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Nova metodologia para determinação do estoque de segurança: um estudo aplicado a um banco de sangue no Rio Grande do Norte / New methodology for determining the safety stock: a study applied to a blood bank in Rio Grande do Norte

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Academic year: 2020

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Nova metodologia para determinação do estoque de segurança: um estudo

aplicado a um banco de sangue no Rio Grande do Norte

New methodology for determining the safety stock: a study applied to a blood

bank in Rio Grande do Norte

DOI:10.34117/bjdv6n5-389

Recebimento dos originais: 10/04/2020 Aceitação para publicação: 20/05/2020

Rute Anadila Amorim de Oliveira

Técnica em Logística (IFRN) Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Rua Carlos Guedes Alcoforado, S/N, Centro, São Gonçalo do Amarante-RN, Brasil E-mail: ruteaamorim@hotmail.com

Ana Regina de Lima Santos

Técnica em Logística (IFRN) Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Rua Carlos Guedes Alcoforado, S/N, Centro, São Gonçalo do Amarante-RN, Brasil E-mail: anareginalima13@gmail.com

Mariah Caroline Martins de Sousa

Técnica em Logística (IFRN) Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Rua Carlos Guedes Alcoforado, S/N, Centro, São Gonçalo do Amarante-RN, Brasil marihcaroline_@hotmail.com

Marcus Vinicius Dantas de Assunção

Doutor em Engenharia (UFRN) Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Rua Carlos Guedes Alcoforado, S/N, Centro, São Gonçalo do Amarante-RN, Brasil E-mail: marcus.assuncao@ifrn.edu.br

Michelle Luíse Soares da Silva Silveira

Mestre em Engenharia de Produção (UFRN) Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Rua Carlos Guedes Alcoforado, S/N, Centro, São Gonçalo do Amarante-RN, Brasil E-mail: michelle.soares@ifrn.edu.br

RESUMO

Este artigo propõe uma nova metodologia para determinação de um intervalo de estoque de segurança para demandas aleatórias. O trabalho justifica-se pelo estabelecimento de parâmetros de análise com a intenção de viabilizar estudos na área, bem como a importância associada dessa temática em relação ao gerenciamento de estoques. A metodologia adotada para a realização desta pesquisa foi do caráter qualitativo e abordagem exploratória, diante dos dados de um estudo de caso, os quais foram extraídos de uma pesquisa publicada por Gurgel e Carmo (2014), realizada no hemocentro do oeste potiguar. Com os resultados alcançados pôde-se depreender a necessidade da utilização do método proposto por qualquer tipo de organização produtiva. A determinação do intervalo de estoque mínimo busca

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otimizar do gerenciamento de estoques de bancos de sangue ou qualquer cenário empresarial que apresente demandas aleatórias.

Palavras-chave: Gestão de estoques; Estoque mínimo; Metodologia; Bancos de sangue.

ABSTRACT

This paper proposes a new methodology for determining a range of safety stocks for random demands. The work is justified by the establishment of parameters of analysis with the intention of making feasible studies in the area, as well as the importance associated with this issue in relation to inventory management. The methodology used to carry out this research was qualitative and exploratory approach, based on the data of a case study, which were extracted from a research published by Gurgel and Carmo (2014), carried out in the hemocentro of western potiguar. With the results achieved it was possible to understand the need to use the method proposed by any type of productive organization. Determining the minimum stock range seeks to optimize the management of stocks of blood banks or any business scenario that presents random demands.

Keywords: Inventory management; Minimum stock; Methodology; Blood banks.

1 INTRODUÇÃO

Em decorrência do avanço tecnológico e da rápida troca de informações que o presente cenário proporciona, as empresas necessitam cada vez mais gerar respostas instantâneas e precisas de maneira eficiente, procurando melhor atender as mudanças vigentes. Para tanto, as organizações carecem de uma adaptação a essa nova tecnocracia gerando métodos de trabalho e ferramentas mais dinâmicas e eficazes, reduzindo custo e tempo.

Até o início da década de 80, as empresas só se preocupavam em vender e faturar, não dando ênfase aos seus estoques. Assim, esqueciam que estes, eram uma fonte de crescimento; ignoravam a sua eficácia em medir custos e benefícios para as empresas. Com o advento da cadeia de suprimentos, os estoques passaram a ter um papel de protagonismo, uma vez que provocam um impacto significativo na estratégia desenvolvida para ela (BALLOU, 2006).

Nesse ensejo, insere-se a importância do correto e preciso controle dos estoques, com a plena utilização de suas ferramentas de modo correto e preciso a fim de que se obtenha uma política de estoques capaz de desenvolver a logísticas empresariais e operacionais associadas ao controle organizacional eficiente.

Dentre as ferramentas utilizadas para tal controle, insurge a importância da correta utilização do estoque de segurança nas empresas, sobretudo se consideradas as instituições sociais e/ou filantrópicas, como as redes hemoterápicas, uma vez que as instituições que as controlam são governamentais e carentes de tecnologias dinâmicas capazes de desenvolverem, a contento ferramentas eficientes de controle.

Diante dessa perspectiva, identifica-se a necessidade da utilização da gestão logística na rede hemoterápica a fim de propiciar a administração otimizada de recursos e processos. Nesse sentido,

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esse estudo tem por objetivo propor um método capaz de determinar um intervalo de estoque de segurança para demandas incertas. Justifica-se, portanto, a realização desse trabalho pelo estabelecimento de parâmetros de análise com a intenção de viabilizar estudos na área, bem como a importância associada dessa temática em relação ao gerenciamento de estoques.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LOGÍSTICA E GESTÃO DE ESTOQUES

Logística é a área responsável pela administração e gerenciamento de serviços, materiais e informações de uma empresa utilizando-se, para tanto, de meios econômicos, práticos e seguros, a fim de se atingir a satisfação do cliente. Suas atividades têm como objetivo otimizar os processos da empresa, a fim de elevar o nível de serviço ofertado por elas (SANTOS et al., 2015).

Segundo Novaes (2001); Ballou (2006), logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, buscando-se atender as demandas do consumidor e elevando-se os níveis de serviços associados.

Assim, são muitas as atividades logísticas necessárias para se atender estes objetivos, segregadas como atividades primárias e secundárias. Dentre as atividades primárias da logística se tem os estoques, que são importantes porque, entre outros fatores, representam maiores custos, têm influência na rentabilidade da empresa, e podem ser considerados como uma ferramenta de estratégia competitiva para as organizações.

Considerando o que os estoques representam para a cadeia logística em termos de custos e valor agregado, Ballou (2006) apresenta as vantagens e desvantagens que os estoques podem trazer para as organizações, elencadas no Quadro 1.

Quadro 1 – Vantagens e desvantagens dos estoques

VANTAGENS DOS ESTOQUES DESVANTAGENS DOS ESTOQUES Melhoram o nível de serviço; Ocupam grandes espaços, gerando gastos; Incentivam economias na produção e

permitem economia de escala nas compras e no transporte;

Podem encobrir problemas de qualidade;

Agem como proteção contra aumentos de preços e servem como segurança contra contingências;

Podem promover isolamento entre os canais da cadeia;

Protegem a empresa de incertezas na

demanda e no tempo de ressuprimento. Riscos de obsolescência e deterioração. Fonte: Adaptado de Ballou (2006).

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Sabe-se que toda e qualquer empresa tem como objetivo principal a maximização dos lucros sobre o capital investido. Logo, viu-se que os estoques poderiam servir de “salto” para a otimização dos processos produtivos e atendimento das vendas, mediante o aperfeiçoamento dos seus investimentos, os quais poderiam ser usados como forma de alavancar os lucros.

Com base no que diz Chiavenato (2005), as principais funções do estoque são: garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de demora ou atraso no fornecimento de materiais; sazonalidade no suprimento; riscos de dificuldade no fornecimento; flexibilidade do processo produtivo; rapidez e beneficência o atendimento às necessidades.

2.2 ESTOQUE DE SEGURANÇA

O estoque de segurança tem o propósito de compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda. Ele também pode compensar as incertezas no processo de fornecimento de bens para o estabelecimento e, ainda, compensar a falta de confiabilidade de alguns fornecedores ou empresas de transporte (Slack et al., 2009),

O objetivo do estoque mínimo, também chamado de estoque de segurança, é a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas. E dentre essas causas pode-se citar a oscilação no consumo, a oscilação nas épocas de aquisição, a variação na qualidade, divergências nas remessas por parte do fornecedor e diferenças de inventário (Dias, 2010) De acordo com Tubino (2004), o estoque de segurança pode representar o estoque de produtos para suprir determinado período, além do prazo de entrega para consumo ou vendas, prevenindo possíveis atrasos na entrega por parte do fornecedor. Sabe-se que devido à dificuldade de se balancear com precisão o custo da falta e o custo do excesso, o estoque de segurança deve ser calculado com base no conceito de nível de serviço, que se refere à probabilidade de que a falta de um produto em estoque não ocorra. A importância do Estoque de Segurança é a chave para o adequado estabelecimento do ponto de pedido.

O cálculo do estoque mínimo aplica-se a partir da equação simples:

𝐸. 𝑀𝑛 = 𝐶 𝑥 𝐾

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− E.Mn é o estoque mínimo; − C é o consumo médio mensal;

− K é o fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra um risco de ruptura.

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Sandrini; Mesquita (2008) em estudos experimentais verificaram que o aumento da variação de demanda exige um maior estoque de segurança para acomodação ou minimização das incertezas.

Os estoques de segurança existem por causa das incertezas da demanda e do lead time de fornecimento. Segundo Ballou (2006), se a demanda fosse determinística e a reposição fosse instantânea, não haveria a necessidade desse tipo de estoque.

Chan et al. (1999) afirmam que, em muitas empresas, os estoques de segurança estão diretamente relacionados ao desvio padrão da previsão e que há vários estudos que combinam diferentes modelos de previsão com obtenção de melhores resultados.

Para a obtenção de melhores resultados, é necessário analisar a medida de dispersão que nos dá como resultado o grau de variação do consumo, isto é, o desvio padrão. A equação que viabiliza tal cálculo é: 𝜎 = √∑𝑛𝑖=1(𝑋𝑖− 𝑀)² 𝑛 (2) − Xᵢ é o consumo-período; − M é o consumo médio mensal; − n é o número de períodos.

2.3 BANCOS DE SANGUE

Subsidiariamente aos conceitos tradicionais de logística, Carter; Jennings (2002); Tenhunen (2008) descrevem a logística social como uma ferramenta de suporte a problemas relacionados ao meio ambiente, à diversidade, à segurança, à filantropia e aos direitos humanos. Contudo, as atividades intrínsecas à Logística Social se assemelham às atividades da Logística Empresarial definidas por Ballou (2006). Dentre as organizações que trabalham inseridas no complexo contexto da logística Social, destacam-se os bancos de sangue.

De acordo com Martins et al. (2016), o banco de sangue é um órgão primordial para a saúde pública e tem a responsabilidade de fornecer serviços provenientes à ajuda e manutenção do sistema de saúde. Atualmente a necessidade destes componentes decorrentes de doações altruístas é vital para salvar vidas que necessitam de uma transfusão sanguínea devido a situações desde patológicas e cirúrgicas até acidentes que levam a perda significativa de sangue.

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Martins et al. (2016) complementa sua visão afirmando que fica clara a importância do banco de sangue dentro da saúde pública para salvar vidas diariamente. Salienta-se que o Brasil ainda precisa maximizar as políticas públicas de saúde referente às doações, para que o ato de doar sangue se torne comum, onde os colaboradores provocam um impacto moral a sociedade em que vivem. E além disso, mostram o significado e a relevância de se tornar um voluntário periódico da doação de sangue, afinal a ajuda de um único doador pode levar a salvar mais uma vida.

Segundo Gurgel; Carmo (2014), os hemocentros são responsáveis por coletar, processar, armazenar e distribuir o sangue e seus derivados. Como o fornecimento de sangue do doador e a procura por esses produtos ocorrem de maneira aleatória, realizar a adequação entre oferta e demanda não é uma tarefa simples. Portanto, assegurar que esse produto esteja disponível para uso em tempo hábil, é fundamental para assegurar a prestação do serviço.

Quanto à tipologia do sangue, segundo a Fundação Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo (2010), no Brasil os tipos sanguíneos mais comuns são A+, A-, O+ e O-, que abrangem 87% da população. E ainda, cerca de 85% das pessoas possuem fator RH positivo.

A partir desse contexto, faz-se necessário adensar os conhecimentos da área de gestão de estoques nos mais diversos mecanismos organizacionais, dentre os quais pode-se destacar os estoques dos bancos de sangue.

Sabendo disso, o uso de estratégias disfuncionais interfere na garantia de um estoque eficiente, ocasionando perdas, como o desperdício de sangue e materiais utilizados em sua coleta e processamento. Diante disso, faz-se necessário o uso de ferramentas de controle vinculadas a esse sistema, com a finalidade de atuar diretamente na gestão dos bancos de sangue, garantindo o cumprimento de competências e proporcionando recursos para atender todos os componentes da operação.

3 METODOLOGIA

Silva; Menezes (2005) afirmam que, para que os resultados de uma pesquisa sejam satisfatórios, é preciso que o seu desenvolvimento e sua elaboração estejam baseados em um planejamento sólido. Sendo assim, é importante sistematizar o processo de pesquisa em etapas e definir procedimentos que precisam ser adotados em cada uma delas.

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa pode ser denominada exploratória. De acordo com Gil (2014), tal método busca uma maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas, análise de exemplos, pesquisa documental e estudo de caso. E ainda, pode ser classificada como uma

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abordagem qualitativa, no sentido de buscar conhecer e descrever com maior profundidade o assunto estudado.

Quanto às etapas, conforme descrito na Figura 1, inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica no intuito de suportar a temática de gerenciamento de estoques em bancos de sangue sob a égide da importância dos estoques de segurança. A segunda etapa consiste na coleta dos dados, os quais foram extraídos de um estudo de caso publicado por Gurgel; Carmo (2014), realizado no hemocentro do oeste potiguar, que apresenta dados referentes aos processos concernentes às atividades do banco de sangue nos anos de 2010 e 2011.

Figura 1 – Etapas da pesquisa

Fonte: Elaboração própria, 2018.

Já a terceira etapa, versa sobre a elaboração de um método para verificação do estoque mínimo, seguido da aplicação dessa ferramenta aos dados coletados. Para melhor compreensão, a terceira etapa foi subdividida em:

Passo 1 – Sistematização dos dados, separando-os por tipo de sangue; Passo 2 – Calcula-se a média por tipo de sangue;

Passo 3 – Estima-se o desvio padrão populacional por tipo de sangue;

Passo 4 – Determina-se o limite superior do intervalo de estoque mínimo, considerando-se o

valor de σ;

Passo 5 - Determina-se o limite inferior do intervalo de estoque mínimo, considerando-se o

valor de σ/2;

Passo 6 – Estabelece-se o intervalo para o estoque de segurança a partir da relação σ/2≤ E. Mn

(8)

As etapas 5 e 6 referem-se à verificação e a viabilização do método alternativo apresentado, sob a perspectiva da aplicação do intervalo de estoque de segurança aplicado às demandas aleatórias e incertas, como é o caso dos bancos de sangue.

4 RESULTADOS

Observa-se que, no limiar do contexto explanado, o gerenciamento de estoques em bancos de sangue deve ser passível de uma administração sistemática pois, dentre outros fatores, há a presença de demandas aleatórias, que possuem alta variabilidade e não podem ser previstas. Sabendo disso, é notória a importância do estoque mínimo para a gestão dos bancos de sangue, uma vez que, é preponderante a sua delimitação.

Com base nos dados coletados no estudo de caso de Gurgel; Carmo (2014), apresentados por meio da Tabela 1, utilizou-se o método de definição de intervalos de estoque mínimo descrito na metodologia dessa pesquisa. Com enfeito, gráficos associados à demanda e ao intervalo de estoque foram elaborados na intenção de sugerir um novo método capaz de otimizar o controle e gerenciamento de estoques.

Tabela 1 – Demanda por Tipo de sangue 2010/2011

Tipo Sanguíneo

Período A+ B+ AB+ O+ A- B- AB- O-

jan/10 24 32 1 19 0 1 6 5 fev/10 54 7 3 35 0 0 0 2 mar/10 42 26 2 23 0 4 0 2 abr/10 13 0 0 34 1 0 0 1 mai/10 39 8 5 51 0 0 0 2 jun/10 20 8 0 36 0 0 0 1 jul/10 15 7 0 15 0 1 0 2 ago/10 6 3 0 5 0 0 0 4 set/10 13 0 0 40 0 0 0 8 out/10 10 15 0 33 0 0 0 5 nov/10 15 7 5 45 7 0 0 23 dez/10 19 0 10 152 1 0 0 3 jan/11 17 4 3 23 0 0 0 0 fev/11 38 0 0 20 3 0 0 3 mar/11 57 7 0 22 2 0 0 18 abr/11 28 6 2 18 0 0 0 7

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mai/11 24 1 0 60 2 0 0 7 jun/11 15 6 0 17 0 0 0 16 jul/11 34 13 0 39 0 4 0 0 ago/11 21 0 0 31 1 0 5 5 set/11 120 6 0 9 0 0 0 2 out/11 64 10 0 41 6 0 0 11 nov/11 14 36 0 25 5 0 0 0 dez/11 31 9 0 9 3 0 0 2 Média 30,54 8,79 1,29 33,42 1,29 0,42 0,46 5,38 Desvio (σ) 24,06 9,52 2,39 28,15 2,03 1,11 1,53 5,89 ½ Desvio (σ) 12,03 4,76 1,19 14,07 1,02 0,56 0,76 2,95

Fonte: Dados extraídos do trabalho de Gurgel; Carmo (2014).

Os gráficos resultantes foram separados conforme classificação sanguínea, quais sejam: A+, B+, AB+, O+, A-, B-, O- e AB-. Baseado no comportamento da demanda no período de janeiro/2010 a dezembro/2011, tornou-se possível delimitar o intervalo médio para cada tipo sanguíneo por meio da relação σ/2≤ E. Mn ≤ σ.

Observando-se, por exemplo, a Figura 5, é possível identificar uma alta variabilidade de demanda no decorrer dos meses, tendo agosto/2010 uma requisição de 5 bolsas de sangue O+ e dezembro/2010 uma requisição de 152 bolsas do mesmo tipo sanguíneo, tratando-se de uma demanda aleatória, cuja amplitude supera as 140 bolsas.

Ao comparar os resultados auferidos pela Figura 5 com o gráfico da Figura 9, percebeu-se que, além da oscilação da demanda presente em um mesmo tipo sanguíneo, pode ser constatada a variação entre a solicitação de bolsas de sangue de tipologias distintas. A discrepância dos dados pode ser evidenciada ao contrapor a requisição no período de dezembro/2010, cujo pedido do tipo sanguíneo O+ registrou 152 bolsas, enquanto o tipo AB- registrou um total de 0 pedidos.

A variabilidade da demanda também pode ser comparada tendo em vista os gráficos apresentados (2 – 9). As Figuras 2, 3, 5, 6, e 8 apresentam como característica principal uma elevada variação de sua demanda comparada às Figuras 4, 7 e 9, que tem como comportamento uma menor frequência de requisição.

A alta requisição de bolsas de sangue dos tipos A+ e O+, descritos nas Figuras 3 e 5, pode ser justificada, tendo em vista que a maior parte da população pode se caracterizar como requisitante ou receptor dos tipos sanguíneos citados, conforme coadunado com as informações da Fundação Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo (2010).

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Figura 2 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue A+

Figura 3 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue B+

Figura 4 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue AB+

0 50 100 150 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov -10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov -11 Demanda Média 1 Desvio 1/2 desvio 0 10 20 30 40 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio 0 2 4 6 8 10 12 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio

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Figura 5 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue O+

Figura 6 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue A-

Figura 7 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue

B-0 50 100 150 200 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio 0 2 4 6 8 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio 0 1 2 3 4 5 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio

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Figura 8 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue O-

Figura 9 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue AB-

A fim de melhor elucidar à temática, foram construídas as Figuras 10 e 11 que revelaram o σ/2 e o σ para cada tipologia sanguínea, dividido entre o RH fator positivo e o RH fator negativo. Diante desse exposto, é possível constatar a semelhança do comportamento do desvio, na Figura 11, entre os tipos A-, B- e AB-, apesar de uma divergência do sangue O- em comparação com os demais. Assim como, na Figura 10, apesar da similaridade entre os desvios dos sangues A+ e O+, é notório que os tipos sanguíneos destoam mais entre si.

0 5 10 15 20 25 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio 0 1 2 3 4 5 6 7 Ja n-10 M ar -10 M ay-10 Ju l-10 S ep -1 0 N ov-10 Ja n-11 M ar -11 M ay-11 Ju l-11 S ep -1 1 N ov-11 Demanda Média 1 desvio 1/2 desvio

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Figura 10 – Intervalos dos estoques de segurança para os tipos de sangue positivos

Figura 11 – Intervalos dos estoques de segurança para os tipos de sangue negativos 24.06 9.52 2.39 28.15 0 5 10 15 20 25 30 A+ B+ AB+ O+ Desvio (σ) ½ Desvio (σ) 2.03 1.11 1.53 5.89 0 1 2 3 4 5 6 A- B- AB- O-Desvio (σ) ½ Desvio (σ)

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5 CONCLUSÃO

Diante do objetivo de propor um método capaz de determinar um intervalo de estoque de segurança para demandas aleatórias, tendo como base os dados coletados do estudo de caso de Gurgel; Carmo (2014), foram obtidos resultados que possibilitaram suscitar a necessidade imprescindível da utilização de ferramentas para gerenciar demandas que se apresentam aleatórias.

Portanto, cabe reconhecer a importância da utilização de tais métodos capazes de auxiliar na definição de intervalos de estoques de segurança, dado que, a aplicação dos mesmos permite que a demanda seja suprida, sem que decorra saturação ou diminuição dos níveis de estoque.

Ademais, a pesquisa resultou em um novo método para determinação de um intervalo de estoque mínimo, visto que, além de objetivos administrativos, devem ser considerados os objetivos sociais, caracterizados pelo fornecimento de bolsas de sangue ao meio externo independentemente do período em que essas sejam solicitadas.

Concomitante a esse pensamento, destaca-se a relevância da participação da população quanto ao abastecimento de bancos de sangue, que devem utilizar do marketing social, por meio de campanhas que induzam à solidariedade, para captar recursos humanos, aumentando consideravelmente as doações de sangue registradas mensalmente.

Logo, é lícito afirmar que a partir da utilização do método para definição de intervalos para estoque de segurança, será possível otimizar o gerenciamento de estoques de bancos de sangue ou qualquer cenário que apresente demandas aleatórias.

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Imagem

Figura 1 – Etapas da pesquisa
Tabela 1 – Demanda por Tipo de sangue 2010/2011
Figura 2 – Demanda e intervalo do estoque de segurança para o sangue A+
Figura 6 – Demanda e intervalo do estoque de      segurança para o sangue A-
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Referências

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