A Avenida Paulista
É ela a linha reta da cidade que ordena os fluxos. Imperdível, mesmo no caos urbano. Vistas de longe, as antenas repetidoras dão ritmo aos prédios enfileirados.
A Avenida Paulista ajudou a vencer o desafio da passagem da cidade à era moderna. Ela continua sendo um lugar de agrupamento natural, tanto para o paulistano quanto para o turista. Tudo sai e tudo chega a ela: o alfa e o ômega de uma metrópole que, apesar de seus doze milhões de habitantes, continua a dar a medida da escala humana.
A linha de São Paulo Paulistas
O Jardim Paulista e o mercado
A linha de São Paulo
Com três quilômetros de extensão, a Avenida Paulista simboliza o poder econômico de São Paulo. Como no resto da cidade, a regulamentação urbana proíbe cartazes publicitários.
De dia, a Paulista tem ares de um downtown à ocidental, e à noite, a presença humana faz toda a diferença. Ao contrário das zonas centrais de suas irmãs mais velhas americanas e européias, que com a deserção dos trabalhadores depois do expediente
transformam-se em terra de ninguém, o centro da cidade brasileira dos negócios continua a viver calmamente até altas horas.
Por trás dos vidros fumês escondem-se empresas de importação-exportação e bancos
O museu de Arte de São Paulo (MASP), projetado por Lina Bo Bardi e construído em 1968, é uma das edificações mais representativas de São Paulo. Ele abriga as mais importantes coleções de arte ocidental da América Latina, com obras que abrangem da Antiguidade clássica à arte contemporânea.
Visão da densidade arquitetural e da variedade dos estilos arquitetônicos
Um sem-teto dorme ao abrigo dos olhares. Ao fundo, o vestígio de um velho casarão lembra a riqueza dos antigos barões do café
Paulistas
Eles são jovens, nem tão jovens, brancos, amarelos e negros, mas todos têm a energia contagiosa dos metropolitanos. Desde que São Paulo superou o Rio na corrida pela hegemonia econômica, e que atualmente incomoda a cidade maravilhosa até na área da cultura, a agitação tornou-se ininterrupta nas margens da Paulista. As pessoas passam por lá, vêem e são vistas, marcam encontros. Plantar-se na avenida e observar o movimento é ver desfilar sob os olhos uma síntese expressiva da diversidade das culturas. É também a prova evidente que São Paulo integra definitivamente a corte da modernidade.
Bassets chiques
Sorvete em casquinha tomado às pressas à saída do trabalho
Campanha de sensibilização para as doenças oculares no MASP
Benedita et Reginaldo (Paraïba) no MASP
Eles se cruzam, se esbarram e se beijam
O Jardim Paulista e o mercado
O Jardim Paulista é também o nome de um bairro da zona leste de São Paulo entre a Avenida Paulista, a Avenida Brigadeiro Luis Antonio e a Rua Estados Unidos. Na cacofonia de concreto da cidade, às vezes não há mais ligação visível entre a palavra e o espaço natural. No caso do bairro de Jardim Europa, situado um pouco mais a oeste, o topônimo corresponde exatamente ao que vemos em matéria de palmeiras, caminhos sombreados, aromas e umidade.
Pulmão de uma das metrópoles menos providas de espaços verdes do mundo, o jardim acolhe, aos sábados, uma pitoresca e acolhedora feira tradicional, por onde se passeia e se come bem.
Para lembrar-nos de que estamos em um país tropical
Dois estudantes nas aléias sombreadas do jardim Paulista
Parquinho para crianças
Sob o olhar do redentor
Domingo nos brechós
Todos os domingos, no vão livre do MASP, acontece uma tradicional feira de antiguidades. Ali, os aficionados inveterados são mais numerosos que os passantes curiosos da Paulista. Um encontro para os habitués da iconografia antiga, à procura de uma memória da cidade que só existe nas gravuras amareladas, ou para os amantes de bibelôs religiosos de inspiração barroca (que nos lembram Minas Gerais, não tão distante...).
Antiquária, nascida em Bucareste, filha de pai húngaro e mãe búlgara, Dorothy Lenner vende em seu estande joias e objetos decorativos que ela escolhe cuidadosamente. Na Romênia, ela se lembra que o francês era a segunda língua falada na família. Dorothy foi estudar farmácia em Buenos Aires, e lá conheceu seu marido, brasileiro. Ela mora agora na cidade velha. Uma de suas três filhas é psicoterapeuta em Londres. As duas outras se casaram com um sikh e um chinês.
Tatah é uma figura famosa da feira. Todos os antiquários divertem-se com suas excentricidades. Ele vai à feira para descolar uma jóia ou uma pele. Artista transformista convicto, Tatah não se faz de rogado para interpretar canções de Edith Piaf ou Joséphine Baker, com direito aos trêmulos vocais. Nas comemorações do bicentenário da Revolução francesa, ele conta ter desfilado na Avenida Champs Élysées vestido de Louis XVI. Acreditamos piamente.
Um vendedor de máquinas fotográficas de modelos antigos .
Pequenas estatuetas religiosas na prateleira de um antiquário
Um antiquário vende reais portugueses e cruzeiros, antigas moedas do Brasil. Somente desde 1994 o real é a moeda oficial.