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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Verallia Portugal, S.A. (Figueira da Foz)

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(1)

dIPG

daGuarcIa

Polyteehnic oí Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Gestão

Filipe José Martins Alves outubro

1

2017

(2)

Gesp.010.03

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

FILIPE JOSÉ MARTINS ALVES

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM GESTÃO outubro/2017

(3)

Filipe Alves (2017) ii | P á g i n a

Ficha de Identificação

Aluno: Filipe José Martins Alves Nº de aluno: 1011788

Curso: Licenciatura em Gestão

Estabelecimento de ensino: Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG)

Instituto Politécnico da Guarda (IPG)

Docente orientadora na ESTG-IPG: Professora Dr.ª Maria Manuela dos Santos Natário Grau académico: Doutoramento em Economia

Empresa acolhedora do estágio: Verallia Portugal, S.A. Morada: Rua da Vidreira, nº 68

Fontela, Vila Verde 3090-641 Figueira da Foz

Telefone: +351 233 403 100

CAE: 23131 - Fabricação de vidro de embalagem

Supervisor na entidade: Dr.ª Sandra Patrícia Félix Nogueira Rodrigues Grau académico: Licenciatura em Administração e Gestão de Empresas

Duração do estágio: 400 Horas Início do estágio: 05 de junho de 2017 Conclusão do estágio: 18 de agosto de 2017

(4)

Filipe Alves (2017) iii | P á g i n a

Plano de Estágio

Ao longo do estágio curricular, os objetivos propostos pela supervisora na empresa Dr.ª Sandra Nogueira, passaram pelas seguintes áreas de trabalho:

➢ Apresentação das áreas a frequentar durante o estágio e procedimentos de segurança a adotar;

➢ Faturação;

➢ Gestão de clientes;

➢ Contabilidade de fornecedores; ➢ Contabilidade analítica.

(5)

Filipe Alves (2017) iv | P á g i n a

Agradecimentos

O presente relatório de estágio, marca a conclusão de mais uma etapa fundamental da minha vida. Foram três anos em que pude contar com o apoio de muitas pessoas na concretização dos meus objetivos. Por isso quero deixar aqui o meu agradecimento. Um especial agradecimento aos meus pais e irmã, por todas as condições disponibilizadas, e por toda a força, motivação e apoio ao longo destes anos. Também um agradecimento aos meus restantes familiares, por toda a ajuda nos momentos necessários. Agradeço à minha orientadora, professora Manuela Natário por todo o apoio na realização deste relatório, e por toda a ajuda ao longo destes três anos de ensino.

Quero deixar o meu agradecimento à Verallia Portugal, pela oportunidade de realização do estágio, bem como a todos os elementos da área Administrativa-Financeira e de Recursos Humanos, nomeadamente à Dr.ª Célia Carrasqueiro pela aceitação do estágio, e à supervisora na entidade Dr.ª Sandra Nogueira. Um agradecimento especial a todos os colegas com quem tive o prazer de trabalhar, salientando o Filipe Paiva, Anabela Rodrigues, Conceição Santos e Cristina Vieira por todos os conhecimentos transmitidos e momentos de convívio pelos quais passamos.

Aos amigos que a Guarda me ofereceu, devo-lhes também um agradecimento por toda a ajuda prestada assim como os momentos de convívio. Quanto aos amigos de “infância”, também tenho de agradecer, uma vez que mesmo apesar da distância sempre conseguimos manter o contacto e prestar o auxílio necessário uns aos outros.

(6)

Filipe Alves (2017) v | P á g i n a

Resumo

Este relatório de estágio foi desenvolvido no âmbito do Estágio curricular realizado, visando a conclusão da licenciatura em Gestão. O estágio com duração de 400 horas foi realizado no período compreendido entre 5 de junho de 2017 e 18 de agosto de 2017. Como as normas da empresa preveem, o primeiro dia de estágio foi reservado para o conhecimento das regras de segurança e higiene da Verallia, bem como das respetivas áreas a frequentar durante o período de estágio.

O trabalho desenvolvido na Verallia Portugal, uma empresa produtora de embalagens de vidro, teve por base o departamento de contabilidade da empresa, mais especificamente a secção de fornecedores. Para além do trabalho realizado nesta secção, também o apoio na secção de clientes foi prestado, sempre que era necessário.

O presente relatório resume, no primeiro capítulo, a apresentação e caracterização da empresa e no segundo capítulo as atividades realizadas no estágio na Verallia.

Palavras-Chave: Gestão, Estágio, Embalagens de vidro, Fornecedores, Clientes.

(7)

Filipe Alves (2017) vi | P á g i n a

Índice

Ficha de Identificação... ii

Plano de Estágio ... iii

Agradecimentos ...iv

Resumo ... v

Índice ...vi

Índice de Figuras ... viii

Índice de Quadros ... viii

Lista de siglas ... ix

Introdução ... 1

Capítulo I - Apresentação da Empresa Acolhedora do Estágio ... 2

1.1. Nota Introdutória I ... 3

1.2. Localização das Instalações em Portugal ... 4

1.3. Missão, Visão e Valores do Grupo Verallia ... 5

1.5. Organigrama da Verallia Portugal ... 8

1.6. Política de Gestão Integrada ... 10

1.7. Verallia no Mundo ... 13

1.8. O Vidro ... 14

1.9. Fluxograma e Processo de Fabrico do Vidro de Embalagem ... 15

1.9.1. Matérias-primas ... 16 1.9.2. Forno de Fusão ... 17 1.9.3. Moldagem ... 17 1.9.4. Arca de Recozimento ... 18 1.9.5. Máquinas de Controlo ... 19 1.9.6. Expedição ... 20 1.10. Produtos ... 20

1.11. A Indústria do Vidro em Portugal ... 23

Capítulo II – Atividades Realizadas Durante o Período de Estágio ... 26

2.1. Nota Introdutória II ... 27

2.2. Sistema de Arquivo ... 28

2.3. Correspondência ... 30

2.4. Fornecedores... 30

2.4.1. Pedido e Faturação de Compras ... 31

(8)

Filipe Alves (2017) vii | P á g i n a

2.4.3. Pagamento de Faturas ... 34

2.5. Clientes ... 35

2.5.1. Abertura de Conta de Cliente ... 36

2.5.2. Compra de Mercadorias ... 36

2.5.3. Expedição das Encomendas ... 37

2.5.4. Processamento e Arquivo das Faturas ... 39

2.5.5. Pagamento da Dívida ... 42

2.5.6. Arquivo dos Comprovativos de Pagamento ... 43

2.6. Outras Informações ... 44

Conclusão ... 45

Referências ... 47

(9)

Filipe Alves (2017) viii | P á g i n a

Índice de Figuras

Figura 1: Localização das Instalações ... 4

Figura 2: Porto da Figueira da Foz ... 5

Figura 3: Estação Ferroviária da Figueira da Foz ... 5

Figura 4: Análise SWOT ... 8

Figura 5: Organigrama da Verallia Portugal ... 10

Figura 6: Números Verallia 2016 ... 14

Figura 7: Processo de Fabrico ... 16

Figura 8: Matéria-Prima no Tapete Rolante ... 17

Figura 9: Vidro Fundido ... 17

Figura 10: Moldagem do Vidro ... 18

Figura 11: Arca de Recozimento ... 19

Figura 12: Controlo de Qualidade ... 19

Figura 13: Paletização das Embalagens de Vidro ... 20

Figura 14: Embalagens de Vidro ... 21

Figura 15: Características das Embalagens de Vidro ... 21

Figura 16: Características Individuais ... 21

Figura 17: Comparação de Embalagens ... 22

Figura 18: Aplicativo Virtual Glass ... 23

Figura 19: Empresas Produtoras de Vidro de Embalagem ... 24

Figura 20: Ciclo de Reciclagem do Vidro ... 25

Figura 22: Lançamento da Entrada em Armazém ... 33

Figura 23: Lançamento da Fatura com Nota de Encomenda ... 33

Figura 24: Lançamento da Fatura sem Nota de Encomenda ... 34

Figura 25: Procedimentos da Venda ... 38

Índice de Quadros

Tabela 1: Regime de Contabilidade Organizada ... 28

(10)

Filipe Alves (2017) ix | P á g i n a

Lista de siglas

AC Antes de Cristo

AIVE Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem

AT Autoridade Tributária

CC Contabilista Certificado

CIVA Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado

EMAS Eco-Management and Audit Scheme

ESTG Escola Superior de Tecnologia e Gestão

EUA Estados Unidos da América

IPG Instituto Politécnico da Guarda

ISO International Organization for Standardization

IRS Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

IVA Imposto Sobre o Valor Acrescentado

MP Matéria-Prima

NP Norma Portuguesa

OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series

SAP Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados

(11)

Filipe Alves (2017) 1 | P á g i n a

Introdução

O presente estágio está integrado na licenciatura de Gestão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, e é um dos elementos de avaliação para a conclusão do curso.

O estágio decorreu no departamento de contabilidade da Verallia Portugal, S.A., com sede na Figueira da Foz, onde fui recebido e acompanhado por excelentes profissionais e com os quais pude desenvolver novas competências pessoais e profissionais.

Este relatório tem como objetivo apresentar a empresa Verallia, bem como as atividades realizadas durante o período de estágio.

Num primeiro capítulo será apresentada a localização da empresa, a sua visão, missão, e valores e ainda o organigrama da Verallia Portugal. Para se ficar a conhecer um pouco melhor o grupo, também será feita uma descrição dos principais dados relevantes, assim como as certificações da empresa. Como esta empresa trabalha com vidro, será retratado um pouco da sua história, assim como o seu processo de fabrico e os produtos fabricados. No segundo capítulo serão apresentadas as atividades realizadas na empresa, nomeadamente relacionadas com a parte de fornecedores e clientes, assim como o sistema de arquivo geral da empresa e a receção de correspondência.

A nível dos fornecedores será apresentado todo o processo desde o pedido de encomendas necessárias à fabricação, até ao seu lançamento e posterior arquivo. Quanto aos clientes, será abordado o processo de abertura de conta, a compra de mercadorias, a sua expedição, e o processo de faturação e pagamento das mesmas.

(12)

Filipe Alves (2017) 2 | P á g i n a

Capítulo I - Apresentação

da Empresa Acolhedora do

(13)

Filipe Alves (2017) 3 | P á g i n a

1.1. Nota Introdutória I

1

O Grupo Saint-Gobain é uma empresa multinacional de origem francesa, fundada em 1665 pelo político francês Jean Baptiste Colbert.

A 6 de abril de 1987, o Grupo Saint-Gobain adquiriu as instalações da antiga empresa “Vidreira da Fontela”, e iniciou a sua produção nesse mesmo ano, com o nome de Saint-Gobain Mondego S.A.

Em 2010, o grupo Saint-Gobain Mondego agregou todas as suas atividades relacionadas com o vidro de embalagem sob uma nova identidade “Verallia”. O objetivo da introdução deste novo nome foi de reforçar a visibilidade e a proximidade da rede industrial nos mercados da embalagem, sendo a decisão da marca Verallia tomada para reforçar e facilitar a coerência da comunicação com os clientes, os mercados, os acionistas e todos os colaboradores.

A Verallia Portugal é detentora, desde 2005, da Licença Ambiental, nos termos de Prevenção e Controlo Integrados de Poluição. Em 2016 foi destacada pela Comissão Europeia pelas boas práticas ambientais e certificação Eco-Management and Audit Scheme (EMAS).

Relativamente ao sistema de gestão integrado, a Verallia Portugal cumpre com os requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO 22000 e ISO 50001. Desde o início a Verallia concentrou os seus esforços de gestão em três objetivos claros: a qualidade, o serviço e o preço, sempre focados na ótica do cliente. A sua organização comercial tem uma estrutura orientada para o acompanhamento dos seus clientes, de maneira a captar e adaptar-se às mudanças permanentes do mercado.

Esta empresa está inserida no setor do vidro de embalagem e produz embalagens de vidro nas cores âmbar, verde, canela, branco e branco-azulado. A mesma está presente nos seguintes segmentos de mercado: vinhos de mesa, garrafões, vinhos do porto, espumantes, cervejas, licores, águas, refrigerantes, sumos, azeites e boiões.

(14)

Filipe Alves (2017) 4 | P á g i n a Os 30 anos de existência da empresa, demonstram a vitalidade empresarial e a importância da Verallia Portugal, operando com 2 fornos e 249 postos de trabalho na fábrica da Figueira da Foz.

1.2. Localização das Instalações em Portugal

A Verallia Portugal, S.A. encontra-se a laborar na Figueira da Foz, na Rua da Vidreira, nº 68 em Vila Verde. Na Figura 1 pode-se observar a sua localização e as suas respetivas coordenadas. Esta empresa conta ainda com a proximidade do porto da Figueira da Foz (Figura 2) e a estação ferroviária da Figueira da Foz (Figura 3), que são excelentes centros para a receção de matérias-primas e envio de mercadorias.

Figura 1: Localização das Instalações

Fonte: Google Maps (2017)

Coordenadas: 40º08'34.94'' N 8º49'03.47'' W

(15)

Filipe Alves (2017) 5 | P á g i n a

Figura 2: Porto da Figueira da Foz

Fonte: Brand (2011)

Figura 3: Estação Ferroviária da Figueira da Foz Fonte: Audiovisuais e Multimédia (2013)

1.3. Missão, Visão e Valores do Grupo Verallia

As declarações de visão e missão expressam, sinteticamente, o porquê de a empresa existir. Ao serem breves permitem que as pessoas se lembrem e possam atuar de acordo com essa razão. Muitas empresas podem ter melhor desempenho e trabalhadores mais satisfeitos se for prestada mais atenção à visão e missão, se os objetivos forem ajustados ao prosseguimento destas, e se houver sistemas de monitorização e avaliação das ações concretizadas, para saber se estão a contribuir para realizar a missão. (Ferreira, 2010, p. 10).

As declarações de visão e missão devem estar ajustadas a um conjunto de valores fundamentais orientadores da atuação da empresa no mercado e na sociedade. (Ferreira, 2010, p. 10).

Ferreira (2010, p. 10), definiu a visão, missão e valores por:

Visão, define como a administração vê a empresa no futuro, o que ela quer ser, quanto à

dimensão, mix de atividades, produtos, mercados, escala e características da empresa. A visão serve para motivar os colaboradores, fazê-los orgulhosos de pertencer a algo maior do que eles, e orientar a estrutura de afetação dos recursos. No fundo, ao definir a visão da empresa, o que o gestor questiona é: “Qual o nosso negócio”.

(16)

Filipe Alves (2017) 6 | P á g i n a

Missão, consiste no(s) propósito(s) que a distinguem das restantes empresas. A missão

define o domínio de negócio em termos de produtos, de serviços, de clientes, de necessidades dos mercados, de tecnologia, ou alguma combinação destes. A missão define: “Quem somos e o que fazemos”, e é a razão porque a empresa existe.

Valores, são características ou qualidades que expressam algo que é importante para a

empresa e merece ser prosseguido. Representam as prioridades e as forças motoras dos indivíduos. Definem como as pessoas se devem comportar nas interações com colegas na empresa, ou fora, com clientes e fornecedores. Assim, as declarações de valores descrevem ações que revivem os valores fundamentais que devem ser protegidos e promovidos pelos trabalhadores.

A Verallia Portugal, apresenta assim a seguinte visão, missão e valores: (Verallia, 2010 a).

➢ Visão

“Ser a referência para as soluções inovadores de embalagem de vidro para bebidas e alimentos.”

➢ Missão

A missão do Grupo Verallia assenta em 4 compromissos:

• Desenvolver soluções inovadores e criadoras de valor para os clientes em todo o ciclo de vida do produto;

• Reduzir a pegada ambiental nas suas instalações;

• Aumentar a contribuição para o desenvolvimento económico e social das comunidades;

• Melhorar o bem-estar dos consumidores finais.

➢ Os Valores do grupo Verallia são: • Compromisso profissional;

(17)

Filipe Alves (2017) 7 | P á g i n a • Respeito às pessoas;

• Integridade; • Lealdade; • Solidariedade;

• Respeito pelo meio ambiente;

• Respeito pela Saúde e Segurança no trabalho; • Respeito dos direitos dos trabalhadores.

1.4. Análise SWOT

Segundo Sebastião Teixeira (2005, p. 52), a análise externa e interna para detetar as oportunidades e ameaças (no exterior) e os pontos fortes e fracos (no interior) designa-se por análise SWOT, de strenghts (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).

A análise SWOT visa suportar a ação estratégica. Assim, os pontos fortes permitem que a empresa aproveite as oportunidades existentes e neutralize eventuais ameaças externas. Os pontos fracos impedem a empresa de aproveitar as oportunidades e são pontos sensíveis de vulnerabilidade às ameaças. A ação estratégica deve ter esta análise em conta para delinear ações, quer de aproveitamento das oportunidades quer para desenvolver as competências e recursos internos da empresa, de modo a evitar que oportunidades sejam desperdiçadas ou que a empresa possa passar por dificuldades advindas de fatores exógenos ameaçadores. (Ferreira, 2010, p. 26).

Na Figura 4 apresenta-se a análise SWOT relativa à Verallia Portugal, apontando-se como principais sugestões, apostar na formação contínua dos operários e remodelação das instalações, aumentar a qualidade de serviço e produto, diversificação do setor de produção, entre outras.

(18)

Filipe Alves (2017) 8 | P á g i n a

Pontos Fortes

Pontos Fracos

Empresa antiga no mercado Infraestruturas antigas

Longa experiência no setor Escassa mão de obra

Dimensão do grupo Poucas linhas de produção

Empresa pouco divulgada

Oportunidades

Sugestões

Sugestões

Abundância de matéria-prima

Desenvolvimento de novos

produtos

Apostar na remodelação das instalações de forma a poderem vir a diversificar a sua linha de produtos Localização perto do porto

mar e estação ferroviária

Aumentar a qualidade de

serviço e produto

Mercado em crescimento

Divulgar mais a empresa no

mercado, de forma a dar a conhecer os seus produtos

Ameaças

Sugestões

Sugestões

Forte concorrência

Entrar em novos segmentos

de mercado

Apostar na formação contínua dos operários

Alterações nos gostos dos

clientes pelas embalagens

Perda de vendas para produtos substitutos

Figura 4: Análise SWOT

Fonte: Elaboração Própria

1.5. Organigrama da Verallia Portugal

A estrutura organizacional constitui um conjunto de variáveis complexas, sobre as quais os administradres e gestores fazem escolhas e tomam decisões. Define a forma como as tarefas devem estar distribuidas, especifica quem depende de quem e estabelece os mecanismos formais de coordenação e controlo. O desenho organizacional retrata a

(19)

Filipe Alves (2017) 9 | P á g i n a configuração estrutural da organização, o seu funcionamento, os orgãos que a integram e as suas relações de interdependência. (Bilhim, 2005, pp. 23-24).

Graficamente, pode ser constituído por rectângulos, quadrados ou círculos, ligados por linhas horizontais e verticais, onde os mesmos representam orgãos da organização e as linhas representam as ligações funcionais. As relações de autoridade vêem-se no sentido descendente e as relações de responsabilidade no sentido ascendente. (Bilhim, 2005, pp. 23-24).

A Verallia Portugal encontra-se dividida em 4 áreas distintas: Recursos Humanos e Comunicação, Administrativa/Financeira, Comercial e Técnica.

A Direção de Recursos Humanos e Comunicação é responsável pela implementação da política social da organização, assegurando o recrutamento, seleção e formação, bem como as remunerações e benefícios dos trabalhadores da entidade. Este departamento é ainda responsável pelo estudo da cultura organizacional, formas de organização do trabalho, qualidade de vida no trabalho, motivação, treino e desenvolvimento dos trabalhadores.

A Direção Administrativa/Financeira tem como objetivo a implementação da política administrativa e financeira, controlo de créditos e cobranças, controlo financeiro, lançamentos, apuramentos e classificação de documentos. É ainda responsável pelo controlo de gestão e de aprovisionamentos da empresa.

A Direção Comercial é responsável pela implementação da política comercial e gestão da organização comercial da empresa. Este departamento é o responsável direto pelas vendas da empresa, definindo assim as estratégias de vendas, análises de mercado, prospeção de novos clientes, análise da concorrência e desenvolvimento de novos produtos.

A Direção Técnica incorpora todo o setor fabril, sendo responsável pela implementação da política industrial e pela gestão da organização produtiva da empresa. Esta administra ainda todo o processo de produção de forma a torná-lo mais eficiente e rentável, obtendo assim os melhores níveis de produção.

(20)

Filipe Alves (2017) 10 | P á g i n a

Figura 5: Organigrama da Verallia Portugal

Fonte: Elaboração Própria

1.6. Política de Gestão Integrada

A certificação é a emissão por uma entidade externa e independente (entidade certificadora), de um certificado de conformidade, após auditar a empresa e verificar que cumpre os requisitos especificados na norma de referência aplicável. Deste modo, permite que a empresa demonstre perante terceiros as suas boas práticas e credibilidade, e ainda afirmar que pode ser um parceiro seguro e confiável. (Eic, 2015).

Para além de facilitar o acesso aos mercados, as auditorias periódicas constituem uma análise operacional dos vários processos, tornando-se uma ferramenta de incentivo para

(21)

Filipe Alves (2017) 11 | P á g i n a a melhoria contínua da empresa, conseguindo assim ver melhorado o seu desempenho de acordo com a certificação realizada. (Eic, 2015).

A Verallia Portugal conta com certificações a nível do Ambiente, Saúde e Segurança, Energia, Qualidade, Segurança Alimentar e Inovação, (Verallia, 2011 b) como se pode ver a seguir.

Certificação do Sistema de Gestão Ambiental (Norma ISO 14001) (Anexo 1)

A norma da Organização Internacional de Normalização (ISO 14001) prevê requisitos para a gestão mais eficaz dos aspetos ambientais das atividades da empresa, tendo em consideração a proteção ambiental, prevenção da poluição, cumprimento legal e necessidades socioeconómicas. (SGS, 2007 a).

Certificação do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (Norma OHSAS 18001) (Anexo 2)

A norma Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS 1800) oferece orientações sobre avaliações de saúde e segurança e sobre como gerir os aspetos de saúde e segurança nas atividades da empresa de forma mais eficaz, levando em consideração a prevenção de acidentes, a redução de riscos e o bem-estar dos seus colaboradores. (SGS, 2007 b).

Certificação do Sistema de Gestão da Energia (Norma ISO 50001) (Anexo 3)

A certificação de acordo com as normas ISSO 50001, especifica os requisitos para a empresa estabelecer, implementar, manter e melhorar um sistema de gestão energética, de forma a alcançar a melhoria contínua do desempenho energético. Esta norma aplica-se a todos os aspetos que afetam o uso de energia, e que podem aplica-ser controlados e influenciados pela empresa. (SGS, 2011 c).

(22)

Filipe Alves (2017) 12 | P á g i n a A norma ISO 9001 exige uma consideração pelas exigências dos clientes e dos regulamentos no desenvolvimento e fabricação dos produtos, implementando um processo de melhoria contínua a nível da qualidade dos seus produtos. Permite demonstrar o compromisso das organizações com a qualidade e satisfação dos seus clientes, reforçando a imagem institucional e o acompanhamento da evolução do mercado. (SGS,2007 d).

Certificação do Sistema de Segurança Alimentar (Norma ISO 22000) (Anexo 5)

A certificação de acordo com a norma ISO 22000, requer o compromisso com a segurança alimentar e a satisfação do cliente, definindo os requisitos para sistemas eficazes de gestão da segurança alimentar. Esta certificação exige que as empresas formem as suas equipas de acordo à nova legislação, normas e regulamentos, relativos aos requisitos comunitários dos produtos para alimentos. (SGS, 2005 e).

Certificação do Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (Norma NP 4457) (Anexo 6)

A norma portuguesa (NP 4457), é muito abrangente pois inclui novos produtos, serviços, processos e métodos de marketing ou organizacionais. Deste modo facilita o reconhecimento de tecnologias emergentes ou novas tecnologias aplicadas ao setor, cujo desenvolvimento proporcionará a base para potenciar as suas atividades de investigação, desenvolvimento e inovação. (SGS, 2012 f).

(23)

Filipe Alves (2017) 13 | P á g i n a

1.7. Verallia no Mundo

2

De modo a oferecer a melhor qualidade e excelência aos seus clientes, a Verallia implementou as melhores práticas e tecnologias em todas as suas 33 fábricas, conseguindo assim adaptar a sua produção com base nas previsões dos clientes. Para controlar a qualidade das suas embalagens e a segurança dos alimentos e bebidas, todas as suas instalações estão equipadas com mecanismos de inspeção que incorporam os últimos avanços tecnológicos.

O grupo Verallia é o terceiro maior produtor mundial de vidro de embalagem, oferecendo soluções inovadores, personalizadas e amigas do ambiente para mais de 10 mil clientes em todo o mundo.

Com presença industrial em 13 países, e presença comercial em 46 países, o grupo emprega aproximadamente 10 mil pessoas. (Figura 6).

O grupo encontra-se presente em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Argentina, Brasil, Chile, África, Polónia, Rússia, EUA e Ucrânia.

Em 2016 alcançou um valor de vendas de 2,4 mil milhões de euros, e uma produção de cerca de 16 mil milhões de garrafas e frascos destinados principalmente a vinhos, espumantes, bebidas espirituosas, produtos alimentares, cervejas e bebidas não alcoólicas.

(24)

Filipe Alves (2017) 14 | P á g i n a

Figura 6: Números Verallia 2016

Fonte: (Verallia, 2016 d)

1.8. O Vidro

3

Apesar de não existirem certezas relativas à sua origem, estima-se que o vidro tenha surgido no Egito entre os anos 3000 antes de Cristo (a.C.) e 2000 a.C. Conta-se que foi descoberto por um grupo de navegadores que ao fazerem fogueiras na praia, perceberam que a areia e o calcário das conchas a altas temperaturas, fazia escorrer um líquido idêntico ao vidro.

Inicialmente as primeiras peças eram utilizadas para vidrar cerâmica, fazer objetos de joalheria e fazer pequenos frascos para líquidos.

Ao longo dos anos, a utilização do vidro seguiu diferentes rumos com os Romanos a desempenharem um papel fundamental no seu desenvolvimento.

A mecanização dos processos e a evolução tecnológica que surgiu durante a revolução industrial, veio trazer a modernização do vidro, e a diversificação do seu uso. Além disso,

3 Informação retirada de Verallia (2010 e)

(25)

Filipe Alves (2017) 15 | P á g i n a foi possível produzir objetos de vidro em maiores quantidades, de melhor qualidade e a um custo menor.

Hoje em dia, o vidro é um dos materiais mais utilizados pelo homem para a conservação de produtos, fabrico de janelas, para-brisas, televisores, monitores, entre outros.

Este produto é o resultado da fusão de vários materiais a altas temperaturas, materiais estes que se encontram distribuídos por toda a terra em quantidades abundantes.

O vidro ao ser um produto reciclável, transparente, higiénico, durável e feito a partir de recursos abundantes na natureza faz com que as empresas continuem a apostar no seu uso em vez de outros produtos como por exemplo de cartão ou plástico, que se tornam mais prejudiciais ao meio ambiente.

1.9. Fluxograma e Processo de Fabrico do Vidro de Embalagem

Seguidamente irá ser apresentado o processo de fabrico do vidro de embalagem realizado na Verallia, que é composto por 6 fases. Este processo é realizado igualmente e em simultâneo nos dois fornos da empresa, com as melhores técnicas existentes para o fabrico.

Na Figura 7 está representado o resumo de todo o processo de fabrico do vidro de embalagem, evidenciando as fases que irão ser abordadas nos tópicos seguintes, que vão desde a adição das matérias-primas, passando pelo fabrico, até expedição do produto final.

(26)

Filipe Alves (2017) 16 | P á g i n a

Figura 7: Processo de Fabrico

Fonte: Verallia (2010 f)

1.9.1. Matérias-primas

A primeira etapa tem a ver com a seleção das matérias-primas do vidro.

O vidro de embalagem é composto por matérias-primas abundantes e naturais, são elas: • 71% de areia

• 14% de soda • 11% de calcário

• 4% de diversos componentes que permitem a coloração do vidro

Ainda são adicionados a esta mistura detritos de vidro provenientes da recolha seletiva de lixo de reciclagem. Esta é uma forma de reutilizar e economizar energia e matéria-prima (MP). A estes detritos de vidro é chamado “casco de vidro”.

Na Figura 8 pode-se ver as matérias-primas e os detritos de vidro no tapete rolante, antes de darem entrada no forno.

(27)

Filipe Alves (2017) 17 | P á g i n a

Figura 8: Matéria-Prima no Tapete Rolante

Fonte: Verallia (2010 f)

1.9.2. Forno de Fusão

Na segunda etapa, a mistura de matéria-prima e o casco de vidro é fundida nos fornos a uma temperatura de 1500°C. Os 2 fornos, que existem na empresa, funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana e têm uma duração de vida útil a variar entre os 8 e 10 anos. Desde a introdução das matérias-primas no forno e a saída do vidro em fusão, decorreram cerca de 24 horas.

Seguidamente o vidro em fusão (Figura 9) é transportado por canais de distribuição até às máquinas de moldagem, onde na sua extremidade é cortado em gotas. Estas gostas são controladas com enorme precisão a nível de peso, forma e temperatura.

Figura 9: Vidro Fundido

Fonte: Verallia (2010 f)

1.9.3. Moldagem

A 3ª fase é a fase de moldagem do vidro (Figura 10). Nesta fase através da ajuda de um punção metálico ou de ar comprimido, irá dar-se forma a um objeto de vidro oco.

(28)

Filipe Alves (2017) 18 | P á g i n a Este vidro oco é transformado por sopragem ou prensagem e, ao ser inserido num molde, irá dar o formato definitivo à garrafa ou boião. Esta embalagem de vidro é extraída do molde final por uma pinça e colocada sobre uma placa de arrefecimento, antes de ser transportada.

As garrafas e boiões saem da máquina a temperaturas superiores a 500⁰C. Todo este processo de moldagem dura apenas alguns segundos.

Figura 10: Moldagem do Vidro

Fonte: Verallia (2010 f)

1.9.4. Arca de Recozimento

Seguidamente as embalagens de vidro são reaquecidas e posteriormente arrefecidas, num forno-túnel denominado por arca de recozimento (Figura 11), de forma a garantir a solidez das embalagens de vidro. Este é um processo mais demorado, que dura entre 30 minutos a 2 horas.

De forma a adquirir maior resistência aos riscos, as garrafas e os boiões recebem um tratamento de superfície, aplicado enquanto quentes, e posteriormente a frio.

Nesta fase as embalagens encontram-se terminadas, e seguidamente segue-se o processo de controlo de defeitos, embalagem e a sua expedição.

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Filipe Alves (2017) 19 | P á g i n a

Figura 11: Arca de Recozimento

Fonte: Verallia (2010 f)

1.9.5. Máquinas de Controlo

De forma a oferecer a melhor qualidade dos seus produtos aos clientes, a Verallia controla cada um deles através da inspeção, quer na forma manual quer automática, onde as embalagens que não cumprem os parâmetros pré-definidos são rejeitadas. Neste controlo, são analisadas as dimensões, a retificação da rolha, a espessura do vidro e a estética. Na Figura 12 pode-se ver as garrafas a passar por uma máquina automática de controlo de qualidade.

O material rejeitado irá entrar de novo no forno, sob a forma de casco de vidro, iniciando-se assim um novo ciclo produtivo.

Figura 12: Controlo de Qualidade

(30)

Filipe Alves (2017) 20 | P á g i n a

1.9.6. Expedição

O momento da paletização, acondicionamento e transporte são os últimos passos do processo produtivo. Através da utilização de robotsé formada a palete das embalagens de vidro que posteriormente é coberta com uma capa de plástico, a fim de as proteger durante a sua armazenagem, manipulação e transporte (Figura 13).

Posteriormente as garrafas e os boiões são transportados para o respetivo armazém de expedição onde futuramente serão enviadas ao cliente, de acordo com as suas necessidades.

Todo este processo de fabricação poderá ser novamente repetido, se após a utilização da embalagem de vidro a mesma for reciclada.

Figura 13: Paletização das Embalagens de Vidro

Fonte: Verallia (2010 f)

1.10. Produtos

De modo a satisfazer as necessidades de todos os seus clientes, a Verallia oferece uma vasta linha de produtos, com diferentes capacidades, cores e acabamentos.

No site da empresa pode-se encontrar o respetivo modelo de embalagem desejado e as características requeridas, como é possível observar nas Figura 14 e Figura 15.

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Filipe Alves (2017) 21 | P á g i n a

Figura 14: Embalagens de Vidro

Fonte: Verallia (2010 g)

Figura 15: Características das Embalagens de Vidro

Após a seleção da respetiva garrafa é possível ver algumas das suas características individuais assim como o seu respetivo peso, altura, diâmetro e forma da boca (gargalo). A referência da embalagem de vidro pretendida que aparece junto do produto, será um fator importante a ter em consideração no ato de encomenda. Na Figura 16 é possível observar as características disponíveis consoante o modelo de garrafa escolhido.

Figura 16: Características Individuais

Fonte: Verallia (2010 g)

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Filipe Alves (2017) 22 | P á g i n a Outra função disponível no site da Verallia é poder efetuar uma comparação dos diferentes produtos, como se pode ver na Figura 17, podendo-se comparar uma garrafa de espumante Leve 75, com uma garrafa espumante Sedução 75.

Figura 17: Comparação de Embalagens

Fonte: Verallia (2010 g)

O grupo Verallia tem ainda disponível um aplicativo para os seus clientes (Virtual Glass Verallia), que facilita a criação das suas garrafas. A partir de diversas garrafas fabricadas pela Verallia, o utilizador pode criar o seu modelo e visualizá-lo em todos os ângulos, devido à tecnologia de realidade aumentada.

Este é um aplicativo útil para as empresas terem uma imagem primordial de como fica a embalagem aquando da sua saída para o mercado, como por exemplo os seus rótulos específicos.

(33)

Filipe Alves (2017) 23 | P á g i n a

Figura 18: Aplicativo Virtual Glass

Fonte: Verallia (2016 h)

1.11. A Indústria do Vidro em Portugal

A indústria do vidro de embalagem em Portugal é representada pela Associação dos Industriais do Vidro de Embalagem (AIVE). Esta associação foi formada em 1975 com o intuito de estudar, promover e defender os interesses relativos à indústria da produção do vidro. Mais tarde, a AIVE deixou de ser uma associação de empregadores e passou a associação empresarial, mantendo como princípio da sua atuação a defesa dos interesses do setor industrial da fabricação de vidro de embalagem. (AIVE, 2011 a).

Em Portugal, a indústria do vidro de embalagem engloba quatro grandes setores: o setor das bebidas, o setor alimentar, o setor de perfumaria e o setor de produtos farmacêuticos. (AIVE, 2011 a).

Existem quatro empresas associadas ao AIVE: BA Vidro, GalloVidro- Vidrala, Santos Barosa- Vidros e a Verallia (Figura 19). Estas quatro empresas representam em Portugal 100% da produção de embalagens em vidro. Diariamente estas empresas fabricam cerca de 16 milhões de embalagens, e empregam cerca de 2 mil pessoas. (AIVE, 2011 b)

(34)

Filipe Alves (2017) 24 | P á g i n a

Figura 19: Empresas Produtoras de Vidro de Embalagem

Fonte: AIVE (2011 b)

Em Portugal existem seis fábricas a produzir vidro de embalagem (AIVE, 2011 b): • Verallia Portugal, S.A., opera com uma fábrica na Figueira da Foz;

• B.A. Vidro, S.A., opera com 3 fábricas em Avintes, Venda Nova e Marinha Grande;

• Santos Barosa – Vidros, S.A., opera na Marinha Grande; • Vidrala (GalloVidro, S.A.), opera na Marinha Grande.

Segundo Machado (2013), a indústria do vidro de embalagem é afetada por uma variada gama de fatores. A principal preocupação consiste na forte concorrência de alguns produtos substitutos ao vidro, como é o caso do plástico, cartão e metais. Todavia, alguns setores continuam apenas a utilizar embalagens de vidro, devido à crescente preocupação com a higiene e qualidade dos produtos, bem como com as questões ambientais.

A utilização do vidro de embalagem também varia consoante o tipo de produto, custos e preferências de mercado onde este será utilizado. Uma desvantagem deste produto é o seu peso e a sua facilidade em partir, durante o seu transporte e utilização.

As tendências do consumidor face a determinada marca de vinho ou cerveja em regiões específicas, e também o aumento do consumo de bebidas no verão, podem ser outros fatores importantes para o aumento das vendas no setor do vidro de embalagem.

Uma outra vantagem do vidro é o facto de este ser 100% reciclável. O vidro pode ser reciclado várias vezes, uma vez que o mesmo é misturado com outras matérias primas, que darão origem a uma nova garrafa com cerca de 60% de vidro reciclado. Dependendo

(35)

Filipe Alves (2017) 25 | P á g i n a da cor, esse percentual pode chegar a 90%. Desta forma, os resíduos de vidro são uma importante fonte de matéria prima para a fabricação de novas embalagens de vidro. Após a utilização da embalagem de vidro, a mesma é recolhida para reciclagem. Após a sua limpeza e trituração, são adicionadas outras matérias primas e é produzida uma nova embalagem de vidro que estará pronta a ser lançada no mercado para uma nova utilização. Como se pode ver na Figura 20, este ciclo pode ser repetido inúmeras vezes.

Figura 20: Ciclo de Reciclagem do Vidro

(36)

Filipe Alves (2017) 26 | P á g i n a

Capítulo II – Atividades

Realizadas Durante o

(37)

Filipe Alves (2017) 27 | P á g i n a

2.1. Nota Introdutória II

Este capítulo tem como objetivo a apresentação das atividades realizadas durante o período de estágio. Este foi realizado principalmente no departamento de contabilidade da Verallia, no entanto, estendeu-se pontualmente a outros departamentos, como o de aprovisionamentos e expedições para a análise de problemas ou questões que foram surgindo.

O capítulo II iniciará com uma explicação de como se processa o sistema de arquivo na empresa, e como funciona o processo de correspondência diária recebida. Posteriormente irá ser descrito o processo de receção e pagamento de faturas de fornecedores, e de seguida irá ser abordado o processo de compra, venda, expedição e pagamento das faturas de clientes.

Para efetuar a gestão empresarial a Verallia utiliza o software SAP, o que permite efetuar uma gestão automatizada das diversas áreas da empresa. Este software integra todos os dados e processos da empresa num único sistema, conseguindo assim otimizar e controlar melhor as suas operações, assumindo a análise de mercado, pedidos, fabricação, distribuição, contabilidade, recursos humanos, relacionamento com fornecedores e gestão dos seus clientes. Todos os departamentos da empresa estão interligados através deste software.

Como esta empresa é uma multinacional de origem francesa o referencial contabilístico utilizado é francês. Saliente-se, no entanto, que o SAP permite a conversão do plano de contas francês para o português. No Anexo 7 pode-se ver a conversão do plano de contas português para o francês.

(38)

Filipe Alves (2017) 28 | P á g i n a

2.2. Sistema de Arquivo

Segundo os dados da declaração de início de atividade no portal das finanças (Autoridade Tributária, 2015), em função dos elementos constantes da declaração de início de atividade, o contribuinte fica enquadrado no regime simplificado ou regime de contabilidade organizada conforme os rendimentos de categoria B (Anexo 8), inscritos no Campo “Valor Anual Rendimentos Estimado (IRS), do Quadro “Dados Relativos à Atividade Esperada”. Deste modo, como estes rendimentos são superiores a € 200.000, a Verallia fica enquadrada no regime de contabilidade organizada.

Como se pode observar na Tabela 1, as empresas que não excedam esse mesmo montante anual líquido de rendimentos, podem optar por serem tributadas pelo regime de contabilidade organizada ou pelo regime simplificado.

Tabela 1: Regime de Contabilidade Organizada

Fonte: (AutoridadeTributária, 2015)

De forma a manter o sistema de contabilidade organizado, todos os documentos da empresa têm um número interno. Este mesmo número é fornecido pelo programa de software SAP que o proporciona após ser efetuado o lançamento do documento no software.

Os documentos com os números internos estão devidamente arquivados e separados por anos e por meses de forma a facilitar a sua pesquisa. Estes estão ainda organizados sequencialmente por ordem crescente.

(39)

Filipe Alves (2017) 29 | P á g i n a Durante o período de estágio esta atividade foi realizada várias vezes pelo estagiário, considerando os procedimentos anteriormente referidos.

Segundo o artigo 123º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), as empresas têm as seguintes obrigações contabilísticas:

Artigo 123.º

Obrigações contabilísticas das empresas

1 — As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais entidades que exerçam, a título principal, uma actividade comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direcção efectiva em território português, bem como as entidades que, embora não tendo sede nem direcção efectiva naquele território, aí possuam estabelecimento estável, são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei que, além dos requisitos indicados no n.º 3 do artigo 17.º, permita o controlo do lucro tributável.

2 — Na execução da contabilidade deve observar-se em especial o seguinte:

a) Todos os lançamentos devem estar apoiados em documentos justificativos, datados e

susceptíveis de serem apresentados sempre que necessário;

b) As operações devem ser registadas cronologicamente, sem emendas ou rasuras,

devendo quaisquer erros ser objecto de regularização contabilística logo que descobertos.

3 — Não são permitidos atrasos na execução da contabilidade superiores a 90 dias, contados do último dia do mês a que as operações respeitam.

4 — Os livros, registos contabilísticos e respetivos documentos de suporte devem ser

conservados em boa ordem durante o prazo de 10 anos. (Redação da Lei n.º 7-A/2016, de 30 de

março, aplicando-se aos períodos de tributação que se iniciem a partir de 1 de janeiro de 2017)

5 — Quando a contabilidade for estabelecida por meios informáticos, a obrigação de conservação referida no número anterior é extensiva à documentação relativa à análise, programação e execução dos tratamentos informáticos.

6 — Os documentos de suporte previstos no n.º 4 que não sejam documentos autênticos ou autenticados podem, decorridos três períodos de tributação após aquele a que se reportam e obtida autorização prévia do director-geral dos Impostos, ser substituídos, para efeitos fiscais, por microfilmes que constituam sua reprodução fiel e obedeçam às condições que forem estabelecidas.

7 - É ainda permitido o arquivamento em suporte electrónico das facturas ou documentos equivalentes, dos talões de venda ou de quaisquer outros documentos com relevância fiscal emitidos pelo sujeito passivo, desde que processados por computador, nos termos

definidos no n.º 7 do artigo 52.º do Código do IVA.

8 — As entidades referidas no n.º 1 devem dispor de capacidade de exportação de

ficheiros nos termos e formatos a definir por portaria do Ministro das Finanças. (Redação da

Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro)

9 — Os programas e equipamentos informáticos de facturação dependem da prévia certificação pela Direcção-Geral dos Impostos, sendo de utilização obrigatória, nos termos a definir por portaria do Ministro das Finanças.

(40)

Filipe Alves (2017) 30 | P á g i n a O nº 1 do artigo 123º, remete para o nº 3 do artigo 17º do mesmo código, que refere que a contabilidade deve:

Neste regime, as entidades são obrigadas a ter um Contabilista Certificado (CC).

2.3. Correspondência

A Verallia todos os dias recebe correspondência que é levantada nos correios por uma funcionária de serviço externo a operar na empresa. Quando esta é recebida, é imediatamente separada de acordo com o seu destinatário e todas as folhas são carimbadas com a data em que foi recebida.

A nível das faturas recebidas, notas de crédito, notas de débito, recibos ou outros documentos para a secção de fornecedores, os mesmos são todos colocados numa pasta, para serem verificados pelo chefe de contabilidade e posteriormente para poderem ser lançados ou arquivados.

Relativamente aos cheques recebidos, é tirada uma cópia e o original é entregue ao responsável para ser depositado posteriormente.

Os restantes documentos são entregues nos respetivos departamentos.

Durante o período de estágio esta foi uma tarefa desempenhada pelo estagiário relativamente à seleção da correspondência dos fornecedores.

2.4. Fornecedores

Segundo Teresa Salgueiro (2006, pp. 2-5), fornecedor é a pessoa ou a empresa que abastece algo a outra empresa ou comunidade. O termo deriva do verbo fornecer, que faz referência a prover ou providenciar o necessário para um determinado fim.

a) Estar organizada de acordo com a normalização contabilística e outras disposições

legais em vigor para o respectivo sector de actividade, sem prejuízo da observância das disposições previstas neste Código;

b) Reflectir todas as operações realizadas pelo sujeito passivo e ser organizada de modo

que os resultados das operações e variações patrimoniais sujeitas ao regime geral do IRC possam claramente distinguir-se dos das restantes.

(41)

Filipe Alves (2017) 31 | P á g i n a Entende-se por fornecedor de serviços a empresa que presta serviços a outras empresas. Os fornecedores devem respeitar os prazos e as condições de entrega dos seus produtos ou serviços para evitar conflitos com a empresa que fornecem. Na maior parte dos casos, estas empresas têm de ter um departamento de aprovisionamento de forma a controlar os stocks de produtos e materiais necessários à sua produção.

A Verallia conta com um vasto leque de fornecedores, desde os fornecedores de matérias primas, de material de escritório, de acessórios de produção, de transportes, entre outros. Caso haja uma falha por parte de um dos fornecedores, poderá originar atrasos no normal funcionamento da empresa.

Nos tópicos seguintes relativos à secção de fornecedores, será possível observar os processos referentes à compra de MP ou prestação de serviços, bem como as atividades desse processo que foram realizadas pelo estagiário. Os tópicos referentes ao pedido e faturação de compras e pagamento de faturas, são a explicação de como funcionam esses processos na empresa, enquanto que o tópico de lançamento de faturas se trata de uma atividade realizada pelo estagiário.

2.4.1. Pedido e Faturação de Compras

Para que as atividades da empresa decorram dentro da normalidade, é necessário que o departamento de aprovisionamento efetue todas as ordens de compra necessárias bem como os pedidos de subcontratação a empresas externas e outros serviços, de forma a que a empresa consiga operar de forma contínua 24h por dia.

Deste modo, o responsável de cada departamento da empresa faz uma requisição interna quando verifique a necessidade de obter um serviço ou compra. Posteriormente será emitida uma nota de encomenda ao fornecedor selecionado, onde serão mencionadas as quantidades, preço unitário, descontos, prazos de entrega, condições de pagamento, etc. A nível da faturação existem duas formas de efetuar uma nota de encomenda, que irão determinar a forma como serão contabilizadas. Uma das formas consiste em efetuar um pedido, ou seja, enviar uma nota de encomenda para um fornecedor. A outra forma

(42)

Filipe Alves (2017) 32 | P á g i n a consiste em efetuar contratos entre a Verallia e a respetiva empresa (sem nota de encomenda). Estes contratos surgem para serviços como eletricidade, água, etc, onde o seu pagamento é sempre feito no final do mês.

A faturação pode ainda ser efetuada através de Autofacturação. Neste sistema é a Verallia que envia as faturas das compras para os fornecedores e estes enviam o respetivo original coincidente com a fatura enviada pela Verallia. Esta faturação pode ser efetuada diariamente, quinzenalmente ou mensalmente. As compras de bens e serviços cuja faturação é feita por autofacturação tem um carácter de periodicidade regular (diário, quinzenal ou mensal) e normalmente são determinantes para o normal funcionamento da atividade da empresa.

2.4.2. Lançamento de Faturas

O processo de contabilização de faturas pode ser efetuado através do número da encomenda, ou não. Seguidamente está descrito o processo de contabilização de ambos os casos.

➢ Com nota de encomenda

No caso de existirem notas de encomenda, as compras de bens e serviços são contabilizadas através das guias de remessa, no momento em que dão entrada em armazém ou quando o serviço é realizado. É então que a compra é lançada na contabilidade da empresa e será então creditada uma conta 225x (408x)4 (faturas em

receção e conferência), por contrapartida de uma conta 31x ou 62x (6 ou 3)(compras ou fornecimentos e serviços externos, respetivamente), consoante a natureza do gasto. O valor contabilizado nesta fase é o valor líquido, isto é, deduzido de qualquer imposto. A Figura 21 exemplifica o procedimento desta operação.

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Filipe Alves (2017) 33 | P á g i n a

Figura 21: Lançamento da Entrada em Armazém

Fonte: Elaboração Própria

Posteriormente o fornecedor irá proceder ao envio da respetiva fatura, e é então que a fatura é lançada no SAP (Anexo 12). No lançamento da fatura são adicionados alguns dados, como o seu número, data, montante, código do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) (Anexo 10), e o número referente à encomenda. Após se inserir o número da encomenda aparecerá o nome e número do fornecedor, as quantidades, os preços contratados, etc.

A conta 225 (408) (faturas em receção e conferência) é debitada, transferindo o valor líquido juntamente com o valor do IVA a crédito para uma conta 221x (401x) do respetivo fornecedor, e debitando a conta 2432 (445661) (IVA dedutível) pelo valor do IVA, conforme se pode verificar na Figura 22.

Figura 22: Lançamento da Fatura com Nota de Encomenda

Fonte: Elaboração Própria

➢ Sem nota de encomenda

No caso das compras de bens e serviços em que não existem notas de encomenda, o registo efetua-se da mesma forma de quando existem notas de encomenda (ver Anexo 9), à exceção de que se terá de inserir manualmente o número de fornecedor, as respetivas quantidades e preços que constam na fatura.

Após a receção da respetiva fatura, o procedimento realizado é o mesmo da operação com nota de encomenda, no entanto a conta 225 (408) (Faturas em receção e conferência), é

x

225x

x

31x ou 62x

x₂

x₁

225x

x₂

221x

x₂

2432

(44)

Filipe Alves (2017) 34 | P á g i n a substituída por uma conta de acordo com o tipo de despesa realizada 6x (gastos). Os registos desta operação estão esquematizados na Figura 23.

Figura 23: Lançamento da Fatura sem Nota de Encomenda

Fonte: Elaboração Própria

Quer no caso de existirem, ou não notas de encomenda, coloca-se um carimbo (Anexo 11) nas faturas que já foram lançadas, com o respetivo número do registo, número do documento, data de lançamento e a assinatura, para no final do dia serem arquivadas numa pasta por ordem crescente do número de lançamento e serem entregues à Diretora Financeira para posterior aprovação.

No Anexo 12 podemos observar a simulação do lançamento final de uma fatura, onde constam os respetivos valores monetários, e as respetivas contas do código de contas.

2.4.3. Pagamento de Faturas

Após as faturas serem conferidas e lançadas no Software SAP é necessário que as mesmas sejam desbloqueadas e validades no sistema pela Diretora Financeira. Seguidamente as faturas seguem para o responsável da tesouraria, que procede ao seu pagamento.

A Verallia utiliza o sistema de pagamentos por Confirming. Segundo Canaes (2010), este novo conceito de Direito Bancário corresponde a um serviço de suporte informático normalmente prestado pelas instituições financeiras, que possibilita a antecipação aos fornecedores de recursos referentes à venda de bens e prestação de serviços sem a necessidade de estes possuírem linha de crédito no Banco. Este serviço proposto por um Banco notifica os seus fornecedores para efetuar os pagamentos nas datas acordadas de forma rápida e eficiente sem qualquer custo ou preocupação para a empresa.

x

6x

x

221x

x

2432

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Filipe Alves (2017) 35 | P á g i n a O banco envia a cada um dos fornecedores uma notificação, informando sobre o pagamento futuro das respetivas faturas, disponibilizando também os serviços de pagamento antecipado das mesmas.

Após a receção da referida notificação, o fornecedor pode optar entre duas alternativas: ➢ Cobrar as faturas na data do seu vencimento;

➢ Solicitar o pagamento antecipado de uma ou de várias faturas para datas a indicar pelo próprio.

O banco procede à liquidação dos montantes que constam nas ordens de pagamento na data de vencimento original ou antecipadamente, de acordo com as instruções recebidas em cada caso.

Deste modo o responsável de tesouraria envia para o banco as ordens de pagamento relativas aos fornecedores, para que possam ser realizados os respetivos pagamentos. Neste caso a conta 22112 (403110), (Fornecedores Confirming) credita-se, por contrapartida das contas 221x (401x), correspondentes aos fornecedores.

2.5. Clientes

De acordo com Pires & Santos (2000, p. 14), o termo cliente permite fazer referência à pessoa que tem acesso a um produto ou serviço mediante pagamento. Dependendo do contexto, a palavra cliente pode ser usada como sinónimo de comprador (a pessoa que compra o produto), utilizador (a pessoa que utiliza o serviço) ou consumidor (quem consome um produto ou serviço).

Uma organização pode ter instalações, equipamentos e até trabalhadores, no entanto, se não tiver clientes que escolham os seus produtos ou serviços, não tem justificação económica nem social para existir. São os clientes que justificam a sua existência e permitem a sua sobrevivência a longo prazo.

Apesar de não aparecerem no balanço contabilístico das empresas (exceto na qualidade negativa de devedores) os clientes são sem dúvida o principal ativo de uma empresa.

(46)

Filipe Alves (2017) 36 | P á g i n a A Verallia, como qualquer outra empresa, está dependente dos seus clientes para conseguir sobreviver no mercado, pelo que diariamente necessita de compreender as suas necessidades e satisfazer as mesmas.

Os tópicos seguintes, relativos à abertura da conta de cliente, à compra de mercadorias, à expedição das encomendas e ao pagamento das dívidas, foram processos apenas tidos em conhecimento pelo estagiário, enquanto que o processamento e arquivo das faturas e arquivo dos comprovativos de pagamento, foram atividades realizadas pelo mesmo.

2.5.1. Abertura de Conta de Cliente

Antes de iniciar o processo de venda existem alguns procedimentos e medidas que devem ser definidos, como é o caso da abertura da ficha de cliente onde serão estipulados os limites de crédito, as condições de venda, os descontos, entre outros. Estas informações serão importantes para saber as condições de pagamento que cada cliente usufrui, e encontram-se disponíveis no software SAP na conta de cada cliente.

Todos os clientes têm definido um plafond de crédito que é estipulado de acordo com o seu volume de encomendas e que, quando este é ultrapassado, o sistema bloqueia a sua conta. Desta forma deixa de ser permitido que sejam enviadas mercadorias para este cliente sem que seja liquidada alguma parte da dívida.

Sempre que surge um novo cliente o departamento financeiro fica responsável por avaliar o seu risco de concessão de crédito consoante as informações que recolher junto dos Bancos ou empresas especializadas neste tipo de serviços. Estas informações podem ser analisadas a partir de:

➢ Balanços; ➢ Demonstração de resultados; ➢ Setor de atividade; ➢ Capital; ➢ Etc… 2.5.2. Compra de Mercadorias

(47)

Filipe Alves (2017) 37 | P á g i n a O processo de compra por parte do cliente inicia-se após o envio por e-mail, telefone ou correio de um documento denominado por ordem de compra ou nota de encomenda direcionado para a Verallia. Após a receção deste documento o departamento comercial regista a encomenda no Software SAP e verifica a existência em armazém da mercadoria, bem como das quantidades disponíveis. O departamento financeiro fica responsável pela análise da ficha do cliente e por verificar se o limite de crédito estabelecido ainda não foi ultrapassado. Estes dois departamentos são os responsáveis pela aprovação do envio da mercadoria para o cliente.

No caso dos clientes que efetuam compras esporádicas, é efetuada uma venda a dinheiro, ou seja, a mercadoria só pode ser expedida após o recebimento do valor da mesma e da respetiva confirmação de receção de pagamento pelo departamento financeiro.

2.5.3. Expedição das Encomendas

Após a aprovação da venda por parte de ambos os departamentos e com base na nota de encomenda é emitida a ordem de expedição, guia de remessa e fatura. A ordem de expedição engloba todo o processo desde o agrupamento da mercadoria a expedir, até à saída da mercadoria das instalações da empresa. A guia de remessa acompanha a mercadoria até à chegada da mesma ao cliente. Estes dois documentos são da responsabilidade do gabinete de expedições. A fatura é emitida pelo departamento de contabilidade e enviada ao cliente no dia seguinte à saída da mercadoria de armazém. Na Figura 24 é possível observar todo o procedimento da venda, desde o pedido por parte do cliente até à autorização final para a expedição da encomenda.

(48)

Filipe Alves (2017) 38 | P á g i n a • Ordem de compra • Nota de encomenda • Aprovação • Registo no SAP Ordem de expedição

Fatura Guia de remessa

Figura 24: Procedimentos da Venda

Fonte: Elaboração Própria

Os custos de transporte podem ser suportados pela Verallia ou pelo cliente. Em ambos os casos estes custos estão implícitos no custo da mercadoria, no entanto quando o cliente quiser assumir o transporte da mercadoria beneficiará de um desconto sobre preço total da compra.

No caso de o transporte ser assumido pela Verallia, a mesma tem uma carteira diversificada de empresas transportadoras perante as quais a Verallia terá de efetuar posteriormente o pagamento dos respetivos serviços de entrega de mercadorias.

Alguns clientes como possuem a própria frota de camiões, efetuam eles mesmo o respetivo transporte das mercadorias ou, em raras exceções subcontratam o serviço a outra empresa transportadora. Cliente Departamento Comercial Departamento Financeiro Aprovação Departamento Contabilidade Departamento Expedições Cliente

(49)

Filipe Alves (2017) 39 | P á g i n a

2.5.4. Processamento e Arquivo das Faturas

Segundo a alínea b) do nº 1 do artigo 29º abaixo transcrito, deve-se emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços.

Deste modo, as faturas impressas para posterior envio ao cliente são efetuadas de forma automática a partir do computador com base na guia de remessa. As mesmas são impressas durante a noite e no dia seguinte é necessário efetuar a separação das 4 vias (original, duplicado, triplicado e quadruplicado) da seguinte forma:

• O original é enviado para o cliente através de correio;

• O duplicado é separado pelo valor do IVA que consta na fatura:

Se for IVA a 23%, não tem interesse para a empresa e não é guardado. Se for IVA a 0%, é guardado numa pasta para justificar o motivo de isenção.

• O triplicado é ordenado por ordem alfabética de clientes e ordem crescente do número de fatura e data, para posteriormente controlar a respetiva cobrança. • O quadruplicado é arquivado por ordem crescente do número da fatura na secção

de contabilidade, para facilitar a tarefa no caso de inspeções e auditorias.

Segundo o nº 1 do artigo 36º do código do IVA (CIVA), as faturas devem ser emitidas o mais tardar no 5º dia útil seguinte ao momento em que o imposto é devido nos termos do artigo 7º.

Artigo 29.º Obrigações em geral

b) Emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços;

(50)

Filipe Alves (2017) 40 | P á g i n a Saliente-se que o artigo 7º refere que:

Artigo 36.º

Prazo de emissão e formalidades das facturas

1* - A fatura referida na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º deve ser emitida:

a*) O mais tardar no 5.º dia útil seguinte ao do momento em que o imposto é devido nos termos do artigo 7.º;

b*) O mais tardar no 15.º dia do mês seguinte àquele em que o imposto é devido nos termos do artigo 7.º, no caso das prestações intracomunitárias de serviços que sejam tributáveis no território de outro Estado membro em resultado da aplicação do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º; c*) Na data do recebimento, no caso de pagamentos relativos a uma transmissão de bens ou prestação de serviços ainda não efetuada, bem como no caso em que o pagamento coincide com o momento em que o imposto é devido nos termos do artigo 7.º.

(*Redacção do D.L. nº 197/2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2013)

Artigo 7.º

Facto gerador e exigibilidade do imposto

1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o imposto é devido e torna-se exigível: a) Nas transmissões de bens, no momento em que os bens são postos à disposição do adquirente; b) Nas prestações de serviços, no momento da sua realização;

c) Nas importações, no momento determinado pelas disposições aplicáveis aos direitos

aduaneiros, sejam ou não devidos estes direitos ou outras imposições comunitárias estabelecidas no âmbito de uma política comum.

(51)

Filipe Alves (2017) 41 | P á g i n a Segundo o nº 5 do artigo 36º as faturas devem ainda conter elementos obrigatórios, como:

Outra imposição legal para o transporte das mercadorias, é o Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de julho, que estabelece que todos os bens em circulação que sejam sujeitos passivos de IVA, deverão ser acompanhados do documento de transporte.

Pode-se entender por documento de transporte:

5 - As faturas devem ser datadas, numeradas sequencialmente e conter os seguintes elementos:

(Redacção do D.L. nº 197/2012, de 24 de Agosto, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2013)

a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos de imposto;

b) A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não efectivamente transaccionadas devem ser objecto de indicação separada e com menção expressa de que foi acordada a sua devolução;

c) O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável; d) As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido;

e) O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso;

f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram realizados ou em que foram efectuados pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura.

No caso de a operação ou operações às quais se reporta a factura compreenderem bens ou serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável.

Artigo 1.º Âmbito de aplicação

Todos os bens em circulação, em território nacional, seja qual for a sua natureza ou espécie, que sejam objeto de operações realizadas por sujeitos passivos de imposto sobre o valor acrescentado deverão ser acompanhados de documentos de transporte processados nos termos do presente diploma.

Artigo 2.º Definições 1 - Para efeitos do disposto no presente diploma considera-se:

a) 'Bens', os que puderem ser objeto de transmissão ou de prestação de serviços nos termos dos artigos 3.º e 4.º, ambos do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado;

b) «Documento de transporte» a fatura, guia de remessa, nota de devolução, guia de transporte ou documentos equivalentes;

Referências

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