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DIFERENCIAIS OCUPACIONAIS POR RAÇA E GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO METROPOLITANO NO BRASIL

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DIFERENCIAIS OCUPACIONAIS

POR RAÇA E GÊNERO

NO MERCADO DE TRABALHO METROPOLITANO

NO BRASIL

Ana Maria Hermeto Camilo de Oliveira1 Paula Miranda-Ribeiro2

A revista Veja do dia 24 de junho de 1998 trouxe, como reportagem de capa, uma matéria entitulada “A ascensão social dos negros no Brasil”. Segundo a matéria, a ascensão ocorre em relação à renda e à educação deste grupo racial. As 7,5 milhões de pessoas de classe média negra têm uma renda média mensal familiar de 2.600 reais e aspirações de consumo iguais às dos brancos. No âmbito da educação, a escolaridade média dos jovens negros hoje é mais elevada do que a dos seus pais ou avós. No entanto, as entrevistas com diversos negros famosos mostram que, apesar da ascensão, a discriminação ainda existe. A matéria afirma, ainda, que os negros sempre foram conhecidos por suas habilidades na música e no futebol. Esta matéria enseja várias questões, entre elas, o que estaria ocorrendo com as outras ocupações? Persiste a segregação ocupacional entre brancos e não-brancos no Brasil?

Partindo da concepção da necessidade de ampliação dos conhecimentos sobre as experiências sociais dos diversos grupos ra-ciais e as relações entre eles no Brasil, o estudo de aspectos da desigualdade por raça e sexo no mercado de trabalho assume funda-mental importância. Dentro desta concepção, e tomando a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho como um aspecto fundamen-tal da cidadania, este estudo pretende verificar a atual inserção ocupacional da população segundo os atributos pessoais de sexo e raça na força de trabalho metropolitana do Brasil.

1 Doutoranda em Demografia no CEDEPLAR/UFMG.

2 Professora do Departamento de Demografia e Pesquisadora do CEDEPLAR/ UFMG.

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Alguns dos principais aspectos para se refletir sobre a inserção no mercado de trabalho dos indivíduos segundo a raça e o gênero são: taxas de atividade e de desemprego, segregação ocupacio-nal, discriminação salarial, entre outros. O objetivo deste estudo é analisar a inserção diferenciada dos brancos e não-brancos3 no mer-cado de trabalho regional, segundo o sexo, discutindo uma das dimen-sões da discriminação por raça no mercado de trabalho, relativa à segregação ocupacional. A ênfase é na investigação do grau no qual o mercado de trabalho metropolitano brasileiro é segregado por raça, analisando homens e mulheres separadamente, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, referente ao ano de 1995.

1 ASPECTOS CONCEITUAIS

As desigualdades de raça e gênero no mercado de trabalho têm várias dimensões, entre elas o acesso diferenciado às ocupações devido à cor da pele ou ao sexo do indivíduo. Este diferencial na inserção ocupacional entre os grupos constitui a segregação ocupacio-nal, que faz com que eles se concentrem em tipos diferentes e desiguais de ocupações. A segregação ocupacional pode envolver um maior leque de ocupações para grupos específicos – homens e brancos – e a concentração de mulheres e não-brancos em setores e ocupações que tendem a remunerar pior ou gerar menores benefícios.

A segregação no mercado de trabalho tem conseqüências: entre grupos socialmente desiguais, separá-los e atribuir-lhes diferen-tes funções facilita tratá-los desigualmente. Nas sociedades contem-porâneas, nas quais as ocupações dos indivíduos os localizam no sistema social de renda e status, segregá-los em diferentes ocupações contribui para menores remunerações e menos poder social para as minorias, no caso, mulheres e não-brancos. Neste sentido, a segrega-ção persiste porque beneficia uma parcela de indivíduos; os beneficiá-rios da desigualdade teriam um incentivo para preservá-la, mesmo que de maneira inconsciente, se utilizando das suas vantagens no mercado de trabalho.

3 Os não-brancos incluem apenas os indivíduos classificados como pretos ou pardos, excluindo os amarelos e indígenas.

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O debate sobre a discriminação com base na raça no Brasil possui duas correntes principais, discutidas em vários estudos (Hasen-balg, 1979; Silva, 1980; Oliveira et al., 1983; Lovell, 1989; Silva, Hasenbalg, 1992; entre outros). Por um lado, argumenta-se que os brancos e não-brancos têm oportunidades iguais para ascensão social e econômica, através da aquisição de níveis suficientes de educação e renda. Seguindo esta linha de argumentação, os diferenciais ocupacio-nais são interpretados como resultado de um processo incompleto de mobilidade social; assim, as diferenças no nível sócio-econômico, mais do que a discriminação, determinariam os diferenciais entre as raças. Por outro lado, a outra corrente postula que as diferenças ocupacionais e salariais por raça se devem à discriminação no mercado de trabalho, mais do que a níveis desiguais de educação. Estes diferenciais raciais, originados na escravidão, seriam funcionais para os brancos, através da desqualificação dos não-brancos como competidores, expostos a desvantagens cumulativas na mobilidade social intergeneracional. Desta maneira, as desigualdades raciais seriam perpetuadas através de práticas discriminatórias e estereótipos culturais.

A conceitualização do mercado de trabalho necessária para a análise da desigualdade segundo a raça considera a diferenciação dos mercados de trabalho em relação a critérios regionais e econômicos, sob o pressuposto de que o grau de segregação e discriminação varia em diferentes estruturas do mercado de trabalho quanto ao setor de atividade e à região (Semyonov et al., 1984; Telles, 1994). Os sistemas de relações raciais variam de acordo com as regiões no Brasil, devido, entre outros fatores, às diferentes proporções de não-brancos em cada região e às diferentes histórias de cada região. As maneiras através das quais os grupos raciais se localizam nas posições sociais variam no espaço; a interação entre a região, a raça, o sexo e a inserção ocupa-cional implica que diferentes regiões têm processos diferenciados. Neste sentido, cabe enfatizar a importância dos contrastes regionais no que se refere às disparidades geográficas de desenvolvimento eco-nômico e à distribuição racial desigual da população entre as regiões. Na perspectiva da organização social dos mercados de trabalho ocupacionais, as ocupações teriam uma tipologia de raça, diferenciada para cada sexo, e os mercados de trabalho estariam divididos entre os grupos. Os não-brancos e as mulheres estariam segmentados em setores secundários do mercado de trabalho e mais provavelmente trabalhando em ocupações menos desejáveis, de mais

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baixo status. Uma maior proporção de mulheres e não-brancos na força de trabalho geraria uma maior oferta de trabalho barato para exploração econômica. Esta oferta geraria um pool de trabalhadores que seriam canalizados para ocupações menos desejáveis; conseqüen-temente os homens brancos se beneficiariam da presença dos outros grupos, podendo até abandonar as ocupações menos desejáveis e se moverem para ocupações mais lucrativas. Mesmo que mais não-bran-cos possam se transferir4 para ocupações de status intermediário ou até alto, na medida em que sua proporção no mercado de trabalho aumenta, eles iriam desproporcionalmente para posições mais baixas. Enquanto um aumento no número relativo de não-brancos e mulheres na população eleva a proporção de não-brancos e mulheres em algu-mas ocupações de nível superior, isto não implica em melhores opor-tunidades ou melhores chances para estes grupos se inserirem nestas ocupações (Semyonov et al., 1984; Tomaskovic-Devey, 1993).

A proporção de mulheres e não-brancos em qualquer cate-goria ocupacional é afetada por dois parâmetros: a estrutura ocupa-cional e a composição por sexo e raça da força de trabalho. Em regiões caracterizados por mais empregos superiores, todos os grupos teriam maiores chances de pertencer a estas ocupações; e quanto maior a proporção de mulheres e não-brancos na força de trabalho, maior sua probabilidade de ser encontrada em qualquer ocupação. Neste sentido, a proporção de não-brancos nas categorias ocupacionais seria uma medida enviesada de oportunidades diferenciais; a chance de perten-cer a uma categoria ocupacional deve ser estimada controlando tanto pela estrutura ocupacional e composição por raça para fornecer uma visão mais acurada da diferenciação ocupacional por raça.

Poucos estudos foram realizados no Brasil, analisando as informações relativas à inserção ocupacional no mercado de trabalho específicas por raça e sexo. Hasenbalg (1979) discute as desigualdades ocupacionais entre brancos e não-brancos, analisando a estrutura setorial de emprego dos grupos raciais no Brasil, em 1940 e 1950. Segundo o autor, nesta época, nas atividades industriais, comerciais

4 Hipótese de transbordamento (“overflow”) dos grupos de mulheres e não brancos, das ocupações menos qualificadas para as intermediárias, devido a uma sobreofer-ta de trabalho e saída dos grupos de homens e brancos dessobreofer-ta categoria para outras de nível superior. Os tipos de ocupações de nível médio que seriam liberadas pelos brancos variam entre os regiões e dependem da estrutura econômica e das preferências culturais (Semyonov et al., 1984).

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e de serviços era pequena a participação da população não-branca. Com o avanço da industrialização, teria aumentado a defasagem na participação dos grupos raciais, em detrimento dos não-brancos, prin-cipalmente nos subsetores que incluíam as ocupações onde os níveis educacionais exigidos eram mais elevados, constituindo um obstáculo à contratação de não-brancos. Isto significa, para o autor, que o desenvolvimento econômico não elimina as desigualdades raciais, apenas modifica seu nível relativo. Todos os resultados por ele encon-trados indicaram uma concentração desproporcional dos não-brancos nos segmentos inferiores da hierarquia ocupacional.

Oliveira, Porcaro, Costa (1983) analisaram a inserção da força de trabalho branca e não-branca na estrutura ocupacional bra-sileira, utilizando dados da PNAD de 1976. A partir das construção de categorias sócio-ocupacionais, as autoras avaliam a distribuição dos grupos raciais e a composição racial das categorias e chegam à conclu-são que a raça continua sendo um critério fundamental na diviconclu-são social do trabalho no Brasil, e que a inserção dos não-brancos ocorre em piores condições.

Bairros (1991) afirma que

“o racismo, assim como o sexismo, ao provocar a inferiorização social, restringe o acesso do não-branco à estrutura ocupacional, fixando-o em determinados locais”.

Analisando dados do Censo Demográfico de 1950 e 1980 para a Bahia relativos à participação das mulheres brancas e negras nos setores de atividade, a autora conclui que o confinamento das mulheres a deter-minadas ocupações cria condições para que sejam potencializadas as desigualdades raciais entre as próprias mulheres. Segundo a autora, a mulher negra se localiza nos estratos inferiores da estrutura ocupa-cional, defrontando-se mais freqüentemente com os homens de sua condição social e racial na disputa por postos de trabalho.

Silva, Hasenbalg (1992) avaliam dados da PNAD de 1987 para o Brasil e afirmam que persistem acentuadas disparidades seto-riais de emprego entre brancos e não-brancos, sendo desigual a distri-buição dos grupos entre indústrias e posições. Analisando as ocupações no setor industrial, os autores constatam que o acesso dos não-brancos às ocupações administrativas é limitado; e mesmo dentro das ocupa-ções administrativas, os poucos não-brancos se concentram nas

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posi-ções hierarquicamente inferiores. Neste sentido, a discriminação ocu-pacional dentro dos ramos industriais perpetua a desigualdade entre trabalhadores brancos e não-brancos. Segundo os autores,

“por causa de razões históricas – o retardo no ingresso do negro na classe trabalhadora – e de discriminações contemporâneas, o desenvolvi-mento da indústria teve a sua boa parcela de responsabilidade na perpetuação dessas desi-gualdades raciais”.

As questões relativas às desigualdades por raça, segundo o sexo, no mercado de trabalho discutidas neste estudo partem da hipótese de persistência dos diferenciais de inserção no mercado de trabalho por sexo e raça; isto quer dizer que homens e mulheres, brancos e não-brancos estariam continuando a receber tratamentos diferenciados no mercado de trabalho. Tais tratamentos diferenciados se refletiriam em um diferente leque de ocupações disponíveis para cada grupo, configurando a segregação ocupacional por raça e sexo no Brasil. Esta segregação se caracterizaria pela tendência de que a maioria dos brancos e não-brancos e dos homens e mulheres estejam concentrados em diferentes e desiguais tipos de ocupações; estando as mulheres e os não-brancos concentrados naquelas menos favorecidas. Outra questão a ser discutida é se há diferenças regionais na segrega-ção ocupacional; isto é, se os diferenciais ocupacionais por sexo e raça variam segundo a região5.

2 METODOLOGIA

As informações utilizadas para o cálculo dos indicadores são provenientes de tabulações especiais dos dados da PNAD de 1995, no universo dos ocupados em atividades não agrícolas, entre 20 e 49 anos de idade, em algumas regiões metropolitanas selecionadas: Reci-fe, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo6. Os cortes principais são

5 Outras características como a estrutura industrial, a localização espacial e os níveis educacionais também influenciam nas oportunidades ocupacionais diferen-ciais.

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referentes às variáveis sexo – homens e mulheres –, raça – brancos e não-brancos –, e categoria ocupacional. A divisão da variável raça em dois grupos não é uma simplificação e se justifica pela instabilidade da auto-identidade ao longo do tempo de pretos e pardos, fundidos numa única categoria, menos sujeita ao viés de reclassificação, constituindo uma abordagem mais adequada à análise da discriminação racial no Brasil (Silva, 1980; Wood, 1991). As categorias ocupacionais foram construídas a partir da combinação entre os grupos de ocupações – técnicas, administrativas, na indústria, no comércio, nos serviços, no transporte e comunicação e outras – e o nível de qualificação exigido pelas ocupações – superior, médio ou manual. Para o estudo dos diferenciais de inserção no mercado de trabalho dos grupos populacio-nais, são utilizados alguns métodos para a elaboração dos indicadores de segregação ocupacional. Os índices ou medidas resumidas que caracterizam o nível geral da segregação permitem comparações sobre seu grau; tais índices são resumos escalares de complexas curvas de segregação que representam a composição por raça e sexo de todas as ocupações.

2.1 Coeficiente de Representação dos Não-Brancos

Compara a proporção de não-brancos nas categorias ocu-pacionais, em relação à proporção de não-brancos na força de trabalho total: CR = NBj Tj NB T

onde: NBj é o número de não-brancos na categoria ocupacional j;

Tj é o total de ocupados na mesma categoria j;

NB é o número total de não-brancos ocupados; T é o total de ocupados.

Este coeficiente indica se os não-brancos estão sub ou sobre-repre-sentados nas categorias ocupacionais; coeficientes maiores que 1 indi-cam uma sobre-representação de não-brancos na categoria e aqueles menores que 1 indicam uma sub-representação. Esta medida facilita as comparações entre grupos ocupacionais que variam substancial-mente em tamanho.

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2.2 Índice de Dissimilaridade de Duncan & Duncan

A técnica mais comumente utilizada para medir a segre-gação é o índice de dissimilaridade proposto por Duncan, Duncan (1955), o qual mede a segregação entre dois grupos de indivíduos – no caso, brancos e não-brancos – em qualquer número de diferentes classificações – as categorias ocupacionais. Baseado em comparar as distribuições de brancos e não-brancos ao longo de todas as categorias ocupacionais, este indicador da segregação ocupacional é interpretado como a proporção de brancos e não-brancos que teriam que trocar de ocupações de maneira que a razão de raça de cada ocupação fosse igual à razão de raça da força de trabalho como um todo, ou seja, para eliminar a segregação ocupacional. O índice é expresso através da seguinte equação: D =

j= 1 J      NBj NB    –    Bj B       . 100 . 1 2

sendo: J = número total de categorias ocupacionais; NBj = número de não-brancos na categoria ocupacional j; NB = número de não-brancos ocupados na força de trabalho total; Bj = número de brancos na categoria ocupacional j; B = número de brancos ocupados na força de trabalho total; D = porcentagem da força de trabalho que deve mudar de categoria ocupacional para trazer a correspondência perfeita entre a razão de raça em cada categoria e a taxa total de participação dos não-brancos na força de trabalho; ou seja, a porcentagem de cada grupo que teria que trocar de categoria para que fossem alcançadas distribuições iguais. Os valores assumidos por D variam de 0, quando não há diferença nas distribuições ocupacionais de brancos e não-bran-cos, ou seja, há uma integração completa7, a 100, quando há uma segregação completa.

7 Utiliza a definição implícita de integração como a situação na qual a representação proporcional de cada raça em cada categoria ocupacional é a mesma da força de trabalho total.

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2.3 Índice de Dissimilaridade Padronizado pelo Tamanho

É a medida absoluta padronizada de segregação que con-trola pelo efeito da estrutura ocupacional tratando todas as categorias como se fossem do mesmo tamanho (Blau, Hendricks, 1979), e é expresso através da seguinte equação:

Ds =

j = 1 J                      NBj Tj   

  NBj Tj    j= 1 J          –             Bj Tj   

  Bj Tj    j = 1 J                   . 100 .1 2

onde: Tj = número total de brancos e não-brancos j = Bj + NBj; os numeradores (NBj/Tj) e (Bj/Tj) indexam as proporções de não e brancos na categoria ocupacional j; os denominadores ajustam tais valores sobre as proporções prevalecentes nas outras categorias.

Este índice não é afetado pela forma da distribuição ocu-pacional, dado que padroniza cada uma das J categorias ocupacionais ao mesmo tamanho, não permitindo que diferenças em seus tamanhos afetem o valor do índice. Apesar de resolver o problema do tamanho, seu procedimento de ponderação gera uma estimativa enviesada, ao aumentar o impacto das categorias pequenas e diminuir a influência das maiores categorias. Enquanto esta padronização elimina uma forma de dependência marginal, tem o efeito perverso de introduzir uma nova dependência da taxa de participação dos não-brancos na força de trabalho (Charles, Grusky, 1995; Oliveira, 1997).

2.4 Índice de Associação Global sob Modelo Log-Linear Saturado

Para eliminar simultaneamente as formas de dependência marginal, o método que permite obter um indicador da segregação ocupacional por sexo controlando tanto pela composição por raça quanto pela estrutura ocupacional da força de trabalho está disponível no contexto dos modelos log-lineares (Charles, Grusky, 1995; Oliveira, 1997). O modelo log-linear saturado é

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lnFif = λ + λ(Ri) + λ(Oi) + λ(ROij)

onde: λ é a média geral;

λ(Ri) é o efeito principal de raça;

λ(Oi) é o efeito principal da ocupação;

λ(ROij) é o efeito de interação raça-ocupação.

A igualdade na distribuição das ocupações é representada pelo modelo de independência, no qual o efeito λ(ROij) é igual a zero, o que é equiva-lente ao produto cruzado das razões de chances (cross-product odds

ratio) ƒ11ƒ22

ƒ12ƒ21

ser igual a 1. A partir deste modelo, o índice de associação proposto por Charles, Grusky (1995) é expresso a seguir:

A = exp      1 J .

j =1 J      ln    NBj Bj    –      1 J .

j = 1 J ln  NBj Bj              2     12

O índice A indica o fator pelo qual os não-brancos estão representados desproporcionalmente na ocupação média. Em um mercado de trabalho perfeitamente integrado A é igual a 1; em um mercado de trabalho segregado, A é maior que 1.

2.5 Odds e Odds Ratio

Uma característica das medidas baseadas em odds ratio não presente em outras medidas de desigualdade é que elas são insensíveis à distribuição marginal das ocupações; ou seja, mudanças no número total de indivíduos em cada categoria ocupacional não afetam a medida, dado que as odds relativas de não-brancos estarem na categoria não são afetadas. Uma odds é uma razão entre a freqüên-cia em uma categoria e a freqüênfreqüên-cia de não estar nesta categoria, ou seja, de estar nas outras categorias, a chance de um indivíduo integrar uma categoria mais do que as outras. Na tabela de odds, as variáveis não estão associadas se todas as odds condicionais são iguais ou próximas e assim iguais às odds marginais (Knoke, Burke, 1980).

A odds ratio representa uma estimativa das

probabilida-des dos brancos (i=1) relativamente aos não brancos (i=2) de perten-cer a uma dada categoria ocupacional (j=1) em oposição às categorias

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restantes (j=2). Valores acima de 1 indicam uma covariação direta entre as variáveis, ou seja, odds que favorecem o emprego branco em uma categoria ocupacional vis-à-vis as restantes, enquanto valores abaixo de 1 indicam uma relação inversa, favorecendo os não-brancos. O quadro que representa as classificações é apresentado a seguir, onde fij são as freqüências observadas para a i-ésima raça (1=brancos, 2=não-brancos) e j-ésima categoria ocupacional (1=uma categoria ocupacional, 2=todas as outras categorias).

No cálculo das odds, é utilizado o contraste entre uma categoria ocupacional e todas as outras; neste caso, a análise se limita a uma série selecionada de 2x2 classificações cruzadas de raça por ocupação. O logaritmo do produto cruzado das odds ratio ƒ11ƒ22

ƒ12ƒ21 ,

for-nece uma estimativa das odds para uma raça relativa à outra pertencer a uma categoria ocupacional em oposição às outras8.

3 RESULTADOS

As regiões metropolitanas selecionadas apresentam dife-renças significativas nas proporções de não-brancos entre os ocupados. Em Salvador, a ampla maioria (cerca de 80%) dos ocupados é consti-tuída por não-brancos; em menor escala, em Recife os não-brancos também formam a maior parcela dos ocupados (aproximadamente 65%); em Belo Horizonte, representam cerca de metade da população ocupada; e em São Paulo, constituem uma restrita minoria de 28% dos ocupados (Tabela 1). Nas regiões onde a presença de não-brancos na força de trabalho é mais significativa, verifica-se um diferencial entre os sexos em suas proporções de não-brancos, sendo a proporção de

Estrutura ocupacional Composição por Raça

Brancos Não-Brancos Total

Uma Categoria f11 f12 f1.

Todas as Outras Categorias f21 f22 f2.

Total f.1 f.2 f..

8 As odds ratio não seguem o princípio da simetria, mas podem se conformar a este princípio ao se tomar o logaritmo da medida para criar um logito ou uma log-odds ratio. Esta forma da variável se ajusta à análise log-linear da desigualdade racial (Fosset, 1988).

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brancos entre os homens ocupados superior à proporção de não-brancas entre as mulheres ocupadas.

A distribuição dos homens e mulheres ocupados em cada região metropolitana pelas categorias ocupacionais revela diferenças significativas entre as raças (Anexo A). Em todas as regiões, os homens e mulheres brancos se encontram melhor distribuídos nas categorias ocupacionais do que os não-brancos, que se concentram nas categorias de ocupações de nível manual, principalmente na indústria entre os homens e nos serviços entre as mulheres (Gráficos 1 e 2).

Vale destacar que os homens e mulheres não-brancos se encontram em maior medida nas categorias de ocupações de nível manual nas regiões onde a sua representação na força de trabalho é menor, ou seja, em São Paulo e Belo Horizonte o peso das ocupações manuais é maior entre os não-brancos (Gráficos 1 e 2). Em todas as regiões, a distribuição dos brancos é menos concentrada, tendo maior peso entre os homens as categorias de ocupações administrativas de nível superior e médio, na indústria de nível manual e técnicas de nível superior. Entre as mulheres, o maior peso é das categorias de ocupa-ções administrativas de nível médio e técnicas de nível superior e médio; exceto em Salvador, é significativa a proporção de mulheres brancas na categoria de ocupações nos serviços de nível manual (Anexo A). Por outro lado, em Salvador, onde os brancos são a minoria dos ocupados, o peso das categorias de ocupações de nível superior entre os homens e mulheres brancos é maior do que nas outras regiões (Gráficos 1 e 2).

Tabela 1

PROPORÇÃO DE NÃO-BRANCOS ENTRE OS OCUPADOS, SEGUNDO O SEXO, E PROPORÇÃO DE MULHERES

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

%

Salvador Recife Belo Horizonte São Paulo

Proporção de Não-Brancos Homens

Mulheres 80,177,8 65,560,4 52,447,3 28,728,5

Proporção de Mulheres 41,7 44,1 41,3 40,7

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Gráfico 1

DISTRIBUIÇÃO DOS HOMENS OCUPADOS, POR RAÇA,

SEGUNDO O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DA CATEGORIA OCUPACIONAL REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995. Gráfico 2

DISTRIBUIÇÃO DAS MULHERES OCUPADAS, POR RAÇA,

SEGUNDO O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DA CATEGORIA OCUPACIONAL REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995.

AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAAA AAAA AAAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

SAL - Br SAL - NBr REC - Br REC - NBr BH - Br BH - NBr SP - Br SP - NBr

AA

AANível Superior Nível Médio

AA AANível Manual AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

SAL - Br SAL - NBr REC - Br REC - NBr BH - Br BH - NBr SP - Br SP - NBr

AA AA

Nível Superior Nível Médio AA

AA

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A proporção de não-brancos é menor nas categorias de ocupações de nível superior para ambos os sexos em todas as regiões, como revela o Gráfico 3. No que se refere às categorias ocupacionais mais detalhadas (Anexo B), entre os homens, os não-brancos têm maior peso nas categorias de nível manual em outras ocupações e na indústria; e entre as mulheres, as não brancas têm maior peso nas categorias de nível manual em outras ocupações e nos serviços. Entre homens e mulheres o padrão é aproximadamente o mesmo, ainda que o peso das não-brancas entre as mulheres seja maior do que o dos homens na categoria de ocupações de nível manual; e entre os homens, o peso dos não-brancos seja maior nas categorias de ocupações de nível superior e médio (Gráfico 3).

Gráfico 3

PROPORÇÃO DE NÃO BRANCOS ENTRE OS OCUPADOS, POR SEXO, SEGUNDO O NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO DA CATEGORIA OCUPACIONAL

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995.

Como as categorias ocupacionais variam muito de tama-nho, o coeficiente de representação dos não-brancos facilita as compa-rações ao relacionar a proporção de não-brancos nas categorias em relação à proporção de não-brancos na força de trabalho total. Assim, entre os homens, os não-brancos estão sobre-representados em todas as regiões nas categorias de ocupações manuais na indústria e outras, outras ocupações de nível médio, e, exceto em São Paulo, nas

catego-AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

SAL - Hom REC - Hom BH - Hom SP - Hom SAL - Mul REC - Mul BH - Mul SP - Mul

A

ANível Superior Nível Médio AA AANível Manual

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rias de ocupações manuais no transporte e comunicação, no comércio e nos serviços e sub-representados em todas as categorias de nível superior e nas categorias de ocupações técnicas e administrativas de nível médio (Tabela 2).

Entre as mulheres, as não-brancas estão sobre-represen-tadas em todas as regiões nas categorias de ocupações manuais, exceto em São Paulo no comércio e em Recife na indústria; e estão sub-repre-sentados em todas as categorias de nível médio e superior (Tabela 3). É importante sublinhar que, tanto para os homens quanto para as mulheres, os diferenciais dos valores dos coeficientes em cada região ficam maiores na medida em que a proporção de não-brancos na força de trabalho é maior. Isto quer dizer que, seguindo na ordem, São Paulo possui os valores dos coeficientes mais divergentes entre as categorias ocupacionais, uma maior separação entre as raças.

Tabela 2

COEFICIENTES DE REPRESENTAÇÃO DOS HOMENS NÃO-BRANCOS, SEGUNDO A CATEGORIA OCUPACIONAL

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

Categoria ocupacional Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

Nível Superior: Técnicas 0,635 0,583 0,217 0,308

Nível Superior: Administrat. 0,640 0,717 0,514 0,389

Nível Médio: Técnicas 0,900 0,941 0,652 0,646

Nível Médio: Administrativas 0,792 0,907 0,864 0,863

Nível Médio: Comércio 0,759 0,921 0,671 0,571

Nível Médio: Outras 1,000 1,028 1,002 1,247

Nível Manual: Indústria 1,177 1,106 1,196 1,303

Nível Manual: Comércio 0,991 0,976 1,053 0,950

Nível Manual: Transp.Com. 1,026 1,095 1,080 0,918

Nível Manual: Serviços 1,011 1,011 1,139 0,942

Nível Manual: Outras 1,142 1,140 1,242 1,586

(16)

O índice de dissimilaridade de Duncan & Duncan é inva-riante diante de diferenças na composição por raça da população, sendo assim utilizado para comparar as regiões com diferentes taxas de participação de não-brancos. Ao comparar as distribuições de brancos e não-brancos ao longo das categorias ocupacionais, os valores calculados de D indicam que, para ambos os sexos, em Salvador, mais de 50% de brancos ou não-brancos teriam que mudar de ocupação de maneira que a proporção de não-brancos nas categorias ocupacionais fosse igual à sua proporção na força de trabalho como um todo, eliminando a segregação ocupacional. Nas outras regiões, os valores de D sugerem uma menor segregação ocupacional por raça, tanto entre os homens quanto entre as mulheres, indicando que cerca de 40% de brancos ou não-brancos teriam que mudar de ocupação. Em Recife, a segregação ocupacional por raça entre as mulheres é a menor, sendo o valor de D próximo a 30% (Tabela 4).

Tabela 3

COEFICIENTES DE REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NÃO-BRANCAS, SEGUNDO A CATEGORIA OCUPACIONAL

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995

Categoria ocupacional Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

Nível Superior: Técnicas 0,564 0,607 0,358 0,355

Nível Superior: Administrat. 0,667 0,670 0,472 0,299

Nível Médio: Técnicas 0,935 0,927 0,812 0,862

Nível Médio: Administrativas 0,781 0,840 0,623 0,630

Nível Médio: Comércio 0,906 0,974 0,668 0,627

Nível Manual: Indústria 0,984 1,067 1,057 1,319

Nível Manual: Comércio 1,005 1,081 1,071 0,824

Nível Manual: Serviços 1,264 1,173 1,416 1,599

Nível Manual: Outras 1,112 1,181 1,454 1,218

(17)

O índice de dissimilaridade padronizado pelo tamanho controla por diferenças na estrutura ocupacional, ao tratar todas as categorias ocupacionais como se fossem do mesmo tamanho. Ds assu-me valores bastante inferiores a D; em Salvador, para ambos os sexos, apenas cerca de 30% de brancos e não-brancos teriam que trocar de categoria ocupacional para que fossem alcançadas distribuições iguais por raça. Nas outras regiões, os valores de Ds são inferiores aos de Salvador, exceto para os homens em Belo Horizonte. O diferencial entre os valores de D e Ds reflete que a estrutura ocupacional, ou seja, o tamanho relativo das categorias ocupacionais, influencia na segre-gação; quando os grupos menores são tomados como de mesmo tama-nho dos maiores, o valor do indicador da segregação diminui, o que quer dizer que as categorias maiores são menos integradas em relação à média. Ds subdimensiona o impacto destas grandes categorias sobre a segregação geral (Tabela 4).

Ao considerar a associação entre as variáveis raça e cate-goria ocupacional, o índice A revela que o fator pelo qual os não-bran-cos estão representados desproporcionalmente em média nos grupos ocupacionais era 2,15 entre os homens de Belo Horizonte e 2,34 entre as mulheres de Salvador. Estes são os maiores índices encontrados nos respectivos sexos. Seguindo o padrão dos outros indicadores da

segre-Tabela 4

MEDIDAS DA SEGREGAÇÃO OCUPACIONAL POR RAÇA, SEGUNDO O SEXO

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995 HOMENS

Medidas Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

D 40,5 52,1 42,7 39,7

Ds 21,2 26,6 28,0 22,6

A 1,65 2,02 2,15 1,87

MULHERES

Medidas Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

D 31,8 50,7 46,7 42,6

Ds 19,9 33,0 31,9 26,7

A 1,69 2,34 2,18 2,01

(18)

gação, os valores calculados para a Região de Salvador são superiores aos das outras regiões, seguidos de Belo Horizonte, São Paulo e Recife (Tabela 4).

No que diz respeito aos diferenciais entre os sexos, a segregação ocupacional por raça entre as mulheres é geralmente maior do que entre os homens em todas as regiões, com destaque para São Paulo e Belo Horizonte. Em Recife, onde é verificada a menor evidên-cia de segregação ocupacional por raça, os valores das medidas con-vencionais, D e Ds , são maiores entre os homens; no entanto, a medida que controla pelas diferenças marginais das variáveis, o índice A, assume aproximadamente os mesmos valores para ambos os sexos. Em Salvador, onde é mais evidente a segregação ocupacional por raça, quando se controla pela estrutura ocupacional, os valores femininos são superiores aos masculinos, indicando uma maior segregação nas maiores categorias ocupacionais.

Como o índice de associação global é baseado em um modelo log-linear saturado, são feitos os cálculos das odds e odds ratio segundo as categorias ocupacionais e as raças, para os sexos separa-damente. Uma odds é a razão entre a freqüência em uma categoria e a freqüência de não estar nesta categoria, ou seja, de estar nas outras categorias. Através da tabela de odds (Anexo C), verifica-se que as variáveis – inserção segundo a categoria ocupacional e raça – estão associadas, dado que as odds condicionais são desiguais entre si e em relação às odds marginais em todas as regiões, para ambos os sexos.

A odds ratio representa uma estimativa das

probabilida-des dos brancos em relação aos não brancos pertencerem a uma categoria ocupacional em oposição às categorias restantes. Os valores acima de 1 indicam uma covariação direta entre as variáveis, ou seja, odds que favorecem o emprego branco em uma categoria ocupacional em relação às outras, enquanto valores abaixo de 1 indicam uma relação inversa, favorecendo os não-brancos.

Pode-se constatar, através da Tabela 5, que as menores odds ratio são encontradas nas categorias de ocupações manuais, para ambos os sexos, em todas as regiões. Isto significa que a chance de ser branco entre indivíduos nas ocupações manuais é muito menor do que a chance de ser branco entre os indivíduos em outras ocupações; ou, a chance de estar numa ocupação manual entre brancos é muito menor do que a chance de estar numa ocupação manual entre os não-brancos.

(19)

Em outro sentido, as odds ratio no grupo de ocupações técnicas de nível superior assumem valores elevados, o que significa que a chance ser branco entre indivíduos em ocupações técnicas de nível superior é muito maior do que a chance de ser branco entre os indivíduos em outras ocupações; ou, a chance de estar numa ocupação técnica de nível superior entre brancos é muito maior do que a chance de estar numa ocupação técnica de nível superior entre os não-brancos (Tabela 5).

Tabela 5

ODDS RATIO (BRANCOS/NÃO-BRANCOS), SEGUNDO A CATEGORIA OCUPACIONAL

REGIÕES METROPOLITANAS, 1995 HOMENS

Categoria ocupacional Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

Nível Superior: Técnicas 2,77 5,02 9,21 4,39

Nível Superior: Administrat. 2,84 3,41 3,28 3,49

Nível Médio: Técnicas 1,34 1,33 2,17 1,80

Nível Médio: Administrativas 1,86 1,58 1,37 1,25

Nível Médio: Comércio 2,04 1,47 2,11 2,13

Nível Médio: Outras 1,00 0,86 1,00 0,72

Nível Manual: Indústria 0,46 0,42 0,52 0,54

Nível Manual: Comércio 1,03 1,14 0,89 1,08

Nível Manual: Transp.Com. 0,92 0,54 0,83 1,14

Nível Manual: Serviços 0,97 0,94 0,74 1,09

Nível Manual: Outras 0,59 0,34 0,56 0,44

MULHERES

Categoria Ocupacional Recife Salvador Belo Horizonte São Paulo

Nível Superior: Técnicas 3,16 4,50 4,79 3,78

Nível Superior: Administrat. 2,35 3,43 3,30 4,51

Nível Médio: Técnicas 1,20 1,41 1,50 1,25

Nível Médio: Administrativas 1,85 2,10 2,46 2,04

Nível Médio: Comércio 1,28 1,13 2,00 1,88

Nível Manual: Indústria 1,05 0,70 0,89 0,61

Nível Manual: Comércio 0,99 0,62 0,86 1,34

Nível Manual: Serviços 0,36 0,25 0,32 0,36

Nível Manual: Outras 0,74 0,30 0,38 0,74

(20)

O logaritmo das odds-ratio é uma medida mais simétrica que permite comparações, neste caso, entre regiões, das chances de um grupo de indivíduos se encontrar em uma categoria ocupacional em oposição ao outro grupo e às outras categorias. O Gráficos 4 e 5 ilustram estas razões de chances dos brancos, em relação aos não-brancos, se localizarem em uma categoria ocupacional vis-à-vis as restantes, para cada sexo separadamente.

Através dos Gráficos 4 e 5, pode-se visualizar claramente as chances de homens e mulheres se encontrarem em determinada categoria ocupacional. Os valores positivos indicam uma chance maior dos brancos em relação aos não-brancos estarem na categoria ocupa-cional específica; valores negativos indicam uma maior chance dos não-brancos estarem naquela determinada categoria. Assim, fica bastante nítida a diferenciação entre as raças no que se refere às suas chances de estarem nas categorias ocupacionais, caracterizando de maneira efetiva a segregação ocupacional por raça, nas diversas regiões.

Gráfico 4

LOGARITMO DAS ODDS RATIO (BRANCOS/NÃO BRANCOS), SEGUNDO AS CATEGORIAS OCUPACIONAIS

HOMENS, 1995

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995.

AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AA AA AA AA AAA AAA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Sup.- Técn. Sup.-Adm. Méd.- Técn. Méd.- Adm. Méd.- Com. Méd.-Out. Man.-Ind. Man.- Com. Man.-TrC Man.-Serv. Man.-Out. Categorias Ocupacionais AA AAREC AA AASAL BH AA AASP

(21)

Gráfico 5

LOGARITMO DAS ODDS RATIO (BRANCOS/NÃO BRANCOS), SEGUNDO AS CATEGORIAS OCUPACIONAIS

MULHERES, 1995

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1995.

Os homens brancos apresentam maiores chances do que os não-brancos de estarem nas categorias de ocupações de nível superior e médio; por outro lado, os homens não-brancos têm maior chance do que os brancos de serem encontrados nas categorias de ocupações de nível manual, principalmente na indústria, no transpor-te e comunicações e outras (Gráfico 4). Nas outras catranspor-tegorias ocupa-cionais, compostas por outras ocupações de nível médio e ocupações de nível manual no comércio e nos serviços, as chances de homens de ambas as raças são aproximadamente as mesmas. Quanto aos diferen-ciais regionais da segregação ocupacional por raça, é possível visuali-zar, através do Gráfico 4, que os homens, tanto brancos quanto não-brancos, das Regiões de Belo Horizonte e Salvador apresentam valores mais divergentes do que os das outras regiões para quase todas as categorias ocupacionais, confirmando os resultados já indicados pelas medidas resumidas.

No que diz respeito às mulheres, as brancas também apresentam maiores chances do que as não-brancas de estarem nas categorias de ocupações de nível superior e médio; e as não-brancas têm maior chance do que as brancas de serem encontradas nas

AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA AA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA AA AA -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Sup.-Técn. Sup.-Adm. Méd.-Técn. Méd.-Adm. Méd.-Com. Man.-Ind. Man.-Com. Man.-Serv. Man.-Out.

Categorias Ocupacionais AA AAREC AA AASAL BH AA AASP

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categorias de ocupações de nível manual, principalmente nos serviços e outras (Gráfico 5). Também é possível visualizar os diferenciais regionais da segregação ocupacional por raça; as mulheres brancas e não-brancas, da Região de Salvador apresentam os valores mais ex-pressivos e diferenciados entre as categorias ocupacionais, e contra-riamente na Região de Recife são verificados os menores valores dos logaritmos das odds ratio. O gráfico permite também que se visualize em quais categorias ocupacionais se encontram os maiores desvios, que são as categorias de ocupações de nível superior e as ocupações manuais nos serviços.

Finalmente, vale ressaltar que, à exceção do valor encon-trado para os homens na categoria de ocupações técnicas de nível superior em Belo Horizonte, os valores dos logaritmos das odds ratio calculados para as mulheres são sempre mais divergentes do que os dos homens (Gráficos 4 e 5). Neste sentido, as categorias ocupacionais femininas são mais segregadas do que as masculinas, sugerindo uma tipificação de raça, como já revelavam as medidas de segregação resumidas.

4 CONCLUSÕES

Este estudo da inserção diferencial por raça, segundo o sexo, no mercado de trabalho metropolitano no Brasil enseja duas linhas de contribuições. A primeira diz respeito à importância dos instrumentos de mensuração da segregação ocupacional. Dada a mul-tiplicidade de dimensões de comparação – por sexo e por região – as medidas resumidas apresentadas se revelaram extremamente infor-mativas, reveladoras de uma distribuição complexa segundo as variá-veis de raça e categoria ocupacional, a qual, numa análise descritiva extensa, se tornaria exaustiva e pouco conclusiva. Todos os resultados apontados pelos índices foram confirmados na análise das razões de chances, que evidenciam de forma muito clara os diferenciais raciais de inserção ocupacional. O instrumento de análise das razões de chances de um grupo racial em relação a outro se mostrou efetivamen-te adequado, clarificando os aspectos subjacenefetivamen-tes às medidas resumi-dos, na medida em que controla por todos os problemas de diferenciais marginais das variáveis.

(23)

A outra linha de contribuição se refere aos resultados propriamente ditos. Foram evidenciados os diferenciais de inserção no mercado de trabalho por sexo e raça, sendo constatada em todas as regiões metropolitanas analisadas e para homens e mulheres a exis-tência da segregação ocupacional por raça no Brasil. De fato, esta segregação se caracteriza pela tendência de que a maioria dos brancos e não-brancos estejam concentrados em diferentes e desiguais tipos de ocupações; estando as mulheres e os não-brancos concentrados nas menos favorecidas. Também foram confirmadas diferenças regionais na segregação ocupacional; isto é, os diferenciais ocupacionais por raça variam segundo o sexo e a região.

De maneira geral, os resultados indicaram que a segrega-ção ocupacional por raça entre as mulheres é mais elevada do que entre os homens e que na Região de Salvador, região na qual a proporção de não-brancos é a maior, a segregação é mais elevada do que nas outras regiões. Especificamente, a distribuição dos homens e mulheres ocu-pados em cada região metropolitana pelas categorias ocupacionais revelou diferenças significativas entre as raças. Em todas as regiões, os homens e mulheres brancos se encontram melhor distribuídos nas categorias ocupacionais do que os não-brancos, que se concentram nas categorias de ocupações de nível manual, principalmente na indústria entre os homens e nos serviços entre as mulheres. Neste sentido, a proporção de não-brancos é menor nas categorias de ocupações de nível superior para ambos os sexos em todas as regiões.

As medidas da segregação indicam que, para ambos os sexos, em Salvador, os valores são os mais significativos. Quando as categorias ocupacionais são padronizadas pelo tamanho, os valores da segregação encontrados são menores em todas as regiões e sexos, sendo mantido o padrão de maior segregação na Região de Salvador. O diferencial entre os valores, padronizados e não padronizados, reflete a importância da estrutura ocupacional, ou seja, do tamanho relativo das categorias ocupacionais na segregação. Destacam-se os diferenciais entre os sexos, sendo a segregação ocupacional por raça entre as mulheres geralmente maior do que entre os homens em todas as regiões.

Através do cálculo das odds foi possível verificar que as variáveis – inserção segundo a categoria ocupacional e raça – estão associadas, ou seja, não são independentes na conformação da segre-gação ocupacional por raça. As menores odds ratio foram encontradas

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nas categorias de ocupações manuais, para ambos os sexos, em todas as regiões. Isto indica que a probabilidade de ser branco entre indiví-duos nas ocupações manuais é muito menor do que a chance de ser branco entre indivíduos em outras ocupações; ou, a chance de estar numa ocupação manual entre brancos é muito menor do que a chance de estar numa ocupação manual entre os não-brancos. Em outro sentido, as odds ratio no grupo de ocupações técnicas de nível superior assumem valores elevados, indicando uma probabilidade maior de ser branco. É bastante evidente a diferenciação entre as raças no que se refere às suas chances de estarem nas categorias ocupacionais, carac-terizando de maneira efetiva a segregação ocupacional por raça, nas diversas regiões.

Este estudo faz parte de um esforço inicial de compreensão das diferenciadas formas de inserção dos diversos grupos raciais no mercado de trabalho brasileiro. Ressalta-se a necessidade de aprofun-damento da discussão sobre a segregação ocupacional e vários outros aspectos da desigualdade por raça e gênero no mercado de trabalho, principalmente no que se refere aos diferenciais educacionais e sala-riais entre os grupos, que interagem com os diferenciais ocupacionais, reforçando a desigualdade de oportunidades que impede a ampla realização da cidadania.

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5 A NEXOS A nex o A DI STR IB UIÇÃO DOS HOM EN S OCUP ADOS P OR CATEG ORIA O C U PACI ONAL, SEGU NDO A RAÇA REG IÕES METR OPOLITAN A S , 199 5 (Cont inua) Categor ia ocu pacion al SALVADO R R E C IF E BELO H ORIZ O N TE SÃO PAU LO B rancos Não-Bran cos Bran cos N ão-B rancos B rancos Não-Bran cos Bran cos N ão-B rancos N ível Supe rior: Té cn ic as 10,7 2,3 5,8 2,2 7,7 0,9 7,0 1,7 N ível Supe rior: Admi nist ra t. 17,9 6,0 1 1,2 4,2 12,8 4,3 1 1,4 3,6 N ível Méd io: Té cnicas 4,0 3,1 3,9 2,9 4,0 1,9 4,0 2,3 N ível Méd io: Adm inis tr at ivas 10,9 7,2 1 1,8 6,7 10,7 8,0 1 1,4 9,3 N ível Méd io: Com ércio 8,5 5,9 1 1,2 5,8 7,2 3,5 6,7 3,3 N ível Méd io: Out ras O c. 2,7 3,1 3,8 3,8 2,8 2,8 1,7 2,4 N ível M an ual: Ind ústria 17,0 32,6 1 9,2 3 4,0 28,7 43,8 2 9,4 4 3,7 N ível M an ual: Comé rc io 9,4 8,3 1 0,2 1 0,0 7,5 8,4 8,5 7,9 N ível M an ual: Tran.Com . 5,1 9,1 7,9 8,5 8,7 10,3 9,0 8,0 N ível M an ual: Serviços 3,6 3,8 3,1 3,2 2,4 3,2 3,9 3,6 N ível M an ual: Outras 7,1 18,5 1 1,9 1 8,7 7,6 12,9 6,9 1 4,3 To tal 100,0 100,0 10 0,0 10 0,0 100,0 100,0 10 0,0 10 0,0 Fonte: IBGE

. Pesquisa Nacional por A

most

ra d

e Dom

icílios, 1995

(26)

A nex o A D IS TRI BU IÇÃO DAS MULH ERES OCUP ADAS POR CATE GORI A OC UPAC IONAL, SEGU NDO A RAÇA REG IÕES METR OPOLITAN A S , 199 5 (Con cl usão) Categor ia ocu pacion al SALVADO R R E C IF E BELO H ORIZ O N TE SÃO PAU LO Brancas Não-Bran ca s B rancas N ão-B rancas Brancas Não-Bran ca s B rancas N ão-B rancas N ível Supe rior: Té cn ic as 16,7 4,3 9,5 3,2 10,1 2,3 8,7 2,5 N ível Supe rior: Admi nist r. 8,9 2,8 6,3 2,8 7,8 2,5 6,8 1,6 N ível Méd io: Té cnicas 13,9 10,3 1 4,2 1 2,1 12,2 8,5 9,6 7,8 N ível Méd io: Adm inis tr at . 22,0 11,9 1 6,3 9,5 21,5 10,0 2 0,9 1 1,5 N ível Méd io: Com ércio 6,1 5,4 8,2 6,5 5,1 2,6 5,3 2,9 N ível M an ual: Ind ústria 5,6 7,7 9,2 8,8 9,5 10,5 1 2,2 1 8,4 N ível M an ual: Comé rc io 10,1 15,3 1 3,9 1 4,1 10,6 12,2 1 2,3 9,4 N ível M an ual: Serviços 11,9 35,3 1 8,0 3 8,1 17,8 40,2 1 8,7 3 9,3 N ível M an ual: Outras 2,0 6,5 3,3 4,5 4,3 10,5 4,7 6,2 To tal 100,0 100,0 10 0,0 10 0,0 100,0 100,0 10 0,0 10 0,0

(27)

A nexo B P ROP ORÇÃO D E NÃO-B R ANCOS ENTRE O S OCUP ADOS , S EGUN DO O S EX O E A C ATEGOR IA OCUP ACIONAL REG IÕES METR OPOLITAN A S , 199 5 Categor ia Ocupacio nal H O M ENS M U LH ERES Salvador Reci fe B elo Hori zonte São Paulo Salvador Recife Belo H o rizon te São P aulo N ível Supe rior: Té cn ic as 4 6,7 41,6 11,4 8,9 47,2 34 ,1 1 6,9 1 0,1 N ível Supe rior: Admi nist r. 5 7,5 41,9 27,0 11,2 52,1 40 ,3 2 2,3 8,5 N ível Méd io: Té cnicas 7 5,4 58,9 34,2 18,5 72,1 56 ,5 3 8,4 2 4,5 N ível Méd io: Adm inis tr at . 7 2,6 51,9 45,3 24,8 65,3 47 ,2 2 9,5 1 8,0 N ível Méd io: Com ércio 7 3,8 49,7 35,2 16,4 75,8 54 ,8 3 1,6 1 7,9 N ível Méd io: Out ras O c. 8 2,4 65,5 52,6 35,8 N ível M an ual: Ind ústria 8 8,5 77,1 62,7 37,4 83,0 59 ,4 5 0,0 3 7,6 N ível M an ual: Comé rc io 7 8,1 64,9 55,2 27,3 84,1 60 ,7 5 0,7 2 3,5 N ível M an ual: Tran.Com . 8 7,7 67,2 56,7 26,4 N ível M an ual: Serviços 8 1,0 66,2 59,7 27,1 91,2 76 ,3 6 7,0 4 5,5 N ível M an ual: Outras 9 1,3 74,8 65,2 45,6 91,8 67 ,2 6 8,8 3 4,7 T otal 8 0,1 65,5 52,4 28,7 77,8 60 ,4 4 7,3 2 8,5 Fonte: IBGE

. Pesquisa Nacional por A

most

ra d

e Dom

icílios, 1995

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An e xo C O D D S C O N DICI ONAIS À R AÇA E ODDS MARG INAIS , S EGUN DO A C ATEGOR IA OCUP ACIONAL, H OMEN S REG IÕES METR OPOLITAN A S , 199 5 (Cont in ua) C at egor ia O cupacional SALVAD OR R E C IF E B E LO HORIZ O T E S Ã O PAULO O dds C o n d B ran co s O dds C o n d N ão-Bra ncos Odds Mar ginais Odds C o n d B rancos O dds C o n d N ão -B ran co s Odds Mar ginais O dds C o n d B rancos O dds Cond N ão-Bra ncos O dds Mar ginais O dds Cond Bran co s Odds Con d N ão-Br ancos O dds M argina is Nível Sup e ri o r: Técnicas 0 ,1 2 0 0 ,0 2 4 0 ,0 4 2 0,06 2 0,0 2 2 0, 036 0,0 8 3 0, 009 0 ,043 0, 075 0 ,017 0,05 8 Nível Sup e ri o r: Administr . 0 ,2 1 7 0 ,0 6 4 0 ,0 9 1 0,12 6 0,0 4 4 0, 071 0,1 4 7 0, 045 0 ,091 0, 129 0 ,037 0,10 1 Nível Médio: T écn ic as 0 ,0 4 2 0 ,0 3 2 0 ,0 3 4 0,04 0 0,0 3 0 0, 034 0,0 4 1 0, 019 0 ,029 0, 042 0 ,023 0,03 7 Nível Médio: Admi n is trat . 0 ,123 0 ,078 0 ,086 0,13 4 0,0 7 2 0 ,092 0,1 2 0 0 ,087 0 ,102 0 ,128 0 ,103 0,12 1 Nível Médio: Comércio 0 ,0 9 3 0 ,0 6 3 0 ,0 6 9 0,12 6 0,0 6 2 0, 083 0,0 7 7 0, 037 0 ,056 0, 072 0 ,034 0,06 1 Nível Médio: O u tras O c. 0 ,0 2 8 0 ,0 3 2 0 ,0 3 1 0,03 9 0,0 3 9 0, 039 0,0 2 9 0, 029 0 ,029 0, 017 0 ,024 0,01 9 Nível Ma nual: In dúst ria 0 ,2 0 4 0 ,4 8 3 0 ,4 1 8 0,23 7 0,5 1 4 0, 406 0,4 0 2 0, 779 0 ,577 0, 417 0 ,776 0,50 5 Nível Ma nual: C o m é rcio 0 ,1 0 3 0 ,0 9 1 0 ,0 9 3 0,11 4 0,1 1 1 0, 112 0,0 8 1 0, 091 0 ,086 0, 093 0 ,086 0,09 1 Nível Ma nual: Tra n.Co m . 0 ,0 5 4 0 ,1 0 0 0 ,0 9 1 0,08 6 0,0 9 3 0, 091 0,0 9 5 0, 115 0 ,105 0, 099 0 ,087 0,09 6 Nível Ma nual: S e rv iç o s 0 ,0 3 7 0 ,0 3 9 0 ,0 3 9 0,03 2 0,0 3 3 0, 033 0,0 2 4 0, 033 0 ,029 0, 040 0 ,037 0,03 9 Nível Ma nual: O u tr as 0 ,0 7 7 0 ,2 2 8 0 ,1 9 4 0,13 6 0,2 2 9 0, 195 0,0 8 3 0, 149 0 ,116 0, 074 0 ,166 0,09 9 Fon te : IB G E. P e squisa N ac io nal po r Amo stra de D o m icíl ios, 1 9 95 .

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An e xo C O D D S C O N DICI ONAIS À R AÇA E ODDS MARG INAIS , S EGUN DO A C ATEGOR IA OCUP ACIONAL, MU LHER E S REG IÕES METR OPOLITAN A S , 199 5 (C onclus ão) C at egor ia ocupa ci on al SALVAD OR R E C IF E B E LO HORIZ O T E S Ã O PAULO O dds C o n d B ran co s O dds C o n d N ão-Bra ncos Odds Mar ginais Odds C o n d B rancos O dds C o n d N ão -B ran co s Odds Mar ginais O dds C o n d B rancos O dds Cond N ão-Bra ncos O dds Mar ginais O dds Cond Bran co s Odds Con d N ão-Br ancos O dds M argina is Nível Sup e ri o r: Técnicas 0 ,2 0 1 0 ,0 4 5 0 ,0 7 6 0,10 5 0,0 3 3 0, 060 0,1 1 2 0, 023 0 ,068 0, 096 0 ,025 0,07 5 Nível Sup e ri o r: Administr . 0 ,0 9 7 0 ,0 2 8 0 ,0 4 3 0,06 8 0,0 2 9 0, 044 0,0 8 5 0, 026 0 ,056 0, 073 0 ,016 0,05 6 Nível Médio: T écn ic as 0 ,1 6 2 0 ,1 1 5 0 ,1 2 5 0,16 6 0,1 3 8 0, 149 0,1 3 9 0, 093 0 ,117 0, 106 0 ,085 0,10 0 Nível Médio: Admi n is trat . 0 ,283 0 ,135 0 ,165 0,19 5 0,1 0 5 0 ,139 0,2 7 4 0 ,111 0 ,191 0 ,264 0 ,130 0,22 2 Nível Médio: Comércio 0 ,0 6 5 0 ,0 5 7 0 ,0 5 9 0,09 0 0,0 7 0 0, 078 0,0 5 4 0, 027 0 ,041 0, 056 0 ,030 0,04 9 Nível Ma nual: In dúst ria 0 ,0 5 9 0 ,0 8 4 0 ,0 7 8 0,10 1 0,0 9 7 0, 098 0,1 0 5 0, 118 0 ,111 0, 139 0 ,226 0,16 2 Nível Ma nual: C o m é rcio 0 ,1 1 3 0 ,1 8 0 0 ,1 6 5 0,16 2 0,1 6 4 0, 163 0,1 1 9 0, 139 0 ,128 0, 140 0 ,104 0,12 9 Nível Ma nual: S e rv iç o s 0 ,1 3 5 0 ,5 4 5 0 ,4 3 0 0,22 0 0,6 1 6 0, 432 0,2 1 6 0, 673 0 ,397 0, 230 0 ,648 0,32 6 Nível Ma nual: O u tr as 0 ,0 2 1 0 ,0 7 0 0 ,0 5 8 0,03 4 0,0 4 7 0, 042 0,0 4 5 0, 118 0 ,078 0, 049 0 ,067 0,05 4 Fon te : IB G E, P e squisa N ac io nal po r Amo stra de D o m icíl ios, 1 9 95 .

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Referências

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