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Os Benefícios do Treinamento Resistido na Gestação. The Benefit of Pregnancy Resistence Training. Renata Ribeiro Fidelis 1

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Artigo de Revisão

Os Benefícios do Treinamento Resistido na Gestação

The Benefit of Pregnancy Resistence Training

Renata Ribeiro Fidelis

1

Orientador

Giulliano Gardenghi 2

Acácia Gonçalves Ferreira Leal 3

Resumo

Introdução: Em decorrência das alterações fisiológicas e morfológicas, a gestante tem a necessidade de um acompanhamento especial e individualizado de treinamento físico. Algumas recomendações foram estabelecidas para gestantes que estivesse em condição adequada de saúde, 30 minutos de exercícios de 3 a 4 vezes por semana com intensidades moderadas, evitando treinos em frequência cardíaca acima de 140 bpm’s; evitando ambientes pouco arejados e quentes, evitando assim eventuais problemas na formação do feto. Objetivo: verificar os efeitos benéficos do treinamento resistido em gestantes, buscando compreender os seus mecanismos diante os sistemas muscular, esqueletico e cardiovascular e sua contribuição na promoção de saúde e bem estar para a mesma. Metodologia: Foi realizado um estudo de revisão de literatura. Foram analisados artigos publicados em periódicos nacionais, no período de 1993 a 2015. Resultados/Considerações finais: o treinamento resistido contribui para saúde da gestante, podendo influenciar positivamente as alterações morfológicas e fisiológicas ao longo do período gestacional, através do fortalecimento muscular, estabilidade articular, alívios de dores e desconfortos causados durante a gestação. Contribuindo também no controle do ganho de peso mês a mês, facilitando seu retorno nas funções diárias, proporcionando um período de pós-parto e amamentação mais confortável e prazeroso.

Palavras chave: gestação; treinamento resistido; saúde

Abstract

Introduction: As a result of the physiological and morphological changes, the pregnant woman needs a special and individualized physical training. Some recommendations were established for pregnant women who were in an adequate health condition, 30 minutes of exercises 3 to 4 times a week with moderate intensities, avoiding heart rate training above 140 bpm's; Avoiding little airy and warm environments, thus avoiding any problems in the formation of the fetus.Objective: to verify the beneficial effects of resistance training in pregnant women, seeking to understand their mechanisms in relation to the muscular, skeletal and cardiovascular systems and their contribution in the promotion of health and well being for the same. Methodology: A literature review was conducted. We analyzed articles published in national journals from 1993 to 2015.Results / Final considerations: Resistance training contributes to pregnant women's health and can positively influence morphological and physiological changes throughout the gestational period through muscular strengthening, joint stability , Relief from pain and discomfort caused during pregnancy. Also contributing to the control of weight gain month by month, facilitating their return in daily functions, providing a more comfortable and pleasurable postpartum period and breastfeeding.

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Keywords: gestation; Resistance training; Cheers

1. (1) Professora de Educação Física, formada na Universidade Católica de Goiás

(PUC-GO), pós graduanda em Fisiologia do Exercício. Goiânia/GO - Brasil.

2. (2) Fisioterapeuta, Doutor em Ciências pela FMUSP, Coordenador Científico do

Serviço de Fisioterapia do Hospital ENCORE/GO, Coordenador Científico do CEAFI Pós-graduação/GO e Coordenador do Curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar do Hospital e Maternidade São Cristóvão, São Paulo/SP – Brasil.

3. (3) Fisioterapeuta, doutoranda em Ciencias da Saúde pela UFG, Orientadora da

Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício; Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada (CEAFI), chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, Goiás, Brasil

Introdução

Na gestação alterações fisiologicas e morfologicas tendem a ocorrer de forma natural. Alterações hormonais como elevação dos níveis de progesterona e a relaxina acabam promovendo diversos acontecimentos como por exemplo a queda da capacidade de tensão ligamentar, resultando em uma frouxidão de ligamentos, levando a uma instabilidade articular. Deixando a gestante mais vulnerável a possíveis lesões1. As alterações morfológicas, podem dizer respeito por exemplo a um

alargamento da região pélvica, a um afastamento das costelas e até mesmo a um aumento da circunferência torácica, ocasionando o aumento do volume abdominal1.

Essas alterações, somadas ao desenvolvimento do feto, ao aumento no volume uterino e ao aumento do peso das mamas, resultarão no aumento da massa corporal da gestante, promovendo uma sobrecarga articular, principalmente, nos discos intervertebrais e nos joelhos. Tais alterações desencadearão outras situações como, o aumento da curvatura lordótica, podendo desencadear lombalgias e ocasionando alteração nas capacidades físicas de equilíbrio e agilidade, devido as modificações posturais durante a gestação1.

Observa-se também, no período gestacional, alterações do metabolismo protéico, lipídico e glicídicos. Aumento do débito cardíaco (DC), alterações na pressão arterial (PA), alterações na dinâmica respiratória, modificações do apetite e náuseas também são observados2..A frequência cardíaca de repouso (FCrepouso) da gestante

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também uma hiperventilação, aumentando de 20% a 50% o seu consumo de oxigênio (VO2). Já a pressão arterial diastólica (PAD) apresenta-se menor, assim como a resistência vascular periférica1. Em decorrência de tamanhas alterações fisiológicas, o

treinamento resistido é indicado na gestação e a gestante tem a necessidade de um acompanhamento especial e individualizado2.

No início do século XX começaram a surgir e serem desenvolvidos os programas de assistência para gestantes, como o pré-natal, com o intuito de minimizar as alterações consequentes da gestação. Nestes programas estavam incluído o exercício físico como forma de tratamento2.

A orientação para a realização de exercício físico durante a gestação é estimulada e indicada pelo American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) desde a década de 1990. Porém, somente em 2002 essa prática foi reconhecida como segura e indicada para todas gestantes saudáveis3 . Foram

estabelecidas algumas recomendações para a gestante que estivesse em condição adequada de saúde, 30 minutos de exercícios de três a quatro vezes por semana com intensidade moderada, deve se evitar treinos em freqüência cardíaca acima de 140 batimentos por minuto (bpm)3, preservando-se de ambientes pouco arejados e

quentes, evitando assim eventuais problemas na formação do feto2.

O reconhecimento da importância dos benefícios, bem como a compreensão de uma prática de treinamento seguro e eficaz, levou muitos profissionais da saúde e instituições de renome a apontar o treinamento resistido como meio de promoção e manutenção da saúde e qualidade de vida, para crianças, adolescentes, adultos saudáveis, pessoas em processos de reabilitação e grupos especiais incluindo gestantes1. Os benefícios de se iniciar um programa de treinamento resistido durante

a gestação são diversos e atingem diferentes áreas do organismo materno. O exercício reduz e previne as lombalgias, devido ao fortalecimento muscular da gestante frente à hiperlordose que comumente surge durante a gestação4, combate o

excesso de peso, contribui para melhor oxigenação do feto, melhor facilidade na hora do parto e recuperação mais rápida no pós-parto2.

Assim, com a preocupação de uma gestação segura e livre de intercorrências desagradeveis, o presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos benéficos do treinamento resistido em gestantes, buscando compreender os seus mecanismos diante do sistema múscular, esquelético e cardiovascular, e sua contribuição na promoção da saúde e bem estar para a mesma.

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Metodologia

Foi realizado um estudo de revisão de literatura onde foram analisados artigos relacionados ao tema, publicados em periódicos nacionais, disponíveis em sites de revistas eletronicas, na biblioteca virtual Scielo e google acadêmico, bem como pesquisas em livros didáticos impressos. Os artigos pesquisados foram nos períodos de 1993 a 2015.

Resultados

Frente à necessidade de discussão sobre o tema foram inclusos 6 artigos dos 15 encontrados na literatura, devido a sua especificidade do assunto. Como critério de exclusão, foi assim concebido artigos que retratassem a gestação junto à outras áreas, como reumatologia, ginecologia, nutrição. Dentre os seis artigos utilizados para discussão do trabalho, somente três foram utilizados para discussão dos dados, pois incluíam ensaios clínicos, randomizados ou não, que pudessem refletir a melhor evidência disponível na literatura.

Resultado da busca de artigos relacionados à benefícios do treinamento resistido na gestação.

Referência Objetivos Métodos Conclusão

Miquelutti et al, (2013) Verificar a eficácia e a segurança de um programa de preparação para o parto, visando minimizar a dor lombo-pélvica. incontinência urinaria, ansiedade e aumentar a atividade física durante a gravidez. 197 gestantes nulíparas de baixo risco foram alocadas aleatoriamente para participar de um programa para o parto ou do grupo controle, que seguiu uma rotina de pré-natal. A intervenção consistia de exercidos físicos, atividades educativas e instruções sobre exercícios a seres realizados em casa.

Nesse estudo a incontinência urinária em participantes do programa foi significante menor. A participação nesse programa incentivou as mulheres a se exercitarem durante a gravidez, porém não houve diferença entre os grupos em relação ao nível de ansiedade, dor lombo-pélvica, tipo do parto e resultados neonatais.

Nascimento et al, (2011) Verificar a eficácia do exercício físico em gestantes com sobrepeso e obesidade.

82 gestantes, das quais metade realizou atividade física supervisionada e recebeu orientação de exercícios domiciliares.

Concluiu-se que as mulheres obesas não devem ser excluídas de programas destinados a incentivar um estilo de vida saudável durante a gravidez, esses programas devem incluir exercícios supervisionados e aconselhamento do ganho ponderal.

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Resultado da busca de artigos relacionados à benefícios do treinamento resistido na gestação.

Referência Objetivos Métodos Conclusão

Barakat et al, (2014)

A influência do treino resistido no peso do recém nascido durante o período gestacional.

160 gestantes, no qual 80 realizaram treino de resistência muscular leve ( 10 à 12 repetições envolvendo vários grupos musculares, com pesos leves, ≤3 kg ou faixas elásticas.

Concluiu-se que durante três vezes por semana, durante o segundo e o terceiro trimestre da gestação, não revelou diferença em relação ao peso do recém nascido e mostrou que aquelas gestantes que participaram do treino de fortalecimento muscular tiveram menor ganho de peso gestacional.

El-Metwalli et

al, (2001)

A associação do exercício fisico durante a gestação e o aborto espontâneo.

Através do caso-controle com 562 gestantes ( casos ) que tiveram aborto espontâneo e 1.762 gestantes ( controles ) com gestação à termo.

Avaliou-se que não é a prática de atividade física regular que se associa à prematuridade, e sim a intensidade e o excesso de atividade, tanto em forma de exercícios físicos quanto de atividade ocupacional. Bungum et al. (2000 ) a influencia do exercício na diminuição de cesárias

estudos de varias mulheres os resultados demonstraram que o exercício físico diminuiu as cesarias, devido as alterações endócrinas que refletem nas articulações e ligamento pélvico , promovendo maior flexibilidade

Hatch et al.

(1993)

A influência do treino resistido no peso do recém nascido durante o período gestacional

800 gestantes que foram divididas em três grupos: gestantes com exercício leve/moderado, gestantes com exercício de intensidade alta, e não praticantes de atividade física

observou-se que o grupo que realizou exercícios de intensidade alta o feto

apresentou 300g a mais no peso e as que não

praticaram exercícios o aumento foi aproximado de 100 g

Discussão

O ACOG, 2002, a Sociedade Americana de Obstetras e Ginecologistas (American Society for Obstetrics and Gynecology - ASOG), o Colégio Americano de Medicina do Esporte (American College of Sports Medicine – ACSM, 2000) e a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte - SBME (2000) estudam a importância da prática do exercicio físico durante a gestação. Essas instituições recomendam exercícios físicos tanto para gestantes saudáveis fisicamente ativas, quanto às sedentárias, desde que tenham a liberação médica e a supervisão de um profissional da área1.

É importante ressaltar que o treinamento da gestante não deve ser superior aos níveis anteriores a gravidez, a intensidade do treino para gestante fisicamente ativa, não deve ir além do nível desenvolvido no início da gravidez . Exercícios que

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promovam desequilíbrios, riscos de quedas ou traumas devem ser evitados, bem como posições de maiores compressões abdominais, como posições supinadas, evitando assim possiveis obstruções venosas e uma manobra de valsava durante o exercício1.

ACSM, 2010, recomenda que um programa de treinamento resistido para gestante deve seguir algumas diretrizes básicas, para que a realização dos exercícios aconteça de forma segura e eficaz. Deve-se levar em conta o histórico e a atual capacidade da gestante de vivência da prática, adaptações ao treino deverão ser feitas sempre que houver o relato de desconfortos1.

A frequência de um treinamento resisto para gestante pode variar de três a quatro sessões por semana, dando preferência para exercícios multi articulares, de uma a três séries, 12 a 15 repetições submáximas, optando por trabalhar os grandes grupos musculares, a intensidade tem que ser leve a moderada e evitar contrações isométricas. Também é recomendação que o programa de treinamento para gestante contemple atividades aeróbicas e de alongamento6. O alongamento ajuda no alivio de

dores, melhora na flexibilidade e no relaxamento muscular5.

Diante de algumas patologias não é recomendada a prática de exercício físico, sendo contra indicações absolutas, doença cardíaca hemodinamicamente significativa; doença pulmonar restritiva; gestação múltipla com risco de trabalho de parto prematuro; sangramento persistente no segundo ou terceiro trimestre; placenta previa após 26 semanas de gestação; trabalho de parto prematura durante a atual gestação; ruptura das membranas; pré-eclampsia6, e sendo contra indicações relativas

a hipertensão essencial; anemia; doenças tireoidianas; diabetes mellitus descompensado; obesidade mórbida6.

Durante a realização do exercício O ACOG, 2002, recomenda interromper imediatamente a prática do exercício quando houver os sintomas de perda de líquido amniótico; contrações uterinas; hemorragia vaginal; fraqueza muscular e redução dos movimentos do feto1, sinais de qualquer tipo de dor, hipoglicemia, complicações

cardiovasculares e trabalho de parto4.

A adesão a um programa de treinamento resistido possibilita para a gestante musculaturas mais fortalecidas, podendo amenizar as dores que normalmente aparecem ou se agravam durante esse período, principalmente as lombalgias, já que possibilita um fortalecimento, por exemplo, das musculaturas paravertebrais, quadrado lombar, abdômen, isquiostibiais e dorsal1. Porém Miquelutti et al (2013), verificou a

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estudo continha 197 gestantes, visando minimizar a dor lombo-pélvica. incontinência urinária (IU), ansiedade e aumentar a atividade física durante a gestação, no seu estudo ele concluiu que para (IU) o resultado foi significante se comparado as gestantes que não praticaram exercícios físicos, porém não houve diferença entre os grupos em relação ao nível de ansiedade, dor lombo-pélvica, tipo do parto e resultados neonatais7.

Contrario ao autor, estudos ja garantem que o exercício físico reduz e previne as lombalgias, devido ao fortalecimento e à orientação da postura correta da gestante frente à hiperlordose que comumente surge durante a gestação, em função da expansão do útero na cavidade abdominal e o conseqüente desvio do centro gravitacional. Nestes casos, o exercício físico contribuirá para adaptação de nova postura física, refletindo-se em maior habilidade para a gestante durante a prática da atividade física e do trabalho diário4.

Nascimento, et al (2011), verificaram em num estudo de caso, a eficácia do exercício físico em gestantes com sobrepeso e obesidade, o estudo foi realizado com 82 gestantes das quais a metade realizou exercício físico. Concluíram que as gestantes com excesso de peso que se exercitaram ganharam menos peso durante toda a gestação8. A prática de exercício físico é uma das formas de melhorar a

qualidade de vida e a saúde materna, além de ajudar no controle do ganho de peso gestacional e no retorno ao peso no pós parto3. Os resultados da recente metanálise

sobre o efeito do exercício no ganho de peso gestacional sugerem que há significativa redução na média de ganho de peso em gestantes praticantes de exercício fsico em relação às gestantes com sobrepeso e obesidade que não praticam exercícios. Porém a prática de exercício deve ser controlada e supervisionada, associada às orientações nutricionais, para ser efetiva no controle de peso3.

Gestantes com diagnóstico ou suspeita de pré eclâmpsia devem evitar a prática de exercício físico, visto que o exercício aumenta ainda mais a pressão arterial e reduz o fluxo uteroplacentário que já está deficiente. Em gestante de baixo risco, alguns estudos observacionais sugerem que a prática regular de exercício antes e no início da gestação está associada à diminuição do risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia5.

No estudo de Barakat R et al (2014), o objetivo foi analisar a influência do

treinamento resistido no peso do recém nascido durante o período gestacional, 160 gestantes, no qual 80 realizaram treinos de resistência muscular leve, três vezes por semana, durante o segundo e terceiro trimestre de gestação, porém o estudo não

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mostrou diferença entre o peso dos recém nascidos9. Diferentemente Hatch et al,

(1993) , também estudaram a influência do treinamento resistido no peso de recém nascidos durante o período gestacional, foram avaliadas 800 gestantes as quais foram divididas em três grupos ( gestantes com exercício leve/moderado, gestantes com exercício de intensidade alta, e não praticantes de atividade física). Porém observaram que o grupo que realizou exercícios de intensidade alta o feto apresentou 300g a mais no peso, sendo as que não praticaram exercícios o aumento foi aproximado de 100 g , sendo o resultado contrário ao estudo do autor anterior onde nao houve diferenca no peso do recem nascido10.

Na década de 90, grande parte das publicações a cerca de exercício físico para gestantes, tinham a preocupação com os prováveis riscos que poderiam acarretar a prática do exercício físico para mãe e o feto. Com o passar do tempo, notou-se uma preocupação mais direcionada para os benefícios que o exercício físico poderia resultar e com o nível de segurança na escolha dessas práticas1. El-Metiwalli

et al (2001), estudaram a associação do exercício físico na gestação e o aborto espontâneo. Foram avaliadas 562 gestantes que tiveram e não tiveram abortos espontâneos. Observaram que não é a prática de exercicio físico regular que se associa à prematuridade, e sim a intensidade e o excesso de atividade, tanto em forma de exercícios físicos quanto de atividade ocupacional11.

Sendo assim, a participação de gestantes em exercícios físicos de baixa e média intensidade, geralmente não apresenta nenhum tipo de risco para mãe ou para o feto. A prática de exercício físico acarreta em riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em situações de hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade6. No entanto para mulheres previamente bem condicionadas e atletas é

possível realizar exercícios com mais intensidade sem possíveis comprometimentos fetais e sem risco materno2.

Bungum et al.(1993), realizaram um estudo de várias mulheres, com o objetivo de estudar a influência do exercício físico na diminuição de cesarianas. Os resultados demonstraram que o exercício físico diminuiu o risco de cesária, devido as alterações endócrinas que refletem nas articulações e ligamento pélvico , promovendo maior flexibilidade na hora do parto12. O hormônio relaxina aumenta durante a gestação,

proporcionando uma frouxidão nos ligamentos, acarretando naturalmente um estímulo ao parto normal. O exercício físico resistido auxilia no ganho de força dos músculos

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abdominais, paravertebrais, assoalho pélvico e lombar, condicionando a gestante num melhor trabalho de parto6.

Considerações Finais

Conclui-se que a prática do treinamento resistido para gestantes é um tipo de exercício físico seguro e eficaz, contribuindo para saúde materna, podendo influenciar positivamente as alterações morfológicas e fisiológicas vivenciadas pela mulher ao longo do período gestacional, através do fortalecimento muscular, estabilidade articular, alívios de dores e desconfortos causados durante a gestação. Contribuindo também no controle do ganho de peso mês a mês, facilitando seu retorno nas funções diárias, proporcionando um período de pós-parto e amamentação mais confortável e prazeroso. Vale ressaltar que para praticar qualquer exercício físico, seja iniciante ou não, a gestante deve passar por avaliação médica e sempre ser supervisionada por um professor de educação física.

Referências

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Obstet. vol.36 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2014 Epub Sep 08, 2014. Disponível em; http://dx.doi.org/10.1590/SO100-720320140005030.

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Endereço para correspondência: Renata Ribeiro Fidelis

Rua Pasteur, n 12, Lt.13, Condomínio Parque dos Flamboyants - Apto 302 Bl. L, Setor Jardim Planalto.

Goiânia – GO CEP: 74333-210

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