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TEOR DE LUTEÍNA EM CASCA E POLPA DE MARACUJÁ AMARELO, ROXO E LARANJA

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TEOR DE LUTEÍNA EM CASCA E POLPA DE MARACUJÁ

AMARELO, ROXO E LARANJA

L.C.R. Reis

1

, E.M.P. Facco

2

, S.H. Flôres

3

, A.O. Rios

4

1- Departamento de Ciências dos Alimentos – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Compostos Bioativos – CEP: 91501-970 – Porto Alegre – RS – Brasil, Telefone: 55 (54) 96138948 – e-mail: (lukacrr@hotmail.com).

2- Departamento de Bromatologia – Universidade de Caxias do Sul – CEP: 95070-560 – Caxias do Sul – RS – Brasil, Telefone: 55 (54) 3218-2874 – e-mail: (elizetefacco@gmail.com).

3 - Departamento de Ciências dos Alimentos – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Compostos Bioativos – CEP: 91501-970 – Porto Alegre – RS – Brasil, Telefone: 55 (51) 3308-9789 – e-mail: (simone.flores@ufrgs.br).

4 - Departamento de Ciências dos Alimentos – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Laboratório de Compostos Bioativos – CEP: 91501-970 – Porto Alegre – RS – Brasil, Telefone: 55 (51) 3308-9787 – e-mail: (alessandro.rios@ufrgs.br).

RESUMO - O maracujá é um fruto climatérico de consumo frequente, sendo sua cor e sabor excelentes atrativos, além de apresentar alto conteúdo de compostos antioxidantes como os carotenoides. A luteína é um carotenoide que tem o papel fundamental na saúde da visão, além de apresentar atividades imunológicas, endócrinas e metabólicas. Este pigmento também pode regular o ciclo celular na apoptose e na diferenciação celular, bem como atuar no retardo do envelhecimento. Esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar o teor de luteína de casca e polpa de maracujá amarelo, roxo e laranja. Os resultados mostraram que tanto a casca quanto a polpa do maracujá laranja (Passilflora caerulea) apresentaram níveis elevados de luteína. Para o maracujá roxo, a casca foi a que apresentou menores teores; no entanto, para a polpa não houve diferença significativa entre o maracujá roxo e amarelo.

ABSTRACT – Passion fruit is a climacteric fruit of frequent consumption because of the color and flavor that are attractive and offers good source of antioxidants, including carotenoids. Lutein is a carotenoid that has a fundamental role in eye health, and immune, endocrine and metabolic activities; cell cycle regulation, apoptosis and differentiation of cells as well as in the aging retardation. This research aimed to evaluate the lutein content of peel and pulp of yellow, purple and orange passion fruit. The results showed that both peel and pulp of orange passion fruit (Passilflora caerulea) showed higher levels of lutein. For the purple passion fruit, peel showed the lower levels; however, for the pulp, there was no significant difference between yellow passion fruit. The orange passion fruit (peel and pulp) showed promising lutein content.

PALAVRAS-CHAVE: luteína; maracujá; polpa, casca. KEYWORDS: lutein; passion fruit; pulp; peel.

1. INTRODUÇÃO

O maracujá é um fruto climatérico amplamente aceito pelos consumidores, sendo sua cor e sabor importantes atrativos. Este fruto possui vitamina C e compostos fenólicos, tais como os ácidos fenólicos, flavonoides e carotenoides, além de apresentar capacidade antioxidante. O fruto também é

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rico em alguns minerais essenciais como potássio, fósforo, magnésio, cálcio e ferro. Existem muitos estudos que afirmam que a ingestão de maracujá tem um impacto positivo na saúde do ser humano (Zeraik eYariwake, 2010; Kuskoski et al., 2006).

Os carotenoides são compostos que apresentam propriedades benéficas muito importantes para a saúde humana. Seu papel biológico na prevenção e no tratamento de algumas doenças tem sido muito estudada. Apesar de suas propriedades antioxidantes, estes compostos desempenham outras funções no organismo, como a sua atividade pró-vitamínica A, atividades imunológicas, endócrinas e metabólicas. Além disso, este pigmento tem papel importante na regulação do ciclo celular, na apoptose e na diferenciação celular, bem como no retardo do envelhecimento. Estudos epidemiológicos e populacionais têm demonstrado a importância destes fitoquímicos na prevenção de muitas doenças como câncer, AIDS, doenças cardiovasculares, catarata, osteoporose, hipertensão, infertilidade, efisema, doenças neuro-degenerativas como Parkinson e Alzheimer, entre outros (Rao e Rao, 2007).

Alguns carotenoides merecem atenção especial, pois relacionam-se a prevenção de algumas doenças. Por exemplo, a luteína tem um papel plausível na manutenção da saúde ocular. Com isso, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o teor de luteína em casca e polpa de maracujá amarelo (Passiflora

edulis flavicarpa), maracujá roxo (Passiflora edulis edulis) e maracujá laranja (Passiflora caerulea).

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os extratos de luteína da casca e da polpa de maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa), maracujá roxo (Passiflora edulis edulis) e maracujá laranja (Passiflora caerulea) foram preparados de acordo com Mercadante & Rodriguez-Amaya (1998). As etapas principais foram: extração dos pigmentos com acetona e saponificação com metanol 10 % KOH durante uma noite à temperatura ambiente. Após a remoção do álcali, o extrato foi concentrado em evaporador rotativo (Fisatom, Modelo 801) (T < 25 ºC), seco em um fluxo de nitrogênio e armazenados no freezer (-18 oC) para posterior quantificação por cromatografia líquida de alta eficiência. Para a análise, o extrato concentrado foi diluído em éter terc-metil-butílico (MTBE- J. T. Baker., Cas. number 1634-04-4, pureza 99,96 %), colocado em ultrasom (Unique, modelo USC 1400) por 15 minutos e filtrado em filtro (Millex LCR 0,45 μm, 13 mm).

2.1 Condições Cromatográficas:

As análises foram realizadas em um cromatógrafo Agilent, série 1100 (Santa Clara, CA, EUA), equipado com um sistema solvente quaternário de bombeamento e um detector UV-Visível.

A coluna usada para luteína foi, uma coluna de fase reversa C30 polimérica (250 mm x 4,6 mm ID, 3 µm) (YMC, modelo CT99SO3-2546WT). A fase móvel foi: água / metanol / éter metil-terc-butílico (MTBE) (JTBaker, Cas. Número 1634/04/04, pureza de 99,96%) a partir de 5:90:5, atingindo em 12 minutos 0:95:5 , em 25 minutos, 0:89:11, 0:75:25, em 40 minutos e, finalmente, 00:50:50 depois de um total de 60 minutos, com uma taxa de fluxo de 1 mL / min a 33 º C. Os espectros foram processados em um comprimento de onda fixo de 450 nm.

2.2 Identificação e Quantificação:

A identificação foi efetuada por comparação dos tempos de retenção dos picos da amostra e do controle, nas mesmas condições. Para a quantificação, uma curva padrão para luteína (Indofine Chemical Company) foi construída na concentração de 0 a 65 μg/mL.

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Conforme Tabela 1, em relação às cascas, o maracujá laranja apresentou maiores concentrações de luteína em comparação com o maracujá amarelo e roxo, apresentando 5,7 e 7,8 vezes a mais deste carotenoide, respectivamente. Não houve diferença significativa nos teores de luteína comparando-se as cascas do maracujá amarelo e roxo. Todas as cascas também apresentaram maiores teores de luteína em comparação com as polpas.

Em relação às polpas, o maracujá laranja foi o que apresentou maior conteúdo de luteína em comparação com o maracujá amarelo e roxo, com valores de 2,4 e 9,9 vezes maiores para este composto, respectivamente. O maracujá roxo foi o que apresentou menores concentrações de luteína. Tabela 1. Teores de luteína em casca e polpa de maracujá amarelo, roxo e laranja (μg/100 g amostra seca) com média e desvio padrão.

Casca Polpa

Maracujá amarelo

(Passilfora edulis flavicarpa) 504,97 + 24,77

bA

44,28 + 2,33bB Maracujá roxo

(Passiflora edulis edulis) 366,88 + 17,89

bA 10,68 + 0,01cB Maracujá laranja (Passiflora caerulea) 2881,02 + 148,67 aA 105,36 + 3,24aB a,b,c

Letras minúsculas diferentes na mesma coluna apresentam diferença estatística (p < 0.05).

A,B

Letras maísculas diferentes na mesma linha apresentam diferença estatística (p < 0.05).

Wondracek et al. (2011) analisaram o teor de luteína e demais carotenoides por cromatografia líquida de alta eficiência em polpa de 5 espécies diferentes de maracujá: Passiflora

cincinnata (maracujá do cerrado), P. nitida (maracujá-suspiro), P. setacea (maracujá do sono) e P. edulis (maracujá amarelo e maracujá roxo). Os resultados encontrados por estes autores foram que

para as espécies Passiflora cincinnata e P. setacea foram detectados, mas não foram quantificados os valores de luteina. Para as demais espécies, não foram detectados teores de luteína nas polpas.

Em diferentes frutos, autores sempre tem verificado que os teores de pigmentos são maiores na casca que na polpa, o que pode indicar que esses materiais, muitas vezes descartados e considerados resíduos podem ser ótimas fontes de pigmentos. Delgado-Palayo et al. (2014) estudaram a composição de trans-luteína, 9-cis-luteína e 13-cis-luteína da casca e da polpa de treze variedades de maçãs comercializadas apresentando diferentes colorações externas (verde, amarela e vermelha). O teor total de luteína foi sempre maior na casca do que na polpa para cada determinado cultivar. Em geral, as cultivares verdes apresentaram maior teor de pigmento tanto na casca quanto na polpa, que foram seguidos em ordem decrescente pelas cascas de algumas cultivares de cor vermelha e pelas polpas de cultivares de cor amarela.

Schweiggert et al. (2016) realizaram um estudo com o intuito de analisar os teores de carotenoides (entre eles a luteína) em casca e polpa de caju amarelo, laranja e vermelho. Para o caju amarelo, os resultados foram de 312 e 19 μg de luteína/g de amostra fresca para casca e polpa, respectivamente; para o caju laranja os valores foram de 323 e 2 μg de luteína/g de amostra fresca para casca e polpa, respectivamente; e para o caju vermelho os teores foram de 556 e 29 μg de luteína/g de amostra fresca para casca e polpa, respectivamente. Pode-se observar que as cascas de caju amarelo, laranja e vermelho são mais ricas em luteína que as polpas; também que a casca do caju vermelho apresentou maiores concentrações deste carotenoide em comparação com o caju amarelo e laranja.

As Figuras abaixo apresentam as espécies de maracujá analisadas nesta pesquisa. O maracujá amarelo apresenta polpa amarelo-alaranjada e casca amarela (Figura 1). O maracujá roxo apresenta polpa amarelo-esverdeada e casca de cor roxa (Figura 2). Por último, o maracujá laranja apresenta polpa vermelha e casca laranja (Figura 3).

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Figura 1- Maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa)

Figura 2 – Maracujá roxo (Passiflora edulis edulis)

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4. CONCLUSÕES

As cascas de maracujá de todas as espécies estudadas são mais ricas em luteína que as polpas. O maracujá laranja apresentou maiores concentrações deste carotenoide tanto na polpa quanto na casca em relação aos maracujás amarelo e roxo.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Delgado-Pelayo, Raúl, Gallardo-Guerrero, Lourdes & Hornero-Méndez, Dámaso. (2014). Chlorophyll and carotenoid pigments in the peel and flesh of commercial apple fruit varieties. Food Research

International, 65, 272–281.

Kuskoski, E., Asuero, A. G., Morales, M. T. & Fett, R. (2006). Frutos tropicais silvestres e polpas de frutas congeladas: atividade antioxidante, polifenóis e antocianinas. Ciência Rural, 36(4), 1283-1287. Mercadante, A. Z. & Rodriguez-Amaya, D. B. (1998). Effects of ripening, cultivar differences, and processing on the carotenoid composition of mango. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 46, 128-130.

Rao, A. V. & Rao, L. G. (2007). Carotenoids and human health. Pharmaceutical Research, 55, 207-216.

Schweiggert, Ralf M., Vargas, Ester, Conrad, Jürgen, Hempel, Judith, Gras, Claudia C., Ziegler, Jochen U., Mayer, Angelika, Jiménez, Víctor, Esquivel, Patricia & Carle, Reinhold. (2016). Carotenoids, carotenoid esters, and anthocyanins of yellow-, orange-, and red-peeled cashew apples (Anacardium occidentale L.). Food Chemistry, 200, 274–282.

Zeraik M. L. & Yariwake, J. H. (2010). Quantification of isoorientin and total flavonoids in Passiflora

edulis fruit pulp by HPLC-UV/DAD. Microchemical Journal, 96, 86–91.

Wondracek, D. C., Faleiro, F. G., Sano, S. M., Vieira, R. F. & Agostini-Costa, T. S. (2011). Composição de carotenoides em passifloras do cerrado. Revista Brasileira de Fruticultura, 33(4), 1222-1228.

Referências

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