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Artigo publicado

na edição 06

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Leandro Callegari Coelho

(leandroah@hotmail.com): é formado em Engenharia de Produção Elétrica, possui especialização em Administração e cursa mestrado em Engenharia de Produção na área de Logística e Transportes, ambos pela UFSC. Atua na área de Estratégia Logística e Estatística Aplicada, especialmente modelos de previsão, controle estatístico e redução de estoques.

Neimar Follmann

(follmann2@hotmail.com) é formado em Administração e possui especialização em Métodos de Melhoria da Produtividade pela UTFPR. Possui experiência na gestão de frota em empresas de transporte de cargas e logística industrial, no ramo moveleiro. Cursa mestrado em Engenharia de Produção na UFSC. Trabalha na pesquisa e disseminação do conhecimento relacionado à Logística e à Teoria das Restrições.

Carlos Manuel Taboada Rodríguez

(taboada@deps.ufsc.br) é engenheiro industrial pela Universidad de La Habana, Cuba, doutor Ökonomikae, pela Techsnische Universität Dresden, Alemanha, pós-doutorado em Logística, pela Universidad Politécnica de Madrid, Espanha. É professor na área de Logística e Transportes do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da UFSC, lecionando nos cursos de mestrado e doutorado várias disciplinas de Logística. Acumula 36 anos de experiência no Ensino Superior.

Com participação de Ronaldo Lima de Cristo, mestrando em Engenharia de Produção na UFSC.

Logística Virtual: a tecnologia da

informação e o mundo virtual barateando

e simplificando o fluxo de materiais

Novas estratégias de gestão que melhoram o

desempenho e diminuem custos

: : Artigos

a

Este artigo aborda a logística virtual como ferramenta para

melhoria da eficiência operacional e obtenção de vantagem

competitiva no mundo empresarial, especialmente no setor

produtivo. As técnicas da logística virtual, ou e-logistics como

tem sido tratada, devem ser extrapoladas do mundo virtual,

das empresas baseadas na internet, para suprir empresas

físicas com novos conceitos sobre estoques, produção,

disponibilidade e mercado consumidor. Estes conceitos

são explicados com exemplos e ilustrações que facilitam

o entendimento e a aplicação. Como resultado, ocorre o

melhor uso dos recursos logísticos, maior flexibilidade e sem

dúvida a aplicação de um novo e melhor modelo de gestão

do negócio.

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era da tecnologia e do conhecimento reservou para todos um pouco de seu principal componente – o mundo virtual. Este ambiente é algo muitas vezes não per-cebido pelo consumidor e nem mesmo pelos administradores, que não identi-ficam nele uma possibilidade de novos negócios e melhores meios de gestão. Há tempos a sociedade convive com as mais diversas formas de virtualização. Seja em ambientes educacionais, nos quais o professor está a quilômetros de distância, mas tão presente quanto a própria televisão, seja em transações bancárias via internet, caixas eletrô-nicos, telefones e celulares, deixando para trás as longas filas e horas de es-pera dentro das agências bancárias, ou ainda por meio da comodidade e prati-cidade de se enviar um e-mail, conver-sar num chat ou uconver-sar um Iphone. Esse fenômeno tem como base duas carac-terísticas importantes: a tecnologia da informação – TI – e o conceito de valor percebido pelo cliente.

A TI refere-se às soluções que per-mitem atualmente uma ampla troca de dados em tempo real. E o valor refere-se à percepção que o cliente tem sobre um produto, o que é muito influencia-do pela logística, pois ela influencia tan-to os benefícios como os custan-tos de ob-tenção. Correlacionando-se TI, valor e uma concorrência cada vez mais acirra-da, tem-se uma justificativa do porquê muito do que é visto atualmente está se transportando para a rede mundial de computadores.

O mundo dos negócios está evo-luindo e se atualizando. Termos como e-business ou e-commerce já estão in-seridos no vocabulário de muitos ges-tores. Com as funções da logística, estas mudanças não poderiam ser diferentes. No entanto, surge uma dúvida: como tratar as funções clássicas da logística, como transportes, estoques e cadeia

Artigo • Logística Virtual: a tecnologia da informação e o mundo virtual barateando e simplificando o fluxo de materiais

de suprimentos, de maneira virtual? O termo e-logistics re-presenta um conjunto de con-ceitos que já são empregados e responde a essas e outras perguntas, conforme será visto a seguir.

É importante destacar que este artigo não trata do uso de ferramentas como vendas on-line ou portais na internet para disseminar a informação da empresa. A idéia é utilizar novas formas de gestão em processos tradicionais, tais como os conceitos e conhecimentos vindos da virtualização aplicados à logística.

O objetivo deste artigo é

apresentar como é possível

utilizar recursos de logística virtual

em empresas físicas e obter

vantagem competitiva por meio

de menores volumes de estoque

ao longo da cadeia.

O contexto virtual

Atualmente não se consegue mais fazer um produto de sucesso sem estabe-lecer parcerias. É preciso integrar-se com os parceiros da cadeia de suprimentos para gerar benefícios maiores e custos menores para o cliente final. Neste senti-do, nota-se que a interação entre os participantes do processo de agregação de valor tornou-se indispensável para o êxito das empresas, como já foi discutido no artigo “A flexibilidade na cadeia de suprimentos”, na 3ª edição desta revista. Com o advento da internet, as possibilidades de integração entre diferentes com-panhias foram infinitamente ampliadas devido à facilidade de comunicação em rede e em tempo real. Assim como a logística permitiu a virtualização de pro-cessos de compra e venda – por meio da venda on-line e dos grandes portais de varejo on-line – o mundo virtual também oferece alternativas para a gestão de processos tradicionais, como será visto a seguir.

A e-logística pode ser definida como o mecanismo que automatiza o processo logístico para promover a integração e o cumprimento dos serviços de gerencia-mento da cadeia de suprigerencia-mentos para todos os envolvidos no processo. Com esta filosofia de integração virtual, Mike Clarke, um pesquisador da Universidade de Cranfield, Inglaterra, vê que é possível tratar separadamente os aspectos físicos e informativos da logística fazendo com que, por meio da internet, seja possível controlar o fluxo de vários produtos e plantas industriais à distância. Desta forma, mesmo sem ter contato direto com o fluxo físico, é possível ter um ótimo nível de informações operacionais, beneficiando o agendamento, a previsão, a contabili-dade e o marketing. Esse conjunto de dados deve ter alta confiabilicontabili-dade e dispo-nibilidade, proporcionando grande desempenho para a cadeia de suprimentos.

Comumente em logística imagina-se um bem como algo material, com sua po-sição física bem estabelecida. Com a Logística Virtual, percebeu-se que o importan-te é a disponibilidade do produto quando necessário, não importando onde esimportan-te esteja, nem mesmo se já está fabricado ou não, desde que possa ser disponibiliza-do quandisponibiliza-do exigidisponibiliza-do. A resistência contra este tipo de métodisponibiliza-do vem ainda da forma tradicional de se fazer negócios, na qual se considera importante e necessária a presença do produto físico. Porém, é exatamente a cobrança vinda do mercado que tende a mudar isso. Uma vez que seja possível gerenciar informações ao invés de produtos físicos e isso refletir na redução dos custos, automaticamente todos terão que seguir esta tendência. Retirar esta visão estritamente física do fluxo logís-tico quebra muitas barreiras, pois as capacidades de muitos sistemas geografica-mente dispersos podem ser combinadas, tornando-os mais enxutos.

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Não é necessário manter em

estoque toda a demanda de seus

clientes, basta garantir que estes bens

estejam disponíveis quando solicitados.

É possível melhorar a utilização de

processos produtivos, equipamentos,

veículos, itens de estoque e até mesmo

espaço livre num armazém.

Para entender como isso é possível, pode-se traçar um paralelo entre o desenvolvimento do setor financeiro e a logística. Antiga-mente o dinheiro era baseado em metais preciosos (ouro e prata, por exemplo), e as pessoas os guardavam consigo, mesmo tendo os ris-cos de roubo e os custos com segurança. Os banris-cos vieram para fazer o papel de agente de custódia desse capital, e em vez de mantê-lo parado começaram a aplicá-lo para conseguir maior rentabilidade. Hoje, sabe-se que os bancos não mantêm em seus cofres valor equi-valente aos depósitos de todos os seus correntistas, no entanto, siste-mas de informações garantem sua existência virtual.

Outra forma vista atualmente pode ser tomada com base na comercialização de alguns produtos pela BM&F, como a soja e outras commodities. Quando o agri-cultor vende a soja para alguém ela segue para o armazém do comprador e, a partir deste momento, diversas negociações podem ser feitas. Porém, em poucos casos o produto é movimentado. Na maioria das vezes somente há uma troca de papéis e de informações transferindo a propriedade, não a posse. O impacto desta forma de trabalho é, principalmente, a redução dos custos de transporte e de tempo.

Da mesma forma, quando este conceito é aplicado à área de logística, não é necessário manter em estoque toda a demanda de seus clientes, basta garantir que estes bens estejam disponíveis quando solicitados. Mas a Logística Virtual não se limita a este conceito. Com ela, é possível ter melhor conhecimento sobre as necessidades nos vários pontos da cadeia de suprimentos, possibilitando uma melhor utilização dos recursos (processos produtivos, equipamentos, veículos, itens de estoque e até mesmo espaço livre num armazém), o que permite alugá-los quando estão ociosos ou remanejá-alugá-los para outro ponto da cadeia quando maior capacidade é necessária.

A Logística Virtual é, assim, um conjunto de técnicas que visam melhorar o fluxo físico por meio de TI, possibilitando a geração de maior valor agregado ao cliente ao mesmo tempo em que permite aumentar a lucratividade da empresa por meio de reduzidos custos de movimentação.

O desenvolvimento de sistemas logísticos virtuais

Conceitos de Logística

Virtual

Para obter todas as vantagens que um sistema logístico virtual pode oferecer é necessária a reestruturação da forma de se pensar em logística. Dentre os principais pontos a serem considerados nesta mudança, podemos destacar:

• identificação dos bens em função de sua disponibilidade, como as commodities, e não de sua posição física;

• separação entre propriedade e controle, para que os bens possam ser acessados à distância;

• dissociação entre movimentos físicos e de informação;

• disponibilização, via internet, das informações sobre as fontes para integração de recursos;

• integração dos sistemas informatizados dos fornecedores e usuários.

A disponibilidade, principalmente no contexto industrial, não necessariamente sig-nifica que o produto deva estar fisicamente exposto. Quer dizer que é preciso que se tenha a garantia de tê-lo quando requisitado. Assim, pode-se evitar ter o produto antes do momento necessário, incorrendo em gastos antecipados de estocagem, transporte, desperdícios e avarias.

A diferenciação entre controle e propriedade se dá por diversos motivos, dentre

eles o já descrito antes: muitas vezes quem compra um produto não deseja tê-lo consigo, mas apenas renegociá-lo. Outro exemplo é o de empresas que ven-dem via internet: se para estas for possí-vel vender os produtos e encaminhá-los diretamente do fabricante ao cliente, sem precisar fazer seus próprios estoques, te-rão redução de custos, ausência de arma-zém, ausência de capital em estoques, ne-nhum custo de obsolescência – devendo apenas ter a certeza da disponibilidade do produto no fornecedor.

A internet tornou-se essencial para a maioria das organizações, seja para fazer negócios, seja para anunciar seus produtos aos clientes. Ela facilita a co-municação, dá informações em tempo real e com isso facilita o planejamento de produção e de entregas. Da mesma for-ma, o uso de softwares para integração entre fornecedores e clientes é algo que vem há muito tempo sendo proposto e discutido. O fato é que muitas vezes não é possível integrar duas plataformas de programação diferentes. Daí a impor-tância das informações na internet, que pode estabelecer um canal diferenciado com cada parceiro.

Estoques virtuais

Para explicar o funcionamento dos estoques virtuais, recorre-se novamente ao exemplo dos bancos: estes dispõem em caixa aproximadamente 1/12 da soma dos depósitos de seus

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correntis-Armazéns virtuais

Cadeias de suprimentos virtuais

tas, pois há uma baixa probabilidade de todos necessitarem de seu dinheiro ao mesmo tempo. Em um estoque virtual, um operador logístico manteria produtos de vários fornecedores em quantidade suficientes para atender à probabilidade da demanda de seus clientes, pois nem todos os clientes vão pre-cisar do mesmo produto no mesmo tempo. Nestas condições, a quantidade de produtos em estoque pode ser menor se comparada com a condição de cada empresa individualmente estocar seus produtos. Este cenário é exemplificado na figura 1. Além disso, é possível alcançar maior precisão fazendo previ-sões agregadas, mais gerais (quantos clientes necessitarão de determinado produto) do que individuais e específicas (qual cliente necessitará de determinado produto). Este conceito funciona muito bem, principalmente se o fornecedor estiver localizado geograficamente próximo do cliente.

Para que seja possível implementar os conceitos de Lo-gística Virtual é necessário que informações relacionadas ao fluxo dos produtos sejam compartilhadas. No caso da venda pela internet, por exemplo, é necessário que a empresa ven-dedora passe informações sobre o destinatário do produto, sobre quanto ele está pagando, outras compras realizadas por ele ou por clientes na mesma região (que possam ser úteis para agregação da entrega) etc.

Vantagens:

1. o custo de estoque seria reduzido visto que um volume menor de estoque fica preso no sistema;

2. o custo do armazém seria menor, pois menos espaço se-ria necessário para estocagem;

3. o giro de estoque seria maior;

4. o custo de obsolescência seria reduzido;

5. oportunidades de ganhos gerados pelo aumento da cen-tralização, especialização de movimentações, aumento da densidade de estocagem e economia de escala. Esta forma de trabalho se torna extremamente

impor-Com este conceito, não é necessária nem mesmo toda a centralização do estoque. Ele pode estar disperso, pode inclusive ainda nem ter saído do fornecedor primário, desde que os sistemas de informação sejam apropriados para que se consulte a disponibilidade dos itens, ou seja, se eles po-derão ser acessados quando solicitados.

Pode-se dizer que agrupar os itens fisicamente sob o mesmo teto geraria economia de escala, entretanto, esta economia pode ser atingida mesmo com a divisão dos ar-mazéns, pois, desta forma, pode-se especializar a movimen-tação de materiais agrupando-se os bens de características similares, ou mesmo evitando o custo do transporte para alocar os produtos no mesmo local geográfico sem necessi-dade imediata. Esta estrutura é resumida na figura 2.

O armazém, W, controla o estoque para 8 clientes de A a H. Cada cliente tem 1 item estocado e o estoque total controlado pelo armazém, W, é de 8 itens. Entretanto, somente 4 itens estão efetivamente presos no armazém, pois isso é suficiente para atender à demanda. W, no contexto normal, pode ser uma fábrica ou um revendedor, por exemplo. O estoque está preso em 8 armazéns, de A a H, cada um de diferentes organi-zações. Cada armazém contém um item e, no total, 8 itens estão fisicamente presos. Não há possibilidade de intercambiar estoques entre as organizações, pois não há informação disponível sobre seus estoques. Figura 1. Desenho esquemático de estoques virtuais (a) e convencionais (b).

tante uma vez que, cada vez mais, fala-se que a concorrên-cia está agora entre as cadeias e não mais entre empresas. É verdade que um fornecedor pode entregar produtos para várias empresas concorrentes, mas provavelmente ele será o fornecedor preferencial de uma delas e, portanto, deverá ter uma estratégia claramente definida em relação a isso.

O armazém é virtualmente combinado, apesar de estar geograficamente separado. Neste armazém virtual, W, são controladas 4 diferentes peças em 4 locais diferentes. O armazém é lógica e geograficamente combinado. Neste armazém convencional, W, são controladas 4 diferentes peças sobre o mesmo

teto. Armazém é mais limitado em espaço e não se pode ter muita variedade de produtos. Figura 2. Desenho esquemático de armazéns virtuais (a) e convencionais (b).

São necessárias coordenação e manutenção do foco no cliente e na competitividade. Para isso, a estratégia da cadeia, bem como das empresas que a formam, precisa ser compatível. E, ainda, é importante que a tecnologia empre-gada seja suficientemente segura para proporcionar a con-fiança de todos.

É prática comum manter certo estoque de segurança de produtos acabados para suprir as demandas dos consumido-res e não perder vendas. Mas com o auxílio de um ambiente virtual esta prática deixa de ser uma necessidade, pois, com a informação exata da posição do produto no processo de fa-bricação na cadeia de suprimentos, é possível considerar este

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A A (a) (a) (b) (b) B B C C D D E E F F G G H W H W W A B C D

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produto, mesmo que ainda não esteja fabricado, como disponível em estoque, natu-ralmente, respeitando os lead times de produção.

Trabalhando desta forma seria possível não somente dizer quanto tempo o ma-terial levaria para sair do fornecedor para chegar a seu destino, mas, também, seria possível ter a informação dos volumes de estoque dos fornecedores, qual a disponi-bilidade das máquinas no processo produtivo, qual a disponidisponi-bilidade dos transporta-dores em fazer a coleta do produto. Enfim, ter-se-ia a exata informação da disponibi-lidade ou não do produto desejado quando solicitado. Este ambiente é representado na figura 3.

Esta estrutura apresenta algumas vantagens como:

1. o ciclo de vida da matéria-prima é geralmente maior que o do produto acabado; 2. geralmente a matéria-prima pode ser estocada com melhor aproveitamento de

espaço;

3. matéria-prima geralmente apresenta menor custo de obsolescência;

4. estoque de segurança de matéria-prima pode geralmente ser menor que de pro-dutos acabados, pois, normalmente, podem ser repostos com mais facilidade. Uma desvantagem já destacada é o lead time elevado, mas pode ser superado com avanços tecnológicos e com a correta consideração dos tempos de processa-mento para se obter o produto final.

O montante de estoque em “C” pode ser reduzido desde que a disponibilidade do produto seja assegurada por meio da cadeia de suprimentos virtual. Figura 3. Desenho esquemático de uma cadeia de suprimentos virtual.

Controle virtual de estoque

Entregas virtuais

De acordo com a mesma idéia, para suprir as variações de demanda de alguns produ-tos, é comum manter um estoque de segurança dos mesmos (lembrando que estoques de segurança servem para cobrir variações na demanda ou atrasos nas entregas). Em am-bientes de comércio virtual, é importante que a informação sobre estoque seja atualizada on-line para o comprador; da mesma forma que para uma indústria é importante saber se há determinado produto (ou matéria-prima) e quando ele estará disponível para ser usado.

Em uma visão de controle virtual de estoques, como o importante é a disponibilida-de dos produtos e não a localização física em si, o estoque disponibilida-de segurança físico podisponibilida-de ser substituído por um estoque virtual, sendo que este se refere aos produtos alocados em qualquer outro lugar ou mesmo em produtos que ainda nem foram produzidos, desde que estes possam estar disponíveis fisicamente quando solicitados (mais uma vez, a

infor-Em situações nas quais há um grande número de pedidos, dispersos geografica-mente e de grande abrangência, como no caso de distribuição para o varejo – quan-do é bastante utilizaquan-do o transporte de car-gas fracionadas – normalmente incorre-se em maiores custos. Mais uma vez pode-se “lançar mão” de um conceito da Logística Virtual para contornar este problema: a entrega virtual.

Muitas empresas atuam no mercado por meio de mais de um canal de distri-buição. Uma indústria pode vender dire-tamente ao varejista, mas pode, também, vender a um distribuidor (intermediário), focando outro segmento de mercado. Tor-nar esta estratégia flexível pode contribuir para que os diferentes públicos sejam me-lhor atendidos. Por exemplo, ao necessitar de um produto em caráter de urgência, o varejista solicita à indústria, mas poderia ter dificuldades de fazer a entrega no pra-zo exigido. Neste caso, poderia existir uma transferência de informação da indústria para o intermediário, que atenderia o cliente final. Assim, o varejista receberia o produto físico enquanto a fábrica assumi-ria um compromisso com o distribuidor.

Desta forma, os custos de transporte e o tempo de entrega podem ser sensivel-mente reduzidos. As estruturas descritas podem ser vistas na figura 5. E, ainda, pou-pa-se tempo, pois os pedidos podem ser mação exata dos lead times é essencial). Na figura 4 é apresentado

um esquema desta configuração.

O estoque de giro necessário para o andamento do dia-a-dia da organização é mantido inalterado. No entanto, o estoque de segurança interno é reduzido em função de um estoque de se-gurança localizado fora dos domínios físicos da empresa, sobre os quais ela detém o controle de disponibilidade, e por um estoque de produtos que não necessariamente estão prontos, mas que a empresa tem certeza que podem ser produzidos em um intervalo de tempo determinado e entregues a tempo.

Desta maneira, há uma redução do ca-pital preso em produtos acabados, o que pode gerar redução dos custos totais.

Matéria

A B C

Produção Estoque

(A) (B)

Menores níveis de estoque físico. Maiores níveis de estoque físico. Figura 4. Desenho esquemático de um controle de estoque virtual (a) e convencional (b).

Estoque de giro Estoque de giro Estoque de Segurança Estoque de Seg. Físico

Estoque virtual assegurado por cadeia virtual Estoque físico localizado em outro lugar

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Produção virtual

Considerações finais

Comumente, a linha de produção está localizada em um úni-co ambiente em que todos os úni-componentes necessários para pro-dução do produto final são reunidos com este fim. Entretanto, em alguns casos isso pode trazer algumas ineficiências na logística devido ao transporte excessivo das matérias-primas.

Por meio da conexão das informações de várias plantas atra-vés de uma plataforma virtual, pode-se descentralizar o processo de produção, que não precisa necessariamente iniciar e finalizar no mesmo ponto geográfico. Neste ambiente integrado, a produ-ção pode iniciar em uma determinada empresa e o produto, ain-da inacabado, pode ser transferido para outra para os trabalhos finais.

O caso da montagem de rodas para caminhões é um exem-plo deste processo: se os pneus e os aros são produzidos em luga-res próximos, estes podem ser montados na mesma região antes de serem transferidos até a montadora dos caminhões. São dois componentes grandes que necessitariam de dois fretes, mas que se forem parcialmente montadas antes do transporte, reduzem praticamente à metade os custos de transporte.

Em um ambiente de produção virtual as empresas não são limitadas às suas paredes e os vários processos podem estar lo-calizados de maneira a beneficiar a eficiência logística podendo gerar uma redução nos custos totais. Isso tudo é feito ao se utili-zar uma tecnologia capaz de proporcionar aos parceiros o

com-A utilização dos conceitos de logística

virtual discutidos neste artigo propõe o uso de

estoques com um enfoque muito mais estratégico,

habilitando os participantes das cadeias de

suprimentos a discutirem em conjunto seus níveis

de serviço, qualidade e confiabilidade de seus

prazos.

Para se ter a Logística Virtual em pleno funcionamento é necessária uma mudança na maneira de se pensar na cadeia de suprimentos e na logística, pois a palavra integração toma-rá uma dimensão nunca antes imaginada. Isso porque além de uma plataforma segura, ágil e confiável para troca de informa-ções via internet, as empresas envolvidas terão muito a discutir sobre seus níveis de serviço, a qualidade de seus produtos, os preços e prazos praticados, e principalmente sobre a integração e o alinhamento de suas estratégias.

A possibilidade de melhor uso dos recursos logísticos, por meio da excelência em gerenciamento da informação, é perfei-tamente viável podendo trazer redução no custo total do bem oferecido. Entretanto, é necessário cuidado constante com as decisões tomadas dentro deste ambiente devido a sua alta vola-tilidade. Mas, a mesma volatilidade justifica o uso desta forma de trabalho, uma vez que é possível responder com maior velocida-de ao ambiente onvelocida-de as empresas estão inseridas.

A complexidade que surge para estes novos modelos de gestão das organizações será motivo de muitos estudos, bem como sobre os sistemas de informação capazes de garantir ta-manho fluxo de informação de forma confiável e segura.

No entanto, as soluções apontadas neste artigo já são uma realidade e já apresentam resultados positivos para as empresas que conseguem aplicá-los, especialmente na redução do volu-me de estoques e diminuição de prazos. Portanto, se a empresa tiver dificuldades em reduzir o volume de estoques e não ter êxi-to em atender e ser atendido pelo mercado, propõe-se utilizar os conceitos de Logística Virtual para quebrar alguns paradigmas. Na figura 5 um consumidor “C” faz um pedido para o

fornecedor “A”. Entretanto, os custos de transporte entre “A” e “C” são elevados. Para evitar este custo desnecessário, a demanda é transmitida para o intermediário “B”, que pode ser, além de um distribuidor, um operador logístico, por exemplo, com igual capacidade de atender às demandas, e este faz a entrega para o consumidor “C”. Com isso, pode-se evitar movimentações desnecessárias e até mesmo eliminar conexões na cadeia de suprimentos tornando possível o acesso direto do fornecedor ao consumidor para maior efi-ciência da logística.

partilhamento de informações sobre o fluxo físico. Desta forma, substitui-se temporária e parcialmente os fluxos de materiais pelo de informação, evitando o transporte de coisas que podem não vir a ser utilizadas.

: : Referências

• LEE, H. L, WHANG, S. Gestao da e-scm, a cadeia de su-primento eletrônica. HSM Management, jan/fev 2002. • CLARKE, Mike P. Virtual logistics - An introduction and

overview of the concepts. Centre for Logistics and Transportation, Cranfield School of Management, Cranfield University, Bedfordshire, UK. 1998.

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entregues a partir de um local mais próximo, e também dinheiro, pois o frete é mais barato. Tendo material disponível num prazo menor, no local mais adequado, pode vir a tornar-se uma excelen-te vantagem competitiva.

Figura 5. Desenho esquemático de entregas virtuais.

Fornecedor

Fornecedor

Consumidor

Aparente rota de entrega Troca de estoque sem movimentação Rota real de

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