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COMPARATIVO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL EM CRIANÇAS ESCOLARIZADAS DE PERIFERIA E DO CENTRO DA CIDADE DE SORRISO -MT

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COMPARATIVO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL EM CRIANÇAS ESCOLARIZADAS DE PERIFERIA E DO CENTRO DA CIDADE DE SORRISO -MT

COMPARISON OF THE PREVALENCE OF CHILDHOOD OBESITY IN CHOOLED CHILDREN OF PERIPHERY AND THE CITY CENTER OF SORRISO – MT

SAARA AQUIDAUANA MACHADO

Acadêmica do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade Centro Mato-Grossense-FACEM

JOÃO RICARDO GABRIEL DE OLIVEIRA

Professor da Faculdade Centro Mato-grossense-Facem

RESUMO

A obesidade é considerada um dos principais problemas de saúde pública, visto que seu aparecimento atinge diferentes populações, inclusive a infantil, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças. O estudo apresenta a prevalência da obesidade infantil em crianças escolarizadas na faixa etária de 10-12 anos de idade que estudam em escolas públicas de periferia e em escolas privadas do centro da cidade de Sorriso, Mato Grosso. Na coleta de dados foi aplicado questionário envolvendo questões sobre histórico familiar, nível socioeconômico, nível de atividade física escolar e extra e frequência alimentar e uma avaliação antropométrica de peso, estatura e dobras cutâneas (triciptal e subescapular). O processamento estatístico dos dados obtidos foi realizado através da estatística descritiva inferencial utilizando como suporte a planilha do Excel Microsoft 2007. Foi realizado um cálculo de correlação linear para verificar a relação entre o índice de massa corporal e o percentual de gordura, bem como feita uma comparação das médias do índice de massa corporal mediante o Teste t-student a 5 % de significância para mostrar a incidência dos diferentes fatores estudados nas duas populações. Os resultados indicam o número de casos com excesso de peso mais alto nas escolas particulares do centro com influência do nível socioeconômico, histórico familiar e a falta de atividade física extra.As escolas públicas relacionaram-se com a prerelacionaram-sença de familiares obesos e a falta de atividade física extra. Na estratificação por sexo, o masculino das escolas públicas, relaciona-se com o histórico familiar como principal agente ao excesso de peso. Para o feminino o principal causador foi à ausência de atividade física fora da escola.

Palavras-chave: Obesidade; Escolares; Saúde; ABSTRACT

Obesity is considered one of the main problems of public health, since its appearance affects different populations, including children, being a risk factor for the

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development of several diseases. The study presents the prevalence of childhood obesity in schoolchildren aged 10-12 years who study in public schools in the suburbs and in private schools in the city center of Sorriso, Mato Grosso. In the data collection, a questionnaire was applied involving questions about family history, socioeconomic level, level of school and extra physical activity and feeding frequency and an anthropometric evaluation of weight, height and skinfolds (triceps and subscapular). Statistical processing of the data was performed using inferential descriptive statistics using the Microsoft Excel 2007 spreadsheet. A linear correlation calculation was performed to verify the relationship between body mass index and fat percentage, as well as a Comparison of means of body mass index using the Student's t test at 5% significance to show the incidence of the different factors studied in the two populations. The results indicate the number of cases with higher excess weight in private schools in the center influenced by socioeconomic level, family history and lack of extra physical activity. Public schools were related to the presence of obese relatives and lack of extra physical activity. In the stratification by sex, the masculine of the public schools, is related to the family history as main agent to the excess of weight. For the female, the main cause was the absence of physical activity outside of school.

Key words: Obesity; Schoolchildren; Cheers;

INTRODUÇÃO

A obesidade, atualmente, está atingindo proporções de caráter epidêmico, decorrente do acentuado número de casos em curto período de tempo. Sua prevalência é considerada um dos principais problemas de saúde pública, pois é um fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças. No Brasil, já é considerada a terceira doença nutricional, sendo superada apenas pela anemia e desnutrição (TARDIDO e FALCÃO, 2006). Dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO, 2009) mostram que aproximadamente 40,6% da população adulta apresentam excesso de peso. Na faixa etária pediátrica estudos nacionais demonstram prevalências de excesso de peso que variam entre 10,8% e 33,8% em diferentes regiões.

As complicações desencadeadas pela obesidade são diversas e, na infância, se torna um agravante para a saúde, devido às doenças não transmissíveis que está associada. De acordo com Fernandes (2008), Marcon e Gus (2007), combinada com a suscetibilidade genética, fatores ambientais e comportamentais, a obesidade é um distúrbio nutricional e metabólico, considerada uma doença crônica e multifatorial, associada ao acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo pelo balanço

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energético positivo, causando repercussões à saúde com a perda importante não só da qualidade de vida como da quantidade de vida.

Como fator potencializador do acúmulo excessivo de gordura corporal, tem-se o sedentarismo e os maus hábitos alimentares. Outros fatores predispostos à obesidade é a ampla utilização de meios de locomoção e ampla disponibilidade de lanches, refeições densamente calóricas, condições socioeconômicas favorecidas e a falta de percepção materna do sobrepeso em crianças (RECH et al., 2007; MENDES et al., 2009; SANTOS et al., 2007).

Hipóteses sobre o aumento descompensado da obesidade são levantadas por Marcon e Gus (2007), que destacam mudanças no padrão de vida, como o sedentarismo, favorecendo a obesidade nas pessoas predispostas geneticamente. O fator genético tem um papel importante na etiologia da obesidade, de acordo com os autores, estima-se que 40% a 70% da variação do fenótipo relacionado à obesidade sejam herdados, mas o fator ambiental, provavelmente, seja o principal determinante da epidemia da doença, uma vez que seu aumento expressivo aconteceu há poucas décadas. Este tempo não foi suficiente para provocar uma alteração genética, ao passo que, neste período, houve muitas alterações de comportamento, hábitos e estilo de vida.

Outros fatores associados ao aparecimento da obesidade são destacados pela ABESO (2009) como a etnia, diabetes gestacional, gestante fumante, baixo peso ao nascer, programas de suplementação alimentar, rápido ganho de peso nos primeiros anos de vida e, principalmente, mudança no estilo de vida e hábitos alimentares. Como principais fatores que aceleram o ganho de peso, destaca-se o aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples e gordura, ingestão de porções cada vez maiores associadas à redução de gasto energético e diminuição da prática de atividades e exercícios físicos.

Doenças que habitualmente eram observadas exclusivamente em adultos, como dislipidemia, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo II, cálculo na vesícula biliar, doenças respiratórias, alterações ortopédicas, síndrome metabólica e distúrbios psicossociais, hoje, justificando o impacto da obesidade ainda em idades precoces, surgem como importantes diagnósticos em crianças (MENDES et al., 2009; SBP, 2008; DALCASTAGNÉ et al., 2008; BONETTO et al., 2008).

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Em função de amenizar a incidência de casos de obesidade, órgãos públicos têm desenvolvido estratégias, como a desenvolvida pelo Ministério da Saúde, através do Programa de Saúde na Escola (PSE), as quais visam implementar metas e ações de promoção, prevenção, educação e avaliação das condições de saúde de crianças e adolescentes (PORTAL DA SAÚDE, 2012).

Desde 1995, a Organização Pan-Americana da Saúde, oficina regional da Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS) tem estimulado a Iniciativa Regional de Escolas Promotoras de Saúde, nos estados-membros da América Latina e Caribe, com finalidade de fortalecer suas ações de promoção da saúde na escola a partir de uma rediscussão e reflexão sobre atividades no campo da saúde escolar (SBP, 2005).

A promoção da saúde na escola é uma prioridade para a Opas/OMS, pois é um espaço que reuni crianças e adolescentes numa etapa crítica do crescimento e desenvolvimento, como também um ambiente de trabalho para professores, outros profissionais e representantes da comunidade educativa. A escola possui uma significativa relação com a família dos alunos e exerce um papel de destaque na comunidade. Desta forma, ela pode ser uma importante referência, influenciando práticas políticas, atitudes de alunos, professores, outros profissionais de educação e de saúde e seus familiares. Devido a esses fatores, a escola pode ser um espaço estratégico para a promoção da saúde (BRASIL, 2007).

Desta forma, este estudo tem objetivo de apresentar a comparação da prevalência da obesidade infantil entre escolares na faixa etária de 10 a12 anos de idade que estudam em escola pública de periferia e em escola privada do centro da cidade Sorriso-MT. Para este propósito foi avaliado o perfil antropométrico das crianças e investigado os fatores predispostos para a obesidade infantil.

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo conceitua-se em caráter epidemiológico de campo, sendo uma pesquisa descritiva desenvolvida pelo modelo de corte transversal, de natureza básica, com abordagem qualitativa e quantitativa.

A população foi constituída por 96 alunos de quinto e sexto ano, de ambos os sexos, que se enquadravam na faixa etária de 10 a 12 anos, sendo 54 crianças

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pertencentes de duas escolas públicas de periferia e 42 crianças de duas escolas particulares do centro da cidade de Sorriso-MT.

A amostragem foi aleatória duplamente estratificada, considerando-se os seguintes estratos: escolas públicas, escolas particulares, sexo masculino e sexo feminino. Todos os sujeitos pertencentes da população tiveram as mesmas possibilidades de serem escolhidos para participar da pesquisa, sendo utilizado como critério de inclusão a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Desta forma, a amostra das escolas públicas de periferia ficou composta por 20crianças de ambos os sexos e a das escolas particulares do centro por 19 crianças de ambos os sexos.

Para a realização da pesquisa e coleta de dados, inicialmente foi apresentado o projeto aos gestores da escola que após a leitura do mesmo, aprovaram e o documento de aceite, autorizando o início da coleta. Os pais ou responsáveis foram devidamente informados a respeito da pesquisa através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, instrumento no qual apresentou os objetivos propostos, os procedimentos da coleta dos dados, a garantia do anonimato, da liberdade de recusa e participação ou retirada do consentimento em qualquer fase da pesquisa, da garantia de qualquer esclarecimento que se fizer necessário, bem como certifica o mínimo ou nenhum risco a saúde física e integridade moral dos participantes, atendendo à resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (1996).

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado questionário semiestruturado, envolvendo perguntas fechadas e abertas, concebidas e organizadas de acordo com princípios metodológicos, respondidas pelo informante, sem a presença do pesquisador com objetivo de investigar o histórico familiar de obesidade, perfil socioeconômico, nível de atividade física e ao hábito alimentar.

As questões direcionadas ao histórico familiar identificaram a presença de pessoas obesas com parentesco próximo ao do indivíduo entrevistado. Para a avaliação da condição socioeconômica foi utilizado o questionário desenvolvido pela Associação Brasileira de Pesquisa (ABEP, 2010), que visa estimar o poder de compra das pessoas e famílias e o grau de instrução do chefe da família, com o intuito de classificar a população em termos de classes sociais. Este questionário determina as classes econômicas da seguinte forma: classe A1 (42 a 46 pontos),

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classe A2 (35 a 41 pontos), classe B1 (29 a 34 pontos), classe B2 (23 a 28 pontos), classe C1 (18 a 22 pontos), classe C2 (14 a 17 pontos), classe D (08 a 13 pontos) e classe E (0 a 07 pontos). Visando facilitar a classificação dos níveis socioeconômicos e por serem poucos avaliados foram agrupados em classe A, B, C, D e E.

No questionário de nível de atividade física foi observado o volume de atividade física realizada semanalmente, envolvendo atividade física escolar e atividade física extra. Para analisar a frequência alimentar das crianças foi utilizado um questionário desenvolvido por Guedes e Guedes (2006), através deste foi possível coletar informações sobre o consumo dos alimentos em particular ou do grupo de alimentos que o avaliado habitualmente ingere diária, semanal ou mensalmente.

A avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) foi realizado por meio da fórmula de Quetelet, determinada pela equação: IMC = Peso/Altura². Os índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas (peso, idade, altura). As medidas associadas ao peso corporal expressam a dimensão da massa corporal, ou seja, o conjunto de matéria orgânica e inorgânica que compõe os diferentes tipos de tecidos e elementos do corpo humano (GUEDES e GUEDES, 2006).

Foi empregada uma balança eletrônica da marca BS-2005D, com capacidade de aferição de 0 a 150 quilogramas (Kg), com precisão de 100 gramas (g). O IMC ou índice de Quetelet, também é considerado como a medida de escolha na padronização do diagnóstico da obesidade nas diferentes regiões do planeta. Para a classificação do enquadramento nas categorias do IMC foi empregada a Tabela de WHO Child Growth Standards (2006) publicada pela SBP em 2009.

O percentual de gordura foi avaliado através das dobras cutâneas. A espessura das dobras cutâneas corresponde às medidas de uma camada de pele e de tecidos subcutâneos destacados em pontos anatômicos específicos (GUEDES e GUEDES, 2006).

Para a mensuração das dobras cutâneas foi utilizado um compasso científico da marca Cescorf, com precisão de medida de 0,1 milímetros (mm). Foram realizadas três medidas sucessivas no mesmo local e foi considerado o valor

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mediano, na eventualidade de ocorrerem diferenças superiores a 5% entre uma das medidas e as demais no mesmo local, nova série de três medidas foi realizada.

Neste estudo, foram obtidas duas dobras cutâneas, triciptal e subescapular. A dobra subescapular expressa à gordura centralizada no tronco, a mais preditora de doenças associadas à obesidade, já a dobra triciptal é reconhecida como expressão da gordura periférica. A dobra cutânea subescapular foi mensurada a aproximadamente 1 cm abaixo do ângulo inferior da escápula, obliquamente ao eixo longitudinal. A triciptal foi determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braço em sua face posterior, na distância média entre a borda súpero-lateral do acrômio e o processo do olécrano da ulna. Para o cálculo do % gordura foram utilizadas as equações de Slaughter propostas por Guedes e Guedes (2006).

Como o suporte para os resultados das avaliações foi utilizado o programa Sistema de Avaliação e Prescrição da Atividade Física (SAPAF Jovem), versão 1.0. Os percentis de gordura foram classificados de acordo com a Tabela sugerida por Bristish Journal of Nutrition (1990).

O tratamento estatístico foi realizado através do programa Microsoft Office Excel 2007, sendo este em formato de arquivo de planilha. Os dados foram tabulados conforme as respostas obtidas. Para a análise dos mesmos foram utilizados procedimentos da estatística descritiva para a caracterização da amostra (porcentagem, média e desvio padrão) e a apresentação dos dados foram feitas através de tabelas e gráficos. Também foi realizado o Teste t a 5% de significância utilizando as médias do IMC obtidos em cada escola pesquisada, visando comparar se houve ou não diferença entre as escolas públicas de periferia e as escolas particulares do centro da cidade. Com o intuito de verificar a relação entre o IMC e o % gordura foi realizado o cálculo correlação linear através do programa Microsoft Office Excel 2007.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O IMC, segundo Souza (2010), é atualmente a ferramenta mais utilizada em estudos populacionais para o diagnóstico do excesso de gordura corporal considerado uma alternativa simples, não invasiva, rápida e barata. Os quadros a seguir apresentam os resultados obtidos do sexo masculino e feminino por escola pesquisada.

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A não identificação de casos de magreza em ambos os sexos e escolas neste estudo confirma a chamada transição nutricional, a qual nota-se a inversão dos indicadores nutricionais caracterizada pelo declínio substancial da desnutrição e em contrapartida pela ascensão da obesidade (FERREIRA e MAGALHÃES, 2006).

Tabela 1 IMC – Escola P Masculino Feminino Eutrofia 66,67% 90,91% Sobrepeso 11,11% - Obesidade 11,11% 9,09% Obesidade grave 11,11% - Fonte: Os autores (2016) Tabela 2 IMC – Escola C Masculino Feminino Eutrofia 83,33% 38,46% Sobrepeso - 53,85% Obesidade 16,67% 7,69% Obesidade grave - - Fonte: Os autores (2016)

A não identificação de casos de magreza em ambos os sexos e escolas neste estudo confirma a chamada transição nutricional, a qual nota-se a inversão dos indicadores nutricionais caracterizada pelo declínio substancial da desnutrição e em contrapartida pela ascensão da obesidade (FERREIRA e MAGALHÃES, 2006).

Após a aplicação do Teste t o valor obtido foi 0,57 significando que levando em consideração 5% de significância não houve diferença significativa entre as médias do IMC da Escola P e da Escola C.

Tabela 3

% de Gordura – Escola P

Masculino Feminino

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Revista Científica Cultural - O Futuro que Transforma - ISSN 2526-0766 Ed. 2 Vol 1 - 2017/2 www.cientifica.facem.com.br Página 9 Baixa 33,33% 9,09% Adequada 44,45% 72,73% Moderadamente Alta 11,11% 9,09% Alta - - Extremamente Alta 11,11% 9,09% Fonte: Os autores (2016)

As escolas particulares sobressaíram na maioria das classificações do % gordura, exceto na baixa, onde não apresentou nenhum caso, enquanto a Escola P teve predominância. Observou-se que os níveis de excesso de gordura subcutânea foram similares tanto para moderadamente alta como para excessivamente alta, assim como a Escola P.

Tabela 4 % de Gordura – Escola C Masculino Feminino Extremamente Baixa - 7,69% Baixa - 7,69% Adequada 66,66% 46,16% Moderadamente Alta 16,67% 30,77% Alta - 7,69% Extremamente Alta 16,67% - Fonte: Os autores (2016)

A presença deste índice elevado do % gordura na Escola C é esclarecida pelo fato que a puberdade é influenciada por diversos fatores, e um desses é a alimentação e o nível socioeconômico. Nas classes sociais mais favorecidas devido às melhorias das condições nutricionais e estímulos emocionais a menarca tende a acontecer mais cedo (VITALLE et al., 2003).

Quanto ao sexo feminino, os índices de excesso de peso da Escola C tiveram relação positiva com a presença de pessoas obesas na família (50%), ao nível socioeconômico (100%) e a falta de atividade física extra (37,50%). Entretanto, na Escola P o único indicador foi a falta de atividade física extra.

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Tabela 5

Fatores propensos ao excesso de peso – Escola P

FATORES Masculino Feminino

Histórico Familiar 100% -

Nível Socioeconômico - -

Atividade Física Extra 33.33% 100%

Fonte: Os autores (2016)

Com relação a condição socioeconômica, em diversos estudos foi notável a presença de excesso de peso em crianças que apresentavam nível socioeconômico mais favorecido (GIUGLIANO & CARNEIRO, 2004; SILVA et al., 2005; TANACA, 2008; NETTO-OLIVEIRA et al., 2010).

Tabela 6

Fatores propensos ao excesso de peso – Escola C

FATORES Masculino Feminino

Histórico Familiar - 50%

Nível Socioeconômico 100% 100%

Atividade Física Extra - 37,5%

Fonte: Os autores (2016)

Outro fator bastante influente para os índices de excesso de peso nesta pesquisa foi a ausência de atividade física extra, principalmente nas meninas pertencentes às classes socioeconômicas menos favorecidas.

Considerando a prática de atividade física escolar em ambas as escolas e sexos, foi possível verificar que todos participavam, sendo 02 sessões por semana com duração de aproximadamente 60 minutos cada. Este fato também foi observado por Guimarães et al. (2012) onde 98% dos escolares relataram participar das aulas de educação física curricular, e por Hallal et al. (2006), 99,1% das crianças avaliadas participavam de atividades curriculares de educação física dentro da escola.

As tabelas abaixo demonstram a influência das classes socioeconômicas no nível de atividade física extra, e estes mostraram uma forte relação entre as duas variáveis, pois as crianças pertencentes de classes mais favorecidas apresentam um elevado percentual de atividades físicas realizadas fora da escola.

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Tabela 7

Nível de atividade física extra em relação à classe Socioeconômica – Escola P

NÍVEL SOCIOECONÔMICO Masculino Feminino

A - - B 11,11% - C 44,45% 9,09% D - - Fonte: Os autores (2016) Tabela 8

Nível de atividade física extra em relação à classe Socioeconômica – Escola C

NÍVEL SOCIOECONÔMICO Masculino Feminino

A 66,66% 61,54%

B 16,67% 7,69

C - -

D - -

Fonte: Os autores (2016)

No sexo masculino, a maior prevalência de atividade física extra foi na classe A, todos frequentadores da Escola C, enquanto a classe C apresentou 44,45%, estes pertencentes à Escola P.

Os resultados encontrados no sexo feminino prevalecem com maior número de indivíduos praticantes de atividade física extra na classe A e alunos da Escola C. Já na classe B o percentual de sujeitos ativos de ambas as escolas são similares, apresentando uma média de 8,39% dos indivíduos de cada escola. Nas demais classe socioeconômicas não tiveram a ocorrência de participantes em atividades físicas extras.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o número de casos com excesso de peso foi mais alto nas escolas particulares do centro. Ao comparar os sexos masculinos as escolas públicas prevaleceram, no entanto nos sexos femininos as escolas particulares se

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sobressaíram. Entretanto, não foi verificada diferença significativa entre as médias dos IMC das escolas.

Foi observado que em ambos os sexos e escolas a classificação adequada prevaleceu. Porém, os índices de excesso de gordura subcutânea das escolas particulares, em ambos os sexos, foram maiores. Ao calcular a correlação linear observou-se uma relação positiva entre o IMC e % gordura.

As escolas públicas relacionaram-se com a presença de familiares obesos e a falta de atividade física extra, já as escolas particulares relacionaram-se ao histórico familiar, nível socioeconômico e a falta de atividade física extra. É importante destacar que o sexo masculino, frequentadores das escolas públicas, teve o histórico familiar como principal agente ao excesso de peso, logo o sexo feminino o principal causador foi à ausência de atividade física fora da escola. Entretanto, as escolas particulares, em ambos os sexos, apresentaram 100% de influência do nível socioeconômico.

Ao observar a frequência alimentar o sexo masculino de ambas as escolas apresentaram um consumo maior de pães, cereais, massas, carnes, ovos, 52 feijões, gorduras, azeites e açucares. Já no sexo feminino notou-se um maior consumo de gorduras, azeites e açucares por parte das escolas particulares. Através deste questionário foi possível observar que o consumo de frutas e verduras foi pouco independente da classe social correlacionando à literatura estudada, a qual destaca que a classe mais favorecida tem acesso a alimentos pobres nutricionalmente e que são muitas vezes influenciados pela mídia televisiva, enquanto a classe mais baixa por apresentarem condições econômicas desfavorecidas acaba por dar preferência a aquele alimento que dará saciedade à família.

Baseado nas evidências apresentadas no referido trabalho, ainda surge a necessidade de mais estudos no que concerne a essa população para que as entidades governamentais desenvolvam políticas públicas para promoção da saúde e prevenção de doenças relacionadas a obesidade e ao estilo de vida.

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