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Brazilian Journal of Development

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Academic year: 2021

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A importância do brincar no processo da aprendizagem

The importance of playing in the learning process

DOI:10.34117/bjdv6n1-285

Recebimento dos originais: 30/11/2019 Aceitação para publicação: 26/01/2020

Renata Souto Bolzan

Psicóloga. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Uiversidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS). Bolsista CAPES

Endereço: Avenida Roraima, nº 1000, prédio 74B, 2º andar, sala 3205. Cidade Universitária, Bairro Camobi – Santa Maria/RS. CEP: 97015-900

e-mail: re.s.bolzan@gmail.com Camila Moraes Chagas

Psicóloga Clínica

Endereço: Rua Pedro Santini, n° 3497, Casa 31 C, Bairro Nossa Senhora de Lourdes- Santa Maria/RS. CEP 97060480

e-mail: cm-chagas@hotmail.com Fernanda Real Dotto

Professora de Psicologia da Universidade Franciscana (UFN- Santa Maria/RS). Mestre em Saúde Materno Infantil

Psicóloga Clinica

Especialista em Clinica Psicanalítica de criança, adolescente, adulto e vinculo mãe-bebê (Instituto Contemporâneo Psicanálise e Transdisciplinaridade-Poa) e Especialista em Dinâmica dos Grupos

pela SBDG (Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos-Poa)

Endereço: Clínica Espaço Potencial. Rua Floriano Peixoto, 1000, cj 72, Centro 97010115 - Santa Maria, RS - Brasil

e-mail: fernandareal@hotmail.com RESUMO

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa documental sobre o tema o brincar no processo de aprendizagem. Para isto, foi utilizado como base uma entrevista com o autor Esteban Levin e o documentário “Quando sinto que já sei”. Foram selecionadas algumas cenas referentes ao documentário, bem como alguns trechos da entrevista que contemplassem o objetivo desse estudo. São abordados o papel da escola, a relação professor-aluno, a importância da família nesse contexto, como também a relevância do brincar para o processo de aprendizagem. Constatou-se que apesar das inúmeras contribuições que o brincar propicia à aprendizagem, ele ainda não possui um desenvolvimento pleno nas escolas atuais.

Palavras-chave: brincar, escola, processo de aprendizagem, professor. ABCTRACT

The present work is a documentary research on the theme of playing in the learning process. For this, an interview with the author Esteban Levin and the documentary “When I feel like I already know” were used. Some scenes related to the documentary were selected, as well as some excerpts from the interview that contemplated the objective of this study. The role of the school, the teacher-student relationship, the importance of the family in this context, as well as the relevance of playing for the

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learning process are addressed. It was found that despite the innumerable contributions that playing provides to learning, it still does not have a full development in current schools.

Key words: play, school, learning process, teacher.

1 INTRODUÇÃO

A escola é um espaço integrante da educação, espaço formal de ensinamentos e aprendizagens recíprocas, espaço que acontece um jogo de forças conscientes e inconscientes (OUTEIRAL, 1994). Freud, em 1937, já mencionava que a educação é algo impossível, por ser um processo interminável, pois ao mesmo tempo em que possui um fim em si mesmo, é infinito.

Segundo Weiss (1999), uma das funções do educador, nesse contexto, seria a de propiciar crescimento constante do processo de ensino-aprendizagem. Desse modo, é de extrema relevância o brincar estar presente no contexto escolar. Isto se justifica pela brincadeira ser uma atividade significativa na infância, devido à influência que exerce no desenvolvimento infantil, por estimular o desenvolvimento físico, cognitivo, criativo, social, bem como o da linguagem na criança (SPODEK e SARACHO, 1998).

Esteban Levin tem contribuido muito para os estudos na área da psicomotricidade. Na entrevista “O corpo ajuda o aluno aprender” (GENTILE, 2005), traz a discussão sobre como o educador poderia explorar a agitação natural da criança para ensiná-la a ler e escrever, bem como para que ela aprenda as mais diversas disciplinas escolares. Para Levin, o corpo e os gestos são fundamentais para a formação geral do ser humano. O documentário “Quando sinto que já sei” (DESPERTAR FILMES, 2014) traz alguns exemplos de escolas que adotaram uma nova metodologia de ensino, apostando em uma nova relação professor-aluno, em que o primeiro seria o mediador desse processo de aprendizagem, em um novo tipo de ensino-aprendizagem, no qual o aluno passa a ter mais autonomia e liberdade no processo do aprender.

Em vista disso, o presente trabalho pretende abordar e discorrer acerca da importância do brincar para a aprendizagem infantil no contexto escolar. Para tal, foram utilizados, para reflexão do tema, trechos da mencionada entrevista com o autor argentino Esteban Levin e do documentário “Quando sinto que já sei”.

2 METODOLOGIA

Este trabalho refere-se a uma pesquisa documental a partir da entrevista com o autor Esteban Levin e o documentário “Quando sinto que já sei”, desenvolvido na disciplina Psicologia e Processos de Aprendizagem, componente curricular de um curso de Psicologia. A escolha da entrevista e do documentário se deram pela abordagem de aspectos relacionados à disciplina, bem

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como por sustentar o objetivo do estudo. Conforme Gil (2002), a pesquisa documental utiliza materiais que ainda não receberam tratamento analítico ou podem ser re-elaborados, recorrendo a fontes diversas, como jornais, revistas, documentos oficiais, entre outros.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

A educação tem papel fundamental nos estágios iniciais da vida, pois é neste período que se controi a estrutura psíquica que constituirá o sujeito durante toda a vida. Conforme Crepaldi (2011), até que se atinja a independência, o ser humano necessita “de anos de cuidados e de intensa inserção cultural”. Sobre a importância do processo de ensino-aprendizagem, a autora explica que todas as atitudes simples do nosso dia-a-dia, bem como processos cognitivos complexos são possíveis somente “porque existe um conhecimento construído” e que, portanto, sua transmissão é crucial.

Como explica Bissoli (2005), é no meio escolar que a criança vai passar a se interessar por questões que transcendem o universo do infantil. A rede de relações se amplia, passando de uma da qual somente participam os membros da família para abrigar aqueles com os quais a criança convive cotidianamente na instituição de ensino. Conforme a teoria psicanalítica, o estabelecimento destas relações possibilitará, mais tarde, que a criança deixe de tomar a figura dos pais como referência, passando a atribuir este papel para o social (JERUSALINSKY, 2011).

Kupfer (1997) analisa a questão do papel do professor à luz da mesma teoria. Considera, por meio desta perspectiva, o aluno como um ser dotado de uma curiosidade intelectual, oriunda da fantasia da cena primária que fora transformada na pulsão do saber. Portadora deste desejo pelo saber, a criança vai em busca dos saberes que satisfaçam a esta pulsão. Para Cerezer (2011), o único papel que compete ao professor desempenhar no contato com estas crianças é o de fornecer um suporte para que elas possam fazer esta busca, função que o autor chama de professor-filtro. Esse tipo de professor seria o que possibilitaria continência ao aluno, de forma criativa, que filtra e faz pensar. Assim a principal tarefa do professor pensante é possibilitar um espaço e um tempo que seja protegido para que a experiência se torne aprendizagem.

Desta forma, se torna indispensável lançar um olhar à transferência. Kupfer (1997) explica que esta foi inicialmente observada por Freud na relação existente entre paciente e analista. Nesta relação, que advém do insconsciente, o paciente transfere ao analista o significado de alguma de suas antigas vivências, possivelmente relacionadas ao pai, apesar de não perceber que o faz, justamente pelo fato de não ser algo consciente. Tendo em vista que esta relação não acontece unicamente entre analista e analisando, mas que ela permeia todas as relações do sujeito, fica nítido

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que ela pode ser estendida para abranger o vínculo entre aluno e professor. Da mesma maneira como o paciente coloca, inconscientemente, o psicólogo em uma determinada posição, o aluno faz o mesmo com o professor.

Seguindo o que diz a autora, o professor que se empenha no cumprimento da função de filtro deve estar atento a esta questão transferencial. Para isto, deve se preocupar em não romper a transferência, mantendo-se na posição em que é colocado, inconscientemente, pelo aluno, estando ciente de que muitas das atitudes dos alunos têm origem na relação transferencial. Portanto, dizemos que apesar da dificuldade que há para o professor abdicar do desejo que o levou a buscar a profissão de educador, ele deve buscar sempre saber lidar com seu desejo fazendo com que ele não se sobreponha ao do aluno, caso contrário, a formação de um ser pensante fica dificultada.

3.2 A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

A escola e a família são os principais contextos do desenvolvimento humano, um elo entre essas duas instituições é um componente de extrema importância no desenvolvimento dos processos de aprendizagem. Esta aliança pode propiciar um ambiente favorável para que se desenvolvam as capacidades dos alunos de lidarem com as demandas advindas da sociedade em que vivem. Revela-se, desta forma, a necessidade de que as escolas promovam políticas e estratégias para se aproximar dos pais (DESSEN; POLONIA, 2007).

Como afirma Perez (2007), na medida em que a escola oferece os meios para que se dê essa comunicação, a discussão de dificuldades presentes no processo de aprendizagem das crianças se torna possível. Assim, passam a existir esforços colaborativos na busca de soluções que sejam pautadas na relação entre familiares e a instituição de ensino. Entretanto, o que costuma ocorrer, de acordo com Oliveira & Marinho-Araújo (2010), é uma relação caracterizada por posturas nas quais o que se busca são culpados para o que acontece de ruim, ao invés de soluções para os problemas. As autoras sugerem que sejam desenvolvidas mais pesquisas para melhor entender esta relação, a fim de fornecer suporte às estratégias de aproximação com as famílias que as escolas estabelecem.

Também se revela importante que a família e a escola se apropriem mais sobre o desenvolvimento da criança, entendendo a importância do brincar para que a criança consiga se constituir de forma mais saudável e desmistifique a cultura que supervaloriza a infância, pois esse mito faz com que as crianças tenham medo de crescer, pela infância ser considerada a melhor época da vida de um sujeito. É importante, portanto, que a criança saiba que crescer pode ser bom, mas para que ela deseje isso, será necessário que os adultos que a cercam – família e escola – também acreditem e queiram que isso aconteça.

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3.3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A CRIANÇA

O brincar durante a infância é bastante importante para a constituição psíquica do sujeito. As primeiras brincadeiras ocorrem com o agente da função materna, nos chamados jogos de litoral. Posteriormente, o agente materno vai sendo substituido por objetos que ele mesmo oferece ao bebê e, aos poucos, a criança passa de uma posição passiva para a ativa, quando começa a jogar dentro daquilo que Rodulfo (1990) chama de um “fora” o objeto que simboliza, pela primeira vez, a saída da mãe. Antes era a mãe quem fazia essas brincadeiras com a criança, como exemplo a brincadeira na qual ela esconde o rosto e em seguida mostra-o à criança novamente, dizendo “cadê-achou”. Agora a criança quem faz isso, com o objeto que simboliza a mãe.

Conforme as crianças se desenvolvem, as brincadeiras vão sofrendo transformações e seu corpo, cada vez mais, entra na cena do brincar, o que faz com que a criança vá se apropriando dele. Mais tarde também entram em cena as brincadeiras de faz-de-conta, através das quais ela usa sua criatividade para simbolizar e ressignificar questões que vêm a partir do desenrolar de suas experiências singulares. É crucial o momento em que ela começa a realizar estas brincadeiras em grupo, pois quando praticados coletivamente, os jogos de faz-de- conta, assim como os de regra, impõem a necessidade de que a mobilidade psíquica das crianças se manifeste, para que entrem em acordo com os demais integrantes da brincadeira, pois cada um tem uma história singular.

Segundo Melanie Klein, o brincar da criança equivale às associações livres do adulto. Ela entendia tudo o que acontecia durante a brincadeira como manifestação simbólica dos conflitos da criança. Desta maneira, o brincar se torna a principal via para a criança elaborar seus conflitos e fantasias inconscientes (STRAGLIOTTO, 2008). Já Winnicott (1975) considerava o brincar como uma experiência criadora,

que ocorre “entre” a realidade psíquica interna e externa da criança. É no brincar que o sujeito pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, sendo que somente através da criatividade o indivíduo descobrirá o seu eu, ou seja, o seu self.

Podemos perceber a necessidade da atividade lúdica em momentos cotidianos da criança, devido ao papel fundamental que a brincadeira apresenta na estrutura subjetiva do sujeito, pois o espaço lúdico representa o elo entre a realidade interna do indivíduo e a realidade externa, compartilhada com outras pessoas (STRAGLIOTTO, 2008).

Na seção seguinte pensaremos a importância do brincar na aprendizagem. Para isto, tomaremos como base uma entrevista concedida pelo autor argentino Esteban Levin (GENTILE, 2005) e o documentário “Quando sinto que já sei” (DESPERTAR FILMES, 2014).

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4 DISCUSSÕES

Discutimos, nesta seção, a importância do brincar naquilo que diz respeito ao aprendizado. Orientamos nossos questionamentos a partir da entrevista concedida por Esteban Levin (GENTILE, 2005) e do documentário “Quando sinto que já sei” (DESPERTAR FILMES, 2014). Além disso, tomaremos a fundamentação teórica deste trabalho para embasar nossas opiniões a respeito do assunto.

No início do documentário (27 segundos) “Quando sinto que já sei”, Tião Rocha relata ter escutado um discurso de uma diretora dizendo que “as crianças são como uma página em branco, onde devemos escrever um belo livro”, e diz que ela certamente não entende de crianças. A teoria psicanalítica acerca do brincar, nos permite concordar com Tião, uma vez que cada criança, tendo experienciado uma história única, tem uma estrutura psíquica baseada em questões subjetivas singulares. Ao considerar a criança como uma página em branco, toda sua história, suas fantasias e particularidades são ignoradas. Enxergar a criança desta forma também compromete o que entendemos, a partir de Kupfer (1997), que deve ser o papel do professor. Se é o professor quem deve escrever este livro, onde fica o desejo da criança, então? É o desejo da criança que deve orientar o rumo desta escrita, com o professor fornecendo apenas um suporte para ela, exercendo o papel de professor-filtro. Devemos lembrar, aqui, sobre a transferência na relação do aluno com o professor. Este deve estar atento a esta questão, para poder lidar com situações oriundas dela, sem que a formação do aluno como ser pensante seja de algum modo atravancada.

Observamos, mais tarde (56 minutos e 23 segundos), uma fala de Andressa Prata, ex-educadora da escola Summerhill, no Reino Unido. Ela articula sobre a importância do estabelecimento de limites. Mesmo que a criança tenha liberdade para brincar, deve haver um limite, deixando claro que deve haver consequências para suas ações. Araujo e Sperb (2009), relacionam a construção de limites com a capacidade da criança de se socializar e conviver, de forma que ela possa considerar e reconhecer os seus próprios limites e os dos demais. Se uma criança não aprende a ter limites, poderá crescer com uma deformação na pecepção do outro, importando-se apenas com o seu querer, bem-estar e prazer. (ALMASAN; ÁLVARO, 2006).

Após (58 minutos e 44 segundos), Augusto Cuginotti, outro ex-educador da mesma escola, conversa sobre a superproteção que muitas crianças recebem. Quando alguma muito pequena tenta fazer algo por conta própria, sempre há alguém vigiando e pronto para impedí-la e blindá-la de qualquer perigo. Augusto argumenta que é preciso analisar o risco que há naquilo que a criança tenta realizar. Em uma situação na qual não há riscos reais – como o de cair três andares – ele afirma que o melhor a se fazer é deixá-la livre para tentar. É interessante, como vimos em Levin (2007) que a criança se aproprie do seu corpo e, a cada nova brincadeira, o convoque a entrar na

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cena do brincar de maneiras diferentes. Ela precisa, dentro do possível, brincar sem que algum adulto tenha de impor o que ela deve ou não fazer. Deste modo, é influenciada a construção de sua estrutura inconsciente e do seu aprendizado.

Isso nos conduz ao que Esteban Levin (GENTILE, 2005) fala sobre a interferência que há da utilização do corpo no aprendizado. De acordo com ele, a criança se relaciona e descobre a si e ao que há ao seu redor a partir da linguagem corporal. As marcas deixadas se convertem em aprendizados incorporados. Diz ainda que é a partir destes aprendizados que, na vida adulta, buscamos a criatividade para resolver problemas do dia-a-dia.

Levin também critica as escolas tradicionais por privarem as crianças da utilização do corpo para o aprendizado. De um ano para outro, quando passa para a primeira série, o tempo em que ela passa brincando é drasticamente reduzido e ela passa a ficar quase todo o tempo sentada em uma classe, copiando aquilo que o mestre escreve na lousa. Deveria haver, conforme ele, uma melhor comunicação entre o professor de educação física com os outros. Diz que o professor de matemática, por exemplo, poderia aprender sobre o funcionamento do corpo e o outro sobre a matemática. Havendo esta comunicação, juntamente com uma noção sobre o desenvolvimento humano, a educação das crianças poderia ser bastante beneficiada. Ilustra uma situação hipotética dizendo que “se a turma gosta de futebol, por que não formar times para disputar um torneio, fazer tabelas, calcular resultados, ler e escrever histórias interessantes sobre esse esporte?”.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste trabalho foram elencados alguns aspectos que sustentam a importância do brincar no contexto escolar. As reflexões realizadas no decorrer desse estudo servem de contribuição para pensarmos sobre a dimensão que o brincar ocupa no desenvolvimento infantil. Logo, percebe-se que a compreensão de sua importância é fundamental para que todos os envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem possam levar em consideração o papel do brincar nas escolas e para que este seja mais valorizado, não encarado apenas como uma diversão. No que se refere à aprendizagem, a utilização da brincadeira como um recurso possibilita aproveitar a motivação interna que as crianças têm para tal comportamento e tornar a aprendizagem dos conteúdos escolares mais atraente. Porém, ainda hoje são encontradas diversas dificuldades e barreiras para que isso aconteça, tais como a falta de espaço, de recursos e a qualificação profissional. Mas não basta apenas que se reconheça a importância da prática do brincar nas escolas. É necessário que se adote essa estratégia pensando que, além de trazer benefícios às crianças, possibilitando condições mais favoráveis para a aprendizagem, se pense também nos

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educadores, que poderão utilizar de mais um recurso para atingirem seus objetivos nesse contexto escolar para com as crianças e para com a sociedade (VIEIRA E CORDAZZO, 2007).

Por fim, a atuação do psicólogo(a) nesse contexto seria de somar-se ao trabalho de toda a equipe, contribuindo para o trabalho intenso e criativo que a equipe precisa coordenar e realizar, em função das exigências do processo educativo. Portanto, psicólogo é aquele que interage com os demais membros da escola, com o objetivo de construir uma solução viável dentro do contexto da Educação. Porém, é importante que este construa uma postura crítica e criativa com abertura para os desafios e as possibilidades que o contexto educacional oferece (MARTINEZ, 2010; DIAS; PATIAS; ABAID, 2014).

REFERÊNCIAS

ALMASAN, D. A.; ÁLVARO, A. L. T. A importância do senso de limites para o desenvolvimento da criança. Revista Científica Eletrônica de Psicologia, v. 7, 2006.

ARAUJO, G. B.; SPERB, T. M. Crianças e a construção de limites: narrativas de mães e professoras. Revista Psicologia em estudo, v. 14, n. 1, p. 185-194, 2009.

BISSOLI, M. F. Educação e desenvolvimento da personalidade da criança: contribuições da Teoria Histórico-Cultural. 2005.

CEREZER, C.; OUTEIRAL, J. Autoridade e mal-estar do educador. São Paulo: Zagodoni, 2011.

CORDAZZO, S. T. D.; VIEIRA, M. L. A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Revista Estudos e pesquisas em psicologia, v. 7, n. 1, 2007.

CREPALDI, G. D. M. A criança de 3 à 4 anos. 2011.

DESSEN, M. A.; POLONIA, A. C. A família e a escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, v. 17, n. 36, p. 21-32, 2007.

DESPERTAR FILMES. Quando sinto que já sei. Youtube, 2014. Disponível em <https://youtu.be/HX6P6P3x1Qg>. Acesso em: 02 jun. 17.

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DIAS, A. C. G.; PATIAS, N. D.; ABAID, J. L. W. Psicologia Escolar e possibilidades na atuação do psicólogo: algumas reflexões. Revista Psicologia Escolar e Educacional, v. 18, p. 105-111, 2014.

FREUD, S. Análise terminável e interminável. Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XVII. Rio de janeiro: Imago, 1937.

GENTILE, P. ESTEBAN LEVIN: “O corpo ajuda o aluno a aprender”, 2005. Disponível em

<https://novaescola.org.br/conteudo/896/esteban-levin-o-corpo-ajuda- o-aluno-a-aprender >.

Acesso em: 21 de mai. 2017.

GIL, A. C. Como classificar as pesquisas. Como elaborar projetos de pesquisa, v. 4, p. 44-45, 2002.

JERUSALINSKY, J. A criação da criança: brincar, gozo e fala entre a mãe e o bebê. Salvador: Ágalma, 2011.

KUPFER, M. C. M. Freud e a educaçäo: o mestre do impossível. Scipione, 1997. LEVIN, E. Rumo a uma infância virtual?: a imagem corporal sem corpo. Trad. Ricardo Rosenbush. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

MARTINEZ, A. M. O que pode fazer o psicólogo na escola? Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p.39-56, mar. 2010.

OLIVEIRA, C. B. E.; MARINHO-ARAÚJO, C. M. A relação família-escola: intersecções e desafios. Estud. psicol.(Campinas), p. 99-108, 2010.

OUTEIRAL, J. Adolescer:estudos sobre a adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Artmed Editora, 2013.

PEREZ, M. C. A. Infância, família e escola: práticas educativas e seus efeitos no desempenho escolar de crianças das camadas populares. São Carlos: Suprema, 2007.

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RODULFO, R. O Brincar e o Significante: um estudo psicanalítico sobre a constituição precoce. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

SPODEK, B.; SARACHO, O. N. Ensinando crianças de três a oito anos. Porto Alegre: Artmed, 1998.

STRAGLIOTTO, C. E. B. Pensando sobre o brincar. Contemporânea-Psicanálise e Transdiciplinaridade, Porto Alegre, n. 5, p. 180-187, jan/mar., 2008.

WEISS, Maria L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

Referências

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