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INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE ÁGUA PARA CORREÇÃO DO ABATIMENTO NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CONCRETOS PRODUZIDOS EM SINOPMT

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JOÃO PAULO BOFF ALMEIDA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE ÁGUA PARA CORREÇÃO DO

ABATIMENTO NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CONCRETOS

PRODUZIDOS EM SINOP/MT

(2)

JOÃO PAULO BOFF ALMEIDA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE ÁGUA PARA CORREÇÃO DO

ABATIMENTO NA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CONCRETOS

PRODUZIDOS EM SINOP/MT

Projeto de Pesquisa apresentado à

Banca Examinadora do Curso de

Engenharia Civil

UNEMAT, Campus

Universitário de Sinop-MT, como

pré-requisito para obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Prof.ª Orientadora:

Camila Regina Eberle

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Molde cilíndrico de dimensão básica 150 mm ... 13

Figura 2: Etapas para a execução do ensaio de abatimento ... 14

Figura 3: Aparelho de Vicat ... 17

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABESC – Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem do Brasil. fck – Resistência característica à compressão do concreto aos 28 dias.

MPa – Mega Pascal

NEPAE – Núcleo de ensino da pesquisa da alvenaria estrutural NM – Normas Mercosul

NBR – Norma Brasileira

(6)

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Título: Influência da adição de água para correção do abatimento na resistência à compressão do concreto

2. Tema: 3.01.00.00-3 – Engenharia Civil

3. Delimitação do Tema: 3.01.01.00-0 – Construção Civil

4. Proponente(s): João Paulo Boff Almeida

5. Orientador(a): Camila Regina Eberle

6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado de Mato Grosso

7. Público Alvo: Acadêmicos do Curso de Engenharia Civil

8. Localização: Avenida dos Ingás, 3001 Jardim Imperial, Sinop/MT – CEP: 78555-000.

(7)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... II LISTA DE ABREVIATURAS ... III DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... IV

1 INTRODUÇÃO ... 7

2 PROBLEMATIZAÇÃO... 8

3 JUSTIFICATIVA ... 9

4 HIPÓTESES ... 10

5 OBJETIVOS ... 11

5.1 OBJETIVO GERAL: ... 11

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ... 11

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 12

6.1 CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND ... 12

6.2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ... 12

6.3 PROPRIEDADES DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO ... 13

6.3.1 Trabalhabilidade e consistência ... 13

6.4 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO ESTADO DE MATO GROSSO ... 15

6.5 TEMPO DE PEGA ... 16

6.6 ADIÇÃO SUPLEMENTAR DE ÁGUA ... 17

6.7 FATOR ÁGUA/CIMENTO (A/C) ... 19

7 METODOLOGIA ... 21

7.1 ESTUDO TEÓRICO ... 21

7.2 ESTUDO EXPERIMENTAL ... 21

8 RECURSOS MATERIAIS ... 23

9 CRONOGRAMA ... 24

(8)

1 INTRODUÇÃO

Conforme Petrucci (2005, p. 1), o concreto de cimento Portland é um material de construção resultante da mistura adequada de cimento, agregado miúdo, agregado graúdo e água. Por apresentar características como boa resistência à compressão, baixo custo e adaptabilidade a diversas formas, o concreto tornou-se um dos materiais de construção mais consumidos pelo homem.

Após seu preparo, o concreto começa a ganhar rigidez ao longo do tempo, tal fato resulta da absorção de parte da água pelos agregados, da evaporação de outra parte, e ainda a perda de água necessária para manter as reações químicas de hidratação do cimento (BAUER, 2005, p. 276).

A demora no lançamento do concreto, associada a elevadas temperaturas presentes no Estado de Mato Grosso, estimulam a evaporação da água de amassamento, resultando em uma perda de consistência deste material.

Prevendo a necessidade da adição de água para ajustar a consistência e proporcionar melhor trabalhabilidade, as usinas dosadoras de concreto trabalham, em geral, com uma relação água/cimento (a/c) ajustada para um determinado fck (Resistência Característica do Concreto à Compressão aos 28 dias). Entretanto, os desvios observados deste parâmetro, obtidos laboratorialmente por meio de ensaios de resistência à compressão, podem estar ligados a adição de água de amassamento em proporções indevidas, com objetivos de adequar a consistência do concreto em seu estado fresco. (ZANETTI, 2010, p.31).

O excesso da água de amassamento forma uma rede capilar de poros, parte deste excesso evapora, acarretando na presença de vazios, que segundo Neville e Brooks (2010, p. 77) são os responsáveis por reduzir a densidade e a resistência do concreto em seu estado endurecido.

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2 PROBLEMATIZAÇÃO

Sabendo que a região centro-oeste do país sofre com elevadas temperaturas devido ao clima tropical, o grau de evaporação da água de amassamento tende a ser maior. Para compensar essa perda e manter as condições de trabalhabilidade da mistura, torna-se uma prática comum a adição de água de amassamento suplementar.

Entretanto, a adição equivocada de água ao concreto, altera a relação a/c inicialmente prevista na dosagem do material. Para Petrucci (2005, p. 120), as propriedades do concreto como durabilidade e resistência à compressão melhoram com a redução da relação a/c. Levando ao seguinte questionamento:

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3 JUSTIFICATIVA

Com a evolução dos métodos de cálculo e dos materiais para construção civil, aumentaram também as exigências quanto à resistência e durabilidade das estruturas.

As resistências dos concretos usados até a década de 1990, ficavam na ordem de 15 a 25 MPa. Concretos com resistência característica superiores a 30 MPa eram tidos como especiais. Hoje, comumente se faz uso de concretos com elevada resistência à compressão, exigindo assim que este material passe por um rigoroso controle de qualidade com cuidados desde seu preparo até seu lançamento na estrutura. (ZANETTI, 2010, p. 31)

Segundo ABESC (2007, p. 12) a falta de água no concreto pode dificultar o adensamento e criar falhas nas peças estruturais, contudo, o excesso de água, ainda que facilite a aplicação em estado fresco deste material, pode diminuir consideravelmente sua resistência à compressão.

(11)

4 HIPÓTESES

Os períodos de seca no Estado de Mato Grosso associado às altas temperaturas, estimulam às elevadas taxas de evaporação no material concreto, fator este capaz de condicionar a adição de água na mistura do concreto, ainda no estado fresco, com intuito da correção de sua consistência.

A adição de água suplementar altera diretamente o fator a/c e, como consequência direta resulta em uma acentuada queda da resistência característica do concreto em seu estado endurecido, sendo esta a principal hipótese a ser abordada durante este trabalho.

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5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral:

Este trabalho objetiva avaliar a influência da adição de água de amassamento à mistura para manter a consistência do concreto, ainda em seu estado fresco, na resistência à compressão do concreto em seu estado endurecido.

5.2 Objetivos Específicos:

 Avaliar a perda de consistência do concreto ao longo do tempo através do ensaio de abatimento Slump Test;

 Realizar e analisar o comparativo entre as amostras de concreto retiradas em intervalos de tempo distintos, a fim de verificar a resistência à compressão após a adição de água para manter o abatimento inicial;

 Analisar o aumento do fator a/c e sua influência na resistência à compressão do concreto;

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6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Por se tratar de um material de construção civil bem difundido entre os engenheiros e demais profissionais do ramo, o concreto apresenta estudos em diversas instituições de ensino e pesquisa, sejam estas nacionais ou internacionais.

O presente projeto pretende realizar uma procura por pesquisas bibliográficas que possam proporcionar informações relevantes sobre o tema e servirem como estudo teórico, a ser executado na primeira etapa deste trabalho e, fundamentar, posteriormente, os estudos experimentais necessários para concluir tal pesquisa. Dentre estas informações pode-se abordar as temáticas a seguir:

6.1 Concreto de cimento Portland

O concreto de cimento Portland é um material resultante da mistura adequada de cimento, agregado miúdo, agregado graúdo e água, com possibilidade ainda no emprego de aditivos para melhorar ou conferir propriedades especiais ao conjunto (PETRUCCI, 2005, p.1).

O concreto tornou-se um dos materiais de construção mais utilizados pelo homem, perdendo em consumo somente para a água. Quando comparado ao aço, o concreto não se mostra tão forte nem tão resistente, porém, pode-se destacar pelo menos três razões que justificam seu grande uso em relação a outros materiais: possui boa resistência a água, o concreto no estado fresco possui consistência plástica, o que permite a capacidade de se moldar as mais variadas formas com um baixo custo e uma grande disponibilidade de seus componentes em todo o mundo. (MEHTA e MONTEIRO 1994, p. 3)

Segundo Yazigi (2007, p. 214) o concreto recém misturado deve dispor de propriedades plásticas que possibilitem seu transporte, lançamento e adensamento, e no estado endurecido prover de propriedades que acatem as especificações em projeto como a resistência à compressão, tração entre outras.

6.2 Resistência à compressão do concreto

Segundo Mehta e Monteiro (2006, p. 49) a resistência de um determinado material é caracterizada como a capacidade de resistir a esforços sem falha, e a falha por sua vez é indicada pelo aparecimento de fissura.

(14)

Conforme Araújo (2010, p. 2), a resistência à compressão do concreto é caracterizada por meio de ensaios padronizados de curta duração, submetendo a amostra a carregamentos rápidos. No Brasil, admite-se que esta resistência seja proveniente do rompimento de corpos de prova cilíndricos na idade padrão de 28 dias, convencionando que esta é a idade em que a estrutura deve ser exposta aos carregamentos.

Segundo a NBR 5738 (2003, p. 2), os corpos de prova cilíndricos devem apresentar altura igual ao dobro do diâmetro, conforme ilustrado na figura 1:

Figura 1: Molde cilíndrico de dimensão básica 150 mm Fonte: (ABNT, 1994)

6.3 Propriedades do concreto no estado fresco

Segundo Bauer (2005, p. 267) “as propriedades desejáveis para o concreto fresco são as que asseguram a obtenção da mistura de fácil transporte, lançamento e adensamento, sem a ocorrência de segregação”.

A consistência, a textura, a integridade da massa, a trabalhabilidade, a capacidade de retenção de água e a massa específica são propriedades do concreto fresco (PETRUCCI, 2005, p. 81).

6.3.1 Trabalhabilidade e consistência

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Segundo Petrucci (2005, p. 82) “a consistência é um dos principais fatores que mais influenciam a trabalhabilidade, não devendo, porém, ser confundida com ela”.

A consistência do concreto fresco está diretamente relacionada a propriedades intrínsecas da mistura como coesão entre os materiais constituintes e a mobilidade da massa, visando uniformidade, compacidade e bom rendimento na execução. (BAUER, 2005, p. 270).

De modo geral, pesquisadores que buscavam desenvolver um método para medir a trabalhabilidade do concreto estavam tentando medir em particular a sua consistência. Vários são os métodos que permitem avaliar a consistência do concreto, como por exemplos, os ensaios de penetração, de escorregamento, de compactação e de remoldagem. Entretanto, o ensaio de abatimento é o mais difundido por ser de caráter prático e apresentar valores mais satisfatórios (BAUER, 2005, p. 277).

O Slump Test permite medir a consistência do concreto através de seu abatimento.

Trata-se de um cone com diâmetro de 20 cm na base, 10 cm no topo e 30 cm de altura, dentro do qual é colocado um exemplar de concreto em 3 camadas iguais, cada uma adensadas através de 25 golpes uniformemente distribuídos por uma haste de 60 cm de comprimento e 16 mm de diâmetro. Após este processo é necessário retirar cuidadosamente o molde na direção vertical em um movimento constante com duração de 5 a 10 segundos, tomando-se cuidado para não submeter o concreto à uma torção lateral (NBR NM 67, 1996, p.3).

Pela ação da gravidade o concreto é abatido com a diminuição de sua altura. A diferença entre a altura do cone e a altura da massa após a remoção do molde é caracterizada como Abatimento ou Slump. Uma variação do abatimento permite ao operador corrigir a situação de forma a manter as propriedades desejáveis em seu estado fresco (BAUER, 2005, p. 278).

(16)

Segundo Bauer (2005, p. 270) a trabalhabilidade ao contrário da consistência, não é uma característica inerente ao próprio concreto, envolve também fatores relacionados ao tipo de obra (dimensão das peças, distribuição das barras das armaduras) e os métodos de execução adotados (tipo de adensamento e equipamentos utilizados). Portanto um concreto pode ser trabalhável em um caso e não ser em outro, possibilitando desta maneira que o grau de consistência mais adequado é escolhido a partir do tipo da obra e na intensidade adotada para o adensamento. A Tabela 1 elucida os diferentes tipos de obras e os respectivos abatimentos adotados:

Tabela 1: Abatimentos recomendados para diferentes tipos de obras.

Tipo de Obra Abatimento (cm)

Máximo Mínimo

Paredes de fundação e sapatas armadas 8 2

Sapatas planas (corridas) e paredes de infra-estrutura 8 2

Lajes, vigas e paredes armadas 10 1

Pilares de edifícios 10 2

Pavimentos 8 2

Fonte: (Yazigi, 2009).

São diversos os fatores que influenciam na consistência do concreto, tais como a granulometria, a forma do grão do agregado, o uso ou não de aditivos, o tempo e a temperatura local e, principalmente, o teor água/mistura seca, expresso em porcentagem do peso de água em relação ao peso da mistura de cimento e agregado (BAUER, 2005, p. 276).

6.4 Condições climáticas do Estado de Mato Grosso

Conforme Moreno e Higa (2005, p. 246) a classificação climática de uma região fornece informações importantes que mostram as principais características do comportamento do clima.

Dentre as classificações climáticas que descrevem o Estado de Mato Grosso, a de Arthur Strahler mostra-se muito satisfatória. Pela posição latitudinal e extensão territorial, o Estado apresenta o clima equatorial quente-úmido, que compreende a região norte com cerca de 1 a 3 meses secos e o clima tropical seco-úmido compreendendo a porção centro-sul do estado com o período de seca de abril à setembro.

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pela distância do Estado a costa brasileira, o que condiciona a região a ocorrência de elevadas temperaturas.

Segundo Moreno e Higa (2005, p. 244) “no período primavera-verão, as temperaturas permanecem elevadas, em especial na primavera, sendo setembro e outubro os meses mais quentes do ano, atingindo muitas vezes temperaturas superiores a 35°C e chegando à máximas de 42°C”.

Os períodos de seca associado à altas temperaturas estimulam às elevadas taxas de evaporação no concreto, fator este que condiciona a adição de água a mistura para corrigir sua consistência.

6.5 Tempo de pega

O fenômeno de endurecimento do concreto pode ser entendido como início da pega do cimento, que compreende a evolução das propriedades mecânicas da pasta, ao adquirir certa consistência que a torna imprópria ao trabalho (BAUER, 2005, p. 42). Após um certo tempo, a pega da pasta atinge um determinado estágio que não permite condições de trabalhabilidade, tal período é caracterizado como o tempo disponível para manuseio, transporte e adensamento da mistura, a partir deste período a operação de remistura é impossibilitada.

Conforme Bauer (2005, p. 42) “a caracterização da pega dos cimentos é feita pela determinação de dois tempos distintos – o tempo de início e o tempo de fim de pega”. O início da pega e fim de pega do cimento é determinado por de ensaios de penetração através do aparelho de Vicat, ilustrado na Figura 3. O ensaio consiste em penetrar verticalmente uma sonda com 1 mm² de seção na pasta de cimento por ação de um peso total de 300 gramas. A amostra é ensaiada periodicamente, determinando-se o tempo de início de pega quando a agulha fica estacionada a 1 milímetro do fundo do recipiente, os ensaios são repetidos até que a agulha não penetra mais a amostra, deixando uma marca superficial imperceptível, tal fato caracteriza o fim da pega.

Segundo Fusco (2008, p. 31), para cimentos nacionais pode-se considerar pega rápida quando o tempo de início de pega for menor que 30 minutos, semi-rápida quando este tempo está entre 30 e 60 minutos e pega normal quando este tempo for superior a 60 minutos.

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Figura 3: Aparelho de Vicat Fonte: (Fusco, 2008)

6.6 Adição suplementar de água

Após o preparo do concreto a mistura começa a ganhar característica de rigidez ao longo do tempo, tal fato resulta da absorção de parte da água pelos agregados, da evaporação de outra parte, especialmente se o material for exposto ao sol e ao vento e, ainda, a perda de água necessária para manter as reações químicas de hidratação do cimento.

A consistência que realmente interessa, não é aquela vista logo após a moldagem, mas aquela que o concreto apresenta no momento do lançamento. Evidentemente a temperatura ambiente afeta a consistência e influencia a temperatura do próprio concreto, este fato determina variações de água necessária à mistura para uma mesma consistência (BAUER 2005, p. 276).

As usinas de concreto geralmente trabalham com uma folga de água que comumente é adicionada a mistura para ajustar a consistência e proporcionar melhor trabalhabilidade. Entretanto os desvios de resistência encontrados nos laboratórios são devido à adição de água em proporções equivocadas para o acerto da consistência (ZANETTI, 2010, p.31).

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Conforme Neville e Brooks (2010, p. 77) a presença de vazios no concreto oriundos dos espaços deixados após o excesso de água ser removido, pode reduzir a densidade e, uma consequente diminuição da resistência do material.

No decorrer do processo de endurecimento do concreto, uma parte do excesso de água de amassamento tende a exsudar para a parte superior da massa fluida, fazendo com que as partículas mais finas da mistura, como o cimento, se sedimente para a parte inferior. Deste modo a massa de concreto apresenta uma tendência de heterogeneidade, resultando em um material menos resistente na parte superior, onde há um fator a/c efetivo maior que o valor médio previsto.

A percolação do excesso de água de amassamento que tende a subir para a parte superior é impedida por barreiras formadas pelos grãos dos agregados graúdos e pelas barras de armadura, provocando na face inferior destes obstáculos à formação de películas de água, como mostrado na Figura 4.

Figura 4: Exudação do excesso de água de amassamento Fonte: (Fusco, 2008)

O aumento do fator a/c na região superior da massa e a presença das películas de água na face inferior das barras de aço e dos agregados graúdos, tendem a diminuir a resistência do concreto (FUSCO, 2008, p. 35)

Conforme ABNT (1984, p.3):

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a) antes de se proceder a esta adição, o valor de abatimento obtido seja igual ou superior a 10 mm;

b) esta correção não aumente o abatimento em mais de 25 mm;

c) o abatimento após a correção não seja superior ao limite máximo especificado;

d) o tempo transcorrido entre a primeira adição de água aos materiais até o início da descarga não seja inferior a 15 min.

Consequentemente, a mistura do cimento com a água, iniciam-se as reações responsáveis pelo endurecimento do concreto. Durante duas horas ele comporta-se como um fluido viscoso, possibilitando seu transporte, lançamento e adensamento sem muitos problemas. Imediatamente após este prazo, o concreto começa a apresentar uma significativa estrutura interna sólida, cuja resistência tende a aumentar com o tempo (FUSCO, 2008, p. 68).

De modo a evitar o manuseio do concreto após o início da pega, a ABNT: 2004, NBR 14931: Execução de estruturas de concreto, aconselha que o período transcorrido entre o instante em que a água de amassamento entra em contato com o cimento e o final da concretagem não seja superior a 2h e 30 min. A partir deste instante a adição de água necessária para corrigir a perda de consistência pode comprometer as microestruturas responsáveis pelo endurecimento do concreto, afetando o desempenho do material.

6.7 Fator Água/Cimento (a/c)

Denomina-se fator a/c a relação em massa das quantidades de água e cimento presentes no concreto (PETRUCCI, 2005, p. 121).

Segundo Helene e Andrade (2010, p. 921) as pesquisas feitas por Treval Powers (1966), constataram que a resistência à compressão do concreto dependiam essencialmente da relação entre o grau de hidratação de cimento e da relação a/c do material.

O cimento não hidratado, oriundo das baixas relações a/c empregadas, não interferem negativamente na resistência do concreto, podendo inclusive até ajudar no aumento desta resistência. Conceito este é verificado nos concretos de alta resistência superiores a 40 MPa, que para atingirem esses níveis de resistência à compressão, utilizam relações a/c extremamente baixas de 0,20 ou menos. (HELENE e ANDRADE, 2010, p. 923).

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7 METODOLOGIA

A pesquisa em questão será estruturada em estudos teóricos e experimentais. Deste modo tem-se a descrição de cada estudo a seguir.

7.1 Estudo teórico

O estudo teórico será realizado por meios de pesquisa em normativas, livros e artigos, de modo a reunir informações necessárias para respaldar a pesquisa.

7.2 Estudo experimental

Todo estudo experimental deste trabalho será realizado nas dependências do laboratório de concreto e solos da UNEMAT, campus de Sinop – MT, sendo constituído em 04 (quatro) fases distintas como segue:

- Fase 01: Preparo do concreto em betoneira, com traço de resistência igual à 20 Mpa e abatimento de 10 cm. A determinação das quantidade dos materiais empregados na mistura serãocalculados com base no método do NEPAE. A tabela 2 descreve os materiais a serem utilizados bem como a quantidade necessária de cada item:

Tabela 2: Quantidade de materiais a serem empregados na confecção do concreto

Material Quantidade (Kg)

Cimento CP II - Z 32 37,12

Areia Lavada média 73,20

Pedra Brita Nº 1 110,32

Água 19,85

Serão retiradas amostras de concreto para o ensaio de Slump Test imediatamente após o preparo (tempo 0 min) e posteriormente em 30, 60, 90, 120 e 150 min após a moldagem, afim de se verificar a perda de abatimento do concreto ao longo do tempo. Para cada intervalo de tempo será acrescentado água a mistura em pequenas proporções até se alcançar o mesmo abatimento inicial (10 cm). A quantidade de água acrescentada será anotada com a finalidade de posteriormente corrigir a relação a/c. Logo após a correção da perda de abatimento, será moldado para cada instante de tempo analisado 09 (nove) corpos de prova com dimensões de 10 x 20 cm (diâmetro x altura) seguindo as recomendações da NBR 5738/1994 – Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. Três destes corpos de prova serão rompidos com 7 dias, três com 14 e o restante com 28 dias após a moldagem.

- Fase 02: No dia subsequente a moldagem dos corpos de prova, será realizado a desmoldagem dos mesmos e submetidos à cura submersa em água.

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8 RECURSOS MATERIAIS

Para o desenvolvimento do estudo experimental se fará necessário a utilização de alguns equipamentos elucidados a seguir:

 Conjunto Slump Test;

 Moldes para os corpos de prova;

 Prensa hidráulica;

 Betoneira;

Todos os equipamentos citados acima serão disponibilizados pela UNEMAT campus de Sinop, sendo que os materiais a serem utilizados para a confecção dos corpos de prova serão custeados pelo autor da pesquisa. A Tabela 2 ilustra a estimativa de custo para concluir o estudo experimental. Os preços dos insumos foram retirados da tabela SINAPI de Mato Grosso de setembro de 2013.

Tabela 3: Estimativa de custo para a confecção dos corpos de prova

Material Consumo (Kg) Preço unitário Preço total

Cimento 16,45 0,440 7,24

Areia 32,45 0,020 0,65

Brita 48,90 0,035 1,71

Água 8,80 0,040 0,35

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9 CRONOGRAMA

Como forma de organizar e planejar as atividades que serão desenvolvidas durante a realização do Trabalho de Conclusão de Curso, a Tabela 3 sintetiza o cronograma das atividades a serem desenvolvidas bem como o tempo necessário para conclui-las.

 A: Levantamento dos materiais e estudo do traço ideal para a pesquisa.

 B: Preparo do concreto com a retirada dos corpos-de-prova.

 C: Ensaio de rompimento dos corpos-de-prova.

 D: Análise dos dados estatísticos e conclusões sobre o estudo.

 E: Revisão e entrega da versão final do trabalho.

 F: Banca de avaliação do TCC.

Atividade a ser desenvolvida

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Moldagem e cura dos corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. Rio de Janeiro, 1994, 9p.

____. NBR 5738: Concreto - procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2003, 6p.

____. NBR 5739: Concreto - ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 1994, 4p.

____. NBR 7212: Execução do concreto dosado em central: Rio de Janeiro, 1984, 7p.

____. NBR 14931: Execução de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004, 59p.

____. NBR NM 67: Concreto - determinação da consistência pelo abatimento do tronco do Cone. Rio de Janeiro, 1996, 11p.

ANDRADE, T.; HELENE, P. Concreto de Cimento Portland. In: ISAIA, G. C. (Org) Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo: IBRACON 2010, 40p.

ARAÚJO, J. M. Curso de concreto armado. 2. ed. Rio Grande: Dunas, v. 1, 2010. 257p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DE CONCRETAGEM DO BRASIL. Manual do Concreto Dosado em Central. São Paulo: 2007, 36p. BAUER, L. A. F. Materiais de Construção: 5 ed. Revisada. Rio de Janeiro: LTC, v.1, 2005. 471p.

CONCRETO E CONSTRUÇÕES. São Paulo: Trimestral. ISSN 1809 – 7197.

FUSCO, P. B. Tecnologia do concreto estrutural: tópicos aplicados. São Paulo: PINI, 2008. 184p.

MEHTA, P. K. e MONTEIRO, P. J. M. Concrete: Microestructure, properties and materials. 3nd ed. Estados Unidos, McGraww-Hill, 2006. 684p.

MORENO, G.; HIGA, T. C. S. Geografia de Mato Grosso: território, sociedade, ambiente: Cuiabá: Entrelinhas, 2005. 296p.

NEVILLE, A. M.; J. J. BROOKS. Concrete Technology. 2nd ed, Estados Unidos, Pearson, 2010. 460p.

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TREVISOL, D. Influência do período de cura na resistência à compressão de Concretos Convencionais produzidos com materiais da região de Sinop-MT, 2007. 127f Monografia, (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade do Estado de Mato Grosso, Sinop-MT, 2007.

Imagem

Figura 1: Molde cilíndrico de dimensão básica 150 mm  Fonte: (ABNT, 1994)
Figura 2: Etapas para a execução do ensaio de abatimento  Fonte: (Mehta e Monteiro, 2010)
Tabela 1: Abatimentos recomendados para diferentes tipos de obras.
Figura 3: Aparelho de Vicat  Fonte: (Fusco, 2008)
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