• Nenhum resultado encontrado

Impactos do El Niño Oscilação Sul na produção de milho no Rio Grande do Sul

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Impactos do El Niño Oscilação Sul na produção de milho no Rio Grande do Sul"

Copied!
83
0
0

Texto

(1)

Camila de Santana Delgado Sim˜

oes

Impactos do El Ni˜

no Oscila¸

ao Sul na

produ¸

ao de milho no Rio Grande do Sul

Niter´oi - RJ, Brasil 20 de dezembro de 2018

(2)

Universidade Federal Fluminense

Camila de Santana Delgado Sim˜

oes

Impactos do El Ni˜

no Oscila¸

ao Sul

na produ¸

ao de milho no Rio Grande

do Sul

Trabalho de Conclus˜ao de Curso

Monografia apresentada para obten¸c˜ao do grau de Bacharel em Estat´ıstica pela Universidade Federal Fluminense.

Orientador: Prof. Ana Beatriz Monteiro Fonseca

Niter´oi - RJ, Brasil 20 de dezembro de 2018

(3)

Universidade Federal Fluminense

Camila de Santana Delgado Sim˜

oes

Impactos do El Ni˜

no Oscila¸

ao Sul na

produ¸

ao de milho no Rio Grande do Sul

Monografia de Projeto Final de Gradua¸c˜ao sob o t´ıtulo “Im-pactos do El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul na produ¸c˜ao de milho no Rio Grande do Sul”, defendida por Camila de Santana Delgado Sim˜oes e aprovada em 20 de dezembro de 2018, na cidade de Niter´oi, no Estado do Rio de Janeiro, pela banca examinadora constitu´ıda pelos professores:

Profa. Dra. Ana Beatriz Monteiro Fonseca Departamento de Estat´ıstica – UFF

Prof. Me. Victor Eduardo Leite de Almeida Duca Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Profa. Dra. Mariana Albi de Oliveira Souza Departamento de Estat´ıstica – UFF

(4)

Ficha catalográfica automática - SDC/BIME Gerada com informações fornecidas pelo autor

Bibliotecário responsável: Ana Nogueira Braga - CRB7/4776

S593i Simões, Camila de Santana Delgado

Impactos do El Niño Oscilação Sul na Produção de Milho no Rio Grande do Sul / Camila de Santana Delgado Simões ; Ana Beatriz Monteiro Fonseca, orientadora ; Victor Eduardo Leite de Almeida Duca, coorientadora. Niterói, 2018.

83 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Estatística)-Universidade Federal Fluminense, Instituto de Matemática e Estatística, Niterói, 2018.

1. Modelagem de Dados. 2. Modelos Dinâmicos. 3. Estatística. 4. Fenômeno Climático - El Niño Oscilação Sul. 5. Produção intelectual. I. Fonseca, Ana Beatriz Monteiro, orientadora. II. Duca, Victor Eduardo Leite de Almeida, coorientadora. III. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Matemática e Estatística. IV. Título.

(5)

-Resumo

O El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS ocorre no oceano Pac´ıfico, pr´oximo ao Peru. A regi˜ao ´e subdividida em regi˜oes Ni˜no cuja regi˜ao 3.4 ´e monitorada e, caso seja percebido um aquecimento anormal na temperatura da superf´ıcie do mar (TSM), caracteriza-se a fase El Ni˜no, mas caso haja resfriamento anormal da mesma, ser´a caracterizada a fase La Ni˜na. As consequˆencias do fenˆomeno, independente da fase, n˜ao se limitam `a regi˜ao de ocorrˆencia, por isso ´e t˜ao importante estud´a-lo. Neste trabalho, os impactos analisados foram os observados na agricultura e no clima (Precipita¸c˜ao e Temperatura M´ınima M´edia), por´em os modelos lineares dinˆamicos propostos n˜ao foram suficientes para definir rela¸c˜oes entre a produ¸c˜ao, as vari´aveis clim´aticas e a TSM. Como alternativa, foi ajustado o modelo polinomial de 2a ordem, devido a necessidade de captar o crescimento

da produ¸c˜ao de milho no Rio Grande do Sul ao longo dos anos.

Palavras-chaves: Modelagem, Regress˜ao Linear Dinˆamica, S´eries Temporais, El Ni˜no, La Ni˜na, Oceano, Produ¸c˜ao, Clima

(6)

Dedicat´

oria

Dedico este trabalho a minha fam´ılia que, desde os primeiros passos na educa¸c˜ao infantil at´e a forma¸c˜ao superior, sempre apoiou e incentivou a minha vida acadˆemica.

(7)

Agradecimentos

Primeiramente, agrade¸co a Deus por ter me capacitado e ter me dado for¸ca para chegar at´e aqui. Agrade¸co por Sua boa, perfeita e agrad´avel vontade;

Agrade¸co a minha querida professora e orientadora Ana Beatriz Fonseca que, desde que eu era caloura, nunca mediu esfor¸cos para me ajudar, sendo na coordena¸c˜ao ou em sala de aula. Agrade¸co pelo esclarecimento inicial o que era ser um profissional de estat´ıstica. Obrigada por ser uma das maiores e melhores contribuintes para a minha forma¸c˜ao profissional. Obrigada pela paciˆencia na transi¸c˜ao da aluna da sala de aula para a profissional do mercado, sendo no LES ou fora dele. Obrigada pelas conversas e por ter aturado todos os meus desesperos com o TCC.

Agrade¸co ao meu orientador Victor Duca pelo tempo dedicado a mim e ao meu tra-balho, pelas ideias e aux´ılios de programa¸c˜ao. (Ah! Obrigada por me ensinar a usar ARRAY e pela dica do as.numeric(as.vector)), foram bem importantes no meu TCC)

Agrade¸co aos professores do Departamento de Estat´ıstica pela marca deixada na mi-nha forma¸c˜ao profissional, pela paciˆencia e disponibilidade para ajudar. Em especial, agrade¸co `a professora Mariana Albi pelo meu primeiro contato com a estat´ıstica compu-tacional, na antiga disciplina de M´etodos Computacionais I, ministrada com excelˆencia. Agrade¸co, tamb´em, `a professora Luciane Alcoforado que expandiu meu horizonte para a jornada do R e tanto contribuiu para minha forma¸c˜ao profissional;

Agrade¸co a minha fam´ılia, em especial, a minha v´o Delma Delgado e a minha m˜ae Soraya Delgado, por todo o apoio e incentivo, por todas as vezes que entendiam que eu precisava estudar e por n˜ao medirem esfor¸cos para o meu bom desempenho acadˆemico.

Por fim, gostaria de agradecer ao meu DREAM TEAM (Associa¸c˜ao Atl´etica do Ins-tituto de Matem´atica e Estat´ıstica - AAIME) pela amizade constru´ıda dentro e fora de quadra. Agrade¸co aos meus amigos da UFF que estiveram comigo ao longo da gradua¸c˜ao, ou em parte dela, e aos que n˜ao s˜ao da UFF por toda a paciˆencia de me chamar para sair e ouvir in´umeras vezes ”N˜ao posso, tenho prova.”, ”N˜ao posso, fiquei de VS.”e ”N˜ao posso, tenho que fazer o TCC”.

(8)

Sum´

ario

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

1 Introdu¸c˜ao p. 18

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS . . . p. 18 1.1.1 Localiza¸c˜ao do Fenˆomeno . . . p. 20 1.1.2 Monitoramento do Fenˆomeno . . . p. 21 1.1.3 O ENOS no Mundo . . . p. 22 1.1.4 O ENOS no Brasil . . . p. 23 1.1.4.1 O ENOS no Rio Grande do Sul . . . p. 24 1.2 O Rio Grande do Sul e sua Produtividade . . . p. 25

2 Objetivos p. 27

3 Materiais e M´etodos p. 28

3.1 Banco de Dados . . . p. 29 3.1.1 Dados do Oceano . . . p. 29 3.1.2 Dados de Produ¸c˜ao . . . p. 31 3.1.2.1 Munic´ıpio de S˜ao Luiz Gonzaga . . . p. 31 3.1.2.2 Munic´ıpio de Muitos Cap˜oes . . . p. 32 3.1.3 Dados Clim´aticos . . . p. 33 3.1.3.1 S´erie Hist´orica - Precipita¸c˜ao . . . p. 34

(9)

3.1.3.2 S´erie Hist´orica - Temperatura M´ınima M´edia . . . p. 36 3.2 Metodologia . . . p. 38 3.2.1 Teorema de Bayes . . . p. 38 3.2.2 S´eries Temporais . . . p. 38 3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos . . . p. 39 3.3.1 Modelo de Regress˜ao Linear Dinˆamica . . . p. 43 3.3.1.1 Modelo de Regress˜ao Linear com Sazonalidade . . . p. 44 3.4 Modelo Polinomial de Segunda Ordem . . . p. 46 3.5 Medidas de Qualidade de Ajuste . . . p. 48 3.5.1 Erro Absoluto M´edio . . . p. 48 3.5.2 Erro Absoluto M´edio Percentual . . . p. 48 3.5.3 Raiz do Erro Quadr´atico M´edio . . . p. 48 3.6 Teste de Friedman para Sazonalidade Determin´ıstica . . . p. 49 3.7 Correla¸c˜ao Cruzada . . . p. 50

4 An´alise dos Resultados p. 51

4.0.1 S´eries para a modelagem . . . p. 51 4.1 Modelagem para a Produ¸c˜ao . . . p. 53 4.1.1 Modelagem para S˜ao Luiz Gonzaga . . . p. 53 4.1.2 Estimativas Pontuais e Intervalares dos parˆametros do modelo

com os melhores ajustes para a modelagem da produ¸c˜ao em S˜ao

Luiz Gonzaga . . . p. 54 4.1.3 Estimativas Pontuais e Intervalares dos parˆametros do modelo

com os melhores ajustes para a modelagem da produ¸c˜ao em

Mui-tos Cap˜oes . . . p. 56 4.2 Modelagem para a Temperatura M´ınima M´edia . . . p. 58

(10)

Referˆencias p. 64

Anexo A -- Programa¸c˜ao p. 67

A.0.1 Regress˜ao Linear Dinˆamica com Fator de Desconto . . . p. 67 A.0.2 Constru¸c˜ao da Matriz G para o caso de Regress˜ao Linear Dinˆamica p. 70

Anexo B -- Outras An´alises p. 72

B.0.1 Missings . . . p. 72 B.0.2 Informa¸c˜oes do Clima nos meses mais influentes do ENOS no RS p. 72 B.0.3 Visualiza¸c˜ao das Estimativas dos Parˆametros dos Modelos testados p. 74

B.0.3.1 Estimativas dos Parˆametros para a Produ¸c˜ao de S˜ao

Luiz Gonzaga - Regress˜ao Dinˆamica . . . p. 74 B.0.3.2 Estimativas dos Parˆametros para a Produ¸c˜ao de Muitos

Cap˜oes - Regress˜ao Dinˆamica . . . p. 76 B.0.3.3 Estimativas dos Parˆametros para a Produ¸c˜ao de S˜ao

Luiz Gonzaga - Polinomial de 2a Ordem . . . . p. 78

B.0.3.4 Estimativas dos Parˆametros para a Produ¸c˜ao de Muitos

Cap˜oes - Polinomial de 2a Ordem . . . . p. 80

B.0.3.5 Estimativas dos Parˆametros para a TSM - Regress˜ao

(11)

Lista de Figuras

1 Regi˜ao onde s˜ao calculados os principais ´ındices do ENOS. Adaptada de: Australian Government - Bureau of Meteorology (AGBM). Acessado em

4 de novembro de 2018. . . p. 20 2 Intensidade do ENOS Segundo o ´Indice Oceˆanico Ni˜no- Fonte: Climate

Data Guide (TRENBERTH, 2016). Acesso em: 4 de novembro de 2018. p. 21 3 Temperatura da Superf´ıcie da ´Agua mensal na Regi˜ao Ni˜no 3.4 no per´ıodo

de 1997 at´e 2017 . . . p. 29 4 Anomalias Mensais da Temperatura da Superf´ıcie da ´Agua na Regi˜ao

Ni˜no 3.4 no per´ıodo de 1997 at´e 2017 . . . p. 31 5 Rendimento m´edio anual da produ¸c˜ao de milho no per´ıodo de 1997 at´e

2017, no munic´ıpio de S˜ao Luiz Gonzaga - RS . . . p. 32 6 Rendimento m´edio anual da produ¸c˜ao de milho no per´ıodo de 1997 at´e

2017, no munic´ıpio de Muitos Cap˜oes - RS . . . p. 33 7 N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetros, de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao S˜ao

Luiz Gonzaga - RS . . . p. 35 8 N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetros, de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao Bom

Jesus - RS . . . p. 35 9 Temperatura m´ınima m´edia observada mensalmente no per´ıodo de 1997

at´e 2017, na esta¸c˜ao meteorol´ogica S˜ao Luiz Gonzaga . . . p. 36 10 Temperatura m´ınima m´edia observada mensalmente no per´ıodo de 1997

at´e 2017, na esta¸c˜ao meteorol´ogica Bom Jesus . . . p. 37 11 Temperatura da Superf´ıcie do Mar anual, na regi˜ao Ni˜no 3.4, no per´ıodo

de 1997 at´e 2017 . . . p. 51 12 N´ıvel de precipita¸c˜ao m´axima (mm) anual nas esta¸c˜oes Bom Jesus e S˜ao

(12)

13 M´ınima Temperatura M´ınima M´edia (oC) anual nas esta¸c˜oes Bom Jesus

e S˜ao Luiz Gonzaga, no per´ıodo de 1997 at´e 2017 . . . p. 53 14 S´erie e Previs˜ao do Rendimento M´edio de Milho ao longo do tempo

(1997-2017) . . . p. 54 15 Estimativas para a m´edia da posteriori µ ao longo do tempo (1997-2017) p. 55 16 Estimativas para a componente associada `a tendˆencia β ao longo do

tempo (1997-2017) . . . p. 56 17 S´erie e Previs˜ao do Rendimento M´edio de Milho ao longo do tempo

(1997-2017) . . . p. 57 18 Estimativas para a m´edia da posteriori µ ao longo do tempo (1997-2017) p. 57 19 Estimativas para o componente associado `a tendˆencia β ao longo do

tempo (1997-2017) . . . p. 58 20 Correla¸c˜ao cruzada entre a Temperatura M´ınima M´edia e a TSM . . . p. 59 21 S´erie de Temperatura M´ınima M´edia e Estimativas . . . p. 60 22 Estimativas Pontuais e Intervalares para o Intercepto . . . p. 60 23 Estimativas Pontuais e Intervalares para o coeficiente da TSM . . . p. 60 24 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 1 (flutua¸c˜oes) p. 61 25 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 2 (flutua¸c˜oes) p. 61 26 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 3 (flutua¸c˜oes) p. 61 27 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 4 (flutua¸c˜oes) p. 61 28 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 5 (flutua¸c˜oes) p. 61 29 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 6 (flutua¸c˜oes) p. 61 30 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 7 (flutua¸c˜oes) p. 62 31 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 8 (flutua¸c˜oes) p. 62 32 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 9 (flutua¸c˜oes) p. 62 33 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 10 (flutua¸c˜oes) p. 62 34 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 11 (flutua¸c˜oes) p. 62 35 Estimativas Pontuais e Intervalares para parˆametro sazonal 12 (flutua¸c˜oes) p. 62

(13)

36 Valores faltantes dos dados referentes ao Clima nas duas esta¸c˜oes

mete-orol´ogicas analisadas . . . p. 72 37 N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetro, por evento nos meses de outubro e

novembro, na esta¸c˜ao S˜ao Luiz Gonzaga - RS . . . p. 73 38 N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetro, por evento nos meses de outubro e

novembro, na esta¸c˜ao Bom Jesus - RS . . . p. 73 39 S´erie e previs˜ao de acordo com o modelo de regress˜ao dinˆamica (δ = 1) p. 74 40 S´erie e previs˜ao de acordo com o modelo de regress˜ao dinˆamica (δ = 0, 95) p. 74 41 Estimativas para o Intercepto ao longo do tempo (δ = 1) . . . p. 75 42 Estimativas para o Intercepto ao longo do tempo (δ = 0, 95) . . . p. 75 43 Estimativas para a regressora TSM ao longo do tempo (δ = 1) . . . p. 75 44 Estimativas para a regressora TSM ao longo do tempo (δ = 0, 95) . . . p. 75 45 Estimativas para a regressora Precipita¸c˜ao ao longo do tempo (δ = 1) . p. 75 46 Estimativas para a regressora Precipita¸c˜ao ao longo do tempo (δ = 0, 95) p. 75 47 Estimativas para a regressora Temperatura M´ınima M´edia ao longo do

tempo (δ = 1) . . . p. 76 48 Estimativas para a regressora Temperatura M´ınima M´edia ao longo do

tempo (δ = 0, 95) . . . p. 76 49 Estimativas para a variˆancia (δ = 1) . . . p. 76 50 Estimativas para a variˆancia (δ = 0, 95) . . . p. 76 51 S´erie e previs˜ao de acordo com o modelo de regress˜ao dinˆamica (δ = 1) p. 77 52 S´erie e previs˜ao de acordo com o modelo de regress˜ao dinˆamica (δ = 0, 95) p. 77 53 Estimativas para o Intercepto ao longo do tempo (δ = 1) . . . p. 77 54 Estimativas para o Intercepto ao longo do tempo (δ = 0, 95) . . . p. 77 55 Estimativas para a regressora TSM ao longo do tempo (δ = 1) . . . p. 77 56 Estimativas para a regressora TSM ao longo do tempo (δ = 0, 95) . . . p. 77 57 Estimativas para a regressora Precipita¸c˜ao ao longo do tempo (δ = 1) . p. 78 58 Estimativas para a regressora Precipita¸c˜ao ao longo do tempo (δ = 0, 95) p. 78

(14)

59 Estimativas para a regressora Temperatura M´ınima M´edia ao longo do

tempo (δ = 1) . . . p. 78 60 Estimativas para a regressora Temperatura M´ınima M´edia ao longo do

tempo (δ = 0, 95) . . . p. 78 61 S´erie da Produ¸c˜ao com previs˜ao a partir do modelo polinomial de segunda

ordem (δ = 1) . . . p. 79 62 S´erie da Produ¸c˜ao com previs˜ao a partir do modelo polinomial de segunda

ordem (δ = 0, 95) . . . p. 79 63 Estimate para a m0(δ = 1) . . . p. 79 64 Estimativa para a m0 (δ = 0, 95) . . . p. 79 65 Estimativa para B0 (δ = 1) . . . p. 79 66 Estimativa para o B0 (δ = 0, 95) . . . p. 79 67 S´erie da Produ¸c˜ao com previs˜ao a partir do modelo polinomial de segunda

ordem (δ = 1) . . . p. 80 68 S´erie da Produ¸c˜ao com previs˜ao a partir do modelo polinomial de segunda

ordem (δ = 0, 95) . . . p. 80 69 Estimate para a m0(δ = 1) . . . p. 80 70 Estimativa para a m0 (δ = 0, 95) . . . p. 80 71 Estimativa para B0 (δ = 1) . . . p. 81 72 Estimativa para o B0 (δ = 0, 95) . . . p. 81 73 Temperatura observada e prevista pelo modelo de regress˜ao dinˆamica

com sazonalidade . . . p. 81 74 Temperatura observada e prevista pelo modelo de regress˜ao dinˆamica

com sazonalidade . . . p. 82 75 Estimativas ao longo do tempo para a regressora Temperatura M´ınima

M´edia no modelo de regress˜ao dinˆamica com sazonalidade . . . p. 82 76 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 82 77 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 82 78 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 82

(15)

79 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 82 80 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 81 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 82 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 83 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 84 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 85 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 83 86 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 84 87 Estimativas para parˆametros sazonais . . . p. 84

(16)

Lista de Tabelas

1 Rela¸c˜ao entre o componente oceˆanico e o componente atmosf´erico do ENOS p. 19 2 Influˆencias do ENOS em cada regi˜ao do Brasil. Fonte: Berlato e Fontana

(2003) . . . p. 24 3 Intensidade ENOS - ION (ONI) . . . p. 30 4 Eventos correspondentes aos meses com informa¸c˜oes faltantes em 2001 p. 34 5 Medidas de Ajuste - SLG . . . p. 54 6 Medidas de Ajuste - Muitos Cap˜oes . . . p. 56 7 Resultado do Teste Friedman . . . p. 59 8 Medidas de Ajuste - Caso Sazonal . . . p. 59

(17)

16

1

Introdu¸

ao

No per´ıodo entre 1960 e 1980, grande parte das pequisas cient´ıficas passou a ter interesse em estudar fenˆomenos clim´aticos, segundo Neto (2008). E poss´ıvel verificar´ influˆencias clim´aticas em diversas ´areas como: Na agricultura, ao observar o qu˜ao influente um determinado fenˆomeno pode ser na rentabilidade agr´ıcola; Na sa´ude, a partir de estudos epidemiol´ogicos; Na mudan¸ca clim´atica, ao observar altera¸c˜oes no ciclo ou na periodicidade da chuva em uma regi˜ao, por exemplo.

A invers˜ao t´ermica, a chuva ´acida e o efeito estufa, s˜ao exemplos de fenˆomenos clim´aticos conhecidos mundialmente e que devem ser estudados porque oferecem riscos `a sociedade, outro fenˆomeno clim´atico muito influente e conhecido ´e o El Ni˜no - Oscila¸c˜ao Sul (ENOS). No in´ıcio do s´eculo XXI, Kyiuna e Assump¸c˜ao (2001) afirmaram que o ENOS ´e um dos fenˆomenos mais estudados do mundo e apontaram sua capacidade de influenciar toda a Am´erica do Sul. Entretanto, seus impactos n˜ao se limitam apenas ao local de ocorrˆencia. Trata-se de um fenˆomeno oceˆanico-atmosf´erico que ocorre no Oceano Pac´ıfico Equatorial (regi˜ao pr´oxima ao Peru), capaz de apresentar influˆencias clim´aticas em diver-sas regi˜oes do mundo como, por exemplo: Na Indon´esia, na ´India, nos Estados Unidos, etc.

1.1

El Ni˜

no Oscila¸

ao Sul - ENOS

Por volta do ano 1600, o El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul foi percebido pela primeira vez. O fenˆomeno foi identificado por pescadores que habitavam regi˜oes no entorno do Peru e os mesmos deram o nome de El Ni˜no, fazendo referˆencia ao menino Jesus.

O fenˆomeno ENOS ´e composto por dois fatores que definem a intera¸c˜ao entre oceano e atmosfera. Segundo o Centro de Previs˜ao de Tempo e Estudos Clim´aticos (CPTEC), o v´ınculo oceˆanico-atmosf´erico est´a associado `as altera¸c˜oes dos padr˜oes normais da Tempe-ratura da Superf´ıcie do Mar (TSM) e dos ventos al´ısios.

(18)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 17

O componente do ENOS associado ao oceano ´e definido como El Ni˜no (EN) e se divide em duas fases: El Ni˜no e La Ni˜na. O El Ni˜no ´e caracterizado pelo aquecimento anormal da superf´ıcie da ´agua e, La Ni˜na, ´e a fase que corresponde ao resfriamento anormal da superf´ıcie da ´agua. Como as caracter´ısticas s˜ao opostas, ´e poss´ıvel imaginar que os impactos s˜ao opostos, mas uma regi˜ao afetada pelo El Ni˜no n˜ao necessariamente sofrer´a grandes influˆencias da fase La Ni˜na. Essas fases tamb´em tˆem rela¸c˜ao com o enfraquecimento ou fortalecimento dos ventos al´ısios.

De acordo com Berlato e Fontana (2011), os ventos al´ısios em condi¸c˜oes normais sopram sobre o Equador de leste para oeste carregando a ´agua quente superficial. Em condi¸c˜oes de El Ni˜no, h´a enfraquecimento desses ventos, por outro lado, em fase La Ni˜na, as condi¸c˜oes normais do oceano e da atmosfera s˜ao fortalecidas, resultando no ressurgimento das ´aguas frias no Pac´ıfico. O comportamento dos ventos ´e associado ao componente atmosf´erico do ENOS conhecido como Oscila¸c˜ao Sul (OS), verificando uma rela¸c˜ao entre as press˜oes atmosf´ericas no leste e no oeste do Oceano Pac´ıfico. Segundo Berlato e Fontana (2003) , quando a press˜ao ´e alta a leste, geralmente ´e baixa a oeste, e vice-versa. A associa¸c˜ao entre o aquecimento ou resfriamento da TSM com a press˜ao atmosf´erica no Pac´ıfico Leste tamb´em ´e dada de forma inversa, como pode ser visto a seguir:

∆ TSM ∆ PRESS ˜AO ATM

El Ni˜no ↑ ↓

La Ni˜na ↓ ↑

(19)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 18

1.1.1

Localiza¸

ao do Fenˆ

omeno

O ENOS ocorre na regi˜ao do Pac´ıfico Equatorial, entre a Costa Peruana e no Pacifico oeste, pr´oximo `a Austr´alia.

Na imagem a seguir, ´e poss´ıvel observar as regi˜oes Ni˜no e as regi˜oes onde s˜ao verificadas as press˜oes atmosf´ericas (Darwin e Taiti):

Figura 1: Regi˜ao onde s˜ao calculados os principais ´ındices do ENOS. Adaptada de: Aus-tralian Government - Bureau of Meteorology (AGBM). Acessado em 4 de novembro de 2018.

As regi˜oes Ni˜no se subdividem em 4 ´areas, s˜ao elas:

• Ni˜no 1+2 (Longitude: 90oW-80oW e Latitude: 10oS-0o)- corresponde `a regi˜ao da costa da Am´erica do Sul, onde o El Ni˜no foi reconhecido pela primeira vez pelas popula¸c˜oes locais.

• Ni˜no 3 (Longitude:150oW-90oW e Latitude: 5oS-5oN) - J´a foi o foco de

monitora-mento de ocorrˆencia de El Ni˜no.

• Ni˜no 3.4 (Longitude: 170oW-120oW e Latitude: 5oS-5oN) - Regi˜ao que representa as

m´edias da TSM equatoriais em todo o Pac´ıfico. Principal regi˜ao de monitoramento das anomalias da TSM.

• Ni˜no 4 (Longitude: 160oE-150oW e Latitude: 5oS-5oN) - Captura anomalias de TSM no Pac´ıfico equatorial central.

(20)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 19

1.1.2

Monitoramento do Fenˆ

omeno

Existem alguns indicadores para classificar um evento ENOS em El Ni˜no ou La Ni˜na. Alguns deles s˜ao: Anomalia da TSM, ´Indice de Oscila¸c˜ao Sul (IOS), Anomalias da ra-dia¸c˜ao de Onda Longa (OL), entre outros. Os mais utilizados s˜ao a anomalia da TSM e o IOS.

Segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), nos estudos de mudan¸cas clim´aticas, as anomalias da temperatura s˜ao mais importantes do que a pr´opria temperatura. Esse entendimento evidencia a importˆancia das anomalias da tem-peratura calculadas na superf´ıcie do mar. Entende-se por anomalia de temtem-peratura a diferen¸ca para a referˆencia estabelecida (temperatura m´edia, por exemplo). A tempera-tura da linha de base, em geral, ´e calculada pela m´edia de, no m´ınimo, 30 anos de dados observados. Uma anomalia positiva indica que a temperatura observada ´e maior do que o valor de referˆencia, analogamente, uma anomalia negativa indica que a temperatura observada ´e menor do que a linha de base.

O ´Indice Oceˆanico Ni˜no (Oceanic Ni˜no Index - ONI ) ´e mais utilizado para definir intensidade do fenˆomeno a partir das anomalias da TSM e pode ser calculado para cada regi˜ao Ni˜no.

Verifica-se na Figura [2] a distribui¸c˜ao de intensidade do ENOS no gr´afico:

Figura 2: Intensidade do ENOS Segundo o ´Indice Oceˆanico Ni˜no- Fonte: Climate Data Guide (TRENBERTH, 2016). Acesso em: 4 de novembro de 2018.

(21)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 20

ION ´e a m´edia de trˆes meses das anomalias da TSM na regi˜ao 3.4 (regi˜ao de monito-ramento do ENOS segundo o ION), considerando anomalias a partir de ±0, 5. Sendo assim, ION > 0, 5, caracteriza El Ni˜no e, ION < −0, 5, caracteriza La Ni˜na. Anoma-lias fora dessas condi¸c˜oes s˜ao consideradas neutras e seguem padr˜oes de normalidade em rela¸c˜ao ao comportamento no oceano e `a press˜ao atmosf´erica.

Outro ´ındice conhecido para a defini¸c˜ao de ocorrˆencia do fenˆomeno ´e o ´Indice de Oscila¸c˜ao Sul - IOS (Southern Oscillation Index- SOI ), ele ´e obtido pela diferen¸ca entre os desvios em rela¸c˜ao a m´edia de press˜ao entre as regi˜oes Taiti, no Pac´ıfico Central, e Darwin, na Austr´alia.

IOS = ∆P T aiti− ∆P Darwin

Ropelewski e Jones (1987) definem como El Ni˜no quando a m´edia m´ovel do ´ındice est´a abaixo de -0,5, ou seja, IOS < −0, 5, por, no m´ınimo, cinco meses consecutivos e, para La Ni˜na IOS > −0, 5 sob as mesmas condi¸c˜oes.

Embora os ´ındices apresentados sejam eficientes para caracteriza¸c˜ao do ENOS, as influˆencias do fenˆomeno n˜ao se restrigem a ela, tampouco apenas ao Pac´ıfico Equatorial. Os impactos do fenˆomeno podem ser observados em diversas partes do mundo.

1.1.3

O ENOS no Mundo

Como foi dito anteriormente, o ENOS ´e um dos fenˆomenos mais estudados do mundo. A importˆancia e a preocupa¸c˜ao com o El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul s˜ao dadas pela abrangˆencia de consequˆencias que ele pode oferecer. O fenˆomeno clim´atico pode ter impactos ambientais em determinado local que afete, por exemplo, a economia daquela regi˜ao. A seguir, ser˜ao apresentadas algumas influˆencias observadas pelo mundo.

Os impactos biol´ogicos do ENOS na regi˜ao da Calif´ornia, nos Estados Unidos, foram apontados por Lea e Rosenblatt (2000). Observou-se mudan¸ca no ecossistema dos animais mar´ıtimos, principalmente no n´umero de peixes que migraram do Pac´ıfico Tropical do leste para o sul da Calif´ornia.

Por sua vez, Gadgil (2016) apontou impactos do El Ni˜no na precipita¸c˜ao sobre a regi˜ao da ´India. A agricultura e a economia da ´India s˜ao dependentes das chuvas dos mon¸c˜oes do ver˜ao indiano, como mostra Subrahmanyam (2013). Segundo o artigo, o El Ni˜no ´e respons´avel pelo d´eficit de chuvas e a La Ni˜na pelo elevado n´ıvel de precipita¸c˜ao

(22)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 21

na regi˜ao.

Em 2015 e 2016, os efeitos do El Ni˜no foram observados de forma significativa na Indon´esia. Segundo estudo, (ACAPS, 2016), foram observadas consequˆencias como: in-tensifica¸c˜ao de incˆendios sazonais, redu¸c˜ao de chuvas provocando a redu¸c˜ao da umidade do solo, afetando, assim, o plantio e a colheita em determinadas regi˜oes.

Em 2016, a Organiza¸c˜ao das Na¸c˜oes Unidas no Brasil - ONUBR, publicou uma re-portagem, baseada em artigo do Fundo das Na¸c˜oes Unidas para a Infˆancia (UNICEF), falando da influˆencia do El Ni˜no na regi˜ao da ´Africa, vide (ONUBR, 2016). A publica¸c˜ao evidencia estiagens e desequil´ıbrios clim´aticos provocados pelo fenˆomeno e os relaciona com alguns outros problemas, como a fome, por exemplo, que ´e uma das quest˜oes sociais que afetam a sa´ude da popula¸c˜ao da regi˜ao.

A UNICEF tamb´em comenta sobre outras regi˜oes de influˆencia em rela¸c˜ao `a sa´ude, o Brasil e alguns outros pa´ıses da Am´erica do Sul. Com a ocorrˆencia da fase El Ni˜no, o clima pode ser afetado de modo que favore¸ca a reprodu¸c˜ao do Aedes aegypti, que transmite doen¸cas como: Zika, Dengue, Febre Amarela e Chikungunya.

1.1.4

O ENOS no Brasil

Confalonieri (2015) relaciona com a ocorrˆencia do fenˆomeno os casos de Mal´aria nos estado Roraima e Maranh˜ao, localizados na regi˜ao Norte e Nordeste do Brasil, respectiva-mente. O autor comenta que a prolifera¸c˜ao do mosquito ´e dificultada em per´ıodo chuvoso e em per´ıodo de seca. Com isso, observa-se a influˆencia da chuva em rela¸c˜ao `a transmiss˜ao da doen¸ca, tornando poss´ıvel associar com o fenˆomeno ENOS, uma vez que ele tem como caracter´ıstica a capacidade de afetar o regime de chuva de uma regi˜ao. O autor tamb´em apresenta uma consequˆencia demogr´afica relacionada ao fenˆomeno. Segundo ele, h´a um fluxo migrat´orio tempor´ario da popula¸c˜ao nas ´areas com muitos impactos do ENOS para ´

areas que n˜ao foram afetadas (ou pouco afetadas).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat´ıstica - IBGE, o Brasil ´e repre-sentado territorialmente por 8.515.759, 090 km2 e portanto ´e um dos maiores pa´ıses do

mundo. Dada a sua extens˜ao territorial, ´e poss´ıvel observar alguns tipos de clima e massas de ar. Galvani (2014), apresenta algumas algumas classifica¸c˜oes, para definir cinco climas predominantes no Brasil. A seguir ser˜ao apresentadas, respectivamente, os climas e as massas de ar predominantes no pa´ıs:

(23)

1.1 El Ni˜no Oscila¸c˜ao Sul - ENOS 22

Climas: Equatorial ´Umido, Tropical, Tropical Semi- ´Arido, Tropical ´Umido ou Li-torˆaneo ´Umido e Subtropical ´Umido.

Massas de Ar: Equatorial continental (mEc), equatorial atlˆantica, tropical continen-tal, tropical atlˆantica, polar atlˆantica.

A diversidade clim´atica faz com que influˆencias diferentes do ENSO possam ser en-contradas em locais diferentes.Berlato e Fontana (2003), em seu livro, caracterizam a influˆencia do fenˆomeno em cada regi˜ao do Brasil da seguinte forma:

Regi˜ao El Ni˜no La Ni˜na

Norte

Secas de moderadas a intensas (norte e leste da Amazˆonia)

e chance de incˆendios florestais

Eleva¸c˜ao no n´ıvel de precipita¸c˜ao nas regi˜oes norte e leste da Amazˆonia

Nordeste

Secas de diversas intensidades no per´ıodo chuvoso (fevereiro a maio)

Chegada de frente fria com possibilidade

de precipita¸c˜ao acima da m´edia na regi˜ao semi-´arida (combinando condi¸c˜oes oceˆanicas e atmosf´ericas)

Centro-Oeste

N˜ao h´a evidˆencias

de efeitos na precipita¸c˜ao, a tendˆencia ´e de precipita¸c˜ao acima da m´edia

apenas no sul do Mato Grosso do Sul

N˜ao h´a evidˆencias de efeitos na precipita¸c˜ao,

nem na temperatura

Sudeste

Moderado aumento das temperaturas m´edias. Em geral, n˜ao h´a padr˜ao de altera¸c˜ao no regime de chuvas Temperaturas pr´oximas ` a m´edia ou um pouco abaixo da m´edia durante o inverno e o ver˜ao

Sul Eleva¸c˜ao no n´ıvel de precipita¸c˜ao e fortes frentes frias.

Passagens r´apidas de frentes frias, queda no volume

de precipita¸c˜ao, tendˆencia de queda na temperatura

m´ınima

Tabela 2: Influˆencias do ENOS em cada regi˜ao do Brasil. Fonte: Berlato e Fontana (2003)

1.1.4.1 O ENOS no Rio Grande do Sul

Como foi visto anteriormente, o ENOS tem sua influˆencia da regi˜ao Sul do Brasil. No estado do Rio Grande do Sul, os impactos podem ser associados, principalmente, `a preci-pita¸c˜ao pluvial, levando ao d´eficit ou super´avit h´ıdrico e `a temperatura. Potencializando efeitos associados `a cobertura vegetal e `a agricultura.

(24)

1.2 O Rio Grande do Sul e sua Produtividade 23

As consequˆencias na precipita¸c˜ao foram estudadas por Fontana e Berlato (1997) e os autores verificaram que, em anos de El Ni˜no, h´a eleva¸c˜ao no n´ıvel de chuva quase o ano inteiro, com destaque para primavera e ver˜ao (outubro e novembro) e com potencial de intensidade nos meses de maio e junho do ano seguinte `a ocorrˆencia do fenˆomeno. Por outro lado, em anos de La Ni˜na, os autores observaram comportamento contr´ario, h´a queda no n´ıvel de precipita¸c˜ao. O per´ıodo de destaque coincide com o per´ıodo de destaque no El Ni˜no. No Rio Grande do Sul, os maiores impactos do fenˆomeno ENOS, independente da sua fase, podem ser observados na regi˜ao Noroeste do estado.

De acordo com Berlato e Fontana (2003), sendo fase El Ni˜no ou La Ni˜na, os maiores impactos do ENOS na temperatura podem ser vistos na temperatura m´edia m´ınima. Para La Ni˜na, h´a queda na temperatura m´ınima m´edia quase o ano inteiro, principalmente em outubro e novembro. Por sua vez, com El Ni˜no a temperatura m´ınima m´edia no outono e no inverno tendem a ser maiores do que em anos neutros, ou seja, em anos sem ocorrˆencia de fenˆomeno ENOS.

Conhecer os impactos associados `a agricultura s˜ao de grande importˆancia para regi˜ao. O d´eficit ou o excesso de chuva s˜ao fatores que podem trazer danos `a produtividade.

1.2

O Rio Grande do Sul e sua Produtividade

A economia da regi˜ao Sul n˜ao ´e concentrada numa ´unica atividade. ´E poss´ıvel obser-var a agropecu´aria, a ind´ustria, o turismo e algumas outras. A for¸ca agr´ıcola do Sul tem grande participa¸c˜ao dos imigrantes e hoje ´e uma das principais contibuintes do desenvol-vimento da agricultura no pa´ıs com a planta¸c˜ao de gr˜aos como milho, soja, arroz e trigo, e tamb´em com a produ¸c˜ao de uva, tabaco, entre outros, como explica Jesus (2014).

No Rio Grande do Sul, a agricultura ´e baseada no cultivo de gr˜aos como soja, milho, arroz, cereais de inverno (trigo, cevada), forrageiras, entre outros. Segundo Berlato e Fontana (2003), a soja e o milho s˜ao respons´aveis por 65% da produ¸c˜ao de gr˜aos do estado. Devido `a cultura do cultivo, sem irriga¸c˜ao, o rendimento da produ¸c˜ao depende do comportamento da precipita¸c˜ao pluvial, que, por sua vez, tende a estar associado `a ocorrˆencia do fenˆomeno ENOS. Al´em da dependˆencia dos n´ıveis de chuva, a estiagem ´e uma consequˆencia relacionada `a temperatura m´edia m´ınima que tamb´em causa impactos na produ¸c˜ao agr´ıcola da regi˜ao.

No caso da soja e do milho, a regi˜ao de destaque na produ¸c˜ao dos gr˜aos ´e o Noroeste do estado. Como visto anteriormente, esta regi˜ao sofre bastante impacto associado ao ENOS,

(25)

1.2 O Rio Grande do Sul e sua Produtividade 24

principalmente em rela¸c˜ao `a precipita¸c˜ao. O comportamento da chuva no Noroeste do RS pode afetar diretamente a produ¸c˜ao dos gr˜aos, como mostra Matzenauer e Fontana (1987) em seu estudo que relaciona o rendimento do milho e a precipita¸c˜ao pluvial.

A soja e o milho tˆem efeitos associados parecidos em rela¸c˜ao ao El Ni˜no e La Ni˜na, ambos possuem efeitos favor´aveis em condi¸c˜oes de El Ni˜no e desfavor´aveis em condi¸c˜oes de La Ni˜na. As maiores perdas de safra s˜ao causadas por estiagem que, geralmente, s˜ao consequˆencias da queda na temperatura m´edia m´ınima associada `a fase La Ni˜na do ENOS. De acordo com Berlato e Fontana (2003), no per´ıodo de 1992 a 1997, 88,4% das perdas de safra de milho foram causadas por estiagem e 92,6 % das perdas de safra de soja foram causadas pelo mesmo motivo.

Ap´os a compreens˜ao da rela¸c˜ao dos impactos do fenˆomeno ENOS com a produ¸c˜ao no Rio Grande do Sul, torna-se evidente a necessidade de estudar o fenˆomeno a fim de minimizar perdas e danos na safra agr´ıcola local.

(26)

25

2

Objetivos

O objetivo deste trabalho consiste em verificar poss´ıvel associa¸c˜ao entre as vari´aveis Temperatura da Superf´ıcie do Mar na regi˜ao Ni˜no 3.4, Precipita¸c˜ao e Temperatura M´ınima M´edia nas esta¸c˜oes do Rio Grande do Sul com a Produ¸c˜ao de milho no estado. Como aux´ılio, alguns objetivos espec´ıficos foram definidos:

• Identificar as componentes nas s´eries temporais

• Modelar a partir do conceito de Regress˜ao Linear Dinˆamica, caso particular de Modelos Lineares Dinˆamicos

• Modelar a Produ¸c˜ao, definindo como regressoras a TSM no oceano Pac´ıfico, o N´ıvel de Precipita¸c˜ao e a Temperatura M´ınima M´edia no Rio Grande do Sul

• Investigar eventuais defasagens no tempo na rela¸c˜ao da TSM com a Temperatura M´ınima

• Modelar a Temperatura M´ınima M´edia com a TSM como regressora • Avaliar estimativas dos parˆametros associados a cada modelo ajustado • Avaliar os modelos a partir de medidas de qualidade dos ajustes

(27)

26

3

Materiais e M´

etodos

Neste cap´ıtulo ser˜ao apresentadas informa¸c˜oes referentes ao banco de dados e `a me-todologia do trabalho.

Os dados observados est˜ao definidos no per´ıodo de 1997 at´e 2017. Para os dados com informa¸c˜oes do oceano, foram analisadas informa¸c˜oes mensais, totalizando 252 ob-serva¸c˜oes. Para os dados clim´aticos da regi˜ao sul foram analisadas duas esta¸c˜oes me-teorol´ogicas: S˜ao Luiz Gonzaga (Noroeste -RS) e Bom Jesus (Nordeste-RS). As duas esta¸c˜oes apresentam dados mensais, totalizando 252 observa¸c˜oes. Para os dados a res-peito da produ¸c˜ao de milho, foram consideradas informa¸c˜oes sobre os munic´ıpios de S˜ao Luiz Gonzaga (Noroeste-RS) e Muitos Cap˜oes (Nordeste-RS). Os dados s˜ao anuais e to-talizam 21 observa¸c˜oes por munic´ıpio.

Resumo de Informa¸c˜oes Per´ıodo analisado: 1997 at´e 2017

Dados Tamanho da amostra Periodicidade

Oceano 252 Mensal

Clima - S˜ao Luiz Gonzaga 244 Mensal

Clima - Bom Jesus 244 Mensal

Produ¸c˜ao Milho - S˜ao Luiz Gonzaga 21 Anual

Produ¸c˜ao Milho - Muitos Cap˜oes 21 Anual

Para os dados do oceano e do clima, foi atribu´ıda uma coluna referente `a classifica¸c˜ao do evento observada no trimestre pela National Oceanic and Atmospheric Administration - (NOAA) .

As esta¸c˜oes e os munic´ıpios foram estudadas separadamente e todas as an´alises foram realizadas utilizando o software R - R Core Team (2018). A fun¸c˜ao para realizar a modelagem dos dados foi feita manualmente na linguagem R e a programa¸c˜ao se encontra no Anexo A.

Os fatores de desconto utilizados para fins comparativos foram δ = 0.95 e δ = 1 , e como medidas de qualidade de ajuste foram utilizados: Raiz do erro quadr´atico m´edio, erro absoluto m´edio e erro absoluto m´edio percentual para os testes, foi estabelecido o

(28)

3.1 Banco de Dados 27

n´ıvel de significˆancia α = 0.05.

3.1

Banco de Dados

3.1.1

Dados do Oceano

Os dados, referentes aos ´ındices do oceano, tˆem como fonte o site da NOAA e se comportam da seguinte forma:

Figura 3: Temperatura da Superf´ıcie da ´Agua mensal na Regi˜ao Ni˜no 3.4 no per´ıodo de 1997 at´e 2017

Os grandes picos da temperatura nos per´ıodos de 1997-1998 e 2015-2016 indicam aquecimento da ´agua na regi˜ao. De semelhante modo, as quedas da TSM apresentadas no per´ıodo 1999-2000, 2008 e 2011, indicam o resfriamento da ´agua. Portanto, assim como no aquecimento da ´agua pode-se desconfiar de El Ni˜no, os per´ıodos de resfriamento podem estar associados `a fase La Ni˜na do ENOS.

Entre os ´ındices definidos anteriormente, para a defini¸c˜ao de ocorrˆencia e intensidade do fenˆomeno foram considerado neste trabalho os seguintes ´ındices:

(29)

3.1 Banco de Dados 28

indicador, utiliza-se uma m´edia m´ovel de 3 meses e, para ser classificada como El Ni˜no ou La Ni˜na, as anomalias devem exceder 0.5oC ou −0.5oC.

• O ´Indice Oceˆanico Ni˜no - ION - (Oceanic Ni˜no Index - ONI ) ´e considerado pela NOAA o principal indicador de monitoramento dos fenˆomenos. Os ´ındices Ni˜no (Ni˜no 1+2, Ni˜no 3, Ni˜no 3.4 e Ni˜no 4), tˆem os mesmos nomes das regi˜oes pois representam as anomalias representadas pela TSM em cada uma delas. Para definir a intensidade do fenˆomeno, o ´Indice Oceˆanico Ni˜no (ION) deve permanecer na mesma faixa por pelo menos cinco meses consecutivos, vide Ferreira (2017).

A Tabela 3 mostra a varia¸c˜ao do ION para intensidade do ENOS em suas duas fases:

Tabela 3: Intensidade ENOS - ION (ONI)

El Ni˜no La Ni˜na

Neutro -0.5oC < ION < 0.5oC -0.5oC < ION < 0.5oC Fraco 0.5oC < ION < 0.9oC -0.5oC < ION < -0.9oC Moderado 1.0oC < ION < 1.4oC -1.0oC < ION < -1.4oC

Forte 1.5oC < ION < 1.9oC ION ≤ - 1.5oC

Muito Forte ION ≥ 2.0oC

Segundo o ´ındice definido pela Tabela 3, a ocorrˆencia e a classifica¸c˜ao por intensidade do evento no per´ıodo estudado ´e observada da seguinte forma:

(30)

3.1 Banco de Dados 29

Figura 4: Anomalias Mensais da Temperatura da Superf´ıcie da ´Agua na Regi˜ao Ni˜no 3.4 no per´ıodo de 1997 at´e 2017

A partir das anomalias da TSM e de acordo os valores do ´Indice Oceˆanico Ni˜no, confirma-se a ocorrˆencia dos eventos desconfiados no primeiro momento. Os maiores picos da temperatura na Figura 4, apresentaram El Ni˜no classificado como muito forte. Por outro lado, as maiores quedas da TSM, indicaram epis´odios de La Ni˜na forte.

3.1.2

Dados de Produ¸

ao

Os dados sobre a produ¸c˜ao foram pesquisados no site do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estat´ıstica (IBGE). As observa¸c˜oes no Sul do Brasil correspondem `a produ¸c˜ao de milho em S˜ao Luiz Gonzaga e em Muitos Cap˜oes. Para a defini¸c˜ao dos munic´ıpios utilizados, foi realizado um ranking com as maiores produ¸c˜oes em 2017, em toneladas, e a localiza¸c˜ao de influˆencia do fenˆomeno ENOS no Rio Grande do Sul.

3.1.2.1 Munic´ıpio de S˜ao Luiz Gonzaga

A seguir, ser´a apresentada a s´erie hist´orica do rendimento m´edio da produ¸c˜ao de milho (kg/hec), no per´ıodo de 1997 at´e 2017, em S˜ao Luiz Gonzaga. O munic´ıpio est´a localizado no Noroeste do Rio Grande do Sul, regi˜ao de maior influˆencia do ENOS segundo

(31)

3.1 Banco de Dados 30

a literatura.

Figura 5: Rendimento m´edio anual da produ¸c˜ao de milho no per´ıodo de 1997 at´e 2017, no munic´ıpio de S˜ao Luiz Gonzaga - RS

No per´ıodo de 1997 at´e 2004, a produ¸c˜ao apresentou rendimento m´edio variando entre 1.000 kg/hec e 3.000 kg/hec. A Figura 5 mostra que, a partir de 2005, com exce¸c˜ao dos anos de 2009 e 2012, que apresentaram queda brusca na produ¸c˜ao, o rendimento m´edio foi crescendo. Mesmo com leve queda em 2006, ele ainda era maior do que nos primeiros anos analisados. No per´ıodo entre 2013 e 2017, observou-se uma leve queda inicial (de 2013 para 2014), que se manteve constante entre 2014 e 2015. A partir de 2015, a produ¸c˜ao de milho ganhou mais for¸ca na regi˜ao de S˜ao Luiz Gonzaga, atingindo, em 2017, rendimento m´edio superior a 11.000 kg/hec.

3.1.2.2 Munic´ıpio de Muitos Cap˜oes

Localizado no Nordeste do Rio Grande do Sul, outra regi˜ao de influˆencia do ENOS, a s´erie hist´orica local no per´ıodo estudado ´e apresentada na Figura 6:

(32)

3.1 Banco de Dados 31

Figura 6: Rendimento m´edio anual da produ¸c˜ao de milho no per´ıodo de 1997 at´e 2017, no munic´ıpio de Muitos Cap˜oes - RS

A s´erie possui algumas varia¸c˜oes ao longo do per´ıodo estudado. O rendimento m´edio da produ¸c˜ao variava aproximadamente entre 2.000 kg/hec e 4.000 kg/hec, nos 4 primeiros anos observados. Em 2000, foi verificado o primeiro grande crescimento, cuja produ¸c˜ao atingiu cerca de 6.000 kg/hec. Entre 2001 e 2003, foi per´ıodo de crescimento e queda, mas dentro das mesmas marcas atingidas anteriormente. O maior destaque ocorreu na queda brusca de 2003 para 2004, seguindo em queda at´e 2005. Ap´os 2005, houve recupera¸c˜ao e crescimento do rendimento m´edio de milho, com exce¸c˜ao da queda em 2012. De 2014 para 2015, houve um aumento consider´avel na produ¸c˜ao, ultrapassando 10.000 kg/hec. Em 2015, houve leve queda no rendimento m´edio do milho e este indicador se manteve constante ao decorrer de 2016 e 2017.

3.1.3

Dados Clim´

aticos

Os dados de vari´aveis clim´aticas foram retirados do Banco de Dados Meteorol´ogicos para Ensino e Pesquisa - (BDMEP, 2018) do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. Foram consideradas a duas esta¸c˜oes meteorol´ogicas mais pr´oximas aos munic´ıpios definidos no ranking de produ¸c˜ao, portanto a esta¸c˜ao de S˜ao Luiz Gonzaga representa

(33)

3.1 Banco de Dados 32

os impactos do Noroeste do Rio Grande do Sul e a esta¸c˜ao de Bom Jesus representa os impactos do Nordeste do estado, cuja produ¸c˜ao est´a representada pelo munic´ıpio de Muitos Cap˜oes.

Para as duas esta¸c˜oes definidas, foram detectados dados faltantes no ano de 2001. Para a vari´avel correspondente `a precipita¸c˜ao, o per´ıodo sem informa¸c˜ao ´e de Janeiro a Agosto. Para a temperatura m´ınima m´edia, esse per´ıodo se estende por mais um mˆes, indo de Janeiro a Setembro. Para solucionar o problema de n˜ao ter informa¸c˜ao, foi realizada uma imputa¸c˜ao de dados considerando a m´edia da precipita¸c˜ao e da temperatura de acordo com o mˆes e evento correspondente. Na Tabela 4, ´e poss´ıvel observar qual o evento corresponde ao mˆes com dado faltante no ano de 2001.

Tabela 4: Eventos correspondentes aos meses com informa¸c˜oes faltantes em 2001

Ano Mˆes Evento 2001 Janeiro La Ni˜na 2001 Fevereiro La Ni˜na 2001 Mar¸co Neutro 2001 Abril Neutro 2001 Maio Neutro 2001 Junho Neutro 2001 Julho Neutro 2001 Agosto Neutro 2001 Setembro Neutro

Sendo assim, para o mˆes de Janeiro, foi realizada a m´edia da precipita¸c˜ao e da tem-peratura m´ınima m´edia de todos os meses de Janeiro em que ocorreu La Ni˜na. O mesmo crit´erio vale para os demais meses apresentados na Tabela 4.

3.1.3.1 S´erie Hist´orica - Precipita¸c˜ao

A Figura 7 e a Figura 8 apresentam o n´ıvel de precipita¸c˜ao (mm) registrado pelas esta¸c˜oes meteorol´ogicas selecionadas no Rio Grande do Sul

(34)

3.1 Banco de Dados 33

Figura 7: N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetros, de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao S˜ao Luiz Gonzaga - RS

Figura 8: N´ıvel de precipita¸c˜ao, em mil´ımetros, de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao Bom Jesus - RS

De acordo com a precipita¸c˜ao observada, ´e poss´ıvel encontrar alguns picos no volume de chuva registrado na figura 10, principalmente nos anos de 1998 e em 2016. Segundo a literatura, esse comportamento ´e comum, pois em anos de El Ni˜no, uma das consequˆencias do fenˆomeno ´e o aumento no n´ıvel de precipita¸c˜ao na regi˜ao Noroeste do Rio Grande do

(35)

3.1 Banco de Dados 34

Sul. De semelhante modo, em anos de La Ni˜na como, por exemplo, em 1999, torna-se evidente a influˆencia na redu¸c˜ao do n´ıvel de chuva da regi˜ao. A precipita¸c˜ao registrada na esta¸c˜ao Bom Jesus apresenta picos menores do que na esta¸c˜ao S˜ao Luiz Gonzaga. Seu maior n´ıvel de chuva observado foi no per´ıodo entre 2009 e 2010, atingindo aproximada-mente 500 mm. Entre 1998 e 1999, ´e poss´ıvel verificar a precipita¸c˜ao caindo de, pouco mais de 300 mm e chegando a aproximadamente 95 mm. Este comportamento demonstra queda que pode estar associada ao El Ni˜no seguido por La Ni˜na no per´ıodo inicial do estudo.

As consequˆencias em rela¸c˜ao `a precipita¸c˜ao s˜ao verificadas de forma mais clara quando o comportamento ´e observado no per´ıodo de maior influˆencia do ENOS no Sul do Brasil, ou seja, nos meses de outubro e novembro, como mostram as an´alises em anexo na Figura 37 e na Figura 38.

3.1.3.2 S´erie Hist´orica - Temperatura M´ınima M´edia

A Figura 9 e a Figura 10 apresentam a s´erie hist´orica da temperatura m´ınima m´edia registrada nas esta¸c˜oes meteorol´ogicas S˜ao Luiz Gonzaga e Bom Jesus.

Figura 9: Temperatura m´ınima m´edia observada mensalmente no per´ıodo de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao meteorol´ogica S˜ao Luiz Gonzaga

(36)

3.1 Banco de Dados 35

Figura 10: Temperatura m´ınima m´edia observada mensalmente no per´ıodo de 1997 at´e 2017, na esta¸c˜ao meteorol´ogica Bom Jesus

Em geral, na esta¸c˜ao S˜ao Luiz Gonzaga (Figura 9), a temperatura m´ınima m´edia variou entre aproximadamente entre 11oC e 20oC, enquanto em Bom Jesus (Figura 10,

essa varia¸c˜ao pode ser observada aproximadamente entre 5oC e 15oC.

Na Figura 9, h´a observa¸c˜oes discrepantes, que chamam a aten¸c˜ao pela m´ınima m´edia mensal abaixo de 11oC. Este comportamento pode ser visto no per´ıodos entre 2000 e 2001, 2007 e 2008, 2009 e 2010, por exemplo. A maior queda na m´ınima m´edia da temperatura foi observada entre 2000 e 2001 e pode ter rela¸c˜ao com a fase La Ni˜na forte ocorrida entre 1999 e 2000. Segundo a literatura, uma consequˆencia da fase La Ni˜na, no Rio Grande do Sul, ´e a queda da temperatura m´ınima.

Na esta¸c˜ao Bom Jesus (10), no per´ıodo entre 2000 e 2001 ocorreu a maior queda na temperatura m´ınima m´edia, atingindo valor pr´oximo a 1oC e pode ser associada `a fase La Ni˜na ocorrida no per´ıodo entre 1999 e 2000. Outras quedas podem ser observadas, por exemplo, entre 2007 e 2008, 2009 e 2010, 2016 e 2017.

A seguir ser˜ao apresentados os modelos ajustados a fim de entender uma poss´ıvel rela¸c˜ao entre as vari´aveis do oceano e do clima com a produ¸c˜ao.

(37)

3.2 Metodologia 36

3.2

Metodologia

Nesta se¸c˜ao ser´a constru´ıda a perspectiva de modelagem utilizando uma abordagem bayesiana, ou seja, considerando informa¸c˜oes resultantes da observa¸c˜ao dos dados.

3.2.1

Teorema de Bayes

Segundo Morettin e Bussab (2013), uma das rela¸c˜oes mais importantes envolvendo probabilidades condicionais ´e dada pelo Teorema de Bayes.

Defini¸c˜ao 3.2.1 Sejam A1, A2, A3, . . . , An eventos mutuamente exclusivos. A uni˜ao

des-ses eventos corresponde ao espa¸co amostral Ω. Seja B um evento qualquer de Ω. A pro-babilidade de ocorrer o evento B dado que um evento Ai ocorreu ´e definido pelo Teorema

de Bayes.

O teorema consite numa posteriori calculada a partir do conceito de probabilidade condicional como pode ser visto a seguir:

P (Ai|B) =

P (B|Ai)P (Ai)

Pn

i=1P (B|Ai)P (Ai)

(3.1) O Teorema de Bayes ´e muito utilizado para atualiza¸c˜ao de probabilidades, ele ´e a base da abordagem bayesiana de inferˆencia estat´ıstica.

3.2.2

eries Temporais

De acordo com Latorre (2001), s´erie temporal ´e uma sequˆencia de dados obtidos em intervalos regulares de tempo durante um per´ıodo espec´ıfico. A seguir, define-se formalmente o conceito de s´eries temporais:

Defini¸c˜ao 3.2.2 S´erie temporal ou trajet´oria do processo ´e um conjunto de observa¸c˜oes zt, t ∈ T amostradas em um tempo t. No presente estudo, o conjunto de tempos de

observa¸c˜oes T ´e formado por pontos discretos, igualmente espa¸cados e, sem perda de generalidade, assume-se que T ⊂ Z.

Para analisar s´eries hist´oricas, ´e necess´ario utilizar ferramentas estat´ısticas apropria-das que modelem cada uma de acordo com as suas componentes: n´ıvel, tendˆencia, sazo-nalidade, entre outras.

(38)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 37

O objetivo de analisar uma s´erie temporal consiste em descrever o comportamento da s´erie a partir de suas componentes. Ao descrever esse comportamento, torna-se seguro tomar decis˜oes apropriadas a curto, m´edio e longo prazo. Para maior seguran¸ca nas predi¸c˜oes, ´e necess´ario observar os erros de previs˜ao do modelo, eles devem ser reduzidos ao m´aximo para que a representa¸c˜ao a partir do modelo definido seja considerada adequada. Existem alguns processos conhecidos para modelar s´eries temporais, s˜ao eles: m´edias m´oveis, autorregressivos, autorregressivos integrados com m´edias m´oveis, entre outros. Esses modelos s˜ao conhecidos como metodologia Box-Jenkins.

Um exemplo da utiliza¸c˜ao de uma das abordagens anteriores pode ser visto segundo L´ucio (2010). Em seu estudo, utilizou-se um modelo estoc´astico autorregressivo integrado a m´edias m´oveis (ARIMA) combinado com Holt-Winters para prever a precipita¸c˜ao no Brasil.

Os modelos estat´ısticos para s´eries temporais n˜ao se limitam aos que foram apre-sentados anteriormente. A seguir ser´a definido o conceito de Modelo Linear Dinˆamico, abordagem proposta para este trabalho.

3.3

Modelos Lineares Dinˆ

amicos

O modelo linear dinˆamico (MLD) ´e uma extens˜ao do modelo de regress˜ao linear. No modelo de regress˜ao usual, os parˆametros s˜ao fixos no tempo e, no MLD, as informa¸c˜oes sobre os parˆametros s˜ao atualizadas a medida que um novo dado ´e observado, ou seja, os parˆametros variam em fun¸c˜ao do tempo. Ent˜ao, o conceito de MLD pode ser definido como uma classe dos modelos dinˆamicos que consiste em modelar o comportamento dos dados observados em s´eries temporais no ponto de vista bayesiano.

De acordo com Gamerman (1997), o ciclo de inferˆencia para os modelos lineares dinˆamicos ´e dado da seguinte forma:

(39)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 38

onde:

θt : vetor q-dimensional, ou seja, pertence ao Rq

Dt: Informa¸c˜ao no tempo t

(θt−1|Dt−1): Posteriori no tempo t − 1

(θt|Dt−1): Priori no tempo t

(θt|Dt): Posteriori no tempo t

(Yt|Dt−1): Valor obtido na previs˜ao

O MLD admite posteriori normal no tempo t = 0, chamada de informa¸c˜ao inicial e ´e definida da seguinte forma para o caso de variˆancia conhecida:

θ0 ∼ N (m0, C0) (3.2)

Al´em da posteriori, o modelo utiliza um par de equa¸c˜oes para cada instante (t ≥ 1) definidas como:

• Equa¸c˜ao Observacional

Yt = Ftθt+ υt onde υt∼ N (0, Vt) (3.3)

• Equa¸c˜ao de Evolu¸c˜ao do Sistema

θt = Gtθt−1+ ωt onde ωt∼ N (0, Wt) (3.4)

Para as equa¸c˜oes apresentadas acima, define-se as seguintes vari´aveis:

(40)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 39

• Ft : Matriz de regress˜ao com valores conhecidos (n x q)

• Gt : Matriz conhecida de evolu¸c˜ao dos parˆametros (q x q)

• Vt: Matriz de covariˆancia associada ao erro observacional υt (n x n)

• Wt: Matriz de covariˆancia associada ao erro de evolu¸c˜ao dos parˆametros ωt (q x q)

Segundo Migon et al. (2004), a equa¸c˜ao do sistema informa como, a partir da posteriori de ontem, ´e poss´ıvel definir a priori de hoje. ´E atrav´es desta equa¸c˜ao que ´e feita o passo da evolu¸c˜ao dos parˆametros. A atualiza¸c˜ao ´e feita atrav´es da chegada de informa¸c˜ao atrav´es de ytutilizando o Teorema de Bayes (3.1) e, por fim, a previs˜ao ´e feita com a distribui¸c˜ao

marginal (preditiva) de yt dada uma informa¸c˜ao anterior (antes de yt ser observada) .

Para encontrar as distribui¸c˜oes de interesse, considera-se o teorema definido por Ga-merman (1997) da seguinte forma:

Teorema 3.3.1 No MLD univariado com variˆancia conhecida, a previs˜ao 1 passo a frente e as distribui¸c˜oes a posteriori, ∀ t, s˜ao dadas por:

(a) Posteriori em t-1:

Para alguma m´edia mt−1 e matriz de variˆancia Ct−1

θt−1|Dt−1 ∼ N (mt−1, Ct−1) (3.5)

(b) Priori em t:

θt|Dt−1 ∼ N (at, Rt), onde at = Gtmt−1 e Rt= GtCt−1G0t+ Wt (3.6)

(c) Previs˜ao 1 passo a frente:

yt|Dt−1∼ N (ft, Qt), onde ft= Ft0at e Qt= Ft0RtFt+ Vt (3.7)

(d) Posteriori em t:

θt|Dt∼ N (mt, Ct) onde mt = at+Atet, At= RtFtQ−1t , et= Yt−ft, Ct= Rt−AtA0tQt.

(3.8)

(41)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 40

, a equa¸c˜ao de evolu¸c˜ao do sistema ´e dada por:

θt= Gtθt−1+ ωt, onde ωt ∼ Tnt−1[0, Wt] (3.9)

A previs˜ao 1 passo a frente e as distribui¸c˜oes a posteriori, ∀ t, s˜ao dadas por: (a) Posteriori em t-1:

Para alguma m´edia mt−1 e matriz de variˆancia Ct−1

θt−1|Dt−1 ∼ Tnt−1(mt−1, Ct−1) (3.10) (φ|Dt−1) ∼ G  nt−1 2 , nt−1St−1 2  (3.11) (b) Priori em t: θt|Dt−1∼ Tnt−1(at, Rt), onde at= Gtmt−1 e Rt= GtCt−1G 0 t+ Wt (3.12)

(c) Previs˜ao 1 passo a frente:

Yt|Dt−1∼ Tnt−1(ft, Qt), onde ft= F 0 tat e Qt= Ft0RtFt+ St−1 (3.13) (d) Posteriori em t: θt|Dt∼ Tn(mt, Ct) onde mt= at+Atet, At= RtFtQ−1t , et = Yt−ft, Ct= St St−1 (Rt−AtA0tQt). (3.14) Para maiores detalhes sobre as demonstra¸c˜oes, vide West e Harrison (1997).

Em geral, o modelo linear dinˆamico pode ser definido pelo conjunto {Ft, Gt, Vt, Wt}.

Conhecendo a qu´adrupla, pode-se obter todas as informa¸c˜oes definidas ao longo deste cap´ıtulo.

I Fator de Desconto

O fator de desconto (δ) pode ser entendido como um percentual de informa¸c˜ao que passa ao longo do tempo. De acordo com Migon et al. (2004), a necessidade de utilizar o fator de desconto ´e observada na rela¸c˜ao entre a variˆancia e a precis˜ao. Como a variˆancia mede a dispers˜ao do sistema e a precis˜ao a informa¸c˜ao, quanto maior a variˆancia de uma

(42)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 41

vari´avel, menor a precis˜ao da informa¸c˜ao.

O autor destaca algumas observa¸c˜oes a serem consideradas no estudo do fator de desconto:

• Valores sem muitas varia¸c˜oes bruscas s˜ao considerados a partir de 90% (δ = 0.9) • Valores muito pr´oximos n˜ao evidenciam muitas diferen¸cas

• Valores muito baixos (δ < 0.8) tendem a introduzir muita incerteza, prejudicando a predi¸c˜ao.

• Quando δ = 1, temos o modelo est´atico onde n˜ao h´a perda de informa¸c˜ao

A dificuldade de fixar Wtfaz com que seja necess´aria a utiliza¸c˜ao do fator de desconto,

visto que n˜ao ´e poss´ıvel modelar como Vt(φ).

Neste trabalho foram considerados δ = 1 e δ = 0.95 .

I Estimativas dos Parˆametros

No universo dos modelos lineares dinˆamicos, constuma-se utilizar estimativas pontuais para a previs˜ao, ou seja, a partir da m´edia a posteriori e as estimativas intervalares, a partir do intervalo de credibilidade (IC). Neste trabalho, o IC foi estabelecido sob o n´ıvel de significˆancia α = 0, 5. Admitindo um erro de 5%.

3.3.1

Modelo de Regress˜

ao Linear Dinˆ

amica

O modelo de Regress˜ao Linear Dinˆamica (RLD) ´e um caso particular de Modelo Linear Dinˆamico. A principal caracter´ıstica do RLD ´e a estrutura de evolu¸c˜ao temporal. No modelo usual de regress˜ao linear simples (ou m´ultipla), o parˆametro ´e est´atico, ou seja θt−1 = θt = θt+1 = θ, em contrapartida, no MLD para regress˜ao linear, o parˆametro

θ evolui ao longo do tempo. A medida que um novo dado ´e observado, ´e poss´ıvel inferir novas estimativas para o parˆametro.

Considerando a o modelo usual de regress˜ao m´ultipla, ´e poss´ıvel entender o modelo de regress˜ao linear dinˆamica como sua extens˜ao, escrevendo-o da seguinte forma:

(43)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 42

O modelo de regress˜ao dinˆamica ´e um caso particular de MLD e define-se da seguinte forma para q regressoras:

yt= β0t+ β1tx1t+ . . . + βqtxqt+ υt (3.16)

βit = βi,t−1+ ωit; onde i = 0, 1, . . . , q (3.17)

No in´ıcio do cap´ıtulo, foram apresentadas as equa¸c˜oes dos modelos lineares dinˆamicos, como, por exemplo, a equa¸c˜ao observacional (3.3) e a equa¸c˜ao do sistema (3.4). Para o caso regress˜ao, a estrutura da F e da G s˜ao dadas por:

F =        1 x1t .. . xqt        (q+1)x1 G =           1 0 0 · · · 0 0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 .. . ... ... . .. 0 0 0 0 · · · 1           (q+1)x(q+1)

onde F ´e a matriz de regressoras considerando o intercepto e a G = Iq+1 , ou seja, ´e

a matriz identidade de ordem q + 1.

Portanto, como equa¸c˜ao observacional e equa¸c˜ao do sistema, respectivamente, temos:

Yt=        1 x1t .. . xqt        θt+ υt θt=           1 0 0 · · · 0 0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 .. . ... ... . .. 0 0 0 0 · · · 1           θt−1+ ωt

3.3.1.1 Modelo de Regress˜ao Linear com Sazonalidade

Para incorporar a componente sazonalidade ao modelo ´e necess´ario manipular a matriz de evolu¸c˜ao do parˆametro Gt. Essa manipula¸c˜ao pode ser feita de dois modos: modelagem

de forma livre e modelagem por harmˆonicos (utilizando fun¸c˜oes trigonom´etricas).

Sob a perspectiva da modelagem de forma livre,Petris et al. (2007) mostra que a componente sazonal deve ser incorporada introduzindo desvios sazonais de m´edia zero que ser˜ao expressos por diferentes coeficientes αi (onde i indica o per´ıodo observado),

(44)

3.3 Modelos Lineares Dinˆamicos 43

consequentemente, a soma desses coeficientes devem resultar zero Σαi.

Segundo West e Harrison (1997), o modelo de regress˜ao linear com sazonalidade ´e definido da seguinte forma:

Defini¸c˜ao 3.3.3 Seja g(t) qualquer fun¸c˜ao real definida para inteiros n˜ao-negativos, onde t indica o tempo.

1. g(t) ´e c´ıclica ou peri´odica se, para algum inteiro p ≥ 1, g(t + np) = g(t), ∀t ≥ 0 e ∀n ≥ 0 inteiros.

2. O menor inteiro p para o qual o item 1 tem validade ´e chamado de per´ıodo de g(.) 3. g(.) demonstra um ciclo completo em qualquer intervalo de tempo que contenha p

pontos consecutivos, como (t, t + p − 1), ∀t ≥ 0

4. Os fatores sazonais de g(.) s˜ao os p valores de qualquer ciclo completo: θk= g(k) ,

k = 0, . . . , p − 1

5. O vetor de fatores sazonais no tempo t ´e o vetor de fatores sazonais permutados, de modo que o primeiro elemento ´e o correspondente no tempo t atual.

θt= (θk, θk+1, . . . , θk−1)

- fator sazonal atual: θk

6. Em qualquer ciclo, o tempo correspondente ao fator sazonal tem um r´otulo M (j). Os r´otulos s˜ao ac´ıclicos com o per´ıodo p e j ´e o resto de pt se, e somente se, M (j) = t. 7. Quando os p fatores sazonais relativos a um per´ıodo p podem assumir valores reais

arbitr´arios, o padr˜ao sazonal ´e denominado de forma livre

Para maiores detalhes, vide West e Harrison (1997) - Defini¸c˜ao 8.1.

A matriz Gt´e respons´avel pela parte determin´ıstica da evolu¸c˜ao do sistema, portanto

nela s˜ao incrementadas as componentes os parˆametros sazonais da seguinte forma: Segundo West e Harrison (1997), a matriz de permuta¸c˜ao pxp ´e definida como:

(45)

3.4 Modelo Polinomial de Segunda Ordem 44 Ep =           1 0 .. . 0 0           P =           0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 .. . ... ... . .. ... 0 0 0 · · · 1 1 0 0 · · · 0           = " 0 Ip−1 1 00 #

Caso o modelo se resuma apenas `a parte sazonal, o n´ıvel da s´erie no instante t (µt) ´e

dado pela primeira componente de θt e pode ser obtido como µt= Ep0θt onde

Ep0 =h1 0 0 . . . 0 i

. *A quantidade de colunas com 0 corresponde a (p − 1)

A permuta¸c˜ao de θt para θt+1´e realizada a partir da matriz Pp =

" 0 Ip−1 1 00 # , ouseja, θt+1= Ppθt.

Exemplo 3.3.4 Parte sazonal da Matriz G do modelo RLD, com per´ıodo p = 12 e con-siderando a compensa¸c˜ao dos efeitos sazonais.

GSazonal =                             −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1                            

3.4

Modelo Polinomial de Segunda Ordem

O modelo polinomial de ordem dois ´e recomendado para a tentativa de acompanha-mento do cresciacompanha-mento linear, ele procura descrever s´eries com tendˆencia.

Neste caso, define-se µ para acompanhar o n´ıvel e β para captar o crescimento ou, caso β < 0, decr´escimo da s´erie.

(46)

3.4 Modelo Polinomial de Segunda Ordem 45

Para encontrar F e G para o modelo polinomial de segunda ordem, de acordo com a equa¸c˜ao observacional (3.3) e com a equa¸c˜ao de evolu¸c˜ao do sistema (3.4), o ponto de partida ´e a equa¸c˜ao de cada parˆametro, definidas a seguir:

µt+1 = µt+ βt+1+ ω1,t+1 onde ω1,t+1 ∼ N (0, W1,t+1) (3.18)

βt+1 = βt+ ω2,t+1 onde ω2,t+1 ∼ N (0, W2+1) (3.19)

Sabe-se que a equa¸c˜ao observacional do modelo ´e definida por Yt = µt+υt, ent˜ao sendo

θt=

" µt

βt

#

, para encontrar a F ´e necess´ario relacionar θt com a equa¸c˜ao observacional no

caso geral (3.3): Yt= Ft0 " µt βt # + υt = h 1 0 i " µt βt # + υt= µt+ υt onde υt∼ N (0, Vt) Portanto, se Ft0 =h1 0 i ⇒ Ft= " 1 0 # .

Para definir a G, ´e preciso relacionar a equa¸c˜ao do sistema do modelo com a equa¸c˜ao do sistema no caso geral (3.4). De acordo com as equa¸c˜oes dos parˆametros µ(3.18) e β (3.19), define-se: µt+1= µt+ βt+ ω2,t + ω1,t θt= Gtθt−1+ ω2,t+ ω1,t Portanto, " µt βt # = G " µt−1 βt−1 # + " ω1,t+ ω2,t ω2,t # ⇒ G = " 1 1 0 1 #

Em suma, as equa¸c˜oes do modelo polinomial de segunda ordem s˜ao definidas por:

• Equa¸c˜ao de Observa¸c˜ao yt= h 1 0 i " µt βt # + υt ondeυt ∼ N (0, Vt)

(47)

3.5 Medidas de Qualidade de Ajuste 46 " µt βt # = " 1 1 0 1 # " µt−1 βt−1 # + ωt onde ωt ∼ N 0 0 ! , Wt,1 Wt,3 Wt,3 Wt,2 ! !

3.5

Medidas de Qualidade de Ajuste

Uma das formas de analisar um modelo proposto ou comparar modelos diferentes ´e medindo os erros.

3.5.1

Erro Absoluto M´

edio

O Erro Absoluto M´edio (Mean Absolute Error - MAE), ´e a m´edia dos erros absolutos, definido como: M AE = Pn t=1|yt− ˆyt| n .

Como o erro absoluto ´e definido por |ei| = |yi− ˆyt|, a m´edia deles tamb´em pode ser

escrita como:

M AE = Pn

t=1|et|

n

3.5.2

Erro Absoluto M´

edio Percentual

´

E a vis˜ao percentual do erro absoluto m´edio. O Erro Absoluto M´edio Percentual (Mean Absolute Percentage Error - MAPE) mede a precis˜ao da estima¸c˜ao (ou previs˜ao) de um modelo estat´ıstico. M AP E = 100 n n X t=1 et yt

onde yi ´e o valor observado na s´erie e n ´e o total dos tempos observados.

3.5.3

Raiz do Erro Quadr´

atico M´

edio

(48)

3.6 Teste de Friedman para Sazonalidade Determin´ıstica 47

Define-se Raiz do Erro Quadr´atico M´edio (Root Mean Squared Error - RMSE)como:

RM SE = v u u t 1 n n X t=1 (et)2 onde et= yt− ˆyt

3.6

Teste de Friedman para Sazonalidade Determin´ıstica

Segundo Ferreira et al. (2015), o teste friedman ´e um teste n˜ao param´etrico utilizado para verificar diferen¸cas entre blocos, com hip´oteses definidas da seguinte forma:

H0 : N˜ao h´a sazonalidade determin´ıstica H1 : H´a sazonalidade determin´ıstica

Para o contexto de s´eries temporais, os tratamentos s˜ao os meses e os blocos s˜ao os anos. Em caso de sazonalidade, o esperado ´e que as m´edias de, no m´ınimo, dois meses tenham diferen¸ca significativa. A estat´ıstica de teste ´e definida da seguinte forma:

F D = 12 bk(k + 1) k X j=1 R2j − 3b(k + 1) Onde: b ´e o n´umero de anos k ´e o n´umero de meses

Rj ´e a soma dos postos do j-´esimo mˆes

FD pode ser aproximada por χ2

k−1 e o p-valor ´e dado por P (X ≥ F D).

Onde X ∼ χ2 k−1

Rejeita-se H0 se P (F D ≥ X) ≈ 0.

(49)

3.7 Correla¸c˜ao Cruzada 48

3.7

Correla¸

ao Cruzada

O objetivo da correla¸c˜ao cruzada (Cross Correlation Function - CCF) consiste em relacionar duas s´eries temporais em fun¸c˜ao de um atraso atribu´ıdo a uma delas. A dife-ren¸ca de tempo entre a s´erie e o atraso da outra ´e denominado lag, em caso de avan¸co, ´e chamado lead.

A correla¸c˜ao ´e definida entre y(t) e x(t + h) e h pode ser positivo, indicando lags de x( em rela¸c˜ao a y (corte nos ´ultimos valores de y), ou negativo, indicando leads de x em rela¸c˜ao a y (corte nos ´ultimos valores de x).

A CCF pode ser definida como o coeficiente de correla¸c˜ao de Pearson com um defa-sagem h. ρXY(h) = cov(Xt, Yt+h) (var(Xt)var(Yt+h)) 1 2

Se X(t) = Y (t) temos que a CCF ´e a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao. Os lags e leads s˜ao visualizados a partir do correlograma. Para melhor compreens˜ao do conceito, segue um exemplo do uso de correla¸c˜ao cruzada:

Exemplo 3.7.1 Um engenheiro de recursos h´ıdricos espera uma correla¸c˜ao entre sedi-mentos na superf´ıcie da ´agua no extremo sul e no extremo norte de um rio durante 20 dias. Como um dos locais fica rio abaixo, espera-se que haja um tempo para que a ´agua se desloque entre os dois pontos.

O exemplo apresentado indica que a ´agua demora um determinado tempo para se locomover entre os dois pontos observados. Portanto, o c´alculo da correla¸c˜ao cruzada pode ser um facilitador, tendo como objetivo determinar o tempo de deslocamento da ´

(50)

49

4

An´

alise dos Resultados

Este cap´ıtulo apresentar´a os resultados referentes `as an´alises das s´eries temporais definidas neste trabalho.

4.0.1

eries para a modelagem

A primeira proposta de modelo utiliza regress˜ao linear dinˆamica e considera a distri-bui¸c˜ao anual dos dados. A Figuras 5 e a Figura 6, em 3.1.2, apresentaram a produ¸c˜ao de milho nesse per´ıodo e agora, na Figura 11, ser˜ao visualizadas as s´eries hist´oricas da TSM m´edia anual na regi˜ao 3.4, das precipita¸c˜oes m´edias anuais e m´ınima das temperaturas m´ınimas m´edias.

Figura 11: Temperatura da Superf´ıcie do Mar anual, na regi˜ao Ni˜no 3.4, no per´ıodo de 1997 at´e 2017

(51)

4 An´alise dos Resultados 50

per´ıodos de El Ni˜no muito forte (1997-1998 e 2015-2016)e quedas da TSM m´edia nos per´ıodos de La Ni˜na forte (1999-2000,2007-2008 e 2010-2011).

A Figura 12 apresenta o comportamento anual do n´ıvel de precipita¸c˜ao nas esta¸c˜oes meteorol´ogicas no Rio Grande do Sul.

Figura 12: N´ıvel de precipita¸c˜ao m´axima (mm) anual nas esta¸c˜oes Bom Jesus e S˜ao Luiz Gonzaga, no per´ıodo de 1997 at´e 2017

´

E poss´ıvel afirmar que, em rela¸c˜ao aos anos de fenˆomeno, as s´eries se comportam de forma parecida, diferindo apenas na intensidade do n´ıvel de chuva. Em geral, nos per´ıodos de El Ni˜no a precipita¸c˜ao m´axima atingida ´e mais alta em rela¸c˜ao aos anos sem El Ni˜no e, de forma oposta para a fase La Ni˜na, ´e poss´ıvel verificar a queda na precipita¸c˜ao m´axima anual nos per´ıodos dessa fase do ENOS.

Por fim, a Figura 13 representa a menor temperatura m´ınima m´edia observada ao longo dos anos nas esta¸c˜oes do Rio Grande do Sul.

Referências

Documentos relacionados

A metodologia utilizada no presente trabalho buscou estabelecer formas para responder o questionamento da pesquisa: se existe diferença na percepção da qualidade de

Por meio destes jogos, o professor ainda pode diagnosticar melhor suas fragilidades (ou potencialidades). E, ainda, o próprio aluno pode aumentar a sua percepção quanto

Later on, Metzger [21] proved that each Rovella map admits a unique absolutely continuous (w.r.t. Lebesgue) invariant probability measure (SRB). We shall refer these measures as

A informação só aparece por categorias (católicos, ortodoxos, protestantes, outros cristãos, judeus, muçulmanos e outros não cristãos) a partir do censo de 1981. Até

Do mesmo modo, a imprensa portuguesa tem contribuído para a construção da memória social da Europa, embora desde a adesão de Portugal à União Europeia, os jornais generalistas

Ressalta-se por fim que nenhuma literatura nacional foi encontrada propondo se analisar os fatores que têm obstaculado a utilização da tecnologia da informação para a gestão

Dessa forma, os dados foram coletados por meio da observação participante, de entrevistas estruturadas - realizadas com dirigentes e funcionários versando sobre o histórico

Ao longo dos dois meses de estágio nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar de São João, EPE, foi possível contactar com a realidade profissional do farmacêutico hospitalar