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Jogos mortais: "Baleia Azul" preocupa maranhenses

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www.oimparcial.com.br

Ano XC Nº 34.966 SÁBADO, 22 DE ABRIL DE 2017 CAPITAL E INTERIOR R$ 2.00

NOSSOS TELEFONES: GERAL: 3212-2000 COMERCIAL: 3212-2030 CLASSIFICADOS: 3212-2020 CAA - CENTRAL DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: 3212-2012 REDAÇÃO: 3212-2010

Jogos mortais:

"Baleia Azul"

preocupa maranhenses

Caravana oferece mais cidadania

Cantor Belo faz show

romântico na Ilha

"Caravana Governo de Todos" percorreu os municípios de Açailândia, Carolina,

São João dos Patos, João Lisboa e Santa Luzia, oferecendo serviços desde emissão de

documentos, consultas médicas e exames, testes rápidos, além de outros.

VIDA

Vacinação contra

a gripe está abaixo

do esperado

Donatti vira

dúvida em jogo

do Flamengo

Projeto de dança

atende estudantes

ESPORTES

Sentença judicial suspendeu os direitos

políticos da ex-prefeita de Bom Jardim por

cinco anos, além de impor o pagamento

de multa civil no valor correspondente

a 100 vezes o valor da remuneração

recebida por ela enquanto era prefeita.

GERAL

Lidiane Leite tem

direitos políticos

suspensos

Após cinco anos distante dos palcos de São Luís, cantor e compositor volta a apresentar antigos e novos sucessos

IMPAR

ACONTECEU

DIVULGAÇÃO

O jogo virtual "Desafio da Baleia Azul", que está incentivando adolescentes a cometer suícidio em várias partes do mundo, está preocupando e tirando o sono de

algumas famílias de maranhenses, apesar de não ter oficialmente nenhum caso registrado no estado. O fato chamou a atenção da deputada federal Eliziane Gama

(PPS), que usou, nesta semana, a tribuna da Cãmara Federal para expressar preocupação com o jogo e pedir à Polícia Federal que investigue o desafio.

PÁGINA TRÊS

Balada

eletrônica

celebra

São Jorge

SANTO GUERREIRO

IMPAR

A campanha de vacinação contra a gripe

em São Luís está com baixa procura por

parte do público-alvo. Segundo dados

parciais da Secretaria Municipal de Saúde,

a imunização nos postos da capital está

muito aquém da esperada.

VIDA

Delação de Palocci pode prejudicar Lula

Operação

"Lava-Jato"

A homologação da Reserva Extrativista de Tauá-Mirim pode ser empecilho para criação de novo porto em

São Luís. Comunidade do Cajueiro é contrária À instalação do empreendimento.

NEGÓCIOS

Expansão portuária ameaçada

...

SECAP

E S P O RT E S

FMF suspende

jogo entre

Cordino e

Sampaio Corrêa

GERAL POLÍTICA

Real Madrid pega

Atlético de Madrid,

Juventus enfrenta

time do Monaco

ESPORTES DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

Maternidade

Marly Sarney está

recebendo doação

de leite materno

(2)

O Brasil precisa esquecer um

pouco Nova York, Manhattan,

e pensar em suas favelas, no

seu povo sofrido

opinião do ex-presidente do Brasil Itamar Franco sobre nosso país

2

Editora: Zezé Arruda

ACONTECEU

Email: zezearruda@oimparcial.com.br

São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

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Depressa meu irmão,

/ E sai da pista, / Que o

Brasil é um trem / Sem

maquinista!

Millor Fernandes, desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e jornalista,

sobre o que achava do Brasil

O Brasil precisa, muito mais,

que contenhamos o governo

nos seus arbítrios, que a

imprensa nos seus excessos

Nilo Peçanha, que foi presidente da República em 1909, disse na época

sobre o Brasil

Participação em encontro

A Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão (CGJ-MA)

participou do “Encontro de Boas Práticas da Justiça

Es-tadual”, que aconteceu nos dias 19 e 20 de abril, no

Tri-bunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA), em Salvador.

Entrega de fardamento escolar

Teve início a distribuição de fardamento escolar para

alu-nos da rede estadual de ensino quinta-feira (20). O primeiro

lote de uniformes foi entregue pessoalmente pelo

governa-dor Flávio Dino para 4.966 jovens maranhenses dos

muni-cípios de Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú e Arame.

Inscrições prorrogadas

A 2ª Vara de Execuções Penais de São Luís lançou novo

edi-tal prorrogando as inscrições para a seleção de projetos

sociais para obtenção de recursos financeiros. Conforme

a unidade judicial, as inscrições agora vão até o dia 5 de

maio. Informações: (98) 3227-4014, 3227-3151.

No Brasil

subtrai-se; somar,

ninguém soma.

Monteiro Lobato e sua visão sobre o Brasil

Licitação de transportes

público semiurbano

O estado do Maranhão tem o prazo de 180 dias para tomar medidas necessárias para rea-lização de licitação do serviço público de trans-porte coletivo semiurbano de passageiros de to-das as linhas que abrangem os municípios da ilha (São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ri-bamar e Raposa). A licitação deve ser concluída no prazo máximo de um ano, observada a mo-dalidade concorrência pública, com estabele-cimento de obrigações e metas a serem atin-gidas pela concessionária ou concessionárias, bem como fiscalize de forma eficaz a prestação do serviço, velando pela qualidade, eficiência e transparência nos termos da Lei 8.987/95 e Lei 8.666/93. A sentença é da Vara de Interesses Di-fusos e Coletivos da Ilha de São Luís, assinada pelo juiz Titular Douglas Martins. Em caso de descumprimento de qualquer dos prazos, a Jus-tiça fixou multa diária de R$ 10 mil reais.

22 de Abril, o dia do

Descobrimento do Brasil

A chegada de Pedro Álvares Cabral ao território que hoje conhecemos como Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 1500. Portanto, há 517 anos. Uma descoberta que, entre outras coisas, gera algumas discussões por “desconsiderar” o fato dos índios já estarem em terras tupini-quins muito tempo antes de qualquer europeu ancorar seus navios por aqui. Embora quase exclusivamente utiliza-do em relação à viagem de Pedro Ál-vares Cabral, o termo “descoberta do Brasil” também pode referir-se à che-gada de outros navegantes europeus antes dele. Então, será que alguma coi-sa nescoi-sa história precicoi-sa ser descons-truída? Fica a pergunta.

Encontro de coordenadores

será realizado pelo Procon

O Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor (Procon-MA) realiza, nos próxi-mos dias 28 e 29, o 2º Encontro de Coordenado-res. O evento acontece no auditório do curso de Arquitetura da Universidade Estadual do Mara-nhão (Uema), e reunirá os gestores para alinhar as metas e o planejamento de 2017. Para o pre-sidente do Procon-MA, Duarte Júnior, o encon-tro aproxima os servidores que atuam à frente da coordenação das unidades e promove a qua-lificação do trabalho. “O diálogo e a capacitação são ferramentas imprescindíveis para qualificar a nossa equipe e assegurar a contínua melhoria do atendimento dos cidadãos e consumidores”, explicou. Durante os dois dias, os gestores irão trocar experiências sobre as atividades desenvol-vidas e projetar o plano de metas de 2017. Além disso, participarão de momentos de lazer e de debate com o presidente do órgão, Duarte Júnior.

O retorno do projeto

Dançando e Educando

Os passos bem delicados, mas firmes. Olha-res atentos e inteOlha-ressados em ir mais além. Le-veza e disciplina marcaram o retorno das aulas do projeto Dançando e Educando’ realizado pela Prefeitura de São Luís. A iniciativa, executada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) e coordenada pela primeira-dama, Camila Ho-landa, proporciona o aprendizado do ballet a 300 crianças e jovens da rede municipal de en-sino. No cronograma deste mês, aulas serão in-tensificadas com uma programação especial, comemorativa ao Dia Internacional da Dança – 29 de abril. Para marcar a data, a coordenação do projeto prepara uma série de atividades que ocorrerão na semana comemorativa. A progra-mação está em fase de planejamento e contará com aulas extras com as turmas, apresentações de dança, aula de jazz, vídeos sobre o tema e roda de conversa com as crianças.

#vcs viram a capa do Estado

de Minas? Acusação a Lula

combinada com a imagem de

Joaquim Silvério dos Reis?

#TVImparcial Desde os anos

70, Nayfson Henrique, o DJ

Natty Nayfson, dedica sua

vida ao reggae, e dele faz sua

diversão e sustento.

#Domingo é Dia de São Jorge e

Ogum e Os Fuzileiros da Fuzarca

já preparam celebração!

Confi-ra: http://ln.is/oimparcial.com.

br/no/hM8xv …

#Made in Brasília: histórias,

vi-vências e sonhos concretizados

em uma cidade - http://goo.gl/

BqAOxt

FOTOS: CERTISING FOTOS: DIVULGAÇÃO AGÊNCIA SÃO LUÍS SECAP

FOTOS/REPRODUÇÃO DIVULGAÇÃO

#Maranhenses utilizam

re-des sociais para divulgar sua

arte http://ln.is/oimparcial.

com.br/no/ap4D8 …

#Supremo manda apurar demora

em ação de impeachment

con-tra Temer - http://goo.gl/T1jfKh

#Petrobras anuncia aumento para

a gasolina e o diesel https://goo.

gl/fWnIvO

#Em meio à crise que

assola o país, trajetória

de Tancredo Neves é

re-visitada em novo livro

https://goo.gl/TvC7pd

GILSON TEIXEIRA/SECAP

FOT

(3)

3

PAGINA TRES

www.oimparcial.com.br

Editor: Tayna Abreu Email: tayna.abreu01@gmail.com

São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

Jogos mortais

Desafio da Baleia Azul causa mortes, mas também pode ajudar a descortinar a falta de apoio para adolescentes em situação de vulnerabilidade emocional

TAYNA ABREU

N

esta semana, o Brasil co-meçou a ter contato e a temer um novo viral na internet: o jogo da Baleia Azul, ou Blue Whale (em inglês). Criado supostamente na Rússia, consiste em um desafio de 50 passos envolvendo estado de psicodelia, privação de sono, consumo de material audiovisual sensível, automutilação submis-são psicológica a um “curador” e, por fim, suicídio.

A corrente tem percorrido mensageiros eletrônicos e re-des sociais, sempre com perfis falsos, preocupando pais pelo mundo todo. Só na Rússia, 130 casos de suicídio podem estar relacionados à “brincadeira”. No Brasil, relatos de adolescentes se mutilando, entalhando na pró-pria pele uma baleia azul têm sido interpretados, por algumas pessoas, como uma falta do que fazer. Mas o que diz a ciência? Adolescentes são mesmo pes-soas mais influenciáveis? O que está por traz da atração por um desafio que pode ser mortal?

Como explica Artenira Silva, pós-doutora em Psicologia e pes-quisadora em saúde pública, a suposta maior influência sobre os adolescentes é real, uma vez que “crianças são mais sugestioná-veis por pessoas com quem man-tenham maior vínculo afetivo e adolescentes buscam espelhos ou modelos predominantemente fora do ambiente doméstico, por estarem sedimentando sua iden-tidade”. Mas, como ela ressalta, o ser humano como um todo é sugestionável, “em todas as suas etapas de desenvolvimento, em maior ou menor grau”.

A forma de apresentação em si é favorável ao estímulo de jo-vens, por se tratar de um jogo de desafios, envolvendo também filmes e música. “Logo, estímu-los externos como filmes e/ou jogos podem ter maior poder de sugestão sobre adolescen-tes, considerando- se principal-mente as oscilações de humor e de emoções extremas também características deste momento de desenvolvimento psicosso-cial”, contou a doutora.

Para ela, é preciso ainda consi-derar a atração pelas coisas arris-cadas e proibidas, pela aventura, pois isso está presente em todos os seres humanos, em especial, naqueles que se encontram em “momentos de vulnerabilidade ou carência emocional: não se sentir aceito, sentir- se rejeitado, ter alto índice de insegurança, ter baixa autoestima”.

No Brasil, o meme se profissionalizou, já diz o novo ditado, e o jogo da Baleia Azul não passou despercebido pelos radares. Em alguns, uma carteira de trabalho é mostrada como “solução” para que os jovens não joguem; em outro, uma chinela para que pais agridam fisicamente os filhos que, por um acaso, estejam pensando em jogar; outro ainda mostra uma moça na praia de biquíni, que foi pintada de azul e, claro, chamada de baleia; em mais um, a mãe de um sujeito oculto e genérico, que pode ser qualquer um que esteja lendo, é a baleia fazendo um comercial de uma companhia de telefonia móvel.

Exemplos não faltam, mas, para a psicóloga Artenira, eles não têm graça alguma. Ela explica que memes, piadas ou “qualquer forma pejorativa de fazer referências aos usuários do jogo são necessariamente negativos”.

“Uma das afirmações mais frequentes é que estes adolescentes têm uma cabeça vazia ou vivenciam falta de ter o que fazer. Este tipo de afirmação, além de preconceituosa, banaliza o sofrimento de quem está encarcerado no jogo ou a vulnerabilidades que o tenha atraído para o jogo”, reforçou a psicóloga.

A PIADA MORTAL

AS RAZÕES E A BALEIA

REPERCUSSÃO NO PARLAMENTO

ACER VO PE SSOA L

Uma das afirmações mais

frequentes é que estes

adolescentes têm uma

cabeça vazia ou vivenciam

falta de ter o que fazer.

Este tipo de afirmação,

além de preconceituosa,

banaliza o sofrimento de

quem está encarcerado no jogo

ou a vulnerabilidades que o tenha

atraído para o jogo

Artenira Silva, psicóloga

No Maranhão, uma parlamentar usou a tribuna para expressar preocupação com o jogo e pedir à Polícia Federal que investigue o desafio. Em entrevista publicada em O Imparcial na última quarta-feira (19), Eliziane Gama (PPS-MA) disse que já que os monitores que conversam com usuários brasileiros também são daqui, devem

ser “enquadrados no Artigo 122 do Código Penal, por ameaça, lesão corporal e indução de jovens e adolescentes ao suicídio”. Ela pediu ainda a imediata apuração dos casos que, em sua avaliação, são de extrema gravidade. Já a morte de uma adolescente em Santa Inês, no centro sul do estado, levantou suspeitas de que pudesse ter sido por

influência do jogo. Posteriormente encontrada, a carta de suicídio que a jovem deixou mostrava que a decisão foi tomada após sofrer estupros cometidos por um responsável, pai ou padrasto. Procurado por nossa reportagem, o governo do Maranhão não informou dados sobre casos no estado, até o fechamento desta edição.

É PRECISO

AJUDAR

Antes de mais nada, como explica a especialista, é preciso entender que pessoas precisam de ajuda. Pais e amigos podem oferecer essa ajuda para quem esteja jogando ou mesmo que apenas se sinta atraído. “Dialogar, como um hábito familiar, não é fácil e precisa ser cultivado”, disse a psicóloga. Ao final do dia, quando todos estão cansados de suas tarefas diárias, tendem a se isolar em seus celulares ( redes sociais), deixando de primar pela interação presencial em casa ou mesmo em lazer. Quantas vezes não presenciamos uma família em um restaurante sem qualquer interação, cada um focado em seu celular?”, questionou. “As famílias,

independentemente dessa formação, são consideradas estruturadas e protetoras da saúde mental de seus integrantes quando respeitam a dignidade da pessoa humana de cada um dos seus membros, de qualquer gênero ou faixa etária. Um ambiente doméstico saudável cultiva o diálogo como um hábito e seus membros se sentem amados e importantes, em ambiente que apoia e dá suporte”, ressaltou Artenira.

AS CORES DO BEM

A mesma onda que deu origem à Baleia Azul também trouxe a Ca-pivara Amarela e a Baleia Rosa, grupos e correntes que tentam reverter o lado negativo e perigo-so oferecendo ajuda e estímulo à autoestima.

A Baleia Rosa, um completo oposto da russa, é um desafio criado por uma publicitária que incentiva as pessoas a tomarem ações de va-lorização da vida. Em vez de au-tomutilação, autoinspiração; em vez de vídeos perturbadores, ví-deos engraçados; nada de ficar acordado de madrugada, e sim para contemplar o pôr do sol; e já que desenhar é uma ótima tera-pia, troca-se a baleia triste por um unicórnio colorido. Já a Capivara Amarela, um símbolo bem brasi-leiro, é um desafio criado pelo curi-tibano Sandro Sanfeline, e nele, os participantes são separados entre desafiantes e curadores, a exem-plo do russo, mas as funções são bem diferentes. Os participantes são pessoas que procuram ajuda, e os curadores, ou padrinhos, são pessoas dispostas a oferecê-la. Os desafios são separados em três categorias: iniciais, intermediários e avançados. Entre eles, a exemplo da Baleia Rosa, estão, por exemplo, escrever todo dia uma qualidade ou algo que a pessoa goste nela mesma, usar uma roupa favori-ta e tirar fotos, como se estives-se fazendo um book fotográfico, doar sangue, entre vários outros. Dias antes do jogo da Baleia Azul ser

lan-çado, foi a série 13 reasons why, do canal de streaming Netflix, que trouxe a discussão do suicídio de adolescentes para o dia a dia das salas de aula, escritórios e almoços de famí-lia. Na série, uma menina chamada Hanna deixa 13 fitas gravadas contando as razões que a levaram à tomar a decisão de findar a própria vida. O espectador acompanha por 13 episódios os amigos, pais e tutores serem apresentados, alguns omissos, outros ativa-mente cruéis com a jovem.

Hanna, segundo alguns críticos da pro-dução, é mostrada como heroína, como al-guém empoderada após a morte. Para outros, é uma menina como muitas, amiga de escola de tantas outras, que sofre vários abusos fí-sicos e psicológicos até que chega ao ponto de não suportar mais estar viva. Mas de que lado está a verdade? Questionou inclusive a Netflix em suas campanhas promocionais. Para a doutora Artenira, antes de mais nada, é preciso questionar o que todas as situações apresentadas, que contribuíram para o suicí-dio da personagem, e por extensão dos joga-dores, possuem em comum. “Todas as situa-ções a rebateram a contextos de humilhação, desvalorização, sofrimento, crueldade, ridi-cularizarão, menosprezo... Enfim, a preven-ção doméstica e escolar no que diz respeito a evitar ideações suicidas em adolescentes é cultivar valores de inclusão, valorização, solidariedade, atenção genuína e escuta ati-va. O ser humano precisa de afeto e atenção para sua sobrevivência tanto quanto precisa do ar, de água e de alimentação”, apontou a especialista.

Para Artenira, as afirmações de empo-deramento e de romantização não podem ser feitas de forma tão simples. “Observe o completo contrassenso de rotular de modo

simplista situações de máxima complexida-de. Não é possível afirmar que o suicida tem ou não poder, é ou não corajoso, é ou não covarde. São rótulos cruéis e preconceituo-sos. Na verdade, o suicida é alguém que se encontra em sofrimento extremo e, portan-to, no mínimo, requer respeito e ajuda pro-fissional”, explicou.

A doutora explicou ainda que “a persona-gem não inspira a vontade de imitá-la, salvo se a pessoa estiver vivenciando sofrimento seme-lhante, mas inspira vontade de cuidar, inspira lamento”. Para ela, a conversa sobre o jogo e sobre a série não deve ser pelo viés de crítica pura aos personagens, mas pelo contexto so-cial e de saúde que levantam. Para ela, a mí-dia sobre o jogo, os casos e a série deveriam servir para que as pessoas procurassem ofere-cer ajuda a quem precisa. “Um ponto que me chama a atenção na discussão das pessoas é que focam na crítica aos jogadores ou à per-sonagem da série com expressões de desprezo ou raiva, quando deveriam, em um contexto de saúde mental, sentirem o impulso para ajudar, acolher, apoiar, rever seus próprios compor-tamentos no cotidiano”, disse.

O jogo da Baleia Azul e a série 13 resons

why deixam um convite para uma autoavalia-ção sincera e profunda: eu critico mais que elo-gio? Sinto prazer em difamar alguém? Acolho e ouço aqueles que digo amar quando preci-sam de atenção? Tenho tempo para tomar um café com um amigo que precisa de atenção? Eu, de fato, favoreço à vontade de viver ou re-forço a desmotivação pela vida daqueles com quem convivo? Muitos seres ditos humanos criticam, excluem, difamam, agridem, ata-cam e julgam seus semelhantes muito mais do que acolhem, apoiam, valorizam, elogiam e incluem. Este é o terreno fértil para o su-cesso de jogos como a Baleia Azul”, finalizou.

DIVULGAÇÃO

130

adolescentes

cometeram suicídio na Rússia

5

tentativas

de suicídio foram registradas em Curitiba

(4)

4

Editor:Email: Samartony Martinssamartonymartins@gmail.com

POLITICA

São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

www.oimparcial.com.br

Mobilidade urbana é tema de debate

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

A senha para

a

delação

Apresento todos os fatos com nomes,

endereços e operações realizadas. Posso

lhe dar um caminho que vai lhe dar mais

um ano de trabalho

Antonio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma

BRASÍLIA -DF

Curtidas

Possível delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci está sendo encarada por

integrantes do PT como um depoimento com potencial de levar Lula à prisão

“O pior é não fazer nada”

Do alto de quem se dedica ao estudo do sistema elei-toral e tem passado dias mergulhado em debates sobre o assunto, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, sentencia: “Há um consenso en-tre os partidos de que é preciso mudar o sistema. O de lista aberta está exaurido”. Mendes considera que existe hoje uma “confusão” entre lista fechada e pré-ordenada. “Estão confundindo lista fechada com lista secreta, que o eleitor não saberá quem são os candidatos, ou que ser-virá de proteção a alguém, mas não é assim. A lista não é secreta, é pré-ordenada, e essa ordem pode ser estabe-lecida pelo próprio eleitor, em prévias ou primárias”, diz ele, que vê hoje essa ideia como a saída para uma tenta-tiva de fortalecer os partidos.

O

ex-ministro dos gover-nos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va e da presidente cas-sada Dilma Rousseff Antonio Palocci afirmou ao juiz Sergio Moro que está disposto a reve-lar “nomes” e informações de interesse da Lava-Jato. Preso desde setembro do ano pas-sado, o ex-ministro da Fazen-da se defendeu de acusações e disse que houve propina em todas as campanhas eleitorais.

Palocci prestou depoimento em audiência na 13ª Vara Fe-deral, em Curitiba, no âmbito da ação que responde por cor-rupção e lavagem de dinhei-ro. O ex-ministro negocia um acordo de delação premiada para tentar minimizar a pena. Após falar sobre o esquema com a Odebrecht, Palocci pediu a palavra e disse a Moro: “Fica a sua disposição hoje e em ou-tros momentos, porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser. Se o senhor es-tiver com a agenda muito ocu-pada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamen-te apresento todos esses fatos com nomes, endereços, ope-rações realizadas e coisas que vão ser certamente do interes-se da Lava-Jato”.

O ex-ministro da Fazen-da teceu elogios à operação e afirmou que ela “realiza uma investigação de importância”. “Apresento todos os fatos com

Durante pronunciamen-to na Assembleia Legislati-va do Maranhão (Alema) na última quarta-feira (20), o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) anunciou que a Comissão de Assuntos Mu-nicipais recebe, no próximo dia 26 de abril, os trabalhado-res do serviço de transporte alternativo dos quatro mu-nicípios da Ilha de São Luís. O parlamentar destacou que a regulação dos serviços oferecidos é um dos princi-pais temas a ser tratado. Os representantes dos trabalha-dores reclamam das dificul-dades que tem encontrado para prestar serviço à po-pulação. “Há muitos proble-mas e conflitos em relação a todos esses serviços que complementam o sistema de transporte da nossa cidade e de toda a região metropo-litana. Então, fui procurado na qualidade presidente da Comissão de Assuntos Muni-cipais, e decidimos receber as comitivas dessas catego-rias para iniciar uma discus-são”, informou.

Bira informou que foram convidados para a reunião os prefeitos e os secretários de trânsito e transporte da capital e dos municípios de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, além dos

nomes, endereços e operações realizadas. Posso lhe dar um caminho que vai lhe dar mais um ano de trabalho, que faz bem ao Brasil”, completou, ao falar dos nomes e informações.

Uma delação premiada de Palocci é encarada por inte-grantes do PT como um de-poimento com potencial de

levar Lula à prisão. Na audiên-cia com Moro, ontem, Palocci confirmou que se reuniu com Marcelo e Emílio Odebrecht e que pedia dinheiro para a empresa. Mas negou ter usa-do contratos da Petrobras, usa-do BNDES e medidas no Congres-so para beneficiar a emprei-teira. Afirmou, porém, que

pe-dia contribuições. “Teve caixa dois em todas as campanhas. Eu não vou ficar falando o que os outros falam, que não hou-ve nada.”

Palocci se defendeu da acu-sação de ter determinado paga-mentos aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura no exterior, baseado em contra-tos de sondas da Petrobras. Segundo ele, o pagamento a Santana ocorreu no ano ante-rior à contratação das sondas. O ex-ministro ainda negou ser o ‘italiano’ presente nas pla-nilhas da Odebrecht. Palocci foi acusado por Mônica nesta semana de ser o responsável pela captação de recursos em caixa 2 às campanhas presi-denciais de Lula e outros.

Há muitos problemas e conflitos em relação

a todos esses serviços que complementam

o sistema de transporte da nossa cidade

e de toda a região metropolitana. Então,

fui procurado na qualidade presidente da

Comissão de Assuntos Municipais, e decidimos

receber as comitivas dessas categorias para

iniciar uma discussão

Bira do Pindaré , deputado estadual

presidentes da Agência de Mobilidade Urbana e Ser-viços Públicos e da Agência Metropolitana do Estado do Maranhão. “Vamos reunir, ouvir os trabalhadores e órgãos competentes a fim de encontrar um caminho que equacione e garanta um serviço de melhor qualidade para a população da região metropolitana”, ressaltou. Agendada para a próxima quarta-feira (26), às 8h30, a Audiência será aberta a todo e qualquer cidadão, órgão e entidade interessado no assunto.

DIVULGAÇÃO

AGÊNCIA ASSEMBLEIA

A vez dos bancos

Se Antonio Palocci quiser mesmo ir para casa, é bom ter nomes e informações detalhadas sobre o braço finan-ceiro do esquema revelado a partir da Lava-Jato. Até aqui, a citação de “um banqueiro” que queria contato com a Odebrecht é pouco.

Delação genérica não dá

Palocci terá que entregar aos investigadores provas sobre os malfeitos. Afinal, dizem os investigadores, falar sobre a Odebrecht é mais do mesmo. E de figurinha re-petida o álbum dos delatores já encheu.

Depois das pesquisas...

O levantamento do Ibope que demonstrou um bom posicionamento de Lula nas intenções de voto para 2018 fez com que os petistas passassem a estudar uma mobi-lização maior para o dia em que o ex-presidente ficará frente a frente com o juiz Sérgio Moro. Além de Curitiba, a ideia é promover manifestações pelo país afora com o bordão, “mexeu com Lula, mexeu comigo”.

Se a tese pega....

Políticos e advogados ficaram preocupados diante da declaração do desembargador-relator da Lava-Jato em segunda instância, “que ninguém dá recibo de corrup-ção” e que, portanto, valem os elementos que levam a essa conclusão. Se for assim, a lista de réus será grande.

Marcou ponto, mas.../

A passagem do prefeito de São Paulo, João Dória (foto), pelo V seminário Luso-Brasileiro de Direito em Lisboa esta semana foi vista por alguns políticos como o “esquenta” da pré-campanha presidencial. Os estudantes, entretanto, ficaram meio desconfiados.

… tem detalhes a resolver/

Nas rodinhas de conversa ontem, último dia do seminário, os estudantes eram unânimes em afirmar que o prefeito precisa resol-ver algumas contradições em seu discurso. “Ele diz que não é político e afirma que não é de atacar antecessores, mas ataca o PT. É contraditório”, comentava um grupo.

Mérito.../

O presidente português, Marcelo Rabe-lo de Sousa, arrancou lágrimas da plateia ao encerrar o V Seminário Luso-Brasileiro de Direito em Lisboa. De surpresa, ele entregou ao professor Manoel Gonçalves a ordem de Grao-Cruz, uma comenda portuguesa confe-rida apenas a grandes mestres das mais diversas áreas.

... Pelo menos lá fora!/

O presidente se referiu ao jurista como o “reitor dos reitores”. No Brasil, o ju-rista Manoel Gonçalves jamais foi tão homenageado.

(5)

OP

São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

IN

IAO

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Retrato

da

história

Curtiu...

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Baixa 01h00 1.0m Alta 07h08 5.5m Baixa 13h23 0.7m Alta 19h23 5.5m SEXTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 2016 José CIAL ESPE

Com cinco jogadores suspensos para o clássico de domingo, contra o MAC, o time do Moto Club quer fechar a fase de classificação do segundo turno com 100% de aproveitamento. PÁGINA 11\SUPERESPORTES

Educação inclusiva Aprendendo em braille

PÁGINA 2\GEAL

Sefaz investiga 395 comerciantes de gado no MA

Após cruzamento de dados com a Guia de Transporte Ani-mal (GTA) emitida pela Agência Estadual de Defesa Agropecuá-ria (Aged), no período de 2011 a 2015, Secretaria da Fazenda intimou mais 395 comercian-tes que atuam no comércio in-terno e interestadual com gado bovino a esclarecerem a não emissão da Nota Fiscal Avul-sa e o pagamento do ICMS no valor de R$ 27 milhões.

Comissão do Senado será eleita na segunda-feira

A eleição da comissão especial que vai decidir se aprova ou não a abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rouseff no Senado está marcada para a próxima segunda-feira (25). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criou a comissão especial para a análise do processo e pediu aos líderes partidários a indicação dos 42 senadores que vão compor a comissão: 21 titulares e 21 suplentes. Independentemente de qualquer que seja o resultado da votação na comissão, a decisão final cabe ao plenário do Senado, que é soberano.

PÁGINA 3/POLÍTICA

DIA DAS MÃES

Comércio sem contratações temporárias

PÁGINA 5/EMPREGO

Jovens empresários lançam Feirão do Imposto

consumidor

O ator e comediante Eri Johnson chega pintando tudo em São Luís, com seu grande sucesso dos teatros Eri

Pinta, Johnson Borda, fazendo dois dias de espetáculo. Eri Johnson interpreta personagens encantadores e divertidíssimos, que levam a plateia às gargalhadas, tais como: o gaguinho desempregado, o bêbado, o casado, o carioca poliglota, entre outros tipos engraçados.

PÁGINA 9\IMPAR

Eri Johnson pinta e borda hoje em espetáculo de humor

no Arthur Azevedo

MOTO ENFRENTA MAC COM MEIO TIME

PÁGINA 6\NEGÓCIOS

www.oimparcial.com.br

EXEMPLAR DE ASSINANTE - VENDA PROIBIDA www.oimparcial.com.br R$ 1,00 INTERIOR CAPI A-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2015 oib EXEMPLAR DE ASSINANTE Ano LXXXIX Nº 34.605 Morre o cantor Prince aos 57 anos Brasília-DF

Dilma tenta arrumar em 10 dias um milagre que a tire da desvan-tagem antes da votação da ad-missibilidade do impeachment no Senado. Michel Temer dispõe do mesmo prazo para desenhar um plano econômico.

Gol de Placa

Uma das coisas que alimentam a rivalidade do futebol é a estatística. O torcedor busca na história detalhes e feitos que possam diferenciar o seu clube dos demais, mesmo quando o fato gerador da polêmica tenha acontecido há muito tempo.

Impeachment

PÁGINA 6/NEGÓCIOS

Aumentou a oferta de cursos aos professores na área da Educação Especial da rede municipal de ensino de São Luís com a implantação do Núcleo de Produção Braille após a criação da Escola Municipal Integral Bilíngue Libras/Língua Portuguesa Escrita. A Superintendência de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educa-ção implantou, nos últimos dois anos, cerca de 60 novas salas de recursos em escolas da rede, que atendem estudantes com algum tipo de deficiência.

PÁGINA 7\URBANO Marés FOT OS: DIVULGAÇÃO

22 de abril de 2016

5

Editor: Zeze Arruda Email: zezearruda@oimparcial.com.br

O placebo João Doria

JOSÉ LEMOS

PROFESSOR, COORDENADOR DO LABORATÓRIO DO SEMIÁRIDO (LABSAR) NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PAULO DE TARSO LYRA

Uma chance para os brasileiros

O Imparcial trouxe na

mesma data no ano pas-sado a seguinte manche-te: Comissão do Senado

será eleita na segunda-feira. A eleição da

comis-são especial que iria deci-dir se aprovava ou não a abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rouseff no Sena-do havia siSena-do marcada. O presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL), havia criado a comissão especial para a análise do processo e pediu aos líde-res partidários a indica-ção dos 42 senadores que vão compor a comissão. [As descobertas recentes que nos

es-tarrecem, a grande maioria dos brasileiros que trabalha, age dentro da legislação vi-gente, paga impostos, se devem á tenaci-dade e competência de um grupo de pro-fissionais da justiça tendo Sergio Moro na liderança.

Um trabalho que começou em 2014 e segue num crescendo, como numa engre-nagem que lembra o efeito dominó, expõe os desmandos, as desonestidades de pes-soas que foram escolhidas para cuidar do interesse público, e que se aproveitaram da situação da forma mais abjeta.

Uma alegação recorrente dos que estão sendo pilhados num escândalo de dimen-sões universais, é que corrupção, propinas, caixa dois e outras mazelas semelhantes, sempre existiram no Brasil. Ocorre que aque-les que assumiram em 2003, e eu gosto sempre de lembrar, com o meu voto, en-tusiasmo e militância, o fizeram com a re-tórica de que queriam mudar toda aquela forma de fazer política.

A proposta que nos seduzia então, nos anos que antecederam aquilo que conside-ramos uma conquista (e hoje constatamos, com muito sofrimento, que não passou de um engodo cuja tragédia maior são os mais de 13 milhões de desempregados), era a forma incisiva como era feita a oposição então. Apontava-se na direção de tudo e todos. Ninguém tinha as credenciais para governar este País. Apenas aquela casta, liderada pelo ex-operário, o seu partido (na época o meu partido) teria condições de fazer o gigante adormecido finalmente acordar e deslanchar.

Na década de 1960, na antiga sala de máquinas de O Imparcial, utilizava-se a Linotipo, que é uma máquina que funde em bloco cada linha de caracte-res tipográficos, composta de um teclado, como o da máquina de escrever. A capacidade de produção é de seis mil a oito mil toques por hora. O próprio operador despacha para a fundição, a 270 graus Celsius. Mes-mo com a quase extinção da técnica, com a chegada da imprensa offset, alguns lugares, principalmente cidades interioranas, ainda mantêm até hoje gráficas que trabalham com o maquinário de linotipos. (Foto: Linotipo da década de 1960)

REPRODUÇÃO/OIMPARCIAL

E nos engajamos de forma despreten-siosa. Épocas de poucos recursos, porque eles, os recursos, eram da burguesia, dos candidatos ricos. Nós da militância ban-cávamos comprando material de campa-nha, bandeiras, fazendo panfletagem, dis-tribuindo “santinhos”. Eram momentos de muitas esperanças. A campanha de 1989 reuniu momentos muito intensos. Os “éti-cos” (agora com aspas) liderados pelo ope-rário, contra eles, os “aéticos”, ricos, elites... O bem contra o mal. Aquele maniqueísmo.

Perdida a eleição, passamos no dia se-guinte à posse do novo Presidente a gritar “fora Collor”. Pintamos os rostos em enor-mes e emocionantes passeatas e não des-cansamos enquanto não o vimos sair pe-las portas do fundo do Palácio do Planalto. Ali estavam reabertas as esperanças para a nova tentativa de colocar um “governo ético” (agora com aspas) na próxima elei-ção para Presidente.

Isto não foi possível em 1994 nem em 1998. Continuávamos contra tudo que ali estava. Embora o programa de estabilização monetária de inciativa de Itamar Franco conseguisse trazer a inflação para níveis ci-vilizados. Isso não valia. O que valia era ter um governo de “esquerda”, “progressista”. Itamar era resquício do “reacionarismo”.

Mas em 2002 finalmente conseguiría-mos colocar “Lula-lá”. Não sem antes ter-mos sido avisados do perigo e de forma dramática pela excelente Regina Duarte. Que de “Namorada do Brasil”, passou a ser a pessoa mais execrada do País. Inclusive teve que experimentar um ostracismo na empresa de comunicação onde era em-pregada, porque ela, a rede nacional de televisão, precisava ficar perto dos novos poderosos. E assim permanecerem até os ventos soprarem em outra direção. Foi as-sim na era Lula.

Finalmente um operário presidente. Al-guém com a cara de povo para nos admi-nistrar. Era a glória. O Brasil dava “lição de

democracia” (agora entre aspas) ao mun-do. O Brasil iria mudar. Eu e todos os que apostaram naquele candidato, menos os fanáticos, jamais imaginaríamos que ele faria o que está sendo acusado de ter feito.

Entregou a Administração do País nas mãos de executivos de uma empresa que, segundo mostrou o seu dono, a partir de 2003, era quem decidia sobre projetos de leis, medidas provisórias, licitações... Tudo que dizia respeito à administração Federal, e de grande parte dos estados. Enredou uma enormidade de parlamentares inescrupulo-sos, e transformou o País numa Cleptocracia. Forma de governar em que os Adminis-tradores fazem o Estado ser uma máquina com sanha arrecadadora insaciável. Isso é feito através da cobrança de impostos, ta-xas e tributos de forma legal, porque pas-sa pelo parlamento. Situação em que os administradores de ocasião fazem uso de suas posições para acumularem riqueza de forma indevida e ilícita. Tudo a ver com que agora ficamos sabendo, através de de-poimentos que são verdadeiros escárnios. Depoimentos também mostram o grau de contaminação do parlamento que aí está. Tapas nas caras das pessoas de bem.

A saída é não ficar apenas na lamenta-ção. Temos que tomar atitudes. Uma delas é renovar, e reduzir drasticamente o número de parlamentares. Ficar com apenas uma casa parlamentar como na Inglaterra, por exemplo. Acabar com todos os privilégios de Presidentes, Governadores, Parlamen-tares, Ministros, inclusive os do Poder Ju-diciário. Fazer com que recebam salários compatíveis com a nossa realidade. Traba-lharem e pagarem as suas contas, como fa-zemos todos nós. E a oportunidade é esta. Isso não será feito com esses que ai está. Temos que apostar que existem brasileiros que topariam fazer diferente. Esses que ai estão já sabemos do que são capazes. Não vale a pena apostar mais neles. Renovar é o mote. Difícil, mas não impossível.

ILUSTRAÇÃO

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

O tucano João Doria, prefeito de São Paulo, que mal completou 100 dias no car-go, virou o novo queridinho das análises políticas nacionais. Com um cenário de caciquismo partidário fragilizado pelas listas da Odebrecht, Doria passou a ser considerado uma opção para o Planal-to em 2018. Meteórica ascensão em um partido, o PSDB, no qual os três prin-cipais postulantes ao cargo – Aécio Ne-ves, Geraldo Alckmin e José Serra – têm de rebater as acusações de delatores da principal empreiteira do país.

Levantamento feito pela Veto Comu-nicação Pesquisa e Publicidade Ltda., no início de março, tanto no Twitter quanto no Facebook, mostrou que Doria tinha

“Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria

pela libertação da minha pátria”

Fernando William - O preço que se paga às vezes é

alto demais. Hoje em dia, ele não pagaria esse preço!

Aline Mendonça Moreira - O coitado deve ter

mui-ta vergonha hoje. Lutou mui-tanto, sofreu muito e pagou muito caro e no final nossa Republica é uma m...

Dora Gomes - Se hoje ele estivesse vivo, será que

pen-saria da mesma forma? Uma pátria que mais enver-gonha de que se orgulha!!!

STF decide que estrangeiros têm direito a

receber benefício social do INSS

Adalberto Silva Carneiro Sobrinho - A partir do

momen-to em a pessoa recolha para a Previdência, não importa onde nasceu. O obsceno é recolhermos para um retorno futuro, e todo o dinheiro ser desperdiçado com benes-ses para funcionários do INSS, e o constante avanço de políticos sobre esse dinheiro desviando-o ou roubando. Essa é a discussão que devemos ter.

Marcos Aurélio Castro - Sem embargo da grita geral, o

Brasil está cheio de gente que passa a vida toda sem con-tribuir um centavo com o INSS e depois acha que tem direito a aposentadoria. Um a mais, um a menos não faz diferença.

Daniel Boais - Os gringos que não se animem. Se nós que

nascemos nesta bagunça de país estamos padecendo pra conseguir o benefício, que dirá quem tá chegando “agora”.

Saiba como a regulamentação de serviços

como Uber afeta o transporte individual

Thais Beatrice - Táxi é um assalto. Péssimo serviço e

pre-ços absurdos pra ir tão perto. R$ 30 pra ir das Cajazeiras pro São Luís Shopping??? Com Uber, eu pago R$ 12.

Robson Costa - Não vou generalizar, mas pegar táxi em

São Luís tá difícil. O lema dos táxis aqui é “o cliente nun-ca tem razão”.

Bene Reis Filho - Uber não afeta muito o bolso do usuário...

76,7% de aprovação e 23,3% de rejeição. Que, sim, seu nome é visto como alter-nativa para o Planalto. E que a imagem dele se desgasta quando é associada ao PSDB, partido ao qual é filiado e com vá-rias lideranças, especialmente paulistas, enroladas em denúncias de corrupção.

Mas, de prático, o que Doria já fez para ser alçado a esse patamar? Ele é bom de marketing. Comandava o Lide, reunião de empresários endinheirados que se confraternizavam normalmente em Comandatuba (BA), em um resort de luxo altíssimo. Transformou a pró-pria gestão, incipiente, em um case de comunicação no Facebook. Tem 2,5 mi-lhões de fãs, quase os 3 mimi-lhões de votos que o levaram à prefeitura. Os vídeos da visita que ele fez ao papa, em Roma, renderam 61 mil curtidas e 5,6 mil com-partilhamentos. Pelo menos não era tão constrangedor quanto o vídeo da

de-missão — “compactuada” — da secretária de Assistência Social, Soninha Francine.

Vestiu-se de gari para varrer praças e comprou briga com pichadores. Um es-pecialista em gestão municipal questio-na, contudo, pontos relevantes: como o tucano pagará os mais de R$ 30 bilhões de dívidas de precatório e os R$ 60 bilhões de débito previdenciário e administrará a dívida que roda na casa dos R$ 50 bi-lhões? Teriam de ser pontos fundamentais para definir se alguém tem ou não condi-ções de presidir uma nação tão complexa quanto a nossa. Quando Geraldo Alck-min lançou Doria candidato a prefeito, foi chamado de louco. Quando Doria foi eleito em primeiro turno, Alckmin virou gênio. Três meses após a posse, a criatu-ra engoliu o criador. O prefeito paulista-no pode até vir a ser um remédio para a crise política nacional. Por enquanto, ele ainda é placebo.

(6)

NEGÓCIOS

Editor: Viviane Passos

Email: vivianepassos@gmail.com

São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

www.oimparcial.com.br

Reserva pode ser entrave

para

expansão portuária

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Diálogo

Um encontro entre representante da empresa WTorres e vários moradores da comunidade tradicional do Cajueiro, situada na região da Vila Maranhão, em São Luís, foi promovido pela Defensoria Pública do Estado (DPE) para discutir a implantação do terminal portuário do grupo no local.

A reunião foi conduzida pelo defensor público titular do Núcleo de Moradia, Alberto Guilherme Tavares, com a participação da assistente social Elizabeth Diniz, da Consult Modal, contratada para atuar na área de Projetos de Intervenção Social da WTorres, que apresentou proposta de conciliação entre as partes.

Segundo a assistente social, a empresa tem a intenção de abrir diálogo com a comunidade para conhecer as expectativas das famílias. Elizabeth Diniz ressaltou que o grupo possui projetos sociais no local e o seu papel é verificar as demandas da comunidade e as formas de atendê-las. De acordo com a Defensoria Pública do Estado, a permanência da comunidade e o livre uso de suas áreas de posse estão atualmente garantidos por sentença, proferida pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos da capital, em Ação Civil Pública da Defensoria.

Investimentos

A homologação da Reserva Extrativista de Tauá-Mirim pode ser empecilho para criação de

novo porto em São Luís. Comunidade do Cajueiro é contrária à instalação do empreendimento

VIVIANE PASSOS

E

mpreendimentos com investimentos anuncia-dos para a expansão da zona portuária no Mara-nhão terão alguns impasses pela frente para poderem se concre-tizar. Nesta semana, a polêmica envolvendo o reconhecimento da Reserva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim, localizada no su-doeste da Ilha de São Luís, no Maranhão, voltou a ser tema de discussão durante reunião re-alizada, na última quarta-feira (19), na Associação Comercial do Maranhão, entre empresários e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV).

O ministro foi cobrado quan-to à definição da Reserva Extra-tivista (Resex) Tauá-Mirim, cujo processo de reconhecimento está em andamento há mais de dez anos no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-dade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O objetivo de formalização do local como reserva extrativista seria para garantir a conservação dos recursos naturais e proteger o modo de vida das populações tradicionais do local.

A Resex Tauá-Mirim abran-ge 12 comunidades: Cajueiro, Taim, Vila Maranhão, Rio dos Ca-chorros, Porto Grande, Limoei-ro, São Benedito, Vila Conceição, Anandiba, Parnuaçu, Camboa dos Frades e Vila Madureira. Seu ecossistema é formado por man-guezais, várzeas e nascentes.

Acontece que, de acordo com a classe empresarial, a criação da Resex abrange toda a área por-tuária de São Luís, parte do Dis-trito Industrial da capital e afeta também os municípios de Baca-beira e Alcântara. Além de com-prometer a atividade portuária, implica na desapropriação de áreas particulares, no cancela-mento de autorizações de pes-quisa que afetaria, inclusive, o Distrito Industrial de São Luís.

O Porto de São Luís está

in-Além da pressão imposta pelos empresários, também paira so-bre o ministro do Meio Ambien-te, Sarney Filho (PV), a questão se ele é favorável ou não à Re-serva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim. Ambientalistas apontam que o parlamentar licenciado re-cebeu, nas eleições de 2014 para deputado federal, doações de R$ 300 mil da construtora WTorre, que é uma das empresas que in-vestem na construção de um porto no entorno da reserva, daí a sus-peita de interesse oculto na extin-ção da condiextin-ção de reserva para beneficiar o grupo empresarial. A informação dos valores doados é confirmada no site de Prestação de Contas Eleitorais do TSE.

INTERESSES OPOSTOS

serido em área de interesse in-dustrial (decreto estadual crian-do o Distrito Industrial, de nº 7.632, de 23 de maio de 1980, e o decreto nº 20.727, de 23 de agosto de 2004, onde reformu-lou a área do Distrito Industrial de São Luís – Disal –, que pas-sou a medir 18.861,04 hectares). Em 2016, a Federação das Indústrias do Estado do Mara-nhão (Fiema), durante encon-tro na sede da federação, já ha-via intervido junto ao ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, pelo indeferimento da reserva extrativista. “Já nos posiciona-mos, várias vezes, contrários à criação dessa reserva extrativista tanto com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, quanto com o governador Flávio e o pre-feito Edivaldo Holanda Júnior”, ressaltou o vice-presidente da Fiema, Cláudio Azevedo.

Para o vice-presidente da Fe-deração, a formalização da reserva atinge não só novos empreendi-mentos como afeta a atividade de terminais portuários existentes. “Entendemos que a reserva im-pede a expansão e as atividades não só do Porto do Itaqui como também do Porto da Alumar e

outros, que consequentemente afeta o desenvolvimento do es-tado”. A classe empresarial espe-ra consenso entre as partes en-volvidas para continuidade dos projetos de expansão no distrito industrial e ainda sustenta que

a população que vive na área do processo de reserva extrativista atualmente exerce outras ativi-dades. “Espero que o Maranhão esteja acima da politicagem e a questão seja resolvida, até porque as pessoas que vivem naquela

área, hoje, têm suas atividades voltadas para o comércio, explo-ração de jazidas ou trabalham para a Alumar ou empresas li-gadas a ela”, argumentou Cláu-dio Azevedo.

Defensoria Pública do Estado se reuniu com as partes para discutir a implantação do terminal portuário

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Já nos posicionamos,

várias vezes,

contrários à criação

dessa reserva

extrativista tanto com

o ministro do Meio

Ambiente, Sarney

Filho, quanto com o

governador Flávio e

o prefeito Edivaldo

Holanda Júnior

Cláudio Azevedo,

o vice-presidente da

Fiema

Entre setembro e outubro de 2014, o então candidato a deputado fede-ral recebeu doações de campanha da WTorre Engenharia e Construção S.A., por meios de cheques nos valores de R$ 170 mil, R$ 50 mil e R$ 80 mil. A assessoria do ministro não res-pondeu as questões levantadas quanto à manutenção da Reserva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim e a sua ligação com a construtora WTorre nas eleições de 2014. Ainda em novembro de 2014, a ex-governadora Roseana Sarney enca-minhou ao ICMBio um documen-to intitulado “Avaliação Técnica da Proposta de Criação da Reserva Ex-trativista Tauá-Mirim”, no qual se posicionou contrária à criação da unidade de conservação na

catego-ria de reserva extrativista marinha. Na ocasião, o governo Roseana Sarney propôs ao ICMBio, como alternativa para não criar a Resex Tauá-Mirim, o pagamento de inde-nização ou o reassentamento das comunidades em outras localida-des, além de apoiar projetos de de-senvolvimento sustentável como

condicionantes ao processo de li-cenciamento ambiental da expan-são dos portos.

Do outro lado da questão, estão as comunidades que vivem há anos na Reserva Tauá-Mirim. Em 2007, o Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reconheceu a região como

uma reserva, mas a homologação ficou a cargo do ICMBio, que não finalizou o processo.

Representando a Reserva Tauá-Mi-rim, Clóvis AmoTauá-Mi-rim, líder da comu-nidade de Cajueiro e membro do Movimento Nacional de Pescado-ras e Pescadores Artesanais (MPP), afirma que a maioria dos

morado-res permanecem contrários à ins-talação do porto da WTorre e não estão dispostos a deixar suas casas. Não conseguimos contato com o Instituto Chico Mendes de Conser-vação da Biodiversidade (ICMBio) para saber sobre o andamento do processo administrativo para criação da Reserva Extrativista Tauá-Mirim. As potencialidades portuárias

do Maranhão atraíram investimentos estrangeiros. Este mês, a empresa China Communications Construction Company (CCCC) assinou acordo para construção de um Terminal de Uso Privado (TUP), em São Luís, com a WPR, braço do Grupo WTorre. O termo de compromisso assinado entre as duas empresas prevê a construção de um projeto orçado em aproximadamente R$ 1,7 bilhão. As obras estão previstas para começar no segundo semestre e a estimativa é que o TUP leve três anos para ficar pronto.

Nisso consiste a preocupação do setor industrial que com a criação da reserva extrativista, novos empreendimentos nas proximidades do Porto do

Itaqui e áreas vizinhas sejam inviabilizados. Aos empresários, Sarney Filho reiterou seu papel como ministro do Meio Ambiente em trabalhar pela ampliação das áreas a serem preservadas, mas estabeleceu que não pode ser contra o desenvolvimento econômico do estado e passou a bola para entes públicos locais. Ele ressaltou que a manutenção ou extinção da reserva extrativista está a cargo dos governos estaduais e municipais dos quais espera ofícios.

O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) informou que esteve em contato com o ministro do Meio Ambiente e este confirmou que aguarda posicionamento oficial para atuar no caso. “Eu falei com o ministro Sarney Filho e ele me informou que espera um documento

do governo do estado apontando que a liberação da reserva inviabiliza o desenvolvimento da atividade portuária”, disse.

Os investimentos no setor, segundo o parlamentar, são cruciais para alavancar a zona portuária do Maranhão. “Se a área portuária do estado não crescer e não receber investimentos, ficará para trás em relação aos outros portos do país”, avaliou José Reinaldo. Otimista, o deputado acredita que o impasse seja solucionado e afaste a insegurança jurídica no projeto de expansão do distrito industrial. “Acredito que, até o início da concretização dos investimentos na área do porto, a questão esteja resolvida, porque é interesse de todos que o Maranhão cresça e desenvolva a economia”, conclui.

(7)

VIDA

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São Luís, sábado, 22 de abril de 2017

Então há dias em que o

banco fornece bem com uma

quantidade menor de leite, mas

tem dias que ainda que com

os cinco litros, não é suficiente.

Daí a importância de termos

sempre o banco abastecido e não

operando no limite

Irenildes Costa - supervisora do banco de Leite

da Maternidade Marly Sarney

Editor: Samartony Martins

Email: samartonymartins@gmail.com

Marly Sarney recebe

doações de leite materno

Para garantir o abastecimento do banco de leite da maternidade, que é usado na alimentação de bebês

prematuros, enfermeiras, além do atendimento na unidade hospitalar, fazem a coleta pelos bairros da cidade

“D

e vez em quando, a gente vê uma matéria na im-prensa avisan-do que está faltanavisan-do leite e eu ficava pensando que, no dia que eu tivesse um filho, se eu tivesse como, eu com certeza ia querer ser uma doadora”. O depoimento da dona de casa Larysse Sousa de Oliveira, 26 anos, pode inspirar muitas mu-lheres que, com bebês recém-nascidos, têm excesso de leite no período de amamentação. Elas são potenciais doadoras e podem atender ao convite da equipe do Banco de Leite da Maternidade Marly Sarney, em São Luís, para reforçar o abas-tecimento do estoque de leite materno.

O Banco de Leite da Mater-nidade, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), ne-cessita em média, por dia, de 5 a 8 litros de leite. Quantidade que, de acordo com a supervi-sora do banco, Irenildes Cos-ta, nem sempre chega à meta-de do necessário. “A gente está sempre em busca de doadoras, porque a demanda por leite é muito grande,” afirmou.

Ela ressalta que a necessi-dade média do banco também varia conforme o quadro de in-ternação de bebês que estão na UTI. “Essa quantidade pode variar de acordo com a quanti-dade de crianças graves inter-nadas na UTI. Então há dias em que o banco fornece bem com uma quantidade menor de leite, mas tem dias que ainda que com os cinco litros, não é suficiente. Daí a importân-cia de termos sempre o banco abastecido e não operando no limite”, explica Irenildes.

Apesar de as mães dos bebês prematuros também coletarem leite que será especificamente direcionado para a alimentação diária de seus bebês, nem

sem-Cerca de 800 rotarianos vieram a São Luís para participar da 66ª Conferência da Harmonia. Segun-do Alberto Bittencourt, rotariano do Distrito que abrange os esta-dos de Pernambuco (PE), Paraíba (PB) e Rio Grande do Norte (RN), o trabalho rotariano pode mudar um país. Ele representou o pre-sidente do Rotary Internacional 2016-17, John Germ, na 66ª Con-ferência da Harmonia, que está sendo realizada, no Hotel Pesta-na, até amanhã, sob a organiza-ção geral do atual governador do Distrito 4490, David Lima Gomes. Na abertura da conferência, teve a presença do vice-governa-dor do Maranhão, Carlos Bran-dão, representando o governador Flávio Dino.

Há 112 anos, no dia 23 de feve-reiro de 1905, Paul Harris reuniu três amigos e fundou uma asso-ciação cujo objetivo inicial era a amizade e a mútua ajuda profis-sional. Cerca de três anos depois, atento ao sofrimento do mundo, a nova associação adotou a pres-tação de serviços como objetivo principal de suas ações.

Surgiu assim, em Chicago, um movimento chamado Rotary, que se espalhou pelo mundo. Estabe-leceu como base a tolerância reli-giosa, herança dos pillgreems que,

Para garantir o abastecimento do banco, as enfermeiras, além do atendimento na maternidade, fazem a coleta pelos bairros da cidade. As mães doadoras se cadastram na Marly Sarney e, uma vez por semana, elas buscam a quantidade disponível para doação. As doadoras podem entrar em contato com o banco de leite mais próximo para fazer o agendamento de coletas domiciliares ou comparecer aos postos de doação.

Após recolhido, o leite é armazenado em congeladores a uma temperatura de -10ºC e ele passará por uma preparação para alimentar os bebês das UTIs. A enfermeira explica que para se tornar doadora, a mulher precisa estar amamentando exclusivamente no peito, ser saudável e não fazer uso de entorpe-centes. Irenildes lembra a importância das mães doadoras replicarem a necessidade da doação para ou-tras mães. Papel que a Larysse já se comprometeu a fazer. “Eu tenho várias amigas que também tiveram bebê recentemente e que estão com muito leite, assim como eu. Hoje mesmo vou conversar com elas para virem doar também”, comentou.

Incentivo e conscientização

ao aleitamento materno

O banco funciona também como um apoio dentro da maternidade para conscientizar as mães sobre a impor-tância do aleitamento materno. Além disso, oferece todo suporte para auxiliar os casos com dificuldade de rea-lizar as primeiras amamentações. “80% do trabalho do banco de leite é fazer a promoção do aleitamento ma-terno, fazer com que as mulheres amamentem. A mãe que está com dificuldade pode vir que a gente vai orien-tar, até esse bebê conseguir mamar”, explica Irenildes. A pedagoga e designer, Delia Pereira Gomes, 35 anos, é uma das mães que está nesse processo e ressalta a im-portância do Banco de Leite para a recuperação do seu bebê, que ainda está na UTI. “Eu tive uma gravidez com complicações e eu sabia dos riscos no pós-parto. Mas nunca imaginei que não fosse conseguir amamentar. Foi um choque para mim. E aqui no banco eu encontrei um aconchego, uma esperança. Primeiro eu consegui tirar o leite, meu bebê pode se alimentar com o que ele precisava para se recuperar, que era o meu leite. E ago-ra, pela primeira vez, eu pude colocar ele no peito. Eu me emocionei muito”, contou.

O aleitamento materno salva vidas e ainda reduz a mor-talidade neonatal. De acordo com o Ministério da Saúde, o leite materno é essencial para proteger recém-nasci-dos porque alimenta e protege contra diarreia, infecções respiratórias, diabetes e alergias. Para os prematuros, o leite é a esperança de encurtar o tempo nas UTIs.

O Rotary se multiplicou

Chegou a 219 países e regiões geográficas no mundo, no que poderíamos definir como extraordinário poder de capilaridade do Rotary. As ações rotárias beneficiam as comunidades mais necessitadas, em recantos mais afastados e de difícil acesso. Poderíamos definir como sendo um extraordinário poder de permeabilidade do Rotary. Há um ditado africano que diz: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças maravilhosas.” No ano de 1995, o Rotary chegou ao patamar de 1 milhão e 200 mil .

Ao adotar o lema: “Rotary, a Servico da Humanidade”, o presidente Germ disse: “Eu acredito que todo mundo reconhece o Rotary pelo que ele realmente é: uma oportunidade única de mudar o mundo para melhor, para sempre, através do serviço à humanidade”. “Os rotarianos do mundo todo estão servindo à humanidade, fornecendo água limpa para comunidades subdesenvolvidas, promovendo a paz em áreas de conflito e fortalecendo as comunidades através da educação básica e alfabetização. Porém, nossa maior prioridade é a erradicação mundial da poliomielite”, enfatizou o presidente do Rotary. Estamos mais perto do que nunca de erradicar esta doença. Até o presente momento, tivemos neste ano de 2017 apenas cinco casos de transmissão do poliovírus selvagem: dois no Paquistão e três no Afeganistão. “2017 será o último ano em que ocorrerá um caso de pólio no mundo”, disse John Germ.

Estoque de leite da Maternidade Marly Sarney está abaixo do esperado e precisa de doações para bebês prematuros

pre elas produzem a quantidade necessária à dieta da criança. “Quem faz produzir o leite é a sucção do bebê, ele é quem faz produzir os hormônios que vão

gerar o leite. Se o bebê demorar a mamar no peito, elas iniciam aqui no banco tirando um volu-me bom, mas logo a produção cai, porque não há liberação de

hormônio. À medida que o ne-ném vai ganhando peso, ele vai necessitando de mais leite e elas não conseguem tirar a quantida-de que eles precisam”, ressalta.

COLETA PARA GARANTIR ABASTECIMENTO

SECAP

ENCONTRO

Rotarianos participam de Conferência da Harmonia em São Luís

perseguidos em suas origens, fun-daram a Nova Inglaterra na Améri-ca recém-descoberta. Embora Paul Harris fosse protestante, a nova as-sociação passou a reunir católicos, judeus, muçulmanos, budistas, ateus, sem distinção de credo, de seita ou de religião. Pratica a não discrimi-nação por motivos de fé, raça, idio-mas, situação geopolítica, posição social ou mesmo opção de gênero. Abomina a violência, o terrorismo,

o fanatismo ou fundamentalismo, religioso ou não.

O Rotary é uma instituição que, desde o início, pratica a compaixão e a solidariedade, a paz e a harmonia entre homens e nações. O Rotary é um movimento que propugna pela ética como princípio, nas re-lações comerciais, profissionais e familiares, expressa pela Prova Qua-drupla Rotária. Esse movimento teve um crescimento continuo ao

longo de todo o século XX, em que ocorreram duas Guerras Mundiais, a grande depressão americana, os anos sombrios da Guerra Fria, as guerras da Coreia, e do Vietnã, o comunismo e o nazismo, além de um sem número de conflitos re-gionais. Ao todo, foram mais de cem milhões de mortes em guer-ras e conflitos, no século XX. Mor-tes por ação do homem contra o próprio homem.

Vice-presidente Carlos Brandão (C) representou o governo do Maranhão na 66ª Conferência da Harmonia

Referências

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