UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA
ANÁLISE NA EQUIPA DE NATAÇÃO ABSOLUTA
DO CLUBE ESTRELAS SÃO JOÃO DE BRITO
DURANTE A ÉPOCA DESPORTIVA 2014/2015
Relatório elaborado com vista à obtenção do Grau de Mestre em Treino Desportivo
Orientador
: Professor Doutor Francisco José Bessone Ferreira Alves
Juri:
Presidente
Professor Doutor Francisco José Bessone Ferreira Alves, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Vogais
Doutor Pedro Vieira Trouillet Pessoa, professor auxiliar da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
Doutora Joana Filipa Jesus Reis, investigadora do Centro Interdisciplinar de Estudo da Performance Humana da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa
I
Agradecimentos
Agradeço ao Professor Doutor Francisco Alves por me ter orientado neste Relatório, pelo
apoio que me deu e informação que me forneceu, também pelas suas aulas leccionadas
na Faculdade de Motricidade Humana e que serviram de base para este trabalho.
Ao Treinador Viatcheslav Poliakov que me deu todo o apoio no cais da piscina e me
orientou nesta parte mais prática, que me forneceu os planeamentos e todos os treinos e
dados que precisei.
Aos nadadores Duarte Mourão e Diogo Sousa que tiveram disponíveis para realizar as
tarefas que eu necessitava e que me facilitaram as informações necessárias para este
trabalho.
Ao meu clube, Estrelas São João de Brito, que me possibilitou a realização deste estágio
com a equipa principal.
Aos meus amigos e colegas que me ajudaram e me incentivaram.
À minha família que sempre esteve ao meu lado.
II
Resumo
O propósito deste trabalho é o seguimento de dois nadadores de uma equipa sénior de
competição de natação, durante dois macrociclos da época desportiva de 2014-2015,
neste caso trata-se da equipa do Estrelas São João de Brito.
Foi traçado o perfil dos nadadores e os seus objetivos para a época, também é realizada
uma caracterização/perfil técnico onde se dá enfase à técnica do nadador e a
determinados erros técnicos.
Faz parte deste relatório uma análise ao planeamento e a sua divisão ao longo de
macrociclos, mesociclos e microciclos, bem como a quantificação das cargas de treino. É
calculado também o volume de tarefas individualizadas, como tarefas de braços, de
pernas, de barbatanas, entre outras e o volume no estilo principal.
Neste trabalho foi realizado um projeto relativo à velocidade critica (VC), mais
especificamente à velocidade crítica intermitente (VCI), em que se verá as vantagens deste
tipo de exercício (exercícios intermitentes), em relação a exercícios contínuos.
III
Abstract
The goal of this report is to assess two swimmers from a senior competing team, across
two macrocycles of the 2014-2015 competition season. The team is Estrelas São João de
Brito.
In the first step, we built the profile of both swimmers along with their goals for the season.
A technical assessment concerning each one's technique and their common mistakes was
also performed in this first step.
This report includes an analysis of the regime and the time gaps across the macrocycles,
mesocycles and microcycles, as well as a quantification of the training intensity. The weight
of individual tasks, such as arm training, leg training and fins, alongside other tasks, was
assessed, as well as the intensity of their main swimming style.
We included a section concerning the critical velocity and the intermitente critical velocity, in
which we were able to observe the advantages of intermitent training when compared with
continuous training.
IV
Índice
Introdução _____________________________________________________________ 1
Enquadramento Teórico __________________________________________________ 2
Natação Pura _________________________________________________________ 2
Métodos de Treino _____________________________________________________ 3
Treino intervalado ___________________________________________________________________ 3 Treino de repetições _________________________________________________________________ 4
Cargas de Treino ______________________________________________________ 4
Componentes da Carga de Treino ______________________________________________________ 4
Métodos de Quantificação e monitorização da Carga de Treino ________________ 8
Questionários e Diários _______________________________________________________________ 8 Perceção Subjetiva de Esforço _________________________________________________________ 8 Frequência Cardíaca _________________________________________________________________ 9 Consumo de O2 ____________________________________________________________________ 10 Lactatemia ________________________________________________________________________ 10 Impulso de Treino __________________________________________________________________ 11 Unidades Arbitrárias da Carga ________________________________________________________ 12
Velocidade Crítica e Velocidade Crítica intermitente ________________________ 14
Caracterização do Clube e da equipa ______________________________________ 19
Análise dos Recursos Existentes _________________________________________ 20
Perfil dos nadadores ____________________________________________________ 21
Objectivos pretendidos __________________________________________________ 23
Análise dos Objectivos ________________________________________________ 23
Planeamento da época - Periodização______________________________________ 24
Provas Principais _____________________________________________________ 25
Planeamento Anual _____________________________________________________ 26
V
Tabela Unidades Arbitrárias de Carga ____________________________________ 43
Volume no estilo principal ____________________________________________________________ 48 Tarefas de treino ___________________________________________________________________ 49 Exemplos de tarefas: ________________________________________________________________ 51
Caracterização/Perfil técnico _____________________________________________ 53
Resultados Obtidos _____________________________________________________ 58
Projecto de investigação
–
Velocidade Crítica Intermitente ____________________ 60
Objectivo: ___________________________________________________________ 60
Procedimento: _______________________________________________________ 60
Resultados: __________________________________________________________ 61
Discussão ___________________________________________________________ 64
Conclusão ___________________________________________________________ 65
Análise do Estágio______________________________________________________ 66
Bibliografia ____________________________________________________________ 68
Anexos ________________________________________________________________ i
Treinos ______________________________________________________________ i
VI
Índice de Ilustrações
Figura 1, Figura 2 e Figura 3 – Fase de Entrada do nadador Duarte Mourão na técnica de Mariposa ... 53
Figura 4 e Figura 5 - Fase de Ação Lateral Exterior e do “Agarre” ... 53
Figura 6 - Fase da Ação Descendente. Figura 7 e Figura 8 – Fase da Acão Lateral Interior ... 54
Figura 9 e Figura 10 – Fase da Ação Ascendente ... 54
Figura 11 – Fase de Saída Figura 12 – Fase de Recuperação Aérea ... 54
Figura 13 – Fase Ascendente dos membros inferiores ... 55
Figura 14 – Fase Descendente dos membros inferiores ... 55
Figura 15 e Figura 16 - Fase de Entrada do nadador Diogo Sousa na técnica de Costas ... 56
Figura 17 – Acção Descendente Inicial (ADI) Figura 18 – Acção Ascendente (AA) ... 56
Figura 19 – Acção Descendente Final (ADF) Figura 20 – Acção Ascendente Adicional (AAA) ... 56
Figura 21 – Fase de Saída (S) Figura 22 – Fase de Recuperação Aérea ... 57
Figura 23 – Fase ascendente dos membros inferiores ... 57
VII
Índice de Tabelas
VIII
IX
Índice de Gráficos
1
Introdução
Este relatório de estágio é elaborado no âmbito do 2º Ano de Mestrado em Treino
Desportivo do ano curricular 2014/2015, na vertente de natação no clube Estrelas São
João de Brito ao longo dos primeiros dois macrociclos, que se iniciam em Setembro e
terminam em Abril com o Campeonato Nacional de Clubes de 1ª e 2ª Divisão.
O clube foi promovido à primeira divisão e reforçou a sua equipa tendo grandes objectivos
para esta época.
O treinador da presente época e também da época passada é Viatcheslav Poliakov, com o
qual acompanhei os treinos e me apoiou nas tarefas necessárias.
Durante este período segui dois atletas séniores da equipa principal, do escalão absoluto,
são estes o Duarte Mourão e o Diogo Sousa.
2
Enquadramento Teórico
Natação Pura
A Natação surgiu por volta de 2500 a.C.. Nesta época a arte de nadar estava incluída na
educação dos egípcios. Na Grécia antiga e na Antiga Roma, a natação fazia parte do
treino militar. O simples facto na altura de saber nadar proporcionava um "status" social
superior.
Iniciou-se em Inglaterra em meados do século XIX, integrando as modalidades Olímpicas
desde 1896 (masculinos), em Atenas, que a natação passou a ser considerada um
desporto olímpico. a participação feminina apenas se concretizou nos Jogos Olímpicos de
1912.
A Natação Pura é a prática da natação de competição em piscina, envolvendo os quatro
estilos básicos: Livres (normalmente utilizado o crol), bruços, costas e mariposa.
A Natação Pura Desportiva iniciou-se em Portugal, no Século XX, com a criação da
primeira escola de natação em 1902, pelo Ginásio Clube Português, na Trafaria.
Este desporto, assim como as restantes modalidades (Natação Sincronizada, Polo
Aquático, Águas Abertas., Natação Adaptada.) são regidos pelas regras da F.I.N.A.
(Federação Internacional de Natação Amadora). A nível europeu a modalidade é
coordenada pela L.E.N. (Liga Europeia da Natação).
3
Métodos de Treino
No treino existem métodos de treino contínuos e métodos por intervalos.
O método contínuo caracteriza-se por exercícios de longa duração sem interrupção. O
efeito de treino deste método baseia-se nos constantes processos de reajustamento
bioquímicos e fisiológicos que ocorrem durante a sua execução, sendo utilizado
preferencialmente nas modalidades cíclicas de longa duração (atletismo - fundo e
meio-fundo, ciclismo, canoagem, etc.). Para as outras modalidades, é utilizado para desenvolver
a resistência de base, durante os períodos preparatórios dos ciclos anuais de treino.
O método de treino por intervalos caracteriza-se por exercícios onde o organismo é
submetido a períodos curtos, regulares e repetidos de trabalho com períodos de repouso
adequados. É utilizado, quer nas modalidades acíclicas, como é o caso dos jogos
desportivos coletivos, quer nas que assentam em desempenhos de carácter cíclico, para
desenvolver a resistência específica. Tornam-se preponderantes durante os períodos
preparatórios específicos e competitivos dos ciclos anuais de treino. O método por
intervalos pode ser dividido em método por intervalos com pausas incompletas (treino
intervalado) e método por intervalos com pausas completas (treino de repetições) (Alves,
2003-2004). É este método de treino que vou especificar já que foi o optado para a
realização da tarefa correspondente à velocidade critica intermitente.
Treino intervalado
4
Treino de repetições
O método por intervalos com pausas completas (treino de repetições) é caracterizado por
possuir períodos de repouso que permitem a recuperação completa dos parâmetros
cardiovasculares e ventilatórios. A efectividade deste método decorre das fases de carga
altamente intensos durante os quais se realizam todos os processos fisiológicos e
mecanismos de regulação até alcançar o nível funcional exigido. A estruturação deste tipo
de exercícios, com repetições que duram entre os 20 segundos e os 3 minutos, com o
pressuposto da recuperação completa e a exigência de intensidades máximas ou quase
máxima, indica-o como ideal para o desenvolvimento das zonas lácticas, com um elevado
nível de especificidade e aproximação às situações típicas de competição (Alves,
2003-2004).
Cargas de Treino
Componentes da Carga de Treino
Fazem parte da carga de treino três componentes fundamentais: o volume, a intensidade e
a frequência.
Estas componentes em conjugação equilibrada vão produzir uma resposta adaptativa que
pode levar a uma evolução na capacidade de desempenho dos atletas.
O
volume
é uma componente fundamental da carga de treino e constitui a base do
trabalho em modalidades de resistência (Mujika et al., 1995). A maioria dos técnicos e dos
nadadores assume que a evolução da capacidade de desempenho está, diretamente,
relacionada, com o volume das cargas a que estão sujeitos durante o processo de treino.
Esta variável torna-se muito fácil de quantificar, pois não é mais do que a distância coberta,
ou o número de horas, numa determinada fase do processo de treino, quer seja uma
sessão, ou uma época de treino (Pessoa, 2014).
5
variações na frequência podem implicar, também, variações no volume. Apesar desta
relação evidente e da facilidade com que as variáveis podem ser quantificadas, não
existem, na literatura, referências que relacionem a influência da frequência no rendimento,
com um determinado volume de treino (Mujika, 2009, Pessoa, 2014).
A
intensidade
do treino é, também, um fator de grande importância para a evolução da
capacidade competitiva do atleta devido às respostas adaptativas que provoca. No
entanto, ao contrário do volume e da frequência, esta variável é de difícil quantificação.
Tem-se procurado quantificar a intensidade do exercício através do impacto que este tem
no organismo (frequência cardíaca, lactatemia, percentagem do VO
2máx, Perceção
Subjetiva de Esfoço (PSE))
–
medidas de carga interna; e através das características
específicas da cargas de treino (percentagem da velocidade ou da força máxima)
–
medidas de carga externa (Jeukendrup & Diemen, 1998) (Pessoa, 2014).
No âmbito da Natação, segundo Pessoa (2014), os índices fisiológicos que mais
frequentemente são utilizados para referência na prescrição e avaliação das cargas são o
consumo máximo de oxigénio, a frequência cardíaca e o lactato sanguíneo acumulado
durante o esforço. A variação destes parâmetros fisiológicos com a qualidade do
desempenho deverá ser avaliada regularmente, constituindo um instrumento de controlo
do programa de treino na sua globalidade. O tratamento individual destes índices deverá
permitir associar estes parâmetros da carga interna ao parâmetro da carga externa de
relevância prática por excelência: a velocidade de nado, facilmente determinada a partir da
cronometragem das distâncias de treino e competição.
Inicialmente podemos considerar claramente, 4 áreas funcionais de características
diferenciadas e correspondendo a diferentes adaptações funcionais: limiar anaeróbio,
potência aeróbia, tolerância láctica e potência láctica:
6
Em programas de treino onde a resistência é objecto de preparação específica e constitui
uma condicionante fundamental para o desempenho competitivo é habitual aparecer uma
distribuição mais detalhada das zonas de intensidade:
Tabela 2 - Classificação das zonas de intensidade (Adaptado de Alves, 2000) (Pessoa, 2014)
Nesta distribuição das zonas de intensidade cada zona corresponde a um determinado
nível, estes níveis vão de I a VII, e cada zona ou nível tem um coeficiente de ponderação
que vai de 1 a 10:
Tabela 3 - Definição dos coeficientes de ponderação (Adaptado de Mujika et al. 1995, Maglischo, 2003, Pessoa, 2014)
7 Tabela 4 - Zonas de intensidade utilizadas pelo Treinador Viatcheslav Poliakov
O treinador utiliza muito a frequência cardíaca dos atletas, estando esta sempre presente
nas tarefas de treino consoante o nível de intensidade da tarefa (ver tabela acima). O
controlo da frequência cardíaca (FC), que o treinador pede aos atletas para medirem por
10 segundos, é um método popular de quantificar a intensidade do exercício e mostra uma
resposta ao exercício semelhante ao consumo de O
2e assenta no princípio de que existe
uma relação linear entre a frequência cardíaca e a taxa de trabalho, num estado
estacionário (Arts & Kuipers, 1994; Hopkins, 1991; Robinson et al., 1991). A intensidade do
exercício pode expressar-se de diversas maneiras de acordo com a avaliação da
frequência cardíaca. Existem diversos fatores que podem influenciar a relação entre a
carga de treino e a FC, como o nível de treino do atleta, as condições ambientais, a
duração do exercício, a altitude, a hidratação e a medicação (Achten & Jeukendrup, 2003;
Robinson et al., 1991). Assim sendo, torna-se necessário alguma cautela quando se utiliza
a FC como medida de intensidade (Mujika et al., 1995, Pessoa 2014).
Nível de
Intensidade Abreviatura Objectivo
Freq. Cardíaca (10seg)
I AR Aquecimento e
Recuperação 18-21
II A1 Capacidade
aeróbia 22-24
III A2 EEML 25-28
IV A3 Potência
aeróbia 28-31
V TLM Tolerância
Láctica 31+/-
VI AML Acumulação
láctica máxima Máx
8
Métodos de Quantificação e monitorização da Carga de Treino
Para quantificar a carga de treino existem variados métodos, sendo eles questionários e
diários, a perceção subjetiva de esforço, a frequência cardíaca, o consumo de O2, a
lactatemia, o impulso de treino e as unidades arbitrárias de carga. Estas últimas foram as
utilizadas neste estudo para a quantificação da carga de treino.
Questionários e Diários
A sua utilização permite recolher informação sobre a atividade física do atleta, durantes
semanas, meses, ou mesmo anos e tem-se tornado popular, especialmente em grandes
populações, porque a sua administração é fácil, são baratos, e não interferem com o
processo de treino. No entanto, a sua fraqueza reside no facto das respostas dos atletas
serem sempre subjetivas (Hopkins, 1991) (Pessoa, 2014).
Perceção Subjetiva de Esforço
Segundo Borg (1998) o conceito de perceção subjetiva foi introduzido no final dos anos de
1950 para medir a perceção geral de esforço, a fadiga local e a falta de ar. Dishman
(1994), Noble & Robertson (1996) citados por Pires (2011) referem que esta escala é um
indicador de intensidade de esforço tanto para populações especiais como populações
saudáveis.
Para definir Perceção Subjetiva de Esforço, Borg (1998) refere ainda que durante muitos
anos, fadiga e perceção subjetiva de esforço eram a mesma coisa. No entanto refere que a
fadiga deve ser o estado de exaustão, em que a capacidade de desempenho é diminuída.
Por outro lado, a perceção subjetiva de esforço é mais abrangente e tem vários níveis
associados desde ao “muito, muito bem” até ao “muito, muito cansado”.
9
Trata-se de uma categorização entre 6 e 20, ou de 0 a 10 (Cr. 10 de Borg - Category ratio
scale), em que se pede ao indivíduo que estime a sensação de intensidade que refletiu o
esforço despendido, de acordo com essa escala. Esta categorização responde a fatores
psicofisiológicos e têm sido estabelecidas relações entre os valores de PSE e as diferentes
intensidades do exercício (Tabela 2), por um lado, e a frequência cardíaca e a lactatemia,
por outro (Pessoa, 2014).
Tabela 5 - Adaptação da escala Cr. 10 de Borg e as zonas de intensidade de treino da natação (Pessoa, 2014)
Frequência Cardíaca
Segundo Wilmore & Costill (2007), a FC reflete a quantidade de trabalho a que o coração é
sujeito para responder às exigências do esforço. McArdle, Katch & Katch (1996) referem
ainda que, quanto aos efeitos agudos, quando o VO2 de um indivíduo aumenta, se faz
acompanhar de um aumento proporcional da FC até um ponto em que a proporcionalidade
é quebrada e a FC aumenta mais que o VO
2. Este ponto corresponde ao momento em que
a energia solicitada não é totalmente reposta pelo O
2, logo a FC aumenta linearmente com
a intensidade do exercício no que diz respeito à componente metabólica.
10
exercício. Contudo, existem diversos fatores que podem influenciar a relação entre a carga
de treino e a FC, como o nível de treino do atleta, as condições ambientais, a duração do
exercício, a altitude, a hidratação e a medicação (Achten & Jeukendrup, 2003; Robinson et
al., 1991). Assim sendo, torna-se necessário alguma cautela quando se utiliza a FC como
medida de intensidade (Mujika et al., 1995), (Pessoa, 2014).
Consumo de O
2A maior parte do treino numa modalidade de resistência, como a natação, é realizada
numa dependência acentuada do metabolismo aeróbio. No entanto, a relação entre o
consumo de O
2e a potência desenvolvida por um atleta só é, aproximadamente, linear,
dentro de um intervalo de intensidades que vai desde o repouso até ao estado máximo
estacionário (Robinson et al., 1991). Desta maneira, o consumo de O
2pode ser um
indicador de intensidade num exercício em estado estacionário, mas não pode ser
considerado em esforços curtos, de grande intensidade, como aqueles que são levados a
cabo durante um treino intervalado típico, uma vez que o tempo de resposta do sistema
aeróbio é demasiado lento e este tipo de trabalho é, normalmente, supramáximo (Hopkins,
1991) (Pessoa, 2014).
Lactatemia
A intensidade do treino também se pode expressar em função dos valores de lactato
sanguíneo. A possibilidade de utilizar analisadores de lactatemia portáteis, de utilização
simples e, relativamente económicos, tornou este método de controlo da intensidade um
dos mais utilizados por técnicos e atletas (Pessoa, 2014).
Esta técnica consiste em retirar uma pequena amostra de sangue, normalmente do lóbulo
da orelha, alguns minutos após o término do exercício.
11
Inicialmente a fonte anaeróbia aláctica que é de curta duração e posteriormente a fonte
anaeróbia láctica, o que leva a que o lactato seja acumulado no sangue.
Em geral, os valores de concentração de lactato aumentam acima dos valores de repouso
quando a intensidade do exercício é superior a 60% da potência aeróbia máxima (Pyne,
Lee & Swanwick, 2001). Quando o exercício não é excessivamente intenso, os valores de
lactatemia atingem, geralmente, um estado de equilíbrio após alguns minutos de esforço
(Pessoa, 2014).
Tem sido dada particular atenção à determinação do Estado Estacionário Máximo de
Lactatemia (EEML), que pode ser definido como a mais alta lactatemia compatível com um
equilíbrio entre a taxa de produção de lactato e a sua taxa de remoção, durante um
exercício de carga constante de longa duração. Este limiar tem sido sugerido como uma
medida de capacidade aeróbia, mas também como uma forma de regular a intensidade do
treino, sendo que valores de lactatemia aproximados de 4 mmol.L
-1têm sido sugeridos
como os mais favoráveis para induzir adaptações em provas de resistência (Pessoa,
2014).
Esta forma de controlo da intensidade das cargas de treino pode ter uma utilidade limitada,
há determinadas condições como a temperatura ambiente, desidratação, tipo de exercício,
depleção de glicógénio muscular, nível de treino e métodos de recolha que podem
provocar interpretações incorretas dos níveis de lactatemia.
Impulso de Treino
Bannister (1991),
introduziu o conceito de Impulso de Treino, mais conhecido por TRIMP,
que pretende conjugar a intensidade dos exercícios com a sua duração.
Trata-se de um índice global da carga de treino, que integra o volume e a intensidade do
mesmo, baseado na FC, e que pode ser calculado através de uma fórmula matemática
simples:
TRIMP = Volume da carga de treino x FCmédia
12
Posteriormente, Banister, MacDougall, and Wenger (1991), procurando ultrapassar estas
limitações, refinaram o método de cálculo dos TRIMP, introduzindo um fator de
multiplicação que tem em conta o aumento exponencial da lactatemia, em função da
intensidade.
Assim, a carga de uma determinada sessão pode ser calculada como um produto entre o
volume, a intensidade, determinada em função da FC, e um fator multiplicativo, isto é:
TRIMP = t x ΔFC x y
Em que t é o tempo de duração do treino, em minutos e
y é o fator multiplicativo que varia
se for do sexo feminino ou masculino.
Este método permite uma quantificação simples e prática das cargas de treino, desde o
exercício simples até às estruturas mais complexas (Microciclo, Mesociclo e Macrociclo) e
é utilizável em qualquer tipo de esforço, contínuo ou intermitente (Pessoa, 2014).
Unidades Arbitrárias da Carga
Uma parte fundamental deste relatório de estágio é o controlo das cargas de treino, este
controlo, segundo Pessoa (2014) é fundamental para avaliar as respostas dos atletas e
determinar a relação dose-resposta entre o processo de treino e o desempenho em
competição.
Para a quantificação das cargas de treino utilizou-se uma adaptação do método proposto
por Mujika et al. (1995), tendo o volume de metros nadados numa determinada zona de
intensidade sido multiplicado por um coeficiente de ponderação, relacionado com os
valores de lactatemia e frequência cardíaca, associados a determinada velocidade de
nado. São definidas sete zonas de intensidade (I a VII), correspondendo a cada uma delas
um determinado objetivo. O volume realizado em cada zona de intensidade é ponderado
pelos coeficientes de ponderação para as respetivas zonas de intensidade: 1, 2, 3, 4, 6, 8 e
10.
Desta forma, o impacto das cargas de treino pode ser calculado através da soma do
volume de metros nadados em cada zona de intensidade, multiplicados pelo respetivo
coeficiente de ponderação, com o equivalente respetivo à preparação física (PF) fora de
água (Mujika et al., 1996):
13
em que W representa o total de estímulos de treino, num dado período, medidos em
Unidades Arbitrárias da Carga (UAC) (Pessoa, 2014).
O treino fora de água também foi quantificado segundo uma adaptação ao método
proposto por Mujika et al. (1995). De forma a conseguir quantificar estas cargas de treino
nas mesmas unidades que as cargas de treino em água, os autores estimaram
intensidades equivalentes para os diferentes tipos de treino em seco, considerando que 1
hora de treino físico fora de água, é equivalente a 2 Km a nadar com a seguinte
correspondência: 1 Km no nível de intensidade II, 0,5 Km no nível VI e 0,5 Km no nível VII.
Assim, a preparação física (PF) fora de água tem coeficiente de ponderação:
c
PF
1x2+0,5x8+0,5x10=11
De acordo com esta abordagem, podemos calcular o impacto das cargas de treino através
da soma do volume de quilómetros nadados em cada zona de intensidade, multiplicados
pelo respetivo coeficiente de ponderação, mais o equivalente respetivo à preparação física
fora de água. (Mujika et al., 1996):
onde:
c1 = 1, c2= 2, c3 = 3, c4=4, c5= 6, c6= 8, c7= 10
W indica o total de estímulos de treino, num dado período, medidos em UAC
PF a preparação física fora de água
n.i. o nível de intensidade
Na constituição dos macrociclos há a variação de vários períodos, o de Preparação Geral,
Específico, Pré-competitivo, Competitivo e de Transição. A dinâmica da carga vai variar ao
longo do macrociclo.
14
que antecedem essa competição e corresponde ao mesociclo de Preparação Terminal e a
sua compreensão, bem como das suas implicações na organização do processo de treino
é crucial para a rentabilização deste período, e consequentemente, para a otimização dos
resultados dos atletas (Pessoa, 2014).
Velocidade Crítica e Velocidade Crítica intermitente
O conceito de velocidade crítica (VC) foi especificamente desenvolvido para a Natação
Pura por Wakayoshi et al. (1992a), adaptando o conceito de potência critica inicialmente
apresentado por Monod e Sherrer (1965), autores que encontraram uma relação linear
entre o trabalho total realizado por grupos musculares sinérgicos e o tempo até à exaustão
durante o exercício de alta intensidade (Neiva, 2008).
A VC é definida na base da Potência Crítica (PC), ou seja, velocidade máxima que
teoricamente pode ser mantida sem exaustão, durante uma corrida ou a nadar. Hill et al.
(1999) e Wakayoshi et al. (1992) definem a VC como sendo o limite superior do domínio de
intensidade pesado, ou seja, a intensidade mais elevada em que o VO
2maxnão é atingido
durante um exercício com carga constante e de suficiente duração (Bernardo, 2013).
Ettema (1966) aplicou o conceito de potência crítica a corrida, natação, ciclismo e
patinagem, isto é, para exercícios que envolvem uma grande massa muscular (Kachouri et
al 1996).
Wakayosh et al. (1992a) introduzindo o conceito de velocidade critica em Natação Pura,
definiu-a como a velocidade máxima de nado que pode ser mantida sem exaustão durante
um longo período de tempo, e que é dada pelo declive da recta de regressão entre a
distância (d) percorrida à máxima velocidade e o respectivo tempo (t) necessário para a
percorrer, obtida através de várias distâncias de nado. A equação da recta de regressão é
do tipo:
Y=ax+b
15
O modelo de potência crítica pressupõe a existência de dois parâmetros bioenergéticos, a
Potência Crítica (PC) e a Capacidade de Trabalho Anaeróbio (CTA). A PC equivale à
máxima intensidade de exercício realizada predominantemente à custa do metabolismo
aeróbio, na qual variáveis como lactato sanguíneo, consumo de oxigénio e perceção
subjetiva de esforço estabilizam ao longo do exercício. Por outro lado, a CTA é
representativa da glicólise anaeróbia e dos fosfagénios intramusculares existentes,
mostrando-se equivalente ao máximo défice acumulado de oxigénio (Nakamura et al.,
2007).
A VC apresenta diversas vantagens tal como a facilidade de aplicação e análise de grande
número de indivíduos, pode ser utilizada durante sessões de treino, e, principalmente, não
requerer a utilização de equipamentos dispendiosos. Segundo Jones et al. (2010), pode
ser útil na monitorização e prescrição do treino e otimização de estratégias no momento
competitivo. Anderson et al. (2006) transmitiram que os testes mais práticos para atletas
são geralmente aqueles que podem ser conduzidos com facilidade durante o processo de
treino. A determinação da VC é um método simples, não invasivo e que requer poucos
custos. (Espada, 2013).
16
a eficácia do sistema cardiorrespiratório e, além disso, é um importante determinante
fisiológico de desempenho em corrida de média e longa distância. Por conseguinte, um
objectivo primordial para muitos atletas de endurance é melhorar o VO
2maxaté ao seu limite
máximo treinável. Embora os métodos de treino eficazes não foram claramente definidos
para aprimorar VO
2maxem corredores de longa distância bem treinados, foi reconhecido
que o treino no ou perto do VO
2maxpode ser o estímulo ideal (Aguiar et al. 2012).
Recentemente, o modelo de dois parâmetros de velocidade crítica (VC) derivada a partir
do modelo de potência crítica (PC) foi usado como um método para a individualização do
treino. Tal como já foi dito a VC é descrita como a intensidade de limiar acima do qual o
VO
2maxseria atingido, enquanto que a intercepção de y é definida como a reserva de
energia finita a partir do conjunto do fosfato, componente glicolítica anaeróbia e
armazenamento de O
2(Aguiar et al. 2012).
Em exercícios intermitentes realizados com intensidade acima da PC, espera-se que a
potência mecânica (saída energética) seja superior à PC (entrada energética a partir do
metabolismo aeróbio), causando assim a utilização da CTA (compartimento anaeróbio).
Isso deve-se ao fato que a PC representa a maior intensidade onde não há utilização nem
reposição da CTA. No entanto, durante as pausas a entrada energética a partir do
metabolismo aeróbio seria maior do que a saída, e isso permitiria uma recuperação parcial
do compartimento anaeróbio, dependendo da duração da pausa. Assim, o esgotamento do
compartimento anaeróbio pode ser postergado no trabalho intermitente em relação ao
contínuo. Entretanto, sua finalização deve ocorrer no momento em que pausas
acumuladas não permitirem restauração suficiente do compartimento anaeróbio, sendo a
CTA totalmente depletada (Bernardo, 2013).
17
intensidades (ou seja, acima VCI) que proporcionam um maior tempo gasto perto de
VO
2max(Aguiar et al. 2012).
Para Morton e Billat (2004) o modelo da potência critica para exercício intermitente é um
modelo de desenvolvimento teórico que revela que o tempo total de resistência é sempre
uma função de etapa de uma ou mais das quatro variáveis independentes: potência do
trabalho no intervalo (PW), potência do descanso no intervalo (PR), duração do trabalho
(TW), e o tempo de descanso do intervalo (TR).
A potência crítica (PC) provém de dois-componentes simplificados (anaeróbio e aeróbio)
modelo do sistema bioenergético humano. Durante o exercício, o esgotamento da
capacidade de trabalho anaeróbio (
α
, medida em joules) é complementada por uma oferta
de trabalho aeróbico máximo (
β
, medido em watts). Estes são dois parâmetros importantes
que caracterizam o desempenho do trabalho humano. Capacidade de trabalho anaeróbio é
o parâmetro que representa o trabalho total agregado que podem ser desempenhados
pelas reservas limitadas de energia nos órgãos, independentemente da velocidade a que
essas reservas são utilizadas (Morton e Billat, 2004).
Quando o conceito PC é aplicada a resistência ao exercício contínuo de energia constante,
a variável dependente mais natural é o tempo total de resistência, t (s).
18
Isto assegura que o reabastecimento parcial da capacidade anaeróbica durante cada
intervalo de descanso é menor do que a capacidade de saída em cada intervalo durante o
trabalho imediatamente anterior. Se não fosse este o caso, a resistência seria infinito (em
teoria). Como alternativa, a potência média durante o ciclo de trabalho e de descanso deve
ser maior do que a potência crítica, caso contrário, a resistência voltaria a ser infinito
(Morton e Billat, 2004):
Em baixo estão representados a saída de potência (P) e capacidade anaeróbia (AC)
durante o exercício intermitente
Gráfico 1 - A potência de saída, em qualquer momento (t) durante uma sessão de exercício intermitente, quer durante o trabalho ou no intervalo de descanso, até à exaustão em t = 220 s (Morton
e Billat, 2004)
Gráfico 2 - Gasto da capacidade anaeróbia e recargas parciais durante o trabalho e intervalos de repouso, respectivamente, até a exaustão (Morton e Billat, 2004)
Segundo a figura α
=20000 J e
β
=200 W. Os valores intermitentes de Pw=400 W, Pr=100
19
Caracterização do Clube e da equipa
O Centro Cultural Desportivo
Estrelas São João de Brito é o clube no qual nadam os
atletas presentes neste trabalho. É um clube fundado em 9 de Fevereiro de 1998 pelo
Professor Nuno Marçal Lopes, actual Presidente.
A vertente da competição federada é o principal objectivo do clube e conta com atletas de
vários escalões: cadetes, infantis, juvenis, séniores e masters. Este trabalho vai
acentuar-se no escalão sénior onde actualmente estão inscritos 9 atletas, mas apenas treinam em
Portugal 7 atletas em que um deles é atleta de pentátulo. Juntamente com a equipa
também treina um nadador juvenil.
O treinador da equipa é Viatcheslav Poliakov, treinador que está no clube pela segunda
época e já treinou diversos clubes, inicialmente na Rússia e passando por grandes clubes
portugueses como o Clube Fluvial Portuense e o Clube de Futebol “Os Belenenses” e
também como preparador de atletas em Europeus e Jogos Olímpicos.
A equipa tem obtido bons resultados, estes resultados alcançados nos últimos dois anos
colocaram a equipa na primeira divisão, para além de ter marcado presença até ao
momento em todos os campeonatos da Europa.
20
Análise dos Recursos Existentes
Os treinos não se realizam em piscina própria do clube, são realizados em duas piscinas,
uma de 25m e outra de 50m:
Piscina Municipal do Casal Vistoso
Piscina de 25m x 20m x 1,20m de profundidade
10 Pistas
Utilização de 2 pistas, 4 nadadores por pista
Piscina do Jamor
Piscina Olímpica de 50m x 25m x 2,1m de profundidade
10 Pistas
Utilização de 2 pistas, 4 nadadores por pista
Utilização do ginásio
Os treinos são divididos então pelas duas piscinas e realizam treino de ginásio três vezes
por semana no ginásio da piscina do Jamor. Pode ver-se o horário dos treinos na tabela
abaixo:
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Sábado
6:30 Jamor Jamor
7:45 Jamor
18:00 Ginásio
Jamor
Ginásio Jamor
Ginásio Jamor
19:00 Jamor Jamor Jamor
19:15 Casal
Vistoso
Casal Vistoso
21
Perfil dos nadadores
Nome Completo Duarte Rafael Rodrigues de Almeida Mourão Diogo Matos Gomes de Sousa
Escalão Sénior Sénior
Data Nascimento 28/01/1984 25/01/1995
Altura 1,87 1,84
Peso 83 84
Provas Principais 50, 100 e 200m mariposa 100 e 200m costas
Tabela 7 - Tabela representativa dos nadadores estudados
Duarte Mourão
Mariposa
Melhores tempos de sempre
Piscina Curta Piscina Longa
50m 23.97 (6 Dez 2009,
Leiria) 24.54 Eindhoven (NED))(7 Abr 2011,
100m 51.70 (6 Dez 2009,
Leiria) 53.04 Eindhoven (NED)) (9 Abr 2011,
200m 1:53.56 (19 Dez 2009, S.
António Cavaleiros) 1:58.74
(11 Ago 2010, Budapest (HUN))
Melhores tempos da época passada
Piscina Curta Piscina Longa
50m 24.96 (22 Dez 2013, Felgueiras)
100m 55.70 (19 Abr 2014, Póvoa
de Varzim) 200m
Tabela 8 - Tabela representativa dos tempos alcançados pelo nadador Duarte Mourão
O Duarte não treinou a época passada, fez apenas algumas provas.
22
Participou nos Campeonatos da Europa (2003, 2004, 2005, 2006) na Copa do Mundo
(2005 e 2006), nos Campeonatos do Mundo (2006, 2007 e 2008); e na Taça do mundo de
Águas Abertas (2006 e 2007).
Diogo Sousa
Costas
Melhores tempos de sempre
Piscina Curta Piscina Longa
100m 54.96 (22 Dez 2013,
Felgueiras) 58.61 Coimbra)(28 Mai 2011,
200m 2:01.43 (4 Jun 2011,
Algés) 2:07.08 (19 Abr 2014, Póvoa Varzim) Melhores tempos da época passada
Piscina Curta Piscina Longa
100m 54.96 (22 Dez 2013,
Felgueiras) 58.80 (18 Abr 2014, Póvoa Varzim)
200m 2:02.04 (21 Dez 2013,
Felgueiras) 2:07.08 (19 Abr 2014, Póvoa Varzim)
Tabela 9 - Tabela representativa dos tempos alcançados pelo nadador Diogo Sousa
23
Objectivos pretendidos
Objectivos do Clube/Treinador:
Serem campeões da 1ª Divisão Nacional
Objectivos individuais:
Duarte Mourão:
Fazer os mínimos para os nacionais.
Diogo Sousa:
Fazer os mínimos da tabela feita pela seleção este ano.
Análise dos Objectivos
Os objectivos do Clube/Treinador não foram atingidos, o pretendido era o Clube ser
Campeão Nacional da 1ª Divisão, mas não esteve longe do objectivo já que ficou em
segundo lugar a 5 pontos do primeiro, o Sporting Clube de Portugal (SCP). Este
Campeonato Nacional de Clubes da 1ª Divisão foi renhido até à última sessão que se
iniciou com o mesmo número de pontos entre o ESJB e o SCP.
Quanto aos objectivos individuais estes foram atingidos, ambos os nadadores tiveram
mínimos para os Nacionais. Mas os dois não se encontravam na melhor forma.
24
Planeamento da época - Periodização
O planeamento elaborado pelo Treinador é o chamado de Modelo de Periodização Tripla
em que é composto por três macrociclos, este modelo é utilizado devido à época contar
com três momentos de competições importantes, tendo três picos anuais máximos.
Considera-se um macrociclo uma macroestrutura do processo de treino, constituída por
outras sub-estruturas, onde se concretiza um efeito específico ou uma adaptação do treino
de modo a realizar um desempenho competitivo de relevo. Cada macrociclo tem uma
duração habitual de 12 a 20 semanas e culmina com uma competição importante
(Maglischo, 2003).
Estes três momentos de competições importantes vão finalizar os macrociclos mas não
impedem que durante este período haja outras competições. As três competições
importantes são, a do primeiro macrociclo os Campeonatos Nacionais Absolutos de
Piscina Curta que esta época se realizaram no Fluvial Portuense; o segundo macrociclo o
Campeonato Nacional Juvenis, Juniores, Seniores e Absolutos de Piscina Longa, realizado
esta época em Coimbra e Campeonato Nacional de Clubes da 1ª e 2ª Divisão, no Jamor. E
o terceiro é finalizado com os Campeonatos Nacionais de Juvenis e Absolutos - Open de
Portugal, também em Coimbra.
O primeiro e o segundo macrociclos são compostos por 17 semanas e 4 mesociclos
enquanto o último é composto apenas por 14 semanas e 3 mesociclos.
Neste modelo cada macrociclo vai contar com Período de Preparação e Período de
Competição e nos dois primeiro têm Período de Recuperação.
O Primeiro Macrociclo conta com um Período de Preparação mais longo pois normalmente
os nadadores chegam de um longo período de destreino, definido por Mujika (2003) como
uma perda parcial ou completa das adaptações fisiológicas, anatómicas e na capacidade
de desempenho, induzidas pelo treino, como consequência de uma redução ou cessação
do processo de treino.
25
Provas Principais
Data Prova
18 e 19 Outubro de 2014 Festival de Abertura Juv/Jun/Sen
28, 29 e 30 Novembro de 2014 Campeonato Regional Abs Lisboa PC
19, 20 e 21 Dezembro de 2014 Campeonato Nacional Abs PC
7 e 8 Fevereiro de 2015 Meeting Lisboa
13, 14 e 15 de Março de 2015 Campeonato de Inverno de Lisboa
1, 2, 3 e 4 de Abril de 2015 Campeonato Nacional Juv/Jun/Sen
11 e 12 de Abril de 2015 Nacional de Clubes 1ª e 2ª Divisão
30 e 31 de Maio de 2015 Meeting Coimbra
3, 4 e 5 de Julho de 2015 Campeonato Regional Abs Lisboa
23, 24, 25 e 26 de Julho de 2015 Open Portugal Campeonato Nacional
Juv/Abs
Planeamento Anual
Datas Meses Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Inicio semana 1 8 15 22 29 6 13 20 27 3 10 17 24 1 8 15 22 29 5 12 19 26 2 9 16 23 2 9 16 23 30 6 13 20 27 4 11 18 25 1 8 15 22 29 6 13 20 27
Competição
Regional x x x x
Nacional x x x x
Internacional x x
Periodização
Macrociclo 1 2 3
Mesociclo 1 2 3 4 5 6 7 8
Microciclo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Período Aeróbio Ae -An - Força An - Esp - Força Taper P Descanso Aeróbio Aerobio -Anaeróbio Prep. Especifica T P D
UAC 479,1 872,5 580,825 304,4 726,6 635,45 585,925 215,7
Plano de Preparação do Primeiro Macrociclo
Mesociclo 1 - Setembro 2014
Mês Setembro – Microciclo 1
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 1 2 3 4 5 6 7
Manha A1+T
Tarde A1+T A1+T A1+T A1+T A1+T
Volume 1 1 2 2 2 2
Seco PG1 PG Corrida PG PG Corrida
Periodo Preparação Geral
Tabela 12 – Microciclo 1 do primeiro macrociclo
Mês Setembro – Microciclo 2
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 8 9 10 11 12 13 14
Manha A1+T
Tarde A1+T A1+T A1+T A1+T A1+T
Volume 3 3 3 3 3 3
Seco PG PG Corrida PG PG Corrida
Periodo Preparação Geral
Tabela 13 - Microciclo 2 do primeiro macrociclo
Mês Setembro – Microciclo 3
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 15 16 17 18 19 20 21
Manha A1+A2
Tarde A1+T A1+T A1+A2 A1+A2 A1+A2
Volume 4 4,5 4,5 4,5 5 5
Seco HT2 HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Preparação Geral
Tabela 14 - Microciclo 3 do primeiro macrociclo
1
PG: Kombi - Teste, Pranchas, Flexibilidade
2
28
Mês Setembro – Microciclo 4
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 22 23 24 25 26 27 28
Manha A1+A2
Tarde A1+A2 A2+V A1+A2 A2+V A1+A2
Volume 5 5 5 4 5 5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Preparação Geral
Tabela 15 - Microciclo 4 do primeiro macrociclo
O primeiro mesociclo incide na Preparação Geral, tal como já foi dito os nadadores
iniciam os treinos após um longo período de destreino, tem uma grande componente
de treino em seco e o volume vai aumentando progressivamente, o treino não está
orientado para um aprofundamento da especialidade, mas sim para aumentar as
capacidades funcionais do organismo, dá-se então mais importância à preparação
física geral em detrimento da preparação específica.
Preparação geral
ter, 16/09/2014 10:00 - Distância: 4600 PC-25m
400 Crol Drill AR (PS 18-21) - 75cr+25scull 400 Costas Sculling AR (PS 18-21) - 75N+25scull
400 1-estilo Drill AR (PS 18-21)
1 x 2 x 100 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 200 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 300 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 400 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 300 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 200 Swim Piramide A1(PS 22-24) 2 x 100 Swim Piramide A1(PS 22-24) Subir com tubo,descer com palas 200 Brucos Drill AR (PS 18-21)
29
Com este treino característico da preparação geral podemos reparar em tarefas de
baixo esforço e intensidade, caracteriza-se sobretudo pelo desenvolvimento da
capacidade aeróbia e apenas se notam tarefas em AR e A1 e com um volume já
considerável por se tratar de um treino a meio do mesociclo.
Mesociclo 2 - Outubro 2014
Mês Setembro/Outubro – Microciclo 5
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 29 30 1 2 3 4 5
Manha A2+V A2+V A3+V
Tarde A2+V A1+A3 A1+T A1+A3 A2+V
Volume 4,5+5 5 4,5+5 5 5 5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio-Força
Tabela 17 - Microciclo 5 do primeiro macrociclo
Mês Outubro – Microciclo 6
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 6 7 8 9 10 11 12
Manha A2+V A2+V A3+V
Tarde A2+V A1+A3 A1+T A1+A3 A2+V
Volume 4,5+5,5 6 4,5+5,5 6 6 5,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio-Força
Tabela 18 - Microciclo 6 do primeiro macrociclo
Mês Outubro – Microciclo 7
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 13 14 15 16 17 18 19
Manha A2+V A2+V
Tarde A2+V A1+A3 A1+T A1+A3 A2+V
Volume 4,5+5,5 6 4,5+5,5 6 5,5 Provas Provas
Seco HT HT Corrida HT HT
Periodo Aeróbio-Anaeróbio-Força
30
Mês Outubro – Microciclo 8
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 20 21 22 23 24 25 26
Manha A2+V A2+V A3+V
Tarde A2+V A1+A3 A1+T A1+A3 A2+V
Volume 4,5+5,5 6 4,5+5,5 6 6 5,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio-Força
Tabela 20 - Microciclo 9 do primeiro macrociclo
Tabela 21 - Microciclo 9 do primeiro macrociclo
No segundo mesociclo há a continuação da Preparação Geral, aumentando os
volumes de treinos e já se realizam tarefas mais Anaeróbias. Há neste mesociclo a
realização do Festival de Abertura.
Mês Outubro/Novembro – Microciclo 9
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 27 28 29 30 31 1 2
Manha A2+V A2+V TLM+A2
Tarde A2+V A3+T A1+V A2+V A3+T
Volume 4,5+5,5 5,5 4,5+5,5 5,5 5,5 5,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
31 Aeróbio - Anaeróbio
qua, 8/10/2014 19:00 - Distância: 5600 PL-50m
600 Crol Drill AR (PS 18-21) -
200N+200(50bra+50per)+200(25scull+25b.d.agua) 8 x 50 1-estilo Swim Progressivo
3 x 200 1-estilo Drill AR (PS 18-21) 2x 100 Crol Swim A2(PS 25-28)
100 1-estilo Pernas A2(PS 25-28) 200 Crol Swim A2(PS 25-28) 100 1-estilo Pernas A2(PS 25-28) 300 Crol Swim A2(PS 25-28) 100 1-estilo Pernas A2(PS 25-28) 400 Crol Swim A2(PS 25-28) 100 1-estilo Pernas A2(PS 25-28) 200 Swim REC
16 x 50 Palas 1 Up/1 Down - A3: 50 1est + A1: 50cr 200 Swim REC
Tabela 22 – Exemplo 2 de treino
32
Mesociclo 3 - Novembro 2014
Mês Novembro – Microciclo 10
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 3 4 5 6 7 8 9
Manha A2+V A2+V TLM+A2
Tarde A3+T A2+V A3 A3+T
Volume 4,5+5,5 6 4,5+5,5 5,5 5,5 5,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Anaeróbio-Especifico-Força
Tabela 23 - Microciclo 10 do primeiro macrociclo
Mês Novembro – Microciclo 11
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 10 11 12 13 14 15 16
Manha A2+V A2+V Ritmo
Tarde A1+A3 Ritmo A3 Ritmo A2+V
Volume 4,5+5,5 6 4,5+5,5 6 5,5 5,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Anaeróbio-Especifico-Força
Tabela 24 - Microciclo 11 do primeiro macrociclo
Mês Novembro – Microciclo 12
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 17 18 19 20 21 22 23
Manha A2+V A2+V Ritmo
Tarde A1+A3 Ritmo A3 Ritmo A2+V
Volume 4,5+5,5 5,5 4,5+5,5 5,5 5 4,5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Anaeróbio-Especifico-Força
33
Mês Novembro – Microciclo 13
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 24 25 26 27 28 29 30
Manha A2+V A2+V
Tarde A1+A3 Ritmo A3 Ritmo
Volume 3,5+4 4 3,5+3,5 3,5 Provas
Seco PG Flex PG Flex
Periodo Anaeróbio-Especifico-Força
Tabela 26 - Microciclo 13 do primeiro macrociclo
O treinador no mesociclo 3 já começa a trabalhar a Preparação Geral Especifica,
deve ser definido, com o objetivo de desenvolver todas as condições para um
aumento imediato da forma desportiva. É uma etapa direcionada essencialmente
para a forma desportiva específica, onde o desenvolvimento físico geral tem apenas
um papel de manutenção.
Este mesociclo termina com a realização do Campeonato Regional de Absolutos de
Lisboa em piscina curta, onde os nadadores vão realizar as suas provas principais à
procura de mínimos para o Campeonato Nacional.
Preparação específica
ter, 18/11/2014 19:00 - Distância: 4100 PC-25m 400 Swim AR (PS 18-21) - 50cr+50cos
2 x 200 Estilos Swim AR (PS 18-21) 4 x 100 1º estilo Drill AR (PS 18-21)
3x 2 x 75 1º estilo Palas A3(PS 28-31) 100 1º estilo Palas A3(PS 28-31) 2 x 75 1º estilo Palas A3(PS 28-31) Intervalos entre séries 1’30”
16 x 25 1º estilo Pernas A3(PS 28-31) 3 x 50 1º estilo Swim A3(PS 28-31) 4 x 75 1º estilo Swim A3(PS 28-31) 200 Swim REC
4 x 75 1º estilo Swim A3(PS 28-31) 3 x 50 1º estilo Swim A3(PS 28-31) 200 Swim REC
34
O mesociclo correspondente à preparação específica tem uma maior parte do treino
realizado no primeiro estilo do atleta com muitas tarefas mais intensas, sobretudo
em potência aeróbia, A3.
Mesociclo 4 - Dezembro 2014
Mês Dezembro – Microciclo 14
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 1 2 3 4 5 6 7
Manha A2+V A2+V Ritmo
Tarde A1+A3 Ritmo A3 Ritmo A2+V
Volume 3,5+4,5 4,5 3,5+4,5 4,5 4 4
Seco PG Flex PG Flex PG Flex
Periodo Taper
Tabela 28 - Microciclo 14 do primeiro macrociclo
Mês Dezembro – Microciclo 15
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 8 9 10 11 12 13 14
Manha A2+V A2+V Ritmo
Tarde A1+A3 Ritmo A3 Ritmo A2+V
Volume 3,5+4 3,5 3+3,5 3,5 3,5 3,5
Seco PG Flex PG Flex PG Flex
Periodo Taper
Tabela 29 - Microciclo 15 do primeiro macrociclo
Mês Dezembro – Microciclo 16
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 15 16 17 18 19 20 21
Manha A2+V A2+V
Tarde A1+A3 Ritmo A2+V T+V
Volume 2,5+2,5 2,5+2 2 2 Provas
Seco PG Flex PG Flex
Periodo Competição
35
Mês Dezembro – Microciclo 17
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 22 23 24 25 26 27 28
Manha
Tarde
Volume Descanso
Seco
Periodo Recuperação
Tabela 31 - Microciclo 17 do primeiro macrociclo
O quarto e último mesociclo deste primeiro macrociclo é o Periodo Competitivo em
que se caracteriza pelo desenvolvimento de uma aptidão ótima para a competição, é
uma fase de relativa consolidação, não significando que não se trabalhe no sentido
de melhorar as prestações.
É onde se realizam as provas mais importantes, o Campeonato Nacional de
Absolutos em piscina curta que termina este macrociclo.
Tabela 32– Exemplo 4 de treino
Este treino é um exemplo de treino em Taper onde há uma diminuição da carga,
pode reparar-se que o volume é bastante menor (1900m) já que se trata dos dias
que antecedem à competição. A intensidade do treino é baixa, sobretudo são
realizadas tarefas de capacidade aeróbia apenas com 100m de tarefas de sprints no
estilo principal.
Taper
ter, 16/12/2014 19:00 - Distância: 1900 PC-25m 200 Crol Swim AR (PS 18-21)
200 Costas Drill AR (PS 18-21) - 50N+50drill 200 Bruços Drill AR (PS 18-21) - 50N+50drill 8 x 50 Estilos Swim A1(PS 22-24)
6 x 100 1º estilo Drill A1(PS 22-24) - 1-drill+1-50bra+50per
36
Após isto surge um período de transição no planeamento anual, aqui a prioridade é
proceder ao desaparecimento temporário da forma desportiva, sendo caracterizado
por uma rápida descida do estado de preparação.
Plano de Preparação do Segundo Macrociclo
Mesociclo 5 - Janeiro 2015
Mês Janeiro – Microciclo 18
Nº Dia 6ª sab Dom 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Manha A1+T A1 Res+F A1+T Res+F A3
Tarde A1+T A1 A2+T A2+T
Volume 5 5 5+5 3 5+6 3 5 4
Seco PG Corrida PG3 PG Corrida PG PG Corrida
Periodo Preparação Geral-Aeróbio
Tabela 33 - Microciclo 18 pertencente ao segundo macrociclo
Mês Janeiro – Microciclo 19
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 12 13 14 15 16 17 18
Manha A1 Res+F A1+T Res+F A3
Tarde A1 A2+T A2+T
Volume 6+6 3 3 3 6 5
Seco PG PG Corrida PG PG Corrida
Periodo Preparação Geral-Aeróbio
Tabela 34 - Microciclo 19 pertencente ao segundo macrociclo
3
37
Mês Janeiro – Microciclo 20
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 19 20 21 22 23 24 25
Manha A1 Res+F A1+T Res+F A3
Tarde A1 A2+T A2+T
Volume 6+6 3 6+6 3 5 5
Seco HT4 HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
Tabela 35 - Microciclo 20 pertencente ao segundo macrociclo
Mês Janeiro – Microciclo 21
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 26 27 28 29 30 31 1
Manha A1 Res+F A1+T Res+F A3
Tarde A1 A2+T A2+T
Volume 7+7 3 6+7 3 6 5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
Tabela 36 - Microciclo 21 pertencente ao segundo macrociclo
Em Janeiro, após o período de transição, iniciou-se o segundo macrociclo, que, tal
como o primeiro inicia-se com uma período de preparação mais geral, aumentando
mais as capacidades funcionais do organismo, este período é mais curto, durante
apenas dois microciclos e após estes começa um período de treino mais anaeróbio.
Preparação Geral
ter, 6/01/2015 19:00 -
Distância: 5000 PL-50m
9 x 200 Estilos AR (PS 18-21) - Inverso:1-N,2-bra,3-per,4-palas
3 x 200 1-estilo Pernas A2(PS 25-28)
2 x 600 1 Up/1 Down M max+6-cr L, 1-N,2-palas 1200 Crol Braços+Palas Tubo A1 (PS 22-24) 16 x 50 Estilos Swim A2(PS 25-28)
400 Pernas+barbatanas REC
Tabela 37– Exemplo 5 de treino
4
38
Com este treino característico da preparação geral do segundo macrociclo podemos
então reparar em tarefas de baixo e médio esforço e intensidade, diferencia então da
preparação geral do primeiro macrociclo apresentando maior intensidade com a
presença de já algumas tarefas em A2, isto acontece porque o período de transição
não foi muito longo como no período de pausa que houve antes de começar a
época.
Mesociclo 6 - Fevereiro 2015
Mês Fevereiro – Microciclo 22
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 2 3 4 5 6 7 8
Manha A1 Res+F A1+T Res+F Meet Meet
Tarde A1 A2+T A2+T Meet Meet
Volume 7+7 3 6+6 3 3
Seco HT HT Corrida HT HT
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
Tabela 38 - Microciclo 22 pertencente ao segundo macrociclo
Mês Fevereiro – Microciclo 23
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 9 10 11 12 13 14 15
Manha A2 A2+T Res+F AML
Tarde A2+T A2+T
Volume Desc 3 7+7 3 6 5
Seco HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
Tabela 39 - Microciclo 23 pertencente ao segundo macrociclo
Mês Fevereiro – Microciclo 24
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 16 17 18 19 20 21 22
Manha A2 Res+F A1+T Res+F AML
Tarde A2 A3+T A3+T
Volume 7+7 3 7+7 3 6 5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
39
Mês Fevereiro – Microciclo 25
Nº Dia 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª sab dom
Dia 23 24 25 26 27 28 1
Manha A2 A2+F A1+T A2+F AML
Tarde A2 A3+T A3+T
Volume 7+7 3 7+7 3 6 5
Seco HT HT Corrida HT HT Corrida
Periodo Aeróbio-Anaeróbio
Tabela 41 - Microciclo 25 pertencente ao segundo macrociclo
Neste mesociclo há a continuação do anterior com um treino mais aeróbio
anaeróbio, em que existe uma relação íntima entre as áreas funcionais sistémicas e
o âmbito muscular local, actuando ambas em paralelo, aeróbia ou anaerobiamente,
consoante o grau de exigência da tarefa.
No início deste mesociclo há o Meeting de Lisboa.
Resistência Aeróbia
ter, 17/02/2015 19:00 -
Distância: 4600
PL-50m
400 Crol Swim AR (PS 18-21) 4 x 100 Estilos Swim AR (PS 18-21) 400 1º estilo Drill AR (PS 18-21)
4 x 100 1º estilo Swim AML (PS max) 100 Crol Swim A1 (PS 22-24)
2 x 50 1º estilo Swim AML (PS max) 100 Crol Swim A1 (PS 22-24)
4 x 25 1º estilo Swim Sprint 100 Crol Swim A1 (PS 22-24) 6 x 100 1º estilo Pernas A2 (PS 25-28) 400 Barbatanas REC
Tabela 42– Exemplo 6 de treino