PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE
O que será visto neste capítulo?
O que será visto neste capítulo?
1 – Conceito de capacidade 2 – Medição da capacidade
3 – Influência do Fluxo na capacidade
Efeito do tamanho do lote Efeito do tamanho do lote Efeito gargalo
4 – Políticas de gestão da capacidade 5 – Rendimento
O que é Capacidade?
O que é Capacidade?
Segundo Moreira (1993) capacidade
refere-se à
quantidade máxima de
produtos e serviços
que podem serproduzidos numa unidade produtiva, produzidos numa unidade produtiva,
num dado intervalo de tempo
.Ex: móveis/dia, clientes/dia, pares de calçados/semana.
O que é Capacidade?
O que é Capacidade?
Verifica-se, portanto, que a capacidade é função de duas variáveis:
VOLUME ou QTD(Peças, carros, VOLUME ou QTD(Peças, carros, toalhas, camisas) – expresso em unidade referente ao produto:
litros, kg, peças, toneladas, caixas TEMPO (dia, hora, mês, quinzena)
Objetivos do planejamento da capacidade
Objetivos do planejamento da capacidade
Custos Receitas
Capital de Giro Qualidade
Qualidade
Velocidade de resposta à demanda
Confiabilidade de atendimento à demanda Flexibiliade
O que é Capacidade?
O que é Capacidade?
Slack
et al
. (1997) apresentam doisconceitos de capacidade:
capacidade
de projeto
(idealizada) ecapacidade
efetiva
(real).efetiva
(real).CAPACIDADE DE PROJETO =
Capacidade de Projeto
Capacidade de Projeto
O sistema é considerado ideal, como se não existissem perdas.
Para a medição desta capacidade não Para a medição desta capacidade não são consideradas atividades, tais como
setups
, manutenções programadas,transporte entre os setores e limitações
Capacidade Efetiva
Capacidade Efetiva
São levadas em consideração as
necessidades ou as perdas do sistema. Nesta análise, consideram-se as
Nesta análise, consideram-se as necessidades de processo (perdas
programadas), entretanto sem
considerar questões relativas ao fluxo fabril e o tamanho dos lotes.
Utilização
Utilização
São levadas em consideração as perdas não planejadas do sistema.
Nesta análise, consideram-se as Nesta análise, consideram-se as
necessidades de processo (perdas
não-programadas), incluindo as questões
relativas ao fluxo fabril e o tamanho dos lotes.
Medindo Capacidade e a utilização
Medindo Capacidade e a utilização
Exemplo 1
Suponha que o fabricante de papel fotográfico tenha uma linha de cobertura cuja capacidade de projeto seja 200 metros quadrados por minuto e a linha opera 24 horas por dia, 7 dias por semana. (24 x 7= 168 horas) horas por dia, 7 dias por semana. (24 x 7= 168 horas)
01 - Mudanças de produtos (setups): 20 h; 02 - Manutenção preventiva regular: 16 h; 03 - Nenhum trabalho programado: 8 h; 04 - Amostragens de qualidade: 8 h; 05 - Tempos de troca de turnos: 7 h;
06 - Paradas para manutenção corretiva: 18 h; 07 - Investigação de falhas de qualidade: 20 h;
08 - Falta de estoque de material de cobertura: 8 h; 09 - Faltas do pessoal: 6 h;
10 - Espera pelos rolos de papel: 6 h.
Perdas planejadas = 59h
Medindo Capacidade
Medindo Capacidade
CAPACIDADE EFETIVA = 200 x 60 x 109= 1.308.000 CAPACIDADE DE PROJETO = 200 x 60 x 168= 2,016 milhões de metros quadrados por semana
(100% = capacidade ideal = capacidade de projeto)
CAPACIDADE EFETIVA = 200 x 60 x 109= 1.308.000 mil metros quadrados por semana (65% da capacidade de projeto).
UTILIZAÇÃO = 200 x 60 x 51= 612.000 mil metros quadrados por semana (30,4% da capacidade de projeto).
Exercício
Exercício
Uma empresa de calçados funciona 24h por dia, todos os dias do mês, incluindo domingos e
feriados. Analisando a operação de costurar cabedal, obtiveram se os seguintes tempos:
Mudanças de produtos (setups): 58 h;
Calcule as capacidades de projeto e efetiva da operação (mensal) sabendo que a capacidade de projeto do sistema é de 1.500 pares/hora.
Mudanças de produtos (setups): 58 h; Manutenção preventiva regular: 19 h; Amostragens de qualidade: 6 h;
Tempos de troca de turnos: 43 h;
Paradas para manutenção corretiva: 14 h; Investigação de falhas de qualidade: 25 h;
Exercício
Exercício
Mudanças de produtos (setups): 58 h; Manutenção preventiva regular: 19 h; Amostragens de qualidade: 6 h;
Tempos de troca de turnos: 43 h;
Paradas para manutenção corretiva: 14 h; Investigação de falhas de qualidade: 25 h;
Perdas planejadas = 126h
Perdas não-planejadas = 51h
Investigação de falhas de qualidade: 25 h; Falta de material de cobertura: 12 h;
CAPACIDADE PROJETO =24 x 30 x 1.500= 1,080 milhões de pares de calçados por mês. (100%)
CAPACIDADE EFETIVA =((24 x 30) – 126) x 1.500= 891 mil pares de calçados por mês. (82,5%)
UTILIZAÇÃO = =(((24 x 30) – 126) – 51)x 1.500= 814,5 mil pares de calçados por mês. (75,4%)
Rendimento
Rendimento -- CONCEITO
CONCEITO
O termo rendimento está associado à
utilização da capacidade instalada, derivando daí o conceito de
utilização
e deeficiência.
Utilização = Volume de produção real / Capacidade de projeto
Eficiência = Volume de produção real / Capacidade efetiva
Calculando Rendimento
Calculando Rendimento
Exemplo 2
Com os dados do Exemplo 1, calcule os valores de utilização e eficiência.
1. Capacidade de projeto = 168 h/semana
2. Capacidade efetiva = 168 - 59 = 109 h/semana 2. Capacidade efetiva = 168 - 59 = 109 h/semana
3. Volume de produção real = 109- 58 = 51 h/semana
Utilização = Volume de produção real / Capacidade de projeto = 51/168 = 0,304
Eficiência = Volume de produção real / Capacidade efetiva = 51/109 = 0,468
A capacidade depende do mix?
A capacidade depende do mix?
Suponha...
Uma empresa moveleira produza objetos de
decoração e móveis sob encomenda e funciona de segunda a sábado (6 dias) 8h/dia = 480min.
O mix dessa empresa é composto por 4 tipos de O mix dessa empresa é composto por 4 tipos de objetos de decoração
O tempo de segue na tabela:
Objetos Tempo de Produção
Olho 2h00mim
Garrafa 3h20min
Peixe 1h10min
A capacidade depende do mix?
A capacidade depende do mix?
Mix de Produtos Volume de produção
Apenas Olho 4
Apenas Garrafa 2
Apenas Peixe 6
Apenas Bandeja 24
Apenas Bandeja 24
Olho, Peixe e Bandeja 2 olhos, 3 peixes e 1 bandeja
Garrafa e Bandeja 2 garrafas de 4 bandejas
Medindo Capacidade
Medindo Capacidade
Existem dois parâmetros que são
utilizados para realizar a medição da capacidade: os produtos e os recursos.
Uso de Medidas de Produção
Tipo de Negócio Medida de Capacidade
Siderurgia Toneladas de aço/mês
Refinaria de Petróleo Litros de gasolina/dia
Montadora de automóveis Nº de Carros/mês
Cia. Elétrica Megawatts/hora
Medindo Capacidade
Medindo Capacidade
Existem dois parâmetros que são
utilizados para realizar a medição da capacidade: os produtos e os recursos.
Uso de Medidas de Recursos
Tipo de Negócio Medida de Capacidade
Cia. Aérea Número de Assentos/vôo
Restaurante Número de refeições/dia
Teatro (ou cinema) Número de Assentos
Hotel Número de quartos (hóspedes)
Hospital Número de leitos
Medindo Capacidade
Medindo Capacidade
Através dos exemplos pode-se perceber qual o motivo que leva a esses dois tipos valores de capacidade (recursos e
produtos)?
Quando a variação de produtos e/ou processos é grande, torna-se mais
conveniente medir a capacidade a partir dos insumos
Fatores que influenciam na capacidade Fatores que influenciam na capacidade
Moreira (1993) coloca como fatores mais influentes na capacidade as
instalações, a composição do produto ou serviço, o projeto do processo,
ou serviço, o projeto do processo,
fatores humanos, fatores operacionais e fatores externos.
Reconhece ainda, a influência das técnicas de PCP
Como o PCP influência a capacidade? Como o PCP influência a capacidade?
A maneira pela qual o PCP planeja e
programa a produção determina o
balanceamento do fluxo produtivo. Efeito do tamanho do lote
Fabricação de um avião de papel
Fabricação de um avião de papel
Neste momento vamos elaborar um sistema de produção para fabricar aviões de papel. Regras:
Fidelidade ao Projeto;
Dividir a operação entre os membros do grupo
Produzir 20 aviões (5 com lotes de 4 produtos e 20 com lotes unitários)
Fabricação de um avião de papel
Fabricação de um avião de papel
Quais são as lições que aprendemos com essa dinâmica?
Quais a relação entre esta experiência e Quais a relação entre esta experiência e o dia-a-dia da empresa?
Qual a relação entre esta dinâmica e a capacidade produtiva de um sistema?
Tamanho do lote
Tamanho do lote
P2 P3 P1 P2 P3Economia pela adoção do lote unitário t
Figura 1 – Período de produção de operação de lote e operação de fluxo de peças unitárias
Gargalo
Gargalo
Figura 2 - Relacionamento entre recursos gargalos e não gargalos
Gargalo
Gargalo
Postos Tempo médio (min)
Process 1 1
Process 2 2
Process 3 1
Gargalo
Gargalo
Gargalo
Gargalo
Postos Tempo médio (min)
Process 1 2
Process 2 1
Gargalo
Gargalo
OPT
OPT –
– Manufatura Otimizada
Manufatura Otimizada
1. Uma hora ganha em um recurso-gargalo é uma hora ganha para o sistema global;
2. Uma hora ganha em um recurso não-gargalo não é nada, apenas uma miragem;
3. Utilização e ativação de um recurso não são 3. Utilização e ativação de um recurso não são sinônimos;
4. A utilização de recurso não-gargalo não é determinada por sua disponibilidade, mas por alguma outra restrição do sistema;
5. Os gargalos não só determinam o fluxo do sistema, mas também definem o volume dos estoques;
OPT
OPT –
– Manufatura Otimizada
Manufatura Otimizada
6. Balancear o fluxo e não a capacidade; 7. As restrições de capacidade e demais
prioridades devem ser consideradas
simultaneamente, e não seqüencialmente; 8. A soma dos ótimos locais não é igual ao 8. A soma dos ótimos locais não é igual ao
ótimo global do sistema;
9. O lote de transferência pode não ser e,
freqüentemente, não deve ser igual ao lote em processo;
10.O lote de processamento deve ser variável e não fixo.
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
N° Oper. Operações na Montagem Tempo Padrão (s) N° de Pessoas
1 Posicionar adaflex/Aplicar cola 18,87 1 2 Fechar bico (alimentar cabedais) 20,67 1 3 Fechar Lateral 17,77 1 4 Lixar e Riscar 17,75 1 5 Aplicar adesivo (1a demão) 20,06 1 6 Estufa 10,00 0 7 Aplicar adesivo (2a demão) 23,18 1 7 Aplicar adesivo (2a demão) 23,18 1 8 Ativar vira e colocar no varal
10,85 8,61 1 9 Ativar cola na sola 2,24
10 Aplicar vira 16,82 2 11 Prensar na sorveteira
27,55
13,32
1 12 Ativar cola no peixinho 5,62
13 Posicionar peixinho no cabedal 8,61
14 Aplicar sola no cabedal 19,40 1 15 Refinar sola 18,58 1 16 Aplicar adesivo e posicionar ponteira 21,50 1 17 Prensar sorveteira/cortar cordão 22,57 1 18 Roletar sola na vira 19,51 1 19 Inspecionar e preencher carro jumbo 17,73 1
18,87 20,67 17,77 17,75 20,06 10 23,18 10 T. Balanceado
18,87 20,67 17,77 17,75 20,06 10,00 23,18 10,00 T. Padrão
T. Balanceado T. Padrão T. Padrão T. Balanceado
16,82 16,82 8,61 1 2 3 4 5 6 7 10 8 6
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
13,32 5,62 8,61 2,24 T. Padrão 17,73 19,51 22,57 21,5 18,58 19,4 T. Balanceado 17,73 19,51 22,57 21,50 18,58 19,40 10,85 27,55 17 16 15 11 12 13 14 9 18 19
15 20 25 30 Te m p o P ad rã o ( s) Balanceamento da Célula
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
0 5 10 15 1 2 3 4 5 6 7 6 1 0 1 1 + 1 2 + 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 Te m p o P ad rã o ( s) Opereações
18,87 20,67 17,77 17,75 20,06 10 23,18 10 T. Balanceado
18,87 20,67 17,77 17,75 20,06 10,00 23,18 10,00 T. Padrão
T. Balanceado T. Padrão T. Padrão T. Balanceado
16,82 16,82 8,61 1 2 3 4 5 6 7 10 8 6 11
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
20,82 13,32 5,62 T. Padrão 17,73 19,51 22,57 21,5 18,58 2,24 T. Balanceado 17,73 19,51 22,57 21,50 14,23 21,93 17 16 15 11 13 14 12 18 19 9 8,61
15 20 25 Te m p o P ad rã o ( s)
Balanceamento da Célula sugerido
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
0 5 10 1 2 3 4 5 6 7 6 10 1 1 + 1 3 1 4 9 + 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 Te m p o P ad rã o ( s) Opereações
Comparativo de desempenho Atual Proposto Operação gargalo 11-12-13 7 1 ) max( + − = ∑ tij n j ij t TS i Q
OPT
OPT –
– Estudo de Caso
Estudo de Caso
Operação gargalo 11-12-13 7
Tempo do gargalo (segundos) 27,55 23,18 Capacidade produtiva/célula/hora (n° pares) 131 156
Redução do lead time 16%
Políticas de gestão da capacidade
Políticas de gestão da capacidade
Para efeito das políticas de gestão da capacidade é utilizada a capacidade
agregada, que vem a ser a capacidade
considerada a médio e longo prazos. considerada a médio e longo prazos.
Isto é, as decisões de capacidade são
amplas e gerais, não se preocupando
com os detalhes dos produtos e serviços individuais oferecidos
Política de capacidade constante
Política de capacidade constante
Nesta política a capacidade de
processamento fica constante, não se
consideram as flutuações da previsão da demanda.
demanda.
Objetivos: padrões de emprego estáveis, alta utilização do processo e
normalmente também alta produtividade com baixos custos unitários.
Política de capacidade constante
Política de capacidade constante
Efeitos indesejáveis:
Estoques consideráveis (moda, perecibilidade, obsolescência),
Desperdício de recursos de pessoal, Desperdício de recursos de pessoal,
Acompanhamento da demanda
Acompanhamento da demanda
Slack et al. (1996) afirma que este tipo de política tenta ajustar a capacidade
bem próxima dos níveis variáveis da
demanda prevista.
demanda prevista.
Pouco adequada a manufaturas de
produtos-padrão não perecíveis, bem como a empresas com operações
Acompanhamento da demanda
Acompanhamento da demanda
Ações de acompanhamento:
1.Horas extras e tempo ocioso – variação
do número de horas produtivas do número de horas produtivas trabalhadas pelo pessoal
Devem ser considerados: pagamento das horas a custo superior, custos de manter a operação, questões de motivação.
Acompanhamento da demanda
Acompanhamento da demanda
Ações de acompanhamento:
2.Variar o tamanho da força de trabalho–
contratando pessoal durante a alta contratando pessoal durante a alta demanda e dispensando-os na baixa
Devem ser considerados: custos e ética da ação
Acompanhamento da demanda
Acompanhamento da demanda
Ações de acompanhamento:
3.Usar pessoal em tempo parcial – recrutar
pessoal para trabalhar menos do que um pessoal para trabalhar menos do que um dia normal
Devem ser considerados: custos fixos do emprego de cada empregado
Acompanhamento da demanda
Acompanhamento da demanda
Ações de acompanhamento:
4.Subcontratação – adquirir capacidade de
outras organizações, a fim de atender a outras organizações, a fim de atender a demanda sem investir em capacidade Devem ser considerados: perda de
margem e a questão da qualidade e de prazos.
Ajuste da Demanda
Ajuste da Demanda
Política de preços, aumentando quando
a demanda aumenta muito, e reduzindo para estimular a demanda e períodos de baixa procura,
baixa procura,
Políticas de capacidade: considerações Políticas de capacidade: considerações
Elas são decisões de longo e médio prazo, e são geralmente restritas ao nível gerencial da organização
Para as atividades de chão-de-fábrica devem ser consideradas atividades de gestão do fluxo, objetivando o aumento da capacidade efetiva através de