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OS CIBERGÊNEROS AUDIOVISUAIS NA EDUCAÇÃO ONLINE: SUAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS, COMUNICACIONAIS E PEDAGÓGICAS. 1. Vivian Martins Lopes de Souza 2

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Academic year: 2021

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OS CIBERGÊNEROS AUDIOVISUAIS NA EDUCAÇÃO ONLINE:

SUAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS, COMUNICACIONAIS E PEDAGÓGICAS. 1

Vivian Martins Lopes de Souza2

Quando ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. (LEVY, 1999, p. 17)

Para educar em tempos de cibercultura, com a cultura das mídias e sociedade da imagem, é fundamental considerar o audiovisual, tema do presente estudo. Principalmente como um produto cultural, produzido em demandas exponenciais, devido às potencialidades sociotécnicas dos dispositivos móveis. De forma combinada, são acionadas as tecnologias convergentes disponíveis nos dispositivos, com as interfaces da web 2.0 e a rede de internet popularizada.

O objetivo principal é mapear os gêneros audiovisuais da cibercultura, suas características técnicas, comunicacionais e pedagógicas. Manifestando, desta forma, questões como: quais as singularidades do audiovisual do ciberespaço, tendo em vista as alterações tecnológicas e a criação de vídeos em contextos diversos do cotidiano contemporâneo, e como os cibergêneros audiovisuais podem ser explorados na educação online? Fazendo parte de uma pesquisa empírica em fase exploratória sobre os gêneros audiovisuais que circulam na internet.

A educação online é o conjunto de ações de ensino-aprendizagem, ou atos de currículo mediados por interfaces digitais que potencializam praticas comunicacionais interativas, hipertextuais e em mobilidade. (SANTOS, 2014, p. 63)

A educação online como um fenômeno da cibercultura, não se configura a partir da evolução da educação a distância, mas como educação. O polo de emissão está liberado (LEMOS, 2002) e os audiovisuais são semeados nas redes com a maior velocidade. As pessoas transitam com seus smartphones gravando cenas de todos os tipos, desde flagrantes até curiosidades e a educação não pode ficar estanque a esta realidade.

1. Artigo apresentado ao Eixo Temático 11 – Educação a distância / Educação online / Métodos e processos pedagógicos do IX Simpósio Nacional da ABCiber.

2. Pesquisadora é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Mestranda em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Membro do Gpdoc - Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura, orientada pela Professora Doutora Edméa Santos. E-mail: vivian.martinst@gmail.com / Página: http://docenciaonline.pro.br/

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O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força nos atinge por todos os sentidos e de todas as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no imaginário) em outros tempos e espaços. (MORAN, 1995, p. 2).

Moran (1995) engrandece a natureza do vídeo e como ele atinge nossos sentidos. Babin e Kouloumdjian (1989) também são uma importante base teórica da reflexão e definem linguagem audiovisual “como um modo particular de comunicação, regido por regras originais, resultando da utilização simultânea e combinada de variados documentos visuais e sonoros”. (p. 40) Uma das principais características do audiovisual é a combinação da imagem e do som, com preceitos próprios, que engrandecem o seu uso em meios educacionais. O vídeo pode desenvolver a aprendizagem com mais potência, justificando a pertinência e relevância do presente trabalho.

Os cibergêneros audiovisuais foram constituídos a partir das contemporâneas transformações sociotécnicas, ou seja, são fenômenos da cibercultura. Utilizaremos essa denominação ao longo do trabalho, pois os gêneros audiovisuais são mais vastos, como por exemplo, documentário, reportagem e entrevista. O recorte que estabeleceremos será para os vídeos produzidos após a cibercultura e que circulam na rede atualmente. Foram escolhidos gêneros emergentes e potencializados a partir das tecnologias digitais em rede na educação. Falaremos sobre eles a seguir:

O hipervídeo é um vídeo interativo que permite diálogo com o usuário, por meio de hiperligações internas ou externas ao vídeo principal. O vídeo pode apresentar, por exemplo: sites, apresentações, imagens, mapas conceituais, outros vídeos, zonas clicáveis diversas, widgets, perguntas múltipla escolha ou discursivas. Após navegar dentro do vídeo o usuário exterioriza, partindo para outras conexões, demonstrando a dinâmica temporal. Com a possibilidade de associar mídias ao vídeo original, o usuário passa a ter acesso a saberes outros, proporcionando uma aprendizagem personalizada e tecnológica, coerente em tempos ciberculturais.

Outro cibergênero que se destaca é o microvídeo. Ganha visibilidade com a democratização dos dispositivos móveis e pelo fato dos vídeos curtos serem mais fáceis de compartilhar e produzir. O microvídeo é um cibergênero audiovisual produzido com o intuito de ter curta duração, está dentro do conceito de microconteúdos enquanto objeto de aprendizagem. Impulsionados com os compartilhamentos em mídias sociais, como por

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exemplo: Snapchat – 10 segundos e Vine (do Twitter) - 6 segundos de vídeo. No Instagram o máximo eram 15 segundos, em 2016 aumentou para 1 minuto.

A grande facilidade está em precisar de poucos dados para download e upload, tornando um conteúdo educacional acessível. Os microvídeos podem contribuir para a educação ubíqua, atendendo às necessidades do usuário em mobilidade. Souza, Torres, Silva e Apolinário realçam seis elementos que devem ser considerados na elaboração dos roteiros para a produção dos microvídeos: design, usabilidade, interatividade, linguagem, mobilidade e conectividade (2016, p. 93).

A videoaula é o terceiro cibergênero trabalhado, é um objeto de aprendizagem caracterizado por uma gravação, com autoria de um praticante mediador de conteúdos que utiliza seus conhecimentos para explanar sobre determinado assunto. A mixagem de gêneros (entrevista, ficção, documentário, entre outros) é uma possibilidade para incrementar a aula expositiva. No planejamento da videoaula deve-se considerar os aspectos psicológicos da aprendizagem humana para alcançar maior eficácia.

O webinar possui um conceito similar ao da videoaula (comunicação de uma via), combinada com características da videoconferência, pois é transmitida online. A informalidade é uma marca, pois não requer edição, produção ou um estúdio específico. A interação entre os participantes é limitada ao chat, que fica fixo próximo à imagem. O webinar assume características síncronas e assíncronas, esta última, a partir da gravação e disponibilização em rede. Ambos fazem parte do universo simbólico e discursivo que é o audiovisual e assumem papel importante nos contextos cibercultural e educacional.

A videoconferência é uma tecnologia que permite o contato visual síncrono e sonoro entre pessoas que estão em lugares diferentes. Apresenta uma interface que possibilita, de maneira simultânea, explorar a imagem, o som e a linguagem corporal, podendo ser um dos cibergêneros que mais aproxima o virtual dos ambientes presenciais, pois passa a sensação de proximidade. Aprendizagem colaborativa, a convergência de mídias, fluidez da oralidade e a diminuição da sensação de distância entre docentes e discentes são relevantes para uma videoconferência eficaz.

Vídeos instantâneos são postados automaticamente na rede, sem produção e edição. A transmissão online deixa de ser profissional e passa a se popularizar com recursos como o das mídias sociais Youtube e Facebook. Uma transmissão online amplia o público que um evento pode alcançar. Se antes uma palestra poderia ser vista somente por pessoas que estivessem no local, agora é possível democratizar esse conteúdo, potencializando a divulgação científica. O

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celular também é utilizado por jornalistas para transmissão de noticias a partir do local do acontecimento. A cobertura instantânea dos acontecimentos tornou-se possível.

Por fim, o vídeo volátil, que possui como característica principal a ausência de memoria, pois é apagado rapidamente. Na mídia social Snapchat, por exemplo, ganham edições, filtros e legendas, duram somente 24 horas, gerando notificações se forem copiados e só podem ser vistos uma vez, estimulando o compartilhamento de informações que não podem ser reproduzidos. O gênero, por sua natureza efêmera, propõe uma reflexão sobre a produção da subjetividade. Os educadores que desejam trabalhar com o vídeo volátil podem alcançar facilmente o público jovem, por contar com uma mídia social recente e de bastante sucesso.

O ciberespaço cria possibilidades de aprendizagens inéditas, a videoaula e o webinar já são extremamente utilizados na educação online, com propósitos formais ou não, mas com intencionalidade pedagógica. Desmistificar a relação entre presença e ausência contribui também para o uso da videoconferência na educação online. Fatores consideráveis do hipervídeo e microvídeo são a interatividade e a democratização do acesso à informação. Os vídeos instantâneos e voláteis são recentes e prometem grande impacto sobre os processos de aprendizagem em rede.

Um dos maiores caracteres do audiovisual: fala-se mais do que se escreve. Vê-se mais do que se lê. Sente-se antes de compreender. (BABIN E KOULOUMDJIAN, 1989, p. 38) O docente que pretende trabalhar com vídeos precisa considerar as características que eles apresentam e, principalmente, e cultura em que estamos inseridos. Sem esquecer de estar sempre atento à problematizão das relações entre educação, tecnologias e política. A cibercultura promoveu uma mudança no comportamento e nos dispositivos acionados para construir aprendizagens múltiplas, devemos explorá-la.

Palavras-chave: Cibergêneros audiovisuais; Cibercultura; Educação Online; Formação Docente; e Vídeos educacionais.

Referências bibliográficas

BABIN, Pierre e Kouloumdjian, Marie-France Os Novos Modos de Compreender - a geração do audiovisual e do computador, (título original: Les Nouveaux modes de comprendre, Paris: Éditions du Centurion, 1983) tradução Maria Cecília Oliveira Marques, São Paulo: Paulinas, 1989.

LEMOS, André. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina/Meridional, 2002.

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LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MORAN, José M. O vídeo na sala de aula. Comunicação e Educação, São Paulo, (2): 27 a 35. jan./abr, 1995.

SANTOS, Edméa O. Pesquisa-formação na cibercultura. 1. ed. Santo Tirso: Whitebooks, 2014. v. 1. 202p.

SOUZA, M. I. F.; TORRES, Tercia Zavaglia; SILVA, J. S. V.; APOLINARIO, D. R. F. Produção de

microvídeos para dispositivos móveis na temática do Código Florestal brasileiro. EAD em Foco

Referências

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