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«El misterio de Dios en el Perú» : nuevas geografias sagradas, diásporas religiosas y conexiones transatlánticas en la congregación israelita

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO de CIÊNCIAS SOCIAIS. «El misterio de Dios en el Perú» Nuevas geografías sagradas, diásporas religiosas y conexiones transatlánticas en la congregación israelita. Carmen González Hacha. Orientadores: Prof. Doutor Ruy Jesús Llera Blanes. Prof. Doutora Susana de Matos Viegas.. Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor em Antropologia Especialidade de Antropologia da Religião e do Simbólico. 2017.

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(3) UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO de CIÊNCIAS SOCIAIS. «El misterio de Dios en el Perú». Nuevas geografías sagradas, diásporas religiosas y conexiones transatlánticas en la congregación israelita Carmen González Hacha. Orientadores:. Prof. Doutor Ruy Jesús Llera Blanes. Prof. Doutora Susana de Matos Viegas.. Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor em Antropologia Especialidade de Antropologia da Religião e do Simbólico. Júri: Presidente: Doutora Ana Margarida de Seabra Nunes de Almeida, Investigadora Coordenadora e Presidente do Conselho Científico do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Vogais: -. Doutor Ramon Sarró Maluquer, Associate Professor Institute of Social And Cultural Anthropology da University of Oxford, Reino Unido;. -. Doutora Manuela Canton-Delgado, Profesora Titular Departamento de Antropología Social da Universidad de Sevilla, Espanha;. -. Doutor Ruy Jesus Llera Blanes, Investigador de Pós-Doutoramento Instituto de Ciencias del Patrimonio do Consejo Superior de Investigaciones Científicas – CSIC, orientador;. -. Doutora Maria Clara Ferreira de Almeida Saraiva, Investigadora Auxiliar Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa;. -. Doutor João Manuel Monteiro de Castro Vasconcelos, Investigador Auxiliar Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa;. Apoiada pelo Instituto de Ciências Socias da Universidade de Lisboa e financiada pelo consorcio HERA (contrato nº 38/2013) 2017.

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(5) Resumen. En esta tesis analizo de forma articulada los procesos de movilidad religiosa y la configuración de nuevas geografías sagradas. El aumento de la movilidad humana y de las conexiones entre distintos lugares alrededor del mundo en las últimas décadas, debido, en parte, al desarrollo de las nuevas tecnologías (de la comunicación, el transporte, etc.), ha abonado el terreno para seguir reflexionando sobre las nuevas dinámicas humanas que se desenvuelven significativamente en el campo de estudio de la religión y de lo simbólico en el que se sitúa la presente disertación de doctorado. En este trabajo de investigación el lector es invitado a adentrarse en una amplia y profunda etnografía de la Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal (AEMINPU). A lo largo del texto argumento que éste es un caso significativo para la reflexión sobre la movilidad religiosa transatlántica y sobre la producción de narrativas territoriales que, en este caso, les permiten generar una red nacional y transnacional de territorios sagrados. En esta pesquisa, que se sitúa físicamente en el Perú y en España, trato de reconstruir y analizar el proceso de formación de la congregación israelita, incluyendo el relato autobiográfico de su fundador Ezequiel Ataucusi Gamonal (1918 – 2000), quien se erige como una figura fundamental para la creación y desarrollo de la AEMINPU. Analizo cómo son (re)elaborados signos, símbolos y prácticas características del área andina en sus espacios y prácticas religiosas, y cómo son simbolizados los lugares físicos donde se reúnen los hermanos para llevar a cabo sus rituales. Además, incluyo una descripción densa del proceso de transnacionalización de la misma, proceso a través del cual los israelitas se constituyen como una diáspora religiosa transatlántica que da cumplimiento a la «misión divina» encargada a Ezequiel: «llevar la palabra de Dios a los cuatro cantones de la Tierra». Palabras clave: israelitas, diáspora religiosa, narrativas territoriales, movilidad transatlántica, mesianismo-milenarismo y Perú..

(6) Resumo. Esta tese analisa de forma articulada os processos de mobilidade religiosa e a configuração de novas geografias sagradas. O aumento da mobilidade humana e as conexões entre diferentes locais em todo o mundo nas últimas décadas, em parte devido ao desenvolvimento de novas tecnologias (de comunicação, transporte, etc.), abriu mais o caminho para a reflexão sobre novas dinâmicas humanas que têm expressão significativa no campo de estudos da religião e do simbólico em que a presente dissertação de doutoramento se inscreve. Nesta dissertação o leitor é convidado a mergulhar numa etnografia ampla e profunda da Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal (AEMINPU). Argumento ao longo do texto que este é um caso sigificativo para a reflexão sobre a mobilidade religiosa transatlântica e sobre a produção de narrativas territoriais que, neste caso, geram uma rede nacional e transnacional de territórios sagrados. A AEMINPU é um grupo religioso nascido no final da década de 1950 no Perú que se apresenta sob a designação de «israelitas». Foi fundada por um camponês peruano chamado Ezequiel Ataucusi Gamonal (1918 – 2000). O seu fundador recebeu a revelação de uma nova compilação dos Dez Mandamentos da lei de Moisés, à qual chamou a «Ley Real» - uma base teológica fundamental da doutrina religiosa israelita. A partir de trabalhos anteriores sobre os israelitas a minha pesquisa confirma que esta doutrina se sustenta em três premissas principais: 1) a confirmação messiânica do Peru como novo lugar escolhido («Peru privilegiado»); 2) a consideração do Ezequiel como o novo Messias, reconhecido como o «Cristo de Ocidente»; e 3) a convição milenária de que a atual geração de israelitas é a geração que Deus virá julgar no juízo final. Após este juízo ocorrerá um período de castigo ao qual apenas os israelitas sobreviverão, vivendo a partir daí num paraíso terrestre. Nesta dissertação baseada em trabalho de campo realizado em 2014 e 2015 entre irmãos da AEMINPU no Perú e uma curta incursão na filial da AEMINPU em Madrid mostro que a vida da Igreja mesmo após a morte de Ezequiel em 2000 está intimamente.

(7) relacionada com a biografia e figura do Ezequiel, reconhecido como o novo profeta para o novo povo de Israel. Mostrarei ainda que a morte do líder foi um fato muito importante porque Ezequiel era um líder carismático, a pedra angular deste movimento, e quando ele morre, começa uma crise de identidade entre irmãos. A questão da sucessão ocupa assim parte da reflexão desenvolvida nesta dissertação. Antes de morrer, sob inspiração divina, Ezequiel havia apontado quem seria o seu sucessor: o seu filho Ezequiel Jonás Ataucusi Molina. Mostrarei, contudo, que nem toda a congregação aceita este sucessor. Por exemplo, há irmãos que dizem que Ezquiel chamou o seu filho sob algum tipo de coação, quando ele não era mais capaz de fazê-lo durante seus últimos dias. Outros irmãos consideram que Ezequiel Jonas não está a fazer o que era esperado, porque ele nunca está fisicamente junto do seu povo. Além disso, existem várias interpretações da figura do própio Ezequiel Jonas: como um profeta, como um filho de Deus, como um intermediário, como o próprio Deus na terra, etc. Tudo isso está a causar divisões internas, que mostrarei serem interpretadas por muitos como prova ou como um castigo de Deus. É possível encontrar irmãos israelitas praticamente em toda a América Latina (Bolívia, Paraguai, Chile, Colômbia, Brasil, Costa Rica, Venezuela, Argentina e Equador), já que desde o início da congregação, um dos objetivos tem sido a «expansão da palavra para os quatro cantos da terra». Existem duas igrejas reconhecidas na Espanha que foram um ponto de contacto inicial e de interlocução importante na pesquisa que sustenta esta dissertação, tendo permitido, por um lado, o contato inicial de irmãos israelitas no Peru através desta rede em Espanha e porque acabaram por ajudar a pensar sobre o processo de transnacionalização da congregação israelita. A reflexão sobre o espaço atlântico e a «diáspora» ocupa um lugar relevante nesta dissertação entendidos não apenas como um espaço de circulação de pessoas, mas também como parte das concepções territoriais israelitas, ainda que muitas vezes estas se voltem para visões geográficas internacionais fisicamente localizadas no Peru. A reflexão sobre a metodologia seguida está em parte ancorada na questão de ser mulher, suas consquências e formas de contornar os problemas que determinavam certas abordagens ao trabalho de campo entre uma congregação que promove uma segregação de género muito poderosa..

(8) A tese está organizada em uma introdução e seis capítulos. Na introdução faço um desenvolvimento em profundidade do objeto e dos objetivos da minha pesquisa, e uma descrição do caminho para o trabalho de campo. No primeiro capítulo, tendo em conta o contexto ethnohistorico peruano em que a AEMINPU nasceu, tento reconstruir e analisar o processo de criação da congregação israelita, incluindo a história autobiográfica do seu fundador Ezequiel Ataucusi Gamonal (1918 - 2000). Ezequiel, junto com o seu filho Jonas Ezequiel, são os protagonistas do segundo capítulo, onde proponho uma discussão em profundidade sobre como são legitimadas suas lideranças, e como entroncaria a congregação israelita com a ideologia andina do milenarismomessianismo. O capítulo terceiro é dedicado à análise da (re)configuração de sinais, símbolos e práticas, características da região andina, em seus espaços e práticas religiosas, e como são simbolizados os lugares físicos onde os irmãos se reúnem para realizar os seus rituais. No quarto capítulo exploro as «narrativas territoriais» e a interpretação da paisagem que os israelitas produzem a partir de sua hermenêutica bíblica, a fim de entender como eles constroem a sua concepção geográfica, territorial e simbólica do Peru como um «lugar privilegiado» e da selva como a nova Terra Prometida. No quinto capítulo, incluo uma descrição densa do processo de transnacionalização da AEMINPU, processo através do qual os israelitas se constituem como uma diáspora religiosa transatlântica que implementa aquela «missão divina» confiada a Ezequiel: «levar a palavra de Deus para os quatro cantos da terra». Em concreto, analiso o processo de deslocalização e institucionalização de AEMINPU na Espanha. Assim, pretendo mostrar os itinerários proféticos de conexão atlântica entre o Peru e o «Oriente», pluralizando os caminhos dessas rotas e fluxos transatlânticos. Finalmente, o sexto capítulo é dedicado às reflexões e conclusões finais da tese.. Palavras-chave: Israelitas, diáspora religiosa, narrativas territoriais, mobilidade transatlântica, messianismo-milenarismo e o Peru..

(9) Para Fernando.

(10) Índice. Acrónimos....................................................................................................................... iv Índice de figuras.............................................................................................................. v Índice de mapas ............................................................................................................. vi Índice de tablas ............................................................................................................. vii Índice de anexos ............................................................................................................ vii Agradecimientos .......................................................................................................... viii Introducción. ................................................................................................................... 1 Breve contextualización socio-religiosa e histórica. ..................................................... 3 Los israelitas peruanos: una aproximación preliminar a su doctrina religiosa. ............ 8 Definición del problema de investigación: religión y movilidad................................ 10 El camino hacia el trabajo de campo. ......................................................................... 15 Sobre el trabajo de campo y el campo de análisis. ..................................................... 24 Organización de los capítulos. .................................................................................... 32 Capítulo I. Situando la Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal (AEMINPU). ..................................................................................... 34 Testimonio de Ezequiel Ataucusi Gamonal: el encargo de una «misión divina». ...... 35 Denominaciones «israelitas», entre el Cristianismo y el Judaísmo. ........................... 44 Aproximaciones al panorama religioso peruano. La AEMINPU como objeto de estudio para las ciencias sociales. ............................................................................... 48 Las llamadas denominaciones religiosas «originarias» del Perú. ......................... 50 La singularidad de la AEMINPU en el contexto de las otras organizaciones no católicas en el Perú. Su construcción como objeto de estudio para las ciencias sociales. ................................................................................................................... 54 AEMINPU. Una aproximación etnográfica. ............................................................... 59 Los israelitas del Nuevo Pacto Universal. .............................................................. 59 Antecedentes y fundación de la congregación. ....................................................... 61 Organización interna y cargos. ............................................................................ 64 Consolidación y desarrollo de la congregación israelita. ...................................... 68 El Frente Popular Agrícola FIA del Perú (FREPAP), un proyecto político. ......... 70 i.

(11) Consideraciones finales. ............................................................................................. 76 Capítulo II. El retorno del Inca, un relato permanente en - y transformado por - el tiempo. Legitimación de liderazgos en la congregación israelita. ............................ 77 Mesianismo, milenarismo y utopía. Aspectos diacrónicos de la «cultura andina». ... 79 El Mito de Incarri o del Retorno del Inca. .............................................................. 83 ¿Quién es Ezequiel Ataucusi Gamonal? La legitimación de un Mesías andino. ........ 89 El fallecimiento de Ezequiel, punto de inflexión en el devenir de la congregación. .. 97 Etapa post-Ezequiel. Proceso de sucesión y conflicto en la congregación israelita. 101 Ezequiel Jonás Ataucusi Molina, ¿un líder invisible? .......................................... 101 Sucesión y conflicto en la congregación israelita ................................................. 105 Consideraciones finales. ........................................................................................... 108 Capítulo III. Una mirada antropológica a la estética israelita. Signos, símbolos y prácticas rituales. ........................................................................................................ 111 Cultura material. Análisis del proceso de producción de símbolos israelitas. .......... 118 El arcoíris: un ejemplo de metamorfosis semántica. ............................................ 127 Vida ritual israelita. ................................................................................................... 130 Los rituales y sus componentes. ............................................................................ 133 La Expiación. Modos de participación en el ritual y gestión del carisma religioso. ........................................................................................................................... 139 Un «encuentro» entre la tradición cristiana y andina en el Perú. ....................... 144 Consideraciones finales. ........................................................................................... 149 Capítulo IV. «Cuando Dios hizo el Edén, pensó en América…». Paisaje, territorio y memoria. La consideración del Perú como «país privilegiado» y la concepción de la selva como la Nueva Tierra Prometida. ............................................................... 151 «Narrativas territoriales», el territorio y la tierra, una aproximación conceptual. .... 152 «Cuando Dios hizo el Edén, pensó en América…». Primer acercamiento a la construcción de las narrativas territoriales israelitas. ............................................... 156 El Perú, país privilegiado. Segundo acercamiento a las narrativas territoriales israelitas. ................................................................................................................... 160 El ayllu amazónico: Las colonias productivas de la selva. Un cronotopos israelita. 170 Las colonias, fronteras vivas del Perú. ................................................................. 173 La selva amazónica, tierra de leche y miel. ....................................................... 173 ii.

(12) Migración a la selva y cotidianeidad israelita en las colonias. .......................... 175 Consecuencias ecológicas de la presencia israelita en la Amazonía. ................ 183 La interpretación del paisaje y la «peregrinación» de lugares sagrados. .................. 187 La «peregrinación» de lugares sagrados. «Oriente» y «Occidente», dos conceptos territoriales fundamentales en las narrativas israelitas. ...................................... 188 Machu Picchu, ¿el nuevo Monte del Sinaí? ....................................................... 189 «El ave del oriente llega al occidente». ............................................................. 192 Consideraciones finales. ........................................................................................... 196 Capítulo V. Movilidad religiosa a través del espacio atlántico. La AEMINPU en la diáspora: los caminos religiosos de los israelitas. ..................................................... 198 Dispersión de la Palabra israelita hacia los cuatro cantones de la Tierra. ................ 204 Movilidad humana y religión. El Atlántico como espacio de flujos o de circulación de personas, ideas, creencias y prácticas. ...................................................................... 209 Transnacionalismo religioso. ................................................................................ 212 El Atlántico como espacio de movilidad transnacional. ....................................... 216 AEMINPU-España. Etnografiando la diáspora israelita. ......................................... 218 Breve conceptualización. ...................................................................................... 218 La AEMINPU en España. ..................................................................................... 221 Séptimo aniversario AEMINPU-España. Un espacio para la sociabilidad étnicoreligiosa. ............................................................................................................ 228 Continuidades y discontinuidades en la diáspora................................................. 230 Consideraciones finales. ........................................................................................... 235 Capítulo VI. Conclusiones ......................................................................................... 237 Bibliografía .................................................................................................................. 245 Anexos. ........................................................................................................................ 266. iii.

(13) Acrónimos AEMINPU – Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal. AMOR – Asociación Misionera de la Orden Revelada APRA – Alianza Popular Revolucionaria Americana CECABI – Centro de Capacitación Bíblica CETA – Centro de Estudios Teológicos de la Amazonía. FAADA – Fundación para el Asesoramiento y Acción en Defensa de los Animales FIA – Frente Independiente Agrícola FREPAP – Frente Popular Agrícola FIA del Perú INE – Instituto Nacional de Estadística (España) INEI – Instituto Nacional de Estadística e Informática (Perú) IURD – Igreja Universal do Reino de Deus JNE – Jurado Nacional de Elecciones LGBTI – Colectivo lesbianas, gais, bisexuales, transexuales e intersexuales. ONPE – Oficina Nacional de Procesos Electorales. PETT – Proyecto Especial de Titulación de Tierras y Catastro Rural PUCP – Pontificia Universidad Católica del Perú. RAE – Real Academia Española. SINAMO – Sistema Nacional de Apoyo a la Movilización Social. iv.

(14) Índice de figuras Figura 1. Ezequiel en las colonias de la selva durante los primeros años……………...62 Figura 2. Iglesia Matriz de Cieneguilla………………………………………………...63 Figura 3. Sede del FREPAP en Cuzco y logo y lema oficial del FREPAP……………73 Figura 4. Ezequiel Ataucusi Gamonal Figura en la ciudad del Cuzco…………………82 Figura 5. Muerte de Atahualpa en Cajamarca………………………………………….85 Figura 6. Ezequiel Ataucusi Gamonal en su despacho…………………………………89 Figura 7. Campo Real de Bermejo……………………………………………………..94 Figura 8. Santa Cena en el Campo Real de Bermejo…………………………………...95 Figura 9. Funeral de Ezequiel y entrada a su mausoleo………………………………..98 Figura 10. Ezequiel fallecido en la urna de cristal……………………………………..99 Figura 11. Ezequiel Jonás (centro de la imagen)……………………………………...103 Figura 12. Ribetes con las figuras de las Líneas de Nazca en la túnica………………117 Figura 13. Simbología israelita………………………………………………………..120 Figura 14. Ezequiel y Jonás, símbolos de los espacios israelitas……………………..124 Figura 15. Imágenes de la bandera del Tahuantinsuyo……………………………….129 Figura 16. Estructura culto israelita…………………………………………………...137 Figura 17. Distribución espacial de un templo prototipo en el Perú………………….140 Figura 18. Templo de Amaru y espacio donde se sitúan las hermanas……………….146 Figura 19. Almuerzo en Amaru……………………………………………………….147 Figura 20. Consigna del «Perú Privilegiado» escrito en la colina de la montaña anexa a la Iglesia Matriz de Cieneguilla…………………………………………..160 Figura 21. Montajes fotográficos sobre imagen del monte de Machu Picchu………..161 v.

(15) Figura 22. Los hemisferios……………………………………………………………161 Figura 23. Interpretaciones del mapa peruano………………………………………...164 Figura 24. Polos de desarrollo agrario en Perú………………………………………..177 Figura 25. Mapeamiento de las colonias israelitas en el Perú………………………...178 Figura 26. Sacsaywamán……………………………………………………………...193 Figura 27. «El ave del oriente» en Sacsaywamán…………………………………….195 Figura 28. Banderas de diversos países en Cieneguilla……………………………….205 Figura 29. Tablón de anuncios iglesia de Barcelona………………………………….206 Figura 30. Iglesia de Barcelona……………………………………………………….224 Figura 31. Iglesia de Madrid…………………………………………………………..225 Figura 32. Detalles de un culto en Barcelona…………………………………………226 Figura 33. Cartel de invitación al séptimo aniversario AEMINPU-España…………..228. Índice de mapas Mapa 1. Mapa de los viajes en el Perú…………………………………………………26 Mapa 2. Situación geográfica del Templo de Amaru (Perú)………………………….146 Mapa 3. Mapeamiento de países donde la AEMINPU está oficialmente reconocida a fecha de 2015………………………………………………………………...204. vi.

(16) Índice de tablas Tabla 1. Porcentajes de afiliación religiosa en el Perú…………………………………..4 Tabla 2. Problemas de manejo de los recursos, suelo y bosque, y recomendaciones impartidas en la comunidad de Alto Monte de Israel…………………………………185. Índice de anexos Anexo 1. Mapa Político de Perú con las localizaciones más importantes señaladas…267 Anexo 2. Línea temporal de la vida de Ezequiel, la AEMINPU y FREPAP en relación a los acontecimientos más relevantes de la historia del Perú en el periodo 1900 – 2016 que atañen de algún modo a los israelitas………………………….268 Anexo 3. Santas y sagradas Alabanzas de la congregación de Israel…………………269 Anexo 4. La Ley Real - desarrollada………………………………………………….271 Anexo 5. Muestra de himnos celestiales……………………………………………...274 Anexo 6. Muestra Himnos del FREPAP……………………………………………...275 Anexo 7. Ejemplo de un estudio bíblico redactado por un hermano israelita………...276 Anexo 8. Certificado de asistencia al reposo sabático del 1 de noviembre de 2014 a la iglesia de Masusa (Iquitos)………………………………………………...279 Anexo 9. Detalle de Entidades Religiosas…………………………………………….280. vii.

(17) Agradecimientos «Es de bien nacido, ser agradecido». He escuchado esta frase en incontables ocasiones a lo largo de mi vida porque desde bien pequeña me han enseñado que dar las gracias implica reconocer al otro como parte importante de lo que hemos conseguido. Por eso, me parece que es la mejor manera de comenzar un apartado de este trabajo que no pretende ser sólo eso, un apartado, sino un espacio donde reconocer su aportación, en alguna u otra manera, a todos aquellos que han formado parte de este trabajo. En primer lugar quiero agradecer a Ruy Blanes, mi orientador, que me diera la oportunidad (junto al resto del jurado que tomara aquella decisión) de entrar a formar parte del proyecto «Currents of faith, place of history: religious diasporas, connections, moral circunscriptions and world-making in the Atlantic space» (CURRENTS), financiado por el Consorcio HERA (Humanities in the European Research Area) y encuadrado en el régimen de contratación para investigación científica del gobierno portugués (Fundação para a Ciência e a Tecnologia). Haber entrado a formar parte de este proyecto no sólo me ha brindado un marco inmejorable donde desarrollarme como antropóloga, sino que me ha permitido conocer a profesionales de esta disciplina de una gran calidad y descubrir un país como el Perú, que tanto me ha aportado, no sólo profesional, sino también personalmente. Toda mi labor como doctoranda la he desarrollado en el Instituto de Ciencias Sociales de la Universidad de Lisboa (ICS-UL), una de las instituciones que ha formado parte de este proyecto, junto a la Universidad de Oxford, la Universidad Libre de Bruselas y la Universidad de Utrecht. Agradezco pues, a todos aquellos que han formado parte de mi proceso formativo (compañeros, profesores y personal administrativo) en el ICS como doctoranda en el VI Programa de Doctorado en Antropología y a los colegas que durante cada encuentro de CURRENTS han aportado cuestiones y reflexiones para mejorar mi trabajo. A lo largo de estos casi cuatro años de trabajo, tanto Ruy Blanes como Susana Viegas, mi co-orientadora y persona de referencia en el ICS, han hecho que mi tesis crezca, no sólo en cantidad sino en calidad. Les agradezco las numerosas y meticulosas lecturas realizadas y la infinidad de contribuciones que me han aportado. También les viii.

(18) agradezco su apoyo constante y su permanente disponibilidad para leer, corregir y estimular mi proceso de aprendizaje. En parte, este trabajo también es suyo. Igualmente quiero dar las gracias a quien me enseñó a hacer antropología, alguien que también he sentido presente durante todo este proceso. Le agradezco a Manuela Cantón que siempre me haya hecho sentir su confianza en mí, y por supuesto, también le doy las gracias por su lectura del proyecto previo y del capítulo tres. Sus comentarios siempre me permiten mejorar. Durante mis estancias en Perú estuve afiliada a la Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP) como investigadora visitante. Agradezco a esta institución que me brindara la oportunidad de acceder a todos sus recursos académicos, formativos y documentales. Allí conocí al profesor José Sánchez, con quien me reuní en varias ocasiones para conversar sobre mi trabajo, resultando muy fructíferas sus reflexiones para pensar la AEMINPU en la diáspora. Le agradezco que desde el principio me dedicara tiempo y me ofreciera su ayuda. También a través de la PUCP conocí a Catalina Romero, a quien agradezco que me ofreciera participar en el Seminario Interdisciplinario de Estudios de Religión (SIER). En esta misma universidad pude conocer personalmente a Juan Ossio, autor de referencia en los estudios sobre los israelitas en el Perú. Le agradezco igualmente su tiempo, las conversaciones tan productivas que mantuvimos, que fuera intermediario con algunos israelitas durante mi segunda estancia en el Perú y que me regalara su último libro sobre los israelitas, «El Tahuantinsuyo Bíblico», lectura obligatoria para quien quiera conocer esta congregación. De igual importancia son los trabajos de Lucía E. Meneses, antropóloga colombiana con quien he mantenido contacto vía e-mail, y a quien le agradezco que haya puesto a mi disposición todo su trabajo, haciéndome partícipe de cada nueva publicación. Tengo que agradecer también su tiempo y su dedicación a cada hermano y hermana israelita que he conocido, tanto en España como en el Perú, a los cuales no voy a nombrar individualmente porque son numerosos y por cuestiones de confidencialidad. A todos ellos, gracias por permitirme hacer mi trabajo y por seguir, a día de hoy, de un modo u otro aun en mi vida. Fuera del ámbito académico también tengo que dar las gracias a muchas personas. Empezando por mi familia, quienes no han dejado de apoyarme desde el principio y han jugado un papel fundamental como soporte emocional en todo este ix.

(19) proceso. Le agradezco a mi padre su compañía en las largas horas de viaje que hemos pasado juntos, y a mi madre, que sin venir también estuviera presente. Especialmente quiero dar las gracias a mi hermano, Daniel, quien además de alentarme constantemente, ha trabajado conmigo en cada traducción que he necesitado. Gracias por esas interminables horas que me ha dedicado y los recursos que puso a mi disposición, ha sido un placer trabajar junto a él. Estas traducciones también fueron leídas por Ana, a quien agradezco su disponibilidad y el estar siempre a mi lado. Ella, junto a Bea, han sido dos pilares fundamentales de apoyo y soporte emocional, dos personas que desde el momento en que las conocí me han hecho crecer en cada ámbito de mi vida. Igualmente le agradezco a Conchi y a Luís su ayuda en el proceso de edición e impresión del documento final. Tengo que dar las gracias también a Javi, con quien comparto el amor por esta profesión. Nos conocimos gracias a la antropología, y ésta, además de una amistad, aun nos une. Le agradezco nuestras conversaciones, siempre me ayudan a pensar y a compartir el peso de realizar un trabajo de estas características. Además le agradezco su lectura del capítulo tres, siempre es un placer compartir mi trabajo con él. Le deseo lo mejor en lo que resta del suyo. Por último, quiero dar las gracias a Fernando, mi compañero de vida. Él ha estado a mi lado desde que preparé mi candidatura para entrar a formar parte de este proyecto hasta la actualidad, jugando un papel fundamental en el buen desarrollo del mismo, y además, ha sido un apoyo personal indiscutible en cada momento. Le agradezco que haya prestado su tiempo para acompañarme en el trabajo de campo, habiéndose convertido en una figura imprescindible para la consumación del mismo. Le agradezco su actitud siempre positiva, su disponibilidad y su naturalidad a la hora de encarar cualquier reto que este trabajo nos haya hecho afrontar. Además le doy las gracias por sus interminables lecturas de cada capítulo, las largas conversaciones que hemos mantenido, y, por supuesto, sus tiempos de espera. Por todo ello, este trabajo también es suyo. Gracias a todos.. x.

(20) «El misterio de Dios en el Perú». Introducción. Este trabajo de investigación versa sobre la Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal, de aquí en adelante AEMINPU, un grupo religioso que surge a mediados del siglo XX en el Perú, donde se ha constituido como uno de los movimientos religiosos más importantes1. Esta importancia se debe, en parte, al hecho de que desde el comienzo de la década de 1980 gracias a sus intervenciones políticas a través del partido político Frente Popular Agrícola FIA del Perú (FREPAP), llegaron a tener representantes en el congreso de la República (en los comicios del año 1992 y en los de 1996). Los israelitas, tal y como se autodenominan los miembros de la congregación, son un grupo religioso que se podría definir como profético y mesiánicomilenarista, y son fácilmente identificables gracias a su literalismo bíblico en tanto que visten con túnicas (y las mujeres también con velo) y hacen uso de las semejanzas o nazareato - cabello largo para hombres y mujeres, y barba en el caso de ellos.. 1. En términos cuantitativos la congregación no cuenta con ningún registro para poder saber a qué cifra asciende el número de miembros que pertenecen a ella, empresa en la que se encuentran inmersos actualmente. No obstante, de los resultados obtenidos en los comicios electorales de 1990 se puede afirmar que había aproximadamente 300.000 fieles a nivel nacional a finales de la década de 1990 (Ossio 1990, 2002; De la Torre 2002). 1.

(21) «El misterio de Dios en el Perú». En cuanto a la composición social, los Israelitas del Nuevo Pacto Universal son un grupo religioso conformado por personas de muy diversa procedencia cultural y geográfica. Ossio (2014: 301) apunta que entre los miembros de esta congregación hay hermanos2 procedentes de grupos como los aguarunas, campas, quechuas del norte, centro y sur, aimaras, mochicas y otros pobladores costeños, de los que, según especifica este autor, su filiación étnica sería difícil de precisar. En términos generales, las características que comparten son su bajo nivel formativo, su condición de migrantes rurales y su precaria situación socio-económica, ya que, como afirman Meneses (2016) y Ossio (2014), los israelitas «son pobres entre los pobres». Según Désilets (2006: 36) los israelitas son un movimiento religioso autóctono peruano, siendo su utopía la restauración del pueblo de Israel en el Perú (Colombani, 2008). A su vez, aparece de manera recurrente en su discurso la idea sobre la expansión de su palabra, y la necesidad de llegar a todas las naciones - según palabras de los propios hermanos - para que toda la humanidad pueda salvarse y pueda tener lugar el juicio final que tan inminentemente anuncian desde sus inicios. Por todo esto y por su instalación fuera de los límites nacionales peruanos (Bolivia, Ecuador, Colombia, Brasil, España, etc.), ya sea física o cibernéticamente, también podría caracterizar a este movimiento religioso como transnacional. De ahí la importancia y lo novedoso de este trabajo, en tanto que no he encontrado la existencia de ninguna investigación que abarque las dos dimensiones - nacional y transnacional - que dialogan en la conformación de este grupo religioso. Este trabajo me permitirá contribuir a los estudios sobre religiones en América Latina y a aumentar el conocimiento sobre la AEMINPU en el Perú, sobre lo que, tras la muerte del fundador apenas se han realizado pesquisas. Será también una nueva contribución para el campo de estudio sobre la diversidad religiosa en Europa, concretamente en España, ya que no existe aun ninguna investigación sobre la AEMINPU-España. Es preciso señalar que no ofrezco en esta disertación una etnografía de la AEMINPU en España, ya que ese trabajo permitiría la realización de una tesis de dimensiones similares a la presente. Ni siquiera mi análisis está pensado en términos comparativos entre el Perú y España, sino que mi interés está 2. Hermano, hermana, es la forma en que se llaman unos a otros entre los miembros de AEMINPU, en tanto que se consideran hermanos espirituales, descendientes de Israel, el pueblo bíblico. Por otra parte, me gustaría apuntar que, a lo largo del trabajo, para referirme a los miembros de la congregación utilizaré el masculino plural - hermanos - como genérico, tal y como es reconocido en la Real Academia Española, englobando, por tanto, a hermanos y hermanas. 2.

(22) «El misterio de Dios en el Perú». encaminado a reflexionar sobre la AEMINPU en la diáspora y el proceso de transnacionalización transatlántica que ésta viene protagonizando en las últimas décadas. Breve contextualización socio-religiosa e histórica3. En el año 2002 el reconocido antropólogo peruano Manuel Marzal, quién dedicó la mayor parte de su trayectoria académica e investigadora a conocer y reflexionar sobre el panorama religioso latinoamericano, denomina a Latinoamérica como la «tierra encantada», con la intención de destacar la vigencia de sus múltiples rostros religiosos. Él mismo lo expresa así:. En efecto, en esta tierra encantada conviven hoy, junto a la Iglesia católica omnipresente, que es fruto de la profunda evangelización hecha por los países ibéricos, viejas religiones autóctonas en regiones poco accesibles, religiones sincréticas de origen americano, africano o asiático, el protestantismo trasplantado por los emigrantes de Europa o Estados Unidos, el pluriforme evangelismo fruto del proselitismo intenso de las últimas décadas y no pocos grupos eclécticos, producto del supermercado religioso del mundo posmoderno (Marzal 2002: 11).. Es en medio de esta ebullición del fenómeno religioso, no sólo a nivel peruano, sino latinoamericano, en el que surgen grupos religiosos como el de los israelitas, el cual constituye un ejemplo de esos rostros religiosos a los que se refiere Marzal en el párrafo anterior. Según este autor (2000), y de acuerdo a las pautas estatales peruanas para producir datos estadísticos sobre las creencias religiosas en el Perú, podrían establecerse cuatro categorías para catalogar el origen o procedencia de las creencias religiosas profesadas por los diversos grupos religiosos - ver tabla 1. La primera sería la de «origen católico», la segunda de «origen cristiano no católico o evangélico», donde estarían los grupos que proceden de la Reforma protestante como son los calvinistas, luteranos o anglicanos, los evangélicos posteriores a la Reforma como son los bautistas o los pentecostales (que proceden especialmente de Estados Unidos) y las confesiones que anuncian la inminencia del fin del mundo (mormones, adventistas, israelitas o testigos de Jehová). En tercer lugar estarían «otras religiones o tradiciones religiosas»,. 3. Ver anexo dos donde muestro una línea temporal de la vida de Ezequiel, la AEMINPU y el FREPAP en relación a los acontecimientos más relevantes de la historia del Perú en el periodo 1900 – 2016 que atañen de algún modo a los israelitas. 3.

(23) «El misterio de Dios en el Perú». donde entrarían mahometanos, budistas o sintoístas. Y la cuarta categoría sería «no creyente o ninguna», que incluye a ateos y agnósticos (Marzal 2000: 21-48). Pero no sólo Marzal se ha preocupado por investigar y producir conocimiento antropológico sobre este campo de estudio. Armas Asín (2008) afirma que la diversidad religiosa en el Perú trasciende los marcos del cristianismo y se expresa en múltiples experiencias religiosas, no sólo importadas sino también producidas por los peruanos reelaborando su propio pasado e incluyendo nuevas creencias e ideas. En la misma línea, Levine (2009), que ha trabajado sobre violencias y religiones en América Latina, Parker (2008) o Bastian (1999) que han reflexionado sobre los vínculos entre religión y política en Latinoamérica, plantean que este pluralismo religioso debe analizarse en conjunción a otros procesos sociales que en las últimas décadas han envuelto a la sociedad peruana - y latinoamericana en su conjunto - dando así gran importancia al contexto histórico para el estudio de este fenómeno social.. CENSO. 1972. 1981. 1993. Población Católica Evangélica Otra religión Sin religión. 100 96,4 2,5 0,7 0,4. 100 94,6 5,0 0,2 0,2. 100 88,9 7,3 0,3 1,4. Tabla 1. Porcentajes de afiliación religiosa en el Perú. Cuadro realizado por Marzal según las cuatro categorías religiosas planteadas en párrafos anteriores. Fuente: Marzal (2000: 24). Desde el inicio del periodo republicano (1821) la relación entre la iglesia católica y el resto de religiones en el Perú ha sido cuanto menos compleja. Como apuntaba anteriormente, desde principios del siglo XX empiezan a llegar al Perú otras religiones que comienzan a resquebrajar el poder de cohesión social y la legitimidad política que hasta el momento había tenido el catolicismo4. Hasta llegar al artículo 50 de la 4. Ciertamente en el Perú no se reconoce directamente el estatus de religión oficial al catolicismo, aunque a efectos prácticos y en cuanto a volumen de población que se define como católica es la confesión predominante y la que mayor poder de influencia tiene en el país. En 2012, en el periódico El Comercio, se publicó la siguiente noticia «El Perú es el noveno país más religioso del mundo». Según los datos correspondientes a la publicación del Instituto Nacional de Estadística e Informática (INEI) del gobierno peruano del Sistema de Consulta de Cuadros Estadísticos – Censos Nacionales 2007: XI de Población y VI de Vivienda, el 81,3% de la población de 12 y más años se declara católico, el 12,5% dentro de la categoría cristiano/evangélico, y el resto a otras o ninguna creencia. Ver más en: http://censos.inei.gob.pe/cpv2007/ tabulados/# [Consultado en 18/06/2015]. 4.

(24) «El misterio de Dios en el Perú». Constitución - aun vigente - de 19935, ha habido otras tantas normas que han dado y vuelto a quitar esa posición de oficialidad a la iglesia católica, y por tanto el estado ha sido confesional y aconfesional en varias ocasiones en tan corto espacio de tiempo. Esta disparidad legal provocó un clima de recelos y desconfianza hacia el mundo legal, y en determinados momentos, abusos de poder por parte de las autoridades eclesiásticas hacia los derechos de las otras religiones. Armas Asín (2008: 25-26) afirma lo siguiente:. Tengamos en cuenta que ya antes de 1967, si bien todas las denominaciones no católicas habían tenido problemas en su prédica, unas habían sufrido más que otras: sin duda las que tenían trabajos más arraigados en sierra y selva. […] Lo mismo sucedía con los nuevos rostros religiosos. En esos años prácticamente todos los actores que hoy contemplamos en la sociedad se hicieron presentes: testigos de Jehová y mormones se unieron a adventistas como los grupos no cristianos que más rápido se desarrollaron en las diversas regiones del país. Hacia final del período - 1970 - se funda la Asociación Israelita del Nuevo Pacto Universal, de Ezequiel Ataucusi, en la sierra central, entre campesinos, logrando igualmente un buen impacto y desarrollo. Serán grandes movimientos religiosos que con el tiempo, juntos, sean un núcleo fuerte luego de los evangélicos - pentecostales incluidos. Pero a su vez son los otros de la violencia cotidiana ahora, los que curiosamente, junto a los adventistas, empezaron a tener muchas tensiones con el medio.. A finales del siglo XX es cuando se afianza en mayor medida la diversidad religiosa en el Perú y comienzan a tener mayor presencia pública. Como plantea Armas Asín, filósofo e historiador, se da un proceso de peruanización de estos otros rostros religiosos, pasando de ser misiones a iglesias, de ser extraños en la sociedad peruana a formar parte de la misma, lo cual aun no las eximía de ser objeto de violencia, ya no solo directa por parte de las autoridades eclesiásticas, sino también por parte de los medios de comunicación y autoridades civiles. La AEMINPU comienza a forjarse a mediados de siglo XX, no siendo reconocida jurídicamente hasta finales de los años 60 del mismo siglo. Esta década y la siguiente constituyeron una época dramática en el Perú a causa de continuas reformas agrarias, una política nacionalista y un desarrollo industrial compulsivo, no exento de 5. En el artículo 50 de la Constitución política vigente desde 1993, titulado «Estado, Iglesia Católica y otras confesiones», reza lo siguiente: «Dentro de un régimen de independencia y autonomía, el Estado reconoce a la Iglesia Católica como elemento importante en la formación histórica, cultural y moral del Perú, y le presta su colaboración. El Estado respeta otras confesiones y puede establecer formas de colaboración con ellas». 5.

(25) «El misterio de Dios en el Perú». enfrentamientos con los sectores empresariales. La década de los años 70 es caracterizada por Armas Asín (2008: 27) como la del discurso antiextranjero y antiimperialista, elementos que se ven reflejados en el discurso religioso y político de los israelitas, y también en el de otros grupos religiosos como el de los pentecostales. Este mismo autor afirma que los años comprendidos entre 1980 y 2000 es un periodo donde tiene lugar una nueva crisis política, social y económica, todo ello agravado por el surgimiento de Sendero Luminoso6. Es a partir de los años 80 cuando Ossio (2014) identifica una amplia expansión del movimiento israelita, aglutinando a nativos andinos, amazónicos y costeños, hecho probablemente provocado por la búsqueda de alternativas al terrorismo de los senderistas. Es en estos años cuando nace el Frente Evangélico para participar en política, coincidiendo poco después con la formación del FREPAP, partido político fundado por Ezequiel Ataucusi Gamonal y que es definido en su estatuto (1994) como el auténtico «Partido del pueblo explotado y marginado del Perú». Scott (s. d.) afirma que son cuatro los puntos fundamentales en los que se basa la filosofía política israelita: la moralización, la educación, el trabajo y la salud. «En una sociedad donde las masas habían sido ignoradas, la justicia y la agricultura iban a actuar como bases para obtener el apoyo nacional» (Scott s. d.: 34). Según Armas Asín (2008) estas incursiones políticas de grupos religiosos fueron síntomas de búsqueda de canales propios para hacerse escuchar en el campo político mostrando un rol activo para influir sobre la conducción y desarrollo del devenir político, social, económico y cultural del Perú.. Sea en términos religiosos o políticos, la aspiración de la AEMINPU es congruente: buscar la salvación de la humanidad debido al estallido de un cataclismo inevitable y superar la crisis estructural que vive el Perú a través de una persona cuyos poderes son proporcionales a los males que enfrenta. En ambos casos la alternativa añorada es proporcionada por los ideales del Tahuantinsuyo asociados estrechamente con la agricultura y con una organización social basada en el ayllu y la reciprocidad (Ossio 2014: 352)7.. 6. El Partido Comunista del Perú (PCP-SL) es conocido coloquialmente como Sendero Luminoso. Es considerado de inspiración maoísta y fue liderado por Abimael Guzmán. Dio lugar a partir de 1980 a las dos décadas de violencia más intensa, y al periodo más prolongado de terrorismo que el Perú ha vivido en toda su historia republicana (Degregori 2013: 24). 7 El Tahuantinsuyo refiere al periodo de gobierno establecido por los incas, y el ayllu es un vocablo de procedencia quechua que significa comunidad. Ambos términos aparecerán en numerosas ocasiones a lo largo de la tesis y serán exploradas y problematizadas en mayor profundidad en sucesivos capítulos, por eso hago aquí sólo un breve apunte de sus significados con idea de familiarizar al lector con los mismos. 6.

(26) «El misterio de Dios en el Perú». Como vengo exponiendo, las condiciones contextuales en términos históricos, económicos, políticos y socioculturales8 de aquella época permitieron que apareciera un pluralismo religioso sin precedentes contrastados en el país, y que ha de analizarse en conjunción con otros procesos que han envuelto a la sociedad peruana desde las primeras décadas del siglo XX (Armas Asín 2008). Numerosas religiones llegaron al Perú en aquellos momentos, entre los que podríamos nombrar a los adventistas, mormones o testigos de Jehová. En 1940 se crea el Concilio Nacional Evangélico del Perú (CNEP), hecho importante que marca una mayor articulación y presencia política y social de los evangélicos (Armas Asín 2008: 22). Es precisamente esta década de 1940 cuando la figura de Ezequiel Ataucusi comienza a cobrar importancia como predicador religioso de procedencia andina, convirtiéndose en la pieza medular de uno de los movimientos religiosos más importantes en el Perú en el siglo XX. De hecho, Ossio (2014: 60) lo considera «un reflejo de las profundas transformaciones que, a partir de estos años se empiezan a gestar en el Mundo Andino […]». La emergencia de la congregación israelita es pues el corolario de la trayectoria etnohistórica que venía atravesando el Perú en las décadas previas, pero también el resultado de un conjunto de experiencias que su fundador vive a lo largo de su vida. Así pues, la historia de la congregación está íntimamente relacionada con la biografía de Ezequiel - ver capítulo uno y dos -, quien es reconocido como el nuevo profeta para el nuevo pueblo de Israel, y que ya fue protagonista de varias experiencias religiosas a lo largo de su vida (Scott 1984; De la Torre 1996a y 2007; Marzal 2002). Ezequiel tuvo la capacidad de atraer a seguidores no sólo dentro del Perú, sino también fuera de las fronteras nacionales. Además ha sido el único líder peruano - aparte de Juan Santos. 8. Considero necesario apuntar brevemente que en la década de los años cuarenta del siglo pasado en el Perú comenzó una verdadera explosión demográfica, proceso que estuvo acompañado por una masiva migración desde el campo a la ciudad y a su vez de la sierra hacia la costa como consecuencia de la crisis de la economía de subsistencia serrana, concentrándose la población en las grandes ciudades, especialmente en Lima, teniendo lugar una inserción fragmentaria de los migrantes en este nuevo contexto. Las ciudades no estaban preparadas para la llegada de esta gran masa de personas, quienes demandaban servicios de salud, vivienda y educación, lo cual significaba que era un espacio fértil para el populismo de cualquier tendencia (Contreras y Cuetos 2013), incluido el religioso. Fue en estas barriadas donde los migrantes andinos comenzaron a establecerse, llamados por el espejismo de una vida mejor. Por estos motivos, es esta la zona urbana donde la congregación israelita tuvo, y sigue teniendo, mayor aceptación. Para muchos israelitas establecidos en estas barriadas el medio campesino había dejado de ser una realidad atrayente, optando en su lugar por la adscripción a esta congregación religiosa, la cual se convierte en fuente de seguridad y esperanza, ofreciéndole ciertos instrumentos para salvaguardar sus derechos (Ossio 2014: 314). 7.

(27) «El misterio de Dios en el Perú». Atahualpa9 - de la etapa posterior a la conquista que ha conseguido aglutinar en un mismo movimiento a peruanos procedentes de las tres áreas orográficas que conforman el país: la sierra, la costa y la selva.. Los israelitas peruanos: una aproximación preliminar a su doctrina religiosa. Una vez presentado brevemente el contexto en el que surge la AEMINPU, quiero mostrar al lector de forma introductoria la doctrina religiosa propuesta por Ezequiel Ataucusi Gamonal, la cual está construida a partir de su exégesis bíblica y tiene como una de sus bases fundamentales su nueva compilación de los diez mandamientos, que se materializa en la «Ley Real»10. Además, De la Torre (2005: 334) y Meneses (2009: 100) identifican tres proposiciones fundamentales en las que podría ser resumida la doctrina religiosa israelita: 1) La confirmación mesiánica de Perú como nuevo lugar elegido («Perú privilegiado») por la providencia, convirtiéndose así el Perú en el escenario del nuevo pacto y del nuevo pueblo elegido. 2) La concepción de Ezequiel como el nuevo Mesías, reconociendo a Jesucristo como el «Cristo de Oriente», siendo Ezequiel su reencarnación, al cual denominaron «Cristo de Occidente». Tal y como he mostrado en el apartado anterior, «la fundación de la AEMINPU está muy ligada a la vida de Ataucusi» (Marzal 2002: 545), lo cual también es denotado por investigadores como Juan Ossio (2003; 2014), Arturo De la Torre (1996a, 1996b, 2005, 2006, 2007) o Romerales (2011). Tras su muerte en el año 2000, su importancia se ha mitificado y su mausoleo, situado en Cieneguilla, Lima, ha sido11 un lugar de peregrinación para los fieles. La desaparición - física - del líder, quién era - y sigue siendo - la piedra angular de este movimiento religioso, desencadenó una crisis de identificación entre los fieles a causa de la sucesión. Ya antes de morir, bajo 9. Ver más en De la Torre (2004). Ver anexo cuatro, donde incluyo Ley Real desarrollada. 11 Utilizo la forma en pasado del verbo ser, porque el mausoleo fue un lugar de peregrinaje, que siempre estaba limpio y adornado con flores. Hoy no es así. La primera vez que visité el santuario de Cieneguilla, Lima, donde se encuentra la Iglesia Matriz, para asistir a un reposo general, la familia de hermanos a la que acompañábamos quiso llevarnos a visitar el mausoleo, que está situado ladera arriba a más de un kilómetro de las últimas cabañas donde descansan los hermanos. No pudimos, había un camión atravesado cortando el paso hacia el camino de subida y al menos cinco hermanos haciendo guardia para que nadie pudiera llegar a donde descansan las exequias de Ezequiel. No nos dieron ningún motivo, simplemente no se podía. 8 10.

(28) «El misterio de Dios en el Perú». inspiración divina, Ezequiel dejó dicho quién sería el sucesor: su hijo menor Ezequiel Jonás Ataucusi Molina. Pero no toda la congregación está de acuerdo con la decisión tomada. Será necesario hacer un trabajo reflexivo sobre la figura de Ezequiel, entendido como un líder con autoridad carismática, y de Ezequiel Jonás, un líder ausente12, siendo esta ausencia la que precisamente reelaboran los hermanos para legitimar su figura. 3) La convicción milenaria de que ellos son la generación actual de israelitas, la cual Dios vendrá a juzgar: tras mil años de vida vendrán siete años de castigo a los que sólo sobrevivirán los israelitas, para los que se iniciará el paraíso terrenal. Algo a destacar característico de su doctrina es que constituye una «teología de la historia» (Romerales 2011). Esto es, una teología que en términos religiosos resuelve grandes cuestiones históricas como el surgimiento y desarrollo del Imperio incaico, la llegada del pueblo israelita al Perú, o la interpretación del significado de las Líneas de Nazca, y da un sentido a los hechos, como pueden ser las explicaciones escatológicas acerca de las catástrofes naturales, las cuales identifican como la ira de Dios contra los impíos. Igualmente, en su doctrina es posible encontrar elementos procedentes de la cultura andina y del catolicismo, ya que Ezequiel fue criado y socializado en una familia indígena andina y católica. Precisamente, la categoría de «religión peruana» con la cual es caracterizada la AEMINPU por los investigadores que han trabajado sobre la misma (De la Torre 2004; Désilets 2006; Marzal 1988; Ossio 2003, 2014; Scott s. d. 1987) viene dada por esa raigambre andina que caracteriza el imaginario de esta congregación, por el peso que el contexto histórico tiene en la conformación de la misma y por la propia importancia que ellos dan en su discurso a su vínculo con la nación y el territorio peruano, al cual identifican como «Perú privilegiado». Por otra parte, como mostraré, también existen similitudes con el pentecostalismo y especialmente con el adventismo, ya que fue ésta la religión en la que Ezequiel estuvo inmerso durante los años antes a la fundación de la AEMINPU, donde comenzó a aprender a leer la Biblia y a tener revelaciones que, bajo mandato divino, tenía la obligación de predicar, motivo, precisamente, por el que fue expulsado de la congregación adventista. 12. Existe una tesis para optar al título de Licenciatura en Antropología realizada por Mónica de Feudis Ferradas, publicada en 2007 a través de la Pontificia Universidad Católica del Perú, y titulada El mesías invisible. El liderazgo en el movimiento israelita del Nuevo Pacto Universal después de Ezequiel Ataucusi. Entre toda la revisión bibliográfica realizada, este trabajo es uno de los pocos que existen posteriores a la muerte de Ezequiel, lo cual puede estar motivado por las dificultades de acceso a los miembros de la parte administrativa de AEMINPU, y al propio Ezequiel Jonás, a quién ni siquiera la mayoría de los hermanos tienen acceso. Profundizaré sobre este aspecto en capítulo dos. 9.

(29) «El misterio de Dios en el Perú». Definición del problema de investigación: religión y movilidad. Este trabajo se sitúa en la intersección entre procesos de movilidad religiosa y de configuración de nuevas geografías sagradas. La relación entre religión y movilidad no es específicamente moderna (Blanes 2012: 368), aunque tal y como analizan Sarró y Blanes (2009a), diferentes autores durante muchos años consideraron la religión como una forma de situarse en un lugar del mundo. Debo contextualizar este debate sobre religión y movilidad, ya que lo que me interesa reflejar aquí es el marco geográfico en el que se desarrolla el fenómeno religioso sobre el que se desenvuelve mi investigación, y eso es el Atlántico y sus márgenes, terrestres y/o simbólicos. Así pues, mi trabajo se enmarca en los procesos de transnacionalización religiosa a través del espacio atlántico, y para ello será necesario atender a los flujos migratorios que a través de él vienen tomando forma desde mediados del siglo XX. Es posible encontrar hermanos israelitas prácticamente en toda Latinoamérica (Bolivia, Paraguay, Chile, Colombia, Brasil, Costa Rica, Venezuela, Argentina y Ecuador), ya que desde los inicios de la congregación, uno de los objetivos ha sido la «expansión de la palabra hacia los cuatro cantones de la tierra». Pero además, los israelitas también se han movilizado hacia otras partes del mundo. De hecho, hay hermanos establecidos en Estados Unidos, en algunos países de Asia y en Europa. No obstante, el único lugar fuera de Latinoamérica donde hay una filial israelita registrada oficialmente es en España, donde tras un largo proceso ha sido reconocida por el Ministerio de Justicia del gobierno español, y en el Perú por la Iglesia Matriz de la congregación. Esta denominación religiosa llega a España a través de migrantes peruanos a finales de la década de los ochenta del siglo XX, quienes iniciaron este viaje por motivos económicos y, evidentemente, no pueden dejar atrás toda su carga cultural y religiosa. Como ya anuncié anteriormente, mi análisis no está encaminado a la comparación de lo que sucede en los distintos lugares fuera del Perú donde la AEMINPU ha sido o sigue siendo relocalizada, sino más bien al análisis del proceso de transnacionalización que viene protagonizando y de las transformaciones que tienen lugar como consecuencia de dicho proceso, tanto a un lado de la frontera como al otro y a ambos lados del Atlántico. Considero que esto que vengo comentando se refleja en las ideas de Basch, Glick y Szanton (1994, cit. pos. García 2008), quienes definen el 10.

(30) «El misterio de Dios en el Perú». transnacionalismo como el conjunto de procesos que los migrantes ponen en marcha para articular y mantener relaciones que se entrecruzan y que unen las sociedades de origen y las de recepción. A esta definición puntualizaría varios aspectos: primero que las categorías de sociedades de origen y de recepción deben ser problematizadas, en tanto que si aceptamos la movilidad cuasi continua que caracteriza, no sólo a la AEMINPU en concreto, sino a las sociedades contemporáneas en general, entiendo que sería más apropiado hablar de lugares de origen y de recepción, para evitar en cierto modo la inmutabilidad de las sociedades o las culturas. Segundo, añadiría que lo que se produce entre los lugares de origen y recepción no son sólo conexiones, sino también desconexiones. Y por último, que estos procesos de conexiones y desconexiones, además de establecerse entre lugares de origen y recepción, también se producen entre los distintos lugares donde, en este caso los hermanos israelitas, han emigrado. Es decir, estas relaciones transnacionales no sólo se producen entre los hermanos que están en el Perú y en España, sino también entre estos y los que moran en Italia, Estados Unidos, Bolivia, Colombia, etc. tejiendo así una red étnico-religiosa transnacional israelita. La antropología de la religión debe seguir aprendiendo sobre movilidad, por eso en este trabajo pretendo dar cuenta de los itinerarios proféticos de conexión atlántica que existen entre el Perú y «Oriente», pluralizando así los recorridos de dichos itinerarios. La religión hoy ya no viaja en un solo sentido, y eso lo mostraré con el análisis en torno a AEMINPU-España que se sucederá en el quinto capítulo. Mónica Cornejo, Manuela Cantón y Ruy Blanes (2008: 19), especialistas en el campo religioso, en un texto conjunto, afirman que:. La religión hoy viaja, emigra, circula, se re-localiza, etc. Y produce nuevos itinerarios, recuperando viejas carreteras y creando nuevas autovías: el movimiento atlántico y meridional de “nuevos cristianismos” (pentecostales, carismáticos, etc.), la recomposición del mapa europeo a partir del reconocimiento de la “multirreligiosidad”, la circulación religiosa a través de “mercados”, en la recomposición etno-religiosa de espacios urbanos, en las nuevas estrategias de misión, etc. El cristianismo ya no se mueve de este a oeste, como sucediera en la Antigüedad, ni de norte a sur, como sucediera en su segunda expansión: hoy también viaja de oeste a este, de sur a norte y a través de todo tipo de triangulaciones (Sarró y Blanes 2009a: 8; traducción propia).. 11.

(31) «El misterio de Dios en el Perú». Siendo consciente de que la movilidad religiosa no atañe sólo al cristianismo, quiero centrar esta discusión sobre la movilidad religiosa en lo que refiere a la historia cristiana del contexto atlántico (Johnson 2007; Levitt 2001, 2003; Sarró y Blanes 2008, 2009b; Sarró 2009; Steigenga, Palma y Girón 2008). Esta segunda expansión del cristianismo a la que se refieren Sarró y Blanes en la cita anterior se produce a continuación del viraje europeo, y más concretamente ibérico, hacia el Atlántico en el siglo XV. A partir de este momento se asentó el camino para la expansión religiosa del cristianismo en América, extendiéndose así la lectura de la Biblia, e iniciándose un proceso de sincretismo religioso que marca la ideología de grupos religiosos como los israelitas. Un sincretismo religioso entendido en términos procesuales (cf. Alvarado Borgoño 1995; Pereira de Queiroz 1969; Richard 2014), y que, en este caso, aglutina como he advertido en párrafos anteriores, elementos resemantizados por los israelitas que proceden del pasado etnohistórico peruano, del mesianismo andino y del cristianismo que viaja desde lo que los israelitas llaman «Oriente» hacia el Perú, lo que ellos reconocen como «Occidente». Por otra parte, pero en estrecha relación a lo que vengo aludiendo, he de hacer referencia a un concepto que jugará un papel fundamental a lo largo de mi análisis, y que trabajaré en profundidad en el quinto capítulo: el de diáspora 13. Este concepto refiere dispersión, movimiento migratorio colectivo, y esto es precisamente uno de los aspectos que caracteriza a la congregación israelita del Perú (Rospigliosi 1995). Pero cuando se hace referencia a la diáspora, no sólo se tiene en cuenta el movimiento físico de las personas entre distintos lugares, también se evoca la circulación de ideas y creencias. La religión hemos de pensarla como un fenómeno que no es estático, sino que se recrea y se relocaliza constantemente. Se trata de entender la religión como algo que está más acá y más allá de las propias instituciones religiosas, «como ejes de experiencias vividas y pensadas de incontables maneras, presentes en la vida cotidiana bajo formas mucho más variadas, discontinuas y sorprendentes de lo que la fijeza de la mirada de la ciencia logra aprehender» (Rodrígues Brandâo 1995: 15 - 16).. 13. Clifford 1994, 1997; Cohen 1997, 2008; Hall 1990; Johnson 2007; Topel 2015; Reesink 2014; Safran 1991, 2004; Vertovec 2004. 12.

Imagem

Figura 1. Ezequiel en las colonias de la selva durante los primeros años.  Ezequiel está  situado en el centro de la imagen, en primera fila acompañado, tras él, de  numerosos
Figura 2. Iglesia Matriz de Cieneguilla. Culto de Sábado. Realización propia, octubre de 2014
Figura 3. A la izquierda sede del FREPAP de la ciudad de Cusco (realización  propia). A la derecha logo y lema oficial del FREPAP
Figura 4. Ezequiel Ataucusi Gamonal en la ciudad del Cuzco. Aparece ataviado  con una banda con los colores de la bandera tahuantinsuyana (arcoíris)  atravesada por la bandera peruana (rojo-blanco-rojo), y con una vara de mando
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Referências

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