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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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Academic year: 2021

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Registro: 2017.0000415493

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

1014776-06.2015.8.26.0602, da Comarca de Sorocaba, em que é apelante FABIO GALDINO SILVA, é apelado TURKISH AIRLINES INC. (TURK HAVA YOLLARI ANONYM ORTAKLIGI).

ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SIMÕES DE VERGUEIRO (Presidente sem voto), COUTINHO DE ARRUDA E JOVINO DE SYLOS.

São Paulo, 6 de junho de 2017.

DANIELA MENEGATTI MILANO RELATORA

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Apelação nº 1014776-06.2015.8.26.0602 Apelante: Fabio Galdino Silva

Apelado: TURKISH AIRLINES INC. (Turk Hava Yollari Anonym Ortakligi) Comarca: Sorocaba – 4ª Vara Cível

Juiz de Primeira Instância: José Carlos Metroviche

Voto nº 1028

APELAÇÃO Transporte aéreo Ação de indenização por danos materiais e morais Relação de consumo

Bagagem extraviada Dano moral caracterizado.

Majoração do valor fixado Indenização por danos materiais negada em Primeiro Grau Princípio da reparação integral Concessão de indenização por danos materiais Sentença parcialmente reformada Recurso parcialmente provido.

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo autor contra a r. sentença de fls. 123/125, cujo relatório se adota, que julgou parcialmente procedente ação de indenização por danos materiais e morais para os fins de condenar a apelada ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de indenização por danos morais, visto que o apelante enfrentou diversos transtornos ao ficar quatro dias no exterior sem sua bagagem. Ademais, a r. sentença negou pedido de indenização por danos materiais sob o fundamento de que os recibos de compras de roupas que foram juntados aos autos estão em língua estrangeira.

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Pretende o apelante a reforma da r. sentença, sob os argumentos de que as notas fiscais juntadas aos autos são suficientes para comprovar os danos materiais sofridos pelo extravio de bagagem por quatro dias enquanto viajava ao exterior. Requer indenização por danos morais no montante de trinta salários mínimos, por ser o valor justo para reparação dos transtornos sofridos. Aduz que o tempo de espera para recuperação da bagagem causou-lhe dificuldades, comprometeu seus programas de viagem e que necessitou adquirir novas vestimentas para continuar a estada no exterior.

Recurso tempestivo e custas processuais recolhidas. A apelada, regularmente intimada, apresentou contrarrazões de apelação a fls. 154/165.

É o relatório.

O recurso merece prosperar em parte.

Nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, a responsabilidade da apelada é objetiva e esse é o entendimento desta C. Câmara que reconhece a responsabilidade objetiva das companhias aéreas pelo extravio de bagagem:

“TRANSPORTE AÉREO - ação de indenização por

danos materiais e morais - atraso de voo internacional e extravio de bagagens - responsabilidade objetiva da companhia aérea - teoria do risco (art. 14 do CDC) - “quantum” ressarcitório a título de danos morais de

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acordo com os padrões adotados por esta Corte - danos materiais caracterizados - demanda procedente - confirmação da solução singular - aplicação do art. 252 do RITJSP - recurso improvido.” (Apelação no

1057461-19.2014.8.26.0002, Rel. Des. Jovino de Sylos, j. 27/09/2016).

O apelante requer indenização a título de danos morais no importe de 30 salários mínimos (fl. 138). De fato, o valor fixado em primeiro grau, de R$ 5.000,00, deve ser majorado, pois não se mostra razoável, levando-se em consideração a capacidade econômica da apelante e da apelada, bem como os transtornos causados pela demora na entrega da bagagem e os esforços para sua recuperação, que dificultaram ao passageiro o aproveitamento da viagem.

Assim sendo, o valor de R$ 10.000,00 é adequado para a justa reparação, consideradas as peculiaridades do caso dos autos, em especial o tempo decorrido até a recuperação das bagagens pelo autor. O valor será corrigido monetariamente a partir do acórdão e com incidência de juros moratórios a partir da citação.

Em relação ao dano material sofrido pelo apelante, este se mostra evidente, na medida em que a demora para restituir a bagagem implica necessidade de adquirir novas roupas.

O pedido de indenização no valor de R$ 884,66 (oitocentos e oitenta e quatro reais e sessenta e seis centavos) baseou-se em recibos que supostamente comprovavam as compras que

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teriam sido feitas para suprir a falta da bagagem. Todavia, tais recibos foram apresentados em alemão, sem versão para a língua portuguesa, contrariando o artigo 192, parágrafo único do Código de Processo Civil.

A ausência de documentação em língua portuguesa impede a comprovação de que foi gasto o valor apontado para suprir a falta de roupas. Contudo, para que o passageiro possa seguir viagem sem sua mala, necessita, por óbvio, adquirir novas roupas, ou seja, efetivamente houve dano material, que deve ser reparado nos termos dos artigos 6º, inciso VI e 14 do Código de Defesa do Consumidor e artigos 186 e 927 do Código Civil.

Desse modo, é cabível indenização a título de danos materiais, que arbitro equitativamente no valor de R$ 700,00 (setecentos reais), corrigidos monetariamente desde a data do efetivo prejuízo e com incidência de juros moratórios a partir da citação, nos termos da Súmula no 43 do E. Superior Tribunal de Justiça e do artigo

405 do Código Civil, respectivamente. Cabe anotar que esse valor certamente não implicará em enriquecimento sem causa do autor, conforme alegado pela ré.

Por fim, observo que a condenação a título de dano moral em montante inferior ao postulado não implica sucumbência recíproca, conforme a Súmula nº 326 do STJ.

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apelada ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios em 10% do valor da condenação, nos termos do artigo 85, § 2° do Código de Processo Civil.

Ante o exposto, pelo meu voto, DOU

PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, com observação.

DANIELA MENEGATTI MILANO Relatora

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