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Coordenação motora e idade gestacional em crianças dos 3 aos 6 anos de idade. Estudo com o MABC-2 banda 1.

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Academic year: 2021

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Coordenação motora e idade gestacional em crianças dos

3 aos 6 anos de idade. Estudo com o MABC-2 banda 1

Dissertação apresentada às provas de doutoramento no âmbito do Curso de Doutoramento em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL), Faculdade de Desporto – Universidade do Porto, nos termos do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de março.

Orientador: Professora Doutora Maria Olga Vasconcelos Coorientadores: Professor Doutor Rui Manuel Nunes Corredeira

Professora Doutora Susana Maria Coelho Magalhães Vale

Ana Maria Nunes Machado Moreira Porto, 2018

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FICHA DE CATALOGAÇÃO:

Moreira, A. (2018): Coordenação motora e idade gestacional em crianças dos 3 aos 6 anos de idade. Estudo com o MABC-2 banda 1. Tese de Doutoramento em Atividade Física, Saúde e Lazer apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras Chave: COORDENAÇÃO MOTORA; MABC-2 BANDA1; DESENVOLVIMENTO MOTOR; PRÉ-ESCOLA; IDADE GESTACIONAL.

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À minha família, pelo apoio dado ao longo desta caminhada, especialmente ao meu filho, pela compreensão e pelos momentos menos presente.

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Durante a elaboração desta tese de doutoramento, muitos foram aqueles que, formal ou informalmente, foram colaborando neste projeto.

À minha Orientadora Professora Olga Vasconcelos, gostaria de realçar o apoio, a qualidade da orientação na procura do conhecimento científico, pela disponibilidade demonstrada em todos os momentos, na discussão e partilha de conhecimentos, sem os quais não seria possível finalizar esta tese.

Ao Professor Rui Corredeira um agradecimento especial pela disponibilidade e partilha de conhecimentos na elaboração da tese, bem como à Coorientadora, Professora Susana Vale.

A todas as crianças, famílias e educadoras que me apoiaram e se disponibilizaram em todos os momentos, para a realização deste trabalho

À Teresa, amiga inesquecível, um agradecimento muito especial, pelos momentos partilhados na pesquisa e enriquecimento científico.

À Rita Amaral, pelo suporte técnico e preciosas opiniões.

Às colegas de trabalho, Joana e Maria e de curso, Ana Carolina e Raquel Costa, pela partilha e apoio.

À minha família, pelo apoio incondicional durante este percurso, especialmente nos momentos mais difíceis.

A todos aqueles que, de diferentes formas tornaram possível este percurso, o meu incondicional agradecimento.

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DEDICATÓRIAS ... III AGRADECIMENTOS ... V ÍNDICEDEFIGURAS ... XI ÍNDICEDEQUADROS ... XIII ÍNDICEDETABELAS ... XV ÍNDICEDEANEXOS ... XVII RESUMO... XIX ABSTRACT ... XXI LISTADEABREVIATURAS ... XXIII

CAPÍTULOI–INTRODUÇÃOGERAL ... 1

Coordenação motora ... 3

Perturbação do desenvolvimento da coordenação motora ... 10

Etiologia da Perturbação do desenvolvimento da coordenação motora ... 12

Evolução do conceito de perturbação do desenvolvimento da coordenação motora e critérios de diagnóstico ... 14

A bateria MABC-2 banda 1, para avaliação da coordenação motora em crianças em idade pré-escolar ... 19

Organização geral da tese ... 23

Referências Bibliográficas ... 26

CAPÍTULOII–ESTUDOSEMPÍRICOS... 35

ESTUDO 1 – Performance on the Movement Assessment Battery (2nd edition), band 1: a systematic review on preschool age about infants born preterm. ... 37 Abstract ... 38 Introduction ... 39 Methods ... 41 Results ... 43 Discussion ... 48

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ESTUDO 2 – Movement Assessment Battery for Children – Second Edition.

Reliability and validity of age band 1 for Portuguese children ... 58

Abstract ... 59 Introduction ... 60 Methods ... 62 Results ... 65 Discussion ... 69 Conclusion ... 72 References ... 73

ESTUDO 3 – Coordenação motora em crianças pré-escolares: efeito da idade gestacional e do sexo ... 77

Resumo ... 78 Abstract ... 79 Introdução ... 80 Métodos ... 82 Resultados/ Discussão ... 83 Conclusão ... 85 Referências Bibliográficas ... 86

ESTUDO 4 –Prevalência de PDC de crianças com 3 a 6 anos, nascidas pré-termo tardio e a pré-termo. ... 88

Resumo ... 89 Abstract ... 90 Introdução ... 91 Método ... 92 Resultados e Discussão ... 93 Conclusão ... 96 Referências ... 97

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Abstract ... 101 Introduction ... 102 Methods ... 104 Participants ... 104 Results ... 107 Discussion ... 111 Conclusion ... 115

ESTUDO 6 – Motor coordination in preschool children and the identification of the developmental coordination disorder outcome ... 121

Abstract ... 122 Introduction ... 123 Methods ... 126 Results ... 129 Discussion ... 132 Conclusion ... 135 References ... 137

CAPÍTULOIII–DISCUSSÃOFINALECONCLUSÕES ... 143 CAPÍTULOIV–ANEXOS ... XXIII

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Estudo 1

Figure 1 – Flowchart of articles selection……… 43

Estudo 2

Figure 1 – Factor loading of confirmatory factor analysis for the Portuguese MABC-2 (age band 1) ... 68 Estudo 5

Figure 1 – Total distribution of motor performance. The dashed line separates children with and without motor difficulties………... 108 Figure 2 – Distribution of motor performance by gender………. 108 Figure 3 – Comparison of the means of the three test dimensions and the total test score………...……… 109 Figure 4 – Motor performance by gender in eight subtests in

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Quadro 1 – Provas do Teste MABC-2 para as três bandas de idade (Henderson & Sugden, 2007) ……… 21

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Estudo 1

Table 1 – General characteristics of identified studies in the current

systematic review……… 45

Estudo 2

Table 1 – Correlation between the components of the MABC-2 (age band 1) and between these and the total of the test………. 66 Table 2 – Internal consistency of the MABC-2 components (age band

1) ………...……… 66

Table 3 – Internal consistency values of all the MABC-2 tests (age

band 1) ………. 66

Table 4 – Test-retest results of MABC-2 (age band1) ………. 67

Estudo 3

Tabela 1 – Resultados da MABC-2 comparando as crianças pelo

sexo ……… 84

Tabela 2 – Resultados da MABC-2 comparando as crianças pelas Classes de Idade Gestacional……… 84

Estudo 4

Tabela 1 – Resultados do MABC-2 (média e desvio padrão) em cada subtestes e valor total, por grupo de IG e sexo...……… 93

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Estudo 5

Table 1 – Socio-demographic characterization (n = 304) ... 105

Table 2 – Prevalence of motor difficulties based on the total Test

Score (TTS)………. 107

Table 3 – Performance by gender in three dimensions and Total Test

Score………. 109

Table 4 – Performance by gender in eight subtests of MABC-2………. 110

Estudo 6

Table 1 – Total sample distribution according sex and age……… 126 Table 2 – Results of the first and second assessment time according

to gender and age………... 130 Table 3 – Results of change on the first and second assessmnet in a

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A investigação sobre as alterações na coordenação motora, na faixa etária dos três aos seis anos, é bastante frequente. Contudo, em Portugal ainda é escassa. Esta tese teve como objetivo analisar a prevalência de alterações na coordenação motora em crianças na faixa etária dos três aos seis anos a frequentarem o ensino pré-escolar. Foram avaliadas 304 crianças, 163 do género feminino e 141 do género masculino (M= 4.9, DP =0.85) através do teste MABC-2 banda 1. As crianças frequentavam o ensino pré-escolar público. A presente tese inclui seis estudos originais. Foi realizada uma revisão sistemática (i) para compreender a perturbação do desenvolvimento da coordenação motora, em crianças de idade gestacional antes das trinta e oito semanas; um estudo de validação do MABC-2 banda 1 para a população Portuguesa, (ii) especificamente, para examinar a validade de construto do MABC-2 banda 1; dois estudos (iii, iv) foram realizados para identificar a prevalência e a interação entre o género e a idade em crianças de termo e pré-termo; um estudo (v) para examinar a coordenação motora, a diferença entre género e as dificuldades motoras nos diferentes domínios; um estudo (vi) para averiguar se durante um período de dez meses, as crianças em risco ou provável perturbação do desenvolvimento da coordenação motora (PDC), alteraram o padrão, quando sujeitas a um programa pré-escolar no domínio da atividade física. Importa referir que o MABC-2 banda1 é uma medida apropriada para avaliar a deteção precoce das PDC em crianças mais jovens. Comparadas crianças pré-termo e de termo, verificou-se que as pré-termo e do sexo masculino, apresentaram valores inferiores ao nível da coordenação motora. Estas crianças, terão de ser sujeitas a um programa curricular adequado, para minimizar as alterações nos diferentes contextos. Em conclusão, nas crianças com desenvolvimento motor típico, mas com um fator de risco associado, devem ser adotadas precocemente estratégias que favoreçam um desenvolvimento eficiente das habilidades motoras.

PALAVRAS CHAVE: COORDENAÇÃO MOTORA; MABC-2 BANDA1; DESENVOLVIMENTO MOTOR; PRÉ-ESCOLA; IDADE GESTACIONAL;

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A research on changes in motor coordination, in the age group from three to six years, is very common. However, in Portugal it is still scarce. This thesis aimed to analyze the prevalence of changes in motor coordination, in children aged three to six, attending pre-school education. 304 children, 163 females and 141 males (M = 4.9, SD = 0.85) were assessed using the MABC-2 Band 1 Test. Children attended public preschool education. This thesis includes six original studies. A systematic review (i) was performed to understand the disturbance in the development of motor coordination in children of gestational age before 38 weeks; a validation study of the MABC-2 band 1 was conducted for the Portuguese population, (ii) specifically, to examine the construct validity of the MABC-2 band 1; two studies (iii, iv) were conducted to identify the prevalence and interaction between gender and age in term and preterm infants; a fifth study (v) to examine the motor coordination, gender differences and movement difficulties in the domains of motor coordination parameters; one last study (vi) was conducted to ascertain whether during a ten-month period, children at risk or probable developmental coordination desorder (DCD), modified this state when subjected to a preschool program in the field of physical activity. In general, it should be noted that the MABC-2 banda1 is an appropriate measure to assess the early detection of DCD in younger children. In addition, when comparing preterm and term children, it was verified that the male preterm infants had lower score values in motor coordination. We have identified that children with problems in the level of motor coordination, will have to undergo an appropriate curricular program, in order to minimize the subsequent changes in the different contexts. In conclusion, in children with typical motor development, but with an associated risk factor, early strategies should be adopted that favour an efficient development of motor skills.

KEY WORDS: MOTOR COORDINATION; MABC-2 BANDA1; MOTOR DEVELOPMENT; PRESCHOOL; GESTATIONAL AGE;

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PDC Perturbação do desenvolvimento da coordenação DCD Development coordination disorder

DM / MD Destreza manual/ Manual Dexterity PM Preferência manual

AM / AL Aiming & catching / Agarrar e lançar B Balance / Equilibrio

IG / GA Idade gestacional/ gestational age DP/SD Desvio padrão / standard deviation

M Média/ mean

APA American Psychiatric Association CFA Confirmatory factor analysis

RMSEA Root mean square error of approximation SRMR Standardized root means square residual SPSS Statistical Package for the Social Sciences ICC Intraclass correlation coeficiente

CFI Comparative fit índex 𝛼 Cronbach’s alfa η2 Eta-square

HB Habilidades com bola WHO World Health Organization CM Coordenação motora SNC Sistema nervoso central

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CAPÍTULO I

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Coordenação motora

A necessidade de compreender mais detalhadamente o comportamento motor das crianças, nomeadamente as características das crianças prematuras, levou-nos a avaliar a coordenação motora (CM) nas crianças em idade pré-escolar e perceber qual a repercussão a nível da perturbação do desenvolvimento da coordenação motora. O estudo da CM em Portugal nesta faixa etária ainda se encontra numa fase inicial. Apercebemo-nos que é de extrema importância a normalização dos padrões de coordenação na população portuguesa.

O desenvolvimento da criança pressupõe um processo harmonioso e contínuo ao nível sensório-motor e preceptivo, o qual lhe permite atingir as diferentes etapas do desenvolvimento que estão estandardizadas. Inerente a este processo inclui-se o desenvolvimento das capacidades motoras, das habilidades motoras fundamentais, como a coordenação, a motricidade grossa, fina, a linguagem ou a visão (O'Brien & Hayes, 1995). Sendo o desenvolvimento um processo individual e que acontece de acordo com a competência que cada criança adquire, importa referir o facto de que ao longo da infância estas aquisições se realizam graças à experiência de diferentes movimentos, ações, tarefas e habilidades motoras, sendo que a criança se move sobretudo por um propósito, um objetivo ou uma atividade que lhe permita satisfazer uma necessidade ou um prazer (Haywood & Getchell, 2014). Por outro lado, as competências motoras das crianças devem ser desenvolvidas, praticadas e reforçadas através dos diferentes programas motores que durante o seu crescimento vão surgindo, sendo muito importante para tal que lhes sejam garantidas oportunidades dessa prática (Clark, 2005). Ás vezes estes processos sofrem modificações e a criança pode apresentar sinais diferentes consoante a patologia, com reflexo nas rotinas do dia a dia ou na diferença entre os pares da mesma idade.

Atualmente algumas teorias sobre o controlo motor, (Shumway-Cook & Woolacott, 2012) ajudam-nos a perceber qual a sequência e os processos que permitem à criança a aquisição de novas e complexas competências bem

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como a sua progressão através da realização de tarefas cada vez mais seletivas e exigentes a nível da performance motora. A análise e compreensão desses mecanismos e parâmetros permite entender o processo da organização do controlo postural, a nível do sistema musculo esquelético, e do sistema sensorial, ou seja, da relevância da informação aferente na organização e adequação da resposta motora atempada e ajustada à tarefa. Estes fatores permitem uma melhor aprendizagem motora, e uma adequada coordenação da postura e do movimento, influenciando novas competências (Gallahue et al., 2013; Hadders-Algra, 2010; Rona et al., 1993). De acordo com Gallahue & Ozmun (2006) o desenvolvimento motor é um processo que se prolonga ao longo das diferentes fases do ciclo de vida, pela interação continua entre a tarefa, as características genéticas do indivíduo e as condições do ambiente. Diamond (2000) refere a interligação existente entre o desenvolvimento motor e o desenvolvimento cognitivo na criança, porque existem estruturas do sistema nervoso central (SNC) que são comuns, (áreas associativas, cerebelo e lobo frontal).

O desenvolvimento das competências motoras começa in útero e prolonga-se pela vida, mas é nos primeiros anos de vida da criança que se verifica uma grande progressão e sequência das habilidades motoras (Haywood & Getchell, 2014). Caldas (2016),refere que no cérebro existem múltiplas formas de memória destinadas a objetivos distintos; a mais primitiva na criança é a que está associada com a aprendizagem de procedimentos motores e emerge in útero. O processo de aquisição de competências motoras vai-se desenvolvendo, de acordo com o processo de maturação e em função das oportunidades para novas experiências (Matos et al., 2011; Piper, 2011), ao longo do seu tempo gestacional. À medida que se completa o tempo de gestação, um elevado número de experiências motoras, incluindo a maturação dos diferentes sistemas sensoriais e motores (Spittle & Orton, 2014b; Van Baar et al., 2013) vai permitindo que os bebés toquem e explorem o corpo através dos movimentos que vão surgindo in útero (motilidade fetal) (Barela et al., 2000). Assim, numa perspetiva desenvolvimental pode dizer-se que o

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desenvolvimento motor se reporta às mudanças que vão ocorrendo ao longo da vida.

Assim, as habilidades motoras vão-se desenvolvendo e refletem-se no desenvolvimento da coordenação motora (CM), que é a capacidade do SNC combinar os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das articulações, para orientação do corpo no espaço e no tempo, como resposta as diferentes ações motoras, do dia a dia da criança (Tani, 2016) e da respetiva complexidade das tarefas a que a criança está sujeita. No início da infância é de particular importância que a CM, bem como o equilíbrio, particularmente, permitam que a criança comece a ter algum controle das suas habilidades motoras fundamentais. Primeiro de uma forma mais global e depois com habilidades que envolvam movimentos e controlo mais fino, ou seja, o desenvolvimento de habilidades motoras grossas e finas. Após a criança controlar os seus movimentos fundamentais, os fatores de produção de força tornam-se cada vez mais importantes, conduzindo-a para a fase motora especializada. Nesta fase, a velocidade de execução é maior e por isso permite-lhe maior capacidade e complexidade para interagir e responder ao meio ambiente. Ou seja, a criança é capaz de registar, integrar e planear a informação para uma resposta programada tornando-se mais eficaz na tarefa ou atividade em causa (Gallahue et al., 2013).

A consolidação de competências relativas à CM durante a infância é um processo harmonioso e progressivo que se processa de uma forma não linear e resulta da interação entre os subsistemas neurais. A teoria Dinâmica dos Sistemas, ao longo do processo de desenvolvimento dos diferentes sistemas e órgãos da criança vem reforçar no sentido de que o controlo do movimento é o resultado de muitos e diferentes sistemas que trabalham juntos de forma dinâmica de acordo com uma organização temporal e sequencial (Ali et al., 2017; Shumway-Cook & Woolacott, 2012). Esta organização pode ser influenciada por fatores tais como a idade gestacional, a idade cronológica, o ambiente e o sexo. Os padrões de movimento são reorganizados através de diferentes parâmetros de controlo e para os diversos padrões de movimento intrínsecos ao indivíduo (Rona et al., 1993).

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Segundo (Clark, 2005), o termo desenvolvimento pode ser usado para caracterizar um processo em mudança. Sucintamente, podemos referir que o desenvolvimento motor se caracteriza pelo progressivo domínio corporal das habilidades motoras fundamentais, também designadas por padrões motores fundamentais (sentar, gatinhar, andar, correr, saltar, agarrar, lançar, pontapear). Estas habilidades motoras básicas são constantemente solicitadas para atender aos diferentes propósitos nas atividades diárias das crianças e constituem-se como os pilares da aprendizagem das habilidades motoras específicas, (Malina, 2004), e implica que a criança desenvolva e demonstre certos níveis de CM (Tani, 2016). Tais habilidades, segundo Gallahue et al. (2013), são influenciadas pela maturação, prática e motivação; estando dependentes de fatores externos e internos (biológicos ou genéticos, fisiológicos, psicológicos, sociais, motivacionais, cognitivos) e dos processos de aquisição que ocorrem numa variada amplitude de experiências que ocorrem durante as brincadeiras e em programas estruturados que possam existir (Hardy, 2015; Wilson et al., 2013).

A coordenação motora grossa ou global permite utilizar os grandes músculos de forma mais eficaz para controlar e orientar o corpo no espaço e no tempo, implicando movimentos mais amplos dos membros superiores e inferiores ou de todo o corpo (Wilson et al., 2013). A coordenação motora grossa facilita a coordenação na marcha, no correr, no saltar, nas atividades com bola, tais como atirar ou agarrar, assim como nas habilidades de estabilização, como as rotações, as receções após saltos e os movimentos que implicam equilíbrio. O desenvolvimento da coordenação motora grossa permite que a criança experiencie e se envolva em diferentes atividades sejam elas desportivas ou resultantes do brincar (Hashim & Baharom, 2014). Gray et al. (2010) referem que o tempo, a experiência e a vivência da tarefa influenciam o desenvolvimento motor da criança, ou seja, vão permitir uma maior variabilidade da resposta à tarefa, sendo a idade da criança um fator importante a considerar. Autores como (Gray et al., 2010; Haywood & Getchell, 2014) explicam que o desenvolvimento da coordenação motora grossa depende da capacidade de mudança e adaptação ao nível do sistema

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neuro-musculo-esquelético, para que seja possível controlar as tarefas motoras ao longo da vida, realçando a interação entre indivíduo, tarefa e ambiente. Os primeiros anos de vida são importantes para o desenvolvimento da coordenação motora grossa, que vai permitir atividades contra a gravidade cada vez mais exigentes nomeadamente gatinhar, assumir a posição de pé, subir escadas, o que requer estabilidade e consequentemente uma melhoria no controlo do corpo, por forma a permitir a exploração do ambiente (Cools et al., 2009; Gallahue & Ozmun, 2006).

Relativamente à coordenação motora fina, esta envolve a utilização grupos de pequenos músculos que, de uma forma eficaz, adequam a postura corporal para o manuseio de objetos, onde a destreza manual é essencial, tais como, cortar com tesoura, escrever, apertar cordões dos sapatos, entre outras, atividade essenciais do dia a dia. Os grupos musculares envolvidos na coordenação motora fina permitem um controlo entre o movimento dos olhos e o movimento coordenativo das mãos, o que vai permitir fazer tarefas muitos finas e exigentes sob ponto de vista motor, tais como desenhar, escrever dentro de limites definidos, situações que subentendem a existência de uma boa coordenação entre visão e movimento da mão, o que a literatura designa por coordenação oculo-manual (Brychta et al., 2016; Pelligrini et al., 2005). Ao longo do desenvolvimento da criança, esta coordenação vai tornando-se mais eficiente o que lhes permite executar tarefas cada vez mais complexas e em simultâneo. Em muitas atividades os dois tipos de coordenação motora estão presentes (Flatters et al., 2014). Segundo Bernstein (1967) “a variabilidade é o princípio que possibilita a transformação”, ou a seja, os diferentes graus de liberdade (Mochizuki et al., 2006) vão permitir um controlo entre a informação que chega ao SNC (aferente) e a resposta motora (eferente). Por conseguinte estes processos vão permitir que a criança organize a relação entre as estruturas envolvidas na coordenação motora (sinergias funcionais), facilitando a realização de movimentos cada vez mais complexos e coordenados e modificando os graus de liberdade do sistema motor (Passos & Barreiros, 2013).

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Quando se aborda a coordenação oculo-manual ou oculo-pedal, temos uma forte influência do sistema visual. De acordo com Gallahue et al. (2013), tem de haver a informação do input visual e a respetiva integração com o output motor para que o movimento seja cada vez mais coordenado, e que esta interação produza uma resposta mais refinada e eficiente.

Para que o movimento seja coordenado, tem de ter sincronia, ritmo e ser sequencial de forma ajustada e adequada (Gallahue et al., 2013), ou seja, tem de ser eficiente para a atividade em causa. A CM está relacionada com a capacidade para realizar diversas tarefas ou atividades, contudo, na base está o património individual de cada criança, isto é, o genótipo do individuo (Pelligrini et al., 2005).

Autores de referência tais como (Gallahue & Ozmun, 2006; Gallahue et al., 2013) sugerem que o período entre os 7 e os 9 anos e a idade em que deve prevalecer o aperfeiçoamento das capacidades coordenativas. O desenvolvimento de níveis apropriados de CM é muito importante para o crescimento, permitindo uma maior atividade e participação na realização de tarefas cada vez mais complexas em períodos precoces. Um bom desempenho de habilidades motoras finas (e.g., a destreza manual) e grossas (e.g., o equilíbrio estático e dinâmico, atirar e agarrar) é fundamental para a criança ser capaz de realizar tarefas básicas na idade pré-escolar e mais tarde na escola (Henderson & Sugden, 1992). A perceção temporal está diretamente relacionada com a ação coordenada das informações aferentes (sensoriais) e das eferentes (motoras), o que permite uma interação coordenada entre os vários sistemas (Ferguson et al., 2015). A este propósito Gallahue & Ozmun (2006) referem que uma criança coordenada é aquela que tem uma boa perceção da dimensão temporal.

Apesar de existirem evidências que apontam para alterações da CM em crianças pré-termo, há ainda poucos estudos sobre o desempenho coordenativo destas crianças. Atualmente, a literatura tem se preocupado com a prematuridade e os diferentes aspetos que podem estar relacionados com o processo de desenvolvimento da criança em todas as áreas. A investigação tem abordado as repercussões da prematuridade no desenvolvimento da

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coordenação motora e performance motora, e na performance das rotinas e atividades do dia a dia (Fernandez et al., 2016).

A literatura refere que existem diferenças no desenvolvimento (desvios, variações e défices) do bebé pré-termo relativamente ao de termo (Hardy, 2015; Spittle et al., 2015), ao nível do desenvolvimento sensorial e processamento da informação, assim como, na função motora, especificamente na postura e no movimento (Spittle et al., 2013), sendo as crianças prematuras aquelas que apresentam mais dificuldades. Nos estudos de Magalhães et al. (2009) e de (Maggi et al., 2014), com crianças prematuras, um número considerável mostrou um desenvolvimento atípico, revelando potenciais problemas de CM.

Atualmente constata-se uma preocupação com o estudo de grupos etários mais baixos. Sendo desejável que uma criança tenha a capacidade de, no dia a dia, realizar diferentes tarefas e em diferentes contextos, é fundamental que o seu empenhamento físico seja cada vez maior e evidencie as habilidades de equilíbrio e coordenação de forma mais significativa e consistente ao nível de situações de perigo, de atividades mais exigentes, de complexidade das tarefas que são exigidas com o decorrer do tempo de maturação. A criança vai-se tornando cada vez mais apta para responder às necessidades, às exigências posturais e do movimento, que todos os dias lhe surgem, designadamente o subir e descer escadas, jogar com as mãos ou com os pés, correr e trepar às arvores. Para as executar, precisa de ter um adequado equilíbrio e uma boa coordenação.

Piek et al. (2008), num estudo que envolveu crianças entre os 4 e 5 anos de idade com alterações da coordenação motora verificaram que as mesmas apresentavam problemas a nível do seu comportamento emocional, o que estava de acordo com as informações fornecidas pelas mães. Se estas alterações no desenvolvimento da coordenação motora forem detetadas precocemente, as suas implicações noutros domínios podem ser acauteladas em termos do futuro da criança e das respetivas implicações.

Assim sendo, verifica-se que a criança desde muito cedo que demonstra várias capacidades motoras relacionadas com as suas habilidades, em

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especial com o equilíbrio, com a coordenação, com a velocidade e com o tempo de reação face aos acontecimentos ao longo da vida (Haywood & Getchell, 2014).

Perturbação do desenvolvimento da coordenação motora

A perturbação do desenvolvimento da coordenação (PDC), é considerada um distúrbio a nível motor, com alterações da função em algumas áreas do sistema nervoso central (SNC) (Kolb et al., 2017; Mcleod et al., 2016; Peters et al., 2013). A PDC pode refletir-se no desempenho do dia a dia da criança e ter várias consequências a nível educacional, social e emocional. A criança sente dificuldade em realizar as suas tarefas nas rotinas diárias, pelas dificuldades de movimento nas habilidades motoras mais básicas. As tarefas que eventualmente podem estar mais comprometidas são as que se relacionam com o equilíbrio (estático e ou dinâmico) (Kirby & Sugden, 2007b) e a destreza manual, ou seja, atividades motoras finas, ou as que se relacionam com a atividade motora mais global (habilidades com bola). De uma forma geral, as crianças apresentam dificuldades em tarefas ou atividades que exigem um controlo da coordenação motora mais seletiva, como por exemplo em gestos como apertar os sapatos, andar de bicicleta, lavar os dentes, cortar ou recortar com a tesoura e escrever com um bom controlo dos movimentos do punho e mão (Ferguson et al., 2015), ou seja, a combinação entre os mecanismos de feedback e feedforward ao nível do controlo das estratégias utilizadas. As crianças com PDC têm dificuldade em generalizar de um padrão novo para outro (Allen & Casey, 2017). Estas dificuldades motoras podem prolongar-se no tempo, até à adolescência ou até mais tarde (Leversen et al., 2012; Yu et al., 2018).

Enquanto uma criança com um desenvolvimento típico tende a ser aventureira, exploradora e gosta de novos desafios, as crianças com PDC, pelo contrário, não procuram e não são adeptas da diversidade, pelo que os esquemas motores apresentam pouca variabilidade, dificuldade em usar estratégias de controlo preditivo e capacidade em antecipar ações motoras (Ferguson et al., 2015; Morato, 2014).

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A literatura refere consequências negativas relevantes das PDC nas rotinas ou atividades diárias da criança, nas quais esta necessite utilizar movimentos funcionais finos ou motores globais (Ferrari et al., 2012).

Os critérios para o diagnóstico de DCD estão descritos na última edição do DSM (Fifth Edition) (American Psychiatric Association, 2013a). Em Portugal optou-se por fazer a tradução oficial do Manual de Diagnóstico e Estatistica das Perturbações Mentais (DSM-5) (American Psychiatric Association, 2013): Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação. As PDC definem-se como uma condição marcada por um comprometimento significativo no desenvolvimento da coordenação motora, interferindo com a realização académica e/ou com atividades da vida diária. Os critérios para o diagnóstico das PDC são os seguintes, que passamos a apresentar de forma sucinta: (i) critério A: o desempenho em atividades diárias que exigem coordenação motora está substancialmente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica e a inteligência medida do indivíduo. O quadro pode manifestar-se por atrasos marcantes em alcançar marcos motores (por ex., caminhar, engatinhar, sentar), propensão a deixar cair coisas, desajeitamento, fraco desempenho nos desportos ou caligrafia insatisfatória); (ii) critério B: a perturbação do critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária apropriada para a idade cronológica (por exemplo, autocuidado e auto manutenção); critério C: a perturbação não se deve a uma condição médica geral, por exemplo, paralisia cerebral, hemiplegia ou distrofia muscular, nem satisfaz os critérios para um transtorno invasivo do desenvolvimento; critério D: em presença de deficiência intelectual, as dificuldades motoras excedem aquelas associadas com essa deficiência. Estes critérios de diagnóstico da PDC serão abordados com mais pormenor mais adiante.

O risco de PDC pode ser mais elevado, à medida que decresce a idade gestacional (IG) (Doyle et al., 2014; Hua et al., 2014b; Pignotti & Donzelli, 2015; Zhu et al., 2012a), no sexo masculino, quando o bebé é de baixo peso ao nascer (Oliveira et al., 2011),na aquisição tardia da marcha na criança (Wilson et al., 2013). As PDC podem estar associadas a consequências secundárias

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(Allen & Casey, 2017; Wilson et al., 2013), tais como hipermobilidade articular, obesidade, níveis de atividade física mais baixos, algumas dificuldades cognitivas e ao nível do planeamento motor, que nas crianças com PDC é mais tardio, sobretudo no que se refere ao estabelecimento da preferência manual. A ocorrência da PDC na população em geral, situa-se entre 6% e 8% (American Psychiatric Association, 2013a), a nível da população em idade escolar 5% a 6%, (American Psychiatric Association, 2013b), contudo, vários estudos referem uma prevalência de PDC entre 25% e 50% em crianças que nasceram prematuras (Ferrari et al., 2012). Assim, é suficiente para a classificar como sendo uma das alterações mais comuns, entre crianças em idade escolar. Embora as taxas de prevalência de PDC estejam bem documentadas em muitos países, a variação é diferente de acordo com o país em questão. Em alguns, a prevalência de provável PDC é baixa, como por exemplo a percentagem de 1,8% no Sudoeste de Inglaterra (Lingam et al., 2009a), de 4.9% na Suécia (Kadesjo & Gillberg, 1998) e de 8% no Canadá (Tsiotra et al., 2006). Taxas mais elevadas de incidência de provável PDC foram encontradas em alguns países, que realizaram estudos em larga escala, tais como: entre 15 e 19% na Grécia e Canadá (Tsiotra et al., 2006), 19.9% no Brasil (Valentini et al., 2012).

Etiologia da Perturbação do desenvolvimento da coordenação motora

Não existe um fator único, como causa para as PDC e a etiologia ainda não é clara. Contudo, vários estudos foram realizados para explorar e identificar os possíveis fatores que podem estar associados com as PDC. Isto significa conhecer quais os agentes etiológicos responsáveis pelo desenvolvimento desta alteração que afeta as crianças. Contudo, as dificuldades de coordenação não estão sempre relacionadas com alterações neurológicas (Wilson et al., 2013). Alguns fatores perinatais e neonatais podem estar associados a um risco de PDC. Entre as diferentes variáveis, a prematuridade (Hua et al., 2014a; Lingam et al., 2009b; Zhu et al., 2012a), o baixo peso ao nascer (Lingam et al., 2009b; Zwicker, Yoon, et al., 2013b), o

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sofrimento fetal e a icterícia patológica neonatal (Hua et al., 2013; Hua et al., 2014b) já foram descritos. A restrição de crescimento intrauterino é também um forte fator de risco no atraso do início da marcha (Larsen et al., 2013). Existem outros fatores já apontados, tais como, ser do sexo masculino (Zwicker, Harris, et al., 2013), a avançada idade materna, doença pulmonar (Hua et al., 2014b) e famílias de extrato socioeconómico mais baixo (Lingam et al., 2009b). A propósito deste possível e último fator, Hua et al. (2014a) verificaram diferentes resultados. Na China continerntal, foi realizado um estudo de base populacional com PDC, onde foram selecionadas 4001 crianças de 160 classes e de 15 escolas públicas. O Movement Assessment Battery for Children-Second Edition (MABC-2) foi usado para avaliar a função motora das crianças. Das 4001 crianças, 330 tinham os critérios DSM-IV para PDC, e 3671 não apresentavam esses critérios (Jing & Guixiong, 2013). Os autores verificaram que as crianças com PDC foram mais propensas a terem experiências obstétricas complicadas durante a gravidez das mães, durante o parto e no período neonatal, quando comparadas com as crianças sem diagnóstico de PDC. Cermak et al. (2002) referiram que, no período pré-natal, perinatal e pós-natal incidentes que ocorram podem afetar o desenvolvimento dum cérebro ainda precoce ou maturacionalmente vulnerável, constituindo fatores propícios para a ocorrência de PDC (Tau & Peterson, 2010). Contudo, Peters et al. (2013) realizaram uma revisão dos estudos de neuroimagem em crianças com PDC e observaram uma exiguidade nos resultados da neuroimagem nas PDC, mas os que estavam disponíveis mostraram que múltiplas áreas do SNC estão envolvidas nos mecanismos neuropatofisiológicos das PDC (Allen & Casey, 2017; Biotteau et al., 2016).

As disfunções sensorio-perceptivas nas PDC foram relatadas com uma base consistente na literatura. Wilson et al. (2013) mencionaram a inclusão de áreas básicas como processamento vísuo-sensorial e vísuo-espacial, perceção táctil, perceção cinestésica e velocidade de processamento.

A neurociência cognitiva sumariou a integração da informação pelo SNC e do comportamento sob um único esquema conceptual. De acordo com Wilson et al. (2013), o conceito do controlo motor preditivo, padrões de

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movimento já vivenciados (também conhecido como modelo interno direto) tem tido particular influência no conhecimento sobre as PDC, porque é referido como fator a ter em consideração nas dificuldades motoras que as crianças apresentam, porque utilizam sempre os mesmos padrões de movimento e postura As crianças com PDC apresentam dificuldades em ter representação interna do modelo, o que significa que necessitam de informação adicional (verbal ou visual) de terceiros para desempenhar tarefas mais complexas.

Evolução do conceito de perturbação do desenvolvimento da coordenação motora e critérios de diagnóstico

As PDC são desordens específicas do desenvolvimento, caracterizadas por uma baixa performance motora nas atividades da vida diária, a qual se manifesta abaixo do nível esperado para a idade cronológica. O deficit da coordenação motora interfere significativamente com as rotinas diárias e o desempenho escolar e pode ter uma resposta alterada, causando um impacto a longo prazo no desenvolvimento do individuo (Allen & Casey, 2017). Para identificar padrões psicomotores anormais, é necessário o conhecimento dos parâmetros normais, e por isso temos de ter em linha de conta, não apenas o desenvolvimento e a avaliação das diferentes áreas do desenvolvimento sensório-preceptivo-motor, como também, o desenvolvimento das diferentes sequências motoras. Assim, algumas questões devem ser colocadas aos pais ou cuidadores, como por exemplo se a criança tem muitas quedas, ou apresenta dificuldades nas tarefas das rotinas diárias, tais como, o uso dos talheres, dar o laço nos cordões dos sapatos, ou outras dificuldades específicas a nível da motricidade fina ou grossa, se deixa cair objetos ou vai contra as coisas (Allen & Casey, 2017; Ferguson et al., 2015). De acordo com a literatura, a normalidade pode ser definida pelos limites da idade em que as diferentes aquisições ocorrem e pela qualidade no desempenho das variadas tarefas (Haibach et al., 2011). Por outras palavras, é definida pela adequação funcional às diferentes habilidades que vão sendo conseguidas de acordo com a faixa etária. Todavia, a definição de desenvolvimento típico ou atípico não é categórica. Não existe um limite ou fronteira definida claramente para as

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chamadas aquisições normais na designada idade normal de aquisição das diferentes competências motoras. Esta questão vai depender das oportunidades de exploração do meio ambiente, da variabilidade ou possibilidades de movimento da parte da criança, contudo, existem marcos de referência, os quais designamos por etapas do desenvolvimento (Sheridan, 2006). A definição de normalidade é sobretudo, um conceito dimensional (uma curva ou linha de distribuição normal), onde o dito limiar normal está próximo do limiar de anormalidade (Gallahue et al., 2013; Sheridan, 2006).

Para analisar o critério de diagnóstico da PDC que possa ser usado nos estudos e na prática clínica, a American Psychiatric Association (Blank, Smits-Engelsman, Polatajko, & Wilson, 2012) e a World Health Organization (WHO), apresentaram propostas de classificação. Contudo, mesmo com as indicações dadas por estas organizações, constatam-se alguns problemas com a terminologia e diagnóstico das PDC na criança (Geuze et al., 2001; Henderson & Barnett, 1998).

A discussão da terminologia e do diagnóstico tornam-se de elevada importância para se estabelecer uma linguagem comum, quer em termos dos planos de intervenção a definir, como da avaliação na prática clínica, tendo como base a intervenção baseada na evidência. Por outro lado, permite que desde muito cedo se inicie a intervenção, desde muito cedo, sobre este tipo de desordens, evitando assim que se desenvolvam outros problemas associados, nomeadamente, a falta de vivências e interação com o meio ambiente. A riqueza das vivências motoras, pela sua diversidade e complexidade, é nos primeiros anos de vida imprescindível para o desenvolvimento global e para o estabelecimento de conexões entre todas as estruturas dos sistemas envolvidos no processo do desenvolvimento das competências motoras na criança (Valentini et al., 2017)

Numa revisão sistemática publicada por Geuze et al. (2001), em que foram selecionados 176 artigos e 125 grupos de crianças com problemas do desenvolvimento, não existe nenhuma referência relativamente à terminologia ou critérios de diagnóstico de PDC. Num outro estudo, (Magalhães et al., 2006) analisaram 319 artigos nos quais já se faz referência às PDC, bem como, qual

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a evolução para a compreensão do que significa alteração motora e PDC, e qual a relevância em termos do conhecimento científico em futuras pesquisas. Verifica-se assim uma tentativa de começar a utilizar uma linguagem comum para as PDC e a sua problemática, apesar de, ainda nos estudos supramencionados serem encontrados nove termos para definir as PDC. Assim, começa a necessidade de adotar uma terminologia comum em toda a comunidade científica, e o termo dispraxia, também era utilizado para definir a PDC, é uma disfunção motora neurológica, que interfere com o planeamento e execução dos movimentos, tendo por vezes associada a lentificação na execução motora, pelo que não é sinónimo de PDC, por isso, este termo, passa a ter menos impacto, quando se está a falar das PDC. Além de que, a Foundation Dyspraxia (UK), passou a recomendar que se passe a utilizar o termo dispraxia desenvolvimental, como sendo uma alteração ou imaturidade na organização do movimento. Dispraxia desenvolvimental sugere algumas dificuldades no planeamento motor, e de acordo com Wilson et al (2012), nas PDC a criança tem dificuldades percetivo-motoras, que podem indicar um problema na integração da informação motora e percetiva, ou tem um deficit no modelo interno, ou alteração em ter uma representação interna do movimento (Allen & Casey, 2017).

Esta variedade de terminologia conduz a alguma confusão e a diferentes resultados, ao nível da pesquisa e também na prática clínica, porque são problemas motores com origens diferentes. Os termos "clumsy" e "clumsiness" surgem com frequência em muitos estudos, e após 1994 o termo developmental coordination disorder (DCD), traduzido em português para PDC, pelo DSM-5, passou a ser mais generalizado. A European Academy of Childhood Disability (EACD), (Blank, Smits-Engelsman, Polatajko, & Wilson, 2012) publicou um documento onde apresentou a definição a utilizar quando queremos abordar as PDC no diagnóstico, avaliação e programas de intervenção, que foram apresentados e aprovados em duas conferências em 2010 (Consensus Conferences in Maulbronn (Germany), (Blank, Smits-Engelsman, Polatajko, Wilson, et al., 2012).

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Os problemas do desenvolvimento motor foram inicialmente abordados pela DSM-III-R (APA, 1987) e International Classification of Diseases (ICD-9) (WHO, 1992). De acordo com a versão de (WHO, 2010), a PDC surge como Specific Developmental Disorder of Motor Function (SDDMF), em que a principal característica é a gravidade a nível do desenvolvimento da coordenação motora, que não é exclusivamente explicada em termos gerais pelo atraso intelectual ou outras desordens neurológicas associadas, quer congénitas ou adquiridas. Esta definição não engloba atrasos na marcha, ou no movimento, ou alterações motoras derivadas de uma lesão no SNC, ou até quando associadas a alterações secundárias, como por exemplo, nas desordens intelectuais.

Noutros sistemas de classificação, as dificuldades de movimento foram sendo apresentadas através de várias designações, e foram fazendo parte integrante das atualizações ao longo do tempo (IV, IV-TR e DSM-V).

Atualmente, o DSM-V (American Psychiatric Association, 2014) classifica as PDC como perturbações motoras ligeiras, sob a designação mais ampla de distúrbios do neurodesenvolvimento. Este tipo de distúrbio é considerado uma condição patológica, de uma especificidade de problema a nível da coordenação motora (Henderson & Barnett, 1998). Esta definição também suporta a funcionalidade do movimento, a relação com os diferentes níveis de padrões de movimento e a idade cronológica. A terminologia da APA parece ser, entre as disponíveis, a mais adequada e recomendada para a pesquisa das PDC.

Podemos dizer que as PDC têm um diagnóstico proposto para crianças saudáveis que apresentem dificuldade na execução de habilidades motoras, mas não têm associado nenhum distúrbio, lesão neurológica ou presença de deficiência intelectual.

A atualização dos critérios de diagnostico da APA podem ser observados nas revisões sequenciais que foram elaboradas na última revisão da DSM, que vamos salientar, para ser considerada PDC (Developmental Coordination Disorder) na DSM-V (American Psychiatric Association, 2013a):

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Critério A. Aquisição e execução de habilidades motoras coordenadas estão abaixo do que seria esperado numa determinada idade cronológica e a oportunidade para aprender e usar habilidades; as dificuldades são manifestadas como falta de jeito (e.g, soltar/deixar cair ou batendo/colidindo com objetos) e também como lentidão e imprecisão do desempenho de habilidades motoras, tais como (e.g., apanhar um objeto, utilizar tesouras, escrever à mão, andar de bicicleta ou participar em atividades desportivas).

Critério B. O déficit de habilidades motoras interfere de maneira significativa ou persistente em atividades de vida diária adequadas à idade cronológica (e.g. de autocuidado ou auto manutenção) e tem impacto na produtividade académica/escolar, em atividades pré-profissionais e vocacionais, de lazer e de diversão.

Critério C. O início dos sintomas aparece no início do período de desenvolvimento.

Critério D. Os déficits de habilidades motoras, não podem ser explicados pela deficiência intelectual ou deficiência visual e não são atribuídas a uma condição neurológica que afeta o movimento (e.g., paralisia cerebral, distrofias musculares, ou a doenças degenerativas).

Pode concluir-se que a criança com PDC está abaixo das expectativas para a idade cronológica e tem menos capacidade de exploração e prática no dia a dia. Isto pode significar uma performance motora mais baixa, implicando uma limitação nas atividades e participação em atividades lúdicas e desportivas com os pares (Kirby & Sugden, 2007b; Summers et al., 2008). Na população em idade pré-escolar, a literatura é escassa relativamente à prevalência. Em relação ao sexo, os rapazes apresentam um desempenho na perturbação do desenvolvimento da coordenação motora inferior ao das raparigas, segundo Lingam et al. (2009a) o rácio de menino para menina é 1.9 para 1, o que poderá ser explicado pelo número mais elevado de crianças prematuras e de baixo peso do sexo masculino. As crianças com PDC, podem ter uma

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preferência manual (PM) esquerda quando comparadas com as crianças com desenvolvimento típico (Goez & Zelnik, 2008).

O uso de testes quantitativos estandardizados é largamente recomendado de acordo com os critérios que estão definidos para as PDC. Assim, parece-nos que o teste MABC-2, banda 1 (Henderson et al., 2007) em idades precoces será de valorizar, na medida em que, rapidamente se faça o diagnóstico de PDC e implementar programas adequados às caraterísticas deste grupo populacional. Este instrumento tem também uma Lista de Verificação, destinada a crianças entre os 5 e os 12 anos, que poderá ser útil, pois permite identificar as tarefas da vida diária onde as crianças apresentam mais dificuldades. A utilização de instrumentos que consigam ou permitam quantificar a criança típica e aquela que tem provável PDC ou risco de PDC permitem que cada vez mais se constituam grupos homogéneos de crianças com PDC, sobretudo por dois aspetos, para a pesquisa e para que desde muito cedo sejam delineados programas de intervenção para colmatar esta perturbação e as consequentes dificuldades na realização das habilidades motoras fundamentais e das eventuais habilidades desportivas.

A bateria MABC-2 banda 1, para avaliação da coordenação motora em crianças em idade pré-escolar

O Movement Assessment Battery for Children - 2 (MABC-2) (Henderson et al., 2007) é um instrumento que avalia a coordenação motora e a possível PDC em crianças dos 3 aos 16 anos de idade.

Existem vários testes que avaliam as funções motoras, mas apenas alguns deles foram elaborados e identificados como apropriados para diagnosticar a PDC. Uma revisão sistemática recente acerca dos instrumentos utilizados para a avaliação das capacidades motoras demonstrou que o MABC (Henderson & Sugden, 1992) e o MABC-2 (Henderson et al., 2007) obtiveram os melhores resultados como testes para detetar a PDC (Livesey et al., 2007). Estes testes foram então recomendados aos profissionais que desejam avaliar ou identificar o desempenho motor das crianças e detetar possíveis PDC.

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O MABC-2 é uma versão atualizada do MABC (Henderson & Sugden, 1992) que é usada para avaliar a CM e investigar as prováveis PDC. É um instrumento muito utilizado, válido e confiável.

Esse teste é composto por uma componente motora, que avalia a CM (fina, global e o equilíbrio) em três bandas de idade (BI): BI1, dos 3 aos 6 anos; BI2, dos 7 aos 10 anos; BI3, dos 11 aos 16 anos e por uma Lista de Verificação que fornece informações acerca das dificuldades motoras em contexto educacional. Esta lista destina-se às crianças entre os cinco e os doze anos e apresenta-se na forma de um questionário dirigido aos professores ou pais inquirindo sobre a atuação da criança em 43 itens sobre atividades motoras comuns no dia-a-dia da sua vida escolar, agrupados em três secções (A, B e C). Para atribuição da pontuação, quanto mais elevado for o valor, pior é o desempenho da criança.

De acordo com o manual do MABC-2, cada criança é testada individualmente e a duração da aplicação do teste motor situa-se entre 30 e 40 minutos. Alguma tarefas do teste são desempenhadas, primeiro com a mão ou pé preferido e depois com a mão ou pé preterido. Assim, é necessário aplicar previamente um teste para determinar a dominância manual ou podal de cada criança para iniciar o teste (Anexo). Este procedimento é referenciado nas normas de aplicação do teste, segundo os autores. As crianças primeiro recebem informações sobre as tarefas e cada tarefa incluída no teste é demonstrada e executada o número de vezes de acordo com o descrito no manual. Quando as crianças não entendem a tarefa, esta é explicada novamente e só depois se inicia a avaliação. Se a criança erra na primeira tentativa, as instruções e demonstração podem ser repetidas, sendo permitida uma nova tentativa. Se ocorre um segundo erro, e a criança não consegue executar ou completar a tarefa, é anotado como ausência de pontuação. Nas tarefas de motricidade fina deverá ser controlada a postura na posição de sentado, com referência a uma base de suporte simétrica, para não haver a influência de uma má postura no desempenho ao longo da realização da tarefa. Os resultados de cada tarefa e os resultados dos componentes são obtidos de acordo com a idade em meses, bem como os resultados totais dos

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três componentes, segundo instruções dos autores do teste. O resultado total obtido é relacionado com os valores dos percentis o que permite identificar crianças em risco ou com risco provável de PDC.

O MABC-2 inclui, para cada banda de idade, um total de oito subtestes, três para a destreza manual (DM), dois para habilidades com bola (HB) e três para o equilíbrio (EQ) (Tabela 1). Os resultados obtidos são comparados com as normas padronizadas.

Quadro 1 – Provas do Teste MABC-2 para as três bandas de idade (Henderson &

Sugden, 2007). * Banda de idade 1 (3 - 6 anos) Banda de idade 2 (7 - 11 anos) Banda de idade 3 (12 - 16 anos) DM

Colocar moedas num

mealheiro Colocar pinos Girar pinos Enfiar contas num

cordão Enfiar cordão Enroscar porcas no parafuso Delinear percurso de

bicicleta

Delinear percurso de

bicicleta Delinear percurso de bicicleta

HB

Agarrar saco de feijões

Lançar e agarrar a bola com as duas mãos

Lançar e agarrar a bola com uma mão

Atirar saco de feijões Atirar saco de feijões Atirar bola ao alvo

EQ

Equilibrar-se sobre um pé

Equilibrar numa tábua com um pé

Equilibrar numa tábua com os dois pés

Saltar quadrados Saltar quadrados Saltar quadrados em ziguezague

Caminhar em pontas Caminhar em calcanhar-pontas para a frente

Caminhar em calcanhar-pontas para trás

Legenda: * - Capacidades; DM - Destreza Manual; HB - Habilidades com bola; EQ – Equilíbrio

O somatório dos resultados de cada componente relativamente aos oito subtestes, que avalia os três domínios, destreza manual, agarrar e lançar e o equilíbrio dão o resultado total do teste, que foram pontuados de acordo com a

melhor tentativa de obter o score total bruto. A pontuação total, foi calculada

para as pontuações padrão que equivale aos percentis de cada domínio. Para reconhecer se as crianças apresentam provável perturbação do desenvolvimento da coordenação motora (PDC), foi utilizado o sistema de

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semáforo de luzes, onde o verde significa ausência de PDC, o amarelo significa risco de PDC e o vermelho significa provável PDC. Estas cores estão relacionadas com o score total do teste e com o percentil obtido. O vermelho, ≤ do percentil 5; o amarelo, entre os percentis 6 e 15 e o verde ≥ do percentil 16. Para estes valores, existirão casos com recomendação para vigilância (o resultado total entre 57-67, que está entre o percentil 6 e 15), chamada zona amarela. Quando se observam valores acima de 67 no resultado total (≥ do percentil 16), a criança é considerada sem qualquer problema de coordenação (zona verde).

A bateria MABC-2, tal como vários outros testes que pretendem avaliar a CM em crianças desde os primeiros anos de vida, não têm sido muito aplicadas em idades mais baixas (antes dos 6 anos), sendo mais frequente a investigação em crianças de idade mais avançadas. Colocamos então o seguinte problema: qual será o comportamento motor ao nível específico da CM, em crianças de faixa etária mais baixa. Qual será a prevalência de PDC nesta faixa etária. Serão os fatores sexo, idade e a idade gestacional responsáveis pela variação destas dificuldades de CM.

As crianças detetadas em risco ou provável PDC alterarão este estado no final de um período relativamente longo, quando apenas sujeitas ao currículo pré-escolar (Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar – Domínio da Educação Física).

Pelo exposto anteriormente, a elaboração da presente tese teve como objetivo geral investigar e contribuir para o conhecimento sobre as perturbações do desenvolvimento da coordenação, em crianças entre os três e os seis anos de idade, com a validação prévia do instrumento específico para a população portuguesa, utilizado para detetar as eventuais perturbações de desordens da coordenação.

Para responder ao objetivo que foi delineado, foram desenvolvidos seis estudos, relativos à nossa amostra, mas com procedimentos metodológicos diferentes.

Os objetivos específicos foram delineados de acordo com os artigos dos estudos empíricos que compõem esta tese e são os seguintes:

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(i) Sintetizar o estado do conhecimento atual sobre as PDC em crianças prematuras e de termo em idade pré-escolar.

(ii) Validar o MABC-2 banda 1, nos aspetos da fiabilidade e validade para a população Portuguesa em idade pré-escolar.

(iii) Investigar a prevalência das PDC em crianças em idade pré-escolar, prematuras e de termo.

(iv) Estudar a prevalência de perturbações do desenvolvimento da coordenação motora de crianças com 3 a 6 anos, nascidas pré-termo tardio e a termo.

(v) Examinar a prevalência de PDC em função do sexo, e as dificuldades motoras nos parâmetros da coordenação motora, na população Portuguesa entre os três e os seis anos.

(vi) Investigar e analisar o risco de PDC em crianças do pré-escolar e o seu desempenho durante um período temporal em contexto escolar (10 meses).

Alguns destes estudos foram publicados (estudo 3 e 4) outros encontram-se submetidos e aguardar sugestões (1, 2, 5 e 6)

Organização geral da tese

A estrutura da dissertação é composta por IV capítulos:

O capítulo I é onde está a apresentação e introdução geral, que contem uma contextualização teórica, das questões abordadas nos artigos, os objetivos do estudo e organização da tese.

O capítulo II integra os estudos empíricos, onde se apresentam seis estudos. Os assuntos dos artigos da tese estão interligados de acordo com a coerência decorrente da investigação. O primeiro artigo faz uma revisão da literatura, pretendendo analisar o conhecimento atual das PDC em crianças prematuras em idade pré-escolar. O segundo estudo averigua a possibilidade do instrumento MABC-2 poder ser fiável para a população portuguesa na deteção de PDC em idade precoce. O terceiro estudo averigua a prevalência de PDC em idades entre os três e os seis anos, relativamente ao sexo e idade.

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O quarto estudo analisa a relação entre crianças prematuras e de termo, e o provável risco de PDC. O quinto artigo pretende analisar a prevalência de PDC em idades precoces e quais as tarefas onde podem verificar-se diferenças entre os sexos, na população portuguesa. O sexto estudo procura analisar o risco de PDC em crianças em idade pré-escolar de ambos os sexos, ao longo de um período de 10 meses.

Todos os artigos desta tese estão sobre as normas das revistas, para as quais foram submetidos os artigos.

O capítulo III apresenta as conclusões gerais provenientes dos diferentes estudos realizados, limitações e quais as linhas futuras que poderão ser tidas em conta para futuras investigações.

O capítulo IV encerra a tese com todos os anexos que foram utilizados ao longo de todos os estudos empíricos, incluindo o modelo de cotação dos dados brutos nos scores finais do teste MABC-2 da banda 1.

No capítulo I, as referências bibliográficas serão apresentadas no final do capítulo III, relativamente ao capítulo II, são no final de cada estudo.

É apresentado um organograma, para uma melhor visualização da estrutura da tese e permitir de forma sumária a mostrar a organização da tese.

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Organograma da tese O capítulo I

Apresentação e introdução geral, que contem uma contextualização teórica, das questões abordadas nos artigos, os objetivos do estudo e organização da tese.

O capítulo II

Integra os estudos empíricos, onde se apresentam seis estudos. Os assuntos dos artigos da tese estão interligados de acordo com a coerência decorrente da investigação.

O capítulo III

Apresenta as conclusões gerais provenientes dos diferentes estudos realizados, limitações e quais as linhas futuras que poderão ser tidas em conta para futuras investigações.

O capítulo IV

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Figure 1 – Flowchart of articles selection.
Table 1 – General characteristics of identified studies in the current systematic review
Table 1 (continued)  Authors  Year  Count
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