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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Orientação Educacional no Contexto de Conclusão do PROEJA no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul – Riograndense

- Campus Sapucaia do Sul

Alessandra Bobsin Vieira

Orientadora: Profª Msª Patrícia Souza Marchand

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FICHA CATALOGRÁFICA

___________________________________________________________________________ V658o Vieira, Alessandra Bobsin

A orientação educacional no contexto de conclusão do PROEJA no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense – Campus Sapucaia do Sul / Alessandra Bobsin Vieira ; orientadora Patrícia Souza Marchand. – Porto Alegre, 2009.

13 f. : il.

Trabalho de conclusão (Especialização) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curso de Especialização em Educação Profissional integrada à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, 2009, Porto Alegre, BR-RS.

1. Educação. 2. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. 3. PROEJA. 4. PROEJA – Orientação educacional. 5. PROEJA – Orientação profissional – Escolha profissional. 6. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense – Campus Sapucaia do Sul, RS. I. Marchand, Patrícia Souza. II. Título

CDU 374.7

_____________________________________________________________________________ CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação.

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A Orientação Educacional no Contexto de Conclusão do

PROEJA no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Sul – Riograndense - Campus Sapucaia do Sul

Alessandra Bobsin Vieira1

Orientadora: Msª Patrícia Souza Marchand2

Resumo: A pesquisa referida tem o objetivo dialogar sobre o papel do Orientador

Educacional no contexto de conclusão do PROEJA do curso técnico em administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense em Sapucaia do Sul, considerando a Orientação Profissional como parte do processo que irá auxiliar os alunos a refletiram sobre suas escolhas profissionais.

Palavras Chaves: Orientador Educacional; Orientação Profissional; PROEJA.

“O Diálogo não pode existir sem um profundo amor pelo mundo e pelos homens. O amor é o ao mesmo tempo o fundamento do diálogo e o próprio diálogo. O diálogo exige igualmente uma fé intensa no homem, fé em seu poder de fazer e refazer, de criar e recriar, fé em sua vocação de ser mais humano: o que não é privilégio de uma elite, mas o direito que nasce com todos os homens.” (Freire, 1980, p.83)

Introdução

O PROEJA aponta desafios políticos e pedagógicos os quais impulsionam a investigações peculiares, como se propõe a refletir o presente artigo: dialogar sobre o papel do Orientador Educacional no contexto de conclusão do PROEJA do curso técnico em administração do IFSUL – Sapucaia do Sul, considerando a Orientação Profissional como parte do processo que irá auxiliar os alunos a refletiram sobre suas escolhas profissionais.

A Orientação Profissional é um desafio para o Orientador Educacional, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, pois as pessoas que estão vinculadas a esta modalidade apresentam dificuldades próprias da descontinuidade escolar, a qual está relacionada a uma complexa gama de questões pessoais e sociais que não podem ser desconsideradas. A participação

1 Orientadora Educacional da rede Municipal de Sapucaia do Sul. Artigo apresentado na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito para obtenção do título em Especialista em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, em novembro de 2009.

2 Professora da Faculdade de Educação da UFRGS, Ms. em Educação, orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso da autora do presente artigo.

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do orientador, neste caso, é contribuir para que cada ator social que vivencia o programa possa pensar nos seus desejos e seu projeto de vida aliados às informações profissionais.

Para a realização desta pesquisa foram ouvidos cinco alunos concluintes da primeira turma do PROEJA do Curso Técnico em Administração, priorizando quatro critérios para escolha dos entrevistados: aluno participativo, aluno introspectivo, aluno com maior idade, aluno estagiando na área do curso. A partir destes critérios, junto com as questões previstas no questionário visou-se compreender a recepção que os alunos têm da Orientação Profissional conjugada às suas expectativas de conclusão de curso.

Foram entrevistadas a coordenação do PROEJA e a responsável pelas orientações e encaminhamentos ao estágio com a intenção de perceber a relevância de um trabalho de Orientação Profissional – OP por parte do Orientador Educacional, que integre todos os aspectos a serem tratados na busca da escolha profissional.

Segundo (Paiva, 2007) a Orientação Educacional faz pulsar o coração da escola. Digo que esta profissão tem grande representação em todo o processo educacional e este estudo pretendeu saber qual significado tem a orientação profissional na vida dos alunos do PROEJA, visto a Orientação Profissional como um dos aspectos do trabalho do Orientador Educacional.

A implementação do PROEJA compreende a construção de um projeto possível de sociedade mais igualitária e fundamenta-se nos eixos norteadores das políticas de educação profissional do atual governo: a expansão da oferta pública de educação profissional; o desenvolvimento de estratégias de financiamento público que permitam a obtenção de recursos para um atendimento de qualidade; a oferta de educação profissional dentro da concepção de formação integral do cidadão – formação esta que combine, na sua pratica e nos fundamentos científicos - tecnológicos e histórico sociais – trabalho, ciência e cultura – e o papel estratégico da educação profissional nas políticas de inclusão social. (Documento Base PROEJA, 2006).

É notório, que ainda hoje, existam estereótipos vinculados ao oficio do Orientador Educacional, por isso, esta pesquisa sugere tal discussão com intenção de estudo, compreensão e valorização do trabalho do Orientador no

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Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA.

Talvez pelos "paradigmas herdados", hoje seja necessário que se construam parâmetros para a atuação desse profissional numa perspectiva crítica e emancipatória. Não há dúvida de que o orientador educacional seja necessário ao processo educacional. Existe uma ligação entre tal prática e a própria educação, uma vez que na raiz da palavra educação encontra-se "orientar, guiar, conduzir o aluno". Em outras palavras, o papel do orientador educacional deve ser o de mediador entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as situações socioculturais. Além disso, a razão de ser da escola e da própria educação é o aluno, centro dos estudos da orientação educacional. (Pascoal, 2008, p.3).

Segundo Balestro:

A visão de orientação de que dispomos hoje deixa para trás as funções desempenhadas por esse profissional no passado e que nem sempre colaboravam com o processo educativo. Não se trata mais de "apagar o fogo", como, historicamente, fazia o orientador educacional, chamado nas ocasiões em que havia problema a ser solucionado ou para abafar os casos de indisciplina. Nem inspetor de alunos, nem psicólogo. Hoje, além de conhecer o contexto socioeconômico e cultural da comunidade, bem como a realidade social mais ampla, o orientador educacional pode ser um profissional da educação encarregado de desvelar as forças e contradições presentes no cotidiano escolar e que podem interferir na aprendizagem. "A prática dos orientadores deve estar vinculada às questões pedagógicas e ao compromisso ético de contribuir na construção de uma escola democrática, reflexiva e cidadã". (BALESTRO, 2005. p. 21).

Além de atuar no processo de escolha profissional cabe à Orientação Educacional contribuir:

[...] para a formação de trabalhadores não no sentido de sua concepção tradicional, pautada nas aptidões inatas do individuo, mas possibilitando aos alunos/trabalhadores/cidadãos o acesso aos conhecimentos, a apropriação de instrumentos de ciência e de princípios teóricos e metodológicos construídos socialmente pelos homens, por meio de seu trabalho, como direitos de todos (GRINSPUN, 2002, p. 125).

1. Um pouco de História

A Orientação Educacional – OE é uma profissão que existe há aproximadamente 85 anos. No Brasil, a profissão aparece na legislação federal na década de quarenta na forma de Orientação Profissional, porém desde 1924 ela já existia. Os jovens que, tendo terminado a escola média, eram selecionados e orientados para a formação técnica em Mecânica.

Segundo (Pimenta, 1988), a menção a cargos de OE nas escolas estaduais se deu pelo Decreto nº. 17.698, de 1947, referente às Escolas Técnicas e

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Industriais. Neste período não havia cursos específicos de Orientação Educacional, os cargos foram ocupados pelos técnicos de educação como se refere o artigo citado:

Art. 101 - Os serviços de inspeção e orientação do ensino secundário e normal respeitadas as restrições da legislação federal estão afetos aos ocupantes de cargos da carreira de "Técnico de Educação", lotados no Departamento de Educação.

A promulgação da Lei 5.564, de 21/12/68, criou a profissão de Orientador Educacional e visou à formação integral do adolescente, trazendo orientações referentes ao ensino primário, como era naquela época chamado o ensino fundamental.

Art. 1º. A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.

A LDB 5.692/71, diz, no artigo 10: "será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade".

O Decreto 72.846 de 1973 veio a regulamentar a Lei 5.564, de 1968, por meio de onze artigos, mantendo, porém, o artigo 1º da Lei 5.564, apenas substituindo as expressões "no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário" por "no âmbito do ensino de 1º e 2º graus." (PIMENTA, 1981, p. 101).

Uma leitura crítica da legislação e dos contextos sociais em que foram promulgadas pode nos levar a entender que a orientação educacional no Brasil tem cumprido os papéis que dela eram esperados; muitas vezes a favor do sistema excludente e poucas vezes carregada de ousadia no sentido da emancipação das camadas populares. Isso se deve, principalmente, ao fato de estar atrelada às políticas educacionais vigentes nos diferentes momentos históricos. (Pascoal, Honorato ,Albuquerque, 2008. p.4).

Na década de 80 apontou-se a mudança do enfoque da OE para o campo pedagógico.

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O orientador começa a participar de todos os momentos da escola, discutindo questões curriculares, como objetivos, procedimentos, critérios de avaliação, metodologias de ensino, demonstrando sua preocupação com os alunos e o processo de aprendizagem. Os cursos de reciclagem que foram oferecidos aos orientadores contribuíram para que a discussão fosse mais ampla, envolvendo as práticas, os valores que a norteavam, a realidade dos alunos, assim como o mundo do trabalho. (Pascoal, Honorato ,Albuquerque, 2008. p.4.).

Millet (1987, p. 43), numa perspectiva emancipadora diz:

É necessário pensar junto com os alunos sobre o ambiente que os circunda e as relações que estabelecem com esse ambiente, para que, tomando consciência da expropriação a que são submetidos, sintam-se fortalecidos para lutar por seus direitos de cidadãos.

Segundo a autora, as queixas dos professores como agressividade, desinteresse, dificuldades de aprendizagem não podem e não devem ser tratadas isoladamente e, sim, a partir de um estudo das relações "professor-aluno, aluno-conteúdo, aluno-aluno, aluno-estatutos escolares, aluno-comunidade, professor-comunidade" (Millet, 1987,p. 43)

Grinspun (1994) diz que o período "orientador", a partir da década de 90, foi cheio de incertezas e questionamentos. Não se sabia se a nova LDB traria ou não menções ao Orientador Educacional em seu texto.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) em referência a Orientação Educacional no Título VI, artigo 64, diz: A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

O século XXI vem sendo marcado, no cenário educacional, pelo baixo nível de aprendizagem dos alunos das escolas brasileiras e o país está praticamente no topo, em relação aos países da América Latina, no que diz respeito a jovens e adultos fora da escola. Grinspun (2003, p.) salienta: “é neste momento que somos categóricos em afirmar a importância, a necessidade, a validade, qualidade de uma escola que possui a Orientação Educacional no seu projeto.”

O Orientador Educacional é parte integrante do ambiente escolar, sendo este um centro de socialização e desenvolvimento das capacidades dos alunos e transmissor do conhecimento acumulado da cultura vigente e que possui uma estrutura própria. A escola, por sua vez, representa o espaço onde os processos

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e as teorias pedagógicas vão se desenvolvendo, pois chega a se confundir com Educação, sendo que, várias vezes elas se apresentam com a mesma análise que é a escola como local onde formalmente se realiza a educação (GRINSPUN, 2002).

Segundo Castanho (1988, p.60) a orientação profissional é o processo pelo qual se auxilia uma pessoa a escolher uma ocupação, preparar-se, ingressar e progredir nela. Trabalha com o jovem normal que passa por desequilíbrios próprios ao seu momento de vida. Ela procura promover o desenvolvimento do ser humano, seu amadurecimento e evitar que dificuldades emocionais se instalem no futuro.

O Orientador, de acordo com Folberg (apud SOARES, 2000, p.52), deve desempenhar o papel de perceber o aluno como um todo, como um ser em evolução, em marcha para a maturidade. Volta-se para a realidade biológica, social, psicológica e vocacional do orientando, ajuda-o a melhor realizar-se e integrar-se no processo geral do viver como autêntico cidadão, no contexto social em que tem de atuar. Conforme Super (PELLETIER, 1985 apud SOARES, 2000):

"[...] O papel do orientador consiste em auxiliar o indivíduo não só a desenvolver uma imagem verdadeira de si mesmo e do mundo do trabalho, mas em auxiliá-lo, também, a verificar essa imagem em contato com a realidade e atualizá-la de modo satisfatório. Ajuda-o, em particular, a compreender para onde vai, isto é, as etapas pelas quais deve passar, os fatores capazes de influenciar suas decisões quanto à carreira, a natureza das tarefas de que deve desincumbir-se para condesincumbir-seguir uma adaptação vocacional satisfatória, a maneira de cumprir essas tarefas e as condições que facilitam ou dificultam o seu cumprimento". 2. O IF Sul-rio-grandense – Campus Sapucaia do Sul

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense faz parte da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, foi criado a partir do CEFET-RS, mediante Lei n° 11.892, de 29 de dezem bro de 2008. Originalmente denominada Escola Técnica Federal de Pelotas – ETFPel – se tornou CEFET-RS em 02 de dezembro de 1998 sendo que seu campus Sapucaia do Sul foi inaugurado em 26 de fevereiro de 1996.

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O Instituto Federal – Campus Sapucaia do Sul, oferta Ensino Técnico com os cursos de Gestão Cultural, Informática e Plásticos, Ensino Superior Tecnológico com os cursos de Gestão da Produção Industrial, Fabricação Mecânica e Engenharia; PROEJA com o curso Técnico em Administração.

3. Caracterização da Turma de Concluintes do PROEJA do IF Sul-rio-grandense Campus Sapucaia do Sul

O IFSUL – Sapucaia do Sul em 2006 em um dos seus movimentos para implementar o PROEJA, elaborou um questionário para coletar dados sobre a área de interesse de cursos com os alunos das redes municipais de Sapucaia do Sul e Esteio. Em 2007 ingressaram trinta e cinco alunos com idades entre dezoito a quarenta anos. Destes, vinte e sete eram mulheres, com faixa etária concentrada de vinte e seis a trinta anos. A procedência destes alunos foi de 80% do município de Sapucaia do Sul, dividindo os demais ingressantes entre os municípios de Esteio e São Leopoldo. Na sua maioria os alunos concluíram o ensino Fundamental no Supletivo e na EJA. Neste momento poucos entendiam os propósitos do PROEJA mas escolheram o Curso Técnico em Administração pelos seguintes aspectos: por acaso; pela oportunidade de melhorar a qualidade de vida, educação e emprego; por fator familiar e para melhorar a auto-estima; e pela conclusão do Ensino Médio.

O Perfil Profissional de Conclusão dos egressos do Curso Técnico em Administração - Modalidade EJA construído pelos professores e coordenação no processo de implementação do programa foi: “O egresso do PROEJA será um cidadão com visão crítica, capaz de atuar no contexto social, cultural, político e econômico em que vive, contribuindo para a transformação da sociedade. O técnico em Administração estará apto a operacionalizar atendimentos, serviços e rotinas administrativas, utilizando instrumentos e meios tecnológicos disponíveis para a gestão organizacional. A re-qualificação adquirida proporcionará mais oportunidade de inserção no mundo do trabalho, num processo de inclusão social continuado.”

A primeira turma de PROEJA do IFSUL - Sapucaia do Sul, terá aproximadamente dezoito formandos dos trinta e cinco alunos que ingressaram em 2007 com marcante predominância do gênero feminino.

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4. Orientador Educacional para a Escolha Profissional no PROEJA

Historicamente, a Orientação Profissional no Brasil foi introduzida pelos Serviços de Orientação Vocacional através do OE, tradicionalmente caracterizada pela aplicação de testes vocacionais que têm a intenção de identificar aptidões individuais para relacionar com possíveis profissões e ocupações.

Ainda hoje a Orientação Profissional realizada pelo Orientador Educacional nos estabelecimentos de ensino se restringe a aplicação de testes e informações sobre cursos quando ela deveria fazer parte de todo o processo de escolarização, ao longo da vida.

Na modalidade da Educação de Jovens e Adultos seja na escola da rede municipal e estadual ou na escola de nível técnico o trabalho de Orientação profissional por parte do OE é ainda mais restrito. Constatamos isso através da pesquisa proposta por este artigo quando todos os entrevistados apontam que não há o profissional Orientador Educacional na Instituição que faça um trabalho profundo integrando todos os aspectos a serem tratados na busca da escolha profissional, porém todos os alunos acreditam que é importante que o IFSUL tenha um profissional que auxilie no processo de escolha da profissão.

“È importante sim. Porque a gente termina este curso agora este ano e a gente não tem noção para onde a gente vai. Eu no começo achava que a escola mesmo dava uma listagem só que não é assim a gente tem que correr atrás. Então isso fica complicado. Eu gostaria que tivesse alguém”. (D.G.H)

Existe uma orientação específica para o encaminhamento ao estágio, pois ele é obrigatório para esta primeira turma a partir do 3º ano e que levando em conta a proposta do PROEJA todos os professores se envolvem de alguma forma incentivando os alunos a procurarem aquilo que se identificam.

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Fonte: Pesquisa de Campo (Julho/2009)

Fonte: Pesquisa de Campo (Julho/2009)

Constata-se através da entrevista com a responsável pelos encaminhamentos aos estágios que quando o aluno ou aluno entra na escola de nível médio ele já vem com direcionamento de qual curso quer fazer e por isso talvez o processo de escolha profissional fosse interessante na escola que oferecesse somente ensino médio sem nível técnico.

Os clássicos do pensamento social, político e econômico brasileiro nos permitem apreender as forças que disputaram os projetos societários e entender o que nos trouxe até aqui e suas determinações. Permitem-nos entender, por outro lado, por que o projeto da classe burguesa brasileira não necessita da universalização da escola básica e reproduz, por diferentes mecanismos, a escola dual e uma educação profissional e tecnológica restrita (que adestra as mãos e aguça os olhos) para formar o “cidadão produtivo” submisso e adaptado às necessidades do capital e do mercado. (Frigotto, 2007, p. 1131).

Segundo Bock (2002), a escolha profissional só assume importância com a instalação do modo de produção capitalista, onde o trabalhador vende sua força de trabalho a fim de manter sua sobrevivência.

A maioria dos alunos conhece as oportunidades de trabalho relacionadas ao curso Técnico em Administração disponibilizadas pelo setor de estágio do IFSUL. À menção sobre a oportunidade de fazer concurso público especifico para a área.

Quem faz o trabalho de Orientação Profissional nesta instituição?

Professora Licenciada em Letras responsável pelos

estágios

Professora de Gestão de Recursos Humanos

Não existe profissional habilitado para esta função 20%

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Fonte: Pesquisa de Campo (Julho/2009)

Dos alunos entrevistados 20% pretendem ingressar em curso superior sabendo qual curso gostariam de fazer. 20% pretendem ter seu próprio negócio e 60% dos alunos entrevistados farão o ENEM com perspectivas ao PROUNI sem saber qual curso poderiam seguir.

5. Considerações Finais

O Orientador Educacional é o profissional que pode contribuir no processo educacional e de escolha profissional dentro do PROEJA seja ele em escola municipal, estadual e de nível técnico, pois de acordo com Placco (1998, p. 115) cabe ao orientador formar o cidadão responsável e transformador:

"O papel básico do Orientador Educacional será o de auxiliar o educando a tornar-se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando também o aluno, na identificação de seu processo de consciência, dos fatores sócio-econômico-político-ideológico que o permeiam e dos mecanismos que lhe possibilitem superar a alienação decorrente desses processos, tornando-se assim, um homem-coletivo: responsável e transformador".

A constatação da necessidade de um trabalho de Orientação Profissional com os alunos e alunas do programa certamente será efetivada na medida em que a instituição se conscientizar e valorizar a atuação de um profissional como o Orientador Educacional.

Qual caminho pretende seguir após a conclusão do curso?

20% 20%

60%

Pretende ingressar em um curso superior, sabendo

qual curso

Prestará ENEM sem saber que curso seguir

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6. Referências

BALESTRO, M. A trajetória e a pratica da orientação educacional. Revista Prospectica n. 28, 2004 / 2005.

CASTANHO, Gisela M. P. O adolescente e a escolha da profissão. São Paulo: Paulus,1988.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRIGOTTO, G. A Relação da educação profissional e tecnológica com a universalização da educação básica. Educação e Sociedade, Campinas, v.28, n.100, p. 1129 – 1151, out. 2007.

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigma e alternativas para a escola. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

LEVENFUS, Rosane S. Psicodinâmica da escolha profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

Pascoal, Miriam, Honorato, Eliane Costa and Albuquerque, Fabiana Aparecida de O Orientador Educacional no Brasil. Educ. rev., Jun. 2008, n. 47, p.101-120. Streck, Danilo, Redin, Euclides, Zitkoski, Jaime José, (orgs.). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2008.

SOARES, Dulce Helena P. O jovem e a escolha profissional. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987

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