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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E MANOBRAS DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

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Academic year: 2021

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Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina

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Parada cardíaca ou parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita da circulação sistêmica e da respiração. As principais causas são: infarto agudo do miocárdio, obstrução de vias aéreas, hemorragia intensa, quase-afogamento, eletrocussão (choque elétrico), abuso de drogas e intoxicação por gases tóxicos.

O reconhecimento da PCR ocorre durante a realização da avaliação primária, detectando-se: inconsciência, ausência de respiração e ausência de sinais de circulação (pulso em grandes artérias, respiração normal, tosse e movimentos).

O atendimento da PCR pelo socorrista é realizado por meio das manobras básicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é o termo designado para o conjunto de ações adotadas durante a PCR, visando manter ou recuperar, artificialmente, as funções respiratória e circulatória. As manobras básicas de RCP também são conhecidas como Suporte Básico de Vida.

Se o socorrista detectou inconsciência, pediu ajuda, realizou a abertura de vias aéreas e verificou que a vítima não respira. Imediatamente, aplicar duas ventilações de resgate boca-a-boca com método de barreira do seguinte modo:

 Posicionar-se ao lado da vítima, mantendo-a em posição supina;

 Proceder à abertura das vias aéreas;

 Utilizar os dedos polegar e indicador da mão que inclina a cabeça para trás para pinçar as narinas, mantendo-as fechadas;

 Inspirar e ocluir a boca da vítima, vedando-a totalmente com a sua boca; soprar para a cavidade oral da vítima o volume de ar que conseguir expirar, durante um segundo, avaliando a efetividade da ventilação, pela da observação da elevação do tórax durante o procedimento;

 Retirar sua boca da boca da vítima e soltar as narinas, para a saída de ar;

 Repetir da mesma forma a segunda ventilação e depois checar sinais de circulação. Caso não seja detectado nenhum sinal de circulação, iniciam-se as compressões torácicas externas (CTE), realizando a seguinte seqüência:

 Manter a vítima em posição supina sobre superfície plana e rígida;

 Posicionar-se ao lado da vítima, localizar o centro do tórax (linha intermamilar) e apoiar a proeminência da palma de uma mão (região hipotênar ou calcanhar da mão) nesta região, colocando a outra mão por cima desta de modo que os dedos fiquem entrelaçados e não toquem nas costelas;

 O socorrista mantém os braços estendidos, sem dobrar os cotovelos. Os ombros devem ser mantidos paralelos ao tórax da vítima;

 Em seguida, desloca o peso do seu corpo sobre o tórax da vítima sem flexionar os braços, comprimindo o esterno em torno de 4 a 5 cm e permitindo o retorno total do tórax entre as compressões;

 Para que as compressões torácicas sejam eficazes, comprima o tórax “forte, rápido e sem parar”.

Recomenda-se manter uma freqüência de CTE e ventilações artificiais na proporção de 30:2, ou seja, aplicar 30 CTE e duas ventilações artificiais. A cada cinco ciclos de 30:2 ou após dois minutos, repetir a avaliação primária para pesquisar o retorno dos sinais de circulação. Se não houver retorno dos sinais de circulação (pulso em grandes artérias, respiração normal, tosse e

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movimentos), as manobras de ressuscitação deverão ser mantidas, reiniciando um novo ciclo com as compressões torácicas.

No adulto, a freqüência de compressões torácicas, deve ser mantida em 100 CTE por minuto. Nas situações em que há a presença de dois socorristas, enquanto um realiza as 30 CTE o outro aguarda para intercalar as duas ventilações. Recomenda-se a troca do socorrista que efetua as CTE a cada cinco ciclos ou dois minutos de RCP.

As manobras de ressuscitação devem ser mantidas até a chegada de um serviço móvel de urgência. Caso seja restabelecido apenas o pulso durante as manobras de ressuscitação, um socorrista continuará mantendo a ventilação artificial, a uma freqüência de 8 a 10 ventilações por minuto, aplicando uma ventilação a cada seis segundos.

Nas vítimas com história de trauma que estejam em parada cardiorrespiratória, a abertura das vias aéreas é realizada por meio da tração da mandíbula (jaw thrust) por um socorrista, enquanto o outro realiza as CTE e ventilações artificiais na proporção de 30:2.

RESSUSCITAÇÃO EM BEBÊS E CRIANÇAS

Em bebês e crianças, os princípios da RCP são os mesmos, entretanto as técnicas são realizadas com mais delicadeza, pois as estruturas anatômicas são mais frágeis.

A abertura das vias aéreas é feita, inclinando a cabeça delicadamente e elevando o queixo, promovendo uma leve extensão do pescoço. Se houver suspeita de trauma, utilize a elevação da mandíbula para promover a abertura das vias aéreas. Verifique se o tórax se eleva, ouça e sinta a respiração. Se houver suspeita de trauma, o socorrista (profissional da saúde) utiliza a elevação da mandíbula para promover a abertura das vias aéreas.

No bebê, realiza-se a ventilação boca a boca-nariz. O socorrista engloba a boca e nariz do bebê com a sua boca e aplica duas ventilações de resgate (cada ventilação com duração de um segundo) nessas duas estruturas mantendo a via aérea aberta. O volume deve ser suficiente para expandir o tórax do bebê, normalmente, o ar contido nas bochechas. Para a saída de ar retirar sua boca da boca e nariz do bebê.

A avaliação da presença de pulso no bebê é feita através da palpação da artéria braquial durante 10 segundos, caso não seja detectado pulso e sinais de circulação o socorrista deverá iniciar as CTE do seguinte modo:

 Colocar o bebê sobre superfície plana e rígida;

 Posicionar dois dedos (indicador e médio), imediatamente, abaixo da linha intermamilar;

 Comprimir o esterno cerca de 1/3 a ½ da profundidade do tórax, permitindo o retorno total do tórax entre as compressões

 Quando a RCP é realizada por dois socorristas (profissionais da saúde), utiliza-se a técnica dos dois polegares, com as mãos circundando o tórax, comprimindo forçadamente o esterno com os polegares.

No bebê (até um ano de idade) as manobras de ressuscitação são aplicadas na proporção 30:2 (CTE/ventilações), quando o socorrista atua sozinho e 15:2 quando atuam dois profissionais da saúde. A freqüência recomendada é de 100 CTE por minuto. A cada cinco ciclos ou dois minutos verifique se ocorreu retorno dos sinais de circulação. Se não houver retorno da circulação, reinicie a RCP iniciando pelas compressões torácicas.

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Na criança (um ano de idade até o início da adolescência) ou puberdade (aproximadamente 12 a 14 anos), as CTE são realizadas com a palma de uma mão ou com as duas mãos (o mesmo utilizado para a compressão de vítimas adultas), dependendo do tamanho da criança, o esterno é deprimido cerca de 1/3 a ½ da profundidade do tórax, 100 vezes por minuto. A relação de CTE/ventilações é de 30:2, quando aplicada por um socorrista e de 15:2 quando aplicada por dois profissionais da saúde. A cada cinco ciclos ou dois minutos, verifique se ocorreu retorno dos sinais de circulação. Se não houver retorno da circulação, reinicie a RCP, iniciando pelas compressões torácicas.

Em adolescentes, as manobras de ressuscitação cardiopulmonar são realizadas da mesma forma dos adultos. As manobras de ressuscitação podem ser interrompidas pelo socorrista em algumas situações, tais como: um profissional especializado assumir a responsabilidade pela vítima, quando o socorrista apresentar exaustão física sendo incapaz de continuar a realizar as manobras, quando a vítima for entregue a um hospital, ou ainda, quando houver retorno da circulação e respiração espontânea.

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA)

É um aparelho portátil, automático ou semi-automático que deve ser utilizado em situações de emergência cardíaca. A partir de 7 de janeiro de 2005, a Lei Municipal no 13.945 passou a vigorar no Município de São Paulo, dispondo sobre a obrigatoriedade das organizações (aeroportos, shoppings, estádios, casas de espetáculos, etc.) manterem o DEA em suas dependências. O DEA, também, é utilizado por profissionais habilitados para o atendimento às emergências, tais como: bombeiros, equipes do serviço de atendimento móvel de urgência, salva-vidas, profissionais de segurança, entre outros.

O DEA:

 Realiza a análise do ritmo cardíaco da vítima por meio de eletrodos e microprocessadores;

 Verifica se o ritmo apresentado pela vítima é uma situação de parada cardíaca compatível com o tratamento de choque;

 Descarrega a carga elétrica programada quando o choque está recomendado;

 Guia o usuário por meio de comandos de voz, para executar a seqüência das etapas: colocação das pás, analise do ritmo e aplicação ou não do choque.

Quando utilizar o DEA

 O DEA deve ser utilizado sempre que a vítima apresentar os seguintes sinais clínicos: - ausência de resposta aos comandos,

- ausência de respiração efetiva, - ausência de sinais de circulação.

Como utilizar o DEA

Pelo fato de ter sido projetado para ser utilizado por socorristas leigos, seu funcionamento é simples e de fácil compreensão. No próprio aparelho, há explicações e figuras para orientar passo a passo, o que o socorrista deverá realizar.

 Abra a tampa do DEA e aperte o botão para ligar o aparelho;

 Siga todos os comandos de voz do DEA;

 Conectar as duas pás auto-adesivas na vítima, de acordo com a figura explicativa do DEA: uma na região lateral do mamilo esquerdo e a outra na porção superior do tórax direito, paralelamente ao esterno e abaixo da clavícula. Para que as pás fixem no tórax,

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é preciso que a área esteja seca, retirar adesivos de medicações, retirar o excesso de pêlos cortando-os ou realizar a depilação com as próprias pás, sendo necessário substituí-las para fixação no tórax;

 Não tocar ou mexer a vítima durante a análise do ritmo;

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Algoritmo de Suporte Básico de Vida



Faça ciclos de 30 CTE e 2 VENTILAÇÕES: até chegar o DEA,

outro profissional assumir ou a vítima se movimentar



Comprima forte – rápido – 100 vezes/ minuto e permita o

retorno completo do tórax



Evite interrupções durante as CTE!

ANALISAR O RITMO

CHOQUE

RECOMENDADO

CHOQUE NÃO

RECOMENDADO



Aplicar 1 choque



Reiniciar RCP imediatamente



Utilizar o DEA a cada 2 minutos

ou 5 ciclos



Reiniciar RCP imediatamente



Avaliar o RITMO a cada 5 ciclos



Realizar

revezamento

de

socorrista nas CTE a cada 2

minutos ou 5 ciclos

Sem movimento ou resposta

Pedir AJUDA:



Telefonar para o Serviço Médico de Emergência



Pedir um DEA

ABRA a via aérea, cheque a RESPIRAÇÃO

Se não houver respiração, faça duas VENTILAÇÕES

Se não houver resposta, avaliar o

PULSO em 10 segundos

Sem Pulso

Com Pulso

- Faça uma ventilação a cada 6 segundos - Reavalie o pulso a cada 2 minutos

Referências

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