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ANÁLISE DO GRAU DE ALAVANCAGEM DAS EMPRESAS DO SETOR METALURGICO LISTADAS NA BOVESPA

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ANÁLISE DO GRAU DE ALAVANCAGEM DAS EMPRESAS DO SETOR METALURGICO LISTADAS NA BOVESPA

Delciane Mônica Gabbi1 Diego Saldo Alves2

RESUMO

O objetivo deste estudo é demonstrar o grau de alavancagem total das empresas em estudo bem como identificar possíveis fatores que contribuíram para tais indicadores. O estudo apresentado a seguir tem como tema a contabilidade financeira e consiste em uma análise das demonstrações contábeis de cinco empresas do setor metalúrgico listadas na BM&FBOVESPA. Apesar das variações verificadas ao longo da pesquisa, a conclusão aponta para uma posição favorável do grau de alavancagem das empresas analisadas.

Palavras-chave: Indicadores Financeiros, Endividamento, Alavancagem

ABSTRACT

The objective of this study is to demonstrate the overall leverage degree of the companies in study and how to identify the possible factors that contributed to such indicators. The following study presented has as its theme the financial accounting and it consists in an analysis of the financial statements in five companies in the metallurgical sector listed at BM & FBOVESPA. Despite the variations observed during the research, the conclusion points to a favorable position in the leverage degree of the companies analyzed.

Keywords: Financial Indicators, Debt, Leverage 1 INTRODUÇÃO

A contabilidade é uma das ciências mais antigas da humanidade e desde seu inicio teve foco voltado para o controle do patrimônio, bem como do fluxo financeiro dos comerciantes. Embora tenha evoluído em todos os aspectos, a contabilidade continua 1 Graduanda em Ciências Contábeis – Faculdade dom Alberto

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focada na administração patrimonial e financeira das empresas e é vista atualmente como uma das mais importantes e confiáveis fontes de informações para a tomada de decisões.

Os dados coletados pela contabilidade são apresentados aos seus usuários na forma das demonstrações contábeis. Essas demonstrações consistem em um resumo ordenado dos fatos administrativos e tem como finalidade demonstrar a situação financeira, econômica e patrimonial da empresa em determinada data.

Em uma sociedade capitalista e com mercado muito competitivo, se observa cada vez mais o surgimento de novas empresas e investimentos em empresas já existentes. Em ambas as situações, é necessário um aporte de capital, seja ele próprio ou de terceiros, para possibilitar o desenvolvimento.

A organização da empresa, quanto à necessidade de investimentos, é conhecida como estrutura de capital e embora muito complexa, é de fundamental importância para a gestão financeira da empresa, uma vez, que relacionada com outros indicadores como a rentabilidade e capacidade de pagamento, indica o êxito dos investimentos oriundos da tomada de capital externo.

A tomada de capital de terceiros é um procedimento bastante usado pelas empresas de capital aberto, principalmente as que são constituídas na forma de ações e embora muito comum tal atitude exige alguns cuidados por parte dos administradores, principalmente no que diz respeito aos índices de endividamento.

Se por um lado o endividamento é fundamental na obtenção de capital de giro e investimentos para a empresa, por outro, pode se tornar um fator de risco para a solvência da organização. Tomar recursos de terceiros torna-se rentável somente se o custo dos valores financiados for menor que o lucro obtido com o investimento desses valores, nesse caso constata-se que a empresa esta se alavancando financeiramente.

Porém, se o custo de capital superar os rendimentos e os índices de endividamento se manter elevados, a empresa corre o risco de não saldar seus compromissos, pois sua capacidade de pagamento estará comprometida. Diante o exposto se faz necessário um estudo sobre o que chamamos de alavancagem, o qual será desenvolvido em torno da seguinte questão: Como avaliar o grau de alavancagem total das empresas do segmento Metalúrgico Listados na Bovespa?

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No intuito de responder essa questão, o objetivo geral desse estudo é verificar a evolução e regressão do grau de alavancagem total das empresas do segmento Metalúrgico listadas na Bovespa. E tem-se como objetivos específicos à análise da alavancagem operacional e da alavancagem financeira

Considerando que as empresas de capital aberto possuem investimentos e investidores em outros países e que à apenas alguns anos a economia mundial sofreu um grande abalo, a relevância do presente estudo está na análise evolutiva da alavancagem total de uma amostra de empresas listadas na Bovespa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Contabilidade

É de conhecimento de todos que a contabilidade existe desde os primórdios da humanidade onde as civilizações pré-históricas já demonstravam preocupações em mensurar e controlar seu patrimônio utilizando fichas de barro para fazer seus registros.

No Brasil, a formação profissional na área contábil inicia-se por volta de 1754 quando o Brasil era Colônia de Portugal sendo que somente mais tarde foram abertas escolas com cursos na área contábil.

Segundo Oliveira e Nagatsuka (2002), o formato de contabilidade conhecida por nós atualmente veio a crescer na Itália para suprir as necessidades de controle oriundas das atividades geradas pelo capitalismo no século XVIII, difundindo-se pelo mundo inteiro a partir dessa data.

2.2As Demonstrações Contábeis

De acordo com Marion (2012), as demonstrações contábeis consistem na apre-sentação resumida e ordenada dos dados coletados pela contabilidade em um determi-nado período de tempo, normalmente um ano e tem como finalidade principal auxiliar seus usuários na tomada de decisões.

De acordo com a lei 11638 de 2007, são demonstrações contábeis obrigatórias o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, demonstração dos

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lu-cros e prejuízos acumulados, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, a demonstração do valor adicionado e as notas expli-cativas.

A Comissão de Valores Mobiliários, por meio da resolução 488 estabeleceu que,

As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados.

2.3. Indicadores De Estrutura de Capital

Os indicadores de estrutura de capital, também conhecidos como índices de endividamento, evidenciam a relação entre capital próprio (patrimônio liquido) e capital de terceiros (passivo).

Ching et al (2003), relata que “os índices de endividamento mostram o relacionamento entre as fontes de capital da empresa, isso é, a posição do capital próprio em relação ao capital de terceiros.

De acordo com Gitman (2010), os índices de endividamento demonstram o volume de recursos de terceiros investidos na empresa com a finalidade de gerar lucros. Quanto maior for o endividamento, maior será o risco de a empresa não conseguir honrar seus compromissos contratuais.

Segundo Marion (2012), os indicadores de endividamento, conhecidos também como indicadores de estrutura de capital, nos mostram a origem dos recursos investidos na empresa e nos permitem identificar aspectos importantes como se os recursos são próprios ou de terceiros e qual a forma de financiamento. De acordo com o autor, o ideal para as empresas seria que os financiamentos de curto prazo financiassem o ativo circulante enquanto o ativo não circulante deveria ser financiado em sua totalidade pelos financiamentos de longo prazo.

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empresa, a análise da estrutura de capital é apresentada por vários autores por meio dos indicadores de participação de capital de terceiros, composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido e imobilização de recursos não correntes.

O índice de participação de capital de terceiros segundo Matarazzo (2007), indica em termos percentuais quanto a empresa buscou de capital de terceiros para cada cem reais de capital próprio investido.

O indicador de Composição do Endividamento indica a classificação do capital de terceiros em curto e longo prazo. Para Marion (2012), quanto maior o percentual de en-dividamento de longo prazo, melhor será para a empresa, já se o percentual de divida de curto prazo prevalecer, a empresa poderá ter problemas na hipótese de a economia se tornar instável ou de o mercado sofrer uma reversão.

Na sequencia, Matarazzo (2007) traz o indicador de imobilização do patrimônio líquido que mostra em percentuais quanto do ativo permanente foi financiado pelo capi-tal próprio empresa.

O quarto indicador citado por Matarazzo (2007), é chamado de índice de imobili-zação de recursos não correntes e indica em termos percentuais a relação entre o ativo não circulante e os recursos não correntes compreendidos em exigível de longo prazo e patrimônio liquido.

2.4 Custo de capital

O custo de capital, segundo Gitman ( 2010, p. 432), “é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos projetos em que investe, para manter o valor de mercado de suas ações.” De acordo com o autor, o custo de capital é um conceito de extrema im-portância, pois funciona como uma ponte entre as decisões de investimento e a rique-za dos proprietários.

Ainda de acordo com o mesmo autor, é necessária a adoção de algumas premissas para a identificação da estrutura de custo de capital de uma empresa. A primeira premissa diz respeito ao risco que a empresa não seja capaz de fazer frente aos custos operacionais – risco econômico. Na sequencia o autor apresenta o risco financeiro que indica o risco de a empresa não cumprir suas obrigações financeiras

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Assaf Neto (2007, p. 267), diz que “o custo de capital equivale aos retornos exigi-dos pelos credores da empresa e por seus proprietários, e indica o retorno que a em-presa deve auferir em seus investimentos.”

Segundo o mesmo autor, para entendermos a formação do custo de capital de-vemos ter conhecimento dos conceitos de custo de capital de terceiros e custo de capi-tal próprio. O custo de capicapi-tal de terceiros (Ki), segundo Assaf Neto (2007) é resultante

da relação entre as despesas financeiras e os passivos gerados por esses encargos. Já o custo de capital próprio (Ke) mostra o custo de oportunidade, isto é, a melhor taxa de

retorno semelhante a que o investidor abdicou para investir no capital da empresa.

2.5 Alavancagem

De acordo com Gitman (2010, p. 468), “a alavancagem resulta do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar os retornos aos proprietários da empresa.” Ainda de acordo com o autor, existem três tipos básicos de alavancagem: alavancagem operacional, alavancagem financeira e alavancagem total.

Alavancagem operacional segundo Gitman (2010), é resultante da existência dos custos operacionais na estrutura de resultados da empresa. Para Assaf e Neto (2007), a alavancagem operacional revela, a partir da estrutura de custos a influência da variação no volume de atividades no lucro operacional da empresa.

Assaf e Neto (2007), ressalta que os custos e despesas fixas não representam valores constantes e sua relação está vinculada com o tempo e não com o volume de atividades. De acordo com o mesmo autor, a alavancagem operacional revela, a partir da estrutura de custos a influencia da variação no volume de atividades no lucro operacional da empresa.

A alavancagem financeira, segundo Gitman (2010, p.476), “ resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultados da empresa.” De acordo com o mesmo autor, podemos conceituar alavancagem financeira como o uso dos custos financeiros fixos para aumentar a variação de lucros.

Para Assaf e Neto (2007) alavancagem financeira é resultado da presença de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa. De acordo com o autor, o

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endividamento é interessante para a empresa somente se o retorno dos investimentos for maior que o custo de obtenção de capital.

Para Iudicibus (2008, p. 114), “ quando a alavancagem ou grau de alavancagem é maior que 1, o endividamento tem um efeito de alavanca, que é levado para o acionis-ta.”

O terceiro conceito básico de alavancagem engloba os dois conceitos já citados anteriormente e é chamado de alavancagem total. Segundo Gitman (2010), a alavancagem total pode ser definida como o uso combinado dos custos operacionais e financeiros para a ampliação da variação do lucro. Ainda de acordo com Gitman (2010, p. 480) “ sempre que a variação percentual no LPA resultante de uma dada variação percentual nas vendas, for superior a variação percentual nas vendas haverá alavancagem total.”

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A realização do presente trabalho teve inicio com uma pesquisa bibliográfica a partir da qual se deu a fundamentação teórica sobre o tema de pesquisa. A pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2008, p.50), “é desenvolvida mediante material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos.” Para Gil (2008), uma das principais vantagens desse procedimento de pesquisa é permitir ao investigador acesso a uma gama de informações mais ampla que a pesquisa direta.

Visando a busca de dados que possibilitam responder ao problema de pesquisa, foi desenvolvida também uma pesquisa documental. Esse procedimento segundo Gil (2008), vale-se de documentos elaborados com finalidades diversas e são voltados para a organização interna das empresas.

Por meio da pesquisa documental foram coletadas as demonstrações contábeis de cinco de um total de dezessete empresas do setor metalúrgico/siderúrgico listadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Os relatórios emitidos pelas empresas consistem no Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.

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Para a realização do presente trabalho foram analisadas as demonstrações contábeis no período de 2009 à 2013, as quais foram analisadas sob o foco econômico e financeiro.

4. COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Neste tópico será abordada a análise dos dados das empresas pertencentes à amostra. Serão analisados e descritos os indicadores de alavancagem operacional, financeira e total das empresas listadas na amostra de estudo.

4.1 Análise do Grau de Alavancagem Operacional – GAO

A tabela 18 evidencia o grau de alavancagem operacional das empresas em estudo que nada mais é do que a existência de custos fixos na estrutura de capital da empresa. De acordo com dados evidenciados na tabela 18, a empresa Ferbasa apresentou alavancagem operacional nos quatro primeiros anos analisados.

A referida empresa apresentou no primeiro ano de estudo grau de alavancagem operacional de 2,01% e não apresentou muita variação para o ano seguinte quando o grau de alavancagem passou a ser de 2,02%. Considerando que o grau de alavancagem operacional é obtido por meio da relação entre a variação percentual do LAJIR em relação à variação percentual nas vendas, o grau de alavancagem operacional dos anos citados significa que um aumento ou redução de x% nas vendas resultará em um aumento ou redução de 2x% no LAJIR.

No ano de 2011 a empresa apresentou seu maior grau de alavancagem operacional, 11,07% o que não impediu que no ano seguinte a empresa diminuísse a alavancagem operacional para 1,21%. No ultimo ano analisado a empresa apresentou 0,71% de alavancagem o que significa que a variação percentual do LAJIR foi inferior a variação percentual das vendas.

A empresa Fibam, que também esta evidenciada na tabela 18 apresentou alavancagem operacional em apenas dois dos cinco períodos analisados. De acordo

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com dados, nos anos de 2009, 2010 e 2013 a Fibam não apresentou alavancagem operacional já que seus indicadores foram negativos. O grau de alavancagem operacional de respetivamente -46,23%, -8,75% e -13,57%, nos mostra que embora a empresa tenha aumentado em x% suas vendas, seu lucro operacional teve variação negativa o que pode ser explicado pela elevação dos custos fixos na empesa. No ano de 2011 a empresa apresentou grau de alavancagem operacional de 16,12%, grau esse que no ano seguinte diminuiu para 7,53%.

De acordo com a tabela 18, a empresa Gerdau apresentou alavancagem operacional em três dos cinco períodos analisados. A empresa apresentava alavancagem operacional no ano de 2009 de 2,44 alcançando no ano seguinte alavancagem de 18,07%. A empresa voltou a apresentar alavancagem depois de dois anos quando no ano de 2013 alcançou grau de alavancagem operacional de 3,49%.

Ainda de acordo com a tabela 18 temos a empresa Aliperti que não apresentou alavancagem financeira apenas no primeiro ano de estudo. No ano de 2010 a empresa alcançou 2,17% de alavancagem operacional, indicador esse que se elevou para 31,79% no ano seguinte sendo esse seu maior nível dentro do período analisado. Embora tenha apresentado significativo declínio, no ano seguinte a empresa voltou apresentar alavancagem operacional que nessa ocasião foi de 2,88%. No ultimo ano analisado a empresa apresentou evolução da alavancagem alcançando 3,53%.

Por ultimo temos a empresa Vale que iniciou o período de estudo com grau de alavancagem operacional de 1,56% no ano de 2009, aumentou para 2,74% no ano seguinte e viu sua alavancagem diminuir no ano de 2011 quando alcançou 1,29%. No ano seguinte a empresa mostrou evolução e apresentou grau de alavancagem operacional de 3,65%. No ultimo ano do estudo a empresa apresentou grau negativo de alavancagem, isso significa que a variação positiva no lucro operacional não foi impulsionada por uma melhora nas vendas, logo a empresa não apresentou alavancagem operacional.

Tabela 1 - Grau de Alavancagem Operacional

Alavancagem Operacional – GAO %

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Ferbasa 0,71 1,21 11,07 2,02 2,01

Fibam -13,57 7,53 16,12 -8,75 -46,23

Gerdau 3,49 -2,54 -1,64 18,07 2,44

Aliperti 3,53 2,88 31,79 2,17 -660,49

Vale -32,58 3,65 1,29 2,74 1,56

Fonte: Elaborado pelo autor, (2015)

4.2 Análise do Grau de Alavancagem Financeira – GAF

Seguindo o estudo temos o grau de alavancagem financeira que resulta da presença de custos financeiros na estrutura de capital da empresa. O grau de alavancagem financeira das empresas em estudo estão demonstrados na tabela 19.

De acordo cos dados evidenciados na tabela 19, a empresa Ferbasa apresentou nos anos de 2009 e 2011, grau de alavancagem financeira de respectivamente 0,83% e 0,64%. Sempre que a alavancagem financeira for menor que 1 ou negativa, significa que o capital de terceiros não está gerando retorno para a empresa, pelo contrario, está consumindo capital próprio da empresa. O ano de 2010 foi único em que a empresa Ferbasa apresentou alavancagem financeira quando teve GAF de 3,05% o que significa que o capital de terceiros está contribuindo para gerar retorno para aos acionistas e investidores da empresa. Nos últimos dois períodos analisados, a Ferbasa apresentou alavancagem financeira de -0,48% em 2012 e – 1,50% em 2013 que significa que o uso de capital de terceiros não colaborou com a geração de lucros para a empresa.

Na sequencia, a tabela 19 evidencia a empresa Fibam que apresentou grau de alavancagem financeira em apenas três dos cinco anos analisados. A empresa em analise apresentou no ano de 2009, grau de alavancagem financeira de -2,50% se recuperando nos anos seguintes quando apresentou GAF de 1,03% em 2010 e 2,90% em 2011. No ano seguinte a empresa apresentou crescimento no grau de alavancagem financeira alcançando 98,33% fato esse que não impediu uma diminuição em 2013, ano que a empresa apresentou GAF de -0,33%.

A empresa Gerdau também está evidenciada na tabela 19 e das empresas em estudo foi a única que não apresentou GAF negativo em nenhum dois anos analisados. A referida empresa apresentou nos três primeiros anos de estudo grau de alavancagem financeira de 0,80% em 2009, 0,27% em 2010 e 0,89% em 2011. O ano de 2012 foi o

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único ano em que a empresa apresentou realmente apresentou grau de alavancagem: 1,69%. No período analisado o grau de alavancagem financeira diminuiu novamente para 0,62%.

A tabela 19 também evidencia a empresa Aliperti que apresentou no ano de 2009 grau de alavancagem financeira negativa, ou seja, o custo de capital não impulsionou um aumento no lucro. Nos três anos seguintes a empresa se recuperou e apresentou grau de alavancagem financeira de 1,40% em 2010, 1,20% em 2011 e 1,84% em 2012. No ultimo ano do estudo o grau de alavancagem financeira da empresa voltou a diminuir e fechou o ano em apenas 0,94%.

Por ultimo a tabela 19 evidencia os indicadores da empresa Vale que apresentou no primeiro ano do estudo grau de alavancagem financeira de 1,06%. Nos dois anos seguintes a empresa viu sua alavancagem financeira deixar de existir quando apresentou GAF de 0,93% em 2010 e -0,85% em 2011. No ano de 2012 a empresa apresentou crescimento no grau de alavancagem financeira alcançando 1,09% o que não impediu que no ano seguinte o grau de alavancagem financeira fosse negativo m 1,42%.

Tabela 2 - Grau de Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira GAF %

2013 2012 2011 2010 2009 Ferbasa -1,50 -0,48 0,64 3,05 0,83 Fibam -0,33 98,33 2,90 1,03 -2,50 Gerdau 0,62 1,69 0,89 0,27 0,80 Aliperti 0,94 1,84 1,20 1,40 -0,03 Vale -1,42 1,09 -0,85 0,93 1,06

Fonte: Elaborado pelo autor (2015)

4.3 Analise do Grau de Alavancagem Total – GAT

Finalizando o estudo temos a combinação da alavancagem operacional com a alavancagem financeira que chamamos de grau de alavancagem total. O grau de alavancagem total indica se a estrutura de custos fixos combinadas com o custo de capital de terceiros está contribuindo para que a empresa aumente o lucro por ação.

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grau de alavancagem total dor maior que 1. Por outro lado se o grau de alavancagem for menor que 1 ou negativo então o capital de terceiros combinados com a estrutura de custos fixos está consumindo com o capital da empresa.

O grau de alavancagem total das empresas listadas nesse estudo estão evidenciados na tabela 20. De acordo com os dados apresentados a empresa Ferbasa apresentou no ano de 2009, grau de alavancagem de 1,67%, indicador esse que demostrou crescimento no ano seguinte alcançando 6,16% em 2010 e 7,08% em 2011. No ano seguinte a empresa apresentou grau de alavancagem de -0,58% indicador que diminuiu ainda mais no ano seguinte alcançando -1,07%.

Na sequencia temos a empresa Fibam que apresentou grande variação no grau de alavancagem no decorrer do estudo. A empresa apresentou no primeiro ano do estudo GAT de 115,55%, indicador esse que regrediu no ano seguinte alcançando -9,03% e voltou a se elevar em 2011 quando alcançou 46,80%. No ano seguinte a apresa apresentou um considerável crescimento fazendo com que seu grau de alavancagem alcançasse o 740,82% No último ano do estudo embora tenha apresentado declínio, a empresa apresentou grau de alavancagem de 4,41%.

A empresa Gerdau também está evidenciada na tabela 20 e iniciou o estudo apresentando grau de alavancagem de 1,97%, indicador esse que cresceu no ano seguinte alcançando 4,91%. Nos dois anos seguintes a empresa apresentou grau de alavancagem negativa de -1,46% em 2011 e -4,28 em 2012. O ano de 2013 foi de crescimento no grau de alavancagem que alcançou 2,16%.

Na sequencia a tabela 19 evidencia a empresa Aliperti que entre as empresas estudadas foi a única a apresentar grau de alavancagem total em todos anos analisados. A empresa em estudo apresentou no ano de 2009 GAT de 18,56% e viu esse indicador diminuir para 3,04% no ano seguinte. Em 2011 a empresa voltou a apresentar crescimento no grau de alavancagem total alcançando 38,27% já em 2012 apresentou GAT de 5,30% e diminuiu ainda mais no ano seguinte quando alcançou 3,32%.

Por ultimo temos a empresa Gerdau que apresentou grau de alavancagem total de 1,65% em 2009 e 2,55% em 2010. No ano seguinte o indicador de alavancagem diminuiu alcançando -1,10%, porem nos anos seguintes se recuperou fazendo com que

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a empresa apresentasse no ano de 2012 grau de alavancagem de 3,96% e no ultimo período analisado grau de alavancagem de 46,13%.

Tabela 3 - Grau de Alavancagem Total

Alavancagem Total – GAT %

2013 2012 2011 2010 2009 Ferbasa -1,07 -0,58 7,08 6,16 1,67 Fibam 4,41 740,82 46,80 -9,03 115,55 Gerdau 2,16 -4,28 -1,46 4,91 1,97 Aliperti 3,32 5,30 38,27 3,04 18,56 Vale 46,13 3,96 -1,10 2,55 1,65

Fonte: Elaborado pelo autor, (2015)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo buscou evidenciar e avaliar o grau de alavancagem de uma pequena amostra de empresas do setor metalúrgico listada na bolsa de valores de São Paulo. A fim de responder o problema de pesquisa foi calculado e analisado o grau de alavancagem total das empresas Ferbasa, Fibam, Gerdau, Aliperti e Vale.

Após análise dos indicadores encontrados é possível concluir que a empresa Aliperti é a que mais está se beneficiando da estrutura de custos fixos e da presença de capital de terceiros para alavancar seus lucros pois foi a única a apresentar grau de alavancagem positivo nos cinco anos analisados.

A empresa Vale apresentou grau de alavancagem negativo em apenas um, dos cinco anos analisados nos permitindo concluir que, embora não tenha apresentado grau de alavancagem no ano de 2011 a empresa se recuperou e voltou a ter lucro maior que seus custos de capital e que isso aliado a sua boa estrutura de custos fixos manteve a empresa “alavancada” até o final de dois mil e treze.

A empresa Fibam apresentou grau de alavancagem negativo em apenas um dos anos analisados apresentando no ano de 2013 grau de alavancagem positivo embora modesto.

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analisados, porém, nos dois últimos períodos o grau de alavancagem foi negativo o que se deve principalmente à inexistência da alavancagem financeira na empresa, já que esse indicador foi negativo nos anos de dois mil e doze e dois mil e treze.

A exemplo da Ferbasa, a empresa Gerdau também apresentou dois períodos seguidos com grau de alavancagem negativa o que se explica pela inexistência de alavancagem operacional nos referidos anos.

Frente as conclusões descritas acima é possível responder ao problema de pesquisa do presente estudo: Como avaliar o grau de alavancagem total das empresas do segmento Metalúrgico Listados na Bovespa?

Analisando os dados referentes aos dois primeiros anos vemos que o grau de alavancagem é totalmente favorável às cinco empresas, com exceção apenas da Fibam. O terceiro período analisado indica alavancagem desfavorável para as empresas Vale e Gerdau. A empresa Vale se recuperou no exercício seguinte enquanto a Gerdau ainda manteve a alavancagem negativa no ano de 2012. Nos dois últimos períodos analisados apenas a Ferbasa e a Gerdau não apresentou grau e alavancagem.

De um modo geral podemos considerar o grau de alavancagem total das empresas listadas na amostra do estudo como favorável as mesmas, uma vez que, embora havendo oscilações, no ano de dois mil e treze quatro das cinco empresa analisadas apresentaram indicado maior que 1 o que significa que a estrutura de capital as mesmas é benéfica para seus acionistas e que esses estão aumentando seus lucros.

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Referências

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