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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DA ESCOLA

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Academic year: 2021

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O PAPEL DA ESCOLA

Eva Maria de Oliveira

evamariadeoliveira1951@hotmail.com

Erlinda Martins Batista

Orientadora – ANHANGUERA- UNIDERP erlinda.batista@educadores.net.br

Resumo

O presente trabalho trata as dificuldades de aprendizagem no contexto do ensino fundamental de uma escola pública de Campo Grande – MS, cujo objeto compõe o projeto de pesquisa de mestrado da autora desse resumo expandido. Tal pesquisa tem como objetivo geral analisar as dificuldades de aprendizagem de crianças em processo de escolarização. Trata-se de uma investigação na abordagem qualitativa, que surge de um questionamento sobre como ou de que modo a escola encaminha as crianças com dificuldades. A pesquisa bibliográfica inicial conta com análise de conteúdo de Bardin para definir as categorias de análises dos objetos científicos encontrados sobre a referida temática. E como fundamentação teórica utiliza-se as ideias de Vygotsky na perspectiva Histórico-Cultural sobre a aprendizagem e desenvolvimento. Nesse resumo expandido selecionou-se um objeto científico para a análise de sua estrutura, tendo em vista que esse objeto trata a dificuldade de aprendizagem das crianças no estado de Goiás. Na metodologia do referido objeto científico foi utilizada pesquisa de campo, em duas escolas públicas e uma privada. Os resultados encontrados indicam que as crianças não possuem dificuldades que inibem o aprendizado, mas sim, dificuldades escolares.

Palavras-chave: Histórico-Cultural. Estudo qualitativo. Dissertação. Séries Iniciais.

Introdução

Trata-se de um Resumo Expandido realizado na perspectiva descritiva, fundamentado na Teoria Histórico Cultural, um diálogo entre os estudos realizados na disciplina: “Teoria de Aprendizagem no Ensino de Ciências e Matemática”, no Programa de Mestrado de uma instituição da rede privada de ensino, na qual o objeto de pesquisa em andamento, se intitula: “As dificuldades de aprendizagem de crianças da 3ª série das séries iniciais, de uma escola pública municipal de Campo Grande – MS”.

Essa pesquisa é resultado de uma revisão bibliográfica embasando-se em teses e dissertações e pesquisa de campo.

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Entre os produtos científicos encontrados, selecionou-se uma dissertação, na qual o autor pesquisa as dificuldades de aprendizagem das crianças, focando o seu olhar para os processos de ensino escolar, com intuito de compreender a realidade das dificuldades apontadas pelos professores das séries iniciais.

Considerando que a pesquisa em questão continua, justifica-se o presente trabalho.

Material e Métodos

O material utilizado foi uma dissertação resultado de uma pesquisa de campo, no

município de Goianira, região metropolitana de Goiânia, durante todo o ano letivo de 2016, tendo sido escolhidas três unidades escolares, duas públicas e uma privada. Foram escolhidas as escolas públicas, com base no parâmetro das notas obtidas pelas unidades no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica, IDEB (2015), pelo maior e menor índice obtido na pesquisa.

A partir desse levantamento bibliográfico, no qual o pesquisador utiliza as tendências pedagógicas, discerniu-se sanar as polêmicas, obtendo os resultados aqui apresentados, com a escolha do referencial teórico.

Os conceitos da teoria foram utilizados na análise de dados, que foram obtidos após terem sido organizados e sistematizados em etapas interdependentes e cronológicas, sendo essas: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. O referido trabalho utilizou o referencial sobre a categorização, no qual, essa ocorre no processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente, em unidades, permitindo a compreensão dos conteúdos “possibilitando uma análise qualitativa, referindo-se a pré-análise, após a elaboração das questões da pesquisa”. (BARDIN, 1977, p.95)

Foram escolhidos os documentos escolares que fariam parte da análise na segunda etapa da pesquisa.

Em seguida, foram levantados os dados, baseadas nas palavras de Bardin (1977, p.103), definido o conceito de categorização, esse é o “processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das características pertinentes do conteúdo”.

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Resultados e Discussão

Este estudo lança luz, fundamentado pela “Teoria Histórico-cultural”, de Vygotsky. Vygotsky (1994) elabora as dimensões do aprendizado escolar, descrevendo um novo conceito: a zona de desenvolvimento proximal. O aprendizado deve ser combinado de alguma maneira com o nível de desenvolvimento da criança. Afirma-se que seria bom que se iniciasse o ensino de leitura, escrita e aritmética numa faixa etária específica.

O primeiro nível – nível de desenvolvimento real é o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança usando testes. Estudo de desenvolvimento mental das crianças é indicativo das capacidades mentais, aquilo que elas conseguem fazer por si mesmas.

Segundo Vygotsky (1994) apud Silva (2017) a zona de desenvolvimento proximal:

Permite-nos delinear o futuro imediato da criança e seu estado dinâmico de desenvolvimento, propiciando o acesso não somente ao que já foi atingido através do desenvolvimento, como também àquilo que está em processo de maturação” (p.98) e, acrescenta: “conceito este que pode aumentar de forma acentuada a eficiência e a utilidade da aplicação de métodos diagnósticos do desenvolvimento mental a problemas educacionais (VYGOTSKY,2007, p.99).

Caminhando em sua pesquisa, ele vê o aprendizado como um processo profundamente social, destacando o diálogo e as diversas funções da linguagem na instrução e no desenvolvimento cognitivo mediato.

Vygotsky (2007), parte da ideia de que deve considerar a construção histórica da infância, as particularidades da criança como um sujeito histórico, situado no mundo social; entender a história da infância a partir da relação entre as crianças e a sociedade, a cultura, os adultos e até mesmo, na relação com outras crianças.

Avaliação Pedagógica da Dificuldade de Aprendizagem

O pesquisador interagiu nessa investigação com sujeitos: professores, coordenadores e alunos, tendo-os como sujeitos da pesquisa e escolheu como instrumentos; a Avaliação

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Pedagógica da Dificuldade de Aprendizagem. Foram construídas fichas para entrevistas dos sujeitos e foram usados critérios de avaliações escritas para os alunos.

A Avaliação Pedagógica da Dificuldade de Aprendizagem é composta por nove fichas, conforme descrito anteriormente e em anexo a este trabalho, sendo: 1) Ficha de Encaminhamento da Criança; 2) Entrevista; Avaliação do Raciocínio Lógico, Atenção e Observação; 7) Avaliação da Acuidade Auditiva; 8) Avaliação da Acuidade Visual; e 9) Avaliação da Oralidade.

Foram elaboradas Avaliações Diagnósticas destinadas especificamente a cada uma das séries da primeira fase do Ensino Fundamental, considerando as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática - critérios avaliativos das próprias unidades escolares participantes da pesquisa.

Foi escolhido para esse estudo, uma das avaliações dessa pesquisa: “raciocínio lógico”, atenção e concentração, observando a disposição, comportamento, tempo e recursos utilizados pelas crianças na resolução das atividades, verificar a existência de dificuldades de aprendizagem.

Foram definidas estas disciplinas porque nas fichas de encaminhamento dos alunos, apareceram de forma consensual dificuldades restritas à leitura, escrita e conhecimentos matemáticos.

A aplicação destas avaliações se deu em grupos – aplicando, individualmente – de acordo com a série/ano de estudo das crianças. Para cada uma delas, inicialmente, foi aplicado, a avaliação correspondente ao próprio ano de estudo. Após a correção desta, as crianças que atingiram um nível considerado como insuficiente, foi aplicado a avaliação referente à série/ano anterior, de forma regressiva, caso necessário, até chegar a avaliação própria do 1º Ano do Ensino Fundamental. Na fase infantil, só é boa aquela aprendizagem que passa à frente do desenvolvimento e o conduz. Mas só se pode ensinar à criança o que ela já for capaz de aprender (VYGOTSKY, 2009, p.331).

Se o desenvolvimento mental real da criança é de oito anos, conclui-se que para ela a idade ideal da turma deva ser de dez anos. A idade ideal de uma turma escolar para cada criança coincide com a zona de desenvolvimento proximal. Quando essa coincidência ocorre, constatamos condições oprimais de desenvolvimento da criança (VYGOTSKY,2010, p. 509).

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Dito de outra forma, realizaram a avaliação diagnóstica um total de 56 crianças, sendo 10 do 1º ano; 9 do 2º ano; 12 do 3º ano; 10 do 4º ano; e 15 do 5º ano. No total ficaram assim distribuídas: 38 crianças no 1º ano; 1 no 2º ano; 5 no 3º ano; 10 no 4º ano; e apenas 2 no 5º ano.

Avaliação Pedagógica da Dificuldade de Aprendizagem, não foram encontrados “problemas” de aprendizagem, relacionados a auxílio de profissionais de outras áreas.

“Ao desconsiderar o Nível de Desenvolvimento Real, encontrado nas avaliações diagnósticas, os professores acabam não estabelecendo com a criança um vínculo que possibilite um trabalho efetivo dentro de sua Zona de Desenvolvimento Proximal” (SILVA, 2017, P.78).

Para Vygotsky (1994), “crianças com o mesmo nível de desenvolvimento mental são capazes de aprender sob a orientação do pedagogo em dimensões inteiramente diversas [...]” (VIGOTSKY, 2010, p. 501).

Conclusão

Conclui-se pelas análises da dissertação escolhida que o autor tomou cuidado em fazer a avaliação de acordo com o nível de desenvolvimento real, o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança usando testes matemáticos.

Ao realizar a avaliação do 4º ano, das treze, apenas quatro obtiveram média insuficiente, necessitando a aplicação da avaliação própria do 3º ano. Após a aplicação, as quatro crianças obtiveram médias satisfatórias, sendo dispensadas da realização das avaliações anteriores. A medida em que se dá a promoção para série anterior, aumenta-se a proporcionalidade, a distância entre as aprendizagens mínimas e o desenvolvimento efetivo das crianças. na turma do 3º ano, por exemplo, 58% realizaram a avaliação do 1º ano e ainda sim permaneceram com média inferior a 5,0.

Conclui-se que na avaliação somativa, aqueles alunos que obtiveram notas abaixo de 5,00, possuíam ZDR (Zona de Desenvolvimento Real), não condizente com o nível do ensino proposto e com a prática pedagógica na avaliação diagnóstica sob o olhar do professor que

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avaliava. Sendo assim os alunos não apresentavam dificuldades de aprendizagem, segundo a Teoria Histórico-Cultural, de Vygotsky, mas sim, necessitavam de mais intervenção da professora para apoiá-los na aprendizagem. Faltou um olhar minudente na avaliação diagnóstica, antes delas serem encaminhadas.

Nesse sentido, observa-se que a dificuldade de aprendizagem da criança pode ser sanada a partir do domínio do conhecimento do professor em relação aos conteúdos e principalmente pela sua ação de agrupar crianças cuja zona de desenvolvimento proximal já domina o conhecimento em aplicação, com crianças que ainda não alcançaram o conhecimento e ou resolveram problemas para sua faixa etária.

Terminadas as avaliações dessa pesquisa, foram oferecidas aos alunos aulas mais dinâmicas e agradáveis, proporcionando melhores condições para o desenvolvimento cognitivo, foram criadas ações como: elaboração de projetos de leitura e escrita, oficinas pedagógicas de Artes Visuais, concursos de produção de texto, peças teatrais, apresentações musicais, rodas de debates, discussões e outras ações necessárias.

Os resultados obtidos nesta pesquisa contribuem com o andamento do projeto de pesquisa, o qual, foi feito referência no início deste trabalho.

Espera-se que esse trabalho contribua para novos estudos dessa temática.

Agradecimentos

Gratidão, primeiramente a Deus, pela vida e por todas as oportunidades proporcionadas à minha vida e a todos envolvidos na caminhada;

Gratidão, à minha orientadora, profa. Dra. Erlinda Martins Batista, pela luz do saber, pela competente orientação e pela amizade e generosidade, compreensão e exemplo profissional, em todos os momentos desta nossa caminhada, em busca do conhecimento.

Gratidão, à minha família, ao apoio sócio-familiar, que tenho recebido de meus filhos, Ronnie e Rodrigo, à minha sobrinha Jackeline e filha-neta, Estefânia, por todas as orientações tecnológicas nos momentos de dificuldades na construção das atividades que envolve uso prático e avançado, de tecnologias digitais.

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Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: edições 70, 1977.

SILVA, Júlio Cesar da; TIBALI, Elianda Figueiredo Arantes, A Invenção da Dificuldade de Aprendizagem pela Escola, Pontífica Univ. Católica de Goiás, Goiânia – Goiás, 2017 -

Trabalho representado no evento.

VYGOTSKY, Lev. Psicologia Pedagógica. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

______. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução de José Cipolla Neto, et. al. 7° ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

______. A construção do pensamento e da linguagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

_______ A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução de José Cipolla Neto, et. al. 7° ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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