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TEMA: Economia A CRISE DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DE 2011.

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Academic year: 2021

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Notícia Comentada – Ciências Humanas ‐ Geografia   

TEMA: Economia – “A CRISE DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DE 2011”.  INTRODUÇÃO  

Por Prof. Franzé Oliveira   Na  última  semana  de  julho  e  primeira  semana  de  agosto  de  2011,  o  fato  econômico  mais  comentado  pela  mídia  nacional  e  internacional,  foi  à  crise  da  dívida  pública  norte‐ americana e o possível calote aos credores internacionais, a chamada moratória. A moratória é  um termo econômico que significa, resumidamente, como o não pagamento da dívida externa.  Esse  termo  muito  relacionado  na  década  de  1980,  a  chamada  década  perdida,  aos  países  emergentes  (ou  melhor,  países  pobres  e  industrializados)  da  América  Latina,  como:  Brasil,  Argentina  e  México.  Agora  o  temor  de  moratória  está  circulando  nos  corredores  dos  parlamentos de países ricos, como EUA e nos membros da União Europeia.      TEXTO I – Entenda a crise da dívida dos EUA e como isso afeta o Brasil    O governo norte‐americano tem até 2 de agosto de 2011 para conseguir ampliar o teto  da dívida do país. Eventual calote dos EUA teria efeitos também para o mercado brasileiro. O  governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua  credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de  dívida pública permitido ao governo,  os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas  dívidas: ou seja, há risco de calote.   A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir  com pagamentos obrigatórios.  

Em  maio,  a  dívida  pública  do  país  chegou  a  US$  14,3  trilhões,  que  é  o  valor  máximo  estabelecido por lei. Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal  é do Congresso.   Um eventual calote do país que é considerado o pagador mais seguro do mundo teria  efeitos também para o Brasil: por exemplo, encareceria o custo de financiamento para bancos  e empresas brasileiras, valorizaria o dólar e aumentaria o preço dos importados, o que geraria  inflação.     Entenda os pontos mais importantes das negociações.     I. Debate e negociações    

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últimos  dias  para  convencer  o  Congresso  a  ampliar  o  limite  de  endividamento  permitido  ao  governo.  

Cinco rodadas de conversações na Casa Branca não produziram nenhum acordo, mas  geraram  disputas  partidárias.  Um  acordo  foi  alcançado  por  líderes  dos  dois  partidos  apenas 

neste  domingo,  dois  dias  antes  do  fim  do  prazo.  

   Essa  negociação  é  comum  no  Congresso  americano,  onde  ocorre  de  forma  periódica  desde 1917 (data em que foi estabelecido um limite legal para o endividamento do país). Desta  vez,  no  entanto,  a  renegociação  do  teto  da  dívida  enfrenta  um  impasse.    

II. O que é a dívida dos EUA    

Assim como  outros países  ‐ inclusive o Brasil ‐  o Tesouro norte‐americano emite  no  mercado financeiro papéis respaldados pelo governo para financiar as atividades do governo  federal, como pagamento de funcionários e fundos de previdência. 

 No  caso  dos  EUA,  os   títulos  são  conhecidos  como  Treasuries,  comprados  por  investidores  do  mercado  financeiro  que   são  remunerados  com  juros:  os  títulos  americanos  são  considerados  os  mais  seguros  do  mundo  e,  por  isso,  atraem  tantos  investidores  interessados em comprar seus papéis.  

 

III. Para quem os EUA devem    

Brasil, China, Japão, Reino Unido e os países exportadores de petróleo estão entre os  maiores  credores  estrangeiros  que  detêm  32%  dos  títulos  da  dívida  pública  dos  Estados  Unidos.  

Segundo  os  números  do  Departamento  do  Tesouro,  a  dívida  pendente  dos  EUA  somava, no último dia 30 de junho, US$ 14,3 trilhões, dos quais US$ 4,6 trilhões eram "pastas  intergovernamentais" e US$ 9,7 trilhões eram dívidas nas mãos do público.  

Os EUA devem somente ao Brasil a quantia de US$ 187 bilhões. O maior credor do país  é a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida pelo Japão com US$ 882,3 bilhões, o Reino Unido com  US$ 272,1 bilhões e os exportadores de petróleo com US$ 211,9 bilhões.  

Outros  grandes  detentores  de  bônus  e  títulos  da  dívida  americana  são  os  bancos  radicados no Caribe, que acumulam títulos no valor de US$ 169 bilhões, Taiwan com US$ 155  bilhões,  Rússia  com  US$  151  bilhões,  Hong  Kong  com  US$  135  bilhões  e  Suíça  com  US$  107  bilhões.  

 

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   O alto nível de endividamento dos EUA ainda reflete, entre outros fatores, efeitos da  "ressaca" da crise financeira desencadeada em 2008 pela quebra do banco Lehman Brothers.  Isso  porque,  em  tempos  de  recessão,  um  país  precisa  de  mais  dinheiro  para  estimular  a  economia. 

   No caso dos EUA, o país emitiu mais papéis para ter dinheiro para evitar a falência de  empresas  e  bancos  em  dificuldades,  isentar   e  reduzir  alguns  impostos,  e  pagar  benefícios  sociais  como  seguro‐desemprego,  mais  necessários  em  épocas  de  demissões  e  cortes  de  pessoal.  

   A  decisão  de  socorrer  setores  da  economia  que  estavam  em  risco  de  falência  endividou não só os EUA, mas de outros países que hoje enfrentam problemas com a dívida:  Grécia, Irlanda e Itália, por exemplo.  

   Antes disso, os EUA já haviam gastado muito dinheiro ao longo dos anos para financiar  guerras e ações militares. Iniciadas há quase dez anos, após os atentados de 11 de setembro  de  2001,  as  operações  norte‐americanas  no  Afeganistão  custam  atualmente  mais  de  US$  2  bilhões  (cerca  de  R$  3,1  bilhões)  por  semana  aos  cofres  americanos,  o  que  tem  despertado  cada vez mais críticas, tanto de republicanos quanto de democratas.     V. Obama X oposição        Por trás da discussão em torno dos números da dívida, há uma disputa política entre  parlamentares do governo e da oposição, como explica o economista Miguel Daoud, da Global  Financial Advisor.   A oposição republicana, adversária política de Obama, exige que o aumento do limite  seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo  democrata,  com  medidas  como  corte  de  benefícios  sociais,  que  poderiam  afetar  a  vida  do  cidadão americano comum.  

   "Como  o  Obama  está  prestes  a  começar  uma  campanha  para  reeleição,  a  oposição  está  exigindo  cortes  em  setores  da  economia  que  vão  afetar  a  popularidade  do  presidente",  avalia  Daoud.  A  popularidade  de  Obama  está  baixa  nos  EUA,  embora  tenha  tido  um  fôlego  temporário com a morte de Osama Bin Laden.  

   O  presidente  norte‐americano,  por  outro  lado,  quer  sair  do  impasse  sem  frear  ainda  mais  a  economia.  Obama  disse  concordar  com  maiores  cortes  de  gastos  e  quer  que  os  republicanos aceitem algum aumento de impostos sobre os norte‐americanos mais ricos. Eles  recusam.  

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Segundo uma pesquisa do centro de estudos Bipartisan Policy Center (BPC), os gastos  federais podem ter que ser reduzidos em até 44% em agosto. O governo federal tem cerca de  US$  306,7  bilhões  em  obrigações  a  pagar  no  mês,  a  partir  do  dia  3.  No  mesmo  período,  a  estimativa  é  de  que  a  arrecadação  seja  de  US$  172,4  bilhões,  o  que  obrigaria  o  governo  a  priorizar pagamentos.  

   O estudo mostra que os recursos arrecadados seriam suficientes apenas para pagar os  juros  da  dívida,  os  planos  de  assistência  médica  Medicare  e  Medicaid,  a  previdência  social,  seguro  desemprego  e  contratos  de  defesa.  Sem  cortes  nesses  setores,  não  haverá  dinheiro  para  manter  as  próprias  estruturas  de  governo,  como  departamentos  de  Justiça,  Comércio  e  Trabalho; pagar salários, exército, programas educacionais e de moradia para as classes mais  baixas.  

 

VII. Fama em risco  

    

A  agência  classificadora  de  risco  Moody's  anunciou  nesta  quarta‐feira  (13)  que  considera baixa a nota da dívida dos Estados Unidos, que atualmente se encontra no melhor  patamar  possível,  em  "Aaa".  O  mesmo  aviso  foi  dado  pela  agência  de  classificação  de  risco  Standard & Poor's (S&P).  

   Na  prática,  isso  significaria  aos  EUA,  que  atualmente  são  referência  de  pagamento  seguro no mundo, e têm, na avaliação das agências de classificação, risco praticamente nulo  de calote.     VIII. Reclamação da China        A China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em bônus,  pediu que os Estados  Unidos  adotem  medidas  mais  responsáveis  a  fim  de  proteger  os  interesses  dos  investidores  nos títulos do Tesouro americano (Treasuries).   "Nós esperamos que o governo norte‐americano adote políticas responsáveis para proteger os  interesses dos investidores", disse Hong Lei, porta‐voz do Ministério de Relações Exteriores da  China.          

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IX. O que isso tem a ver com o Brasil  

    

Na avaliação do economista Miguel Daoud, da consultoria Global Financial Advisor, um  eventual  calote  dos  EUA  teria  impactos  econômicos   no  Brasil,  que  vive  momento  de  dólar  baixo e forte consumo de importados.  

   Encareceria  o  custo  de  financiamento  para  bancos  e  empresas  brasileiras,  que  precisam captar dinheiro no exterior; valorizaria o dólar e aumentaria o preço dos importados,  o  que  geraria  inflação;  causaria  também,  consequentemente,  a  necessidade  de  se  aumentar  ainda mais os juros para controlar os preços.  

   "Geraria inflação com os importados, resultaria em aumento de juros e aumentaria a  proporção  dívida/PIB",  estima  Daoud  que,  embora  não  descarte  essa  hipótese,  considera  improvável que um acordo entre governo dos EUA e Congresso não seja alcançado.     Disponível em: http://m.g1.globo.com/economia/noticia/2011/07/entenda‐crise‐da‐divida‐dos‐eua‐e‐como‐isso‐afeta‐o‐ brasil.html  Acesso em: 01 ago. 2011(Adaptado)      TEXTO II ‐ Senado dos EUA aprova plano bipartidário para evitar 'calote'      

No  último  dia  do  prazo  para  que  os  Estados  Unidos  elevem  seu  limite  de  endividamento,  o  Senado  do  país  aprovou  nesta  terça‐feira  (2),  por  74  votos  a  26,  o  plano  bipartidário formulado pelos líderes do Congresso. Na noite da segunda, o projeto havia sido  aprovado na Câmara dos Representantes por 269 votos a favor e 161 contra. 

   O presidente americano Barack Obama promulgou o acordo que eleva o teto da dívida  americana  logo  depois  de  sua  adoção  no  Congresso,  permitindo  assim  evitar  um  default,  anunciou  a  Casa  Branca.  "O  presidente  assinou  o  texto  que  se  tornou  uma  lei",  declarou  à  imprensa o porta‐voz da Casa Branca, Jay Carney. 

   O  processo  para  que  republicanos  e  democratas  conseguissem  fechar  um  acordo  foi  “bagunçado  e  levou  muito  tempo”,  nas  palavras  do  próprio  presidente  Barack  Obama.  Na  noite  do  último  domingo,  Obama  fez  um  pronunciamento  para  dizer  que  os  líderes  dos  dois  partidos  haviam  chegado  a  um  acordo  para  elevar  o  limite  da  dívida  dos  Estados  Unidos  e 

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com  pagamentos  obrigatórios.  Em  maio,  a  dívida  pública  do  país  chegou  a  US$  14,3  trilhões  (cerca  de  R$  22,2  trilhões),  que  é  o  valor  máximo  estabelecido  por  lei.  Nos  EUA,  a  responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.    Disponível em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/08/senado‐dos‐eua‐aprova‐plano‐bipartidario‐para‐evitar‐ calote.html   Acesso em: 03 ago. 2011(Adaptado) 

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