bastante alto até 2007. A distância entre as linhas correspondentes às faixas de 10 a 14 anos e de 15 a 24 anos demonstra uma drástica mudança comportamental, relacionada à transição entre adolescência e juventude. Se a entendermos como uma etapa entre a adolescência – ainda muito ligada às instituições familiares e escolares – e a idade adulta – a da conquista da autonomia via trabalho e/ou constituição de família própria –, a transição é uma de suas principais características. Por isso mesmo, a juventude seria uma fase da vida em que o vazio deixado pelo desligamento de algumas instituições ainda não foi totalmente preenchido por novos elos institucionais. Em termos

Nacional de Juventude, (MP. 238; 1º de fevereiro de 2005) utiliza a faixa de 15 a 29 anos para delimitação etária da juventude.

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durkheimianos, diríamos que os jovens têm laços frágeis com a sociedade, e, por isso mesmo, estariam mais sujeitos aos comportamentos de risco.7

Contudo, a constatação verificada pelo gráfico anterior gera indagações sobre os motivos pelos quais a resolução de conflitos sociais e interpessoais entre os jovens, ou envolvendo jovens, tem resultado em tanta letalidade quando comparada às demais faixas etárias.

No que diz respeito aos municípios da RMBH, destaca-se a distribuição desigual dos casos de homicídios, sendo que tal distribuição não está relacionada à proporção de jovens residentes em cada município, em 2007, como mostra o Mapa 18:

Mapa 1

Fontes: BRASIL/MS, 2008. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

7 Em função dos limites deste artigo não será possível avançar na discussão da juventude. No entanto, duas observações em relação ao que foi dito devem ser feitas. Primeiro, é importante registrar que, apesar de se caracterizar como uma fase de transição, a juventude é uma fase plena da vida e uma das mais importantes na constituição da identidade individual e social. Segundo, que os comportamentos de risco não devem ser vistos apenas como algo negativo ou até mesmo desviante, mas como parte da constituição dos sujeitos e de suas relações com as instituições. Sobre este último aspecto, ver Guattari (1985).

8 1- Betim; 2- Itaguara; 3- Brumadinho; 4- Rio Manso; 5- Igarapé; 6- Itatiaiuçu; 7- Mateus Leme; 8- Juatuba; 9- Esmeraldas; 10- Florestal; 11- Baldim; 12- Belo Horizonte; 13- Capim Branco; 14- São Joaquim de Bicas; 15- Contagem; 16- Ibirité; 17- Mário Campos; 18- Sarzedo; 19- Matozinhos; 20- Pedro Leopoldo; 21- Ribeirão das Neves; 22- Caeté.; 23- Nova Lima; 24- Rio Acima; 25- Confins; 26- São José da Lapa; 27- Vespasiano; 28- Jaboticatubas; 29- Lagoa Santa; 30- Raposos; 31- Sabará; 32- Santa Luzia; 33- Taquaraçu de Minas; 34- Nova União.

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O perfil demográfico de cada um dos 34 municípios metropolitanos, visto por meio do Mapa 1, referente à população jovem com idade entre 15 a 24 anos para o ano de 2007, apresenta uma distribuição proporcional desse grupo etário em relação à população total residente, quase homogênea, variando entre 16,38% e 19,72%. Dentre os municípios com concentração proporcional de jovens nessa faixa etária estão Mario Campos (19,7%), Betim (19,6%), Sarzedo (19,6%), Ibirité (19,4%), e Ribeirão das Neves (19,4%) (IBGE, 2010). Essa situação evidencia que, enquanto as taxas de homicídios variam muito entre os municípios, como mostraremos adiante, a proporção demográfica juvenil variou pouco.

A análise metropolitana do homicídio juvenil deve considerar a forma como os municípios metropolitanos relacionam-se entre si e, principalmente, com o município pólo, Belo Horizonte. Assim, como já foi dito anteriormente, os 34 municípios da RMBH conformam um universo extremamente diversificado, daí a necessidade de analisá-los utilizando alguma forma de agregação. Uma dessas formas, já explorada em outro artigo (DINIZ e ANDRADE, 2008), foi a agregação pelo grau de integração à dinâmica metropolitana9, conforme se pode ver no Quadro 1 com os dados 2007. As taxas mais altas encontram-se nos municípios com muito alta integração, seguidos pelo município pólo, depois pela alta, média, baixa e muito baixa integração. Ou seja, há uma relação positiva entre integração à dinâmica metropolitana e a incidência de homicídios.10

9 Esse indicador foi elaborado pelo estudo Identificação dos espaços metropolitanos e construção de

tipologias (Observatório das Metrópoles, 2004) que hierarquizou os municípios metropolitanos

brasileiros segundo sua integração à dinâmica metropolitana. Como resultado obteve-se seis graus de hierarquia. Excetuando-se o município pólo, esses graus vão de muito alta a muito baixa integração. A partir da integração baixa (inclusive) os municípios não seriam, segundo esse estudo, considerados como metropolitanos. Os indicadores utilizados foram: densidade demográfica, taxa média de crescimento populacional 1991-2000, contingente e proporção de pessoas que realizam movimento pendular, proporção de empregos agrícolas e não agrícolas e a presença de funções específicas à circulação de pessoas e mercadorias como a localização de portos e aeroportos e a capacidade de geração de renda pela economia local (Observatório das Metrópoles, 2004).

10 O artigo citado abordou, para o ano de 2003, os crimes violentos contra o patrimônio e contra a pessoa. Os primeiros seguem exatamente a hierarquia do grau de integração à dinâmica metropolitana com taxas mais altas no município pólo e mais baixas nos municípios com muito baixa integração Já os crimes contra a pessoa, como no Quadro 1 dos homicídios, inverte a hierarquia em relação ao primeiro lugar, ocupado pelos municípios com muito alta integração, em vez do pólo.

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Quadro 1 - Taxas de homicídios da população total residente por grau de integração metropolitana dos municípios da RMBH - 2007

GRAU DE INTEGRAÇÃO MUNICÍPIOS TAXA DE

HOMICÍDIOS

Pólo Belo Horizonte 43

Muito Alta

Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das

Neves, Santa Luzia, Vespasiano 49

Alta

Confins, Esmeraldas, Mário Campos Sabará, Sarzedo,

São José da Lapa

33

Média

Caeté, Capim Branco, Igarapé, Juatuba, Lagoa Santa, Matozinhos,

Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, São Joaquim de Bicas

26

Baixa Brumadinho, Itaguara, Itatiaiuçu,

Mateus Leme, Rio Acima 12 Muito

Baixa

Baldim, Florestal, Jaboticatubas, Nova União,

Rio Manso, Taquaraçu de Minas

9

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Outra informação relevante do Quadro 1 é a variação das taxas de homicídios por 100 mil habitantes. A taxa dos municípios com muito alta integração é mais que o quíntuplo da taxa dos municípios com muito baixa integração. E, sendo esses municípios pouco populosos, quando se calcula a taxa geral da RMBH, fica clara a influência de Belo Horizonte, mas também dos municípios com muito alta integração que, como se mostrará a seguir, são também os mais populosos. Em 2007 a taxa de homicídios da RMBH por 100 mil habitantes foi de 42,7 e a de Belo Horizonte 43 e dos municípios com muito alta integração 49.

Segundo estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, a RMBH contava com 5.068.368 habitantes, Belo Horizonte com 2.424.292 e os municípios com muito alta integração com 1.875.187 (IBGE, 2010). De onde se depreende que a população de Belo Horizonte corresponde a 47,8% da população da RMBH e a dos municípios com muito alta integração a 37,2%, juntos eles correspondem a 85,0%. No entanto, eles concentram 93% dos homicídios

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metropolitanos, como se visualiza no Gráfico 4. Os outros 7% dos homicídios distribuíram-se entre os demais 27 municípios metropolitanos Esse dado além de indicar a relação entre metropolização e homicídios foi o que nos fez optar por centrar nossa análise nesse conjunto de sete municípios.

Gráfico 4: Gráfico 5:

Concentração dos homicídios na RMBH – 1998/2007 População – RMBH – 2007

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

O Mapa 2, a seguir, apresenta a localização geográfica dos sete municípios mencionados e da mancha urbana metropolitana de 2002 (IGA, 2008). Com exceção de Betim, os outros cinco fazem fronteira com Belo Horizonte, entretanto ressalta-se o fato da condição limítrofe ou fronteiriça não ser por si mesma determinante sobre as taxas. Ressalta-se que esses seis municípios localizam-se nos dois primeiros eixos de expansão metropolitana, o eixo oeste (industrial), onde se localizam Contagem e Betim, que por sua vez influenciaram a ocupação de Ibirité e, no eixo norte os municípios mais tipicamente dormitórios como Ribeirão das Neves, Vespasiano e Santa Luzia. Esses dois eixos receberam os maiores fluxos migratórios durante as décadas passadas e abrigaram grandes contingentes populacionais de baixa renda. Sabará, outro município que faz fronteira com Belo Horizonte a leste tem um perfil semelhante, mas com taxas um pouco menores e com maior variação nas taxas ao longo da década, mas trata-se de um caso limítrofe que retomaremos no final. Já Nova Lima e Brumadinho, no eixo sul, apresentam hoje uma forte expansão impulsionada pela população de alta renda em virtude da grande oferta na região dos condomínios fechados. No entanto, essa expansão não resultou em taxas elevadas de homicídios.

7%

93%

BH; BETIM; CONTAGEM; IBIRITÉ; RIB. DAS NEVES; SANTA LUZIA; VESPASIANO

DEMAIS MUNIC. DA RMBH

85%

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A leitura da mancha urbana mostra uma menor ocupação nos municípios do eixo sul, até porque eles situam-se em uma área de proteção ambiental. Todos os seis municípios apresentam áreas conurbadas com Belo Horizonte, no caso de Betim essa conurbação atravessa o município de Contagem. Uma hipótese, fundamentada em fontes jornalísticas e policiais, é que as áreas mais violentas dos seis municípios situam-se justamente nessas fronteiras conurbadas. No entanto, a sua verificação só situam-seria possível se dispuséssemos de dados espacializados por arruamento ou bairro.

Mapa 2

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Essa concentração é, no nosso entendimento, uma clara evidência da dimensão metropolitana dos homicídios. Ou seja, as mais altas taxas se concentram nos municípios que foram afetados mais intensamente pela dinâmica metropolitana já nas suas primeiras décadas, daí serem os mais conurbados, os mais urbanos e os que possuem aglomerados/bolsões de pobreza nas fronteiras com a capital. Se o mapa da mancha urbana mostra a ocupação nas fronteiras com a capital, o mapa11 seguinte mostra a distribuição da taxa média de homicídios por grupos de 100 mil habitantes para a década considerada.

Mapa 3

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

11 Os municípios de São Joaquim de Bicas (ao sul de Betim) e Sarzedo (sudoeste de Ibirité), ambos destacados de cor vermelha intensa e sem identificação no mapa, fazem parte dos municípios metropolitanos com população muito pequena, de modo que qualquer elevação no número de homicídios (flutuações aleatórias) afeta significativamente o valor da taxa (CASTRO, et al, 2004). Em função disso, não são contemplados na análise apresentada.

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Outro dado que atesta a importância desses sete municípios na dinâmica dos homicídios metropolitanos relaciona-se a uma mudança detectada pela inversão das linhas do Gráfico 1, entre as taxas de BH e da RMBH, no início da década de 2000. Essa inversão pode ter sido motivada pelo crescimento da participação dos 6 municípios – Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano. Ao longo da série, ou seja, nesses dez anos, o que se observa é que todos esses municípios, incluindo BH apresentaram taxas altas de homicídios na casa de 20 a 30 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. No início dos anos 2000 há um pico de crescimento que varia entre esses municípios conforme pode ser visto no gráfico 6. Ibirité por exemplo, foi um dos primeiros a registrar essa mudança já no ano de 2001. Contagem, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano mudam o perfil da taxa no ano seguinte, 2002, e Belo Horizonte e Betim em 2003. Além de antecipar o que viria acontecer na capital, há um agravante, as taxas desses municípios são bem superiores as de BH, como se poderá ver na Tabela 2.

Gráfico 6: Evolução das taxas de homicídios dos sete municípios analisados

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Belo Horizonte Betim Contagem Ibirité

Ribeirão das Neves Santa Luzia Vespasiano

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Além das taxas altas esses seis municípios (Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano) foram responsáveis por 45,7% dos homicídios registrados pelo SIM/MS ao longo da década, 1998 a 2007, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Uma característica intrínseca ao crime letal, ou seja, um padrão de ocorrência verificado é a proximidade geográfica entre autor e vítima (BEATO, 2003). Assim,

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utilizamos os dados de registros de óbito por município de residência da vítima para produção das taxas de homicídio. As taxas são úteis para mensurar o risco ou a probabilidade de vitimização em cada um desses municípios ou áreas geográficas como a agregação destes ou da RMBH por grupos de 100 mil habitantes. No entanto, ao analisarmos os homicídios sob o foco metropolitano, também é relevante o levantamento dos dados pelo município no qual ocorre o desfecho do crime, ou seja, por município de ocorrência do óbito. As tabelas seguintes, 2 e 3 mostram os registros de homicídios por município de residência da vítima (Tabela 2) e por município de ocorrência do óbito (Tabela 3).

Tabela 2

Taxas de homicídios por grupos de 100 mil hab. / por município de residência RMBH 1998– 2007 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Belo Horizonte 30,4 22,7 28,2 30,0 33,9 48,0 52,3 45,3 40,6 43,2 Betim 34,7 28,9 44,0 31,3 32,5 64,9 75,2 70,5 63,6 54,7 Contagem 29,4 21,7 36,4 43,6 55,0 62,6 71,3 60,3 51,2 49,6 Ibirité 41,9 35,9 33,1 59,4 51,2 58,7 63,7 66,9 57,3 44,0 Ribeirão das Neves 30,0 24,1 36,5 37,4 64,4 74,7 89,0 70,3 64,7 46,0 Santa Luzia 32,2 17,6 31,9 36,2 51,3 79,7 77,5 58,3 57,8 43,6 Vespasiano 38,3 29,0 34,0 54,4 64,3 65,7 84,1 57,3 59,5 52,7 Taxa dos 7 municípios acima 31,2 23,5 31,7 34,4 41,1 55,9 62,2 53,5 48,2 45,7 Taxa da RMBH 28,9 21,4 28,5 31 37,6 50,7 56,7 48,8 44,7 42,7

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

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Taxas de homicídios por grupos de 100 mil hab. / por município de ocorrência RMBH 1998– 2007 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Belo Horizonte 34,5 26,9 34,8 35,0 42,9 57,6 64,7 54,4 49,0 49,5 Betim 35,6 26,5 38,2 36,8 32,2 72,3 84,6 75,8 70,0 57,8 Contagem 28,8 24,2 38,8 41,6 51,7 58,2 65,2 60,5 49,9 49,2 Ibirité 43,1 26,3 15,8 48,0 46,3 46,7 51,5 49,0 53,6 28,9

Ribeirão das Neves 16,5 12,5 17,4 25,5 55,1 54,9 63,8 54,6 51,1 35,6

Santa Luzia 25,4 9,7 16,2 29,9 42,6 58,2 62,3 44,8 46,4 37,3 Vespasiano 21,3 15,3 14,4 32,7 31,6 42,3 43,2 35,0 31,8 28,8 Taxa dos 7 municípios acima 32,3 24,5 32,5 35,6 43,9 58,1 65,4 56,2 50,9 47,2 Taxa da RMBH 29,4 21,8 28,8 31,8 39,5 51,7 58,7 50,7 46,4 43,9 Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Ao comparar as duas tabelas (2 e 3), vê-se que em Belo Horizonte as taxas calculadas por município de ocorrência são superiores às por município de residência em todo o período. Algo semelhante ocorre em Betim a partir de 2003. Já em Contagem a tendência é de se igualar no final do período. Nos demais municípios a taxa por município de ocorrência é praticamente inferior em todo o período de tempo considerado. Evidencia-se neste caso, uma dimensão metropolitana do fenômeno à medida que o pólo e os municípios maiores e que concentram mais serviços hospitalares e de saúde (Contagem e Betim) atraem as vítimas cuja agressão pode ter ocorrido em outro município, o de residência, provavelmente. Há, portanto, um deslocamento dos óbitos dos municípios periféricos, cuja infra-estrutura médica é menor em direção ao pólo, ou seja, um movimento de polarização tipicamente metropolitano. O mesmo parece não interferir tanto no dado de Contagem e de Betim, pois, nestes municípios dotados de maior infra-estrutura médica, é bem provável que as vítimas de agressões, que posteriormente venham a falecer, sejam atendidas no próprio município no qual sofreram o crime.

Outro aspecto relevante nesse processo é o grau de letalidade das agressões, pois interfere drasticamente no desfecho dos conflitos interpessoais, e nessa relação, a arma de fogo tem um papel preponderante. Segundo Phebo, (2005, p.15), o Brasil, em 2002, foi o país com maior número de mortes por arma de fogo no mundo, 38.088 (trinta e oito mil e oitenta e oito). Na RMBH o aumento expressivo dos casos de homicídios,

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vistos através das tabelas e gráficos anteriores, é também reflexo do aumento do uso da arma de fogo como instrumento de coação e mortandade, como vê na Tabela 4.

Tabela 4

Meio pelo qual foi consumado o homicídio - números absolutos e relativos por município de residência/ RMBH 1998– 2007

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Armas de fogo 601 414 973 1124 1428 2037 2366 2103 1989 1932 70,3% 46,9% 78,3% 81,5% 83,8% 87,0% 88,9% 88,3% 89,4% 89,2% Objeto cortante ou penetrante 148 174 142 151 169 146 148 126 120 122 17,3% 19,7% 11,4% 10,9% 9,9% 6,2% 5,6% 5,3% 5,4% 5,6%

Agressão por meios não especificados 53 213 46 28 30 46 43 51 44 35 6,2% 24,1% 3,7% 2,0% 1,8% 2,0% 1,6% 2,1% 2,0% 1,6% Enforcamento, estrangulamento, sufocação 11 12 19 13 22 27 17 20 20 14 1,3% 1,4% 1,5% 0,9% 1,3% 1,2% 0,6% 0,8% 0,9% 0,6% Objeto contundente 5 50 29 37 29 48 56 39 30 38 0,6% 5,7% 2,3% 2,7% 1,7% 2,1% 2,1% 1,6% 1,3% 1,8% Outros meios 37 19 33 26 27 37 32 43 23 25 4,3% 2,2% 2,7% 1,9% 1,6% 1,6% 1,2% 1,8% 1,0% 1,2% Total da RMBH 855 882 1242 1379 1705 2341 2662 2382 2226 2166 Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Apesar de não termos dados e informações padronizadas sobre o atendimento pré-hospitalar, corrobora-se com Phebo (2005) ao presumir que, devido à letalidade decorrente do uso das armas de fogo, parte dos óbitos ocorrem, cada vez mais, antes da vítima chegar ao hospital. O gráfico seguinte apresenta a evolução desse dado, para a RMBH, a partir da observação dos óbitos decorrentes de agressões por local/lugar onde ocorreu (hospitais, outros estabelecimentos de saúde, domicílio e via pública). No período de 1999 a 2004, se observa maior mudança e crescimento das curvas. Dos óbitos ocorridos em “via pública”, entre esse período, verificamos um crescimento preocupante de 403,9%, ou seja, cada vez menos houve possibilidade da vítima ser

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atendida pelo serviço hospitalar. O óbito em “domicílio” cresceu cerca de 252,0% entre 1999 e 2004, demonstrando, como no dado “via pública”, aumento da letalidade dos conflitos e, consequentemente, o número de homicídios. Na categoria “hospitais” agregada à “outros estabelecimentos de saúde” observa-se um crescimento de 104,4%. Por outro lado, a queda ocorrida entre 2004 e 2007 não foi tão discrepante como o crescimento verificado anteriormente, em “via pública” foi de -23,8%, em “hospital” agregado à categoria “outros estabelecimentos de saúde” -18,8% e na categoria “domicílio” -36,9%.

Gráfico 7: Meio pelo qual foi consumado o homicídio - números absolutos e relativos por município de residência/ RMBH 1998– 2007

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Armas de fogo e agressões por meios não especificados Enforcamento, estrangulamento, sufocação

Objeto contundente Outros meios

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq.

Ainda que a motivação do crime não possa ser conhecida por esses dados, a alta incidência de morte em via pública, em contraste com a baixa incidência (relativa) das mortes nos domicílios pode ser um indicador de um tipo de conflito de natureza mais pública e que extrapolaria, portanto, a esfera privada e doméstica.

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Gráfico 8: Homicídios por local de ocorrência –RMBH 1998– 2007 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Hospital Outro estabelecimento de saúde Domicílio Via pública

Fontes: SIM/MS, 2007. Elaboração: Observatório das Metrópoles/ INCT-CNPq

A Tabela 5 a seguir, mostra as taxas relativas a todos os municípios da RMBH, entre 1998 e 2007. Entre os municípios com alta integração notam-se variações muitos bruscas de um ano para outro, principalmente naqueles com baixo número de habitantes. Esmeraldas e Sabará são dois municípios cujas taxas e perfil se aproximam dos seis com alta integração. Esmeraldas sofre uma pressão tanto por parte de Ribeirão das Neves quanto de Contagem que resultou no surgimento de periferias nas fronteiras com esses dois municípios, como se pode ver pelo Mapa 2 da mancha urbana. Entre os municípios com Média integração, destacam-se Igarapé e Juatuba, com taxas mais altas e constantes. Nova Lima, como comentado anteriormente, é o município que faz fronteira ao sul com Belo Horizonte, mas que apresenta taxas baixas de homicídios. Quando analisamos os de Baixa e Muito baixa integração Mateus Leme destaca-se pelas taxas mais altas, nota-se também o aumento dos anos em que não se registrou nenhum homicídio, pois, como mostra o Quadro 1, as taxas médias desses dois grupos de municípios são relativamente baixas, doze e nove respectivamente.

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Taxa anual de homicídios (por 100 mil hab.)

Municípios pertencentes à RMBH/ óbitos por município de residência – 1998/ 2007

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Pólo

Belo Horizonte 22 23 28 30 34 48 52 45 34 43

Muito alta integração

Betim 26 29 44 31 33 65 75 70 53 55

Contagem 21 22 36 44 55 63 71 60 42 50

Ibirité 31 36 33 59 51 59 64 67 48 44

Ribeirão das Neves 22 24 36 37 64 75 89 70 53 46

Santa Luzia 24 18 32 36 51 80 77 58 48 44 Vespasiano 28 29 34 50 64 66 84 57 49 53 Alta integração Confins 0 0 0 0 39 19 19 53 0 0 Esmeraldas 3 14 19 16 48 30 44 39 40 23 Mário Campos 0 23 0 0 43 0 40 29 23 27 Sabará 11 2 8 11 22 40 46 22 25 39 Sarzedo 0 7 29 11 26 30 44 31 21 46

São José da Lapa 23 30 7 0 0 11 38 45 12 18

Média integração Caeté 14 11 11 22 3 11 21 21 11 3 Capim Branco 0 0 0 0 0 24 12 0 19 0 Igarapé 27 21 16 19 22 14 7 20 21 34 Juatuba 23 23 18 17 17 49 10 43 31 36 Lagoa Santa 9 9 5 3 17 5 12 11 14 38 Matozinhos 11 7 0 3 6 9 18 32 26 25 Nova Lima 10 3 2 5 9 7 13 11 10 15 Pedro Leopoldo 8 8 13 7 11 14 3 19 19 25 Raposos 7 0 7 7 0 14 0 7 29 14

São Joaquim de Bicas 36 35 28 32 31 60 58 36 39 84

Baixa Integração Brumadinho 12 8 8 18 7 35 20 13 16 9 Itaguara 0 0 9 0 0 0 0 43 0 25 Itatiaiuçu 0 0 0 35 23 0 45 0 18 11 Mateus Leme 18 4 17 28 31 19 34 25 23 13 Rio Acima 0 12 13 0 13 13 13 0 10 0

Muito baixa integração

Baldim 0 0 0 0 12 0 0 0 21 25 Florestal 18 0 0 0 0 0 0 17 0 0 Jaboticatubas 24 24 7 15 0 15 0 0 18 7 Nova União 0 0 18 0 0 18 35 0 28 17 Rio Manso 0 0 0 21 21 0 0 21 0 0 Taquaraçu de Minas 60 0 0 0 0 0 28 0 23 0 RMBH 21 21 28 31 38 51 57 49 37 43

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A concentração metropolitana do homicídio percebida no Brasil e na RMBH evidencia a urgência do reconhecimento da dimensão metropolitana do problema e a necessidade de se pensar as políticas de segurança pública sob essa dimensão. Pois, o modo como o município pólo se expande, como ocorre com Belo Horizonte, alterando a dinâmica e inflacionando os problemas sociais dos municípios limítrofes para muito além da capacidade municipal, reflete negativamente sobre a distribuição e frequência do crime letal e da violência urbana como tentamos demonstrar através deste artigo.

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REFERÊNCIAS

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