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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Hospital Sousa Martins (Guarda)

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Academic year: 2021

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Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO 4º ANO / 2º SEMESTRE

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

SÍLVIA AL EXANDRA DA COSTA FARIAS SUPERVISOR NO LOCAL DE ESTÁGIO: ANABELA SANTOS DOCENTE ORIENTADOR: SANDRA VENTURA

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AVCs- Acidentes Vasculares Cerebrais

CAPS- Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde CAUL- Certificado de Autorização de Utilização do Lote COELL- Certificado Oficial Europeu de Libertação de Lote DCI- Denominação Comum Internacional da substância ativa DPOC- Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

FEFO- “First expired, First out”

FHNM- Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento HSM- Hospital Sousa Martins

MSRMR- Medicamento Sujeito a Receita Médica Restrita SF- Serviços Farmacêuticos

SPMS- Serviços Partilhados do Ministério da Saúde UCA- Unidade de Cirurgia de Ambulatório

UCI- Unidade de Cuidados Intensivos

UCIP- Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes ULS- Unidade Local de Saúde

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AGRADECIMENTOS

À Técnica de Farmácia, Anabela Santos, agradeço toda a disponibilidade com que me orientou, todos os conhecimentos técnico-científicos, deontológicos e éticos que me transmitiu e a confiança que depositou em mim e nas minhas capacidades ao longo deste estágio.

À equipa de profissionais que integra os Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins agradeço todo o auxílio e apoio que me prestaram no sentido de me integrar nesta experiência como profissional de saúde em farmácia hospitalar.

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“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”

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Figura 2- Armazém de medicamentos gerais………12

Figura 3- Área de distribuição………..…12

Figura 4- Laboratório………13

Figura 5- Área de lavagem e desinfeção de material………13

Figura 6- Área de reembalagem………14

Figura 7- Informação impressa num comprimido reembalado……….………24

Figura 8- Perfil Farmacoterapêutico da unidade de AVC’s do HSM………..………….31

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1. HISTÓRIA DO HOSPITAL SOUSA MARTINS ... 10

2. CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HSM ... 10

2.1. ARMAZÉM DE SOLUÇÕES DE GRANDE VOLUME E ARMAZÉM DE DESINFETANTES/ INFLAMÁVEIS ... 11

2.2. RECEÇÃO ... 11

2.3. ARMAZÉM DE MEDICAMENTOS GERAIS ... 11

2.4. ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO ... 12

2.5. LABORATÓRIO ... 13

2.6. ÁREA DE LAVAGEM E DESINFEÇÃO DE MATERIAL ... 13

2.7. ÁREA DE REEMBALAGEM ... 13

2.8. ATENDIMENTO RESERVADO ... 14

2.9. “OPEN SPACE”, SECRETARIADO E GABINETE DO RESPONSÁVEL ... 14

2.10. ARQUIVO, ARRECADAÇÃO, MATERIAL DE LIMPEZA E VESTIÁRIOS/ WC ... 14

2.11. SALA DE REUNIÃO/ PAUSA ... 15

2.12. RECURSOS HUMANOS ... 15

3. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS E CIRCUITO DO MEDICAMENTO ... 15

4. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO ... 16

4.1. PSICOTRÓPICOS, ESTUPEFACIENTES E BENZODIAZEPINAS ... 17

5. RECEÇÃO ... 18

6. ARMAZENAMENTO ... 19

6.1. ARMAZÉM DE MEDICAMENTOS GERAIS ... 19

6.1.1. Medicamentos termolábeis ... 20

6.1.2. Medicamentos de grande rotação ... 20

6.1.3. Anticoncecionais ... 20

(8)

6.1.7. Antídotos e medicação importada ... 20

6.1.8. Psicotrópicos e estupefacientes ... 21

6.1.9. Benzodiazepinas ... 21

6.1.10. Citotóxicos ... 21

6.1.11. Donativos ... 21

6.1.12. Suplementos nutricionais, papas lácteas e leites em pó ... 21

6.1.13. Plasma humano ... 21

6.2. ARMAZÉM DE SOLUÇÕES DE GRANDE VOLUME ... 22

6.3. ARMAZÉM DE DESINFETANTES/ INFLAMÁVEIS ... 22

6.4. MEDICAÇÃO DE AMBULATÓRIO ... 22

6.5. BOLSAS PARA NUTRIÇÃO PARENTÉRICA ... 22

7. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE ... 22

8. FARMACOTECNIA ... 23

8.1. REEMBALAGEM ... 23

8.2. PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS ... 24

9. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 25

9.1. DISTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL POR DOSE UNITÁRIA ... 27

9.1.1. Revertências ... 29

9.1.2. Devoluções ... 30

9.1.3. Limpeza e desinfeção das cassetes ... 31

9.1.4. Análise de um Perfil Farmacoterapêutico ... 31

9.2. DISTRIBUIÇÃO TRADICIONAL DE MEDICAMENTOS ... 33

9.3. DISTRIBUIÇÃO POR REPOSIÇÃO DE NÍVEIS... 34

9.4. DISTRIBUIÇÃO EM REGIME DE AMBULATÓRIO ... 36

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ANEXO I- Guia de Remessa ... 43

ANEXO II- Nota de Encomenda ... 44

ANEXO III- Boletim de Análise ... 45

ANEXO IV- Perfil Farmacoterapêutico ... 46

ANEXO V- Totais do Perfil Farmacoterapêutico ... 47

ANEXO VI- Requisição de Distribuição Tradicional ... 48

ANEXO VII- Distribuição para os Centros de Saúde ... 49

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INTRODUÇÃO

O seguinte relatório surge no âmbito do Estágio Profissional II do Curso de Farmácia- 1º Ciclo da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda. O estágio teve início dia 10 de fevereiro de 2014 e terminou no dia 16 de maio de 2014, na Unidade Local de Saúde da Guarda, mais propriamente nos Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins, com a supervisão da Técnica de Farmácia, Anabela Santos e orientação da docente Sandra Ventura.

O estágio teve a duração total de 500 horas distribuídas por treze semanas.

A Farmácia Hospitalar tem como finalidade assegurar a terapêutica necessária ao tratamento dos utentes com qualidade, segurança e eficácia.

O objetivo geral deste estágio foi preparar os alunos para a sua vida profissional, enquanto Técnicos de Farmácia. Uma vez que a minha escolha para este estágio foi a farmácia hospitalar, o objetivo foi participar nas várias etapas do circuito do medicamento identificando todos os intervenientes e procedimentos técnicos inerentes.

As várias etapas do circuito do medicamento incluem: a seleção e aquisição de medicamentos; a receção e conferência de encomendas; a execução e avaliação das técnicas e métodos de acordo com os recursos disponíveis; aplicação normas de higiene/ limpeza e desinfeção; arrumação técnica dos medicamentos e outros produtos de saúde; interpretação da prescrição terapêutica em meio hospitalar; participação nos vários sistemas de distribuição de medicamentos; verificação de lotes e prazos de validade; colaboração no registo de faltas de especialidades farmacêuticas; identificação e interpretação de formulações magistrais; preparação de manipulados de acordo com as boas práticas de preparação de manipulados; farmacovigilância. [1]

Na primeira semana os estagiários ambientaram-se ao funcionamento da farmácia, não havendo qualquer tipo de divisão, contudo fomos passando por todas as áreas da farmácia para termos uma ideia geral de tudo o que tinha de ser feito. A partir da segunda semana cada estagiário passou por uma secção diferente, ou seja, íamos trocando de secção a cada duas semanas para podermos fazer de tudo um pouco. As secções por onde passamos nessas semanas foram a dose unitária que se encontrava dividida por serviços, a receção e a reposição por níveis. Nas últimas duas semanas de estágio estivemos ainda distribuídos pela reposição tradicional, dose unitária do serviço de psiquiatria, reembalagem e etiquetagem de medicação.

Ao longo deste estágio foi ainda realizado um trabalho cujo objetivo era caracterizar o circuito de um ou mais medicamentos em farmácia hospitalar. Os medicamentos escolhidos

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foram os interferões β e peginterferões α. Este trabalho foi posteriormente apresentado nos Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins.

O relatório encontra-se estruturado de acordo com o Guia de Elaboração e Apresentação de Trabalhos Escritos da Escola Superior de Saúde da Guarda, e irá explicar o funcionamento e organização dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins, as diferentes áreas por onde passei, e as atividades que me foram possíveis realizar, baseando-me nos conhecimentos adquiridos nas aulas e nos conhecimentos adquiridos durante o estágio.

(12)

1. HISTÓRIA DO HOSPITAL SOUSA MARTINS

No final do séc. XIX a tuberculose matava milhares de portugueses. O médico Sousa Martins tinha indicações que o clima de altitude em Portugal tinha condições excecionais no tratamento da tuberculose pulmonar, por isso aconselhava a transferência de doentes para localidades de montanha. É nessa altura que é sugerida a criação de um sanatório na Guarda que acabara por receber pacientes de todos os pontos do país, sendo assim inaugurado a 18 de Maio de 1907. [2]

O Antigo Sanatório foi durante várias décadas do século passado “um incontornável” cartaz de divulgação da Guarda, projetando-a como a cidade da saúde. [2]

Atualmente o Hospital Sousa Martins (HSM) está integrado na Unidade Local de Saúde (ULS), conjuntamente com Hospital Nossa Senhora da Assunção (Seia) e doze centros de saúde do distrito da Guarda.

2. CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HSM

O HSM tem como principal objetivo a prestação de cuidados de saúde, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação da saúde dos utentes na região da Guarda sendo constituído por cerca de trezentas e cinquenta camas distribuídas por dezasseis serviços.

Os Serviços Farmacêuticos (SF) estão localizados no novo bloco do HSM (figura 1) mais propriamente no piso -1, e uma vez que estas instalações são bastante recentes, dispõem de ótima qualidade de infraestruturas e equipamentos.

O sistema informático utilizado para o aprovisionamento e gestão dos SF do HSM é o ALERT ERP®. Este sistema informático é imprescindível na realização das diversas tarefas competentes aos profissionais de saúde dos SF deste hospital, tais como a seleção e aquisição de medicamentos, a receção de encomendas, várias etapas da distribuição de medicamentos, etc.

Os SF são constituídos por diversas salas e armazéns de acordo com as necessidades dos mesmos. Cada sala ou armazém é destinado a uma determinada função, tal como irá ser explicado a seguir.

Existem salas nos SF que neste momento não são utilizadas para a função a que se destinam, como é o caso da sala que posteriormente será utilizada para a preparação de nutrição parentérica (onde agora apenas se armazena as bolsas para nutrição parentérica) e a sala que será utilizada para a preparação de citotóxicos. Estas são duas tarefas que ainda não são realizadas pelos profissionais de saúde dos SF do HSM.

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Figura 1- Novo bloco do HSM Fonte: Jornal Médico

2.1. ARMAZÉM DE SOLUÇÕES DE GRANDE VOLUME E ARMAZÉM DE DESINFETANTES/ INFLAMÁVEIS

Existem dois armazéns perto da área de receção, um para armazenamento de soluções de grande volume e outro para armazenamento de produtos inflamáveis e desinfetantes.

No armazém de soluções de grande volume encontramos os corretivos da volémia e das alterações eletrolíticas, sendo que alguns estão armazenados em prateleiras e outros em paletes distribuídas pelo armazém. No armazém de produtos inflamáveis encontramos diversos tipos de desinfetantes e antisséticos, armazenados em prateleiras por Denominação Comum Internacional da substância ativa (DCI).

2.2. RECEÇÃO

A área da receção tem acesso direto à rua para ser mais fácil a entrega de encomendas aos SF. É constituída por um balcão onde se encontra um computador para efetuar a receção das encomendas, um telefone para facilitar a comunicação interna entre esta área e as restantes e ainda um frigorífico para armazenar os produtos termolábeis.

Todas as encomendas são rececionadas nesta área seguindo depois para o seu local habitual de armazenamento.

A receção tem acesso direto também para o armazém de medicamentos gerais, para o armazém de soluções de grande volume, armazém de desinfetantes/inflamáveis e geral.

2.3. ARMAZÉM DE MEDICAMENTOS GERAIS

O armazém de medicamentos gerais (figura 2) é onde é armazenada a maior parte da medicação. Aqui os medicamentos são armazenados por ondem alfabética de DCI, por forma farmacêutica, por ordem crescente de dosagem e segundo a sua via de administração.

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Aqui encontramos diversas prateleiras, frigoríficos, uma arca congeladora, armários onde são armazenados citotóxicos, antídotos/ medicamentos importados e ofertas, dois cofres onde se armazenam os psicotrópicos e estupefacientes e um armário onde se armazenam as benzodiazepinas.

Este armazém tem acesso direto à receção como foi referido anteriormente, e à sala de distribuição.

Figura 2- Armazém de medicamentos gerais

2.4. ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO

Este é o local onde se fazem os vários tipos de distribuição e onde se encontram os Técnicos de Farmácia. (Figura 3)

Existem cinco postos para a realização desta tarefa, quatro deles estão destinados à distribuição de medicamentos por dose unitária e um para a distribuição tradicional e por níveis.

Cada posto de dose unitária tem ao seu dispor os medicamentos com maior rotação armazenados em gavetas, ordenados por ordem alfabética de DCI, por ordem crescente de dosagem e consoante a sua forma farmacêutica.

Existe também um balcão de receção para esta área dos SF, um lavatório, quatro computadores e um frigorífico onde são armazenados os produtos termolábeis que seguem posteriormente para os serviços, devidamente identificados com o nome do serviço e cama do utente (no caso da distribuição por dose unitária).

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2.5. LABORATÓRIO

Esta divisão (figura 4) dos SF está devidamente equipada para a preparação de formulações magistrais e preparados oficinais. Aqui podemos encontrar uma bancada com lavatório, balanças e muitos outros utensílios necessários à preparação de medicamentos manipulados.

Figura 4- Laboratório

2.6. ÁREA DE LAVAGEM E DESINFEÇÃO DE MATERIAL

Esta área (figura 5), como o próprio nome indica, é onde é feita a lavagem e desinfeção de material, nomeadamente de todas as gavetas das cassetes que regressam dos serviços. Está equipada com uma bancada com lavatório, e ainda algumas prateleiras. É aqui que se encontram os contentores de resíduos hospitalares.

Figura 5- Área de lavagem e desinfeção de material

2.7. ÁREA DE REEMBALAGEM

Esta área da farmácia (figura 6) é constituída por uma máquina reembaladora, um computador ligado à máquina reembaladora, uma bancada onde se encontra a reembaladora e vários utensílios indispensáveis ao correto reembalamento de medicamentos, como por exemplo luvas, compressas para desinfeção do material, etc.

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Figura 6- Área de reembalagem

2.8. ATENDIMENTO RESERVADO

Este local localiza-se perto da sala de distribuição e do “open space”, uma vez que é neste local que é feito o atendimento aos utentes em regime de ambulatório e aos Assistentes Operacionais (AO) dos serviços que se dirigem aos SF para levantar pedidos urgentes feitos pelos serviços clínicos.

É constituída por uma pequena secretária, uma janela (através da qual é realizado o atendimento), um frigorífico para armazenar medicamentos termolábeis dispensados aos utentes em regime de ambulatório e um armário onde estão também medicamentos destinados aos utentes em regime de ambulatório. Existe também uma campainha ao alcance de quem se dirige a esta área da farmácia.

2.9. “OPEN SPACE”, SECRETARIADO E GABINETE DO RESPONSÁVEL O “Open Space” é o local onde os farmacêuticos exercem as suas funções, sendo constituído por vários computadores e secretárias.

A área de secretariado é uma sala destinada aos assistentes técnicos, sendo estes os responsáveis pela gestão dos serviços farmacêuticos.

O gabinete do responsável pertence ao diretor dos SF, uma vez que este é o responsável pelos SF.

2.10. ARQUIVO, ARRECADAÇÃO, MATERIAL DE LIMPEZA E VESTIÁRIOS/ WC

O arquivo como o próprio nome indica é o local onde é arquivada toda a informação referente aos SF do HSM.

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Existe uma sala própria para armazenar produtos e equipamentos de limpeza e alguns dos cacifos dos funcionários, outra que serve de arrecadação e dois vestiários/wc equipados com cacifos, sanitas, lavatórios e chuveiros.

2.11. SALA DE REUNIÃO/ PAUSA

Este local é apropriado à realização de reuniões internas dos SF, e é também o local onde os profissionais podem fazer as suas refeições, etc. É constituída por uma mesa, cadeiras, sofá, bancada com lavatório e muitos outros utensílios inerentes a uma cozinha.

2.12. RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos são uma base essencial dos SF, assim sendo, dispor destes recursos em quantidade e qualidade necessárias é essencial para o bom funcionamento dos mesmos. Os recursos humanos dos SF do HSM são compostos por nove farmacêuticos, sendo um deles o diretor, sete Técnicos de Farmácia, três AO e três elementos administrativos.

3. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS E CIRCUITO DO MEDICAMENTO

Os serviços farmacêuticos são responsáveis pela gestão do medicamento (seleção e aquisição, receção e armazenagem, preparação, controlo, distribuição, informação, farmacovigilância, farmacocinética e farmácia clínica), pela implementação e monitorização da política de medicamentos, definida no Formulário Nacional de Medicamentos. [3]

No esquema 1 encontra-se esquematizado o circuito do medicamento em meio hospitalar.

Esquema 1- Circuito do medicamento no HSM

Seleção e

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As despesas dos serviços farmacêuticos hospitalares constituem a segunda maior rúbrica do orçamento dos hospitais, assim sendo é necessária uma gestão rigorosa na aquisição de medicamentos, recursos materiais e recursos humanos. [3]

As principais funções dos serviços farmacêuticos hospitalares são: [3]

A seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos;

O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e os dispositivos utilizados para a sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados, eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios clínicos;

A produção de medicamentos;

A análise de matérias-primas e produtos acabados;

A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de Cuidados Farmacêuticos;

A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos; A participação nos Ensaios Clínicos;

A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e sua preparação; A Informação de Medicamentos;

O desenvolvimento de ações de formação.

4. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

A seleção de medicamentos e outros produtos farmacêuticos para o hospital deve ter por base o Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento (FHNM) e as necessidades terapêuticas dos doentes do HSM.

A aquisição dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, é da responsabilidade do farmacêutico hospitalar, devendo ser efetuada pelos Serviços Farmacêuticos em articulação com o Serviço de Aprovisionamento. [3]

Nos SF do HSM existe uma lista dos produtos que fazem parte do stock e quando esses produtos atingem o seu ponto de encomenda (número de stock existente estipulado consoante as necessidades terapêuticas dos utentes do HSM) é necessário efetuar uma nova encomenda. O ponto de encomenda é o nível de reaprovisionamento, que nos indica quando é necessário fazer-se uma nova encomenda para repor o stock. Quando é atingido o ponto de

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encomenda, o computador gera automaticamente a lista dos produtos que atingiram esse ponto e é dado o alerta para que se faça a encomenda.

Os pontos de encomenda estão sempre a ser atualizados, pois existem produtos que em certas alturas se gastam mais do que em outras, por exemplo, se numa dada altura se estiver a gastar muito de um produto, o ponto de encomenda é mais elevado pois não se pode correr o risco de não haver stock suficiente, mas de um momento para o outro pode deixar de ser necessário um stock tão elevado, e então o ponto de encomenda passa a ser mais baixo para evitar a rutura dos produtos.

Os medicamentos dispensados em ambulatório têm um stock muito baixo devido ao seu elevado custo financeiro, por essa razão quando são dispensados, por norma é feita logo uma nova encomenda.

O farmacêutico hospitalar toma nota dos produtos a encomendar e entrega a lista nos serviços administrativos, para que eles efetuem a encomenda.

O Catálogo de Aprovisionamento Público da Saúde (CAPS) dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), comum para os hospitais de todo o país, contém uma série de medicamentos/ produtos farmacêuticos e respetivos laboratórios, que podem ser encomendados facilmente sem haver a necessidade de se abrir concurso.

Quando os produtos que são necessários não constam do CAPS, abre-se um concurso onde se contacta no mínimo três laboratórios diferentes para que eles façam as suas ofertas, ganhando o laboratório que oferecer as condições mais favoráveis de preço. Nenhuma encomenda é feita sem a autorização do diretor dos SF, da administração do HSM e dos serviços financeiros.

É importante referir que todas as encomendas são feitas sempre pela sua DCI, dosagem e forma farmacêutica.

4.1. PSICOTRÓPICOS, ESTUPEFACIENTES E BENZODIAZEPINAS

A requisição destas substâncias deve ser efetuada mediante preenchimento do Anexo VII. Cada anexo deve ser utilizado para um só tipo de substância. Este anexo acompanha a nota de encomenda emitida pelo serviço de aprovisionamento.

Dela fazem parte as seguintes informações: Número sequencial da requisição;

Número da nota de encomenda ao qual está associado; Nome do fornecedor ao qual se dirige a encomenda;

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Descrição dos medicamentos pretendidos: número de código, designação por DCI, forma farmacêutica, dosagem e quantidade pretendida.

5. RECEÇÃO

Depois de feita a seleção e aquisição dos medicamentos pelo coordenador dos serviços farmacêuticos, os medicamentos chegam à zona de receção da farmácia do HSM.

A receção de medicamentos e produtos de saúde implica: [3]

Conferência qualitativa e quantitativa dos medicamentos, produtos

farmacêuticos e dispositivos médicos;

Conferência da guia de remessa com a nota de encomenda;

Assinatura da nota de entrega e entrega de um duplicado ao transportador; Conferência, registo e arquivo da documentação técnica (certificados de

análise);

Registo de entrada do produto;

Envio do original da guia de remessa para o Serviço de Aprovisionamento; Envio dos produtos para armazenamento, tendo em atenção os critérios técnicos; A conferência de hemoderivados exige ainda a conferência dos boletins de

análise, dos certificados de aprovação emitidos pelo INFARMED e dos certificados de libertação de lote.

No HSM a primeira coisa a ser feita quando chegam as encomendas é retirar a guia de remessa (Anexo I) e entregá-la nos serviços administrativos, onde é anexada à nota de encomenda (Anexo II) dos SF. De seguida confere-se se o número da nota de encomenda corresponde ao número da guia de transporte.

Depois de conferida a encomenda, faz-se o registo de entrada dos medicamentos no computador, através do programa ALERT ERP®. Através do programa mencionado inserimos o lote do medicamento a ser rececionado, a quantidade de medicação que chegou a farmácia, o prazo de validade e o estado da encomenda e finalmente regista-se a receção da encomenda. Depois de feita a receção, a nota de encomenda é assinada pela pessoa que tenha efetuado a operação.

As matérias-primas devem vir acompanhadas dos respetivos boletins de análise e os medicamentos derivados do sangue ou plasma humano e as vacinas para além dos certificados de análise (Anexo III) vêm acompanhados de um Certificado Oficial Europeu de Libertação

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de Lote (COELL) e no caso de possuírem um COELL emitido por outro país, deverá ser emitido, pelo INFARMED um Certificado de Autorização de Utilização de Lote (CAUL). [4] Esta documentação é posteriormente arquivada por ordem de entrada.

A receção de plasma humano não é responsabilidade dos Técnicos de Farmácia, sendo um farmacêutico a realizar esta tarefa.

Os medicamentos termolábeis, ou seja que necessitam de estar no frio, são os primeiros a serem rececionados para poderem ser logo armazenados.

Depois de feita a receção, os medicamentos seguem para o armazém ou para o seu local habitual de armazenamento, onde são armazenados no local destinado aos mesmos.

6. ARMAZENAMENTO

O armazenamento de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos deve ser feito de modo a garantir as condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos. [3]

Após a receção, os medicamentos são acondicionados nos respetivos lugares devendo ter sempre em conta os prazos de validade.

No HSM o armazenamento de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos é feito nos seguintes locais:

Armazém de medicamentos gerais;

Armazém de soluções de grandes volumes;

Armazém de inflamáveis (desinfetantes e antisséticos);

Na área de atendimento reservado (onde existe um frigorífico e um armário onde são armazenados os medicamentos destinados a doentes em regime de ambulatório);

Na sala destinada à preparação de nutrição parentérica.

6.1. ARMAZÉM DE MEDICAMENTOS GERAIS

Neste armazém encontram-se armazenados os medicamentos termolábeis, os medicamentos de grande rotação, os anticoncecionais, o material de penso e muitos outros medicamentos e produtos farmacêuticos.

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6.1.1. Medicamentos termolábeis

Encontram-se armazenados nos diversos frigoríficos do armazém, (insulinas, vacinas, etc.) ordenados alfabeticamente por DCI, dosagem, forma farmacêutica e com etiquetas de identificação em cada prateleira.

6.1.2. Medicamentos de grande rotação

Estes medicamentos encontram-se num local de fácil acesso, por serem necessários com bastante regularidade. Alguns exemplos de medicamentos de grande rotação são as enoxaparinas sódicas, alguns antimicrobianos, etc.

6.1.3. Anticoncecionais

Os anticoncecionais como por exemplo os contracetivos orais, preservativos e dispositivos intrauterinos, estão armazenados em prateleiras específicas e devidamente identificados.

Este tipo de medicação é mais requisitada para os centros de saúde da região, por isso são armazenados separadamente do resto dos medicamentos de forma a facilitar o acesso aos mesmos no momento da sua distribuição.

6.1.4. Material de penso

Podemos encontrar diversas variedades destes produtos armazenados em prateleiras separadas do resto dos medicamentos.

Nestas prateleiras são armazenados também outros produtos farmacêuticos, como por exemplo, cremes hidratantes.

6.1.5. Reagentes para determinação da glucose e dos fatores bioquímicos

Estes reagentes encontram-se armazenados em prateleiras junto dos restantes medicamentos e produtos farmacêuticos. Nestas mesmas prateleiras podemos encontrar ainda esponjas hemostáticas.

6.1.6. Medicamentos para uso oftalmológico

Estes medicamentos encontram-se agrupados. São armazenados em prateleiras distintas e encontram-se ordenados alfabeticamente por DCI e ordem crescente de dosagem.

6.1.7. Antídotos e medicação importada

Estão armazenados alfabeticamente por DCI, dosagem e forma farmacêutica num dos armários existentes no armazém.

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Os antídotos apesar de estarem armazenados no mesmo armário encontram-se em prateleiras separadas da medicação importada.

6.1.8. Psicotrópicos e estupefacientes

Os psicotrópicos e estupefacientes são substâncias extremamente importantes para a medicina e as suas propriedades, desde que usadas de forma correta, podem trazer benefícios terapêuticos a um número alargado de situações de doença. [5]

Apesar das suas propriedades benéficas estas substâncias apresentam alguns riscos, podendo induzir habituação, e até dependência, quer física quer psíquica. [5]

Por estes motivos, estes medicamentos estão armazenados em dois cofres fechados existentes no armazém de forma a limitar o acesso aos mesmos.

6.1.9. Benzodiazepinas

Tal como os psicotrópicos e estupefacientes, as benzodiazepinas podem induzir a dependência física e psíquica e ainda tolerância. Assim sendo, este grupo de medicamentos encontra-se armazenado num armário fechado, também para limitar o seu acesso.

6.1.10. Citotóxicos

Os medicamentos citotóxicos estão armazenados alfabeticamente por DCI, dosagem e forma farmacêutica num dos armários do armazém.

6.1.11. Donativos

São medicamentos que são doados aos SF e que após a avaliação do seu estado e do seu prazo de validade dos mesmos são armazenados alfabeticamente por nome comercial num armário específico.

6.1.12. Suplementos nutricionais, papas lácteas e leites em pó

Os suplementos nutricionais encontram-se armazenados em prateleiras específicas perto dos medicamentos de grande rotação.

As papas lácteas e leites em pó encontram-se também armazenados em prateleiras específicas, mas separadamente dos suplementos nutricionais.

6.1.13. Plasma humano

É armazenado numa arca congeladora existente no armazém e que se encontra fechada. O plasma humano é armazenado consoante o tipo A, B, O e AB.

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6.2. ARMAZÉM DE SOLUÇÕES DE GRANDE VOLUME

Neste armazém são armazenados os corretores de volémia e das alterações eletrolíticas em paletes ao longo do armazém devidamente identificadas e em prateleiras também devidamente identificadas.

Aqui podemos encontrar soluções de cloreto de sódio e glucose em diversas concentrações e volumes, água destilada, etc.

6.3. ARMAZÉM DE DESINFETANTES/ INFLAMÁVEIS

Aqui são armazenados as soluções antisséticas e desinfetantes por ordem alfabética de DCI em prateleiras devidamente identificadas. Este armazém situa-se perto do armazém de soluções de grande volume.

6.4. MEDICAÇÃO DE AMBULATÓRIO

A medicação destinada a doentes em regime de ambulatório encontra-se armazenada na área de atendimento reservado, uma vez que é aqui que é feito o atendimento aos utentes em regime de ambulatório e torna-se então mais fácil o acesso a estes medicamentos.

Aqui a medicação encontra-se armazenada em frigoríficos (no caso dos produtos termolábeis) e num armário. A medicação encontra-se armazenada alfabeticamente por DCI, dosagem e forma farmacêutica.

6.5. BOLSAS PARA NUTRIÇÃO PARENTÉRICA

As bolsas para nutrição parentérica encontram-se armazenadas na sala que futuramente será destinada à preparação de nutrição parentérica. Aqui existem prateleiras devidamente identificadas onde são armazenadas as bolsas.

7. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE

O prazo de validade de um medicamento é o período de tempo no qual ele mantém as suas características físicas, químicas, microbiológicas, galénicas e farmacológicas. O controlo dos prazos de validade é essencial para que assim se possam evitar perdas e erros de administração por prazos de validade expirados.

No HSM os medicamentos e outros produtos farmacêuticos são armazenados tendo em conta aqueles que têm o prazo de validade mais curto, ou seja encontram-se armazenados segundo a técnica FEFO (first expire, first out).

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Se expirar o prazo de validade de um certo medicamento ou produto farmacêutico, deve-se procurar entender o motivo pelo qual o medicamento expirou o seu prazo de validade, sem que este tivesse sido consumido por nenhum serviço.

Algumas das causas podem estar associadas a uma diminuição de consumo, falhas no processo de armazenagem ou compras em quantidades excessivas. É importante analisar cada uma das causas para que se possam estabelecer medidas que previnam situações semelhantes no futuro.

8. FARMACOTECNIA

A farmacotécnia engloba a preparação de manipulados, a reembalagem de doses unitárias sólidas, as preparações assépticas (soluções e diluições de desinfetantes) e preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas.

Ao longo do meu estágio apenas tive a oportunidade de realizar a reembalagem de doses unitárias sólidas, pois mais nenhum procedimento é responsabilidade dos Técnicos de Farmácia dos SF do HSM.

8.1. REEMBALAGEM

A reembalagem de medicamentos unidose é efetuada de maneira a assegurar a segurança e qualidade do medicamento.

Os objetivos principais da reembalagem de medicamentos é permitir aos SF disporem dos medicamentos na dose prescrita, de forma individualizada, garantir a identificação do medicamento (DCI, dosagem, lote e prazo de validade) e ainda proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais. [3]

A reembalagem é feita na sala de reembalagem com o auxílio da máquina reembaladora. Antes de começar o processo a primeira coisa a ser feita é verificar se a área se encontra completamente limpa desinfetando todas as áreas onde será realizado o processo de reembalagem, depois introduzem-se os dados (lote, prazo de validade, nome genérico, dosagem e prazo de validade) no computador que está associado à reembaladora. Na execução de todo o processo de reembalamento é imprescindível a utilização de luvas.

Para evitar contaminações de um medicamento para outro não deve existir mais nenhum medicamento na área de trabalho para além daquele que está a ser reembalado. De seguida retiram-se as formas farmacêuticas orais sólidas da sua embalagem primária, verifica-se as condições do medicamento e coloca-verifica-se na reembaladora.

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Quando é necessário reembalar formas farmacêuticas orais sólidas que não existam nas doses prescritas, fracionam-se de forma a ficarem com a dosagem pretendida, no entanto nem todas estas formas farmacêuticas podem ser fracionadas, como é o caso das cápsulas.

Quando os medicamentos são reembalados, o prazo de validade fica reduzido a seis meses, uma vez que os medicamentos já entraram em contato com agentes externos. Temos de ter sempre em atenção o prazo de validade dos medicamentos pois há medicação em que o prazo de validade original é inferior a seis meses e nesses casos, quando introduzimos o prazo de validade, introduzimos aquela que corresponde ao prazo de validade de origem.

No caso de os medicamentos serem reembalados sem serem retirados do blister, mantêm-se o prazo de validade original do medicamento, uma vez que este não entrou em contato com agentes externos.

Na figura 7 podemos ver as informações necessárias que devem constar na embalagem reembalada de um meio de um comprimido de Metformina 1000 mg.

Figura 7- Informação impressa num comprimido reembalado

8.2. PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS

Hoje em dia, a preparação de manipulados é relativamente mínima, devido ao grande desenvolvimento da indústria farmacêutica. No entanto, a preparação de manipulados ainda é útil em certas situações:

Não existem no mercado todas as formas apropriadas, com dosagem adequada a um número significativo de doentes;

Alguns doentes são sensíveis ou alérgicos a certos componentes dos produtos comercializados e precisam de medicamentos especialmente preparados;

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Assim sendo, há necessidade de personalizar a terapia, consoante o utente e a patologia em causa.

Uma fórmula magistral é um medicamento preparado em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo receita que especifica o doente a quem o medicamento se destina. [6]

Um preparado oficinal é qualquer medicamento preparado segundo as indicações compendiais, de uma farmacopeia ou de um formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares, destinado a ser dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço. [6]

Atualmente não são preparados muitos manipulados nos SF do HSM, contudo estes possuem um laboratório, como já foi referido anteriormente para a preparação de alguns manipulados. Apesar de a preparação de manipulados ser uma das competências dos Técnicos de Farmácia, quando é necessário preparar alguma formulação magistral ou preparado oficinal é um farmacêutico que está responsável por realizar esse procedimento.

9. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

Esta é a atividade dos serviços farmacêuticos com mais visibilidade e onde mais vezes se estabelece o contato destes serviços com os serviços clínicos do hospital.

O HSM possui atualmente cerca de trezentas e cinquenta camas, distribuídas pelos vários serviços do hospital, sendo que, os serviços farmacêuticos fazem distribuição de medicamentos para os seguintes serviços:

Pneumologia; Cardiologia;

Ortopedia (homens e mulheres); Cirurgia (homens e mulheres); Medicina A e B;

Psiquiatria;

Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes (UCIP); Consultas externas;

Ginecologia;

Bloco operatório geral; Otorrino e oftalmologia;

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Pediatria e neonatologia; Obstetrícia; Oncologia; Banco de urgências; Urgência pediátrica; Neurologia; Dermatologia;

Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs); Gastrenterologia;

Unidade de Cirurgia de Ambulatório (UCA).

Fornece-se ainda medicamentos para os centros de saúde que fazem parte desta ULS: Guarda e USF Ribeirinha;

Manteigas; Sabugal; Almeida; Pinhel;

Figueira de Castelo Rodrigo; Gouveia; Seia; Celorico da Beira; Fornos de Algodres; Trancoso; Mêda.

Nos SF do HSM existem quatro tipos de sistema de distribuição de medicamentos: Distribuição por dose unitária;

Distribuição tradicional;

Distribuição por reposição de níveis; Distribuição em regime de ambulatório.

A forma como é feita a distribuição de medicamentos nos SF do HSM de acordo com as distribuições acima referidas, será descrita nos pontos que seguem.

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9.1. DISTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL POR DOSE UNITÁRIA

Este tipo de distribuição é o método mais fiável para distribuição de medicamentos pois garante uma maior eficácia e eficiência, permitindo o acompanhamento farmacoterapêutico do doente.

A distribuição em dose unitária é feita consoante a prescrição médica e em doses prontas a serem administradas num período de 24h a um determinado doente.

O médico efetua a prescrição médica manualmente, de seguida o farmacêutico recebe essa prescrição e os medicamentos não são dispensados até que o farmacêutico tenha validado a prescrição. Através das prescrições médicas o farmacêutico constrói o perfil farmacoterapêutico (Anexo IV) de cada serviço e este é enviado para a sala de distribuição da farmácia, onde os Técnicos de Farmácia dispensam os medicamentos prescritos. O perfil farmacoterapêutico de cada doente contém, o serviço clínico, a data da prescrição, a designação do medicamento por DCI, dosagem, forma farmacêutica e via de administração.

Não são todos os serviços hospitalares que recebem a distribuição de medicamentos por dose unitária, no HSM apenas os serviços de cardiologia, neurologia e dermatologia, pneumologia, psiquiatria, UCIP, medicina A e B, ortopedia homens e mulheres, cirurgia homens e mulheres, unidade de AVCs, gastrenterologia e oncologia recebem este tipo de distribuição.

Os medicamentos em dose unitária são enviados em cassetes (esquema 2), estas cassetes são compostas por gavetas que possuem três ou quatro divisórias. Na primeira divisória colocam-se os medicamentos que são para serem administrados ao pequeno-almoço, na segunda divisória os que são administrados à hora de almoço, e por fim na terceira divisória colocam-se os que são administrados ao jantar e aqueles que são apenas utilizados em SOS (no caso de as cassetes possuírem quatro divisórias os medicamentos SOS são enviados na quarta divisória).

O perfil farmacoterapêutico vem com indicações de posologia (uma, duas, três, quatro vezes ao dia ou em SOS) deste modo cabe ao técnico de farmácia interpretar o perfil.

Por norma os medicamentos que são administrados uma vez ao dia ao doente são colocados na primeira divisória da gaveta para serem administrados ao pequeno-almoço, a não ser que venha alguma indicação no perfil que indique que o medicamento deva ser administrado a uma altura específica do dia (por exemplo à noite). Os medicamentos que são administrados ao doente duas vezes ao dia (12/12h) são colocados na primeira e na terceira divisória da gaveta a não ser que venha indicado de outra forma, os que são administrados três

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são administrados quatro vezes ao dia são colocado na primeira, segunda, terceira e quarta divisória.

Esquema 2- Gaveta de distribuição por dose unitária

Aquando da preparação da distribuição em dose unitária o Técnico de Farmácia deve estar com a máxima atenção ao que vem descrito no perfil farmacoterapêutico, nomeadamente:

Forma farmacêutica do medicamento e dosagem;

Data de início e fim do tratamento com um determinado fármaco;

Dias em que a administração é feita (uma vez que há medicamentos que não são tomados continuamente);

Possíveis erros de prescrição;

Qualquer outra informação importante que possa vir descrita no perfil.

As gavetas são atualizadas diariamente com o nome dos doentes, o serviço e a cama do doente, uma vez que cada gaveta contém apenas os medicamentos a serem administrados a um determinado doente.

Às sextas-feiras a distribuição em dose unitária é feita a triplicar, pois como esta é preparada em quantidades suficientes para 24h, a medicação para sábado e domingo é dispensada na sexta-feira e segue para os serviços também nesse dia.

A distribuição em dose unitária é feita por quatro técnicos: o técnico A é responsável por realizar a distribuição em dose unitária dos serviços de cardiologia, neurologia e dermatologia, pneumologia e UCI, o técnico B é responsável pela medicina B, ortopedia homens/gastrenterologia, cirurgia homens e unidade de AVCs, o técnico C é responsável pela medicina A, ortopedia mulheres, cirurgia mulheres e oncologia e o técnico D apenas é

4ª Divisória 3ª Divisória 2ª Divisória 1ª Divisória SOS/ Noite Jantar Almoço Pequeno-almoço

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responsável pela psiquiatria uma vez que tem mais tarefas ao seu encargo como a distribuição para os centros de saúde.

Existe um stock de medicamentos na sala de distribuição para facilitar a realização da dose unitária. Cada técnico dispõe do seu próprio stock de apoio consoante os serviços para os quais está a dispensar os medicamentos. Neste stock os medicamentos são guardados em cassetes parecidas com aquelas que seguem para os serviços, cada gaveta da cassete contém determinados medicamentos, que são arrumados alfabeticamente por DCI e consoante a sua forma farmacêutica e dosagem, nas gavetas e devidamente identificados, ou seja, prontos a serem colocados nas gavetas do doente a que se destinam, assim o técnico dispõem de maior parte da medicação que necessita para a realização desta tarefa.

Depois dos medicamentos serem colocados nas respetivas gavetas, o Farmacêutico e o Técnico de Farmácia vem conferir se a medicação está colocada corretamente nas gavetas. Os medicamentos são conferidos por um farmacêutico e por um técnico, o farmacêutico que vem conferir um determinado serviço nunca é o mesmo que fez o perfil farmacoterapêutico do mesmo, assim como o técnico que confere nunca é o mesmo que fez a preparação da dose unitária desse serviço, desta maneira torna-se mais fácil a identificação de erros, caso estes existam.

Depois de conferidos, os medicamentos são levados para os respetivos serviços clínicos por um AO, em carrinhos apropriados para o transporte dos mesmos.

Quando há medicamentos termolábeis na distribuição por dose unitária, são colocados no frigorífico que está na sala de distribuição, devidamente identificados com o serviço e cama do doente a que são destinados, e uma etiqueta é colocada em cima da cassete do serviço, para dar conhecimento aos AO que existem medicamentos no frigorífico para serem transportados juntamente com as cassetes. Deste modo os medicamentos permanecem no frigorífico até á hora de serem levados para os serviços clínicos.

Com este método de distribuição há um maior controlo de stocks, há uma diminuição de erros na terapêutica, há redução nos custos com medicamentos e é possível proceder às alterações da terapêutica (introdução, adição ou eliminação) caso seja necessário.

9.1.1. Revertências

Depois de administrados os medicamentos aos utentes, as cassetes regressam aos SF. Todos os dias chegam as cassetes dos dias anteriores, que podem conter medicamentos que não chegaram a ser administrados ao doente. Os Técnicos de Farmácia tem a responsabilidade de reverter esses medicamentos nos totais dos perfis farmacoterapêuticos (Anexo V), mais

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propriamente, na folha de totais que vem anexada aos perfis, antes de ser dada a saída desses medicamentos no sistema informático, ou seja, do valor total de medicamentos que chegaram revertidos á farmácia, subtraímos esses medicamentos ao valor que esta na folha de totais.

Para dar saída dos medicamentos que são distribuídos em dose unitária recorre-se ao sistema informático ALERT ERP®, onde se cria uma requisição do serviço.

Para criar uma requisição do serviço basta preencher um cabeçalho onde inserimos a categoria do produto, o centro de responsabilidade, o serviço em questão, o perfil e a descrição (Dose unitária). Depois de preenchido o cabeçalho basta introduzir o código de cada medicamento e a quantidade requerida. Para finalizar confirma-se a requisição e envia-se.

Por norma nunca se dá saída dos medicamentos que saíram para os serviços no próprio dia, aguarda-se pelo menos um dia para que possamos debitar os medicamentos revertidos que só chegam no dia seguinte, antes de se ter dado saída deles, ou seja, é como se os medicamentos nunca tenham saído da farmácia.

Verifica-se sempre se os medicamentos regressaram em condições apropriadas e se ainda estão dentro do prazo de validade, caso estas condições se verifiquem os medicamentos são arrumados no respetivo lugar, depois de feita a revertência.

Se por acaso os medicamentos não estiverem dentro do prazo de validade ou não se encontrem nas devidas condições (por exemplo se a embalagem estiver danificada) estes são colocados no contentor de resíduos hospitalares de tipo III que se encontra na sala de lavagem e desinfeção de material. Nestes casos os medicamentos não são debitados nos totais dos perfis farmacoterapêuticos, uma vez que não voltam a entrar no stock dos SF.

As revertências são feitas por um Técnico de Farmácia, que normalmente fica responsável por fazer as revertências dos serviços para os quais dispensou esses medicamentos.

Depois de serem dadas as saídas dos medicamentos dispensados em dose unitária, os perfis farmacoterapêuticos são armazenados em local apropriado no arquivo dos SF.

9.1.2. Devoluções

Quando não é possível debitar os medicamentos nos perfis, é feita uma devolução no computador para que esses medicamentos voltem a fazer parte do stock da farmácia.

Para efetuar uma devolução no sistema informático, basta ir aos movimentos do produto na opção “outros movimentos” e preencher um cabeçalho semelhante ao que é feito para criar uma requisição de um serviço, no entanto é necessário indicar que se trata de uma

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devolução dos serviços. De seguida introduz-se o código do medicamento, a quantidade devolvida e o motivo da devolução. Para finalizar basta registar a devolução.

9.1.3. Limpeza e desinfeção das cassetes

Este passo é importantíssimo para prevenir infeções hospitalares, assim sendo nenhuma cassete segue para os serviços com os medicamentos sem terem sido previamente limpas e desinfetadas.

9.1.4. Análise de um Perfil Farmacoterapêutico

É através do perfil farmacoterapêutico que os Técnicos de Farmácia do HSM realizam a distribuição por dose unitária e como tal é importante que estes saibam identificar a medicação que é administrada ao doente de forma a evitar possíveis erros de dosagem, forma farmacêutica, posologia, etc.

Assim sendo, foi feita uma análise de um perfil farmacoterapêutico (figura 8) de um doente do sexo masculino internado na unidade de AVC’s do HSM.

Figura 8- Perfil Farmacoterapêutico da unidade de AVC’s do HSM

Carvedilol 6,25 mg- Este fármaco pertence ao grupo farmacoterapêutico 3.4. anti hipertensores mais propriamente ao grupo 3.4.4.2.3 bloqueadores beta e alfa. O carvedilol é um bloqueador beta está indicado no tratamento da hipertensão arterial, na angina de peito, certas perturbações do ritmo cardíaco, hipertiroidismo, cardiomiopatia hipertrófica, certas formas de trémulo e, em alguns casos na prevenção da enxaqueca.

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No período pós enfarte de miocárdio, pode ainda ter utilidade na limitação da área do enfarte e da tensão da parede. [7]

Enoxaparina Sódica 80 mg/0,8 ml inj. SC- Pertence ao grupo farmacoterapêutico 4.3. anticoagulantes e antitrombóticos, mais especificamente ao grupo 4.3.1.1. heparinas. A enoxaparina sódica é uma heparina de baixo peso molecular, sendo utilizada no tratamento e profilaxia da trombose venosa em cirurgia geral, cirurgia ortopédica, embolismo pulmonar, angina instável e enfarte do miocárdio sem ondas Q. [7]

Furosemida 40 mg- Este fármaco pertence ao grupo farmacoterapêutico 3.4. anti hipertensores mais propriamente ao grupo 3.4.1.2. diuréticos da ansa. A furosemida está indicada na remoção de edema causado por insuficiência cardíaca e por doenças hepáticas ou renais. Está também indicada em situações de oligúria, no tratamento urgente de hipercalcemia e na hipertensão arterial. [7]

Brometo de Ipratrópio 0,25 mg/2 ml solução inalatória- Pertence ao grupo farmacoterapêutico 5.1. antiasmáticos e broncodilatadores mais propriamente ao grupo 5.1.2. antagonistas colinérgicos. Na forma de aerossol é usado no tratamento prolongado da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), na bronquite crónica, no enfisema e no tratamento da asma. [7]

Nitroglicerina 4,8 mg sistema transdérmico- A nitroglicerina pertence ao grupo farmacoterapêutico 3.5. vasodilatadores, mais especificamente ao grupo 3.5.1. antianginosos. Está indicada no tratamento da angina de peito e na insuficiência cardíaca como adjuvante. [7]

Pantoprazol 40 mg pó para solução injetável- Pertence ao grupo farmacoterapêutico 6.2. antiácidos e anti ulcerosos, mais propriamente ao grupo 6.2.2.3. inibidores da bomba de protões. Está indicado no tratamento da úlcera péptica, esofagite de refluxo, síndrome de Zollinger-Ellison e erradicação do H. pylori, em associação. [7]

Piperacilina 4000 mg + Tazobactam 500 mg pó para solução injetável- Este fármaco pertence ao grupo farmacoterapêutico 1.1. antibacterianos, mais especificamente ao grupo 1.1.5. associações de penicilinas com inibidores das lactamases beta. Está indicado no tratamento de infeções graves devidas a microrganismos gram positivo, gram negativo ou anaeróbios resistentes aos

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antimicrobianos de primeira escolha. Está ainda indicado no tratamento de infeções polimicrobianas, infeções no doente neutropénico em associação com um aminoglicosídeo. [7]

Ramipril 5 mg- Pertence ao grupo farmacoterapêutico 3.4. anti hipertensores, mais propriamente ao grupo 3.4.2.1. inibidores da enzima de conversão da angiotensina. Está indicado no tratamento da hipertensão arterial, no tratamento da insuficiência cardíaca, na disfunção ventricular pós enfarte e na prevenção da nefropatia e retinopatia diabéticas. [7]

Sinvastatina 20 mg- Pertence ao grupo farmacoterapêutico 3.7. antidislipidémicos. A Sinvastatina é uma estatina que está indicada no tratamento da hipercolesterolemia e da dislipidemia mista. [7]

Tiamina 100 mg/ 2 ml solução injetável- Este fármaco pertence ao grupo farmacoterapêutico 11.3. vitaminas e sais minerais mais propriamente ao grupo 11.3.1.2. vitaminas hidrossolúveis. A tiamina ou vitamina B1 é uma vitamina essencial no metabolismo de hidratos de carbono. É utilizada em casos de défice de vitamina B1 causada por uma dieta inadequada. [7]

Posso concluir com a análise deste perfil farmacoterapêutico que o doente sofreu um enfarte do miocárdio, de acordo com o diagnóstico médico. O doente tem ainda hipercolesterolemia, défice de vitamina B1 e uma infeção microbiana.

9.2. DISTRIBUIÇÃO TRADICIONAL DE MEDICAMENTOS

Este método de distribuição pode ser definido como uma resposta direta aos pedidos efetuados pelos serviços clínicos consoante as suas necessidades.

No HSM a distribuição de medicamentos em sistema tradicional é feita semanalmente para cada serviço clínico. As requisições são feitas informaticamente pelo enfermeiro responsável pelo serviço, depois de feita a requisição é enviada para a farmácia, onde os técnicos procedem á distribuição da medicação pedida. Todas as requisições antes de chegarem à sala de distribuição são validadas por um farmacêutico responsável.

Na farmácia os técnicos podem imprimir a requisição (Anexo VI) ou então recorrer à ajuda do PDA para dispensar a medicação. Quando o Técnico de Farmácia deteta ruturas no stock do armazém deve sempre contactar a pessoa que efetuou o pedido.

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No final do atendimento das requisições, o Técnico de Farmácia faz a conferência dos medicamentos dispensados e dá saída dos mesmos no sistema informático, ou através do PDA. Os medicamentos são colocados organizadamente em caixas devidamente identificadas com o nome do serviço a que se destinam. Depois de distribuídos e conferidos os medicamentos são levados para os serviços por um AO.

Existem dias estipulados para os serviços fazerem os seus pedidos, sendo que os medicamentos que são pedidos num dia, só seguem para os serviços no dia a seguir.

Quando existem requisições de última hora ou que por alguma razão não foi pedida na requisição normal, nesses casos é feita uma nova requisição pelos serviços e um AO do serviço dirige-se à farmácia para levar o pedido para os serviços.

Todos os serviços recebem medicamentos por distribuição tradicional com exceção daqueles que recebem os medicamentos pelo sistema de distribuição por reposição de níveis. O sistema de distribuição tradicional de medicamentos pode ser também definida como um complemento à distribuição por dose unitária, contudo existem serviços que apenas recebem distribuição tradicional, como é por exemplo o caso dos serviços de consultas externas, bloco operatório geral, UCA, bloco de obstetrícia e centros de saúde.

Neste sistema de distribuição são dispensados todos os tipos de medicamentos bem como corretores volémia, desinfetantes, pensos, etc.

É através deste sistema que dispensamos os medicamentos, produtos e dispositivos médicos para os centros de saúde desta ULS, sendo que as requisições são feitas uma vez por mês (Anexo VII). Existe também dias estipulados do mês para estas requisições serem enviadas para os centros de saúde.

Este sistema de distribuição oferece facilidade de acesso aos medicamentos para uso imediato e diminui os pedidos efetuados à farmácia, contudo torna-se mais difícil para a farmácia controlar por exemplo o correto armazenamento dos medicamentos e aumenta o potencial de erros na terapêutica.

9.3. DISTRIBUIÇÃO POR REPOSIÇÃO DE NÍVEIS

Neste sistema de distribuição de medicamentos, há reposição de stocks nivelados de medicamentos previamente definidos pelos farmacêuticos, enfermeiros e médicos dos respetivos serviços clínicos.

A reposição dos stocks de medicamentos no HSM é feita todas as semanas para os diferentes serviços que recebem este tipo de distribuição, sendo eles os serviços de

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ginecologia, pediatria, obstetrícia, UCI cardiologia, otorrino/ oftalmologia e banco de urgências.

Os dias de semana estabelecidos para a reposição de stocks nivelados são: Quarta-feira- ginecologia;

Quinta-feira- obstetrícia, otorrino/oftalmologia e pediatria; Sexta-feira- UCI cardiologia e banco de urgências.

A primeira coisa a ser feita para repor os stocks é o inventário das cassetes ou carrinhos, uma vez que nos serviços da pediatria e banco de urgências a reposição de stocks é feita em carrinhos (figura 9) que possuem gavetas iguais às das cassetes. Para fazermos o inventário contamos os medicamentos existentes nos carrinhos/cassetes e inserimos essa mesma quantidade no PDA, depois de estar tudo inventariado é feita uma sincronização com o computador para termos acesso às quantidades que temos de repor nas gavetas. Depois de feita a sincronização imprime-se a folha com o total de medicamentos que é necessário repor (Anexo VIII), ou então consultam-se diretamente através do PDA.

É muito importante verificar o prazo de validade e estado dos medicamentos que constam no stock destas gavetas. Uma vez que apenas repomos nas gavetas a quantidade que falta para atingir o nível estipulado, os medicamentos que já estavam nas gavetas à mais tempo podem estar fora do prazo de validade e danificados, assim sendo cada vez que é feito o inventário verificam-se sempre se os medicamentos estão em condições de seguir novamente para os serviços.

Os serviços que possuem distribuição por reposição de níveis não possuem outro sistema de distribuição.

O carrinho do banco de urgências é aquele que regressa aos SF praticamente vazio, e este serviço é aquele que faz mais pedidos urgentes à farmácia por não dispor dos medicamentos no carrinho que repõe o seu stock semanal. Seria uma boa opção a reposição por níveis deste serviço ser feita mais vezes por semana, pois as necessidades deste serviço justificam uma quantidade superior de stock.

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Figura 9- Carrinho do serviço de pediatria

9.4. DISTRIBUIÇÃO EM REGIME DE AMBULATÓRIO

Este sistema de distribuição, resulta da necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas, em consequência de efeitos secundários graves, necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também pelo fato de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100% se forem dispensados pelos Serviços Farmacêuticos Hospitalares. [3]

A dispensa destes medicamentos é feita pelos farmacêuticos, e apoiado por um sistema informático que assegura a confidencialidade dos dados. Apenas são dispensados medicamentos para doentes que estejam a ser seguidos por um médico do HSM. Os doentes dirigem-se à farmácia para levantar os medicamentos, sempre acompanhados da receita médica, onde tem sempre de constar o nome do doente e o nome do médico prescritor.

Os medicamentos que são dispensados em regime de ambulatório, são apenas medicamentos que só existem em meio hospitalar, por esse motivo são Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Restrita (MSRMR).

MSRMR são aqueles cuja utilização é reservada a certos meios especializados por preencherem uma das seguintes condições: [8]

Destinarem-se a uso exclusivo hospitalar, devido às suas características farmacológicas, à sua novidade, ou por razões de saúde pública;

Destinarem-se a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em meio hospitalar ou estabelecimentos diferenciados com meios de diagnóstico adequados, ainda que a sua administração e o acompanhamento dos pacientes possam realizar-se fora desses meios;

Destinarem-se a pacientes em tratamento ambulatório, mas a sua utilização seja suscetível de causar efeitos adversos muito graves, requerendo a prescrição de

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uma receita médica, se necessário emitida por especialista, e uma vigilância especial durante o período de tratamento.

As seguintes patologias são legisladas para cedência de medicamentos em regime de ambulatório: [9]

Artrite Reumatoide, Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriática, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular e Psoríase em placas – Despacho n.º 1845/2011, de 12/01, despacho n.º 17503-a/2011, de 29/12 e despacho n.º 14242/2012, de 25/10;

Fibrose Quística – Despacho 24/89, de 2/2; Portaria nº 1474/2004, de 21/12; Doentes insuficientes crónicos e Transplantados renais – Despacho n.º

11619/2003, de 22/05, Despacho n.º 14916/2004, de 02/07, retificação nº 1858/2004, de 07/09, Despacho nº 25909/2006, de 30/11, Despacho n.º 10053/2007 de 27/04 e Despacho n.º 8680/2011 de 17/06;

Doentes insuficientes renais crónicos – Despacho n.º 6370/2002, de 07/03, Despacho n.º 22569/2008, de 22/08, Despacho n.º 29793/2008, de 11/11 e Despacho n.º 5821/2011, de 25/03;

Indivíduos afetados pelo VIH – Despacho nº 6 778/97, de 7/8 e despacho nº 5772/2005, de 27/12/2004;

Deficiência da hormona de crescimento na criança, síndrome de turner, perturbações do crescimento, síndrome de prader-willi, terapêutica de substituição em adultos – Despacho n.º 12455/2010, de 22/07;

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – Despacho n.º 14094/2012, de 16/10; Síndrome de Lennox-Gastaut – Despacho nº 13 622/99, de 26/5;

Paraplegias espásticas familiares e ataxias cerebelosas hereditárias, nomeadamente a doença de Machado-Joseph – Despacho n.º 19 972/99 (2.ª série), de 20/9;

Profilaxia da rejeição aguda do transplante cardíaco alogénico, Profilaxia da rejeição aguda de transplante hepático alogénico e Profilaxia da rejeição aguda de transplante renal alogénico - Despacho n.º 3069/2005, de 24/01, despacho n.º 15827/2006, de 23/06, despacho n.º 19964/2008, de 15/07, despacho n.º 8598/2009, de 26/03, despacho n.º 14122/2009, de 12/06, despacho n.º 19697/2009, de 21/08, despacho n.º 5727/2010, de 23/03, despacho n.º

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5823/2011, de 25/03, despacho n.º 772/2012, de 12/01, e despacho n.º 8345/2012, de 12/06;

Doentes com hepatite C – Portaria n.º 194/2012, de 18/04;

Esclerose Múltipla (EM) – Despacho n.º 5775/2005, de 18/02, despacho n.º10303/2009, de 13/04, despacho n.º12456/2010, de 22/07 e despacho n.º 13654/2012, de 12/10;

Doentes acromegálicos – Despacho n.º 652/2005, de 06/04;

Doença de Crohn ativa grave ou com formação de fístulas – Despacho n.º 30994/2008, de 21/11;

Hiperfenilalaninemia- Despacho n.º 1261/2014, de 14/01.

No HSM os medicamentos fornecidos são apenas aqueles que são necessários para fazer um mês de tratamento (apesar da prescrição feita pelo médico ser para seis meses), ao fim desse mês os doentes têm de se dirigir aos serviços farmacêuticos para levantarem os medicamentos para o mês seguinte.

Neste sistema de distribuição, também podem ser fornecidos medicamentos de uso exclusivo hospitalar aos doentes que não são abrangidos pelas patologias legisladas, por exemplo no momento em que têm alta, pois pode ser necessário concluir o tratamento em casa, e nesses casos o hospital dispensa esses medicamentos para garantir a terapêutica do doente.

Quando os doentes se dirigem em regime de ambulatório aos SF do HSM pela primeira vez, é feita uma inscrição para que constem os dados do doente, bem como os medicamentos de que ele necessita, assim, pode ter-se sempre em stock os medicamentos necessários para garantir o tratamento dos doentes.

A ficha de inscrição é arquivada conjuntamente com a prescrição, que tem de contemplar o nome do doente e o do médico prescritor.

O farmacêutico tem a responsabilidade de fazer o seguimento farmacoterapêutico do doente, avaliando sempre a adesão à terapêutica.

Existem certas situações em que são dispensados medicamentos em regime de ambulatório, que não são abrangidos pelas patologias acima referidas. Se um utente necessitar de um medicamento de uso exclusivo hospitalar, os SF podem dispensar esse medicamento para que o utente não interrompa a terapêutica.

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10. REFLEXÃO CRÍTICA

A equipa com que tive oportunidade de trabalhar, foi uma equipa fantástica, com espirito de equipa e sempre dispostos a esclarecer todas as dúvidas que me foram surgindo. Existe um ambiente bastante bom nos SF do HSM, tanto entre técnicos, como farmacêuticos e até mesmo com os AO, assim sendo tornou-se bastante fácil a integração na farmácia.

O facto de já ter estagiado no 2º ano de licenciatura nos SF do HSM permitiu-me uma adaptação muito mais rápida às tarefas que se desempenham em farmácia hospitalar.

As novas instalações dos SF são consideravelmente melhores do que as anteriores, em termos de espaço e qualidade de infraestruturas, o que permite uma melhor organização dos mesmos.

Gostei de todas as áreas por onde passei, mas a que me despertou mais interesse foi a dose unitária, uma vez que é aqui que podemos ter um contato mais direto com a terapêutica do doente.

Tive pena de não serem preparados muitos manipulados e de não serem os técnicos de farmácia os responsáveis pela execução desta tarefa, por isso não tive oportunidade de fazer a preparação de nenhum.

A preparação de citotóxicos e nutrição parentérica neste momento também não são responsabilidade dos técnicos, sendo assim, são os enfermeiros que fazem essas preparações em instalações que se encontram fora dos SF. Futuramente estas preparações passarão a ser realizadas nos SF, uma vez que as novas instalações possuem condições para a realização destas tarefas.

Nos SF do HSM também não existem KARDEX nem sistema de distribuição através de Pyxis, mas acho que os objetivos principais deste estágio foram cumpridos, pois consegui perceber o circuito do medicamento numa farmácia hospitalar, sentir a responsabilidade que é a nossa profissão e consegui ainda perceber o que é na verdade ser um Técnico de Farmácia num serviço farmacêutico hospitalar.

Apesar de esta experiência não ser totalmente nova, não me arrependo do local que escolhi para esta última etapa enquanto estudante de farmácia pois apesar de não possuírem os melhores recursos disponíveis conseguem realizar da mesma maneira e com a mesma eficácia as tarefas que lhes são atribuídas, e aconselho o HSM para estágio em farmácia hospitalar, pois ali com pouco faz-se muito.

Apesar de sermos muitos estagiários na farmácia o estágio foi bem orientado, conseguiram dividir-nos de forma a não prejudicarem a nossa aprendizagem, e tivemos

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sempre o apoio de pelo menos um técnico para esclarecer as nossas dúvidas e orientar as nossas tarefas.

Este estágio foi sem dúvida muito importante sendo mesmo essencial para o nosso percurso como estudantes, é aqui que conseguimos compreender na realidade tudo o que nos é ensinado, e de outra maneira não conseguiríamos interiorizar tão bem aquilo que nos é explicado nas aulas.

Referências

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