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Diatomáceas (BACILLARIOPHYTA) em sistema lagunar no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, sul do Brasil

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PROGRAMA DE PÓS-GRANDUAÇÃO EM BOTÂNICA

TESE DE DOUTORADO

DIATOMÁCEAS (BACILLARIOPHYTA) EM SISTEMA LAGUNAR NO PARQUE NACIONAL DA LAGOA DO PEIXE, SUL DO BRASIL

LETÍCIA DONADEL

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PROGRAMA DE PÓS-GRANDUAÇÃO EM BOTÂNICA

DIATOMÁCEAS (BACILLARIOPHYTA) EM SISTEMA LAGUNAR NO PARQUE NACIONAL DA LAGOA DO PEIXE, SUL DO BRASIL

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Botânica do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Botânica.

LETÍCIA DONADEL

Orientadora: Dra. Lezilda Carvalho Torgan

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incentivo e ensinamentos. Obrigada pela compreensão e apoio sempre, principalmente nos meses finais para conclusão deste estudo. Meu sincero agradecimento.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo auxílio através do edital PROTAX (Programa de Capacitação em Taxonomia) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES pela bolsa de doutorado concedida.

Ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) pela concessão da permissão de coleta no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, assim como a administração e funcionários do Parque Nacional da Lagoa do Peixe pelo apoio e conhecimentos passados.

Ao Dr. Adil Al-Handal, do Department of Biological and Environmental Sciences, University of Gothenburgm Sweden, pelo envio de material tipo para análise.

À Letícia de Oliveira (8º DISME/RS-SEOMA, Instituto Nacional de Meteorologia – INMET) pelo envio dos dados meteorológicos.

À Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Programa de Pós-Graduação em Botânica, coordenadores e à secretária Milene Herman. Aos professores do Programa pelas disciplinas ministradas que passaram importantes aprendizados.

À Dra. Luciana de Souza Cardoso, pela orientação e ensinamentos durante o mestrado.

Às professores Dra. Rosa Mara Borges da Silveira e Dra. Maria Luiza Lorscheitter, pela oportunidade dada para a realização dos estágios de docência e pelos ensinamentos.

Ao Centro de Microscopia e Microanálise (CMM) da UFRGS, pelo auxílio na operação e análise em microscopia eletrônica de varredura e transmissão.

À presidência, direção e funcionários do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB/RS), pela infraestrutura utilizada indispensável para a realização deste estudo.

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Aos funcionários do MCN-FZB/RS Manoel Nunes (Laboratório de Química) e Nilson Bittencourt (Herbário Prof. Dr. Alarich Schultz) pelo auxílio nas análises físico-químicas e registro das amostras.

Aos funcionários Tomaz Vital Aguzzoli e Eduardo Borsato (MCN-FZB/RS) pelo apoio em todas as expedições de campo.

À Dra. Vera Werner, Dra. Saionara Salomoni, Dra. Rosana Senna e à Dra. Sandra Maria Alves da Silva (MCN-FZB/RS) pela convivência, conselhos e apoio ao longo deste tempo.

À Dra. Priscila Tremarin, Dra. Luciana de Souza Cardoso e Dra. Dávia Marciana Talgatti pelas valiosas colaborações na avaliação do artigo apresentado no exame de qualificação.

Aos amigos, colegas, ex-colegas e estagiários que passaram pela Seção de Botânica de Criptógamas (MCN-FZB/RS) ao longo destes anos que deixaram suas contribuições em parceria em trabalhos, companheirismo em laboratório e troca de experiências: Andreia Pereira, Cristiane Bahi dos Santos, Carolina Randazzo, Daniela Fernandes Lopes, Francielle Schroeder, Gabriela Santana, Gustavo Canani, Renata de Carvalho e Krissie Caetano. Em especial as colegas Msc. Claudete Morais Pacheco, Dra. Dávia Talgatti, Dra. Lucielle Bertolli e Dra. Marcele Laux pela amizade, ajuda em expedições de campo, companhia em viagens para congressos, conselhos, auxílios científicos e apoio sempre. Cada um marcou uma etapa da minha vida científica e a amizade e parceria deste tempo de convívio ficará para sempre.

À Bianca Brasil, Charlene Voos, Clara Liberato, Luciana Garrido e Patrícia Bueno, amigas da faculdade que a distância e o tempo não separou. Obrigada pela amizade verdadeira, pelas palavras de incentivo e de conforto.

Ao meu companheiro Pedro Arzivenco, por estar sempre ao meu lado ajudando de muitas formas, pela compreensão nos momentos difíceis, incentivo e apoio em todos os momentos. Aos meus sogros, Karen Praetzel, Marcus Arzivenco e Vó Gladys, pelo carinho e acolhimento.

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sempre me apoiou e incentivou. À minha irmã Márcia, por ter estado sempre disponível para ajudar nas traduções e correções dos artigos em língua inglesa e pelo apoio em todos os momentos.

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“O importante é não parar de questionar. A curiosidade tem sua própria razão de existir. Uma pessoa não pode deixar de se sentir reverente ao contemplar os mistérios da eternidade, da vida, da maravilhosa estrutura da realidade. Basta que a pessoa tente apenas compreender um pouco mais desse mistério a cada dia.

Nunca perca uma sagrada curiosidade.” Albert Einstein

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de costa, e conectadas ao oceano por um ou mais restritos canais, características essas que as distinguem dos estuários. No sul do Brasil é escasso a ocorrência de ambientes lagunares, sendo os mesmos conhecidos pelo nome de lagoa, entre eles, a Lagoa do Peixe, que está inserido no Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Este parque possui status de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Sítio Ramsar e é parte da Rede Hemisférica de Reservas das Aves Limícolas Migratórias, por se constituir em importante refúgio de aves migratórias do Hemisfério Sul. O fato das lagunas serem sistemas de baixa profundidade, de mistura da coluna d´água, de alta reciclagem de matéria e nutrientes são altamente produtivas e as comunidades fitoplanctônica e microfitobêntica, esta última constituída predominantemente por diatomáceas, desempenham um papel fundamental. Apesar da importância ecológica da Lagoa do Peixe, a sua comunidade de diatomáceas bentônicas é muito pouco conhecida. O estudo teve como objetivos ampliar o conhecimento da composição taxonômica de diatomáceas bentônicas no sistema e entender a variação espacial e sazonal de atributos da comunidade em relação às variáveis ambientais, em um ciclo anual. Amostragens de sedimento foram efetuadas nas margens da porção Norte, Centro e Sul da lagoa, nas diferentes estações do ano, entre junho de 2011 e fevereiro de 2012. Este estudo demonstrou que a comunidade de diatomáceas esteve representada por 62 táxons, distribuídos em 30 gêneros e 20 famílias, sendo composta por espécies salobras e marinhas, com poucos representantes de água doce. Os gêneros que apresentaram maior número de táxons foram Amphora Ehrenb. ex Kütz, Nitzschia Hassall e Diploneis Ehrenb. ex P.T. Cleve. A riqueza, diversidade e equitabilidade) das diatomáceas apresentaram variações no espaço e no tempo. Maiores valores destes atributos foram encontrados na porção Norte da lagoa e na estação do outono. As variações estiveram relacionadas com as variáveis salinidade, temperatura, pluviosidade e ação do vento. São apresentadas 228 ilustrações das espécies com base na análise em microscópios ópticos e eletrônicos. Informações sobre as dimensões, ecologia e distribuição dos táxons também são incluídas. O total de 74% das espécies são primeiras citações para a Lagoa do Peixe, o que demonstra um aporte significativo ao conhecimento da biodiversidade neste sistema lagunar. O estudo taxonômico das diatomáceas neste sistema permitiu também ampliar a diagnose de Cocconeis sawensis Al-Handal et Riaux-Gobin, com base na observação do material tipo, oriundo de um lago salino do Iraque e verificar a ocorrência de variações morfológicas na população de Falcula hyalina Takano.

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ocean by one or more restricted channels, which distinguish them from estuaries. In the south of Brazil there are a few lagoon environments, which are known as of Lakes (Lagoas), among them the Lagoa do Peixe, which is part of the Lagoa do Peixe National Park. This park is a Atlantic Forest Biosphere Reserve, Ramsar Site and is part of the Western Hemisphere Shorebird Reserve Network, for being an important refuge for migratory birds in the Southern Hemisphere.The fact that the lagoons are shallow with water column mixing, high-recycled matter and nutrients, the phytoplankton and microphytobenthic communities are highly productive, with the latter composed predominantly of diatoms, fundamental in thi system. Despite the ecological importance of the Lagoa do Peixe, its community of benthic diatoms is little known. The objective of this study was to increase the knowledge of the composition of benthic diatoms in the system and to understand the spatial and seasonal variation of community attributes in relation to environmental variables over an annual cycle. Sediment samples were taken on the shores of the North, Center and South portion of the lagoon, in different seasons of the year, between June 2011 and February 2012. This study showed that the diatom community was represented by 62 taxa, distributed in 30 genera and 20 families, composed mostly of brackish and marine species, with few representatives of fresh water. The genera with the greatest number of taxa were Amphora Ehr. ex Kütz, Nitzschia Hassall and Diploneis Ehr. ex P.T. Cleve. The richness, diversity and equitability of the diatoms varied in space and time. Higher values of these attributes were found in the northern portion of the lagoon and in fall. The variations were related to salinity, temperature, rainfall and wind action. Illustration of 228 species using light and electron microscopy are presented. Information on the dimensions, ecology and distribution of taxa are included. A total of 74% of the species are first reports for Lagoa do Peixe, which demonstrates a significant contribution to the knowledge of biodiversity in this lagoonal system. The taxonomic study of the diatoms in this system also made it possible to increase the diagnosis of Cocconeis sawensis Al-Handal et Riaux-Gobin, based on the observation of the type material from a saline lake in Iraq, and to verify the occurrence of morphological variations in the population of Falcula hyalina Takano.

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CAPÍTULO 1 Composição taxonômica e variação espacial e sazonal da comunidade de diatomáceas bentônicas de sistema lagunar no sul do Brasil...2 CAPÍTULO 2 Additional morphological features of the epiphytic diatom Cocconeis

sawensis Al-Handal et Riaux-Gobin (Cocconeidaceae,

Bacillariophyta) from a coastal lagoon, Southern Brazil………75 CAPÍTULO 3 Falcula hyalina (Fragilariaceae, Bacillariophyta) from a coastal lagoon,

Southern Brazil: an additional approach on its

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APRESENTAÇÃO

A tese está composta por três capítulos apresentados na forma de artigos e manuscritos a serem submetidos para a publicação em periódicos científicos.

O primeiro capítulo intitulado, “Composição taxonômica e variação espacial e sazonal da comunidade de diatomáceas bentônicas de sistema lagunar no sul do Brasil”, apresenta a composição e variação de atributos da comunidade de diatomáceas bentônicas da porção Norte, Centro e Sul da lagoa, no período de junho de 2011 e fevereiro de 2012 e suas relações com variáveis ambientais. São apresentadas ilustrações e informações sobre as dimensões, ecologia e distribuição dos táxons. O manuscrito será submetido ao periódico Rodriguésia, revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

O segundo capítulo, “Additional morphological features of the epiphytic diatom Cocconeis sawensis Al-Handal et Riaux-Gobin (Cocconeidaceae, Bacillariophyta) from a coastal lagoon, Southern Brazil”, trata da primeira ocorrência da espécie epifítica Cocconeis sawensis para a América do Sul. O estudo amplia a diagnose da espécie, com base no material coletado na Lagoa do Peixe e no material tipo do sul do Iraque. São apresentadas imagens em microscopia óptica e eletrônica de varredura e transmissão. O artigo foi elaborado com a colaboração do Dr. Adil Al-Handal, autor da espécie. Este manuscrito foi submetido para o periódico Phytotaxa (Fator de Impacto em 2016/17 1,24)

O terceiro capítulo, “Falcula hyalina (Fragilariaceae, Bacillariophyta) from a coastal lagoon, Southern Brazil: an additional approach on its morphology”, trata do estudo da espécie Falcula hyalina Takano, espécie epizóica comumente associada a copépodos, registrada pela primeira vez no Parque Nacional da Lagoa do Peixe. O estudo revelou variações morfológicas da espécie, que foram descritas e ilustradas, com base na análise em microscópios óptico e eletrônico, sendo discutidos os principais fatores ambientais provavelmente envolvidos. Este é o registro mais austral da espécie na América do Sul. Este manuscrito foi publicado em Janeiro de 2016 no periódico Phytotaxa 243(2): 185-189. (Fator de Impacto em 2016/17 1,24)

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CAPÍTULO I

Composição taxonômica e variação espacial e sazonal da comunidade de diatomáceas bentônicas de sistema lagunar no sul do Brasil

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Composição taxonômica e variação espacial e sazonal da comunidade de diatomáceas bentônicas de sistema lagunar no sul do Brasil

Letícia Donadel1 & Lezilda C. Torgan 1,2

1Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Avenida Bento Gonçalves nº9500, Campus do Vale, CEP 91501-970, Porto Alegre, RS, Brazil; e-mail: leticiadonadel@yahoo.com.br

2Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Museu de Ciências Naturais, Rua Doutor

Salvador França, 1427, Jardim Botânico, CEP 90690-000, Porto Alegre, RS, Brasil

Resumo

A Lagoa do Peixe está inserido no Parque Nacional da Lagoa do Peixe e apesar de sua importância ecológica a comunidade de microalgas é muito pouco conhecida. Este estudo teve como objetivos ampliar o conhecimento da composição de diatomáceas bentônicas no sistema e entender a variação espacial e sazonal de atributos da comunidade em relação às variáveis ambientais. Amostragens de sedimento foram efetuadas nas margens da porção Norte, Centro e Sul da lagoa, nas diferentes estações do ano, entre junho de 2011 e fevereiro de 2012. Este estudo demonstrou que a comunidade de diatomáceas esteve representada por 62 táxons, distribuídos em 30 gêneros e 20 famílias, sendo composta por espécies salobras e marinhas, com poucos representantes de água doce. Os gêneros que apresentaram maior número de táxons foram Amphora Ehr. ex Kütz, Nitzschia Hassall e Diploneis Ehr. ex P.T. Cleve. Amphora ectorii Levkov esteve presente em todas as estações do ano e pontos amostrados, muitas vezes em abundância. A riqueza, diversidade e equitabilidade das diatomáceas apresentaram variações no espaço e no tempo. Maiores valores destes atributos foram encontrados na porção Norte da lagoa e na estação do outono. As variações estiveram relacionadas com as variáveis salinidade, temperatura, pluviosidade e ação do vento. São apresentadas ilustrações e informações sobre as dimensões, ecologia e distribuição dos táxons. O total de 74% das espécies são primeiras citações para a Lagoa do Peixe, o que demonstra um aporte significativo ao conhecimento da biodiversidade neste sistema lagunar.

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Abstract - Taxonomic composition and spatial and seasonal variation of the benthic diatom community from lagoon system, southern Brazil.

Lagoa do Peixe is part of the Lagoa do Peixe National Park and despite its ecological importance, the microalgae community is very little known. The objective of this study was to increase the knowledge of the composition of benthic diatoms in the system and to understand the spatial and seasonal variation of community attributes in relation to environmental variables. Sediment samples were taken on the shore of the North, Center and South portion of the lagoon, in the different seasons of the year, between June 2011 and February 2012. This study showed that the diatom community was represented by 62 taxa, distributed in 30 genera and 20 families, being composed of brackish and marine species, with few representatives of fresh water. The genera that presented the greatest number of taxa were Amphora Ehr. ex Kütz, Nitzschia Hassall and Diploneis Ehr. ex P.T. Cleve. Amphora ectorii Levkov occurred in all seasons and sites sampled, often in abundance.The richness, diversity and equitability of the diatoms varied in space and time. Higher values of these attributes were found in the northern portion of the lagoon and in the fall season. The variations were related to the variables salinity, temperature, rainfall and wind action. Ilustrations and information on the dimensions, ecology and distribution of taxa are presented. The total of 74% of the species are first reports for Lagoa do Peixe, which demonstrates a significant contribution to the knowledge of biodiversity in this lagoon system.

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Introdução

As lagunas são corpos de águas rasas e salobras, separados do ambiente costeiro por uma barreira geralmente de natureza arenosa. A característica relevante deste sistema é a conecção periódica com o oceano. Por essa razão, as lagunas confluem massas de água provenientes do continente e marinhas e apresentam variações constantes em suas condições físicas, químicas e biológicas.

No sul do Brasil é escasso a ocorrência de ambientes lagunares. A quase totalidade deles são conhecidos pelo nome de lagoas, quais sejam: Lagoa da Conceição na Ilha de Santa Catarina e Lagoa de Tramandaí e Armazém, Lagoa do Peixe e Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

O fato das lagunas serem sistemas de baixa profundidade, de mistura da coluna d´água, de alta reciclagem de matéria e nutrientes os torna altamente produtivas (Knoppers 1994) e as comunidades fitoplanctônica e microfitobêntica desempenham um papel fundamental. A composição e variabilidade natural destas comunidades devem, portanto, ser adequadamente compreendidas para haja o manejo adequado destes ambientes.

Nos sistemas lagunares da Planície Costeira do Sul do Brasil, os estudos estiveram concentrados sobre o fitoplâncton na Lagoa da Conceição (Odebrecht 1988), na Lagoa dos Patos (Odebrecht et al., 2010; Torgan et al., 1995; Torgan, 1997; Torgan et al. 2000), na Lagoa Tramandaí-Armazém (Rosa & Callegaro, 1988, Rosa & Miranda-Kiesslich 1988, Werner 1988, Rosa & Werner 1993, Rosa et al. 1994) e na Lagoa do Peixe (Werner 2002, Werner & Sant’Anna 2000, 2006, Donadel et al. 2016). Com relação ao microfitobentos podemos citar somente as contribuições de Bergesh et al. (1995), Garcia (2006), Garcia & Talgatti (2008), Rosa & Garcia (2008), Silva et al. (2010), Talgatti (2014 a, b, c) no estuário da Lagoa dos Patos.

A Lagoa do Peixe, pela sua importância deu nome ao parque onde está inserido, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Este possui status de Reserva da Biosfera, Sítio Ramsar e Reserva Internacional de Aves Limnícolas, por se constituir em importante refúgio de aves migratórios do Hemisfério Norte e Sul. A região tem como principais atividades a cultura de arroz, pecuária em áreas adjacentes e a pesca de camarão e tainhas. Apesar da importância ecológica da Lagoa do Peixe, estudo sobre a comunidade microfitobêntica restringe-se ao de Santos (2011) e Santos-Fisher et al. (2016) sobre assembleias de diatomáceas em sedimentos atuais e fósseis com vistas à

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reconstrução paleoambiental e o de Pacheco et al. (2016) sobre o o estudo taxônomico do gênero Diploneis Ehrenberg ex Cleve.

Tendo em vista o baixo número de estudos, este trabalho teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre a composição taxonômica da comunidade de diatomáceas microfitobêntica na Lagoa do Peixe, com base em análises aos microscópios óptico e eletrônico e entender as mudanças de sua estrutura em relação às variáveis ambientais. Considerando que a dinâmica do ambiente lagunar costeiro é regulado principalmente pela ação do vento, pluviosidade e variação da salinidade, espera-se que esses fatores tenham relação com a composição e estrutura da comunidade.

Material e Métodos Área de estudo

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe que está localizado no litoral médio da Planície Costeira do extremo sul do Brasil (31° 00’ 46’’S; 51° 09’ 51”W e 31° 29’ 00”S; 50° 46’ 31”W), na estreita faixa de terras que separa a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico (Fig. 1). O parque possui uma área de 344 km2, com perímetro de 138,84 km, pertencendo aos municípios de Tavares (80%) e Mostardas (20%) (Knak, 1998). O clima local é subtropical úmido (Cfa) segundo a classificação Köppen (Mota, 1951). O principal corpo d´agua do sistema é a Lagoa do Peixe, um corpo de água alongado (35 km de extensão e 1 km de largura média), com maior parte de sua área com profundidades menores de 60 cm. A Lagoa do Peixe, apesar do nome, trata-se de um ambiente lagunar, por apresentar comunicação com o mar em alguns períodos do ano. Esta comunidação se da através de um único canal localizado na porção central da Lagoa que nos períodos do ano de maior precipitação, quando as áreas adjacentes são inundadas, é aberto por meio de máquinas, uma vez que a abertura natural ocorre somente esporadicamente. Esta conecção permite a migração de inúmeras espécies, sendo um importante local de alimentação e refúgio de peixes e crustáceos (Knak, 1998).

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Fig. 1. Mapa da Lagoa do Peixe com a localização dos pontos de coleta, Norte (N), Centro (C), Sul (S) e localização da barra de conecção com o mar (seta). (Mapa adaptado de Loebmann & Vieira, 2006).

Amostragem

As amostragens foram realizadas em um ciclo anual, abrangendo as estações climáticas de outono (junho/2011), inverno (agosto/2011), primavera (novembro/2011) e verão (fevereiro/2012). Na primeira amostragem, no outono, a barra estava fechada, tendo sido aberta dias antes da amostragem de inverno e permanecido aberta pelo restante do período amostrado. Foram selecionadas para o estudo três pontos ao longo da Lagoa do Peixe, Norte (31°15’37.68”S, 50°58’02.49”W), Centro (31°21’17.84”S, 51°02’49.72”W) e Sul (31°26’25.19”S, 51°09’45.24”W) (Fig.1).

Um total de 21 amostras de sedimento foram coletadas com espátula em profundidades de até 2 cm na margem da Lagoa e colocadas em sacos plásticos para transporte. Em laboratório, as amostras foram acondicionadas em frasco de vidro e secas em estufa à 50°C. O material encontra-se tombado no Herbário Prof. Dr. Alarich Schultz sob os números HAS (110375, 110379, 110381, 110388, 110389, 110394, 110395, 110397, 110398, 110406, 110407, 110429, 110430, 110435, 110436, 110443, 110444, 110455, 110456, 110463, 110464).

Medidas de dados ambientais

Em campo formam mensurados o pH, condutividade (m.S.cm-1), salinidade (ppt), temperatura da água (°C), oxigênio dissolvido – OD (mg.L-1) e potencial de oxirredução – ORP (mg.L-1) com a utilização da sonda HORIBA U52. Para a medida de profundidade total e transparência de água (cm) foi utilizado o disco de Secchi. A

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classificação das zonas de salinidade foi feita com base no Sistema de Veneza (apud Mclusky, 1981).

Foram efetuadas as análises de fósforo total – PT (mg.L-1), através de absorciometria com redução do ácido ascórbico (APHA, 1998); nitrogênio total – NT (mg.L-1), segundo metodologia de Kjeldahl com nesslerização (NBR 10560-1988, 13796-1997) no laboratório de Ecologia da UFRGS e sílica (mg.L-1), pelo método de silicomolibdato (APHA, 1992) no laboratório de química da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB). Para a classificação dos graus de trofia foi utilizado o sistema modificado de Vollenweider (Wetzel, 1993).

Os dados de pluviosidade, temperatura do ar, velocidade e direção do vento foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET/ 8º Distrito de Meteorologia, obtidos através da Estação Meteorológica Automática de Mostardas/RS.

Preparação e análise do material

Em laboratório um grama do material foi oxidado com permanganato de potássio e ácido clorídrico (Simonsen 1974, modificado por Moreira-Filho & Valente-Moreira 1981) e posteriormente lavado com água destilada até atingir o pH neutro. Foram montadas três lâminas permanentes por amostra com resina Naphrax (IR=1,7) e analisadas em Microscópio Óptico (MO) ZeissAxioplan com câmera AxiocanERc 5s acoplada, no Museu de Ciências Naturais (MCN-FZB). As lâminas estão registradas e tombadas na Coleção de diatomáceas do HAS sob os números (6729-6772).

Alíquotas do material oxidado foram utilizadas na montagem de stubs para observação em microscópio eletrônico de varredura. Os stubs foram metalizados com ouro paládio (16nm) em aparelho da marca BAL-TEC SCD 005 e observados em dois microscópios eletrônicos de varredura (MEV), JEOL JSM 5200 no MCN-FZB operando a 20 mm de distância de trabalho a 15 kv, e o JEOL JSM 6060, no Centro de Microscopia e Microanálise (CMM) da UFRGS, operando a 10 mm, 10 kv.

Algumas amostras também foram observadas em microscópio eletrônico de transmissão (MET). Para isso o material oxidado foi transferido para grids (300 mesh) com cobertura de formvar e examinadas no microscópio JEOL JEM 1200EXII no CMM/UFRGS.

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Contagem e identificação

A quantificação dos táxons foi efetuada em lâminas permanentes, três de cada ponto, buscando a eficiência amostral mínima de 80% (Pappas & Stoermer 1996). Para a identificação das espécies foram consultadas obras originais, literatura clássica e atual citadas no texto. O enquadramento taxonômico seguiu Medlin & Kaczmarka (2004) para Classe e, a partir de Ordem a classificação de Round et al. (1990). A validade dos nomes científicos foi confirmada nas bases Algabase e INA.

Análise dos dados

As espécies foram classificadas quanto à abundância e dominância seguindo o critério de Lobo & Leighton (1986), em que as espécies dominantes são aquelas com densidade superior a 50% do número total de indivíduos contados e as espécies abundantes aquelas com densidade superior à densidade média, dada pelo valor médio do número total de indivíduos.

A riqueza de espécies foi estimada através do número de táxons presentes nas amostras em nível genérico à infra-específico. O índice de diversidade específica foi estimado usando índice de Shannon (H’) (Shannon & Weaver, 1949) e equitabilidade de Evenness (E). O índice de similaridade utilizado foi o Bray Curtis. Para testar a significância entre os atributos da comunidade foi utilizada a análise de variância (ANOVA), pois os dados apresentaram distribuição normal. Para estas análises foi utilizado o software PAST®.

Para a análise multivariada (Análise de Correspondência Canônica – ACC) foi utilizado o Pc-Ord® versão 6.08 (McCune & Mefford, 2011). Foram utilizadas para ordenar as unidades amostrais em função de dez variáveis ambientais (Tabela 1). Para a construção da matriz biótica foram consideradas apenas as espécies com frequência igual ou superior a 5% em pelo menos uma unidade amostral. Os dados foram transformados em log10 (x+1) com o objetivo de normalizar as variâncias (Ter Braak,

1986). Foi realizado o teste de permutação Monte Carlo para verificar a significância da ordenação nos eixos.

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Resultados

Composição da comunidade

A comunidade de diatomáceas bentônicas na Lagoa do Peixe esteve representada por 62 táxons distribuídos em 30 gêneros e 20 famílias abaixo relacionados. Informações sobre a referência usada na identificação, as dimensões do material analisado e observações sobre a ecologia e distribuição dos táxons são apresentados. Para alguns efetuou-se comentários sobre a relação com espécies afins.

CLASSE COSCINODISCOPHYCEAE Ordem Melosirales

Família Paraliaceae Gênero Paralia

Paralia sulcata (Ehrenberg) Cleve (Fig. 2a)

Referência: Witkowski et al. (2000) Dimensões: (n=3) diâmetro 33,6-39,0 µm

Material examinado: lâminas 6731, 6742, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, encontrada tanto no plâncton como sedimento (Garcia et al. 2012). Registrada na Lagoa do Peixe desde o Pleistoceno (Santos-Fischer et al. 2016)

CLASSE MEDIOPHYCEAE Ordem Biddulphiales

Família Biddulphiaceae Gênero Terpsinoë

Terpsinoë americana (Bailey) Grunow (Fig. 2b, 10a-c) Referência: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=1) compr. 51,2 µm; larg. 34,2µm

Material examinado: lâminas 6731, 6742, 6754, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita marinha-salobra, já citada para o sedimento da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Ordem Cymatosirales Família Cymatosiraceae

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Campylosira cymbelliformis (A. Schmidt) Grunow ex Van Heurck (Fig. 2c,d, 10d) Referências: Hendey (1964); Hartley (1996)

Dimensões: (n=5) compr. 11,9-16,3µm; larg. 4,3-5,5 µm Material examinado: lâminas 6736, 6747 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra de região litorânea (Guiry & Guiry 2018), já citada para o sedimento da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Ordem Thalassiosirales Família Thalassiosiraceae

Gênero Ehrenbergia

Ehrenbergia granulosa (Grunow) Witkowski (Fig. 2e,f)

Referência: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=7) 12,4-18,6 µm de diâmetro; 18-20 estrias radiais em 10 µm Material examinado: lâminas 6731, 6742, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, já citada para o sedimento da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Ordem Triceratiales

Família Plagiogrammaceae Gênero Dimeregramma

Dimeregramma minus (Gregory) Ralfs (Fig. 2g,h, 10e-g) Referência: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=3) compr. 21,6-24,8 µm; larg. 7,0-7,8 µm Material examinado: lâminas 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha (Witkowskiet al. 2000), já citada para o sedimento da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

CLASSE BACILLARIOPHYCEAE Ordem Fragilariales

Família Fragilariaceae Gênero Fragilaria

Fragilaria eichhornii Witkowski & Lange-Bertalot (Fig. 2i-o, 11a-f) Referência: Witkowski et al. (2000), Witkowski et al. (1995)

Dimensões: (n=27) compr. 6,8-19,9 µm; larg. 1,9-3,8 µm; 30 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6733, 6748, 6760 (HAS)

(22)

Observações: espécie descrita para o Mar do Norte, com maior frequência em salinidades superiorer a 10-15 psu (Witkowski et al. 2000). Os indivíduos encontrados na Lagoa do Peixe apresentam maior número de estrias que os citados na literatura (15-19 em 10 µm) O táxon foi encontrado no ponto sul, nas estações de outono, inverno e primavera, quando a salinidade variou de 1,3 a 10,9. No verão, quando a salinidade neste ponto alcançou 29,5, não foi observado. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Stauroforma

Stauroforma sp. 2 (Fig. 2p)

Referência: Flower et al. (1996)

Dimensões: (n=27) compr. 4,2-4,7 µm; larg. 2,2 µm, Material examinado: lâmina 6763 (HAS)

Observações: possivelmente Stauroforma atomus (Hustedt) D.Talgatti, C.E.Wetzel, E. Morales & L.C. Torgan, entretanto, não foi possível observar estrias no material em MO. Semelhante à Fragilaria eichhornii, no entanto, os indivíduos apresentam menores dimensões e foi encontrada no ponto norte, no verão quando a salinidade foi mais elevada (34,9), o que nos faz acreditar tratar-se de outra espécie. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Opephora

Opephora aff. mutabilis (Grunow) Sabbe &Vyverman (Fig. 2q-v, 12a-d) Referências: Sabbe & Vyverman (1995); Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=26) compr. 7,5-19,6 µm; larg. 3,1-5,3 µm Material examinado: lâminas 6733, 6754, 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, de águas marinhas e salobras. Táxon semelhante à O. mutabilis com relação as medidas e quando observada em MO, no entanto, os indivíduos observados para a Lagoa do Peixe não apresentam o anel longitudinal distinto de espinhos ao longo da margem valvar. O. mutabilis é citada por Poncet (2012) para a região norte do estuário da Lagoa dos Patos. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

(23)

Opephora pacifica (Grunow) Petit (Fig. 3a-e, 12e-h) Referências: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=8) compr. 13,3-41,7 µm; larg. 5,7-9,5µm; 6-7 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha e salobra. Táxon semelhante à Opephora schwartzzi (Grunow) Petit, diferenciando-se pelo número de estrias, maior em O. pacifica (6-9/10 µm) e menor em O. schwartzzi (3-4/10 µm). Espécie já citada para o sedimento da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Gênero Pseudostaurosiropsis

Pseudostaurosiropsis geocollegarumm (Witkowski) Morales (Fig. 3f-h) Referência: Morales (2002)

Dimensões (n=7): compr. 5,8-14,6µm; larg. 2,4-3,6 µm, 17-18 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6754, 6763, 6742 (HAS)

Observações: a espécie tem preferência por águas com maiores condutividades (Morales 2002), citada para ambiente salobro na região de marismas de Rio Grande (Talgatti 2014) e (Bertolli 2016) e para Lagoa Pequena e Saco do Laranjal (Poncet 2012) no Rio Grande do Sul. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem LyrellalesD.G.Mann Família LyrellaceaeD.G.Mann

Gênero Petroneis

Petroneis marina (Ralfs) Mann (Fig. 3i)

Referência: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=1) compr. 45,3-61,2 µm; larg. 25,2-29,2 µm Material examinado: lâminas 6757, 6767, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra, marinha nerítica, já citada para o sedimento atual da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Ordem Mastogloiales Família Mastogloiaceae

Gênero Mastogloia

Mastogloia pusilla Grunow (Fig. 3j, 13a-j)

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Dimensões: (n=3) compr. 16,4-27,3 µm; larg. 6,4-8,2 µm;19 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6733, 6742 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha e salobra (Witkowski et al. 2000) . Citada para o sistema lagunar Tramandaí e Armazém por Rosa & Werner (1993), na Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Mastogloia braunii Grunow (Fig. 3k)

Referência: Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=1) compr. 62 µm; larg. 19,4 µm; 17 estrias em 10 µm Material examinado: lâmina 6770 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, comum em águas salobras (Guiry & Guiry 2018). Citada para o sistema lagunar Tramandaí e Armazém (Rosa & Werner (1993) e para a Lagoa Emboaba (Garcia & Velez 1995), na Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Cymbellales

Família Anomoeoneidaceae Gênero Staurophora

Staurophora soodensis (Krasske) L. Bahls (Fig. 3l)

= Navicula soodensis Krasske

Referências: Hustedt (1930); Garcia-Baptista (1993)

Dimensões: (n=1) compr. 28, 4 µm; larg. 5,6 µm; 14 estrias em 10 µm (centro), 16 estrias em 10 µm (ápices)

Material examinado: lâmina 6733 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, salobra (Guiry & Guiry 2018). Citada como Navicula soodensis para as areias da praia Azul, litoral do Rio Grande do Sul. (Garcia-Baptista 1993). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Seminavis

Seminavis pusilla(Grunow) E. J. Cox & G. Reid (Fig. 3m, 14a-g) = Cymbella pusilla Grunow

Referência: Cox & Reid (2004)

Dimensões: (n=4) compr. 22,3-30,2 µm; larg. 5,1-6,6 µm; 17-19 estrias dorsais em 10 µm, 15-17 estrias ventrais em 10 µm, 50 aréolas em 10 µm.

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Material examinado: lâminas 6733, 6748 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha pertencente originalmente ao gênero Cymbella. Assemelha-se em MO à Seminavis strigosa, no entanto, S. pusilla apresenta estrias radiadas, tornando-se paralelas a um pouco convergentes nas extremidades. Próximo ao nódulo central apresenta uma ou várias estrias claramente encurtadas, enquanto que S. strigosa apresenta estrias na maioria das vezes paralelas, um pouco radiadas nos ápices. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Placoneis

Placoneis elegantula Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodríguez (Fig. 3n) Referência: Metzeltin et al. (2005)

Dimensões: (n=6) compr. 16,5-21,0 µm; larg. 6,1-7,0 µm; 19-20 estrias em 10 µm (ápices) 14-16 estrias em 10 µm (centro).

Material examinado: lâminas 6733, 6736, 6747, 6760 (HAS)

Observações: espécie registrada pela primeira vez para o Rio da Prata, próximo à Colônia do Sacramento, Uruguay (Metzeltin et al. 2005) e para o Rio São Francisco Falso, município de Santa Helena, Paraná, Brasil (Tremarin et al. 2009). As características morfométricas do material conferem com a descrição original da espécie. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Achnanthales Família Achnanthaceae

Gênero Achnanthes

Achnanthes intermediaKützing (Fig. 4a, 15a-m)

=A. brevipes var. intermedia (Kützing) Cleve Referências: Garcia (1999); Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=2) compr. 19,0-31,4 µm; larg. 6,7-11,0 µm, 9 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6733, 6736, 6754 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha e salobra. Semelhante à Achnanthes brevipes Agardh var. brevipes, mas apresenta ápices cuneiformes (obtuso-arredondado em A. intermedia) e maior amplitude de variação das dimensões (14-130 µm /9,5-40 µm), mas estrias em número semelhante (7-10 em 10 µm). Também se assemelha a A. parvula que, se diferencia por apresentar aréolas na região mais próxima ao manto segundo imagens em MEV de Garcia (1999), além de maior número de estrias e aréolas

(26)

na valva com rafe (14 estrias em 10 µm e 16 aréolas em 10 µm). Citada como A. breviceps var. intermedia para o sedimento atual da Lagoa do Peixe por Santos (2011).

Achnanthes curvirostrum Brun Fig. 4b, 16a, b)

Referências: Patrick & Reimer (1966); Witkowski µm (2000)

Dimensões: (n=4) compr. 27,6-37,8 µm; larg. 8,1-14,2 µm; 12-14 estrias em 10 µm, 14-15 aréolas em 10 µm.

Material examinado: lâminas 6733, 6763, 6767, 6770 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra (Guiry & Guiry 2018). Encontrada como epífita em Acrostichum danaeifolium Langst. & Fisher no Arroio Pseudônimo por Rosa (2014) e no Rio Mampituba e praia de Tramandaí, no litoral do Rio Grande do Sul (Torgan et al. 1999). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Família Cocconeidaceae Gênero Cocconeis

Cocconeis neodiminuta Krammer (Fig. 4c, d, 16c)

Referência: Krammer & Lange-Bertalot (1991)

Dimensões: (n=5) compr. 9,8-14,3 µm; larg. 7,0-9,0 µm Material examinado: lâminas 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, de água doce (Guiry & Guiry 2018). Registrada por Poncet (2012) para a região norte do estuário da Lagoa dos Patos. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Cocconeis euglypta Ehrenberg (Fig. 4e-h, 16d-h)

= Cocconeis placentula var. euglypta (Ehrenberg) Grunow

Referências: Krammer & Lange-Bertalot (1991); Romero & Jahn (2013)

Dimensões: (n=8) compr. 13,9-18,6 µm; larg.7,6-11,4 µm; valva sem rafe 17-22 estrias em 10 µm, valva com rafe 15-20 estrias em 10 µm

Material examinado: lâminas 6733, 6748, 6760 (HAS)

Observações: espécie de água doce (Guiry & Guiry 2018). Amplamente distribuída em águas continentais no Rio Grande do Sul (Torgan et al. 1999). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

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Cocconeis sawensis Al-Handal et Riaux-Gobin (Fig. 4i, j, 17a-f) Referência: Al-Handal et al. (2014)

Dimensões: (n=4) compr. 10,4-16,7µm; larg. 9,5-14,7µm Material examinado: lâminas 6733, 6748 (HAS)

Observações: espécie marinha, salobra (Al-Handalet al. 2014). Restrita pela primeira vez para o sul do Iraque (Sawa Lake). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Família Achnanthidiaceae Gênero Planothidium

Planothidium delicatulum (Kützing) Round & Bukhtiyarova (Fig. 4k, l, 20a) Referências: Krammer & Lange-Bertalot (1991); Round & Bukhtiyarova (1996); Metzeltin et al. (2005)

Dimensões: (n=2) compr. 12,6-16,1 µm; larg. 5,1-6,8µm; valva sem rafe 15 estrias em 10 µm, valva com rafe 17 estrias em 10 µm.

Material examinado: lâminas 6733, 6754, 6757 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, salobra e de água doce (Guiry & Guiry 2018). Registrada para águas continentais no Rio Grande do Sul (Torgan et al. 1999); como epífita no Arroio Pseudônimo (Rosa & Garcia 2013) e em marismas por Talgatti (2014). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Naviculales Subordem Neidiineae

Família Diadesmidaceae Gênero Luticola

Luticola simplex Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodríguez (Fig. 4m, n) Referência: Lange-Bertalot & García-Rodriguez (2005)

Dimensões: (n=5) compr. 13,6-23,7 µm; larg. 5,6-7,0µm; 19 -20 estrias em 10 µm, 20-21 aréolas em 10 µm

Material examinado: lâminas 6731, 6742 (HAS)

Observações: espécie descrita pela primeira vez para o Rio da Prata, próximo a Colônia do Sacramento, no Uruguai. Foi registrada para a Lagoa Peixe por Santos (2011) como Luticola mutica (Kützing) D. G. Mann, no entanto, trata-se de L. simplex. As espécies

(28)

podem ser diferenciadas principalmente pelo formato da valva elíptico a rombo-lanceolado (elíptico em L. mutica).

Família Amphipleuraceae Gênero Halamphora

Halamphora coffeaeformis (Agardh) Levkov (Fig. 4o, p)

= Amphora coffeaeformis (Agardh) Kützing Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=8) compr. 34,3-56,5 µm; larg. 5,6-7,0µm;12-15 estrias centrais, 16-21estrias apicais em 10 µm, 20-21 aréolas em 10 µm

Material examinado: lâminas 6736, 6748, 6760, 6763, 6767, 6770 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra (Guiry & Guiry 2018). As características morfológicas e métricas do material conferem com a literatura, no entanto, o número de estrias é menor que nos indivíduos apresentados por Levkov (2009, 19-22 em 10 µm). Archibald & Schoeman (1984) fizeram uma ampla revisão desta espécie, pois diferentes conceitos tem sido encontrados na literatura gerando confusão a respeito de sua verdadeira identidade. Citada para as areias da praia Azul por Garcia-Baptista (1993) como Amphora coffeaeformis (Agardh) Kützing. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Halamphora turgida (Gregory) Levkov (Fig. 5a, 18a-h) = Amphora turgida W. Gregory

Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=8) compr. 34,3-56,5 µm; larg. 6,5-8,5µm; 11-15 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6731, 6733, 6763, 6760 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra (Guiry & Guiry 2018). O táxon diferencia-se de Halamphora tumida pois esta aprediferencia-senta valvas com menor largura (4-7 µm) e maior densidade de estrias (16-18 estrias em 10 µm). Em MEV, em vista externa, as estrias dorsais são bisseriadas em toda extensão, diferente de H. tumida, onde as estrias próximas à margem dorsal tornam-se unisseriadas, semelhantes às aréolas. Em vista interna, H. tumida apresenta uma costela longitudinal próxima à rafe, delimitando uma fileira de aréolas, não apresentado por H. turgida. Registrada para o estuário da Lagoa dos Patos (Talgatti 2014).

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Halamphora subholsatica (Krammer) Levkov (Fig. 5b, 18i-k) = Amphora subholsatica Krammer

Referências: Hustedt (1956); Garcia & Souza (2008); Levkov (2009)

Dimensões: (n=1) compr. 56,4 µm; larg. 10,0 µm;13 estrias dorsais centrais em 10µm, 24 estrias ventrais em 10 µm, 24 aréolas em 10µm,.

Material examinado: lâmina 6747 (HAS)

Observações: espécie salobra de distribuição restrita à Europa e América do Norte (Guiry & Guiry 2018). O táxon difere de Halamphora holsatica (Hustedt) Levkov pelo formato da valva e densidade de aréolas. Halamphora subholsatica possui valvas semi-lanceoladas, levemente arqueadas na região dorsal e ápices capitados, enquanto que H. holsatica possui valvas semi-elipticas, com margem dorsal fortemente convexa e ápices subcapitados. A densidade de aréolas em H. subholsatica está entre 20-24 (15-18 em 10 µm em H. holsatica). Registrada como epífita no Arroio Pseudônimo (Rosa & Garcia 2013) na Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Halamphora sp. 1 (Fig. 8c) Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=3) compr. 13,2-17,5 µm; larg. 3,2-3,7 µm. Material examinado: lâminas 6733, 6763 (HAS)

Observações: em MO táxon semelhante à Halamphora holsatica, no entanto, esta apresenta menores dimensões (comp. 26-47 µm e larg. 7-9 µm). Análise em MEV faz-se necessária para uma identificação mais precisa. Primeira citação para o faz-sedimento da Lagoa do Peixe.

Subordem Sellaphorineae Família Sellaphoraceae

Gênero Fallacia

Fallacia florinae (Møller) Witkowski (Fig. 5c-d, 19g-h)

= Navicula florinae M. Møller Referência: Witkowski (1993)

Dimensões: (n=6) compr. 8,7-13,1 µm; larg. 5,5-6,7 µm

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Observações: espécie cosmopolita, psâmica, marinha (Guiry & Guiry 2018). Encontrada em sedimento e como epífitas em marismas no sul do Brasil (Talgatti 2014; Bertolli 2016). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Fallacia subforcipata (Hustedt) Mann (Fig. 5e, f, 19a-f)

Referências: Hustedt (1964); Garcia (1999); Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=14) compr. 13,2-23,4 µm; larg. 7,2-10,6 µm; 15-19 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6731, 6736, 6742, 6747,6754, 6757, 6763, 6767 (HAS) Observações: espécie marinha, de distribuição restrita à America do Norte e Europa (Guiry & Guiry 2018). O táxon assemelha-se a F. forcipata Witkowski e F. clepsidroides Witkowski, entretanto, o primeiro apresenta maior dimensão (20-80 µm /10-24 µm) e maior número de aréolas junto a rafe no interior da lyra, enquanto que o segundo possui menor dimensão (8-12/3,5-5,5µm) e maior número de estrias (21-24 em 10µm). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe e para o Brasil.

Fallacia tenera (Hustedt) Mann (Fig. 5g, h)

= Navicula tenera Hustedt

Referências: Hustedt 1937; Mann (1990); Sabbe et al. (1999)

Dimensões: (n=2) compr. 21,6-23,7 µm; larg. 7,8-8,3 µm; 16 estrias em 10 µm Material examinado: lâmina 6742 (HAS)

Observações: O material observado apresenta morfologia similar à literatura, mas possui maiores dimensões (12-14/5-6,5 µm ) e (9,7-10,6/ 5-5,4µm) que apresentados por Hustedt (1937) e por Sabbe et al. (1999), respectivamente. Encontrada em sedimento de marismas e como epífita no Arroio Pseudônimo, na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Rosa & Garcia 2013; Talgatti 2014). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Subordem Diploneidineae Família Diploneidaceae

Gênero Diploneis

Diploneis aestuari Hustedt (Fig. 5i)

Referência: Pacheco et al. (2016)

Dimensões: (n=1) compr. 14,7 µm; larg. 7,5 µm; 15 estrias em 10 µm Material examinado: lâmina 6747 (HAS)

(31)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, salobra e de água doce. Registrada para o bentos da Lagoa do Peixe e como epífita em marismas da Lagoa dos Patos (Pacheco et al.2016).

Diploneis didyma (Ehrenberg) Cleve (Fig. 5j, 19i)

Referências: Hustedt (1937); Witkowski (2000)

Dimensões: (n=7) compr. 39,1-48,6 µm; larg. 15,0-20,6 µm

Material examinado: lâminas 6731, 6733, 6742, 6747, 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, salobra e de água doce. Registrada para o plâncton e bentos da Lagoa do Peixe e como epífita em marismas da Lagoa dos Patos (Pacheco et al. 2016).

Diploneis interrupta var. interrupta (Kützing) Cleve (Fig. 5k)

Referências: Cleve (1894); Hustedt (1937)

Dimensões: (n=1) compr. 33,3 µm; larg. 12,5 µm; 13 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6747 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita marinha e salobra. Registrada para o plâncton e bentos da Lagoa do Peixe e como epífita em marismas da Lagoa dos Patos (Pacheco et al. 2016).

Diploneis litoralis var. clathrata (Østrup) Cleve (Fig. 5l, 20b-e) Referência: Pacheco et al. (2016)

Dimensões: (n=5) compr. 24,1-40,5 µm; larg. 12,7-17,2 µm; 10-13 estrias em 10 µm. Material examinado: lâminas 6736, 6742, 6747, 6754, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha, salobra, já citada para o plâncton e bentos da Lagoa do Peixe (Pacheco et al.2016).

Diploneis smithii (Brébisson) Cleve (Fig. 6a)

Referência: Pacheco et al. (2016)

Dimensões: (n=12) compr. 30,5-59,4 µm; larg. 19,4-37,5 µm; 5-7 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6731, 6733, 6742, 6754 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha e salobra. Registrada para o bentos da Lagoa do Peixe e como epífita em marismas da Lagoa dos Patos (Pacheco et al.2016).

(32)

Diploneis sp.1 (Fig. 6b) Referência: Pacheco (2016)

Dimensões: (n=2) compr. 13,7-19,6 µm; larg. 8,3-12.6 µm, 9 estrias em 10 µm Material examinado: lâminas 6731, 6754 (HAS)

Observações: o material é semelhante ao encontrado anteriormente no sedimento da Lagoa do Peixe e em marismas da Lagoa dos Patos (Pacheco 2016), tendo sido identificado também somente em nível genérico, pela necessidade de observações mais detalhadas em MEV.

Subordem Naviculineae Família Naviculaceae

Gênero Navicula

Navicula flagellifera Hustedt (Fig. 6c)

Referências: Hustedt (1939); Witkowski et al. (2000); Hein (2008)

Dimensões: (n=5) compr. 22,2-28,0 µm; larg. 4,1-5,9 µm; 13-14 estrias em 10 µm. Material examinado: lâminas 6731, 6763 e 6767 (HAS)

Observações: espécie marinha, registrada para a Praia Azul, sul do Brasil (Garcia-Baptista 1993), no entanto a autora comenta que os indivíduos registrados apresentaram estrias um pouco mais radiadas do que o material tipo. Já os indivíduos da Lagoa do Peixe apresentam o mesmo padrão de estrias do material tipo, entretanto, apresentam menores dimensões do que os mencionados na literatura consultada (32-44 µm/ 6-9 µm, Witkowski et al. 2000); (37-49 µm compr., 6-8 µm larg, Hustedt 1939). O táxon assemelha-se a N. arenaria var. rosellata Lange-Bertalot, no entanto, este apresenta menor número de estrias (9-10 em 10 µm) e área central retangular. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Navicula juanitalinda Metzeltin, Lange-Bertalot & García-Rodríguez (Fig. 6d) Referência: Metzeltin (2005)

Dimensões: (n = 1) compr. 28,0 µm; larg. 5,9 µm; 12 estrias em 10 µm no centro, 14 estrias em 10 µm nos ápices

Material examinado: lâmina 6736 (HAS)

Observações: N. juanitalinda foi originalmente descrita para o Uruguai para a Fuente del Puma e com rara ocorrência no Rio da Prata próximo à Colônia del Sacramento (Metzeltin 2005). As características morfométricas do material conferem com a

(33)

descrição original da espécie. O táxon assemelha-se a N. jacobbi Manguine, N. eichhorniaephila Manguim, no entanto, N. juanitalinda apresenta estrias radiais que se tornam subparalelas a levemente convergentes nos polos, onde o número de estrias é superior. Apresenta 2-3 estrias cortadas em cada lado da área central (em vez de somente uma no lado primário da valva como em N. jacobbi). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Navicula phylleptosomaformis Seddon et Witkowski (Fig. 6e, 20f-i) Referência: Seddon et al. (2011)

Dimensões: (n = 4) compr. 14,2-28,0 µm; larg. 4,2-7,4 µm, 13-17 estrias em 10 µm, 35-40 aréolas em 10 µm

Material examinado: lâminas 6736, 6747, 6754, 6763 (HAS)

Observações: espécie encontrada pela primeira vez na região de Galápagos. As características morfológicas do material conferem com as da descrição original da espécie, entretanto apresenta maior comprimento e largura (15-25µm/4-6 µm; Seddon et al. 2011) referenciado para o material tipo. Registrada para ambiente salobro na região de marismas de Rio Grande (Talgatti 2014). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Caloneis

Caloneis permagna (Bailey) Cleve (Fig. 6f)

Referência: Cleve (1894)

Dimensões (n=1) compr. 191 µm; larg. 55 µm, 10 estrias em 10 µm Material examinado: lâmina 6731 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra, já registrada para a região de marismas em Rio Grande, Rio Grande do Sul, como Caloneis bivittata var. lata Heiden (Silva et al. 2010). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Caloneis sp. 1 (Fig. 6g)

Dimensões (n=1) compr. 14,5 µm; larg. 5,3 µm; 17 estrias em 10 µm Material examinado: lâmina 6763 (HAS)

Observações: forma similar a Caloneis sp. 1 não foi encontrada na literatura. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

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Gênero Seminavis

Seminavis pusilla(Grunow) E. J. Cox & G. Reid (Fig. 3m, 14a-g) = Cymbella pusilla Grunow

Referência: Cox & Reid (2004)

Dimensões: (n=4) compr. 22,3-30,2 µm; larg. 5,1-6,6 µm; 17-19 estrias dorsais em 10 µm, 15-17 estrias ventrais em 10 µm, 50 aréolas em 10 µm.

Material examinado: lâminas 6733, 6748 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha pertencente originalmente ao gênero Cymbella. Assemelha-se em MO à Seminavis strigosa, no entanto, S. pusilla apresenta estrias radiadas, tornando-se paralelas a um pouco convergentes nas extremidades. Próximo ao nódulo central apresenta uma ou várias estrias claramente encurtadas, enquanto que S. strigosa apresenta estrias na maioria das vezes paralelas, um pouco radiadas nos ápices. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Seminavis strigosa (Hustedt) Danielidis & Economou-Amilli (Fig. 6h) Referência: Danielidis & Mann (2003)

Dimensões: (n=9) compr. 19.9-20,9 µm; larg. 4,4-5,0 µm; 17-19 estrias dorsais em 10 µm, 16-17, estrias ventrais em 10 µm

Material examinado: lâminas 6736, 6747, 6763, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha já registrada para a região de marismas em Rio Grande, Rio Grande do Sul (Silva et al. 2010). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Seminavis eulensteinii (Grunow) Danielidis, Ford & Kennett (Fig. 6i) Referência: Danielidis et al. (2006)

Dimensões: (n=1) compr. 55,7 µm; larg. 10,3 µm; 10 estrias 10 µm. Material examinado: lâmina 6733 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha. As características morfológicas do material conferem com as apresentados pela descrição original, entretanto com dimensões um pouco menores que o apresentado pela literatura (80-136 µm/12-15 µm). Espécie semelhante à Seminavis atlantica descrita por Garcia (2007) para a Praia Azul,

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porém difere desta por apresentar área axial mais ampla. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Chamaepinnularia

Chamaepinnularia truncata (König) Witkowski, Lange-Bertalot & Metzeltin (Fig. 6j, 21a-g) Referências:Witkowski et al. (2000); Silva et al. (2010)

Dimensões: (n=4) compr. 14,0-19,1µm; larg. 4,9-6,1µm; 18-20 estrias em 10 µm. Material examinado: lâminas 6736, 6763 (HAS)

Observações: espécie de água doce de distribuição restrita, já citada para a região de marismas em Rio Grande, Rio Grande do Sul (Silva et al. 2010). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Thalassiophysales Família Catenulaceae

Gênero Amphora

Amphora aff. baicalensis Skvortzow & Meyer (Fig. 6k) Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=1) compr. 42,2 µm; larg. 8,1 µm; 14 estrias dorsais em 10 µm, 14 estrias ventrais em 10 µm.

Material examinado: lâmina 6754 (HAS)

Observações: espécie de água doce mencionada como restrita. O material assemelha-se morfologicamente à Amphora baicalensis ilustrada por Levkov (2009, p. 400, figs. 1-3), diferindo pelo número de estrias dorsais e ventrais (12-13 estrias dorsais e 11-12 estrias ventrais em 10 µm). Manteve-se a identificação em afinidade pela diferença apresentada e pelo fato da espécie ser considerada endêmica do Lago Baikal. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Amphora ectorii Levkov (Fig. 7a,b, 22a-i)

Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=43) compr. 17,5-43,8 (59,9) µm; larg. 5,0-8,0 µm

Material examinado: lâminas 6757, 6754, 6760, 6767, 6770, 6763, 6747, 6742, 6748, 6736, 6733, 6731 (HAS)

(36)

Observações: espécie de água doce e marinha (Guiry & Guiry 2018), encontrada no Lago Maracaibo, Venezuela, ambiente marinho/salobro. Citada no epipelon e epifiton nas marismas da Lagoa dos Patos, município de Rio Grande, Rio Grande do Sul (Talgatti 2014; Bertolli 2016). Táxon semelhante à A. affinis Kützing, mas diferencia-se pela posição da rafe que é localizada mais dorsalmente e fortemente arqueada em A. ectorii. As imagens de MEV conferem com as apresentadas por Levkov (2009). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Amphora maracaiboensis Levkov (Fig. 7c,d)

Referência: Levkov (2009)

Dimensões: (n=11) compr. (33,4) 40,5-81,6 µm; larg. 8,3-12,9 µm; 12-13 estrias dorsais em 10 µm, 11-12 estrias ventrais em 10 µm

Material examinado: lâminas 6731,6733, 6760, 6754, 6763, 6767 (HAS)

Observações: espécie marinha/salobra, descrita para o Lago Maracaibo, Venezuela. Encontrada nas marismas da Lagoa dos Patos (Silva et al. 2009), mas identificada como Amphora crucifera Cleve. Esta espécie apresenta área central expandida nas margens dorsal e ventral (Cleve- Euler 1953, p. 91, fig. 669), característica que diferencia de A. maracaiboensis. O táxon foi também observada na Baía de Guaratuba, Paraná (Elton Lehmkuhl 2009) e identificada como Amphora ovalis (Kützing) Kützing. Nesta última as estrias cobrem a maior parte da região ventral, parecendo conectadas em um canal estreito arqueado, enquanto que em A. maracaiboensis as estrias ventrais são irregularmente areoladas formando uma maior área central hialina. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Amphora fusca A. W. F. Schmidt (Fig. 7e, f, 23a-g)

Referências: Wachnicka & Gaiser (2007); Boyer (1916)

Dimensões: (n=6) compr. 60,4-83,6 µm; larg. 14,2-17,7µm; 11 estrias dorsais em 10 µm, 7-10 estrias ventrais nos ápices.

Material examinado: lâminas 6731, 6742, 6763, 6757, 6754 (HAS)

Observações: espécie marinha, restrita à costa da América do Norte e México (Guiry & Guiry 2018). O material observado apresenta menores dimensões e menor número de estrias ventrais nos ápices do que o citado (compr. 109-115 µm, larg. 18-21 µm 11-12 estrias em 10 µm) por Wachnicka & Gaiser (2007). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

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Amphora sp.1 (Fig. 7g) Dimensões: (n=1) compr. 39,2 µm; larg. 4,9 µm; 14 estrias dorsais em 10 µm. Material examinado: lâmina 6754 (HAS)

Observações: não foi encontrado na literatura espécie semelhante a Amphora sp.1. A espécie possui valvas estreitas, com ápices fortemente cuneados, rafe reta junto a margem ventral da valva e estrias dorsais radiadas. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Amphora sp. 2 (Fig. 8a,b, 23h-j)

Dimensões: (n=4) compr. 32,4-52,5 µm; larg. 7,4-11,9 µm; 13-14 estrias dorsais em 10 µm, 14 estrias ventrais em 10 µm

Material examinado: lâminas 6763, 6767 (HAS)

Observações: não foi encontrado na literatura espécie semelhante à Amphora sp.2. A espécie possui valvas semilanceoladas, com ápices amplamente arredondados, margem ventral reta a levemente côncava. Área central, dorsal e ventral ausentes. Rafe levemente arqueada mais próxima a margem ventral da valva. Estrias dorsais paralelas tornando-se levemente radiadas nos ápices compostas por aréolas pontuadas e estrias ventrais radiadas, ininterruptas. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Amphora sp. 3 (Fig. 8d)

Dimensões: (n=1) compr. 60,4 µm; larg. 10,8 µm, 12 estrias dorsais em 10 µm. Material examinado: lâmina 6733 (HAS)

Observações: não foi encontrado na literatura espécie semelhante à Amphora sp. 3. A espécie possui valvas semicircular, com ápices amplamente arredondados. Área axial dorsal estreita e alongada. Rafe reta próxima à margem ventral da valva. Estrias dorsais paralelas, pontuadas e estrias dorsais centrais mais próximas umas das outras que no restante da valva. Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Catenula

Catenula adhaerens (Mereschkowsky) Mereschkowsky (Fig. 8e-f, 24c) Referência: Garcia & Talgatti (2011)

(38)

Material examinado: lâminas 6733, 6757, 6767 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra (Guiry & Guiry 2018). Citada para o sedimento de praia do sul do Brasil (Garcia 2005) e em sedimento como em epífitas em marismas (Talgatti 2014; Bertolli 2016). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Bacillariales Família Bacillariaceae

Gênero Tryblionella

Tryblionella hungarica (Grunow) Frenguelli (Fig. 8g) Referência: Metzeltin et al.(2005)

Dimensões: (n=1) compr. 52,1µm; larg. 5,8 µm Material examinado: lâmina 6748 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra (Guiry & Guiry 2018). Citada para ambientes lacustres e como epífita em região de marisma na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Torgan et al. 1999; Bes & Torgan 2008; Bertolli, 2016). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Gênero Nitzschia

Nitzschia dissipatoides Archibald (Fig. 8h)

Referências: Archibald (1982); Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=1) compr. 27,1 µm; larg. 5,1 µm; 7 fíbulas em 10 µm Material examinado: lâmina 6731 (HAS)

Observações: espécies marinha, de distribuição restrita, Encontrada ocasionalmente em águas temporariamente hipersalinas no estuário do rio Sandays, Port Elizabeth, África do Sul (Archibald 1982). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Nitzschia frustulum (Kützing) Grunow (Fig. 8i, j, 24b, f, g)

Referências: Cleve & Grunow (1880); Peragallo & Peragallo (1897-1908); Krammer & Lange-Bertalot (1988); Trobajo-Pujadas (2007)

Dimensões: (n=11) compr. 19,9-36,0 µm; larg. 2,3-4,3 µm; 21-23 estrias em 10 µm, 11-14 fíbulas em 10 µm

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Observações: espécie cosmopolita, marinha e de água doce (Guiry & Guiry 2018). N. frustullum é um táxon extremamente variável em forma, tamanho, densidade de estrias e fíbulas e essas variações tem se mostrado relacionadas a fatores ambientais (Trobajo-Pujadas 2007). O material encontrado na Lagoa do Peixe apresenta número de fíbulas maior que o citado na descrição original (Cleve & Grunow (1880), no entanto está dentro do intervalo observado por Trobajo-Pujadas (2007). O táxon foi encontrado em vários ambientes aquáticos no Rio Grande do Sul (Torgan et al 1999) e em marismas da Planície costeira (Talgatti 2014; Rosa & Garcia 2013; Bertolli 2016). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Nitzschia palea (Kützing) Smith (Fig. 8k-m, 24e, h)

Referências: Cleve & Grunow (1880); Henry (1981); Krammer & Lange-Bertalot (1988)

Dimensões: (n=9) compr. 9,9-22,0 µm; larg. 3,1-3,9 µm; 12-15 fíbulas em 10 µm Material examinado: lâminas 6754, 6760, 6763 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, de água doce (Guiry & Guiry 2018). N. palea pode facilmente ser confundida com N. pusilla Henry, o que diferencia as duas é o maior número estrias (50) e de fíbulas (17-20) em 10 µm em N. pusilla (Henry 1981). O táxon foi encontrados em vários ambientes aquáticos no Rio Grande do Sul (Torgan et al 1999) e epífita no arroio Pseudônimo (Rosa & Garcia 2013). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Nitzschia scalpelliformis Grunow (Fig. 9a, 24a, d)

Referências: Cleve & Grunow (1880) Witkowski et al. (2000)

Dimensões: (n=3) compr. 75-81 µm; larg. 6,5- 6,8 µm, 8-9 fíbulas em 10 µm. Material examinado: lâminas 6731, 6742 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, de águas doce e salobra (Guiry & Guiry 2018). Registrada para a Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Bes & Torgan 2010) e para o sedimento atual da Lagoa do Peixe (Santos 2011).

Nitzschia spathulata Brébisson ex W.Smith (Fig. 9b)

Referências: Van Heurck (1885); Peragallo & Peragallo (1897-1908); Moreno et al. (1996)

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Dimensões: (n=3) compr. 48-51,8 µm Material examinado: lâmina 6770 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, marinha (Hartley 1996; Guiry & Guiry 2018). Encontrada no sedimento arenoso da praia Azul, no Rio Grande do Sul (Garcia-Baptista 1993). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Nitzschia vitrea var. salinarum (Grunow) Grunow (Fig. 9c)

Referências: Metzeltin et al. (2005); Grunow (1862); Hartley (1996) Dimensões: (n=1) compr. 63 µm; larg. 7,8 µm

Material examinado: lâmina 6731 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra e de água doce (Hartley 1996; Guiry & Guiry 2018). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Nitzschia sp. 1 (Fig. 9d)

Referências: Simonsen (1987); Bes et al. (2010)

Dimensões: (n=1) compr. 27,0 µm; larg. 4,8 µm, 8 fíbulas em 10 µm Material examinado: lâmina 6731 (HAS)

Observações: não foi encontrado na literatura espécie semelhante à Nitzschia sp1. A espécie assemelha-se à Nitzschia pseudofonticola Hustedt, no entanto, as valvas são mais lanceoladas (linear-lanceoladas em N. pseudofonticola), ápices sub-rostrados (subcapitado-rostradas em N. pseudofonticola). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

Ordem Rhopalodiales Família Rhopalodiaceae

Gênero Rhopalodia

Rhopalodia musculus (Kützing) Müller (Fig. 9e) Referências: Lange-Bertalot & Krammer (1987); Hardley 1996; Witkowski (2000) Dimensões: (n=1) compr. 25,8 µm; larg. 11,2 µm; 14 estrias e 5 costelas em 10 µm Material examinado: lâmina 6733 (HAS)

Observações: espécie cosmopolita, salobra, marinha (Hartley 1996; Guiry & Guiry 2018). Encontrada em águas continentais no Rio Grande do Sul (Torgan et al 1999). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

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Rhopalodia runrichiae Krammer (Fig. 9f) Referência: Lange-Bertalot & Krammer (1987)

Dimensões: (n=7) compr. 30,0-38,3µm; larg. 7,8- 12,1µm; 14-19 estrias e 4-6 costelas em 10 µm

Material examinado: lâminas 6731, 6742 (HAS)

Observações: espécie de distribuição restrita, encontrada em rio com alta condutividade na Europa (Lange-Bertalot & Krammer (1987), como epífita no arroio Pseudônimo na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (Rosa & Garcia 2013), no sedimento e como epífita em marismas (Talgatti 2014; Bertolli 2016). Primeira citação para o sedimento da Lagoa do Peixe.

A comunidade esteve composta em 63% de táxons cosmopolitas, os demais estão restritos, em grande parte, à América do Sul. Um total de 74% dos táxons não tinham ainda sido citados para a Lagoa do Peixe.

Dentre as diatomáceas identificadas, 46 são birrafídeas, seis monorrafíceas, cinco fragilarioides, e cinco cêntricas. Os gêneros mais representativos em número de táxons foram Amphora (sete espécies), Nitzschia (sete espécies) e Diploneis (seis espécies).

Diatomáceas marinhas, salobras e marinhas-salobras predominaram no sedimento da Lagoa do Peixe, seis espécies de água doce também foram encontradas, bem como, seis espécies (Planothidium delicatulum, Diploneis aestuari, D. didyma, Amphora ectorii, Nitzschia frustulum, N. vitrea var. salinarum) que resistem à ampla variação de salinidade (água doce a marinha).

Distribuição e abundância dos táxons da comunidade

A tabela 1 apresenta a distribuição dos táxons na Lagoa do Peixe no período de amostragem. As diatomáceas apresentaram variação em sua distribuição em relação aos pontos e estações do ano.

Muitos táxons só foram encontrados no norte da Lagoa são eles: Amphora sp. 1, Caloneis pemagna, Caloneis sp. 1, Diploneis sp. 1, Luticola simplex, Nitzschia dissipatoides, N. scalpelliformis, N. vítrea var. salinarum, Nitzschia sp. 8, Paralia sulcata, Pseudostaurosiropsis geocollegarumm, Rhopalodia runrichiae, Stauroforma sp. 2, Terpsinoe americana. Outros foram exclusivos do centro (Amphora sp. 2,

Referências

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