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Alimentação: um direito humano em disputa - focos temáticos para compreensão e atuação em segurança alimentar e nutricional

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Alimentação: um direito humano em disputa - focos temáticos

para compreensão e atuação em segurança alimentar e

nutricional

Food: a disputed human right – a thematic focus

for comprehension and action in food and nutritional security

Resumo As situações de insegurança alimen-tar e nutricional (IAN) são impeditivos para a concretização do direito humano à alimentação adequada (DHAA) e podem estar ligadas à dis-ponibilidade, ao acesso, ao consumo, à produção, à utilização biológica dos alimentos e às questões sociais, políticas e econômicas, que expressam os problemas alimentares atuais existentes entre os países. O objetivo é revisar como a alimentação é compreendida enquanto um direito humano na produção científica da área da saúde, em artigos que se dedicaram à análise empírica da SAN em diferentes cenários urbanos com crianças e ado-lescentes. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, com 80 artigos científicos disponíveis na base de dados PubMed, publicados no período de 2007 a 2016. Foram extraídas dos estudos in-formações a respeito dos cenários de investigação, abordagens metodológicas, aspectos relacionados à IAN, conclusões e recomendações. Esta revisão mostrou a diversidade dos focos temáticos para a compreensão da alimentação como um direito hu-mano e as estratégias de ação tiveram como foco os cuidados primários em saúde. A alimentação, tanto nos países desenvolvidos quanto nos que es-tão em desenvolvimento, é um direito humano em disputa que necessita efetivação, visando à justiça social para todas as pessoas.

Palavras-chave Segurança alimentar e nutricio-nal, Direitos humanos, Saúde pública, Políticas públicas

Abstract Situations involving food and nutri-tional insecurity are impediments to the realiza-tion of the human right to adequate food and may be linked to the availability, access, consumption, production and biological use of food and social, political and economic issues, which illustrate the current food problems existing between countries. The aim is to review how food is perceived as a human right in the scientific production on health in articles dedicated to the empirical analysis of food and nutritional security among children and adolescents in different urban settings. An inte-grated review of the literature was conducted with 80 scientific articles published in the PubMed database from 2007 to 2016. Information about the methodological approaches, the aspects relat-ed to food and nutritional insecurity, as well as conclusions and recommendations were extracted from the studies. The review revealed the diver-sity of the thematic focus for understanding food as a human right and its relation to other rights. Suggested action strategies focused on primary health care. Food in both developed and develop-ing countries is a disputed human right that needs to be addressed in order to achieve social justice for all mankind.

Key words Food and nutrition security, Human rights, Public health, Public policies

Lúcia Dias da Silva Guerra (https://orcid.org/0000-0003-0093-2687) 1

Ana Maria Cervato-Mancuso (https://orcid.org/0000-0002-9276-8943) 1

Aída Couto Dinucci Bezerra (https://orcid.org/0000-0001-9132-4390) 2

1 Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo 715, Cerqueira Cesar. 01246-904 São Paulo SP Brasil. ludsguerra@gmail.com 2 Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá MT Brasil. A R tigo AR ticle

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3370 G ue rr a LDS et al. introdução

A alimentação e a nutrição são questões globais e locais relevantes para a saúde pública1,2, que no cenário contemporâneo têm mobilizado organi-zações (internacionais e nacionais) e países para a criação e implementação de políticas públicas que visam à garantia e a efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Es-sas políticas públicas trazem como foco ações em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) nas suas diversas dimensões: disponibilidade, acesso, consumo, produção e utilização biológica dos alimentos3.

É direito de todo ser humano ter uma ali-mentação adequada e saudável, do ponto de vis-ta da saúde, do respeito à cultura alimenvis-tar, da sustentabilidade econômica, social, ambiental, da disponibilidade e do acesso permanente aos ali-mentos de qualidade, sem comprometer outras necessidades inerentes a uma vida digna, como a educação, moradia, emprego e lazer4.

Contudo, os problemas alimentares contem-porâneos permanecem atravessados pela trans-formação de bens essenciais aos seres humanos em mercadoria, como é o caso dos alimentos. Nesse contexto, observa-se que os alimentos são distribuídos de acordo com as leis da oferta e da demanda - um traço importante do capitalismo contemporâneo e uma das chaves para explicar o atual cenário produtor de doenças e de desigual-dades econômicas e sociais, que impacta sobre os sistemas alimentares globais e impõe desafios no campo da saúde pública, criando obstáculos para a consolidação da SAN e a efetivação dos direitos humanos em diversos países2,5,6.

O Konzernatlas - Atlas das Multinacionais (2017)7 mostra a influência do capitalismo na alimentação humana, com destaque para o agro-negócio, a indústria de alimentos e a rede de dis-tribuição/comercialização que representam ame-aças à soberania alimentar dos países e a luta por sistemas alimentares sustentáveis. O Konzernatlas destaca questões, como a concentração na pro-dução de sementes e o comércio dos agrotóxicos que definem o que e como se planta, consequen-temente, a qualidade do que se come.

Em cenários urbanos, a expressão do capita-lismo na alimentação humana pode ser observada por meio do crescimento de ambientes alimenta-res agalimenta-ressivos, principalmente, do ponto de vista mercadológico e publicitário. Além de alimentar e nutricionalmente pouco saudáveis, são repletos de alimentos altamente industrializados (ricos em açúcar, sal, gordura) e com diversos aditivos

químicos. Tudo isso apresentado com fácil acesso e baixo custo e expressivo emprego de estratégias de comunicação e publicidade que visam atrair como público alvo crianças e adolescentes para o consumo destes alimentos8-10. Tal fato tem ge-rado impactos financeiros significativos para o setor saúde11. Assim, considerando que crianças e adolescentes são parte essencial para a garantia das futuras gerações e neste contexto está em dis-puta a ideia de justiça intergeracional, o mundo em desenvolvimento já aponta os impactos que a globalização e a urbanização têm gerado na ali-mentação para a vida humana12,13.

No âmbito internacional, a Organização das Nações Unidas - ONU tem empregado esforços para enfrentar questões ligadas a SAN e os di-reitos humanos, a exemplo do direito humano à alimentação adequada. No entanto, as metas firmadas entre os países membros da ONU, nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Meta 1 - “erradicar a fome e a miséria”) e nos 17 Ob-jetivos de Desenvolvimento Sustentável (Meta 2 - “fome zero e agricultura sustentável”), care-cem de implementação no plano local, pois ainda permanecem no mundo 795 milhões de pessoas em situação de fome, que estão localizadas prin-cipalmente em regiões do oeste da Ásia, África Central, África Subsaariana e alguns países da América Latina14.

No caso do Brasil, nos últimos 10 anos foi possível observar a institucionalização normativa do DHAA, com a promulgação da Lei Orgânica de SAN - LOSAN nº 11.346/2006 que lançou as bases para a criação de um ordenamento jurídi-co nacional, a disponibilização de mecanismos e instrumentos necessários a sua operaciona-lização por meio de políticas públicas, como a Política Nacional de SAN - PNSAN; e criou o Sistema Nacional de SAN (SISAN). A LOSAN como primeiro marco jurídico para o DHAA implicou na instituição formal desse direito, com posterior incorporação na Constituição Fede-ral (1988) através da Emenda Constitucional nº 64/2010. Deste modo, o DHAA está relacionado a outros direitos e a sua não garantia, proteção e efetivação podem gerar situações de Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) que se revelam como um processo progressivo, gerenciado tanto no âmbito coletivo quanto no individual e estão relacionadas à piora da saúde (anemia, desnu-trição, hipovitaminoses, obesidade, diabetes, hi-pertensão, síndromes metabólicas, asma, cárie, HIV/Aids), ao aumento da violência doméstica e comunitária, dos transtornos mentais, ao for-talecimento da construção de uma estrutura de

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produção de alimentos predatória em relação ao ambiente, aos preços abusivos dos bens essenciais e à imposição de padrões alimentares que não respeitam a diversidade cultural15-17.

Diante disso, este artigo tem por objetivo revisar como a alimentação é compreendida en-quanto um direito humano na produção cientí-fica da área da saúde, especicientí-ficamente, em artigos que se dedicaram a análise empírica da SAN em diferentes cenários urbanos com crianças e ado-lescentes.

Percurso metodológico

Este estudo é uma revisão integrativa desenvol-vida a partir da seleção sistemática da literatura científica, que possibilita um aprofundamento na compreensão de um determinado fenômeno com base em estudos anteriores, a construção de uma análise sobre as abordagens metodológicas e atualização dos resultados de pesquisas, além de reflexões sobre a realização de futuros estudos e a tomada de decisões com relação a intervenções18.

A busca bibliográfica dos artigos foi realizada na base de dados PubMed, do National Center for Biotechnology Information (NCBI), uma das ba-ses mais utilizadas na área das ciências da saúde. Essa busca ocorreu em três etapas (Figura 1).

Na Etapa 1 de identificação e escolha do des-critor a ser utilizado (Figura 1), foi consultado o Descritor Mesh (Medical Subject Headings) re-curso da base de dados PubMed para a identifi-cação da terminologia padronizada que auxilia na definição dos assuntos e na recuperação dos artigos de interesse. No entanto, o termo encon-trado foi food supply, pouco utilizado nos títulos, resumos e palavras-chave, de artigos sobre IAN que têm como foco a abordagem da alimentação e nutrição no contexto da saúde pública. Assim, considerando o conhecimento dos autores sobre o tema, optou-se pelo uso do termo livre food in-security mais presente nas publicações científicas de interesse do estudo. O intuito foi obter uma busca mais abrangente que permitisse capturar as demais variações do termo.

Assim, realizou-se a busca livre na base de da-dos com o termo food insecurity, a busca exata food insecurity e a busca avançada com a expres-são food AND insecurity. Em adicional, optou-se por realizar também a busca livre com os termos human rigth to adequate food, human rigths di-mensions of food e a busca exata com human rig-ths dimensions of food e human rigth to adequate food. Foram identificadas 12.950 publicações.

Após esse teste com os termos, selecionou-se alguns filtros da própria base de dados para apri-morar a busca, segundo o tipo de artigo (journal article), texto disponível (free full text), período de publicação (10 years), estudos realizados com humanos, nos idiomas inglês, espanhol e portu-guês, e idade (child: birth-18 years). Foram sele-cionados 1.281 artigos: 740 artigos disponíveis com o termo food insecurity, 258 food insecurity, 278 food AND insecurity, por fim, três artigos com human rigth to adequate food e dois artigos com human rigths dimensions of food.

Os critérios de inclusão adotados para a re-visão integrativa foram: 1) ser artigo original ad-vindo de estudo empírico; 2) ter sido publicado no período de 2007 a 2016; 3) ter sido realizado em cenário urbano; 4) incluir na população de investigação crianças e/ou adolescentes não ins-titucionalizados.

Na Etapa 2 (Figura 1) foi realizada a revisão manual, com leitura dos títulos e resumos dos 1.281 artigos segundo os critérios de inclusão. Permaneceram na seleção 655 artigos. Dentre es-ses 655 artigos, foi feita a checagem dos critérios de inclusão e foram mantidos na seleção 169 ar-tigos, quando foi realizado o download e leitura completa dos métodos. Houve a exclusão de 89 artigos: 25 por serem artigos de revisão, validação ou aprimoramento de escala para medir a IAN e avaliação de programas, e 64 artigos por serem estudos que mencionavam crianças e adolescen-tes no resumo, embora as análises tenham sido realizadas apenas com adultos. Além disso, não permaneceram na revisão artigos com comuni-dades tradicionais de pescadores, quilombolas e indígenas, área rural e restaurantes populares.

Assim, permaneceram na Etapa 3 (Figura 1) 80 artigos para leitura completa e extração dos dados. Dos 80 artigos foram extraídos os seguin-tes conteúdos para análise: ano de publicação; autores; títulos; as temáticas presentes nos títulos dos artigos; a abordagem metodológica do estu-do; os países onde o estudo foi realizaestu-do; os cená-rios urbanos de investigação; os métodos utiliza-dos para avaliação da situação de IAN; os aspectos relacionados a IAN descritos nos resultados; as conclusões e recomendações dos estudos.

Na organização e sumarização dos dados uti-lizou-se a elaboração de planilhas no Microsoft Excel 2010 e também foram realizadas análises estatísticas, com a produção de frequências e gráficos. Para a análise qualitativa de conteúdo foram feitas leituras sistemáticas e codificações para o agrupamento dos conteúdos semelhan-tes, bem como identificação das diferenças ou

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Figura 1. Etapas da busca bibliográfica dos artigos que compuseram a revisão integrativa. Base de dados PubMed, 2007-2016.

Teste com os termos 10.683 publicações food insecurity

1.063 publicações food insecurity 1.204 publicações food AND insecurity 123 publicações human rigth to adequate food 25 publicações human rigths dimensions of food

0 publicações human rigth to adequate food 0 publicações human rigths dimensions of food

12.950 publicações identificadas

Uso de filtros de busca da base de dados: • tipo de artigo (article types: journal article) • texto disponível (text availability: free full text) • período de publicação (publication dates: 10 years) • estudos realizados com humanos (species: humans) • idioma: português, inglês, espanhol

(languages:english,portuguese, spanish) • idade: crianças e adolescentes até 18 anos (ages child: birth-18 years)

1.281 artigos selecionados

Revisão 1 – leitura dos títulos e resumos segundo os critérios de inclusão:

• artigo original advindo de estudo empírico sobre IAN • cenário de estudo: urbano

• com população de investigação que incluía criança e/ou adolescente

655 estudos selecionados

Revisão 2 – checagem dos critérios de inclusão

169 estudos selecionados

Leitura completa dos métodos Exclusão de 89 artigos

• 25 artigos: artigos de revisão (n = 5), artigos de validação ou aprimoramento de escala para medir IAN (n = 11) e artigos de avaliação de programas (n = 9)

• 64 artigos: mencionavam crianças e adolescentes, mas as análises foram apenas com a população de adultos (n = 38), comunidades tradicionais de pescadores, quilombolas e indígenas (n = 12), área rural (n = 12) e restaurantes populares (n = 2)

80 estudos selecionados para leitura completa e extração dos dados

etapa 1

etapa 2

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relações circulantes que descrevem o fenômeno estudado19.

O marco conceitual que norteou a análise dos dados teve como base o conceito do direito hu-mano à alimentação adequada utilizado em do-cumentos internacionais da Organização das Na-ções Unidas20,21: O direito à alimentação adequada realiza-se quando cada homem, mulher e criança, sozinho ou em companhia de outros, tem acesso fí-sico e econômico, ininterruptamente, à alimentação adequada ou aos meios para sua obtenção. O direi-to à alimentação adequada não deverá, portandirei-to, ser interpretado em um sentido estrito ou restritivo, que o equaciona em termos de um pacote mínimo de calorias, proteínas e outros nutrientes específicos. O direito à alimentação adequada terá de ser resol-vido de maneira progressiva. No entanto, os Estados têm a obrigação precípua de implementar as ações necessárias para mitigar e aliviar a fome mesmo em épocas de desastres, naturais ou não.

Resultados

Dos 80 artigos, observou-se que 55 foram con-duzidos em países do continente americano, 33 na América do Norte e 22 na América Latina e Caribe. Dentre esses 22 artigos com investigação conduzida na América Latina e Caribe, 15 foram realizados no Brasil, nas Regiões Nordeste (n = 4), Sul (n = 3), Sudeste (n = 1), Centro-Oeste (n = 1) e seis tinham abrangência nacional ou foram realizados em duas ou mais regiões.

O segundo continente com maior expressão de artigos (n = 13) foi a África, seguido da Ásia (n = 4), Europa (n = 3) e Oceania (n = 1).

Dos 80 artigos, quatro eram estudos mul-ticêntricos realizados na África e Ásia (n = 1), América do Norte e África (n = 1), Europa, Amé-rica do Norte e Ásia (n = 1), AméAmé-rica Latina e Caribe e América do Norte (n = 1).

Nos títulos dos artigos foram identificadas 18 temáticas emergentes (Figura 2). A temática mais presente foi a que relacionava a IAN com diver-sos aspectos demográficos, socioeconômicos e condições de moradia (n = 16); seguida daquelas que relacionavam a IAN ao estado nutricional (n = 15) e ao consumo alimentar (n = 10).

A maior diversidade temática segundo a ori-gem geográfica dos estudos foi encontrada em países da América do Norte (Canadá e Estados Unidos), seguidos da América Latina e Caribe, e África (Figura 2).

Os estudos realizados em países da Améri-ca Latina e Caribe abordaram temátiAméri-cas como

carências nutricionais, iniquidades em saúde, absenteísmo escolar, parasitose e amamentação. Apesar da diversidade temática encontrada nes-ses estudos, não estiveram presentes assuntos im-portantes, como saúde mental, HIV/Aids, gênero, doenças crônicas não transmissíveis, favelas, imi-grantes, negros, saúde bucal e o direito humano à alimentação adequada. Essas temáticas foram identificadas com maior frequência em estudos conduzidos na América do Norte e na África (Fi-gura 2).

Nos 15 estudos realizados no Brasil, as te-máticas presentes foram estado nutricional (n = 6), IAN e diversos aspectos associados (n = 3), carências nutricionais (n = 2), iniquidades em saúde (n = 2), amamentação (n = 1) e consumo alimentar (n = 1) (Figura 2).

Os 80 artigos analisados foram publicados, principalmente, nos anos de 2009 (n = 11), 2012 (n = 15), 2013 (n = 12) e 2014 (n = 15). O pe-ríodo de 2012 a 2014 foi o momento de maior publicação, significando 53% do total dos artigos analisados (n = 42).

Os artigos mostraram que os cenários urba-nos comumente pesquisados para conhecer a si-tuação de IAN são os domicílios (n = 53), porém observaram-se outros cenários de investigação, como serviços de saúde (ambulatórios; n = 7 e hospitais; n = 5), escolas públicas (n = 9), creches públicas (n = 1) e o conjunto destes cenários, como domicílios e escolas (n = 2), domicílios e serviços de saúde (n = 2), domicílios e ambiente social (n = 1).

A abordagem metodológica dos estudos foi predominante quantitativa, sendo que 75 eram de abordagem quantitativa (94%) e cinco de abordagem qualitativa (6%).

Os cinco estudos qualitativos utilizaram para a produção dos dados: grupos focais (n = 2), en-trevistas semi-estruturadas (n = 1), intervenção educativa (n = 1) e o conjunto de técnicas como grupos focais e entrevistas semi-estruturadas (n = 1). Os estudos qualitativos foram conduzidos em países da América Latina e Caribe (Argentina e Venezuela; n = 2) e América do Norte (Esta-dos Uni(Esta-dos da América; n = 2) e Ásia (Irã; n = 1) (Quadro 1).

Os estudos com abordagem qualitativa ava-liaram a situação de IAN por meio de roteiros próprios, com base no conteúdo da escala do Departamento de Agricultura dos Estados Uni-dos (USDA). Esses estuUni-dos mostraram o seu po-tencial de investigação para tratar de questões ligadas ao reconhecimento da IAN, como as ex-periências vividas pelas pessoas, os sofrimentos

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emocionais sentidos, como angústia e tristeza quando a quantidade e a qualidade da ingestão de alimentos foram reduzidas, quando não se ti-nha recursos financeiros para a aquisição de ali-mentos ou precisavam comprar aliali-mentos bara-tos com baixa qualidade nutricional. Além disso, mostraram o que as pessoas vivenciavam quando a situação de IAN se instalava, por exemplo, a re-alização de refeições menores, o reconhecimento da fome, da magreza ou o excesso de peso, a pio-ra da situação de saúde, a presença de violência no domicílio, o consumo de alimentos oriundos do lixo encontrado na rua e o trabalho infantil, como estratégias para auxiliar no enfrentamento da situação de IAN.

Dos 75 estudos quantitativos analisados, 26 eram de seguimentos longitudinais ligados à pes-quisas nacionais ou coorte (Quadro 2) e 49 eram estudos transversais epidemiológicos (Quadro 3), ambos conduzidos em países dos diversos continentes.

Para avaliar a situação de IAN, os estudos com abordagem quantitativa utilizaram como instru-mento para a produção dos dados, questionários estruturados em forma de escalas psicométricas,

tendo como base a escala do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Hou-sehold Food Security Survey Module – HFSSM.

Os estudos quantitativos com base na escala do USDA desenvolveram suas próprias escalas adaptadas. Para as adaptações foram considera-das variações considera-das realidades locais, como as cul-turais de linguagem. Com o intuito de verificar a adaptação das perguntas da escala para cada realidade e população, os estudos quantitativos se utilizaram de análises estatísticas, como o cál-culo do coeficiente α de Cronbach para medir a confiabilidade psicométrica da escala por meio da análise de consistência interna, com variação do α de Cronbach entre 0,70 a 0,90, que segundo os estudos demonstrava uma boa qualidade da escala para a mensuração da IAN.

Esse tipo de avaliação, por meio de escala de perguntas, tem o objetivo de abordar, priorita-riamente, temas centrais como a quantidade, a qualidade alimentar e a percepção de incertezas relacionadas à alimentação. Os estudos analisa-dos mostraram alguns exemplos dessas escalas adaptadas, como a Colombian Househould Food Scurity Scale – CHSS, a Escala Brasileira de

In-Figura 2. Temáticas emergentes identificadas nos 80 artigos e origem geográfica dos estudos. Base de dados PubMed, período 2007 – 2016. 1 (AN) 1 (ALC) 1 (AN) 1 (ALC) 1 (AN) 2 (AN, AS) 1 (AF) 2 (ALC, AF) 2 (AN) 2 (AF) 3 (ALC) 3 (AN) 5 (AN, AF) 6 (AN, ALC) 8 (AN, AS, E, O) 10 (AN, ALC, AF, E)

15 (AN, ALC, AF) 16 (AN, ALC, AF, AS)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Direito humano à alimentação Amamentação Saúde bucal Parasitose Negros Favelas Imigrantes Absenteísmo escolar Doenças crônicas não transmissíveis Gênero Iniquidades em saúde Ambiente alimentar HIV/Aids Carências nutricionais Saúde mental Consumo alimentar Estado nutricional IAN e diversos aspectos associados

Número de estudos (Total n= 80)

Continente/Nº temáticas abordadas

AN: América do Norte (12) ALC: América Latina e Caribe (8) AF: África (7)

AS: Ásia (3) E: Europa (2) O: Oceania (1) A: Antártida (0)

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Quadro 1. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos com abordagem qualitativa (n = 5). Base de dados PubMed, 2007-2016.

Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/estratégias de ação Sistemas alimentares Dastgiri S et al., 2011 Ásia (Irã) intervenção educativa; domicílios demográficos e socioeconômicos Há necessidade urgente de colaboração entre lideranças governamentais, internacional e local, para identificar e implementar programas de intervenção para superar a IAN. Considerar o sistema político para a construção de um modelo de saúde pública para controlar na região a IAN enquanto um problema de saúde. Pobreza e condições de renda Bernal J et al., 2016 América Latina e Caribe (Venezuela) grupos focais e entrevistas semiestruturadas; escolas públicas cognitivos, emocionais; quantidade e qualidade da ingestão de alimentos e magreza Crianças em IAN reconheceram a redução da qualidade e quantidade de alimentos, o sacrifício do consumo de comida e de comida do lixo, e informaram trabalho infantil como estratégia para compra dos alimentos

Investigação e políticas para entender e direcionar a distribuição de

benefícios para crianças, que visam garantir o seu desenvolvimento físico, cognitivo e bem-estar sócio emocional. Ambiente social e ambiente alimentar Lindsay AC et al., 2012 América Latina e Caribe (Argentina) grupos focais; serviço de saúde hospitalar baixa renda, trabalho, preocupações financeiras, práticas alimentares Domicílios em IAN apresentam dificuldades na criação de um ambiente de alimentos saudáveis para seus filhos intervenções em saúde pública e intervenções em iAN que visam o direito à alimentação saudável são fundamentais para o respeito e preservação dos valores culturais relacionados aos hábitos alimentares. Fram MS et al., 2011 América do Norte (EUA) entrevistas semi-estruturadas; domicílio experiências cognitivas, emocionais e físicas O ambiente social e alimentar são espaços potenciais de qualidade para as interações entre crianças e pais

O esforço para acabar com a fome de crianças deve ter como base uma compreensão abrangente de experiências de iAN a partir da perspectiva da criança, em termo de conteúdo e contexto. Consumo alimentar Widome R et al., 2009 América do Norte (EUA) grupos focais; domicílio e escola hábitos alimentares, percepções e ingestão alimentar Os padrões alimentares dos adolescentes em IAN diferem em aspectos importantes dos padrões alimentares dos que estão em SAN

O esforço para educar adolescentes em IAN deve eliminar as barreiras para uma alimentação saudável. Políticas e intervenções focadas na melhoria dos alimentos.

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Quadro 2. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos longitudinais com abordagem quantitativa (n = 26). Base de dados PubMed, 2007-2016.

Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/ estratégias de ação Sistemas alimentares (n = 1) Zhang Q et al., 2013 América do Norte (EUA)

domicílios preço dos

alimentos Estratégias de controle de preços dos alimentos: eliminação de subsídios e imposição de impostos, impactam no aumento do preço dos alimentos e na capacidade das famílias de garantirem uma dieta adequada e de alta qualidade.

Planejamento e a coordenação cuidadosa de estratégias de políticas públicas, políticas de preço dos alimentos podem ser benéficos à saúde e à SAN. Desastres naturais (n = 1) Hutson RA et al., 2014 América Latina e Caribe (Haiti) domicílios escolaridade, situação de saúde, violação de direitos humanos e histórias de violência na família Desastres naturais influenciam na situação de IAN. Realização de estudos de coorte em locais com altas probabilidades de desastres naturais ou de origem humana. Melhores orientações e prestação de serviços essenciais, ir além da vulnerabilidade e da vitimização. Pobreza e condições de renda (n = 2) Belachew T et al., 2012 África (Etiópia)

domicílios baixa renda, baixa

escolaridade, gênero

Adolescentes de áreas urbanas que membros de famílias de renda baixa estão em maior risco de IAN crônica, essa situação produz uma diminuição do poder de compra de alimentos

intervenções de SAN, incluindo uma rede de segurança e programa de estabilização do mercado devem ser realizados para a redução do grau de IAN crônica entre os adolescentes. Chen L et al., 2009 Ásia (Taiwan) serviço de saúde ambulatorial doenças associadas à nutrição (diabetes, desordens metabólicas, anemia), crescimento, desordens mentais A pobreza e a iAN podem formar um ciclo vicioso, causar mais privação de riqueza através de encargos com despesas diretas para cuidado de saúde e custos indiretos associados a perda de produtividade.

Garantir a SAN para crianças é uma das mais importantes responsabilidades de um governo. Outras abordagens de programas podem ser necessárias para a superação da situação de IAN de crianças pobres e dos resultados de saúde relacionados.

continua

segurança Alimentar – EBIA e a Latin American and Caribean Food Security Scale – ELCSA.

A partir dos 80 artigos foi possível identifi-car 36 aspectos relacionados à situação de IAN, que abarcavam questões demográficas (idade, sexo, cor da pele); socioeconômicas (escolarida-de, classe econômica, renda); aculturação

(lo-cal de nascimento e identificação linguística); composição familiar (número de residentes, número de crianças no domicílio); crescimento infantil; estado nutricional (desnutrição, sobre-peso, obesidade; déficit de estatura para a idade); desempenho escolar; amamentação (práticas e percepções); morbidades (diabetes, desordens

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e C ole tiv a, 24(9):3369-3394, 2019 Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/ estratégias de ação Grupos mais vulneráveis à IAN (n = 1) Chilton M et al., 2009 América do Norte (EUA) serviço de saúde hospitalar condições de saúde crianças de mães imigrantes estão em maior risco de saúde e IAN. O estado de saúde na infância afeta, não só o desenvolvimento de saúde, desenvolvimento, estado socioemocional e desempenho escolar, o estado de saúde do adulto, o nível socioeconômico e a produtividade. Políticas que restrigem o acesso das famílias de imigrantes aos cuidados de saúde, podem ter efeitos graves sobre esta população já vulnerável. intervenções políticas de combate à IAN em famílias de imigrantes podem promover a saúde de crianças. Gênero (n = 2) Belachew T et al., 2011 África (Etiópia)

domicílio gênero Na situação de

IAN, o gênero é um importante preditor do estado de saúde auto-relatado pelo adolescente intervenções de SAN devem prestar atenção especial às meninas para diminuir as diferenças de saúde entre meninos e meninas

Hadley C et al., 2008 África (Etiópia)

domicílios gênero A IAN na adolescência

está associada a importantes dimensões da saúde e bem- estar e gênero.

Pesquisas futuras para verificar e examinar os mecanismos pelos quais meninas experimentam maiores níveis de IAN quando vivem em domicílios com estresse alimentar. Ambiente social e ambiente alimentar (n = 1) Carter MA et al., 2012 América do Norte (Canadá) domicílio e ambiente social aspectos do ambiente social Abordar o ambiente social em q as pessoas vivem e a melhoria da situação de renda do agregado familiar pode ser benéfico para o enfrentamento da IAN.

Mais estudos sobre ambiente social locais. Planejadores urbanos, políticos, nutricionistas, assistentes sociais, promotores de saúde podem considerar ambientes sociais locais na implementação de qualquer tipo de intervenção em SAN: iniciativas de capacitação para construir capital social e incentivar a interação social na comunidade. O planejamento e a avaliação devem tornar-se uma prioridade. Quadro 2. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos longitudinais com abordagem quantitativa (n = 26). Base de dados PubMed, 2007-2016.

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Quadro 2. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos longitudinais com abordagem quantitativa (n = 26). Base de dados PubMed, 2007-2016.

Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/ estratégias de ação Estado de Saúde (n= 2) Ryu JH et al., 2012 América do Norte (EUA)

domicílio estado de saúde Domicílios afetados

pela IAN podem ter impacto negativo na situação de saúde de crianças. Apoio à programas de assistência nutricional à famílias vulneráveis, programas de alimentação escolar. Shaikh U et al., 2009 América do Norte (EUA) domicílio e serviço de saúde suplementação de vitaminas e minerais Um grande n° de crianças e adolescentes usam suplementos vitamínicos e minerais. Pesquisas qualitativas para explorar a importância relativa dos fatores que influenciam a decisão dos pais para usarem suplementos vitamínicos e minerais para os filhos. Saúde mental (n = 4) McLaughlin KA et al., 2012 América do Norte (EUA) domicílios e escolas

saúde mental O acesso aos alimentos

em quantidade e qualidade insuficentes está associado a um gama de desordens mentais em adolescentes. expansão de programas destinados à aliviar a fome de crianças e a pressão econômica das famílias. Belsky DW et al., 2010 Europa, Reino Unido, Inglaterrra e País de Gales domicílios desenvolvimento cognitivo, comportamental e emocional IAN associada a problemas emocionais de escolares. A personalidade das mães e a sensibilidade doméstica às necessidades das crianças podem apresentar desafios para a IAN. intervenções para melhora na parentalidade, redução do abandono e benefícios para suprimento de alimento nos domicílios. Huang J et al., 2010 América do Norte (EUA) domicílios problemas comportamentais Relações dinâmicas entre IAN, características dos pais e problemas comportamentais da criança não são capturadas de uma forma simples.

Essas relações devem ser investigadas com dados bem delineados e com diversas metodologias Melchior M et al., 2009 Europa e Reino Unido domicílios problemas comportamentais

IAN mais frequente em crianças de mães com experiência de problemas de saúde mental, como depressão, psicoses e violência doméstica.

estudos de intervenção para testar se melhorar a saúde mental das mães pode aliviar o impacto da IAN em famílias com crianças

continua

metabólicas, anemia, diarreia, infecções respira-tórias, parasitoses); acesso aos alimentos (pre-ço, local de compra); saúde bucal (cárie); saúde

mental; condições de saneamento; gênero; vio-lações de direitos humanos; violência doméstica, entre outros (Quadros 1, 2 e 3).

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e C ole tiv a, 24(9):3369-3394, 2019 Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/ estratégias de ação Estado Nutricional (n = 3) Gundersen C et al., 2009 América do Norte (EUA)

domicílios estado nutricional

(obesidade)

Crianças em situação de IAN não foram mais propensas a serem obesas do que crianças em situação de SAN, após o controle de outros fatores como etnia e gênero.

Manutenção de programas de enfrentamento da obesidade infantil, como atividade física nas escolas e programas de nutrição e qualidade de vida. Gundersen C et al., 2008 América do Norte (EUA)

domicílios estado nutrional

(sobrepeso)

A IAN e o excesso de peso coexistiram entre adolescentes de baixa renda.

Pesquisas para explorar as relações potenciais entre a IAN e o sobrepeso, além de políticas para informar melhor e tentar abordar essas questões entre famílias de baixa renda. Bronte-Tinkew J et al., 2007 América do Norte (EUA)

domicílios estado nutricional

(sobrepeso)

A IAN interfere nas interações entre pais e filhos e afeta aspectos centrais do desenvolvimento, tais como a saúde geral e o excesso de peso.

continuidade e o fortalecimento de iniciativas políticas para assegurar que famílias com crianças tenham comida suficiente, previsível e confiável. Carências Nutricionais (n = 1) Eicher-Miller HA et al., 2009 América do Norte (EUA) serviço de saúde ambulatorial deficiência de micronutriente - ferro

Anemia por deficiência de ferro é uma preocupação para adolescentes em IAN, apesar da existência de políticas e programas direcionados a este público. Necessidade contínua de intervenções para reduzir a anemia ferropriva entre crianças com IAN e melhorar a sua situação de SAN

Consumo alimentar (n = 2) Belachew T et al., 2013 África (Etópia) domicílios práticas alimentares

IAN tem consequência negativa nas dietas de adolescentes que pode colocá-los em risco de desenvolver múltiplas deficiências nutricionais. Programas para melhorar a nutrição na adolescência. intervenções de SAN na produção local diversificada e o consumo de alimentos ricos em nutrientes. Cunningham TJ et al., 2012 América do Norte (EUA) domicílios consumo de refrigerantes A ingestão de refrigerantes durante a primeira infância, um período sensível do desenvolvimento humano, pode representar um caminho crítico que liga a IAN a saúde.

Disponibilidade e acessibilidade de alimentos nutritivos devem ser parte integrante de estratégias de intervenção às famílias em IAN. envolver vários setores de diferentes níveis estaduais e municipais. Quadro 2. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos longitudinais com abordagem quantitativa (n = 26). Base de dados PubMed, 2007-2016.

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3380 G ue rr a LDS et al. Focos temáticos Autor/Ano continente/ país cenário Aspectos relacionados conclusões Recomendações/ estratégias de ação Amamentação (n = 1) Young SL et al., 2014 África (Uganda) serviço de saúde hospitalar amamentação e alimentação complementar Crianças de domicílios em IAN não têm aleitamento materno até o sexto mês

A relação causal entre iAN, HiV, desnutrição materna e práticas de alimentação infantil deve ser mais explorada Desenvolvimento e crescimento infantil (n = 4) Hernandez DC et al., 2009 América do Norte (EUA) domicílios desenvolvimento motor e cognitivo, peso e estado de saúde

Crianças que residem em domicílios em IAN experimentam efeitos negativos em seu desenvolvimento Sensibilização e assistência podem diminuir impactos imediatos da IAN sobre o desenvolvimento da criança Belachew T et al., 2011 África (Etiópia)

domicílios idade da menarca IAN associada ao

atraso da idade da menarca, isso reflete no desenvolvimento, crescimento no estado nutricional e bem-estar de meninas. Não havia. Pilgrim A et al., 2012 Europa (Reino Unido) domicílios dieta e composição corporal A saúde e a dieta relatadas pelos mais pobres têm implicações importantes para o desenvolvimento e saúde de crianças ao longo da vida Não havia. Belachew T et al., 2013 África (Etiópia) domicílios crescimento infantil IAN associada negativamente ao crescimento linear, especialmente de meninas intervenções nutricionais para promover o crescimento e a quebra do ciclo intergeracional da desnutrição. combinação de diferentes tipos de políticas e programas que interfiram na condição socioeconômica, a promoção da igualdade de gênero. Pesquisas para ajudar a entender essa relação entre iAN e crescimento. Desempenho escolar (n = 1) Belachew T et al., 2011 África (Etiópia) domicílios absenteísmo escolar, desempenho escolar

IAN afeta negativamnte a frequência e o desempenho escolar de adolescentes.

intervenções na escola que considerem formas de aumentar a frequência escolar e mecanismos que melhorem a dieta de escolares [grifo nosso]

Quadro 2. Focos temáticos e estratégias para atuação em SAN extraídos, respectivamente, das conclusões e recomendações dos estudos longitudinais com abordagem quantitativa (n = 26). Base de dados PubMed, 2007-2016.

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e C ole tiv a, 24(9):3369-3394, 2019 Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação Sist emas alime ntar es (n = 3) Po bla cio n AP e t al., 2014 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios lo calização r eg io nal, classe e co nômica, par ticipação e m pr og ramas d e tr ansf erência d e r enda D omicílios e m IAN têm maio res risc os re gio nais, so cais e e co nômic os. E xpansão d e pr og ramas so ciais . M or risse y T W e t al., 2014 Amér ica d o N or te (EU A) do micílios pr eço d os alime nt os e esta do n u tr icio nal A sso ciação sig nificat iv a e nt re os pr eços d os alime nt os e a iAN . P rofissio nais d e saúd e q ue tr abalham c om cr ianças d e baixa r enda e m ár eas co m alime nt os d e cust o alt o, d ev em estar cie nt es d o p ot encial aume nt o d o r isc o d e e xc esso de p eso ou o besida de e p od em r ef er enciar essas famílias par a p ro gr amas q ue o fe reçam alime nt os saudáv eis c om pr eços r ed uzid os . P olít icas púb licas que s ubsidie m fr u tas e v eg etais p od em se r eficaz es na me lho ria d os r es ulta dos d e saúd e e p eso d e cr ianças. P esq uisa s so br e os e fe it os d e no vas iniciat iv as e lo cais d e f or ne cime nt o d e r ef eições c omo assistência d e n u tr ição púb lica , além d o co nt role d os ef eit os d e v ar iação d os pr eços d os alime nt os. D ub ois L e t al., 2011 A mér ica d o N or te (C ana dá) e Áfr ica (J amaica) esc olas so br ep eso e o besida de Te ndências no sist ema alime ntar g lo bal, a

dinâmica familiar e as dif

er enças d e gêne ro influe nciam na p ro pag ação d o so br ep eso/ ob esida de e m amb os países d ese nv ol vid o e e m dese nv ol vime nt o. int er ve nções d e saúd e que v ise m c ont er a e pid emia de so br ep eso/o besida de d ev em olhar a b iolo gia e os co mp or tame nt os indi vid uais par

a além das causas

da e pid emia e co nsid er ar as dif er enças d e gêne ro e ou tr os fat or es familiar es. Po br eza e co ndições d e re nda (n = 6) Fa cc hini L A e t al., 2014 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios lo calização r eg io nal, r enda, esc olar ida de mat er na, c or da p ele, nº d e cr ianças nos do micílios, par ticipação em p ro gr amas d e tr ansf erência d e r enda, famílias c hefia das p or m ulhe res IAN asso cia da à p ob re za ext re ma . A falta d e po de r aq uisit iv o dificulta a c omp ra d e alime nt os e c ont rib ui par a a p er manência d o p ro ble ma. P olít icas so ciais par a id ent

ificação das famílias

mais v ulne ráv eis d ev em c onsid er ar fat or es c omo lo calização r eg io nal, r enda, esc olar ida de mat er na, c or da p ele mat er na, nº d e cr ianças < 7 anos no d omicílio e famílias c hefia das p or m ulhe res. E xpansão da co b er tur a d essas p olít icas , a f ocalização cr it er iosa e o incr eme nt o d os v alo res pag os p or b ene fícios so ciais. cont in ua

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3382 G ue rr a LDS et al. Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação Po br eza e co ndições d e re nda (n = 6) G ue rr a LDS e t al., 2013 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios baixa r enda, saneame nt o básic o, lo cal d e nascime nt o, c or da p ele M aio r p re valência d e IAN e m d omicílios c om re

nda familiar baixa

, c ondições d e saneame nt o pr ecár ias, a dolesc ent es d e c or da p ele p re ta Int er ve nção co m g rup os d e p rofissio nais das ár eas da saúd e, ed ucação e assistência. Ações par a a me lho ria do a cesso ao saneame nt o básic o, a qualificação d e re cur sos h umanos visand o à g er ação d e e mp re go e r enda, além d e ações e d ucat iv as que ampliam a c omp re ensão da IAN e se us d et er minant es nos m unicípios Panig assi G e t al., 2008 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios re nda, esc olar ida de, c or da p ele, c omp osição familiar , car ac te ríst icas da mo ra dia, c ondições d e saneame nt o IAN c onc ent rou-se e m famílias c om maio r n° d e me mb ros < 18 anos, mo ra dias c om c onst ruções pr ecár ias, alta ag lo me ração d e mo ra do res, se m r ed e d e es got o, baixa r enda , baixa esc olar ida de, c or da p ele p re ta. A EBIA é uma imp or tant e me dida dir eta d e SAN e indica do r par a mo nit or ame nt o da iniq uida de, p od end o co mple me ntar um c onj unt o d e indica do res so ciais ou mesmo , d e f or ma isola da, id ent ificar gr up os c om v ulne rab ilida de so cial. O mo nit or ame nt o da iniq uida de c om uso da EBIA p od erá auxiliar os g est or es da p olít ica de c ombat e à f ome, tant o na id ent ificação d os g rup os par a os q uais os r ecur sos d ev erão se r p rio ritar iame nt e dir ig id os q uant o ao estab ele cime nt o d e me tas de co be rt ur a p opula cio nal, p ossib ilitand o a av aliação das int er ve nções. N alt y CC e t al., 2013 A mér ica d o N or te (EU A) do micílios re dução d o nº d e re fe ições, c ons umo d e alime nt os d e baix o cust o limitação d e r ecur sos e m c olônias fr ont eir iças le vam a sit uação d e IAN. P esq uisas fu tur as de ve m c ont in uar a e xplo rar a f or ma co mo a SAN é e nt endida a par tir das p er sp ec ti vas e exp er iências d e cr ianças e a dolesc ent es. G und er se n CG e Gar ask y SB , 2012 A mér ica d o N or te (EU A) do micílios hab ilida des e p rát icas d e gestão financ eir a D omicílios c om maio r capacidad e d e g estão financ eir a são me nos p ro p ensos a estar em e m sit uação d e IAN. M elho

ria das habilidad

es d e g estão financ eir a das famílias t em p ot encial par a r ed uzir a sit uação d e IAN. U sfar AA e t al., 2007 Ásia (I nd onésia) do micílios est ratég ias d o ag re ga do familiar Pe dir dinhe ir o e mp resta do par a c omp rar co mida, c ome r me nos, v end er p eq ue nos pr od u tos, t rabalho infant il, c ome r q ualq ue r alime nt o disp onív el são est ratég ias u tiliza das. e st ratég ias par a o e nfr entame nt o da sit uação d e IAN no d omicílio , c omo saúd e, se gur ança d e s ubsistência, co ns umo d e alime nt os. Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. co nt in ua

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e C ole tiv a, 24(9):3369-3394, 2019 Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação G rup os mais vulne ráv eis à IAN (n = 3) de S ouza B itt enc our t L e t al., 2013 A mér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) esc olas púb licas (esta duais e m unicipais) baixa esc olar ida de, gêne ro , c or da p ele, re nda, n° d e r esid ent es no do micílio A lta p re valência d e IAN e m d omicílios c om esc olar es d o gêne ro f eminino , c om me mb ro de r ef erência d e c or da p ele p re ta e baixa esc olar ida de, d omicílio c om re nda baixa e c om gr and e nº d e r esid ent es. e st ratég ias que p ossam dimin uir as d esigualdad es so ciais no amb ie nt e esc olar . Omid var N e t al., 2013 Ásia (I rã) do micílios do micílios c hefia dos p or m ulhe res, baixa esc olar ida de, d ese mp re go R efug iad os e imig rant es são g rup os p ot encialme nt e v ulne ráv eis. M onit or ame nt o da saúd e e b em-estar d e r efug iad os e imig rant es. P ro gr amas d e ac

esso aos alime

nt os . K imani-M ur ag e E W et al., 2011 Áfr ica (K en ya) fa ve las esta do d e o rfanda de e esta do n u tr icio nal Ór fãos são mais v ulne ráv eis à IAN, são d o gêne ro masculino , v iv em e m d omicílios c om me no r nív el so cio ec onômic o e c hefia dos p or m ulhe res . Polít icas q ue r est ring em o a cesso d e imig rant es aos cuida dos d e saúd e, p od em t er e fe it os g ra ves a essa p opulação já v ulne ráv el. P olít icas e prát icas par a id ent ificar g rup os-al vo e pr og ramas d e int er ve nção par a me lho rar o b em-estar d e ór fãos e cr ianças v ulne ráv eis q ue v iv em e m co m unida des p ob res ur banas. A mb ie nt e so cial e amb ie nt e alime ntar (n = 2) Dhokar h R e t al., 2011 Amér ica d o N or te (EU A) do micílio e se rv iço d e saúd e de mo gráfic os, so cio ec onômic os, acult ur ação , r ed e de c ontat os so ciais, re cip ro cida de (t ro ca d e se rv iços) e par ticipação em p ro gr amas eme rg enciais d e alime nt os B aix o nív el d e acultur ação (lo cal d e nascime nt o, id ent ificação linguíst ica) e r ed es so ciais p ob res p od em estar r ela cio na dos c om a IAN nas famílias. Fo rtale cime nt o das r ed es so ciais c omo est ratég ias par a me lho rar a SAN e int er ve nções e d ucat iv as. Tolzman C e t al., 2014 A mér ica d o N or te (EU A) do micílios de mo gráfic os, a cesso aos alime nt os e co mp or tame nt os d e saúd e V iv er e m r eg ião d e f oo d d ese rt p od e sig nificar aume nt o da IAN. Os se rv iços d e saúd e de vem c onhe ce r o ambie nt e ond e se us pacie nt es v iv em. Esta do d e Saúd e (n = 3) N ic lase n B e t al., 2013 E ur opa, A mér ica do N or te e Ásia esc olas sit uação d e saúd e (p er ce pção d e saúd e, sint omas físic os e uso d e me dicame nt os) A p er ce pção d e saúd e, sint omas físic os e uso d e me dicame nt os fo ram ne gat iv ame nt e asso cia dos à o co rrência d e IAN. A o co rrência fr eq ue nt e d e IAN d ev e se r v ista co mo uma q uestão imp or tant e d e saúd e púb lica. int er ve nções est ru tur ais par a r ed ução da IAN e m esc olar es: me re nda esc olar par a e vitar d esn u tr ição , falta de c onc ent ração e mau d ese mp enho esc olar . Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. co nt in ua

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3384 G ue rr a LDS et al. Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação Esta do d e Saúd e (n = 3) G uc ciar di E e t al., 2009 Amér ica d o N or te (C ana dá) do micílio diab et es, p rát icas d e au to cuida do e esta do d e saúd e M aio r p re valência d e IAN e m p esso as c om diab et es , está asso cia da a baixa at iv idad e física , baix o c ons umo d e fr u tas e v eg etais , sat isfação co m a v ida, tabag ismo , r elat o d e ne cessida des de saúd e não at endidas, t ranst or nos d e h umo r, acid ent e v ascular c er eb ral e est resse . O esta do d e SAN d o d omicílio d ev e se r um co mp one nt e esse ncial par a os planos d e a valiação e cuidad o d e pacie nt es c om diab et es. E ic he r-M ille r HA e t al., 2011 A mér ica d o N or te (EU A) do micílios asp ec tos d e saúd e (d ensida de óssea) e co ns umo d e s uple me nt os A dolesc ent es e m IAN têm me nos massa ósse a quand o c ompar ad os c om aq ue les e m SAN, esp ecialme nt e e nt re os me ninos. int er ve nções que me lho re m a die ta, a saúd e d os ossos e a IAN. Saúd e me ntal (n = 2) Fr ie l S e t al., 2014 Oc eania (A ust rália) do micílios saúd e me ntal A sso ciação mo de ra da e nt re IAN e aflições psic ológ icas . e st ratég ias d e adap tação à alt er ações c limát icas que co nsid er em impa ct os so ciais, d e n u tr ição e d e saúd e me ntal. M elc hio r M e t al., 2012 Amér ica d o N or te (C ana dá) do micílios de mo gráfic os, saúd e me ntal, taba co C rianças q ue cr esc em e m famílias c om IAN te m maio r r isc o d e p er sist ir sint omas d e hip er at iv idad e e falta d e at enção . R ed uzir a iAN p od e aj udar a dimin uir pr ob le mas me ntais em esc olar es, r ed uzind o também a d esigualdad e so cial. HIV/AIDS (n = 3) M cC oy SI e t al., 2015 Áfr ica (Z imbab w e) Se rv iço de saúd e amb ulat or ial HIV M aio r p or ce ntag em d e cr ianças exp ostas ao H iV v iv iam e m d omicílios c om IAN g ra ve co mpar ad o a cr ianças d e d omicílios e m SAN. e stud os pr osp ect iv os par a in vest ig ar a r elação e nt re IAN e o a cesso a se rv iços d e p re ve nção d o HIV par a m ulhe res gráv idas e puér pe ras. I nv est ime nt o e m pr og ramas d e alime ntação e n ut rição par a m ulhe res g ráv idas. M end oza JÁ e t al., 2014 Áfr ica (B otswana) Se rv iço de saúd e hospitalar mar ca do res b io químic os A me lho ra da sit uação d e IAN p od e me lho rar a sit uação c línica d e cr ianças c om H iV p osit iv o. e stud os , inc luind o ensaios exp er ime ntais d est ina dos a r ed uzir a IAN. M end oza JÁ e t al., 2013 Amér ica d o N or te (EU A) Se rv iço de saúd e hospitalar mar ca do res b io químic os Famílias c om pa cie nt es p ediát ric os H iV p osit iv o exp er ime ntam indi vid ualme nt e IAN. R ot ina d e me ns ur ação d e iAN e m c línicas que cuidam de pa cie nt es p ediát ric os HIV p osit iv o. P olít icas e pr og ramas dir ecio na dos a ali viar a IAN d e pa cie nt es que v iv em c om HIV . Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. co nt in ua

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e C ole tiv a, 24(9):3369-3394, 2019 Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação Tr ansição N u tr icio nal (n = 2) Sc hlüsse l MM e t al., 2013 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios ex cesso d e p eso e ob esida de É p ossív el q ue o p ro cesso d e tr ansição n u tr icio nal mo de le o e fe it o d ele tér io da IAN no acúm ulo da g or dur a c or p or al ao lo ng o da v ida, co m asso ciação e nt re a dolesc ent es e m ulhe res ad ultas,

mas não ainda e

nt re cr ianças. Não há. Isanaka S e t al., 2007 A mér ica Lat ina e C ar ib e (C olômb ia) esc olas púb licas baix o p eso e baixa r enda A IAN não é, ne cessar iame nt e, p re dit or d e ex cesso d e p eso e m tr ansição n u tr icio nal . e stud os lo ng itudinais que in vest igue m o impa ct o d e IAN na saúd e d e cr ianças e a dult os. P esq uisas fu tur as so br e est ratég ias d e e nfr entame nt o par a IAN. Esta do N u tr icio nal (n = 9) V ic enzi K e t al., 2015 A mér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) esc olas púb licas ex cesso d e p eso A IAN asso cia da ao ex cesso d e p eso . N ec essidad e d e estud os pr osp ect iv os. Sant os LP e t al., 2013 A mér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios esta do n u tr icio nal C rianças v iv end o c om algum g rau d e IA têm pio res índic es n u tr icio nais , p rincipalme nt e de estatur a/idad e. Essa r elação par ec e estar fo rt eme nt e lig ada ao r endime nt o me nsal da família e a r eg ião d e mo ra dia Não há. de S ouza MM e t al., 2012 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) cr ec hes púb licas déficit d e estat ur a e ex cesso d e p eso A lém d o déficit d e estatur a e o ex cesso d e p eso , o esq ue ma v acinal inc omple to f oi d et er minant e pr oximal asso cia do à fo rma crônica d e d esn u tr ição infant il . M elho rar a q ualidad e d os cuidad os n u tr icio nais of er ecid os nas cr ec hes afim d e t or ná-las um apar elho eficie nt e na p re ve nção d e distúr bios n u tr icio nais e na pr omoção d e SAN. K ac G e t al., 2012 A mér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios alt ur a p or ida de e p eso po r ida de Não hou ve asso ciação e nt re IAN e os índic es ant ro p omét ric os . A tr ansição n u tr icio nal d ev e se r c onsid er ada na int er pr etação d os r es ulta dos d e est ud os q ue e xaminam a r elação e nt re IAN e o risc o d e o b esidad e e m t od o o cic lo d e v ida. Sant os JV e t al., 2010 A mér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios esta do n u tr icio nal N as famílias e m IAN c oe xist em ex cesso d e p eso e o b esidad e e nt re cr ianças e uma p re valência substancial d e déficit d e cr escime nt o. A sit uação de IAN p od e estar r ela cio na da não so me nt e à dimin uição da q uant ida de d e alime nt os c omo `a p er da da q ualida de n u tr it iv a da die ta. Não há. Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. co nt in ua

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3386 G ue rr a LDS et al. Fo cos te mát ic os A u to r/A no c ont ine nt e/país c enár io A sp ect os r elacio nad os c onc lusões R ec ome ndações/ e st ratég ias d e ação Esta do N u tr icio nal (n = 9) H ac ke tt M e t al., 2009 A mér ica Lat ina e C ar ib e (C olômb ia) do micílios esta do n u tr icio nal, diar re ia, inf ecções respir atór ias, par asit oses R elação imp or tant e e nt re a sit uação d e IAN do miciliar e o estad o n u tr icio nal d e cr ianças que par ticipam d e p ro gr amas d e assistência alime ntar . e stud os fu tur os par a a valiar a p ro p osta d e inst rume nt o d e IAN e m dif er ent es mo me nt os e de poi s, pr oje tos d e int er ve nção par a d et er minar se esta f er rame nta r ep rese nta uma o pção c onfiáv el par a av aliar int er ve nções. Sungu ya BF e t al., 2014 Áfr ica ( Tanzânia) se rv iço de saúd e amb ulat or ial desn u tr ição e p rát icas alime ntar es C rianças d e d omicílios e m IAN ap rese ntar am desn u tr ição , baixa fr eq uência alime ntar e baix o esc or e d e di ve rsida de alime ntar . A baixa fr eq uência f oi asso cia da ao nanismo , baix o p eso e mag re za . Os fat or es asso cia dos à baixa fr eq uência d e alime ntação inc luír am baix o índic e de r iq ueza, baixa esc olar ida de mat er na e da cuida do ra, IAN e inf ecções r espir atór ias agudas . int er ve nções f ocadas no ag re gad o familiar , a fo rmação d e pr ofissio nais d e saúd e c om t re iname nt o em n u tr ição p od em aj udar no ap oio e na r ed ução de e quív oc os so br e alime nt os saudáv eis, cuidad or es p od em aj udar na u tilização eficie nt e d os alime nt os disp onív eis na r eg ião . C or de ir o LS e t al., 2012 Áfr ica ( Tanzânia) do micílio desn u tr ição A sit uação d e SAN d omiciliar p od e mit ig ar o estad o n ut ricio nal , p od end o p rot eg er os ad olesc ent es d os e fe it os ne gat iv os da desn ut rição so br e o d ese nv ol vime nt o c og nit iv o, cr escime nt o e dese nv ol vime nt o. e st ratég ias fo ca das no aume nt o da ing estão d e e ne rg ia e a me lho ra da di ve rsida de alime ntar e nt re famílias vulne ráv eis. P esq uisas que in vest igue m a SAN c omo um fat or d e p rot eção par a a saúd e. Ly ons AA e t al., 2008 A mér ica d o N or te (C ana dá) do micílios ob esida de A sso ciações e nt re ob esidad

e e IAN são mais

pr on uncia das q uand o são u tiliza dos os da dos au to re lata dos d e p eso e alt ur a. D ev e-se t er cuida do q uand o se u tiliza da dos au to re fe rid os par a e xaminar a r elação e nt re IAN e ob esidad e. P esq uisas par a c omp re ensão d e c omo a saúd e é influe ncia da p ela asso ciação e nt re esta do n u tr icio nal e IAN. e stud os lo ng itudinais po de riam aj udar a de linear a asso ciação e nt re o besida de e IAN. C ons umo alime ntar (n = 6) A nt unes MM e t al., 2010 Amér ica Lat ina e C ar ib e (B rasil) do micílios co ns umo alime ntar

A IAN das famílias c

omp ro me te a qualidad e da die ta infant il, r ed uzind o o co ns umo d e alime nt os p rot eic os, aume ntand o o c ons umo d e café e d e alime nt os d e alta d ensida de e ne rgét ica. Ações d e c ombat e à iAN , ações e d ucat iv as par a a me lho ria da q ualida de da die ta e m t oda a p opulação , em par ticular famílias e m IAN. A li D e t al., 2013 Ásia (B ang la desh, E tiópia e V ie tnam) do micílios di ve rsida de alime ntar e desn u tr ição C rianças q ue ap rese ntar am di ve rsidad e alime ntar não most rar am r elação e nt re IAN e desn u tr ição . int er ve nções par a a me lho ra da d esn ut rição infant il e co mbat e a IAN. P esq uisas q ue in vest igue m a q uant ida de e a q ualida de da die ta d e cr ianças, ou tr os p ot enciais me dia do res d o caminho e nt re IAN e d esn ut rição , tais co mo d oe nças infant is ou d ep ressão mat er na. Quadr o 3 . F oc os t emát ic os e est ratég ias par a at uação e m SAN e xt raíd os, r esp ec ti vame nt e, das c onc lusões e r ec ome ndações d os est ud os t ransv er sais c om ab or dag em q uant itat iv a (n = 49). B ase d e da dos P ubM ed, 2007-2016. co nt in ua

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